EntreContos

Detox Literário.

Do Lado de Fora (Rubem Cabral)

pedro.lopesO relógio na parede marcava cinco para as seis da tarde e o Sol, mau imitador de certo famoso pintor holandês, se esforçava em tingir de laranja-ocre o quarto 401 da Clínica de Oncologia Dr. Meyer. Mesmo a morte não ousaria vestir-se de cores soturnas para recepcionar a danada da Marisa, refletiu de forma agridoce o meu eu-idoso que dormira por dez dias seguidos na cama “de acompanhante”.

Lá estava o pobre agora; de pé, à cabeceira da senhora e, pela derradeira vez, eu, ele, Pedro Lopes, segurou trêmulo a mão da esposa, notando o brilho do seu olhar de esmeralda finalmente evanescer.

O ancião não pôde resistir e deixou as lágrimas até então economizadas rolarem livres e pingarem de seu rosto para o dela – água correndo pela cútis muito sulcada, feito chuva, abrindo caminho no solo ressequido depois de uma longa estiagem. Ele ajeitou os cabelos esparsos da falecida, de forma carinhosa. Chorou mais, mansamente, sem emitir ruído, talvez por vergonha. Meus olhos coçaram, embora sem verter lágrimas então. Não fora a primeira vez que eu a via morrer naquele mesmo cômodo cor-de-poente, não seria tampouco a última.

Nada seria novamente feito pela última vez…

— Vá com Deus, a gente se encontra logo. Droga! Ah, Marisa; sempre tão apressada, não? Tinha que me pregar esta peça; não foi o que combinamos! Ao menos, ao menos me apareça em sonho e me conte como está, tá bom? Não me deixe preocupado e sem notícias, você sabe como eu sou… Ou venha puxar meu pé com uma mão gelada de alma penada, feito eu ameaçava fazer se por acaso fosse eu o primeiro – ele esboçou um sorriso cúmplice e beijou-a na testa. — Hora de chamar os meninos…

Dezessete minutos e treze segundos de acordo com meu relógio de pulso, a janela temporal fechava-se.

O casal me atravessou como se eu não estivesse ali.

Marisa movimentava-se com graça, meio conduzida por mim, no salão de baile do Clube Passarada. Ela tinha quinze, eu catorze. A banda tocava Roupa Nova, Whisky a Go Go. Eu observava os dois, invisível às criaturas bariônicas. Deus, como eu era desengonçado! Ela, leve feito bailarina, e meu eu-adolescente mais adequado àquelas coreografias de break que imitavam robôs, ainda populares à época.

No dia seguinte o tonto contaria vantagens aos seus colegas, diria que teria segurado seu seio, alisado sua coxa por sob a saia, muito embora tudo fosse mentira. Eu não tinha coragem, vangloriava-me de ter transado com todas as meninas do colégio, de ter perdido a virgindade aos doze com duas mulheres de vinte e repetido o ato sete vezes, sem descanso. Contudo, era tão inédito ao sexo quanto minha tia-avó freira que lecionava datilografia e piano num colégio para moças em Petrópolis.

Após quinze minutos, meio escondidos por detrás de um biombo decorado com flores de plástico, nos beijamos. Algum sucesso do Kid Abelha tocava então. Ele, sem saber direito o que fazer com a língua na boca da garota, tentava também esconder uma ereção quase explosiva, colocando as mãos no bolso da calça U.S. Top, para disfarçar. Ela certamente achando graça; das minhas espinhas, do meu cabelo louro espigado, da minha pouca altura.

(Mulheres não deveriam ter mais de um metro e setenta e nunca, jamais, um e setenta e oito. E, se o tivessem, teriam que ser proibidas por lei de usarem sapatos de salto alto).

Marisa rindo de tudo, mas de um modo gentil, sem fazer troça. Mais tarde não comentaria maldosamente com as amigas sobre meu desempenho pífio como beijador. Ah, mulheres são tão maduras aos quinze! Ela tão menina e já sabia o que estudaria (veterinária), para que países viajaria (todos, menos os imperialistas E.U.A.), quantos filhos teria (um casal, gêmeos). Mas isso já bem velha; certamente com mais de trinta.

Percebi que vórtice temporal se formava e mentalmente me despedi do casal de inocentes com um “até logo”. Por alguns momentos retornei ao nada, ao vazio eterno e cinza do exoverso, para aleatoriamente ser inserido outra vez naquela linha de tempo.

Aquele Pedro Lopes crescera alguns centímetros mais, cultivava uma barba castanha rala e subia as escadarias íngremes da República dos Insones, em Ouro Preto. Resolvera cursar Física na UFOP porque a relação candidato-vaga era uma das mais favoráveis, não porque gostasse tanto dos teoremas de Newton ou Einstein. Ao menos ele, eu, era bom com matemática…

O relógio da praça lá fora marcava duas e quinze da madrugada. O rapaz estava bêbado de cachaça com guaraná, de batida e de cerveja, e a cidade ainda fervia lá fora. Era carnaval e, dentro de uma semana, após muita hesitação e inúteis conselhos, simpatias e remédios caseiros, o azarado teria que ir ao urologista para tratar sua primeira DST. A primeira de três na vida, todas adquiridas naquele período nebuloso e lisérgico passado na cidade que uma vez se chamou Vila Rica.

O rapaz tropeçou no décimo-quinto degrau, um que sempre rangia feito um bicho ferido quando pisado. Perdeu o equilíbrio, rolou tal qual mala pesada jogada de qualquer jeito na esteira do aeroporto, até o capacho junto da entrada do prédio centenário. Fraturou o mindinho direito, chorou, vomitou sobre a camisa de malha com estampa dos Ramones e acabou por dormir ali mesmo, sentindo imensa pena de si.

Involuntariamente eu cocei a cicatriz por onde o osso saltara, o dedo havia ficado um pouco torto. Três colegas passaram e pularam aquele meu corpo; uma marionete triste, solta dos fios, largada sobre o piso de tábua corrida. Apenas o Guilherme Martins, o grande Gaguinho, fora amigo suficiente pra me carregar até o pronto-socorro.

(O socorro prestado pelo Guilherme seria com certeza um dos motores de nossa amizade vitalícia, refleti depois de re-testemunhar a cena).

Fora o mesmo Gaguinho que me falou a primeira vez sobre aquela lenda maluca; que em sua cidade natal, São Tomé das Letras, haveria uma passagem dimensional para Machu Picchu em certa Gruta do Carimbado. Alguma coisa a ver com os cristais energizados da região, com os intraterrenos, com o alinhamento correto dos planetas ou com eclipse necessariamente coincidente. Certa ocasião o gago experimentara uma viagem do tipo; fumara tanta maconha, bebera tanto chá de cogumelo de esterco numa festinha em São Tomé, que fora teleportado magicamente para Três Corações: sem memórias, sem carteira, sem escalas e sem calças.

Não revisitava todos os momentos de minha vida, aliás, nem mesmo a minha vida exatamente, pois nunca tive a sorte de envelhecer ao lado de Marisa. O incidente aconteceu muito antes. Era como se minha experiência temporal se resumisse a um infinito passeio pelo meu Jardim de Caminhos Bifurcados particular. Muito embora eu só visitasse suas esquinas, os pontos decisivos. Nunca me visitara dormindo, por exemplo. Ao menos até agora.

O que é, afinal, o agora?

Chegara Janeiro e ele, eu, retornara formado à minha cidade natal, para ainda morar com meus pais. Conseguira passar no concurso do magistério público e enfrentaria em breve adolescentes que me odiariam simplesmente porque Física seria odiável de qualquer forma. Antes do meio do ano, no entanto, descobririam em mim alguém com quem poderiam sempre contar.

Numa tarde calorenta, errando por uma galeria comercial atrás dum sorvete ou algo para me refrescar, reencontrei Marisa namorando uma blusa numa vitrine da loja homônima. Eu a reconheci de imediato; não sei se foi por seu cacoete de enrolar um cachinho com a mão esquerda, ou pelo jeito engraçado de se equilibrar sobre um dos calcanhares, ou ainda pela altura – muito embora, graças a Deus, ela calçasse sapatos baixos desta vez. Seu corpo movimenta-se inequívoco, marisamente, e por tudo isso, não resisti e brinquei como tão-só os grandes amigos podem brincar.

— Gata, seu pai é padeiro? Porque você é um sonho.

O mulherão girou o corpo rapidamente, franziu o rosto numa careta que quase a fez feia. Seus grandes olhos verdes faiscaram, com certo quê predador, de cobra pronta a dar o bote. Ele sorriu amarelo, com receio do bofetão que poderia vir em seguida, porém eu sabia que não havia tapa algum a caminho.

— Pedroca?! É você? Ha-ha-ha! Ah, só mesmo um filho da mãe feito você pra me passar esta cantada de pedreiro de obra em plena Galeria Miller!

— Ah, Marisa… Que saudade! Que bom que você se lembrou de mim!

— Me esquecer do meu melhor namorado? Como? Me dá aqui um abraço, seu tratante! Voltou de vez ou vai bundear outra vez pelo mundo?

Eu a abracei com força, seu perfume de cabelo recém-lavado invadiu meus sentidos e então minha visita foi interrompida por mais um fim de ciclo.

Reconheci o Campus do Morro do Cruzeiro da UFOP. Na sala de aula, Doutora Luíza Helena, um dos meus professores preferidos, gesticulava exagerada, como se pudesse envolver toda a criação com seus curtos bracinhos cor de chocolate.

— A maior parte da massa do universo observável não é resultante da matéria como nós a entendemos, bariônica, feita de elétrons, prótons, nêutrons; essa turma que todos nós conhecemos desde o primeiro grau. Só quatro por cento da massa consistem destes átomos de verdade. Segundo estimativas, vinte e três por cento provêm da matéria escura e os outros setenta e três são energia escura. E o que são matéria e energia escuras? Um Nobel pra quem propor uma teoria consistente sobre a natureza de ambas! Só sabemos que muito fracamente interagem com a matéria normal, e que são invisíveis aos nossos instrumentos atuais, embora os efeitos gravitacionais possam ser medidos.

— Professora, e os táquions? Li em algum lugar que eles teriam massa imaginária.

— Sei, Pedro; leu em algum livro de FC ou em algum gibi. Digo, gibi não! Vocês hoje dizem graphic novel, né? – ela riu, fazendo-me rir e a turma toda também. — Táquions são só teoria, meu filho; brincadeiras matemáticas com a física einsteiniana. E = m.c2. Coloque um múltiplo de i na massa e você inverterá as propriedades da matéria propriamente dita. De forma paradoxal, quanto menos energia um táquion possui, mas rápido ele é. A mais lenta destas partículas é pelo menos sempre mais rápida que a luz. Se existissem, táquions formariam algo além, outra realidade; não respeitariam tempo e espaço. Mas isso tudo é bobagem especulativa, tão interessante como tema de papo de bar quanto a Teoria das Cordas ou um antitelefone taquiônico. Alguma outra pergunta? Digo, alguma que não saiu dum livro do Asimov ou Arthur C. Clarke?

Abril chegara refrescante naquele ano, eu bem me recordo. Desde o nascimento dos meninos decidimos alugar uma casa grande com quintal, perto da Praça Tamandaré. Marisa mantinha um consultório veterinário no centro, na mesma galeria aonde havíamos nos reencontrado. À exceção de ter uma menina ou viajar para outro país além do Paraguai com uma tia muambeira, seus planos de juventude teriam em boa parte se realizado.

Gaguinho resolvera ligar-me naquela noite para enfim darmos cabo de nosso projeto de juventude. Materializei-me no meio da conversa dos dois.

— Um pe-pessoal da Globo percorreu quase quinze qui-quilômetros sem encontrar o fim da gruta e desistiu. A gente filma tudo e pode até ga-ganhar uma gra-grana legal. O teto é sempre al-alto e o caminho não é ín-ín-íngreme. Pra alguém baixinho feito tu dá pra andar o tem-tempo todo sem abaixar a ca-cabeça.

— Um e setenta e três não é baixo!

— Sei, de-dentre os pigmeus lá da Á-áfrica tu se-seria gi-gigante, Pe-pedroca! Di-dizem que a gruta não é na-natural, que foram os in-in-intraterrenos que construíram. Já te falei, né? No fe-feriado de Ti-tiradentes, tô organizando com um grupo, vamos caminhar até encontrar o portal e viajar até o Pe-peru. Vocês bem que po-poderiam ir com a gente.

— Seria bem legal, nem mesmo temos programa pro feriado, mas não sei se a Marisa toparia a aventura. E teríamos que deixar os meninos com minha sogra. E desde que o Lipe quase botou fogo nas cortinas dela, sei não…

— Traz eles tam-também, podem ficar na fa-fazenda com meu pe-pessoal até a gente voltar. A pro-propósito, co-como tão os garotos?

— Tão ótimos. Fizeram seis anos mês retrasado. Uma peste e um santinho; foram feitos na mesma fôrma, mas só de olhar pro ar de arteiro do Lipe eu já sei que ele não é o Carlinhos, isso desde que eram bebês.

— Me pa-passa aí o trem pra Marisa. Ti-tive uma ideia. Tem uma égua na fa-fazenda do meu pai que tá pra pa-parir. Quem sa-sabe eu não consigo con-convencer ela assim? De-deve tá cansada de ca-cachorro e gato de madame… Depois vamos todos juntos; tem guia, é su-superseguro.

Eu nunca fora muito bom em subir árvores, até os dez anos. Roberto e Luiz, meus primos adolescentes, escalavam a mangueira do meu quintal feito macacos. Já eu, progredia penosamente, sempre me certificando que o pé estava bem apoiado, que não havia risco de cair. Evitava olhar para baixo, pois tudo começaria a girar.

Lá estava ela: a mãe de todas as mangas-espadas, que avistamos pela primeira vez naquela manhã; alta, alta, bem no topo da árvore, coroada por folhas quase negras de tão escuras. Meus primos me deram passagem e eu segui, com meus olhos vidrados na fruta verde-esmeralda.

(Verde já era minha cor favorita. Algum eco do futuro, vazando pelo espaço-tempo, uma justificativa para meu fascínio pelos olhos de Marisa?).

Pela quinta vez eu me vi me esticando, o corpo ágil e magrinho, agarrando o prêmio por minha coragem. Roberto e Luiz comemorando com “urras” e gritos de incentivo.

A fruta fora tão grande que nós três a comemos até quase enjoar.

Ele, eu, dávamos os primeiros passos com nove meses e aos nove anos quebramos o braço direito ao cair de bicicleta. O ancião viúvo fora morar com Carlinhos até que faleceu dois anos depois, de alguma complicação cardíaca. O filho segurava sua mão e lágrimas correram de seus olhos por sobre o rosto do velho. Marisa viajara a contragosto com os meninos e Pedro à Disneylândia quando eles tinham dez. Houve três cachorros de raça Pastor Alemão, todos chamados Tupã. Houve um gato preto e branco chamado “Gato” depois que os garotos saíram de casa. “Gato” não gostava de mim e chiava feito chaleira quando eu tentava pegá-lo. Felipe engravidara a namorada quando tinha dezenove, Carlos saíra do armário dois anos antes. Com trinta e sete Marisa engravidou, mas perdeu a menina com quatro meses de gestação. Dezesseis anos, Pedro saltava da plataforma da piscina do Clube Passarada, finalmente superando o medo de altura. Aos trinta e dois, uma aluna inteligente perguntava durante sua aula sobre partículas primordiais e ele pôde se sentir “mestre”, replicando as palavras sábias da professora da UFOP.

Tanto por ver, tanto por rever. Outra, outra vez.

Desde o incidente original eu não tivera a oportunidade de visitar o berço de meu infortúnio.

Durante a excursão à gruta ele havia se afastado do grupo, ao parar para amarrar os cadarços das botas, que teimavam soltar.

(Minha mente viajava; bastava-me ter usado outros sapatos e tudo poderia ser evitado).

Em alguma outra parte do mundo o eclipse total do Sol seria observado por populares exatamente naquele instante, através de pedaços de chapas de raios-X e de cacos de vidro esfumaçados.

Pedro parou ao reparar que um corredor lateral muito estreito e que dava num paredão, fulgurava verde, de forma muito intensa.

(Minha mente viajava; luz de qualquer outra cor teria me atraído da mesma forma?).

Gritou por Marisa, Gaguinho e pelos outros. Apertou-se por entre as paredes de pedra úmida e pôde observar melhor a fonte de toda aquela luz: um objeto ovóide com talvez dois metros de altura por um de largura, que ondulava, flutuando no ar. Tinha aspecto orgânico, como se fosse uma água-viva fosforescente. “Gelatina elétrica de limão e LSD”, fora um pensamento que surgira em nossas mentes. Havia coisas piscando lá dentro, pareciam estrelas, galáxias ou aglomerados destas.

Pedro aproximou-se com cuidado, já percebendo os passos dos companheiros lá fora. Seus olhos podiam agora notar mais detalhes; a coisa pulsava e dentro dela objetos explodiam e implodiam sem parar. Como incontáveis Big Bangs e Big Crunches

Foi então que tudo aconteceu: ele aproximou-se demais e foi absorvido para dentro do que descobriria depois se tratar do famoso portal.

Dentro da coisa ícones brilhantes flutuaram diante de seus olhos. Tentou sair, mas não conseguiu. A esmo tocou nas figuras que pareciam com símbolos maias que ele vira uma vez numa revista da National Geographic.

O objeto desabou sob si mesmo – matéria normal não pode viajar acima da velocidade da luz, lembrei-me – mas táquions podem. De alguma forma o artefato me traduziu e me inseriu, dimensões acima de nossa realidade, no exoverso. Talvez depois me reencarnando como matéria ou energia escura nos ciclos subsequentes neste universo.

Mas nada, nada poderia me preparar para o que vi então. Somente neste momento notei que Pedro continuava lá, caído de joelhos no solo molhado da caverna, pálido de susto, quando finalmente foi alcançado pelos amigos e pela esposa.

— Minha nossa! Vo-vocês não vão acreditar no que eu vi!

Isso, isso não fazia sentido! Eu, eu transitara em velocidade superlumínica, num fluxo que me pareceu durar eras, revolvendo meu âmago, destruindo-me, reconstruindo-me. Eu observara incontáveis universos piscando, distantes, nascendo e morrendo, bolhas efêmeras da espuma primordial, do lado de fora. Estou na linha de tempo correta? Se não fui eu, quem foi? Quem sou eu?

Ou melhor: o que sou eu?

E então, talvez para me fazer calar, mais uma vez minha janela temporal se cerrou.

………………………………………………………………………………………

Este conto foi escrito por Rubem Cabral sob o pseudônimo “Pedro Lopes” para o Desafio Literário sobre “Viagens no Tempo”

29 comentários em “Do Lado de Fora (Rubem Cabral)

  1. rubemcabral
    30 de outubro de 2013

    Muito agradecido a todos que leram e deixaram suas impressões. Já acertei alguns detalhes nos diálogos e em partes que a narração soou distante.

    Colher estas impressões de quem lê é especialmente importante, por prover um feedback tão diverso de gostos e referências culturais.

    Obrigado outra vez.

  2. Felipe Holloway
    29 de outubro de 2013

    Tem muito o que dizer, não. Exceto que eu não via a estrutura dos recortes memoriais compondo um panorama existencial sendo empregada de forma tão enternecedora desde a graphic novel Blankets, do americano Craig Thompson.

    Voto nº 1, até agora. E uma reverência.

  3. Bia Machado
    29 de outubro de 2013

    Gostei bastante! Está cada vez mais difícil fazer esse “pódio”, senhor! O texto é quase uma delícia de ler (tirando umas coisinhas que me confundiram, não sei se entendi bem), mas tem personagem cativante, ótima narrativa, tanto que podia ver as cenas do que era descrito… Parabéns!

  4. José Geraldo Gouvêa
    28 de outubro de 2013

    Esse conto é perfeito também. Candidatíssimo a derrotar o meu. hahahah….

    Fica até difícil comentar.

  5. Juliano Gadêlha
    26 de outubro de 2013

    Excelente, muito bem desenvolvido, muito bem escrito. Bons personagens, história cativante e emocionante, sem cair naquele clima de novela. Dá vontade de saber mais sobre a vida do Pedro. E todo o background científico e místico torna a história ainda mais crível. Esse conto me parece perfeitamente bem acabado, impecável. Ótimo trabalho, parabéns.

  6. fernandoabreude88
    24 de outubro de 2013

    OPA! Aqui está um conto com um dos personagens mais cativantes de todos que li. Gosto dessa viagem em que o escritor vai pescando situações, as referências aos estados brasileiros, cultura local. Bom conto.

  7. Andrey Coutinho
    23 de outubro de 2013

    Um dos melhores que li até agora em termos de acabamento. Aparenta já estar num estado bastante avançado de polimento e edição. A história também é muito bacana, entrando no campo da ficção científica de maneira satisfatória, mas sem perder o foco no desenvolvimento dos personagens. Nesse aspecto, ouso até traçar um comparativo com “Donnie Darko”, de Richard Kelly, um dos meus filmes favoritos, que também desenvolve a ficção científica e a viagem no tempo com sutiliza similar.

  8. Sérgio Ferrari
    23 de outubro de 2013

    Eu queria saber do autor(a) depois, se ele se inspirou em Moacyr Scliar pra narrativa , particularmente neste conto:
    http://acd.ufrj.br/~pead/tema12/ponto24.html

    Olha só, legal. Parabéns pelo final. Contista tem que saber fazer um final. E o teu foi na hora certa.

    • Pedro Lopes
      23 de outubro de 2013

      Não, Sérgio. Eu até conheço este conto do Scliar, mas ele não me veio na cabeça quando escrevi. Este lance de “eu, ele” surgiu naturalmente durante a narração.

      A ideia original era essa: um homem que é transportado para instantes aleatórios de sua própria vida descobre que ele é na verdade uma espécie de clone imaterial de si mesmo.

      • Sérgio Ferrari
        24 de outubro de 2013

        De qualquer forma, muito bom, curti.

  9. bellatrizfernandes
    22 de outubro de 2013

    Ah. Meu. Deus. O. Melhor. Conto. Ever.
    W. Somerset disse que existem 3 regras para se escrever uma história, mas infelizmente, ninguém sabe quem elas são. Eu discordo. Aparentemente você sabe! Tudo ficou bem amarrado, ficou fácil de ler, gostoso, fiquei ávida para saber o final. O protagonista me encantou, pela sua vida simples e fácil de se relacionar com. MA-RA-VI-LHO-SO!

  10. TONINHO LIMA
    22 de outubro de 2013

    Gostei muito desse jogo de egos, às vezes ele, outras vezes eu, para ir aos poucos construindo e revelando o personagem. Me deixei levar por essa mistura e gostei bastante do conto.

  11. Elton Menezes
    22 de outubro de 2013

    Sobre a história… Curioso comentar antes de mais nada que os dois contos que li agora, o anterior e esse, citaram Whisky a Go Go. Enfim, gostei muito da construção de uma história montada em pedaços que se juntam de memórias que se reconstroem em uma viagem infinda. A formação da história segue tão bem isso, que os intervalos de uma passagem para outra são até marcados por símbolos do infinito. O final do conto ficou muito legal.
    Sobre a técnica… Muito bem escrito, pontuação correta e narração personagem sem maiores problemas. Elogio o jogo do ele-eu, que deu uma cara bem própria ao conto.
    Sobre o título… MUITO legal. Muito mesmo. A bem da verdade, é isso que ele vivia: a experiência de assistir a tudo do lado de fora, sem interagir.

  12. Thata Pereira
    21 de outubro de 2013

    O que posso dizer? Me senti em casa! (rs’) Estou completamente curiosa para saber quem é o autor. Com vontade de ir para São Tomé encontrar a tal gruta, nem que seja para chegar só até Três Corações que é minha cidade vizinha.

    Gostei muito da leitura, foi muito suave para mim, mesmo nas partes teóricas. Também gostei da história. Parabéns!

    • Pedro Lopes
      21 de outubro de 2013

      Thata: cuidado com o portal! 😀

      Não moro na região, mas conheço e gosto muito de São Tomé.

      • Thata Pereira
        25 de outubro de 2013

        E quem não gosta de São Tomé? haha’ Parabéns!!

  13. Frank
    17 de outubro de 2013

    Como já disseram um conto muito bem escrito e estruturado. Bem bacana a história de vida do protagonista! Belo conto (ainda que não seja meu estilo predileto)!

  14. Claudia Roberta Angst (C.R.Angst)
    17 de outubro de 2013

    A narrativa utilizando flashes no tempo pode não ser original, mas funciona muito bem. Conto bem estruturado e muito bem escrito. Fácil de le.

  15. TONINHO LIMA
    14 de outubro de 2013

    Gostei bastante da estrutura do conto. Boa leitura, situação dramática bem revelada, personagem forte. Parabéns.

  16. selma
    14 de outubro de 2013

    apenas como leitora: não me envolveu.

  17. Jefferson Lemos
    14 de outubro de 2013

    Um conto muito bom e bem estruturado. Em algumas partes, a escrita mais “rústica” chega a ser um pouco incomoda, porém no geral ficou muito bom.

  18. mportonet
    14 de outubro de 2013

    Fantástico.

    Uma história que vale ser lida. O passeio pela vida do protagonista foi inserido de forma orgânica e totalmente integrada. Uma narrativa cativante e emocionante.

    Para mim o melhor conto até agora. Não o defino como perfeito por conta de umas poucas delongas científicas, mas mesmo isso está muito bem encaixado.

    Parabéns ao autor(a)!

  19. Gustavo Araujo
    12 de outubro de 2013

    Um contaço, em todos os sentidos. Enredo bem desenvolvido, personagens críveis e – o que é difícil neste tipo de temática, enredo verossímil. A inserção de elementos científicos foi muito apropriada. A história de fato prende e leva o leitor ao próximo parágrafo em meio a uma inércia irresistível – li enquanto segurava a bebê no colo, rs.

    É verdade que contar a vida do personagem por meio de flashes temporais não é exatamente original – mas, se pararmos para pensar, o que é original hoje em dia? O mérito do autor está em justamente apanhar um tema surrado e transformá-lo em algo surpreendente, crível e de leitura agradável.

    O que poderia ser melhorado, talvez, refere-se aos diálogos – alguns pareceram um tanto artificiais, assim como a carga emocional na narração. Por vezes, a impressão que dá é que o protagonista-narrador está apenas relatando os acontecimentos de modo burocrático. Um pouco mais de vitalidade, de parcialidade, faria bem ao texto.

    No geral, contudo, gostei bastante.

  20. Gilnei Nepomuceno
    11 de outubro de 2013

    Preciso me acostumar a essa nova maneira de construir contos mesclando histórias, como se fosse uma novela. Ainda vejo o conto como uma história linear com início, meio e fim. De qualquer forma, o autor soube interligar os fatos.

  21. Rodrigues Araujo
    11 de outubro de 2013

    Gostei do conto. Essas viagens temporais costumam prender a minha atenção. Interessante o protagonista duplo, como personagem e objeto de análise do narrador, uma espécie de homenagem aos escritores e seus alter -egos. Alguém apaixonado pela vida buscando memórias, vejo parte desse conto desta forma, o que me agrada. Há também um clima meio geek à Bing Bang Theory que é bacana. As relações entre os personagens estão bem elaboradas e cativam, quando não sofrem de uma espécie de aceleração explicativa e molecular ali pelo antepenúltimo lapso temporal. Gostei também das características regionais de cada cidade.

  22. rubemcabral
    10 de outubro de 2013

    Achei o enredo terno e humano, cheio de coisas alegres, tristes e mundanas. Gostei muito do bom desenvolvimento das personagens e da surpresa qto à natureza do Pedro “viajante temporal”.

    Muito bom!

  23. Ricardo
    10 de outubro de 2013

    Uma triste história de amor perdido em janelas temporais. Porém, como parte indissolúvel do sentimento aqui narrado, eterno…
    Para sempre uma história de amor.
    🙂

  24. Pedro Luna
    10 de outubro de 2013

    Achei bem escrito demais..e o personagem muito bem trabalhado foi o ponto alto do conto, pra mim. Quanto a história, achei boa, mas fiquei confuso em algumas partes. Vou ler de novo amanhã com mais calma.

    Acho que sei quem escreveu.

  25. Ines Montenegro
    9 de outubro de 2013

    Utilizar a viagem no tempo para contar a historia de vida da personagem principal nao e original, e nao me pareceu que o conto tivesse algo que o fizesse destacar. Ainda assim, considerei-o uma boa leitura, agradavel de acompanhar.

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Informação

Publicado às 9 de outubro de 2013 por em Viagem no Tempo e marcado .