EntreContos

Detox Literário.

Dois por um (Weslley Reis)

Ele segurava a menina recém-nascida no colo feito uma garrafa de uísque de duzentos conto. A pele dela tinha quase a tonalidade do líquido. Mas ela estava enrolada por um cobertor de algodão. Não de vidro. Sua mulher, já ligeiramente recuperada do parto, olhava com um sorriso torto na cara. Torto pelos dentes, não pelo sentimento.

Ele, meu irmão. Gêmeo. Ela, a vagabunda que ele escolheu casar. Nunca suportei ela.

Diego olhava para o bebê e para ela. Sustentando um sorriso menos torto.

Aparelhos ortodônticos.

Vestindo aquela roupa escrota de hospital por sobre sua roupa normal. Olhou para mim através do vidro. Não sorriu.

Passou a filha para a esposa.

Com os olhos perdidos, depois de encontrar os meus, inclinou a cabeça para baixo, para o chão branco. Constrangido, fiz o mesmo. Mas logo vi saindo do bolso da minha jaqueta a ponta de um cigarro. O filtro, manja? Era um convite.

Virei em direção ao corredor. Levantei a gola da jaqueta. Acendi.

– Senhor… Senhor – uma enfermeira me espetou a costela com o dedo -, você não pode fumar aqui.

Ela concluiu a frase apontando para um mapa do Estado de São Paulo, circunscrito de vermelho e com uma faixa na diagonal. Lei anti-fumo blá… blá.

Continuei andando. Tinha trabalho a fazer.

Cruzei a porta do hospital.

Meu irmão largou a função. Eu não. Não ia dar pra trás. Não era um merda feito ele.

Era até irônico. Morar na favela e caçar bruxas. Não fariam um filme sobre. Com certeza não. Quem iria assistir um neguinho sentar o dedo em um monte de coroa, enquanto elas executam feitiços e criam maldições contra a quebrada em troca de grana?

Nem eu assistiria.

Mas na real a favela era o lugar preferido delas. Aquele monte de barraco, sem organização, sem planejamento, confundia a visão até dos mais experientes. Camuflavam a realidade. É que eu sou diferente, tá ligado? Elas não contavam que a justiça viria da própria quebrada. Não mesmo. Mas veio.

Peguei o ônibus na frente da maternidade. Sentei bem no fundo e saquei o Livro. Tinha que ter certeza se os fenômenos batiam. Precisei me letrar pra entrar na Caça. Não tinha outro jeito de aprender a não matar uma tiazinha que tá só fazendo mingau pro neto. Por isso li muito. Não só o Livro, como vários outros que meu velho trouxe pra me inserir na função. Era um negocio de família.

Mas o velho era meu avô. Meu pai afrescalhou-se igual ao meu irmão e foi ter família. Um belo dum fudido.

Equiparei os tópicos e identifiquei de que tipo de bruxa eu tava atrás. Era das Oratio. As que sussuram feitiços como conselhos ao pé do ouvido. Com palavras corriqueiras. Nada espetacular. Usavam de certas poções para potencializar suas vozes e evocar feitiços mais complexos. Nesse nível conseguiam até arremessar coisas em você.

Geralmente tinham uma lavanderia nos fundos da casa que usavam para seus caldeirões.  As casas pareciam normais, até que eu colocasse os Cinco Pontos de João que formavam uma estrela ao redor delas e exibiam sua real aparência. Era de fuder.

Desci do ônibus e acendi um cigarro. Era na [rua] Quinze a fita. Subi o escadão e virei à direita, depois à esquerda. Era bem no final da rua. Na esquina. Três pontos seriam fáceis de colocar, mas os dois finais… . Meu irmão era um porra. Era por isso que a gente caçava junto.

Fui pro plano B. Encostei no portão da casa e usei minha mixa pra abrir. Alguém no bar me viu entrando e gritou.

– Ô vacilão… que merda cê tá fazendo aí?

Quando me virei, o bar todo parecia olhar pra mim.

– Que foi, mano? – retruquei.

O que gritou acenou com a cabeça. Todos os outros voltaram ao que faziam antes. Às vezes eu dou sorte.

O portãozinho dava num corredor estreito. O ninho dela era nos fundos de outra casa. De aluguel, supus. Como de costume.

Caminhei pelo corredor tateando a parede. Não porque não enxergava. Era só uma espécie de toque em situações tensas. Queria outro cigarro. Mas o cheiro me entregaria.

Ouvi sons de televisão e algo raspando no fundo de metal.

No ato. Pegaria ela em flagrante, com o B.O. na mão.

Entrei pelo que parecia a porta da sala. Pisando bem na moral, pra ela não me ouvir.  Havia um sofá encostado na parede e uma tv LCD do outro lado. Dinheiro sujo, pensei. À direita uma porta entreaberta de um cômodo escuro. Devia ser o quarto. Do outro lado só o contorno da porta levava à cozinha.

Encostei ao lado do vão e olhei de soslaio para a cozinha. Nada. Fogão, geladeira, pia e uma porta que dava para os fundos.

Apoiei a mão na pia e olhei pelo vitrô. Lá estava ela. Gorda feito uma porca. Os cabelos desgrenhados e totalmente grisalhos. Num vestido branco, remexendo algo com uma colher de pau.

Poções. Problemas.

Apanhei meu punhal com as inscrições sagradas.

Fiz o sinal da cruz.

Uma a menos.

Quando passei pela porta, ela cantava alguma coisa. Estava à esquerda do cômodo, na parte não coberta. Ao meu lado estava um tanque de cimento, do outro uma estante. A porta dava no extremo direito do cômodo.

Era importante analisar tudo, antes de atacar. Qualquer coisa é uma arma para esse tipo de bruxa.

Caminhei calmamente e a dois passos dela ergui o punhal.

Ela se virou.

Um gato pulou no telhado miando e entregou minha posição.

– Que cê tá fazendo, filho? – Ela sorria nervosa – Você…

Ela continuou com algo que não entendi. No susto, dei dois passos para trás e fui atingido por algo na cabeça. Sangue.

Filha da puta.

Corri em sua direção. Ela gritou. Tive medo de ser acertado por outra coisa. Mas não dei esse tempo a ela. Cravei meu punhal em seu abdômen. Paramos frente a frente. Olho no olho.

– Por…

Tentou falar. Torci o punhal e puxei pra fora.

Ela caiu em cima do seu caldeirão e espalhou um líquido pastoso e azulado pelo piso. A poção. Quase pronta.

Sentei exausto. Acendi um cigarro. Uma sobrinha nascida e uma bruxa morta. Uma vida pela outra. Um longo dia.

Traguei profundamente.

Era um trabalho de merda. Mas alguém tinha de fazê-lo. Manter o equilíbrio, manja? Como um controle de pragas.

Passei um tempo sentado, pensando na vida, no meu trabalho. Meu avô me deixou uma boa grana, mas o testamento deixava claro que eu não poderia sair da quebrada. Nunca o odiei por isso. Entendia o motivo.

Fora isso, vez ou outra recebia recompensas pelas caças. Fazia de graça quando necessário, mas trabalhava por encomenda também.

Ouvi uma sirene.

Não era a primeira vez.

Eles passaram pelo portão que deixei aberto. Entraram pela sala e os vi na porta da cozinha. Não fugi, porque não teria pra onde. Meu devaneio custou caro.

– Vai, neguinho. Mão na cabeça, porra! – gritou o que liderava com o revolver apontado pra mim.

– Souza, olha essa merda aqui. – um dos policiais se dirigiu ao que apontava a arma pra mim – A velha tá morta, mano!

– Filho da puta! – Souza deu uma coronhada em mim, no mesmo lugar que a bruxa atirou o objeto.

Sangue. Muito sangue.

Sorri.

– Cara, vocês não fazem ideia no que estão se metendo. Mas vocês não entenderiam se eu explicasse. Então, vamos logo com isso.

Levantei e estiquei as mãos. Os quatro policiais presentes me olharam aturdidos.

Souza riu.

– É dos comédia. Olha só. É algum playboyzinho, é? – cutucou minha cabeça com o revolver. Não respondi – Bom seria se jogássemos ele do morro. Que cês acham?

Todos pareceram concordar. Mas eu já ouvia passos dos curiosos. Eles não correriam o risco.

Fui jogado na viatura com a cabeça ainda sangrando. Filhos da puta. Eu podia matar cada um deles, mas desonraria a Caça.

O carro arrancou rápido cercado de curiosos.

Souza ia no banco do passageiro e o outro policial que conversava com ele dirigia. Em meios aos solavancos que a viatura dava, ouvi retalhos de conversas.

– … tavam falando que ele é genro da mulher. Acabou de ter uma filha, o nóia – disse Souza.

– Genro? Caralho. Sogras têm fama ruim, mas não pra esfaquear a velha desse jeito.

Ri lá na caçamba. Estavam me confundindo com meu irmão. Gêmeo. O frouxo.

– … interrogatório tem que ser hoje, no máximo amanhã. Isso vai pra mídia rápido. Temos que…

-… mulher. Com uma filha recém nascida. É um merda mesmo.

-… era contra o casamento. Algo assim. Tava fazendo sabão nos fundos de casa.

Depois não ouvi mais nada.

O carro parou. Abriram o porta-malas. Sorri para Souza. Pedi um cigarro. Ele olhou para os dois lados e me deu um soco na boca.

Sorri com os dentes vermelhos.

Fui jogado numa cela superlotada. Era só mais um no meio de uma grande maioria negra. Mas sairia logo. Conhecia gente influente e tinha muito dinheiro.

Todos que me olhavam, logo desviavam os olhos. Eu devia ter alguma aura maligna, ou qualquer porra do tipo.

Fiquei no meu canto.

Algumas horas depois, poucas, fui chamado.

Um policial que eu ainda não havia visto me encaminhou à sala de interrogatório. Foi mais paciente, ao menos. Quando entrei, lá estava Souza e um outro cara.

– Muito prazer, Senhor… ? – ele queria que eu me apresentasse formalmente. Fiquei em silêncio.

Souza rangeu os dentes. Mas o outro continuou.

– Sou Carlos Magno, delegado da 35ª DP. E gostaria de saber o que aconteceu para que matasse sua sogra.

– Você teria um cigarro? – perguntei com um meio sorriso. Sangue seco nos cantos da boca.

– Você não pode fumar aqui. Sabe disso.

– Aquela mulher não era minha sogra.

– Claro que era, Diego. Mãe da sua esposa.

Eu não tinha uma esposa. Diego era meu irmão. Disse isso a ele.

– E quem é essa? – esticou fotos da vagabunda, minha cunhada – Não é sua esposa?

Bufei impaciente e me levantei. Souza pôs a mão no cano, mas Carlos o repreendeu.

– O que você quer, rapaz?

– Apenas me olhar no espelho.

Ele assentiu. Fui até o vidro espelhado da sala de interrogatório e parei. Cada músculo do meu corpo parou.

Olhei para o meu rosto. Sujo. Manchado de sangue.

Eu parecia um louco e comecei a rir disso também.

De relance, tive a impressão de ter visto alguém do outro lado e me aproximei do vidro. Cheguei perto mesmo. Meu hálito chegava a embaçar o espelho.

Então eu vi.

Pude vê-lo do outro lado. Com um ferimento na cabeça e sangue no avental hospitalar e nos cantos da boca.

Pareciam com os meus.

Minhas contas estavam erradas. O nascimento da minha sobrinha custou a vida de duas bruxas.

Então eu gargalhei. Alto. Incontrolável. Deitei no chão e continuei rindo.

Nossa família estava novamente completa.

Meu irmão tinha voltado à Caça.

29 comentários em “Dois por um (Weslley Reis)

  1. Carmem Soares
    21 de agosto de 2014
    Avatar de Carmem Soares

    As gírias me incomodaram um pouco, (falta de costume), mas a história prendeu minha atenção até o fim. Achei o final meio pobre.

    Um caçador de bruxas nas favelas brasileiras, foi uma situação bastante criativa!!!

    Me lembrou o caçador de vampiros. rsrs

  2. Pedro Luna
    20 de agosto de 2014
    Avatar de Pedro Luna

    Interessante. Achei o final um pouco confuso, mas acredito que peguei a conclusão. Cara maluco. Gostei da temática da favela.

  3. Fil Felix
    20 de agosto de 2014
    Avatar de Fil Felix

    Achei o conto meio Hellblazer meets João & Maria, principalmente pela temática de caça e os palavrões. Porém a linguagem me incomodou um pouco, não tanto pelos palavrões, mas sim pelas gírias, que fica estranho se usadas ao lado de outras palavras mais trabalhadas, dando essa diferença. Não precisa, necessariamente, utilizar da linguagem vulgar para expressar a vulgaridade da personagem.

  4. rsollberg
    19 de agosto de 2014
    Avatar de rsollberg

    Que loucura! Gostei bastante dessa mistura de início, Van Helsing, Constantine e Capitão Nascimento. O tabuísmo não me incomodou, ao contrário, deu força a narrativa.

    O mote da dupla personalidade ou – quem sabe? – de uma dupla existência, foi surpreendente.

    O sarcasmo deu muito dinamismo ao conto e tornou a leitura muito mais agradável.
    O desfecho foi ótimo – ainda que não seja um final totalmente aberto – deixou certa ambiguidade no ar.

    Definitivamente um dos melhores deste desafio.
    Parabéns e boa sorte!

  5. Rodrigues
    18 de agosto de 2014
    Avatar de Rodrigues

    É bem complicado quando a trama apresenta uma variedade de caminhos a tomar. Aqui, nesses tipos urbanos criados a toque de caixa, pois muito da cidade e dos personagens a quem o escritor refere-se podia ser melhor aproveitado – seja no ambiente, no modo de agir ou nas gírias – não consegui encontrar uma conexão, uma porta, para entrar na história. Quando se lida com personagens tão carismáticos, tanto como os caçadores de recompensa e as bruxas podem ser – aliados a essa ritualística que passa de pai para filho – espera-se um conto com mais energia para ser visto, com personagens nem tão pré-moldados como aqui, mas que se desenvolvem com o rolar da história, gerando empatia. Embora ríspidos sejam os diálogos e as ações encadeadas, pode-se ver esse conto como um esqueleto para um texto muito bom. Por enquanto, ainda deixa a desejar.

  6. Marcellus
    17 de agosto de 2014
    Avatar de Marcellus

    Um conto meio confuso, mas com boa narrativa. Pequenos detalhes a acertar, nada grave. Boa sorte!

  7. Martha Angelo
    17 de agosto de 2014
    Avatar de Martha Angelo

    Diferente este texto, a ideia me surpreendeu, prendeu a atenção até o final e me fez pensar em várias possibilidades : dissociação, bilocação.. As frases estanques parecem ser intencionais, então não me incomodaram muito. Gostei.

  8. Edivana
    17 de agosto de 2014
    Avatar de Edivana

    Primeiro fiquei confusa sobre o avental, dei uma volta para o começo da história para lembrar se ele vestia a roupa hospitalar, então fez sentido completamente. Gostei, muito! A linguagem cotidiana, o escracho. Adoro isso. E a história é boa, é uma crítica também, e esse cara é foda, curto demais os doidos.

  9. Juliano Gadêlha
    15 de agosto de 2014
    Avatar de Juliano Gadêlha

    Ótimo texto. O desenrolar dos acontecimentos é bastante intrigante e prende a atenção do leitor. O uso de linguagem coloquial deu mais autenticidade ao discurso, portanto uma boa escolha. A história é muito boa, talvez mereça até ser mais explorada. Parabéns pelo trabalho.

  10. Wender Lemes
    15 de agosto de 2014
    Avatar de Wender Lemes

    Belo conto, enredo cativante, personagem principal bem trabalhado – parabéns. Achei que o dialeto mais “simplório”, cheio de gírias, pareceu meio forçado sobre um outro dialeto mais culto, e isso ficou estranho, mas pode ser mais uma das ambiguidades de um personagem com dupla personalidade. De qualquer forma, gostei bastante. Boa sorte no desafio.

  11. williansmarc
    10 de agosto de 2014
    Avatar de williansmarc

    O conto tem uma premissa interessante, mas acho que poderia ter sido melhor desenvolvido. Esse estilo espaçado do autor(a) me incomoda um pouco, acho que as frases deveriam ficar todas em um mesmo parágrafo, ao invés de serem usadas várias quebras de linha.

    Boa sorte no desafio!

  12. Eduardo Selga
    8 de agosto de 2014
    Avatar de Eduardo Selga

    Este é o último conto que analiso no presente desafio.

    Parece-me que a tentativa foi criar uma atmosfera ambígua, de tal modo que o leitor não consiga apostar todas as suas filhas num único entendimento. Não quanto à existência do suposto gêmeo: o fato de ele enxergar, no final, o tal irmão exatamente com os mesmos ferimentos que ele, protagonista, possui, indica a alucinação do duplo. Mesmo ele “vestindo” seu suposto irmão com roupas hospitalares, o desvario está claro.

    A ambiguidade se coloca em relação à identidade da mulher. Seria sua sogra ou de fato uma bruxa? Como ele parece estar num surto alucinatório, a julgar pela conversa dos policiais, é de se supor seja a mulher sua sogra. Mas quais os motivos do homicídio? O velho clichê da sogra insuportável? Vá lá que seja, mas nenhuma indicação é dada. Não pode ser a loucura pela loucura, pois em processos psicóticos -como acredito ser o caso- motivações normalmente guardadas nos porões da mente afloram.

    Entretanto, se a mulher não for de fato uma bruxa urbana, há uma passagem um tanto nebulosa. O personagem-narrador diz “Ela continuou com algo que não entendi. No susto, dei dois passos para trás e fui atingido por algo na cabeça. Sangue.”. Ora, ele recuou, ela estava diante dele.Então, o que ou quem o atingiu? Só se for algum recurso de feitiçaria. Então é uma bruxa? Os policias não podem ser, pois eles chegam depois e o atingem com uma coronhada no mesmo ferimento.

    Supondo que seja mesmo uma bruxa e não a sogra, não há indicação de que ela tenha se movimentado no sentido de agredi-lo. Cria-se um impasse interpretativo.

    Esse dado estranho prejudicou a ambiguidade. Num conto em que esse recurso é utilizado, causando propositadamente mais de uma possível interpretação, os caminhos para essas possibilidades precisam estar desatravancados.

    Em 08/08/2014.

  13. Lucas Almeida Dos Santos
    8 de agosto de 2014
    Avatar de Lucas Almeida Dos Santos

    Me incomodou um pouco a maneira que o narrador fala, misturando alguém da comunidade com alguém fora, principalmente por palavras que eu sei que ele não falaria por ser de uma comunidade.
    Mas não me leve a mal, parabéns pelo texto, é diferente, foge do comum.

  14. Marquidones Filho
    8 de agosto de 2014
    Avatar de Marquidones Filho

    A linguagem não poderia ser diferente pra esse “Supernatural” brasileiro. Muito bom!

  15. JC Lemos
    7 de agosto de 2014
    Avatar de JC Lemos

    Uma dupla personalidade? Não sei se entendi bem, mas ainda assim gostei do resultado, no geral. A trama é legal e a narração corre sem problemas. Não gostei de alguns trechos, achei que as palavras não se encaixaram bem nas frases.

    Enfim, um bom conto!
    Parabéns e boa sorte!

  16. Thata Pereira
    7 de agosto de 2014
    Avatar de Thata Pereira

    O(a) autor(a) provavelmente irá esperar comparações com Supernatural, juro que eu não queria ser a chata, mas quando li que se tratavam de dois irmãos caçadores a associação foi imediata. Até então eu não ia comentar, mas depois apareceu que o trabalho era ”de família”, mesmo com o desvio do pai, não pude evitar.

    Mas eu gostei muito das bruxas nas favelas, se você explorar um pouco mais essa ambientação acho que só tem a ganhar.

    Boa sorte!!

  17. Gustavo Araujo
    6 de agosto de 2014
    Avatar de Gustavo Araujo

    Para mim, esta foi a melhor abordagem do tema. A mais criativa, pelo menos. Um (ou dois) caçador(es) de bruxas, paulista(s) da gema. Gostei muito da ambientação, da maneira como o narrador se dirige ao leitor, com suas gírias e sarcasmo carregado — e o que melhor, não exagerado. Leitura fluida, limpa, sem atropelos. Só não gostei muito do final. Ao que me parece o autor quis aplicar um arremate à la “Clube da Luta” e isso me pareceu um pouco forçado. Mas, de todo modo, fiquei com uma boa impressão. Um conto que evidentemente se destaca pela ousadia e pela perícia do autor em criar uma atmosfera bastante verossímil, ainda mais quando o tema flerta com o fantástico. Parabéns.

  18. fernandoabreude88
    5 de agosto de 2014
    Avatar de fernandoabreude88

    Não sei, normalmente eu gosto dessa linguagem coloquial e com gírias, mas nesse caso não caiu legal. Pra falar a verdade, ficou uma coisa meio Cowboys X Aliens, obviamente que a caracterização e essa espécie de roteiro daqui são bem melhores que as do filme. No meu caso, eu me centraria mais na tradição familiar da Caça, nos personagens como o pai e o avô, eles como uma lenda subterrânea na cidade algo assim. A melhor parte do conto é quando ele está caçando a velha, muito boa, eu encurtaria o começo e o final, descrevendo melhor essa passagem. Achei médio.

  19. Eduardo Matias dos Santos
    5 de agosto de 2014
    Avatar de Eduardo Matias dos Santos

    Interessante a ambientação, mesmo. Vai contra a maioria dos clichês que permeiam este estilo literário.

  20. Walter Lopes
    4 de agosto de 2014
    Avatar de Walter Lopes

    Daria um bom livro

  21. David.Mayer
    4 de agosto de 2014
    Avatar de David.Mayer

    O que gostei:
    Da escrita e da imersão na cabeça de um lúnatico. Invariavelmente eu fico muito confuso durante a leitura ou no final.

    O que não gostei:
    Final confuso. Ainda não entendi o que aconteceu com ele. Existiu mesmo um irmão gemeo?

    Melhorar:
    Dar uma melhorada no final, deixando clara a ideia do auto para com os leitores.

  22. rubemcabral
    4 de agosto de 2014
    Avatar de rubemcabral

    Achei interessante, em especial pela ambientação e pelo enredo. No entanto, o relato do “malandro” soou filtrado demais, não passou muita verdade. Penso que o autor poderia ter investigado e usado mais do falar das favelas, para dar mais “carne” ao protagonista.

  23. Fabio Baptista
    3 de agosto de 2014
    Avatar de Fabio Baptista

    ======== ANÁLISE TÉCNICA

    A linguagem “da favela” cativou, mas saiu com o freio de mão puxado em alguns pontos:
    – Mas ela estava
    >>> caberia mais um “tava”
    – por sobre
    >>> não imagino alguém falando assim

    – Não tinha outro jeito de aprender a não matar uma tiazinha que tá só fazendo mingau pro neto
    >>> poderia melhorar essa frase… “aprender a diferença entre uma bruxa de verdade e uma tiazinha…”, por exemplo. Assim ficou meio confusa, na primeira batida de olho me pareceu que faltou um “ser”, tive que ler duas ou três vezes para entender. (bom, talvez seja só o sono :D)

    – negocio
    >>> acento

    Cenas de ação muito bem descritas e os diálogos com a “puliça” idem.

    ======== ANÁLISE DA TRAMA

    A história sem dúvida prende a atenção. O cenário se destaca pela originalidade (para o tema bruxas) e ficamos com vontade de saber mais sobre a “Caça”.

    Muito bom.

    Porém, esse final ficou confuso e frustrou um pouco minhas expectativas.

    ======== SUGESTÕES

    – Carregar mais no “favelês”

    – Alguns pontos ficaram meio mal explicados (não muito bem detalhados), por exemplo o conhecimento de pessoas influentes, como eram os “contratos” que ele fazia como caçador de aluguel e tal. Provavelmente isso possa ser explicado numa história maior, mas, dado o limite de palavras, acho que seria melhor simplesmente tirar essas referências a um universo mais amplo.

    – Mudar esse final… acho que o irmão ajudar o cara a fugir seria bem melhor.

    ======== AVALIAÇÃO

    Técnica: ***
    Trama: ****
    Impacto: ***

    • Fabio Baptista
      3 de agosto de 2014
      Avatar de Fabio Baptista

      Ah… esqueci de um negócio.

      Tem que cuidar pra esse cara não ficar muito parecido com o Constantine! 🙂

  24. mariasantino1
    1 de agosto de 2014
    Avatar de mariasantino1

    Oi! O final é interessante.
    Gostei da escrita despojada, gostei da ideia central, dos diálogos…mas me incomodou a repetição de algumas palavras de baixo calão (nada contra o uso, eu entendo, só estou falando de repetições). Senti um clima da série Supernatural (os dois irmãos unidos em um propósito MEDONHO)
    .
    Boa sorte.

  25. Pétrya Bischoff
    1 de agosto de 2014
    Avatar de Pétrya Bischoff

    Cara, curti muito esse conto. Tem uma narrativa que remete aos filmes Sin City e Guardiões da noite. Esse é um caso em que a estória pode ser uma merd@ -o que não é o caso, só não há uma grande trama-, mas a narrativa salva, de qualquer maneira. Penso que pode estar entre meus eleitos. No entanto, não sei se cheguei a entender o final… O cara matou a esposa? Enfim, parabéns e boa sorte.

  26. Claudia Roberta Angst
    1 de agosto de 2014
    Avatar de Claudia Roberta Angst

    Eu já ia reclamar da repetição de tanto “ela” no primeiro parágrafo.Isso me irritou um pouco, além do “conto” sem plural; mas aí percebi que fazia parte da linguagem do narrador. Então, nem vou julgar o moço, mesmo porque é um caçador de bruxas e eu prefiro me proteger…rs.
    O ritmo da narrativa é bom, puxa o leitor para a história, apresenta dinamismo e agilidade.
    Não entendi muito bem o final (isso está se tornando uma constante neste desafio). O irmão também matou alguém?Uma outra bruxa? A mulher? Ou era ele mesmo julgando ver o gêmeo? Ou na verdade, não havia irmão gêmeo e tudo era um surto esquizofrênico?
    Gostei da história desenvolvida nas “quebradas”, mas acho que a pobre senhora fazendo sabão foi confundida com uma bruxa qualquer. As frases curtas são as melhores.

  27. Ricardo Gnecco Falco
    1 de agosto de 2014
    Avatar de Ricardo Gnecco Falco

    Muito bom! Diferentemente do que o protagonista afirma sobre sua função, este conto aqui daria, sim, um ótimo filme. Passado no lado menos maravilhoso — mas igualmente atrativo — da mais famosa cidade do país. E na voz de um “Capitão Nascimento” negro, caçador de bruxas. Certamente renderia um “blAckbuster” de primeira qualidade! 😉
    Qualidade esta sorvida em cada linha lida; a começar pela escolha da pessoa do narrador da história. Sempre um risco mas que, quando funciona, funciona mesmo. A Primeira Pessoa trouxe ainda mais propriedade para o trabalho e proximidade para com o leitor, jogando-o favela a dentro já logo de cara. A caracterização das falas e pensamentos também completam a lista deste belo trabalho apresentado.
    É, parcêro… Mandou bem! Deu um baile com este conto! Com reais chances de que “ninguém vai subir” mais alto do que esta obra, lá no pódio… 🙂
    O final também foi digno do que merecia este trabalho primoroso!
    Parabéns!
    Boa sorte,
    Paz e Bem!

  28. José Geraldo Gouvêa
    31 de julho de 2014
    Avatar de José Geraldo Gouvêa

    Gostei do conto, mas não entendi, afinal, por que razão o nascimento da sobrinha custara a vida de duas bruxas.

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Informação

Publicado às 31 de julho de 2014 por em Bruxas e marcado .