EntreContos

Detox Literário.

Assembleia do inferno (Anorkinda Neide)

7-pecados

Em uma sala exígua, quente, abafada e sem janelas reunia-se, de tempos em tempos, os demônios responsáveis pelos pecados. A pauta, sempre a mesma, é decidir qual deles tem maior poder sobre os homens, ganhando assim os louros e o respeito dos demais colegas. Porém, nunca houve um consenso. E desde que o mundo é mundo a assembléia jamais elegeu o maior de todos os pecados.

A disputa entre as partes é acirrada e, como é de imaginar, termina sem terminar, com uma briga daquelas e a conseqüente suspensão da reunião por motivos de força maior.

– Comparsas, aqui estamos novamente, na tentativa de eleger o melhor dentre nós. Tentemos ser razoáveis e não transformar-nos em inimigos dentro deste recinto neutro e sigiloso. O vencedor da contenda, que necessariamente, empossaremos hoje será o nosso porta-voz e o nosso guia e todo e qualquer projeto junto à humanidade em seus deliciosos desvios.

Assim falou Lúcifer, o demônio soberbo, responsável pelo desequilibro da humildade nos corações das gentes. Ele sempre tomava à frente em sua postura orgulhosa, certo de que ninguém além dele seria capaz de conduzir a assembleia.

Belfhegor, com sua voz pastosa, propôs uma votação secreta. Onde cada demônio colocaria o nome do colega que se achasse, seria o mais poderoso dentre todos.

-Assim poupamos discursos, jactâncias e discussões. – Concluiu ele.

-Ora, vá ao Deus que te carregue, preguiçoso! Certamente, tens ciência de que jamais venceria sobre nós na eloqüência e quer poupar-se de esforços! Já começamos com as falas tendenciosas por aqui, comparsas… Isso vai mal! – Vociferou assim, cheio de cólera, Azazel.

-Concordo que não precisamos recorrer a discursos e argumentos, uma vez que nos conhecemos a milhares de anos e tentamos esta eleição centenas de vezes. Ademais, longas reuniões sempre deveriam vir acompanhadas de refeições, o tempo urge, rapazes!

Belzebu jamais se conformara com a falta de comes e bebes durante a assembleia, considerava isto um acinte!

Consideraram por algumas horas que tipo de eleição fariam, decididos que estavam de que aquela seria a última assembléia deliberativa deste tópico. Os sete representantes dos maiores pecados que assolam o ser humano falaram e discursaram e discutiram sem cansar, alguns mais impacientes, outros com profundo prazer, faziam da reunião o seu desfrute.

Vestido em trajes de cor púrpura, o demônio do desequilíbrio dos prazeres, era destes que saboreava cada palavra dita por si mesmo, com imensa satisfação. Todos os seus gestos eram graciosos e cheios de lascívia, transbordando a luxúria que ele tão habilmente sabia manejar, pretendia seduzir os colegas para sua vitória.

-Asmodeus, sabes que meu voto sempre será seu… – Volta e meia, Leviatã soltava involuntariamente este desabafo, junto a um suspiro, conquistado pelo demônio dos desejos carnais.

Leviatã esquecia-se sempre de si mesmo e da importância de se eleger o maioral ali, o responsável pela inveja da humanidade tinha tão pouca auto-estima quanto suas vítimas mortais.

Já em seu discurso, o demônio avarento e cheio de cobiça afirmou categoricamente que não sairia dali sem a vitória. Afinal já havia perdido anos e anos naquele impasse e tempo é dinheiro, ou seja, perdia muitas vítimas que poderiam estar a sua mercê naquele momento, não estivesse ele preso numa discussão tão simples, visto que sairia vencedor sem qualquer dúvida… Mammon era o rei dos pecados, julgava-se ele.

Nisto, todos se exaltaram e esqueceram-se, como sempre esqueciam, de dar a fala a um de cada vez, instaurando-se a balbúrdia completa.

….

A sala vigiada por arcanjos, onde reuniam-se os demônios, apresentava a iluminação em tons vermelhos cada vez mais fortes e tremeluzentes, conforme a discórdia acirrava-se lá dentro. O calor aumentava e já começavam a brilhar as primeiras chamas pelo chão. Em poucos minutos tudo arderia na fogueira que levaria os contendores de volta a sua morada no subsolo dos mundos

Por detrás de uma janela de vidro imperceptível aos participantes da assembleia, representantes das sete virtudes observavam o desenrolar do impasse com olhares de condescendência.

– Mais uma reunião inútil que acaba… Ilusões… – Miguel suspira, sem evitar sorrir.

– Nem sonham eles que sua influência acabou há muito tempo. Seus poderes só atingem os da mesma espécie, as almas dos homens estão a salvo.

Gabriel  lembra com grande satisfação do projeto de redenção que fora colocado em prática com participação sua, há mais de dois mil anos no tempo da Terra, onde todo o pecado fora lavado com o sangue do Filho do Onisciente.

Finalmente, com um gesto de poder, Rafael, sela a pequena sala onde não mais se reunirão os desequilíbrios da razão.

63 comentários em “Assembleia do inferno (Anorkinda Neide)

  1. wilson barros
    23 de fevereiro de 2015

    Um conto de fantasia religiosa, muito em voga hoje desde a série “Deixados Para Trás” e as “batalhas do apocalipse” de Eduardo Spohr. É sempre um assunto muito fértil e interessante, além de um gênero de ficção que pode vir a tornar-se muito lucrativo. O seu estilo é bom, sem erros; só acho que precisa trabalhar um pouco mais as frases, que às vezes parecem algo artificiais. Continue com esse gênero; com sua imaginação, tenho certeza que breve verei um best-seller publicado. (P.S. se ainda não leu, recomendo a leitura de Eduardo Spohr.)

    • Anorkinda Neide
      24 de fevereiro de 2015

      Obrigada, Wilson!
      Certamente tenho que trabalhar mais os contos, não tenho muita prática, mas escrevendo é que se aprende não é?
      Não li Eduardo Spohr não.. e logo logo estarei conhecendo suas letras, com certeza!
      Abração!

  2. Lucas Almeida
    22 de fevereiro de 2015

    Achei muito criativo seu texto, porém eu preferiria que você fizesse os pecados agindo nos seres humanos ao invés do que escreveu, porque acho que assim deixaria mais com cara de conto.
    Bom, boa sorte.

  3. Leandro B.
    22 de fevereiro de 2015

    Oi, Peter.

    Achei o conto muito bem escrito, embora o rumo da história não tenha me agradado tanto. Primeiro porque existe a sugestão de que não haveria mais alma para ser conquistada na Terra. Se a alusão é a Jesus, seria de se imaginar que os homens não pecassem desde dois mil anos atrás, o que não é obviamente o caso, o que demonstraria a influência dos demônios no mundo.

    Segundo porque achei o corte um pouco desequilibrado, tendo em vista que você apresentou os sete pecados e suas personificações, mas não fez o mesmo com as sete virtudes.

    Sobre a história em si, reafirmo que está muito bem escrita, mas também acho que falta algo. Você apresentou todos esses personagens e se limitou a fazer exatamente isso. Acho que um conto nesse estilo pedia um pouco mais de aprofundamento na própria reunião, mais debates que o narrador menciona mas não lemos, etc. Nesse sentido, sinto o conto meio incompleto, e, claro, que os limites de palavras tem culpa aqui.

    Mas gostei de modo geral, camarada. Parabéns.

    • Anorkinda Neide
      24 de fevereiro de 2015

      Leandro!
      Os homens pecam ainda, supostamente… mas não com a influência dos demônios.. essa é a teoria do conto, ok?
      Na verdade, os homens pensam q pecam e se punem e se ferram por si mesmos, sua responsabilidade…não há mais como jogar a culpa nos demônios que estão confinados pelo poder da luz, representada aqui pelos arcanjos.

      Realmente não havia espaço para desenvolver mais do q descrições dos demônios, só se eu focasse apenas um, como a Maria sugeriu.
      As sete virtudes não vem ‘organizadas’ em 7 arcanjos específicos, ao menos nenhum teólogo assim o fez, pelo q pude pesquisar… até separei sete nomes, mas eu estaria criando muito em cima, achei melhor pegar estes três que são amplamente conhecidos, Miguel, Gabriel e Rafael.

      Obrigada pela leitura!
      abração!

      • Leandro B.
        24 de fevereiro de 2015

        Eu que agradeço pelos esclarecimentos.

        Abraços!

  4. Pedro Luna
    22 de fevereiro de 2015

    Achei criativo. Bacana. O único ponto negativo para mim é algo natural ao conto. Seguida as falas dos demônios, sempre vinha uma descrição do ser e na natureza do seu pecado. Foi algo que me cansou. Se o limite de palavras fosse maior, queria ver mais da Reunião. Pois ficou a impressão de faltando algo.

  5. Edivana
    22 de fevereiro de 2015

    Bom, o final me faz questionar a inteligencia desses demônios, e visto que isso é um conto, é perfeitamente possível que eles realmente não tenham notado que houve um morto pelos pecados do mundo. Mas há um viés curioso, que não sendo os demônios que perturbam aos homens, eles próprios são culpados por suas atitudes, o que acho muito crível.

    • Anorkinda Neide
      24 de fevereiro de 2015

      Edivana!
      É exatamente este viés curioso que penso que podemos analisar a partir desta leitura. 🙂

      Abração

  6. Alexandre Leite
    21 de fevereiro de 2015

    Bem escrito, bem estruturado e abordou o tema de forma eficiente através do gênero da fantasia.

  7. Swylmar Ferreira
    21 de fevereiro de 2015

    O texto apresenta estrutura concreta, objetiva, a linguagem é pratica de fácil compreensão para o leitor, sem rebusque. A narração sobrepõe ao dialogo, neste caso predomina o indireto por escolha do autor. Está muito bem escrito, a trama apresenta boa cronologia, mas o jogo de narrativa não prendeu a atenção, principalmente no final. Penso que faltou emoção no final.
    Parabéns!

    • Anorkinda Neide
      24 de fevereiro de 2015

      Swylmar!
      Foi isso mesmo.. quando pensei na história, me veio o final, completinho na ideia… fenômeno q me acomete muito na poesia.
      Mas nao a anotei, fiquei matutando no desenvolvimento por alguns dias e quando finalmente chegou a hora de digitar o final do conto, aquela emoção da inspiração me fugiu por completo, dae fiquei empacada por vários dias e me obriguei a fechar os trabalhos com o que pude fazer.
      A ideia tá lá, mas a emoção brigou comigo 😦

      Obrigada pela leitura!
      Abraço

  8. Bia Machado
    20 de fevereiro de 2015

    Não sei, posso estar errada, mas essa história funcionaria muito melhor com mais espaço. Assim, da forma como está, desenvolveu-se pouco as características de cada personagem. A parte da fala de Leviatã me deu uma esperança de que haveria coisa muito interessante por vir, o que pra mim não aconteceu… Acabei perdendo um pouco o interesse mais para o final, lendo apenas para chegar ao final… Boa sorte, e espero que desenvolva mais esse conto quando tiver mais espaço.

  9. Eduardo Selga
    20 de fevereiro de 2015

    Outro conto de estorinha, ou seja, é apenas fabulação sem haver trabalho linguístico ou problematização de alguma questão humana. Sem nenhum trabalho estético, o campo dominante é o denotativo, o da linguagem clara, objetiva, instrucional. Ora, literatura é arte com palavra, e isso significa que as palavras não sejam o que parecem, é preciso que a conotação tenha espaço.

    Pior que isso é o tom catequético que assume o discurso do conto próximo ao seu fim, como em “[…]há mais de dois mil anos no tempo da Terra, onde todo o pecado fora lavado com o sangue do Filho do Onisciente”. Talvez com a intenção de incluir uma “chave de ouro” no texto. Se foi, lamentável, pois a tal “chave de ouro” é uma dessas regras de almanaque dadas como fundamentais ao texto de ficção, mas que, como todas as regras relativas à literatura, são relativas e precisam ser bem usadas para funcionarem adequadamente.

    Há uma incoerência no uso das normas culta e popular. O narrador diz, a certa altura: “Onde cada demônio colocaria o nome do colega QUE SE ACHASSE […]”, ao passo que um dos demônios afirma “-Assim poupamos discursos, JACTÂNCIAS e discussões. – Concluiu ele”. Não é estranho que o demônio tenha um vocabulário mais escorreito que o narrador, que se vale de gíria? como o narrador não faz desse uso uma constante (e se fosse deveria haver motivo estético para isso), parece mesmo que foi descuido de linguagem.

    Se foi descuido, aqui temos outro: “Finalmente, com um gesto de poder, Rafael, sela a pequena sala […]”. SELA e SALA, muito próximos, geram um problema de eufonia, um chiado incômodo, quase um trava-língua.

    Em “O vencedor da contenda, que necessariamente, empossaremos hoje será o nosso […]” há vírgula fora do lugar. Deveria ser “O vencedor da contenda que, necessariamente, empossaremos hoje será o nosso […]” ou “O vencedor da contenda, que necessariamente empossaremos hoje será o nosso […]”.

  10. Leonardo Jardim
    20 de fevereiro de 2015

    Prezado autor, optei por dividir minha avaliação nos seguintes critérios:

    ≋ Trama: (3/5) Achei o início e meio bons, mas não gostei muito do final. Analisando o mundo em que vivemos, não parece que os demônios estão perdendo. Compreendo, porém, a visão cristã de que Jesus morreu para absorver os pecados. Mas não todos e nem pra sempre, creio eu.

    ✍ Técnica: (2/5) mediana, ainda um pouco imatura, mas com grande potencial.

    ➵ Tema: (2/2) muito dentro (✓).

    ☀ Criatividade: (3/3) muito criativa essa cena, com certeza.

    ☯ Emoção/Impacto: (2/5) em minha opinião, começou bem, mas terminou mal. E na literatura, infelizmente a última impressão é a que fica.

    Problemas encontrados:
    ● conseqüente (a trema morreu)
    ● que necessariamente, empossaremos hoje (mover a vírgula para depois de “hoje”)
    ● nome do colega que se achasse, seria o mais poderoso dentre todos (esse trecho ficou estranho)
    ● Miguel suspira, Gabriel lembra, Rafael sela (o conto veio pro presente de uma hora pra outra)
    ● Rafael, sela (sem vírgula)

    • Anorkinda Neide
      24 de fevereiro de 2015

      Tchê!!
      Eu estava com um mal-estar com estas frases finais e não atinava no porquê, sempre esqueço de verificar o tempo verbal na revisão. 😦
      A trema morreu mas não para o Word… apaguei várias palavras, pra descorrigir a correção dele e esse ‘consequente’ me escapou!

      Eu falei noutra resposta sobre os pecados e a morte ou a não morte deles, ok?
      abração!

  11. Jowilton Amaral da Costa
    19 de fevereiro de 2015

    Bom conto. Bem escrito, divertido. No entanto o final não me agradou muito, gosto pessoal, ficou explícito demais a propaganda cristã da salvação. Boa sorte.

  12. rsollberg
    18 de fevereiro de 2015

    Vamos lá. Para melhor realizar minha análise, seguirei a divisão do autor e comentarei as duas parte de forma autônoma, para no fim dar uma visão geral.

    Criar uma assembleia de demônios é uma daquelas ideias que você se penitencia por não ter pensado antes. Penso que esse assunto é daqueles que um livro não dá conta, tamanho é o universo a ser explorado. No entanto, aqui, o autor foi muito bem apesar do limite. Os personagens e os pecados estão bem pontuados e caracterizados. Os diálogos foram bem utilizados (em um desafio sem limites de palavras poderia ser explorado eternamente com essa linguagem bem humorada).
    A briga e a balburdia foram habilmente criadas.
    Bem, a primeira parte acabou e eu fiquei com gostinho de quero mais.

    Todavia, não gostei nem um pouco da segunda parte do conto. Penso que destoou por completo da primeira parte. Sumiu o humor e veio a mensagem…
    Sério, me senti em uma pegadinha de algum Pastor esperto. Sei lá, me jogou um cd gospel numa caixa do Iron Maiden. A pedra me acertou antes que pudesse perceber a armadilha. Só não gritei aleluia, pq o pessoal aqui do trabalho iria achar estranho. O final ficou muito bonitinho, muito seguro…

    Sendo assim, a meu ver o conto falhou em seu conjunto. No fim, soou como pregação. Se eu fosse votar só pela primeira parte, certamente estaria no meu Top 3. Se fosse votar pela segunda, ficaria em último.
    Pensando no todo, ficará provavelmente entre os 15.

    De qualquer modo, parabéns e boa sorte!

    • Anorkinda Neide
      24 de fevereiro de 2015

      Oi, Rafael!!
      Ri muito com seu comentário!! Pow, meu, desculpa pelo cd gospel! kkkk

      Acredito que eu poderia passar o que eu queria na fala dos Arcanjos com o mesmo tom de humor dos demônios,não é? Não consegui 😦
      Mesmo assim, talvez faça sentido os arcanjos terem um tom diferente dos demônios, não é mesmo? São criaturas essencialmente diversas.

      Abração

      • rsollberg
        24 de fevereiro de 2015

        Anorkinda! Eu realmente fiquei com inveja da sua ideia. Se vc investir no humor, penso que vai virar um contaço. Eu compro, em qualquer plataforma.

        Abs

  13. Rodrigues
    18 de fevereiro de 2015

    Não gostei, entre todos que li, achei o menos criativo. Os diálogos estão explicativos e mecânicos demais, esses demônios não conseguem convencer o leitor, o cenário tbm não ajuda. O final foi especialmente ruim, pois essa explicação sobre o fim dos pecados foi colocada de forma muito abrupta, além dessa dualidade entre bem e mal ter sido mal desenvolvida.

  14. Andre Luiz
    18 de fevereiro de 2015

    Olá, caro Peter! Vamos à avaliação!
    Seu conto é interessante e inovador na temática, fazendo-nos viajar por uma assembleia de demônios imersos na decisão de eleger o maior dos pecados; ou seja, algo inusitado e interessante. Além disso, você soube construir ótimos diálogos e personagens fortes. Contudo, percebi alguns errinhos no português(nada que uma pequena revisão não corrija) e também um final bastante “hollywoodiano” em que, em certos casos, acaba tirando um pouco o brilho da trama, mas não apaga a beleza dela. Parabéns!

  15. alexandre cthulhu
    18 de fevereiro de 2015

    Excelente texto. Por certo fora concebido para o desafio, o que é de salutar.
    A originalidade de colocar os demónios a competir entre si, foi eficiente.

    Contudo creio que poderia fazer uma descrição mais tétrica e infernal do local onde os devils se reuniram: “Em uma sala exígua, quente, abafada e sem janelas reunia-se, de tempos em tempos, os demónios responsáveis pelos pecados.” – Soube-me a pouco
    Mas é o texto é soberbo- parebens

  16. Carlos Henrique Fernandes Gomes
    17 de fevereiro de 2015

    Considerando que, mesmo sem poder, cada um votaria em si mesmo, com exceção de Leviatã (o da inveja) que votaria em Asmodeus, fazendo as contas, o líder da assembleia seria Asmodeus. Só não entendi por que Leviatã (representante da inveja) faria isso! Talvez eu seja como Gabriel que lembra de seus grandes feitos, mesmo que ao custo do sangue alheio, sem ter inveja de ninguém. Além da excelência da escrita, o que chama a atenção é que os demônios nem se ligaram que já não “causam” (gíria) mais na vida de ninguém. Essa falta de percepção é característica esse tipo de “gente”.

    • Anorkinda Neide
      24 de fevereiro de 2015

      Olá, Carlos!
      É verdade, Asmodeus venceria… hehehe
      Mas não houve votação,nem haveria, pois eles não se acertavam quanto a como realizar essa eleição.
      Muito boas suas colocações, obrigada por elas!
      Abração

      *qt a Leviatã..parti do princípio de que o invejoso admira o invejado,numa verdadeira adoração, diminuindo a sua autoestima, a ponto, inclusive, de abdicar do poder supremo dos pecados! 😛

  17. Gustavo de Andrade
    17 de fevereiro de 2015

    Um conto interessante, no entanto aparentemente incompleto. Parecendo ser um prelúdio a alguma coisa, ao invés de um real fechar de assunto, beijo, tchau.
    A questão dos demônios ficou muito… desnecessária, não no sentido de que não precisava existir na narrativa, mas que aparentemente não serviu nenhum propósito no UNIVERSO criado pela narrativa, sabe? E o final, em relação aos anjos, foi muito súbito para conseguir causar o melhor impacto possível, como tento explicitar abaixo, dentre outros itens:

    “reunia-se”, na verdade, concorda com os demônios, e não com a sala. Portanto, o correto seria “reuniam-se”. Além disso, logo depois rolou uma tropeçada com o tempo verbal: se a narração começa no passado (reunia[m]-se), deve continuar assim (a pauta, sempre a mesma, [era]).
    “E desde que o mundo é mundo” — me traz uma certa antipatia ver expressões corriqueiras serem utilizadas. Principalmente porque o dicionário brasileiro de provérbios, ditados e expressões é recheado de conformismo e outros vícios danosos à missão escritora, ao meu ver (desde que o mundo é mundo, querendo ou não etc). E, nesse contexto, a expressão “desde que o mundo é mundo” me parece dispensável.
    Aliás: o pior dos pecados ou dos demônios? Os demônios são pecados, os pecados são demônios?
    “que necessariamente, empossaremos hoje” — certamente está mal colocada a vírgula entre “necessariamente” e “empossaremos” (o necessariamente pode ser visto como aposto, e talvez um “que, necessariamente, empossaremos hoje” funcionasse, não fosse a consequente saturação de vírgulas na frase). Talvez a vírgula após o “hoje”.
    “tomava à frente”: tomava a frente. Sem crase, uma vez que era a frente que ele tomava e pronto acabou rs
    “Gabriel lembra com grande satisfação do projeto de redenção que fora colocado em prática com participação sua, há mais de dois mil anos no tempo da Terra, onde todo o pecado fora lavado com o sangue do Filho do Onisciente.” — foi uma inspiração em Eduardo Spohr? Sim ou não, achei corrido demais. Os pressupostos para que este parágrafo não precise de mais construção alguma são muitos, e acho difícil requeri-los de todos que leem seu texto. Há um espaço bom para ficar meio perdido ou querendo mais detalhes, achando insuficiente.
    “Rafael, sela a pequena sala” — Vírgula intrusa aí.

  18. Maurem Kayna (@mauremk)
    17 de fevereiro de 2015

    O problema de concordância nominal já na primeira frase me incomodou. Trata-se de mais uma alegoria dos pecados que não convence ou emociona. Assim como o final soa bastante falso ao relatar o suposto sucesso da cena fundadora do cristianismo.

  19. Pétrya Bischoff
    16 de fevereiro de 2015

    Então, eu não sei exatamente o que senti desse conto. É uma ideia legal, o tal conselho dos pecados, por assim dizer; no entanto, penso que havia muito mais potencial para ser explorado com esse texto. Basicamente, os demônios e suas incumbências foram apresentadas, sem muito conteúdo. Também notei alguns problemas de revisão em questão de pontuação. De qualquer maneira, a escrita está boa. Boa sorte.

  20. Rodrigo Forte
    15 de fevereiro de 2015

    Seu conto teve algumas partes bem engraçadas, e não consegui segurar a risada no “Vá ao Deus que te carregue”. No mais, o texto é bem feito e a narrativa é boa, conseguiu me manter interessado durante todo o tempo.

  21. Ricardo Gnecco Falco
    15 de fevereiro de 2015

    Bíblico.
    🙂
    (falta um pouquinho de revisão apenas, como em: “nos conhecemos a milhares de anos”)

  22. Cácia Leal
    14 de fevereiro de 2015

    Gostei! Muito bom e bastante criativo. Pelo menos um conto bem escrito que não termina em morte!!! Eu estava me perguntando se não iria ler um assim… rs… o meu próprio termina em morte!… rs. Parabéns ao autor, mas não sei se os votos que ganhar serão suficientes para o primeiro lugar, afinal há muito conto bom neste desafio.

    • Anorkinda Neide
      24 de fevereiro de 2015

      Que bom que gostou, Cácia!
      Obrigada por me colocar no seu ranking de votação!
      Abração!

  23. Virginia Ossovski
    14 de fevereiro de 2015

    Que reunião demoníaca! Gostei da técnica, apesar de alguns erros, mas o conto não me agradou muito. Não entendi bem a parte em que aparecem os arcanjos. Não sei se entendi bem o final, mas gostei da ideia da história. Sucesso no desafio !

  24. williansmarc
    14 de fevereiro de 2015

    Olá, autor(a). Primeiro, segue abaixo os meus critérios:

    Trama: Qualidade da narrativa em si.
    Ortografia/Revisão: Erros de português, falhas de digitação, etc.
    Técnica: Habilidade de escrita do autor(a), ou seja, capacidade de fazer bons diálogos, descrições, cenários, etc.
    Impacto: Efeito surpresa ao fim do texto.
    Inovação: Capacidade de sair do clichê e fazer algo novo.

    A Nota Geral será atribuída através da média dessas cinco notas.

    Segue abaixo as notas para o conto exposto:
    Trama: 7
    Ortografia/Revisão: 10
    Técnica: 7
    Impacto: 6
    Inovação: 7

    Minha opinião: Gostei da ideia, mas acho que nesse curto espaço que temos disponível, não foi possível desenvolver cada personagem de forma adequada. Acho que o final religioso fugiu um pouco do tema proposto no conto, mas isso deve ser apenas chatice minha.

    Não achei falhas de revisão.

    Boa sorte no desafio.

  25. Luan do Nascimento Corrêa
    13 de fevereiro de 2015

    Interessante, certamente a ideia se destaca da dos demais contos. Parabéns!

  26. Gustavo Araujo
    13 de fevereiro de 2015

    Achei o conto bastante divertido. Esse tom de comédia que domina grande parte do texto é excelente, despretensioso e rende boas tiradas: “Ora, vá ao Deus que te carregue, preguiçoso!” — ótimo mesmo! Sim, uma pequena revisão seria bacana, já que há trechos que reclamam uma atenção maior. Só não gostei muito do fim, em que o tom cômico cede lugar a um maniqueísmo dispensável. Para mim, teria sido mais interessante saber o desfecho da reunião e quem, afinal, foi eleito o “mais-malvado-de-todos”. De todo modo, no geral, um bom texto. Parabéns.

  27. Thata Pereira
    12 de fevereiro de 2015

    Outro conto muito bom!! Destaca-se pela forma como o tema foi abordado, muitos pensaram em pessoas que cometem pecados, esse abordou personagens que gosto muito na literatura: demônios e anjos. Gostei bastante!!

    Boa sorte!

    • Anorkinda Neide
      24 de fevereiro de 2015

      Thata, deixe eu lhe agradecer pela boa colocação no seu ranking dos top 10!! Abração!!!

  28. rubemcabral
    12 de fevereiro de 2015

    Li como um conto de fadas, achei divertido e leve. Não gostei muito do final, embora o tenha achado surpreendente. Há poucos erros a acertar. Bom conto!

  29. Claudia Roberta Angst
    11 de fevereiro de 2015

    Está aí alguém que conhece bem de pecados ou de demônios. Vou até anotar para estudar depois…rs. Todos sendo enganados no próprio inferno. Iludidos com um poder que já não possuem. Os anjos estariam pecando também?
    A redenção com o Cristianismo tirando as vantagens dos desequilibrados da razão.
    A ideia foi boa, a luta pelo poder que não leva a nada. Os sete pecados anulados pelas sete virtudes. O equilíbrio no mundo? Utopia.
    Enfim, muito bem escrito. Bom trabalho. Boa sorte!

  30. mariasantino1
    10 de fevereiro de 2015

    Oi! Tudo bem autor(a)

    Um conto cheio de diálogos, dando espaço para as duas faces (bem e mal). Gostei bastante da proposta, do seu zelo com a revisão e ótimo vocabulário, sobretudo nos diálogos onde seu domínio ficou mais demarcado. Há uma travadinha no primeiro parágrafo, mas depois flui bem. Cada fala de cada demônio traz uma reflexão do narrador mostrando o que o autor quis repassar. Acredito que o conto funciona melhor para quem tem um maior conhecimento religioso, pois daí tanto os nomes dos demônios e arcanjos combinam com as referencias já adquiridas e as imagens e reflexões casam tomando maior dimensão. Mas, infelizmente, achei que são muitos personagens, muitos pecados em pouquíssimo espaço e, portanto, ao menos pra mim, ficou tudo muito superficial (se avaliado só o que você ofereceu aqui). Mesmo que haja mais de um demônio e que você cite cada desvirtude deles, nesse espaço (tamanho do conto) não cabe (Repito que são somente impressões minhas baseadas na minha percepção, ok?). Se você permite uma sugestão, acho que se se prender em apenas um pecado para servir como pano de fundo, o seu conto teria uma maior consistência. Por exemplo: Se mantivesse a inveja inveja que eles sentem um pelo outro, retirando os arcanjos do fim para que eles mesmos (os demônios) queimem em sua “fogueira de vaidades” a coesão seria maior.
    Se achar que meu ponto de vista é válido, observe-o, se não, apenas ignore e perdoe qualquer transtorno.
    Um abraço e boa sorte.

    • mariasantino1
      10 de fevereiro de 2015

      KKK, desculpa o repeteco da palavra inveja*

    • Anorkinda Neide
      24 de fevereiro de 2015

      Bom, ignorar seu ponto de vista, eu não vou! hehehe

      Obrigada por debruçar-se na leitura, Maria!
      Você tem razão, quem conhece este universo religioso entende melhor este mal traçado conto. 🙂
      Eu não tinha grandes expectativas com ele, ao escrever, passei realmente o que estudei e acredito e esqueci de pensar na receptividade dos leitores daqui da EntreContos… tô me surpreendendo pela boa aceitação dele, no geral.

      Abração, guria!

  31. Gustavo Aquino dos Reis
    9 de fevereiro de 2015

    Sensacional o plot da convenção. O tom de humor casou muito bem. Porém, creio que pelo limite do certame, o conto ficou corrido e o final deixou a desejar.

    Parabéns

    • Anorkinda Neide
      24 de fevereiro de 2015

      Gustavo,obrigada pela colocação que me deste em sua votação final!
      Abração!

  32. Sonia Rodrigues
    8 de fevereiro de 2015

    Português:
    reunia-se, de tempos em tempos / reuniam-se, de tempos em tempos

    Trama simples – estilo direto, ingênuo. A história poderia ter sido mais elaborada, o texto ficou muito curto, a gente começa a ler e ele acaba. Bem, porque esses 2000 anos de demora para fechar a tal sala? Isso deveria ter sido explicado.

    O começo tem uma revelação curiosa, que é frustrada pelo desenrolar do texto, já que tudo é uma ilusão, e o final nada acrescenta de novo. Há uma repetição desagradável na frase final “ reunirão os desequilíbrios da razão.” O texto termina “latindo”.

  33. Tiago Volpato
    8 de fevereiro de 2015

    Os demônios podem não ter mais poder sobre os seres humanos, mas seu legado permanece até hoje. De forma desvairada eu ouso afirmar que os demônios tem mais impacto na humanidade do que a salvação de J.C. Mas ei! Sou apenas um louco, o que é que eu sei?

    • Anorkinda Neide
      24 de fevereiro de 2015

      Oi, Tiago!
      Um louco que nada sabe, sabe bem mais do que pensa 😛

      Sim, aparentemente os demônios tem maior impacto e atuação, mas, entre os seus semelhantes… ou seja, no âmbito negativo em que se encontram. A remissão de J.C., que tem enfoques muito mais profundos do que o Cristianismo usual nos apresenta, tem alcance nas almas dos seres humanos, esse universo que a razão, a mente lógica não logra conhecer com facilidade.
      E é neste espaço espiritual, que os demônios sonham comandar, mas não tem chance alguma.

      Assim, eu entendo e quis demonstrar na Assembleia do inferno.
      Abração!

  34. JC Lemos
    7 de fevereiro de 2015

    Sobre a técnica.
    Muito boa. Resumida, porém boa. Gostei da forma que foi narrado e tom de conto de fadas.

    Sobre o enredo.
    Gostei, em especial, do final. Tirando apenas a última frase, que destoou um pouco do objetivo, creio eu.
    Todo o clima da reunião teve um tom meio de conto de fadas, e creio que o número de palavras contribui para isso. Os pecados originais se reunindo para saber quem manda. Haha
    Bom conto!

    Parabéns e boa sorte!

  35. Luis F. T.
    7 de fevereiro de 2015

    É um conto interessante, com várias referências bíblicas, mas algo nele não me agradou. Talvez a história tenha sido rasa? Sinto que faltou acontecer algo mais na reunião além de uma simples votação. Senti falta de uma trama mais palpável. E o final também é muito… doutrinador, na falta de palavra melhor.

  36. Thales Soares
    6 de fevereiro de 2015

    Bom… como posso dizer isso…
    Olha, como juiz eu sou muito ruim, pois sou egoísta e considero meus gostos pessoais acima de qualquer coisa. Neste desafio estou classificando categoricamente todos os contos em “gosto” e “não gosto”. Infelizmente, meu gosto é meio estranho e exigente demais. Somente um conto até agora recebeu o meu selo de “gosto”. De todos os contos que eu li até o momento, o seu é o segundo que eu posso dizer que eu adorei!!!

    Senti um gostinho de Sandman nessa história, principalmente com o demônio da luxúria. Mas tudo bem, pois eu adoro as obras de Neil Gaiman! Eu estava ansioso para ler este conto pois o JC Lemos disse que tinha certeza que era meu. E, como eu disse anteriormente, eu já estava ficando bastante entediado com os contos que eu vinha lendo até agora. Achei que ler o conto de alguém que escreve de forma semelhante a minha seria interessante. E não me decepcionei! Confesso que até tive uma ideia muito parecida com a sua para este desafio… sorte que optei por seguir outro caminho.

    Para mim, este conto se destacou entre todos pois criou seu próprio universo fantástico (com uma leve inspiração em Estação das Brumas, mas tudo bem) e buscou algo totalmente diferente do que o amor entre duas personagens assombradas pela luxúria ou uma personagem que peca e morre no final da história (todos os contos deste desafio está se resumindo nisso, infelizmente)

    Espero que o autor(a) deste conto se divirta ao ler o meu tanto quanto eu me diverti lendo este. E também espero que, caso meu conto não seja o campeão, este seja!

    • Anorkinda Neide
      24 de fevereiro de 2015

      hauhua não fomos campeões, Thales, mas acho que nos saímos bem!
      Eu me diverti com a Ponte das Almas Perdidas, sim, muito! 🙂

      Amado eu não li Estação das Brumas,nada do Gaiman, na verdade. Quando eu tive a ideia e a executei eu achei q era nada original e achei q todos aqui se chateariam com o clichê dos demônios em assembleia..hihi mas não li, realmente nada, apenas acho que já tem escritos neste viés.

      Que bom que gostou e obrigada pela boa classificação no seu ranking 🙂
      abração

      • Thales Soares
        25 de fevereiro de 2015

        Esse tema abordado em seu conto não é aquele tipo de cliche batido e chato. Esse tema é um verdadeiro clássico! E a execução aqui foi primorosa, por isso eu adorei seu conto 🙂 !! Eu até ia te dar os parabéns no facebook depois que os autores foram revelados.

        Fiquei meio surpreso com os resultados. Tinha certeza que este conto ficaria no top 10!!! O desafio este mês foi muuito disputado, achei que vários contos excelentes não conquistaram a colocação que realmente mereciam. Mas acho que isso ocorreu porque desta vez havia muitos concorrentes. Quase 50 contos disponíveis para votar! Um ou outro acabaria sendo injustiçado.

        Obrigado, que bom que gostou do meu conto 😀 !! Fiquei extremamente feliz e surpreso com minha colocação. Não imaginei que eu pegaria top 10.

        PS: Vou dar uma de Wilson Barros agora, e recomendar para você a leitura da série Sandman, as obras mais consagradas no mundo dos quadrinhos adultos, do lendário autor Neil Gaiman.

  37. Brian Oliveira Lancaster
    6 de fevereiro de 2015

    Meu sistema: EGUA.

    Essência: Precisa dizer? Nota 9,00.

    Gosto: Criativo. As construções iniciais com mudanças de tempo incomodaram um pouco, assim como o final abrupto. O corte não foi suave. No entanto, a escrita leve fez seu trabalho durante a maior parte do tempo e consegui me divertir lendo. Nota 6,00.

    Unidade: tirando os fatores acima, não vi erros ortográficos. Nota 9,00.

    Adequação: se encaixou bem, até por dar “vida” aos tipos. Nota 10,00.

    Média: 8,5.

  38. Gilson Raimundo
    6 de fevereiro de 2015

    Que sacanagem. Até os anjos são corruptos, estão espionando os pobres demônios e rindo de sua falta de união, assim não dá, parece Brasília. Gostei da parte onde diz “termina sem terminar” causou um efeito cômico na história.

  39. Fabio Baptista
    5 de fevereiro de 2015

    A ideia da reunião foi muito boa.

    Lembrou-me uma piada em que Jesus reúne os apóstolos para que estes lhe informem sobre o impacto das drogas na terra. Para avaliar melhor, cada um fica incumbido de trazer uma pequena “amostra” na próxima reunião.

    Na ocasião seguinte, Jesus começa a chamar:

    – Pedro, o que trouxeste?
    – Meu Senhor, trouxe uma droga que causa vermelhidão nos olhos, deixa aqueles que a utilizam em um profundo estado de letargia, rindo de qualquer bobagem que lhes chega aos ouvidos. Chamam de maconha…

    Pedro apresenta o punhado de erva que trouxe para análise e todos os apóstolos se compadecem dos humanos e pensam o que podem fazer para ajudar.

    – E tu Thiago, o que trouxeste para nossa santa análise?
    – Trouxe uma droga que causa extrema excitação, relega os pobres viciados a um estado de alerta luxurioso para em seguida lançá-los ao mais profundo poço da depressão. Chama-se cocaína…

    “Ohhhh”… os demais apóstolos impressionam-se quando Thiago joga sobre a sagrada mesa mais de meio quilo de pó.

    E assim vai ficando cheia de LSD, crack, Heroína e os mais variados entorpecentes, até que chega a vez do último apóstolo:

    – Judas… o que trouxeste?
    – EU TROUXE A POLÍCIA FEDERAL, SE FODERAM, SEUS FILHA DA PUTA!
    – Todo mundo com a mão na parede, bora aí, cabeludo!!! – Diz a polícia, ao invadir o local e dar o flagrante.

    Waca Waca Waca…

    Então… achei a ideia legal, mas faltou espaço para ser melhor desenvolvida. Não deu muito tempo para mostrar a contento as peculiaridades de cada demônio.

    O conto porém, ganha muitos pontos no meu conceito, por fazer um tipo de “ousadia reversa”. Acho que hoje, falar de Jesus como foi falado ali no finalzinho, sem um tom jocoso ou irônico, com respeito e tal… é MUITO OUSADO!!! Sério… eu não me surpreendo mais com histórias tipo “Flor de Vênus”, que é um conto espetacular pela escrita em si. Porque o “surpreendente” anda meio banalizado, sei lá. Eu me surpreendo bem mais em ler algo desse tipo aqui. E isso é muito bom.

    Veredito: um conto que me ganhou pela completa fuga do que estou acostumado a ler (e também escrever) nos últimos tempos.

    • Anorkinda Neide
      24 de fevereiro de 2015

      haihuia gostei da piada infame, FB!! 😛

      Entendi a ousadia a que te referes… o politicamente correto, hj em dia é desconstruir, criticar, abordar de novas formas o que era estabelecido e este conto, com ares bíblicos está fora de moda, sim, por trazer uma interpretação clássica, digamos assim.
      Mas sob um determinado enfoque, confesso que não consegui colocar a devida força no papel dos arcanjos, o que arrancaria o conto de uma interpretação superficial sobre a remissão dos pecados, queria eu dar um mergulho maior nesse simbolismo, mas como disse alguém ae, só quem está ‘por dentro’ do assunto esotérico poderia ‘pescar’ um significado maior.

      Obrigada, por me colocar no seu top top!
      abração

  40. Pedro Coelho
    5 de fevereiro de 2015

    A ideia foi muito boa, deu pra perceber que o autor pesquisou antes de escrever e se apoiou bastante na mitologia cristã. Mas houve alguns equívocos, que se ausentes poderiam melhorar o texto. Por exemplo o final,comparado com o resto, foi muito fraco. O papel dos anjos também foi insignificante e desnecessário. E o que os anjos estavam fazendo no inferno e porque espionavam com escarnio a reunião?Eu posso estar fazendo perguntas equivocadas, mas se eu as fiz foi por falta de clareza em alguns pontos do texto. Mas no geral é um bom texto que foge do comum e em boa parte é bem conduzido.

    • Anorkinda Neide
      24 de fevereiro de 2015

      Obrigada, Pedro, pela leitura e pelas palavras e pelos questionamentos..hehehe
      Vou responder a alguns comentários onde acredito que esclarecerá o universo metafísico que demonstrei no conto, ok?
      abração

  41. Mariana Gomes
    5 de fevereiro de 2015

    Uma idéia boa até, mas não prendeu minha atenção, mas os últimos parágrafos foram o melhor da história. Seu modo de escrever é muito bom e o vocabulário é rico. Continue assim e boa sorte!

  42. Sidney Muniz
    5 de fevereiro de 2015

    Um bom conto! Muito bem escrito e de um final bem “sonhado”, é, isso seria um sonho mesmo, certo?

    Gramática muito bem aplicada.

    Trama: (1-10)=9
    Narrativa: (1-10)=9
    Personagens:(1-10)=9
    Técnica:(1-10)=10
    inovação e ou forma de abordar o tema(1-5)=5
    Título(1*-5)=5

    Parabéns e boa sorte!

    • Anorkinda Neide
      24 de fevereiro de 2015

      Obrigada pelas notas, Sidney!
      Era sonho não, guri 🙂
      hehehe
      vou responder alguns outros comentários onde talvez fique mais claro o universo metafísico do conto, ok?
      abração

  43. Alan Machado de Almeida
    5 de fevereiro de 2015

    Achei meio parado o texto, acho até que dava para ser cortados algumas partes, mas a ideia é boa.

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Publicado às 5 de fevereiro de 2015 por em Pecados e marcado .