EntreContos

Detox Literário.

Detox (André Brizola)

A nuvem de álcool que envolvia a cabeça de Jaime era algo cartunesco, envolvia os passantes fazendo-os sorrir ou se afastar enojados, com olhares críticos e julgamentosos. Linhas retas na calçada? Jamais! Os passos eram trôpegos, desengonçados, típicos das sextas-feiras quentes que assolavam a metrópole cinza e furibunda de poluição, e dos excessos de memorandos e relatórios da repartição.

Subiu as escadas entre risinhos e trombadas nos degraus, tentando a chave do apartamento de tempos em tempos, em algumas fechaduras, procurando aquela que lhe fizesse par. E encontrou-a no terceiro andar, caindo pelo tapete da salinha meio gargalhando, meio praguejando. Mas levantou-se num pulo, como astro de kung fu, alisando a camisa, o cabelo, e trancando a porta dignamente.

O grito fez o sangue gelar. A raiva era palpável. A fúria, a indignação, a revolta. Tal como o café mais preto, mais forte, botou o álcool pra correr do sangue do bebum como suor do atleta no final da prova, fazendo testa, sovaco e peito pulularem de gotículas geladas.

– Jaime! Senta! Agora! Nós vamos ter uma conversa séria! Eu não aguento mais essa bebedeira!

O pomo-de-adão subiu e desceu algumas vezes, e Jaime ficou ali, paralisado, sem saber como reagir a tamanha bronca. A voz estava ardida, extremamente nervosa. Era uma situação nova e totalmente inesperada.

– Seu idiota! Senta já, energúmeno, não está me ouvindo?

A ordem foi mais forte. Jaime sentou onde conseguiu e isso, no caso, foi numa caixa de som do aparelho, que já não era utilizado há muito tempo.

– Eu… eu…

– Eu, eu…. Eu o que, seu idiota? Cansei dessa bebedeira! Toda chance que tem, sai para beber. Todo convite, aceita. Vai beber no almoço, é cerveja. Beber à tarde, é uma alguma batida. Na janta? Cerveja de novo. Que que é isso? Quer morrer?

– Não, eu…  Não é tanto assim.

– Como não é tanto assim? Isso está estragando o nosso relacionamento! Nós tínhamos um lance legal, funcionava! Mas agora não. Ficou tóxico. A gente se cuidava, mas… e agora? Olha essa gordura!

– Eu não tô entendendo… Eu… eu acho que ainda estou bêbado.

– Nada disso. Nada dessa história comigo. Eu disse que a gente ia conversar e que ia ser sério. Tomei uma decisão. Olha, preciso de um tempo da gente. Ir embora, tirar férias, viajar. Sem você. Preciso de distância. Ver outras pessoas, curtir um tempo só meu.

– Mas…  Como?

– Já pensei em tudo. Escolhi um lugar. Vou para lá amanhã. Quando você acordar já terei ido. Estou te avisando para não se assustar. Não é o nosso fim. Mas eu preciso desse detox. Vou para um spa cuidar de mim. Sem prazo. Quando estiver legal, volto.

– Ainda não entendi! Como vou viver sem você? Vai ser impossível pra mim!

– Larga mão de ser bunda mole, Jaime. Aproveita esse tempo e tenta se regenerar. Por você e por mim. E está decidido. Eu vou!

– Mas…  Como? Você é meu fígado!

* * *

O resort em que Fígado de Jaime estava hospedado era espetacular. Tudo incluso. E totalmente orientado para o detox que ele precisava. Sentia que toda a tensão daquela DR com Jaime estava valendo a pena.

E o clima era incrível. Calor, mas fresco, com chuvas ocasionais que deixavam a região toda cheirando a orvalho. A equipe não discutia e fazia todas as vontades dos hóspedes. Fígado de Jaime estava no paraíso.

Em uma tarde, sentado num quiosque na praia, bebendo água de coco e ouvindo o mix de rock & roll que a estação de rádio da região oferecia sob o nome de “aquelas que ninguém quer esquecer”, pegou-se sorrindo de forma meio besta e olhando de forma desfocada para o horizonte.

– Esse olhar é inconfundível. Já está apaixonado pelo lugar, estou certo?

Fígado de Jaime não notara a chegada do companheiro de balcão que, sentado dois bancos à direita, também bebia água de coco.

– Eu não diria que estou apaixonado. Mas é difícil de não se sentir atraído.

– Eu sei bem como é. Estou aqui pela terceira vez! Perdão, não me apresentei. Sou Cérebro de Juca.

– Fígado de Jaime.

Os dois se cumprimentaram e bateram os cocos num brinde.

– Terceira vez? Sério?

– Sim! Adoro isso aqui. É onde venho recarregar as energias. E olha que meu trabalho nem é muito estressante. O ambiente é que é muito ruim.

– Cara, eu me estressei demais antes de decidir vir. Achei que não ia conseguir. E, sinceramente, acho que vai ser a minha única oportunidade. Como você conseguiu vir três vezes?

– Ah, meu, eu só vim. O cara nem percebeu que eu saí. Sou pouco utilizado, sabe? É estressante, quero estudar, e não posso. Quero ir fundo nuns fatos, mas o cara não está a fim. Então eu só saio. Cansa. Sou novo ainda, preciso de desafios. Esse lance de camisa da seleção e Avenida Paulista não é para mim.

– Pois é. Já eu precisava de um tempo. O cara tava me matando. A coisa estava muito pesada. Chega um momento em que a gente já não filtra mais o que é bom e o que é ruim. Só dando um basta geral e regenerando.

– Entendo. É uma situação difícil de digerir, né?

– Totalmente!

– Mas vamos pensar de forma positiva. Estamos aqui para descansar. Você já participou de algum dos festivais?

– Ainda não. Vai ter um hoje à noite, não é?

– Isso! Cara, você tem que ir.

– Não sei. Eu já melhorei um pouco, mas ainda tô me sentindo meio gordo.

Nonsense! Vamos juntos! O traje é totalmente informal. Vai ser no salão principal, mas podemos nos encontrar aqui mesmo. E você vai ver que o pessoal tá bem pior que a gente. Fica sossegado. Vamos. Combinado?

Fígado de Jaime pensou, e pensou mais um pouco. Mas o sorriso que foi se formando devagar era confirmação suficiente.

* * *

Uma semana depois da tensa conversa com o fígado, Jaime ia trabalhar ainda descrente do que havia acontecido. Mas a verdade é que, no dia seguinte àquele, quando acordou, o órgão havia realmente ido embora. E levara duas malas cheias.

Suas idas e vindas nos ônibus e metrôs estavam se tornando martírios. Conforme o tempo passava, Jaime ia ficando cada vez mais amarelo. E, quanto mais amarelado, mais chamava a atenção. E quanto mais atenção, menos anônimo. Odiava isso.

No trabalho começaram a se preocupar. “Jaime, eu sabia que sua bebedeira ia dar nisso”, “vai ver um médico, Jaime”, “isso aí é hepatite”, “você já tomou chá de boldo?”. Cada um dos colegas tinha uma recomendação, reprimenda ou receita caseira para resolver o problema de seu amarelidão.

Mas nada ia resolver seu problema, ia? A única solução era o retorno de seu parceiro, que àquela hora podia estar sendo massageado, ou jogando golfe, ou fazendo aromaterapia em um resort cuja localização ele não teve direito de conhecer. Sua sina era esperar e esperar, sem saber ainda o quanto.

– Deus… como eu queria tomar uma cerveja.

* * *

O resort havia preparado uma decoração toda inspirada em filmes de sucesso de bilheteria, numa mistura bizarra e incoerente, mas bastante charmosa, de nazistas espaciais, dinossauros renascidos, navios afundando e super-heróis salvando os Estados Unidos. Era uma festa temática em que o tema absolutamente não importava, uma vez que os hóspedes estavam trajados com os mesmos chinelos e bermudas com que iriam à praia na manhã seguinte.

Fígado de Jaime e Cérebro de Juca ouviam a música ambiente de olho na fauna de companheiros diversos, rindo das bagunças que os grandes grupos aprontavam na pista de dança. Uma grande fila de glândulas tentava dançar um mambo descoordenado, até que uma pituitária chegou para botar ordem na coisa toda. Mais para trás, um pulmão bastante acinzentado tentava acompanhar o ritmo de uma medula já bastante idosa, mas sem muito sucesso. Tossia muito e parecia não ter nenhum vigor.

– E aí, o que está achando?

– Não é bem o que eu esperava. Bom, eu não sei bem o que eu esperava, na verdade. Mas é divertido.

– Bom, mas nós já conversamos, já rimos, mas o que é mais importante nós ainda não fizemos.

– Que é?

– Analisar as gatinhas, meu camarada.

– Você só pode estar brincando.

– Nada disso, meu Figão. Você, inclusive, já saiu na frente. Ali, à esquerda. Não olha agora! Mas aquele belo coraçãozinho não para de olhar pra cá. E eu já me certifiquei, não é comigo. Se fosse eu, já tinha ido lá.

– Mas, meu, não foi pra isso que eu vim…

– Você não veio pra descansar? E quer melhor descanso do que um romance daqueles de cinema? Em que vocês se apaixonam, mas a distância é grande, a vida real é em outro lugar, mas sempre, sempre se lembrarão dos bons momentos que viveram juntos naquelas férias mágicas de dois mil e vinte e tralalá?

– Bom, falando assim…

– Vai por mim, meu. Essa garota veio pra cá pelo mesmo motivo que nós. Está fugindo de uma realidade ruim, uma dor, uma desilusão. Está quebrada, partida. Ela quer um ombro, ou um fígado, no caso. Quer companheirismo. Ela tem a vida dela em outro lugar, lógico. E tem que voltar pra lá, então sabemos que não vai rolar nada além do que vocês tiverem aqui. Mas porque não ter algo super legal assim mesmo?

– De onde você tira essas coisas?

– Eu disse, é a minha terceira vez aqui.

Cérebro de Jaime deu alguns passinhos para trás e, aos poucos, foi entrando no ritmo da música conforme entrava na pista de dança, sumindo no meio dos outros dançarinos. Fígado de Jaime não o viu mais aquela noite. E ele estava certo, pois pouquíssimo tempo depois, viu o coração vindo em sua direção.

“Calma, calma. Eu sei fazer isso. Comece falando que a noite está bonita e que a festa está agradável. Não a elogie muito no começo para não parecer desesperado”.

Assim que o coração chegou próximo, já sorrindo e ameaçando dizer algo, Fígado de Jaime achou por bem tomar a iniciativa.

– Oi, de fato a festa está muito agradável e a noite está muito bonita. Mas ainda é cedo para elogiar.

Ela reagiu com risos gostosos e ritmados. Ele com vergonha, muita vergonha. Mas o gelo foi quebrado ali e o que veio depois foi uma noite memorável. As conversas foram da decoração da festa, aos dançarinos mal-acabados, e aos motivos que trouxeram ambos àquele lugar paradisíaco e balsâmico. Coração de Daniela realmente viera ao resort pelos motivos que seu esperto amigo havia enumerado. Estava triste, apática. Buscava um motivo para continuar a pulsar.

Fígado de Jaime sentia aquele tremor, aquela ansiedade, de querer perguntar, mas, ao mesmo tempo, temer a resposta. Mas a deixa havia surgido, e ele não podia deixar passar.

– E você acha que conseguirá encontrar aqui algum motivo para conseguir continuar a pulsar?

Ela não precisava responder, pois o sorriso divertido já dizia que sua perguntava teria, sim, uma resposta positiva.

– Eu acho que até já encontrei…

* * *

Jaime mal se levantava da cama. Não estava comendo. Só bebia água. Não sabia exatamente como ainda estava vivo. Pelas suas contas, já deveria ter batido as botas. Estava sem fígado, afinal de contas. Como alguém continua vivo sem fígado?

Uma colega da repartição havia passado em seu apartamento e levara alguns remédios, água mineral em garrafas plásticas e boldo, para fazer chá, pois a Dona Lúcia da contabilidade fez questão de que levassem o remédio caseiro para o rapaz, e que aquelas folhas, especificamente, eram da árvore do quintal do seu vizinho, e curavam até caspa, se fosse usado como shampoo.

O rapaz, de aspecto lamentável, enfurnado em seu apartamento, olhada o papel que o deixava longe do serviço. O texto, de difícil compreensão na letra cursiva médica, dizia algo como “recomendo o afastamento do trabalho por tempo indeterminado”. No CID, ao invés do código, três sinais tortos que poderiam ser interrogações bastante exclamativas.

Sua visão estava turva. A boca seca. Pegou um copo cuidadosamente alojado ao lado de sua cama. O líquido amarelado combinava com ele. Bebeu, arregalou os olhos dourados e cuspiu de volta.

– Boldo! E eu achei que era cerveja…

* * *

A brisa da manhã balançava as pontas das toalhas dos dois amigos, que encaravam as ondas matutinas, meio revoltosas. A tempestade da madrugada terminava de se dispersar, e o sol brilhava ainda tímido, mas dando sinais de que despontaria forte em breve. A ressaca surgia nas duas pontas.

– E então, ela se foi?

– Foi. Hoje de manhã. Mas combinamos de não nos ver. A despedida foi ontem à noite mesmo. Bebemos demais, e foi muito divertido. Eu estou um caco. Jaime não pode saber disso.

– Nem todo mundo é de ferro. E amanhã é a sua vez.

– Amanhã é a minha vez. Mas vai ser difícil. Esses dias foram maravilhosos.

– Você sempre pode voltar. Faça como eu. Se o cara lá te perturbar, vem descansar.

 – Tenho esperança de não precisar. Jaime e eu funcionamos bem, mas ele se desequilibrou. Mas eu tô voltando bem. Emagreci bastante, o detox foi violento. Me sinto regenerado mesmo.

– Eu te desejo boa sorte. E bom retorno! Mas eu fico aqui mais alguns dias. Parece que tem uma passeada no próximo final de semana, então vou esperar passar. Você sabe que foi uma satisfação passar esses dias aqui contigo, meu caro Fígado de Jaime.

– Pois eu digo o mesmo, meu nobre Cérebro de Juca. Mas ainda temos um dia todo pela frente. Corridinha pela praia?

– Corridinha pela praia!

* * *

Jaime despertou diferente. A sensação na boca estava melhor. Familiar, mas não como nos últimos dias. No banheiro, não percebeu, mas a urina matinal não era a pasta preocupante das manhãs afigadadas, e sim a água amarela normal, de um dia comum, de um corpo completo.

E a rotina continuou, com o transe sonolento nublando a mente do rapaz. Na cozinha, bebeu sofregamente do chá asqueroso que haviam preparado aos baldes para ele. Dona Lúcia da contabilidade vinha de dois em dois dias para ter certeza que Jaime estava tomando do santo remédio.

– Ei, paspalho, não notou nada de diferente, não? Voltei, caramba.

Os olhos se arregalaram de tal maneira que as sobrancelhas quase foram lançadas ao teto. As mãos apalparam o abdome no lado esquerdo, terminando numa espécie de abraço bizarro.

– Eu tô do outro lado, poxa.

– Você voltou! Cara, como eu estou feliz. Isso significa que você me perdoou?

– Isso significa que eu melhorei. Eu precisava descansar, cara. Você não me dava sossego.

– Desculpa. Eu sei que passei dos limites. Pensei muito nesse tempo todo sobre nossa relação.

– Que bom. A gente precisa melhorar, meu.

– Cara, eu estou tão feliz! Isso merece uma comemoração! Eu acho que tenho um champanhe guardada em algum lugar e…

– VOCÊ SÓ PODE ESTAR ZOANDO COM A MINHA CARA!!!

Sobre Fabio Baptista

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21 comentários em “Detox (André Brizola)

  1. Bruno de Andrade
    6 de abril de 2025
    Avatar de Bruno de Andrade

    Oi, André!

    Vou dividir meu comentários entre pontos positivos e negativos.

    Positivos: Eu gostei bastante do conto! Inventivo, curioso, engraçado. Não há um trabalho com a linguagem que chame muito a atenção, mas a escrita funciona bem para a proposta. Gostei dos diálogos, dos personagens, da ideia meio maluca do resort. Não li tantos contos do desafio, mas, dentre os que li, esse é meu favorito até agora.

    Negativos: O humor é um pouco irregular. Alterna entre momentos bem inspirados e outros um tanto protocolares. Faltou oferecer um pouco mais sobre os personagens, para que eles fossem algo além de funcionais. Não que o texto precisasse de personagens muito profundos, mas senti falta de saber um pouquinho mais sobre eles. O cérebro, por exemplo, oferece um retrato curto, porém eficiente, sobre o seu portador. Já o coração, não. Podia ter uma história mais interessante sobre o porquê de ele estar ali. E o próprio Jaime poderia ser um personagem um pouco mais interessante. Além disso, as situações que ocorrem com ele são menos criativas do que as que acontecem no resort. Claro que ele está no mundo real, mas você poderia ter bolado situações mais inusitadas para alguém sem fígado. Ficou muito atrelado aos sintomas.

    Não notei defeitos muito recorrentes no texto, mas alguns pontuais resolvi destacara aqui:

    Mas levantou-se num pulo, como astro de kung fu, alisando a camisa, o cabelo, e trancando a porta dignamente.

    O grito fez o sangue gelar. A raiva era palpável. A fúria, a indignação, a revolta. Tal como o café mais preto, mais forte, botou o álcool pra correr do sangue do bebum como suor do atleta no final da prova, fazendo testa, sovaco e peito pulularem de gotículas geladas.

    Mais um texto que não escapa da maldição da profusão de analogias, rs. Aqui temos três num intervalo muito curto e todas com a mesma estrutura, começando com como. E nenhuma delas é lá muito necessária. A primeira achei melhor; as outras duas, não acrescentaram muita coisa.

    A voz estava ardida, extremamente nervosa. Era uma situação nova e totalmente inesperada.

    Outra armadilha recorrente: os advérbios de modo hiperbólicos. Extremamente, totalmente, completamente, inteiramente, absurdamente. É tudo muito grandiloquente.

    reprimenda ou receita caseira para resolver o problema de seu amarelidão.

    Mas nada ia resolver seu problema, ia? 

    Mais para trás, um pulmão bastante acinzentado tentava acompanhar o ritmo de uma medula já bastante idosa

    Dois casos com repetições muito próximas. Um de uma expressão, outro de uma palavra. Talvez seja esse o problema mais recorrente do texto.

    Também achei que o final ficou aquém do texto. O finalzinho mesmo, o reencontro entre fígado e Jaime. Foi meio previsível, sem impacto, com uma piada pouco inspirada.

    Mas esses pequenos problemas não tiram o brilho do texto. No geral, foi uma leitura cativante e divertida. Um conto que explora muito bem o tema e ganha pontos por criatividade.

    Nota de zero a cinco: 4,5

  2. Andre Brizola
    30 de março de 2025
    Avatar de Andre Brizola

    Pessoal, agradeço a todos que leram meu conto. Eu me diverti demais com ele, e agradeço, de coração, às críticas, positivas e negativas. Todas elas nos fazem crescer.

    E, lendo os comentários, acabei percebendo uma coisa. Essa não é a versão final do conto! Fazer tudo às pressas dá nisso. Enviei o arquivo errado, e a versão final, obviamente ficou aqui no PC, com as correções, e a alteração na penúltima parte, quando troquei a bebedeira do Fígado pela do Cérebro… Enfim, vivendo e aprendendo.

    Nos vemos no próximo! Abraço a todos!

  3. Thales Soares
    29 de março de 2025
    Avatar de Thales Soares

    Considerações Gerais:

    Esse conto é nonsense e tem uma pegada de Sessão da Tarde. A ideia de transformar o fígado em um personagem que precisa tirar férias porque tá de saco cheio das bebedeiras do Jaime é muito divertida. Este conto é criativo, inusitado e bem executado.

    A narrativa é leve e fluida. O texto tem um ritmo ótimo e a comédia, apesar de não me proporcionar nenhum tipo de risada, é bastante presente ao longo da narrativa.

    A construção do universo do resort dos órgãos é interessante, e cheio de detalhes: tem pista de dança, hóspedes peculiares, romance, drama e até crítica social (tipo o cérebro que é ignorado, o pulmão acinzentado, etc).

    ***

    Pedradas:

    Os personagens são muito genéricos e pouco aproveitados. A maioria dos órgãos ali no resort está presente apenas para compor um elenco de fundo, e nenhum deles, nem mesmo aqueles que estão no círculo principal da trama, são bem trabalhados. Senti que se houvesse um maior aprofundamento de cada personagem, o resultado final seria ainda mais satisfatório.

    ***

    Conclusão:

    Esse conto é tipo uma mistura de Divertida Mente com BoJack Horseman, só que com o fígado tirando férias e conhecendo o amor num spa de desintoxicação. A ideia é maluca, mas funciona, esbanjando criatividade. A escrita é leve, divertida, e o autor cria um mundo tão absurdo que a gente compra a ideia fácil. Só acho que poderia haver um maior desenvolvimento dos personagens, para dar uma maior profundidade à obra como um todo.

  4. Pedro Paulo
    29 de março de 2025
    Avatar de Pedro Paulo

    COMENTÁRIO: Uma subversão bem construída. O princípio sugere um homem perdido em si mesmo e no alcoolismo, confrontado pelo limite do que a princípio parece ser a pessoa com quem se relaciona, mas em uma transição seca e bem aplicada, revela-se como o fígado do sujeito tirando uma folga. Toda a seção de hotel dos órgãos faz jus à típica narrativa de uma pessoa se encontrando em um tempo para si, mas com um toque único que mantém a ambientação dos vários órgãos se soltando de seus corpos para dar uma trégua dos maus tratos de seus portadores. Essa mistura do típico com a premissa única do conto deu um resultado cativante e bem-humorado. A escrita e a construção da narrativa são leves nos dois lados, no homem e no fígado, mesmo quando o primeiro está acamado à beira da morte. Por isso é uma leitura gostosa, um bom representante de um dos extremos desse desafio, que convida comédias para um lado e terrores para o outro.

  5. Luis Fernando Amancio
    28 de março de 2025
    Avatar de Luis Fernando Amancio

    Olá, Sem Hepato Yamazaki,

    Jaime e o Fígado de Jaime estrelam esse conto que nos surpreende no começo, quando descobrimos que estamos presenciando a DR entre um órgão e seu dono. A gente sabe que é mais fácil arriscar no terror, já que humor varia muito de uma pessoa para outra. Mas, nos textos que li até agora, as comédias estão se sobressaindo. 

    Seu texto é leve, tem essa reviravolta de quando entendemos que estamos diante de um fígado farto dos abusos etílicos de seu dono. Então, vamos para o campo da fantasia, do insólito. Um spa para órgãos é mesmo uma boa ideia. No meu caso, eu ia precisar fazer uma fila: o meu cérebro seria o primeiro a pular fora, a coluna talvez viesse em segundo, depois o estômago…

    O desenvolvimento da sua narrativa é bem construído. Você faz bom uso dos diálogos, que são convincentes e dão um dinamismo à história. O enredo, em si, pode encontrar alguns detratores. Flertar com situações “absurdas”, pouco coerentes com a realidade, costuma desagradar leitores mais convencionais. Eu gosto, me lembra o humor do Monty Python, por exemplo. Sem medo de brincar com o mundo do onírico.

    Parabéns e boa sorte no desafio!

  6. danielreis1973
    27 de março de 2025
    Avatar de danielreis1973

    Comentário inicial (válido para todos os contos):
    Prezados participantes: este meu comentário NÃO É UMA CRITÍCA, É A MINHA IMPRESSÃO PESSOAL sobre o seu conto – e não é sobre você, como escritor ou ser humano!  Espero que os comentários possam ajudá-lo a aprimorar sua história ou sua escrita, num sentido mais amplo. Outra coisa é que não está sendo fácil é comparar os contos participantes, já que apesar do desafio estar  restrido a DOIS TEMAS (que inclusive tem fronteiras tênues, e às vezes se misturam entre si, em diferentes proporções), as diferenças dos gêneros literários escolhidos pelos participantes tornam muito difícil dar um valor absoluto entre os contos, quando colocados lado a lado. Então, o melhor humor não tem o mesmo efeito que o melhor terror, e um terror com elementos realistas pode ter um efeito mais impactante para mim que um horror com elementos de fantasia ou ficção científica – por isso, digo que é MINHA IMPRESSÃO, ok? As notas não representam “média para aprovação”, mas O EFEITO FINAL que me causaram.

    Dito isso, vamos ao:

    COMENTÁRIO ESPECIFICO:

    LOGLINE: o fígado do Jaime pede arrego e vai pra uma clínica, onde mil e uma aventuras o esperam com uma turma muito louca – o cérebro de um, o coração de outra…

    TEMA ESCOLHIDO: HUMOR (100%, ainda que não seja bem comédia…)

    PREMISSA: campeão de criatividade, este conto personifica o fígado do Jaime como um sofredor ou, no mínimo, uma vítima de abuso contumaz. Por isso busca tirar um tempo num spa, para se desintoxicar, mas lá tem vída própria também, né? Não pode só viver grudado no Jaime, afinal de contas…

    TÉCNICA E ESTILO:  a premissa ajuda muito no humor, num estilo quase visual, em que se consegue visualizar atores vestidos de fígado, cérebro e coração, interpretando a história absurda. A narrativa em alguns momentos apela para o coloquialismo, como forma de fazer graça, mas isso não prejudica muito a história, só a torna um pouco “sotaqueada”. As questões de como Jaime, o dono do fígado, e os outros donos do cérebro e coração, sobreviviam (apesar que a dona do cérebro não precisava muito dele…) acabam ficando de lado pelo absurdo geral da situação. Mas no geral a história é bem conduzida e envolvente.

    EFEITO FINAL:  o efeito final é muito bom, com uma história criativa e com boa dose de humor absurdo, que eu gosto muito. Só achei o final pouco impactante e previsível, mas é questão de opinião mesmo. Boa sorte no desafio!!

  7. Amanda Gomez
    27 de março de 2025
    Avatar de Amanda Gomez

    Oi, bem?

    Temos aqui uma ótima amostra de um conto criativo. Quem pensaria em algo assim? Gosto muito de ler textos que me surpreendem no enredo. Você foi muito feliz aqui. Adorei a leitura… rápida, dinâmica, divertida. Um humor que me agrada muito: aquele inteligente, irônico e até mesmo fora da casinha.

    No meio de tantos contos “quinta série”, foi um ótimo achado.

    Mesmo não tendo explicações pra esse tipo de coisa, não precisa. Simplesmente existe um lugar e um meio de os nossos órgãos saírem por aí… fazer um detox, dar um tempo dessa prisão.

    Achei sensacional a escolha do fígado pro cara alcoólatra, do cérebro pro que deve ser um idiota funcional, do coração partido. Gostei de tudo no seu conto.

    Parabéns pelo trabalho. Boa sorte no desafio!

  8. Mauro Dillmann
    26 de março de 2025
    Avatar de Mauro Dillmann

    Meu comentário vai ressaltar alguns pontos.

    Na trama, logo no início, a reclamação era da bebida, bebedeira, e, de repente, passou a ser da ‘gordura’.

    Aí, para se livrar do problema, decide ir para um ‘spa’. Uma coisa elitista, quase fútil. Por fim, fica subentendido que o spa na verdade é o interior do corpo humano em estado degenerativo. Assim, o conto tem certa criatividade.

    No início, Jaime exclama “como vou viver sem você?”, algo bem previsível, clichê e sem nenhuma emoção no texto. Outro clichê: Nonsense.

    Tem opção por palavras rebuscadas: cartunesco, furibunda, pulularem, energúmeno, pituitária. Esse aspecto soou forçado no texto. Poderia ser mais simples.

    Uma expressão estranha foi ‘nazistas espaciais’. Parece uma tentativa de mostrar criação original.

    Outra coisa que destoa do texto são as gírias “cara” e “meu”.

    No mais, texto bem escrito e leve. Não é horror e nem comédia também. Tem leveza, é diferente. Sei que a comédia não necessariamente deve fazer rir, mas deve ter graça, provocar um riso interno. Não senti graça. O que não inviabiliza o texto, é claro.

    Gostei de ler.

    Parabéns!

  9. claudiaangst
    25 de março de 2025
    Avatar de claudiaangst

    Para este desafio, utilizarei o sistema de avaliação TERRORIR:
    T(ítulo) — DETOX — Um conto capaz de desintoxicar o(a) leitor(a) amargurado(a)? 😣😂
    E(nquadramento ao tema) — Sim, o conto se enquadra ao tema comédia (leve) 🙂
    R(azão de gostar do conto) — Criatividade na abordagem do tema, boa construção de personagens inusitados.
    R(evisão) — Detectei pouquíssimas falhas:
    – julgamentosos > existe esse adjetivo?
    – tomando do santo remédio > tomando o santo remédio
    O(utras questões técnicas) — O conto apresenta linguagem fluida, vocabulário adequado ao tema, narrativa bem estruturada.
    R(azão de desgostar do conto) — Não encontrei nada que desabone o conto, mas talvez alguém considere a narrativa leve demais (nem terror, nem comédia) 👍
    I(ntesidade da narrativa) — Não há um clímax ou momento muito intenso no transcorrer da narrativa. Alguém sentiu falta? 🙄
    R(esumo da ópera) — Um conto bem leve, criativo, um verdadeiro detox pós leituras mais pesadas. 😊
    Parabéns pela sua brilhante participação no desafio e boa sorte!

  10. jowilton
    24 de março de 2025
    Avatar de jowilton

    Bom conto. O texto narra a história surreal de um fígado que abandona o corpo do seu dono e vai para um spa se desintoxicar.

    A narrativa é eficiente e conduz o leitor sem nenhum percalço em fluidez e entendimento. O ponto alto é a criatividade usada, recorrendo a elementos nonsense para desenvolver a história. A relação do fígado com o coração é bem legal, dando ao texto um ar de comédia romântica. Boa técnica, bom impacto.

    Boa sorte no desafio.

  11. Gustavo Araujo
    23 de março de 2025
    Avatar de Gustavo Araujo

    Gostei bastante do conto. O realismo mágico é muito bem empregado. Tanto dá para ler pela literalidade — o que torna o texto ainda mais divertido — como pelo lado metafórico, neste caso se o leitor quiser privilegiar certa filosofia. A maneira de narrar também ficou bacana, com a linguagem coloquial, sem compromisso. Tudo flui muito naturalmente e dá para imaginar, sem muito esforço, um lugar, ou melhor, um resort onde órgãos detonados por algum motivo buscam a recomposição. Aliás, se deixarmos a imaginação fluir, dá para pensar numa série de situações…

    Enfim, caro autor, você usou bem o universo proposto, resultando num conto bem divertido. Para quem, como eu, prefere comédia a terror, o texto é muito bem vindo, um respiro ou, se preferir, um detox. Cérebro de Gustavo agradece.

    Notei alguns deslizes no decorrer do texto, como o uso de “Cérebro de Jaime” no lugar de “Cérebro de Juca”, mas nada que comprometesse a experiência.

    Se é para ser chato, eu tiraria a confissão do fígado de que ele se embebedou com o Coração de Daniela — ao não ser se fosse para aceitar a oferta de champanhe ao retornar ao dono.

    De qualquer forma, dos que li até agora foi o que mais gostei. Parabéns e boa sorte no desafio.

    Nota: 4,5

  12. andersondopradosilva
    23 de março de 2025
    Avatar de andersondopradosilva

    DETOX soa mediano. É um conto de humor, mas não diverte muito. Está dividido em capítulos, assim como diversos outros contos do desafio. O uso de capítulos em contos é comum no EntreContos, mas não encontro com frequência na literatura contemporânea que consumo, ainda assim, não está propriamente errado, já que até Machado de Assis usava. A literatura contemporânea preza pela agilidade, objetividade e concisão. Além disso, a divisão em capítulos acaba se revelando um atalho, uma forma de contornar a incapacidade de fazer as transições de tempo e de lugar usando palavras e, não, sinais gráficos. Pra mim, a divisão em capítulo empobrece o texto, embora eu mesmo já tenha usado bastante. No contexto de um conto, a divisão em capítulos deturpa características que um conto deveria ter, como a concisão e a unidade de tempo e espaço. Quando o conto é bom, a divisão em capítulos passa despercebida, sobretudo quando se põe à serviço do enredo, como foi o caso do conto TOC-TOC do desafio Nostalgia, mas, se o conto é mediano ou ruim, a divisão em capítulos depõe contra o texto. DETOX contém erros pequenos de revisão, os quais certamente serão apontados por leitores mais experientes na matéria. A última frase está grafada em caixa alta, o que é totalmente dispensável, pois a língua possui recursos suficientes para demarcar a exaltação: a exclamação e, sobretudo, o contexto, ao qual incumbe levar o leitor a ler na entonação correta. A caixa alta também parece ter objetivado realçar o impacto do desfecho, o que acabou depondo contra o desfecho, realçando sua insegurança em si mesmo. O mérito do conto reside na ideia cabulosa e divertida de órgãos do corpo ganhando vida e consciência e deixando os corpos, e esse é o grande mérito do conto. Comparando com defeitos e qualidades dos demais contos do desafio, faturou nota 3,8 e o sétimo lugar na minha lista.

  13. Marco Saraiva
    22 de março de 2025
    Avatar de Marco Saraiva

    Gostei demais do conto, é uma pegada muito bacana essa de antropomorfizar os órgãos internos. E você a executou muito bem! Uma técnica bem limpa, nítida, de fácil leitura e fácil digestão. O humor é ácido, inclusive com direito a algumas pontadas políticas por que, hoje em dia, aparentemente, ninguém é de ferro. O absurdismo de tudo fez o conto ser uma delícia de ler, eu me vi sorrindo e rindo diversas vezes.

    Não sei o motivo, mas eu torcia para que Jaime estivesse bebendo apenas por que tinha brigado com Daniela, e uma vez que o fígado voltasse a ele, o coração a ela, eles se encontrariam e voltariam… mas o conto é de comédia e não de romance. Acho que o final ficou

    Gostei muito da leitura. excelente escrita, muitíssimo criativo. Parabéns!

  14. José Leonardo
    21 de março de 2025
    Avatar de José Leonardo

    Olá, Sem Hepato Yamazaki.

    Tendo em vista as minhas limitações técnicas para apreciar melhor o seu conto e de modo a tentar esquentar meus comentários que acho um tanto insossos, decidi convocar, por meio de um ritual de fervura de miojo de tomate com leite coalhado e digitação de Zerinho-um no MS-DOS, a FRIACA® (Falsa Ruiva Inteligente Auxiliar para Comentários e Avaliações) para me ajudar nessa bela empreitada e proporcionar a melhor avaliação possível acerca do seu texto (dentro da minha perspectiva de leitor).

    FRIACA: Do que se trata o conto?

    R.: Cansado das bebedeiras constantes de Jaime, seu fígado resolve lhe dar um ultimato e partir para um resort visando se desintoxicar. Tal separação revitaliza a “vida em comum” desses dois.

    FRIACA: Como você vê a narração, o estilo, a estrutura, a técnica?

    R.: Sem Hepato, é um texto muito bom. Sua prosa é fluida, sem amarras. Diálogos ótimos (destaco a conversa entre o fígado e o cérebro: “É uma situação difícil de digerir, né?”; “Mas vamos pensar de forma positiva.”). Indiretas no subtexto. Um conto em que recomendo ao leitor suspender a descrença para mergulhar ainda mais.

    Os blocos de textos também são muito bem feitos. Vemos por um lado as agruras de Jaime (que, sem o fígado, está mesmo penando), e por outro, as peripécias do Fígado de Jaime, que está só descansando (e se apaixonando). A única ressalva que faço ao seu texto, Sem Hepato, está justamente numa das partes de Jaime, trecho a seguir: “Como alguém continua vivo sem fígado?”, visto que, apesar de contribuir para a comicidade do texto, é o tipo de indagação que ou leitor já se fez à tal altura do texto, ou decidiu suspender sua descrença e embarcou na aventura/leitura (meu caso).

    FRIACA: E quanto à adequação ao tema, à criatividade e ao impacto?

    R.: Plenamente adequado à comédia. E em várias passagens, inclusive.

    FRIACA: Indo um pouco mais a fundo nesse particular e apesar do aspecto subjetivo do que a história pode causar no leitor, é um conto para dar risadas ou aterrorizar-se?

    R.: Atesto que é uma boa comédia, mas como disse anteriormente, primeiro seria bom deixar-se mergulhar sem fazer muitas perguntas. A graça do conto não está somente nas tiradas, nas interações do órgão com seu dono e mesmo entre os órgãos, mas também no conjunto de elementos insólitos que temos aqui.

    FRIACA: Qual sua posição final sobre esse conto?

    R.: É um dos contos que mais lamento não poder prestigiar o(a) autor(a) avaliando por meio de notas e indicação de melhor conto ou outro (um dos melhores, em minha opinião – no que tange à comédia, briga pelo primeiro posto junto com “Calibre 22”).

    Parabéns pela estória e boa sorte neste desafio.

  15. Priscila Pereira
    20 de março de 2025
    Avatar de Priscila Pereira

    Olá, Sr Autor! Tudo bem?

    Primeiro quero parabenizar pelo ótimo pseudônimo! Muito inteligente!

    Gostei bastante do seu conto! Muito criativo, e bem executado. É muito bem humorado, interessante e gostoso de ler.

    Os personagens são obviamente inusitados e bem verossímeis, estão bem aprofundados.

    O bom humor está presente em todo o texto, e não há a tentativa de forçar a graça no texto. Gostei disso.

    Não tenho muito mais o que falar. A escrita é boa e correta, o texto está bem revisado.

    Parabéns pelo conto e boa sorte no desafio!

    Até mais!

  16. leandrobarreiros
    18 de março de 2025
    Avatar de leandrobarreiros

    Achei o conto original, bem escrito e com ideias engraçadas. Mas algumas coisas nas entregas das piadas as vezes parece patinar um pouco. Tive a impressão que o texto de vez em quando se afasta ou deixa de fazer uso do absurdo.

    Como pontos fortes ficam a criatividade e o poder de condensação do autor. Tem comédia, diferentes personagens e até um romancezinho no baile.

    Como ponto fraco as piadas que nem sempre atingem, talvez por falta de retrabalhar o punchline pra traduzir melhor a surpresa através da escrita.

  17. Givago Domingues Thimoti
    17 de março de 2025
    Avatar de Givago Domingues Thimoti

    Detox (Sem Hepato Yamazaki)

    Bom dia, boa tarde, boa noite! Como não tem comentários abertos, desejo que tenha sido um desafio proveitoso e que, ao final, você possa tirar ensinamentos e contribuições para a sua escrita. Quanto ao método, escolhi 4 critérios, que avaliei de 1 a 5 (com casas decimais). Além disso, para facilitar a conta, também avaliei a “adequação ao tema”; se for extremamente perceptível, a nota para o critério é 5. Caso contrário, 1 quando nada perceptível e 2,5 quando tiver pouco perceptível. A nota final será dada por média aritmética simples entre os 5. No mais, espero que a minha avaliação/ meu comentário contribua para você de alguma forma.

    Boa sorte no desafio!

    1 – ruim 😓 / 2- abaixo da média😬  / 3- regular,acima da média,   😉/ 4- bom 😇/ 5- excelente!🥰

    Critérios de avaliação:

    • Resumo:

    Detox é um conto satírico, meio non-sense, que nos apresenta a greve do fígado de Jaime, um alcoólatra. O Fígado se retira para um paradisíaco resort na costa litorânea, onde aproveita para recuperar as energias, enquanto Jaime sofre as consequências pela falta do órgão.

    Nota 5!

    • Pontos positivos e negativos: 

    Positivo: diálogos naturais e bem verossímeis (difícil fazer isso, ainda mais quando temos que levar em conta conversas entre órgãos). Conto leve, assim como o humor deve ser.

    Negativo: o conto ficou numa espécie de limbo entre o non-sense e o satírico. Acabei não comprando muito a ideia. Percebi também muitas repetições de palavras (eu, eu, eu…)

    • Correção gramatical – Texto bem (mau) revisado, com poucos (muitos) erros gramaticais. 2

    O conto não foi bem revisado; alguns erros acabaram passando. Repetições de palavras, vírgulas mal colocadas, erros de concordância, expressões redundantes, um Cérebro de Jaime quando deveria ser Cerébro de Juca (quando eu vi a primeira vez esses nomes, eu sabia que ou o leitor ou o escritor acabaria confundindo) e por aí vai.

    Experimente colocar o texto no CHAT GPT, por exemplo, peça por uma revisão detalhada e terá uma ideia do que estou citando.

    • Estilo de escrita – Avaliação do ritmo, precisão vocabular e eficácia do estilo narrativo. 2

    ”Detox” é um conto leve e despretensioso. A leitura, portanto, flui tranquilamente, sem grandes problemas. 

    O que me fez tirar alguns pontos nesse quesito foram as repetições de palavras, já observada no início do conto. Em diversos trechos é possível observar inúmeras repetições desnecessárias de palavras;

    E, quanto mais amarelado, mais chamava a atenção. E quanto mais atenção, menos anônimo. 

    Cada um dos colegas tinha uma recomendação, reprimenda ou receita caseira para resolver o problema de seu amarelidão. => erro de concordância; sua amarelidão

    Mas nada ia resolver seu problema, ia?

    Por diversas vezes esse problema se repetiu ao longo do conto, como por exemplo, nos diálogos, com o pronome “eu”.

    • Estrutura e coesão do conto – Organização do conto, fluidez entre as partes e clareza da construção narrativa. 5

    O grande ponto positivo do conto. Em que pese trabalhe com uma estrutura narrativa linear, nos tradicionais moldes início-meio-fim, o conto está bem delimitado e bem organizado. Parabéns!

    • Impacto pessoal – capacidade de envolver o leitor e gerar uma experiência memorável: 1

    Além da escrita, que poderia estar melhor trabalhada em diversos aspectos, achei um conto meio chato de ler. Pessoalmente, não funcionou.

    Acho que, ao final, tudo calhou para um impacto pessoal ruim do conto.

    Nota final: 3

  18. Kelly Hatanaka
    17 de março de 2025
    Avatar de Kelly Hatanaka

    Oi  Yamazaki.

    Antes, um aviso geral: li seu conto com toda a atenção e cuidado e meu comentário, abaixo, expõe minha opinião de leitora, com todas as falhas que tal opinião possa ter. Os quesitos que uso para a pontuação são: Tema, Escrita e Enredo, valendo 2 pontos cada e Impacto, valendo 4. Parabéns pela participação e boa sorte no desafio!

    Tema

    O conto está dentro do tema comédia.

    Escrita

    Excelente, muito correta e criativa ao mesmo tempo. A leitura flui facilmente, é um deleite.

    Enredo

    O Fígado de Jaime, cansado das bebedeiras do dito cujo, vai passar uns dias no spa. Enquanto isso, Jaime sofre com sua ausência. Infelizmente, ele não parece ter mudado muito.

    É uma história meio doida, afinal, há um spa para órgãos, que abandonam seus donos por algum tempo. Mas funciona muito bem. O texto aproveita bem as características e funções dos órgãos e as descrições funcionam bem.

    Impacto

    É uma história engraçada e cheia de alegorias e sacadas muito boas. Há algo de cinematográfico nas cenas, o que, se parar para pensar que os personagens são órgãos, é um baita mérito do autor. A cena no baile, em que o Cérebro de Juca sai de cena para que o Coração de Daniela se aproxime, é um primor.
    Amei!

  19. MARIANA CAROLO SENANDES
    16 de março de 2025
    Avatar de MARIANA CAROLO SENANDES

    Técnica: um texto divertido, baseado em diálogos. É leve, a divisão em capítulos ajuda nessa aura descompromissada. O que não significa desleixo do autor, pelo contrário, ele apostou no estilo e seguiu o mesmo até o final. Eu entendi o final em aberto, mas ficou a sensação de que eu queria ter visto um pouco mais sobre. Ou talvez uma mudança que ñão chegou. Bem bom 1,8/2

    Criatividade: A ideia é absurda. Parabéns, pois me surpreendeu e eu acredito que nunca tinha visto nada parecido em lugar nenhum. É meio bobo, mas a genialidade pode existir na bobice. Como falei na técnica, eu só fiquei esperando uma mudança do Jaime. Ele é reto, começa como terminou – raso como um pires. O fígado é melhor desenvolvido que ele. 1,8/2

    Impacto: O autor apresentou competência para screver comédia. Estará, provavelmente, entre os meus cinco contos favoritos. 1/1

  20. Antonio Stegues Batista
    13 de março de 2025
    Avatar de Antonio Stegues Batista

    O conto é a estória bizarra de órgãos do corpo humano que saem do corpo para passar férias em um spa. A história é boa, a ideia é divertida, mas não tem piadas, situações engraçadas que nos faça rir. Os órgãos agem como pessoas e não houve inovação nessa parte e não sei se poderia fazer algo diferente. Talvez ficasse melhor se fosse um filme, uma narrativa visual.

    Enredo – Bom. Original.

    Escrita/Frases – A narrativa começa meio truncada, o problema está na escolha das palavras para formar as frases, não fizeram uma boa conexão. Alguns erros passaram pela revisão, mas nada que prejudique a compreensão.

    Personagens – Bem construídos.

    Diálogos – Bons diálogos

    Ambientação – Normal, sem muitos detalhas

    Impacto – Fraco.

  21. Luis Guilherme Banzi Florido
    12 de março de 2025
    Avatar de Luis Guilherme Banzi Florido

    Ola, amigo(a) entrecontista! Tudo bem por ai? Esse conto faz parte das minhas leituras obrigatórias.

    Resumo: uma sátira sobre orgaos que se cansam dos donos que cuidam mal deles e tiram merecidas ferias. Jaime nao parece ter aprendido nada.

    Comentário geral: esse conto nao me pegou tanto assim. Não é que seja ruim, mas achei a historia como um todo um pouco sem graça. Não que as piadas sejam ruins ou o humor nao funcione. Quando digo sem graça, quero dizer sem sal. É uma ideia criativa, os orgaos finalmente se cansam e saem de ferias. Me deixou curioso. Mas parece que o enredo é um pouco previsivel e pouco interessante. Acho que teria ficado melhor se tivesse usado melhor o fato de serem orgaos diferentes, e o que isso significa em suas personalidades e ações. Voce ate ensaiou isso com a brincadeira sobre o figado precisar perder gordura, mas acho que faltou mais disso pro conto ter uma identidade mais interessante. Quero dizer, se voce tirar o fato de que são orgaos e trocar por pessoas de ferias, nao faz praticamente nenhuma diferença, sabe? Funciona do mesmo jeito, o que mostra que o fato de serem orgaos diferentes nao afeta muito a historia. Seria mais legal se o coração conversação ritmado, se o cerebro pensasse demais, se o figado transformasse a bebida da festa em urina, sei la… daria uma personalidade mais divertida pro conto. Do jeito que está, infelizmente nao me pegou. É divertido e tem partes engraçadas, mas só. E o final achei anticlimatico. Jaime nao parece ter aprendido nada, mas a cena final ficou meio sem graça, nao funcionou. Enfim, um conto com uma otima ideia, mas que para mim pecou na execução e acabou nao ficando muito interessante.

    Sentimento final como leitor: sentimento de que faltou algo, de que li algo que poderia acontecer com humanos e nao mudaria nada.

    Recomendação do meu eu leitor: trabalhar melhor o fato de serem orgaos diferentes com funções diferentes, usar essas caracteristicas para construir os personagens, suas relações, ações, falas, reações, etc. Acho que daria um brilho que falta ao conto.

    Conclusão: fui pra um resort que diziam que tava cheio de orgaos animados, mas no fim pareceu uma festa qualquer e eu voltei embora sem me divertir muito.

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Publicado às 9 de março de 2025 por em Liga 2025 - 1B, Liga 2025 - Rodada 1 e marcado .