EntreContos

Detox Literário.

Sida dias: Hi’s, Davi! (Sidney Muniz)

Entre ‘idas’ e voltas, insurgiu. O cadáver da mãe, lar tóxico, foi tão-somente uma ampola de tenofovir, lamivudina e DTG50 até que Sida’ nasceu.

Órfã, adolesceu com o diagnóstico, com a bula, com as prescrições, todos os ‘dias’, e assim crescia a necessidade de existir e inexistir.

‘Sida’ ‘dias’, resistiu cada manhã, entardecer e noite sob a alma de Davi.

‘Sida’, sozinha no mundo, foi ‘Sida’ até entender quem era.

‘Sida’ tornou-se mulher, para escolher rebelasse homem.

‘Sida’ fez a transição.

– Hi’s, Davi! – Ouviu.

Davi respirou por uns poucos ‘dias’, e viveu.

‘Sida’ por uma vida respirou.

73 comentários em “Sida dias: Hi’s, Davi! (Sidney Muniz)

  1. Sidney Muniz
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Sidney Muniz

    Sinceramente muito confuso!

    Não entendi nada e achei que esses anagramas mais confundem do que ajudam.

    O tema, pelos comentários, é importante ser retratado.

    Boa sorte!

  2. Diego Gama
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Diego Gama

    Achei muito bem escrito e traz um drama muito bem implementado pela escrita ágil e transações entre momentos de forma curta. Excelente

  3. Pedro Paulo
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Pedro Paulo

    COMENTÁRIO: Jogos de letras e de palavras, criptografando um enredo forte e trágico. Achei que abusou um pouco do recurso de enigmas presente no texto, os apóstrofos me tiraram um pouco a atenção e fizeram a abordagem parecer presunçosa para mim. Mas reconheço que foi um experimento interessante e arriscado em um desafio como esse, mostrando dois personagens que são um só em uma vida marcada por uma doença herdada, mas pelo sofrimento ainda maior de não poder ser quem é.

  4. André Lima
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de André Lima

    A escrita é muito criativa, mas possui alguns errinhos técnicos. Os anagramas são interessantes, a história é bem conduzida.

    Não consegui compreender o “hi’s”. “para escolher rebelasse homem” também está mal construído.

    Acho que o conto carece de uma boa revisão para se tornar uma obra excelente.

  5. Roberta Andrade
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Roberta Andrade

    Achei muito engenhoso e interessante os anagramas e a brincadeira com as palavras. O tema em si é bem pesado e impactante o que faz necessário um código incomum para tratá-lo em um número limitado de palavras.

    No entanto, achei que o texto não funcionou bem, ficou confuso e apelativo, apesar da criatividade admirável.

    Parabéns pela participação. Boa sorte.

  6. Felipe Lomar
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Felipe Lomar

    um conto feito pra ser impactante, focando em vários dilemas sociais. Acho que o “vários” é a palavra chave aqui, tem informação demais sendo apresentada de uma vez e isso acabou gerando um resultado embolado. Acrescenta-se a isso uma linguagem truncada e um uso indiscriminado das aspas, e o resultado foi um conto difícil de perceber a mensagem, que eu imagino que realmente teria muito a dizer, se fosse mais arrumado. É rebelasse mesmo ou rebelar-se? E o que quer dizer Hi’s Davi?

    boa sorte

  7. Luis Guilherme Banzi Florido
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Luis Guilherme Banzi Florido

    Bom dia/boa tarde/boa noite e um bom ano pra nós, amigo entrecontista. Bora começar um novo ano arrasando na escrita! Parabéns pela participação nesse primeiro desafio no ano,! Pra mim, escrever micro conto é um macro desafio kkkkkk. Bora pra sua avaliação, mas, por favor, não leve minhas palavras a sério demais, afinal, micro conto é algo muito fora da curva e é difícil até analisar. Pra ajudar, criei um micro sistema que espero que ajude a ser justo com todos os amigos. Bora lá!

    Micro resumo: a vida (inteira, impressionantemente) de um homem trans soropositivo –> contando, inclusive, seu processo de transição de Sida para Davi.

    Microsensações: uau, quanta coisa vocÊ conseguiu contar em menos de 100 palavras! Impressionante. No quesito “uso das 99 palavras” esse conto com certeza foi o melhor do desafio. Me senti até cansado ao final (metaforicamente, entenda que isso nao é uma critica), como se tivesse acompanhado a vida toda de Davi. Parabens.

    É um conto muito denso, duro, pesado, doloroso. A vida de uma pessoa que nasceu com HIV, (Sida – sindrome da imuno deficiencia adquirida, se nao me engano), perdeu a mae no parte, comeu o pao que o diabo amassou durante toda a vida, até que conseguiu fazer a transição e finalmente viveu (até entao, só respirava).

    Alguns elementos me levaram a deduzir que a cirurgia foi feira no exterior: o uso da sigla SIDA e as palavras em ingles. Me parece que voce ainda arrumou espaço para criticar a dificuldade de fazer a cirurgia de transição no Brasil, mas eu posso estar interpretando demais.

    Acho que essa abertura para inumeras interpretações é um dos maiores acertos do conto.

    Por outro lado, fiquei um pouco confuso com algumas coisas, a leitura é um pouco truncada, o que pode prejudicar o ritmo um pouquinho. Também, não entendi a expressão “hi’s”… me parece um “hi” de “oi”, mas estranhei o uso do ‘s. Pode ser alguma expressão do ingles que nao conheço, entao nao vou reclamar disso. Mas me pareceu um pouco estranho

    Pelo tamanho do comentario, dá pra ver que gostei do conto. Nao é um dos melhores do desafio (pra mim), mas tem uma boa chance de ficar no top 15. Preciso rever os candidatos e pensar ainda, mas está entre os melhores, com certeza. E foi um dos que mais me fez pensar e interpretar, o que joga a favor do conto.

    Impacto:

    Micro

    Médio

    Macro –> não chega ao impacto maximo, pois achei um pouco truncado e confuso em alguns momentos, mas juntar as pontas e montar o quebra cabeça foi uma otima experiencia, e o impacto das mensagens e as situações retratadas são impactantes.

    Uso das pouquíssimas palavras permitidas: perfeito. O melhor do desafio.

    Conclusão de um leitor micro-capacitado a opinar sobre micro contos: li sobre a vida de Davi (não digo a vida de Sida, pois Sida sobreviveu, enquanto Davi viveu), me confundi, entendi, confundi de novo, refleti e aprendi. Entendi. Me impressionei. Saí marcado. Pensando bem, que vai pro top 15 sim.

    Parabéns e boa sorte no desafio!

  8. Thais Lemes Pereira
    31 de janeiro de 2025
    Avatar de Thais Lemes Pereira

    Olá, Vih.

    Contexto pessoal

    Último conto que leio. Foram dois contos lgbtqiapn+ no desafio e isso me deixou bastante feliz. Sinto falta dessa representatividade aqui.

    Análise do conto

    O conto é fortíssimo! Pela forma como você escolheu narrar, difícil, mas dá sim para entender e acompanhar. Acho que tudo isso junto expressa o quanto ele é real. A vida de uma criança que nasce com AID’S, que é orfã e que se descobre trans não é fácil. A complexidade do conto traz verdade para a história.

    ‘Sida’ por uma vida respirou. -> muito, muito forte.

    Conclusão

    Parabéns pelo conto. Vou incluir na minha possível lista de indicados e espero que continue lá!

    Desejo um bom desafio

  9. Luis Fernando Amancio
    31 de janeiro de 2025
    Avatar de Luis Fernando Amancio

    Oi, Vih,

    Como leitor, agradeço por compartilhar conosco seu texto. Participar de um desafio exige coragem, expor-se de forma cega ao julgamento dos pares. Seu conto não é fácil, possui muita simbologia e toca em um tema sensível. Hoje, com o avanço dos medicamentos, a AIDS parece uma doença domada: em décadas anteriores, porém, era uma sentença de morte. Para a primeira geração de jovens que, no auge das descobertas sexuais e de entorpecimento, precisou lidar com essa doença, foi uma tragédia.

    Trágico não só para aquela primeira leva de infectados. Seu texto traz uma personagem que herda a condição da mãe e passa a vida lidando com o vírus. Depois, faz uma transição de gênero – outro tema delicado, também cercado de preconceitos.

    Não acredito que um texto deva entregar tudo “mastigadinho” para o leitor. Querer todas as referências explicadas é coisa de preguiçoso. Porém, talvez você tenha errado um pouco a mão. A experiência de leitura do seu conto, ao menos para mim, ficou toda travada. Gosto de ritmo na leitura, algo mais harmonioso.

    Mas é minha opinião. Parabéns pelo conto e boa sorte no desafio!

  10. fcaleffibarbetta
    31 de janeiro de 2025
    Avatar de fcaleffibarbetta

    Olá Vih,

    Achei seu texto um pouco confuso. É possível compreender boa parte da história, mas exige várias releituras.

    Talvez haja muitos temas tratados em um texto curto. Temos a questão da AIDS, a questão de a mãe ter passado a doença para ela, a mãe ter morrido no parto, o lar tóxico, acho que a trama da transição sexual pode ter sido muita coisa. Em um microconto, melhor simplificar a trama.

    O recurso da aspa para nos fazer entender que aquelas palavras tinham as mesmas letras colocadas em lugares diferentes cumpriu sue papel, funcionou. Porém, não gosto muito destas marcas no texto. Mas é gosto. Faltou uma aspa no primeiro Sida.

    “rebelasse homem” – ? rebelar-se, revelar-se?

    “Hi’s” – Hi

    “Davi respirou por uns poucos ‘dias’, e viveu” – não entendi. Pq por poucos dias? 

    Parabéns pelo texto.

  11. Elisa Ribeiro
    30 de janeiro de 2025
    Avatar de Elisa Ribeiro

    Não sei se entendi seu conto, que mistura aids com transição de gênero, me parece, mas gostei. A ideia da transição entre gêneros combina com o uso dos anagramas, das palavras que se transformam, e é sempre muito bom se deparar com textos que amálgamam como o seu tema e forma. 

    Parabéns! 

  12. Leo Jardim
    30 de janeiro de 2025
    Avatar de Leo Jardim

    📜 Conteúdo (⭐⭐▫): Sida nasce de uma mãe com HIV (Aids/Sida) e depois consegue transicionar para Davi.

    📝 Técnica (⭐▫▫): é um pouco confusa, com uma apóstrofos estranhos. Entendi que Sida e Dias eram anagramas, mas precisavam estar sempre marcados no texto? E ainda veio um inglês estranho no meio…

    💡 Criatividade (⭐⭐▫): dentro da média do desafio

    🎭 Impacto (⭐▫▫): a história contada é bonita, mas a forma acabou deixando muito confusa e travada. É uma opção arriscada que não agrada a todos e infelizmente não funcionou comigo.

  13. Fabiano Dexter
    29 de janeiro de 2025
    Avatar de Fabiano Dexter

    Li o conto uma primeira vez e achei confuso. Li uma segunda vez e parecia a primeira.

    A ideia de Microcontos é arriscar e esse é um desses textos que nos tiram do conforto de apenas receber a história/mensagem e nos fazem ir além, buscar uma compreensão, um entendimento do que está escrito ali.

    Entendi que temos uma garota, que herdou a SIDA da mãe e isso acabou marcando a sua vida como um todo, tudo o quela vivia era em torno da doença, até a sua libertação, que foi ter se transfomado em Davi.

    Apesar de confuso entrega uma experiência diferente ao leitor. Gostei.

  14. JP Felix da Costa
    29 de janeiro de 2025
    Avatar de JP Felix da Costa

    Achei este texto bastante confuso. Eu sei que o objetivo é ser desafiante, mas está escrito de uma forma que não me parece ser para mim. Tem algumas falhas no uso das aspas, palavras que não encaixam, como o rebelasse. Pareceu-me haver um uso exagerado das aspas (pôr aspas na palavra dias só para salientar que é um anagrama de sida, era desnecessário, na minha opinião).

    Num texto tão pequeno colocar dois pontos de foco, a SIDA e a transição de género, parece-me demais. Acaba por uma coisa tirar o protagonismo da outra.

    Parabéns pelo texto, apesar de tudo. É sempre de valorizar a vontade de fazer diferente. Infelizmente, não é o meu tipo de diferente.

  15. Thiago Amaral Oliveira
    29 de janeiro de 2025
    Avatar de Thiago Amaral Oliveira

    Com certeza, o texsto mais hermético do desafio (Ainda não li tudo, mas acho seguro afirmar). A sensação da leitura foi como resolver um daqueles criptogramas da Coquetel.

    O resultado… excelente! Adorei a história e a jornada para entendê-la. No meio da linguagem espinhosa, desse labirinto maluco, há um conto sensível, bonito. Principalmente nos trechos onde vemos que Sida viveu toda essa vida sofrida com o sonho de finalmente ser plenamente Davi. Viveu sob a alma dele. Quando contos são muito complicados, diferentões, costumam ser também frios, lógicos demais. Você escapou dessa armadilha.

    Ao início da leitura, estava sentindo uma sensação de pretensão, com medo que o conto tentasse ser mais do que é. Mas acredito que, apesar dos floreios e dificuldades, o conto tem alma e de fato diz algo além da superfício. Então ponto pra você, Vih! Já é um dos meus favoritos.

    Ah, queria falar de outras coisas também, como a força de algumas palavras usadas. O início, com termos da química, trazem sensações fortes relacionadas a doenças. O próprio fato de chamar a mãe de cadáver… dá uma sensação bem ruim, que se conecta com a vida extrema que Davi levou, mas contrasta com a beleza de seu fim (apesar do falecimento). A imagem também funciona bem para o efeito do conto. (No começo, tudo parecia tão alienígena…)

    Obs.: eu também adivinhei que Davi provavelmente fez a cirurgia no exterior, quero meu prêmio, tá? (Mas ainda não faz muito sentido ter a apóstrofe e o “s” depois de Hi)

    Parabéns e boa sorte no desafio!

  16. Fernando Cyrino
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de Fernando Cyrino

    Ei, Vih, cara que conto é esse que você apresentou aqui no Desafio? Puxa, hermético demais da conta. Gosto de pensar que se trata de alguém que nasce com Aids (a sida) e que toma os remédios todos, segue as prescrições… Ao mesmo tempo a Sida vai se tornar Davi. Aí bolei a cabeça. Trata-se de um processo de transição de gênero o enredo do microconto? Bem, há também a possibilidade de se tratar dos dois casos em paralelo. A história trata da Sida que vira Davi e que sofre da cida (aids). E esse “dias” da Sida. Seria sobrenome? Acho que não porque está em letra minúscula, né? Viveria só por uns dias?… Muita areia para o meu caminhãozinho transportar. Sim, sei que são só 99 palavras, mas você bem que podia ter me facilitado nem que fosse um pouquinho. Parabéns.

  17. Bia Machado
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de Bia Machado

    Plot: Olá, autor/autora… Não consigo estabelecer um plot para a sua narrativa porque eu mesma não sei se entendi o que você quis dizer. Uma tentativa: um trecho de uma história sobre um homem trans, que convive com o vírus da AIDS desde a barriga da mãe aidética (pesquisei o nome dos medicamentos e são usados com essa finalidade).

    Desenvolvimento: Para mim foi confuso. Entendi que houve uma forma de narrar não convencional aqui, eu não estava preparada para esse formato, peço mil desculpas.

    Destaque: apesar de eu ter me sentido confusa com a narrativa, destaco a forma como você construiu o seu texto, com tanta personalidade e parecendo não se importar se seria compreensível, ou não. Algumas coisas também me trouxeram dúvida, como por exemplo o “rebelasse homem”… Pra mim não fez sentido. E por que o “Hi’s”? Seria “rebelar-se”? Seria “hi”?

    Impressões da leitura: Eu gostei de ler o seu conto. De acordo com a interpretação que fiz, me comovi com a situação, porque no meu entendimento após se tornar Davi, não viveu muito tempo? Gostei da leitura, mas os questionamentos que coloquei aqui me incomodaram um pouco. Enfim, boa sorte no desafio!

  18. Nelson
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de Nelson

    O conto parte de uma perspectiva em que o leitor está decidindo demonstrar suas ideias através de códigos que permeiam em grupos pequenos. Se o ente que está para chegar ao mundo sobre devido à química, o novo ser transformado opera um renascimento e uma espécie de vingança do que era anteriormente. Esse códigos, essa interface em que nada parece claro é típico de minorias que, para afirmarem o seu núcleo em que somente poucos podem compreender os tais jargões, além de ser uma forma de proteção, ultrapassa os limites da linguagem e acaba por assumir nesse conto um papel estilístico. Temática contemporânea, bem adequada ao tempo em que vivemos.

  19. danielreis1973
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de danielreis1973

    Na leitura do título, já havia sacado SIDA/AIDS e HIV, opondo-se à vida. Na leitura do conto, entendi em partes o desenrolar do drama da protagonista, e sua transição antes do fim. Porém, o limite de palavras obrigou o autor ao paroxismo da concisão absoluta, tornando o conto quase cifrado de tão depurado em palavras. De qualquer forma, boa sorte no desafio!

  20. Antonio Stegues Batista
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de Antonio Stegues Batista

    O conto não entrega tudo claro e explicado, mas algumas pistas nos levam a uma compreensão da estória. A mãe grávida, com HIV dá à luz a uma menina, Sida Dias, que nasceu soropositiva. Cresceu mulher por fora, mas homem por dentro. Fez a transição, tornou-se David, que viveu por poucos dias, morreu pela infecção do HIV. Sida, por Davi, viveu. Acho que é isso.

  21. toniluismc
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de toniluismc

    Há textos em que as pessoas parecem não ter tido muito trabalho e são fáceis de captar, outros em que a pessoa se esforçou pra fazer um trabalho primoroso, mas é quase um enigma. Feliz ou infelizmente este daqui está na segunda categoria. Acho que ainda não terei terminado de entendê-lo ao final do comentário, então perdoe minha limitação.

    Apesar de AIDS (ou SIDA) e HIV não serem a mesma coisa, existe aqui o retrato de uma jornada de uma pessoa convivendo com essa condição, desafiando os estigmas e construindo sua própria identidade. A narrativa, com uma linguagem poética e intensa, celebra a vida e a resiliência humana.

    Ao personificar uma doença, Vih consegue provocar uma profunda reflexão sobre a identidade e busca por significado, pois por mais que alguém queira rotular a pessoa por sua condição, ela não deixa de ser livre para fazer escolhas e realizar conquistas, e a transformação de Sida em Davi representa a superação da doença e afirmação da individualidade.

    Só posso dizer que você me trouxe trabalho, já que estou nas últimas leituras e agora vou ter que te encaixar na lista dos favoritos. Parabéns! Espero que seja reconhecido!

  22. Juliano Gadêlha
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de Juliano Gadêlha

    História forte, cheia de sutilezas pelo caminho. Tarefa difícil abordar tanta coisa em 99 palavras, com uma clara preocupação com o encaixe de vários termos, que em algumas ocasiões carregam consigo mais de um significado. Parabéns!

  23. jowilton
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de jowilton

    O conto narra uma história forte, de uma menina que nasce com AIDS {lembro que nos anos oitenta chamavam a doença de Tia Sida, quando queriam abordá-la sem chamar muita atenção}, essa menina cresce e acaba se identificando como homem e vira o Davi. O autor usa e abusa do jogo de palavras, que dá um certo charme estético como também prejudica o ritmo e o entendimento da leitura. Tive que ler algumas vezes para entender mais ou menos o conto. Num texto tão curto acho que não é interessante que isso aconteça. A ideia é muito boa, mas na minha opinião a forma como foi contada não foi. O impacto foi de médio pra baixo.

    Boa sorte no desafio.

  24. Gustavo Araujo
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de Gustavo Araujo

    Acredito que para funcionar bem um microconto precisa de camadas diferentes. Para além da história literal que é contada pelas palavras, é preciso haver tramas subjacentes, dilemas e dramas escondidos nas entrelinhas, algo que se revele somente ao fim da leitura, ou até mesmo em uma segunda ou terceira leitura.

    Aqui temos tudo isso, mas creio que a execução comprometeu o resultado final. Percebo a estratégia do(a) autor(a) ao utilizar sentenças curtas e palavras isoladas para incutir no leitor as ideias que deseja passar. Mas isso, a meu ver, tornou o texto mais confuso do que qualquer outra coisa.

    Sinceramente, não sei se se trata de um texto sobre AIDS ou sobre transição de gênero. Ou sobre ambos. Claro, são assuntos prementes, relevantes e de discussão necessária, mas é preciso haver uma linha um tanto mais clara para falar disso.

    Em qualquer microconto é bacana deixa portas abertas e permitir aos diferentes leitores diferentes interpretações, mas aqui as portas ficaram escancaradas demais. Em vez de enlevo, de poesia, encontrei um labirinto um tanto exasperante, sensação reforçada pelo uso aparentemente equivocado de algumas palavras e expressões, a começar pelas que constam do título.

    Em suma, falhei como leitor. Queria ter gostado, mas não funcionou.

  25. Renato Silva
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de Renato Silva

    Olá, tudo bem?

    O nome “Sida” me remeteu imediatamente à doença, cuja sigla está em inglês aqui no Brasil. Joguei o nome dos medicamentos no Google e me confirmaram que são parte do “coquetel” para seu tratamento.

    Entendi que a  protagonista perdeu a mãe logo ao nascer ou ainda bem pequena por causa da doença. Cresceu angustiada por causa da doença e também por causa do seu verdadeiro “eu, que acabou sendo revelado em dado momento da vida.

    Percebi que a palavra “dias” é um anagrama para “sida”. Esse “dias” seria a antítese da “sida”? Enquanto um é a doença que consome a diariamente, a outra palavra indica que estes dias restantes devem ser vividos com intensidade, principalmente agora que o Davi foi revelado?

    Boa sorte

  26. Givago Domingues Thimoti
    26 de janeiro de 2025
    Avatar de Givago Domingues Thimoti

    SIDA DIAS: HI’S DAVI (VIH)

    Bom dia, boa tarde, boa noite autor(a)! Espero que esteja bem! Meus critérios de avaliação foram escolhidos baseando-se em conceitos que encontrei sobre o gênero microconto na internet. São eles: utilização do espaço permitido, subtexto, impacto, escrita. Nesse desafio em específico, não soltarei minhas notas no comentário. E, por fim, mas não menos importante, gostaria que você tivesse em mente que microcontos são difíceis de escrever e difíceis de avaliar; logo, não leve tanto para o lado pessoal se o meu comentário não estiver bom o suficiente, por qualquer motivo que seja. Garanto que li com o cuidado e a atenção que seu conto merece, dando o meu melhor para tanto contribuir com a minha opinião quanto para avaliar de uma forma justa você e os demais colegas.

    É isso! Chega de enrolação e vamos para o meu comentário:

    Ø  Breve resumo:

    Esse resumo/comentario vai ser difícil; “Sida”(Cida) é uma pessoa soropositiva desde o ventre da sua mãe. O microconto traça um paralelo; enquanto o sistema imunológico de Cida luta contra o vírus, ela se descobre como um homem trans (Davi).

    Ø  Utilização do espaço permitido:

    Engenhosa, para o bem e para o mal.

    Ø  Subtexto:

    Aqui tem muitas entrelinhas… Não é um microconto para leitores vorazes, apressados e que prezam mais pela quantidade do que pela qualidade do que estão lendo (até porque essa análise de qualidade é extremamente subjetiva; o que eu gosto difere do que o Thales gosta, por exemplo). Vocês vão escorregar no suor do autor/ da autora, tal como eu por vezes. O rearranjo de letras em algumas palavras, o jeito de contar a história… tudo isso contribui para uma leitura difícil, sendo de longe o microconto mais desafiador para ler, analisar e comentar.

    Pessoalmente, gostei da ousadia, do esforço, do pensar. É sempre admirável ver o esforço de alguns membros do EntreContos com a escrita. Do resultado final da tentativa, não sei se gostei tanto. Acho que a prioridade do autor ficou mais na experimentar na escrita do que das ideias.

    Aqui temos de tudo: a construção social de gênero, vírus HIV, transexualidade… Muitas ideias colocadas no texto. E a forma como foi construída algumas ideias são muito boas, extremamente poéticas. Por exemplo, comparar o corpo da mãe de Cida/Davi a uma ampola-cadáver de remédios de HIV. (Embora eu acho que a ideia de compará-la com uma pessoa já condenada um tanto quanto perigosa, que poderia esbarrar até num preconceito com soropositivos…, claro, considerando a década da história, o diagnóstico era de fato uma sentença de morte). Outras ideias, não sei se tanto.

    Ø  Escrita:

    Bom, pessoalmente, não gostei. Olha que eu também gosto de brincar com as palavras, não me leve a mal. Tem vezes que acertamos, tem vezes que erramos. Aqui, o foco do autor me pareceu muito mais em experimentar a escrita do que contar uma história propriamente dita, especialmente a partir do momento que Cida transiciona para Davi.

    Agora, alguns detalhes incomodaram, tanto do ponto de vista estético quanto da lógica de ideias. Muita repetição do termo Sida e ‘dias’. Podia ser um pouco menos. “Hi’s, Davi” pode ser interpretado como Hi, is Davi ou “He is Davi” , uma apresentação (o que combina mais com ouviu e o sentido todo do texto). De qualquer forma, me incomodou mais do que entreteu.

    Ø  Impacto:

     Bom, como microconto, não gostei. Sempre penso que contos devem ser equilibrados. Não significa que não há espaço para experimentar. Não significa que não há espaço para brincar com as ideias de uma história. Não significa que você, enquanto autor, não possa jogar a responsabilidade da compreensão da narrativa para o leitor. Mas acho que isso tudo pode ser feito com equilíbrio, coisa que não aconteceu aqui.

    Como poesia, teria amado.

    Parabéns pelo trabalho, pela criatividade e pelo esforço!

    Bom desafio!SIDA DIAS: HI’S DAVI (VIH)

    Bom dia, boa tarde, boa noite autor(a)! Espero que esteja bem! Meus critérios de avaliação foram escolhidos baseando-se em conceitos que encontrei sobre o gênero microconto na internet. São eles: utilização do espaço permitido, subtexto, impacto, escrita. Nesse desafio em específico, não soltarei minhas notas no comentário. E, por fim, mas não menos importante, gostaria que você tivesse em mente que microcontos são difíceis de escrever e difíceis de avaliar; logo, não leve tanto para o lado pessoal se o meu comentário não estiver bom o suficiente, por qualquer motivo que seja. Garanto que li com o cuidado e a atenção que seu conto merece, dando o meu melhor para tanto contribuir com a minha opinião quanto para avaliar de uma forma justa você e os demais colegas.

    É isso! Chega de enrolação e vamos para o meu comentário:

    Ø  Breve resumo:

    Esse resumo/comentario vai ser difícil; “Sida”(Cida) é uma pessoa soropositiva desde o ventre da sua mãe. O microconto traça um paralelo; enquanto o sistema imunológico de Cida luta contra o vírus, ela se descobre como um homem trans (Davi).

    Ø  Utilização do espaço permitido:

    Engenhosa, para o bem e para o mal.

    Ø  Subtexto:

    Aqui tem muitas entrelinhas… Não é um microconto para leitores vorazes, apressados e que prezam mais pela quantidade do que pela qualidade do que estão lendo (até porque essa análise de qualidade é extremamente subjetiva; o que eu gosto difere do que o Thales gosta, por exemplo). Vocês vão escorregar no suor do autor/ da autora, tal como eu por vezes. O rearranjo de letras em algumas palavras, o jeito de contar a história… tudo isso contribui para uma leitura difícil, sendo de longe o microconto mais desafiador para ler, analisar e comentar.

    Pessoalmente, gostei da ousadia, do esforço, do pensar. É sempre admirável ver o esforço de alguns membros do EntreContos com a escrita. Do resultado final da tentativa, não sei se gostei tanto. Acho que a prioridade do autor ficou mais na experimentar na escrita do que das ideias.

    Aqui temos de tudo: a construção social de gênero, vírus HIV, transexualidade… Muitas ideias colocadas no texto. E a forma como foi construída algumas ideias são muito boas, extremamente poéticas. Por exemplo, comparar o corpo da mãe de Cida/Davi a uma ampola-cadáver de remédios de HIV. (Embora eu acho que a ideia de compará-la com uma pessoa já condenada um tanto quanto perigosa, que poderia esbarrar até num preconceito com soropositivos…, claro, considerando a década da história, o diagnóstico era de fato uma sentença de morte). Outras ideias, não sei se tanto.

    Ø  Escrita:

    Bom, pessoalmente, não gostei. Olha que eu também gosto de brincar com as palavras, não me leve a mal. Tem vezes que acertamos, tem vezes que erramos. Aqui, o foco do autor me pareceu muito mais em experimentar a escrita do que contar uma história propriamente dita, especialmente a partir do momento que Cida transiciona para Davi.

    Agora, alguns detalhes incomodaram, tanto do ponto de vista estético quanto da lógica de ideias. Muita repetição do termo Sida e ‘dias’. Podia ser um pouco menos. “Hi’s, Davi” pode ser interpretado como Hi, is Davi ou “He is Davi” , uma apresentação (o que combina mais com ouviu e o sentido todo do texto). De qualquer forma, me incomodou mais do que entreteu.

    Ø  Impacto:

     Bom, como microconto, não gostei. Sempre penso que contos devem ser equilibrados. Não significa que não há espaço para experimentar. Não significa que não há espaço para brincar com as ideias de uma história. Não significa que você, enquanto autor, não possa jogar a responsabilidade da compreensão da narrativa para o leitor. Mas acho que isso tudo pode ser feito com equilíbrio, coisa que não aconteceu aqui.

    Como poesia, teria amado.

    Parabéns pelo trabalho, pela criatividade e pelo esforço!

    Bom desafio!

  27. Evelyn Postali
    26 de janeiro de 2025
    Avatar de Evelyn Postali

    Apesar do entendimento de “Sida” como uma metáfora da doença, é possível vê-la como uma personagem que carrega o peso desse nome e da condição, a dor do diagnóstico, a solidão e a busca por pertencimento. Esse micro é impactante e profundamente poético. Personificar a luta contra a doença, enquanto, ao mesmo tempo, nos faz transitar entre identidade, gênero e existência, sobrepondo metáforas, não é para qualquer um. Esse micro é intenso e tocante, cheio de camadas ricas e de significado, mostrando o jogo entre vida e morte, resistência e aceitação, abordando temas como identidade, resiliência e transformação.

  28. Marco Saraiva
    26 de janeiro de 2025
    Avatar de Marco Saraiva

    Um conto que explora a transição de Sida para Davi. Aqui você conseguiu contar bastante coisa com poucas palavras. Há uma ambientação, um preâmbulo, dá para entender as condições da vida de Sida quando a decisão de transicionar é tomada.

    Gostei da sacada de destacar os anagramas do conto. As mesmas letras, rearranjadas, formam significados diferentes. Conversa bastante com o tema. Interessante!

  29. Mariana
    26 de janeiro de 2025
    Avatar de Mariana

    A colocação dos termos SIDA/DAVI/HIV/AIDS me lembrou uma poesia concreta, que trabalha palavra, som e imagem. Uma letra dos Titãs no auge, o pulso ainda pulsa… É inegavelmente bem feito e intrincado, amarrado no começo e no final.

    Sobre o tema, é necessário DEMAIS. Eu sou professora e percebo uma imensa ignorância das novas gerações sobre a AIDS, que marcou e ainda marca tantas vidas. Talvez não seja o meu micro favorito, não é uma história escrita para agradar e entreter, mas não tem como deixar este texto de fora da lista. Parabéns e boa sorte no desafio.

  30. Afonso Luiz Pereira
    24 de janeiro de 2025
    Avatar de Afonso Luiz Pereira

    O conto parece narrar a história de uma pessoa que nasce em condições adversas (uma mãe doente, possivelmente HIV positiva) e cresce enfrentando as limitações impostas pela doença. Mas além de lidar com essa luta, a personagem enfrenta também uma jornada de autodescoberta e transição de gênero, tornando-se Davi. A repetição de “dias”, provavelmente, simboliza a luta constante por existência, enquanto “Davi” se torna um símbolo de força e aceitação.

    No fim, o texto parece enaltecer a resistência e a transformação, mesmo que em meio a uma vida marcada por dificuldades. É uma narrativa complexa com uma mensagem sobre a busca pela identidade, a luta pela sobrevivência e a afirmação de si mesmo diante de adversidades extremas.

    Para chegar a esse entendimento, e ainda não sei se está correto, tive que ler algumas vezes. O interessante é que acabei de vir de uma leitura que era o oposto desta: “Quando as estrelas criam asas”, simples, direta, sem subtextos. E o texto aqui é hermético, complicado de ler, precisa de um tempo pra destrinchar as coisas. Em vou ser sincero, vale como uma experiência literária interessante, sim, mas não é pra mim, não. Não gosto de passar trabalho pra entender alguma coisa que tenho que ficar relendo. Sou preguiçoso neste aspecto. De qualquer forma, parabenizo pela ousadia de trazer um texto desta complexidade.

    A propósito, sobre a frase “Hi’s, Davi! – Ouviu”, se for colocar dentro do contexto do teu conto, considerando o uso da expressão em inglês, deveria ser “He is Davi!” (Ele é o Davi). Faria mais sentido, acho que você quis dizer “He’s Davi”, pois “He’s” é a forma contraída do verbo to be “He is” (Ele é), enquanto que se a ideia era dizer “Oi, Davi” cumprimentando o nascimento dele deveria ser “Hi, Davi”, no caso aqui a vírgula é usada para indicar que você está se dirigindo a alguém diretamente (vocativo). Sorte no certame, meu caro, ou minha cara participante.

  31. Sabrina Dalbelo
    24 de janeiro de 2025
    Avatar de Sabrina Dalbelo

    Olá, Entrecontista,

    Então, não li nenhum comentário antes de escrever o meu, para não afugentar o que está na minha cabeça.

    Cara, que piração, tu escreveu basicamente um micro codificado.

    Me pareceu uma transição de gênero, de Sida para Davi, de alguém que teve uma vida muito difícil.

    E aí temos uma questão: o quanto tu quer que o micro seja entendido, o quanto o texto reflete a piração do fato em que se inspira? Enfim, tudo coisa que é só tu que sabe.

    Valeu pelo texto.

  32. Juliana Calafange
    24 de janeiro de 2025
    Avatar de Juliana Calafange

    Uau, que forte. Muita leveza nas palavras, mas imagens fortíssimas, angustiantes. Viver sob a sombra da doença e em um corpo que não lhe cabe. Que bom que Sida teve coragem para se libertar e virar Davi, e assim poder ser vida.
    Um conto cheio, transbordante de significados e narratividade, deixando tudo claramente não-dito, abrindo a “coautoria” da história para o leitor, do jeitinho que um microconto deve ser.
    Só me engasguei com duas coisinhas:
    – “rebelasse” me causou um estranhamento danado. Não seria “rebelar-se” ou “rebela-se”?
    – E se “Hi’s Davi” quer dizer “Olá, Davi”, então o correto em inglês é “Hi, Davi” (Hi = oi/olá)
    Muito bom trabalho, parabéns.

  33. Victor Viegas
    24 de janeiro de 2025
    Avatar de Victor Viegas

    Olá, Davi!

    Muito bom conto. Em poucas palavras você consegue transmitir exatamente a história do personagem, a ambientação e a emoção esperada. Isso é uma habilidade admirável. O Hi’s me deixou um pouco confuso, mas é uma pequena crítica perante um texto com bom uso da linguagem. Boa sorte!

  34. Marcelo
    23 de janeiro de 2025
    Avatar de Marcelo

    O jogo de palavras é de grande habilidade. Tanto, que é pertinente o cuidado para que não se sobressaia à história. Particularmente, valorizo muito a forma como o conto é escrito e digo que gostei muito.

    Parabéns

  35. Vítor de Lerbo
    23 de janeiro de 2025
    Avatar de Vítor de Lerbo

    Habilíssima com as palavras a pessoa que escreveu este conto. Nota-se esmero e preocupação não apenas com o conteúdo, como também com a forma.

    A brincadeira com as palavras “idas, dias e Sida” é uma bela piscadela para os autores. Normalmente, não aprecio que me seja ressaltada uma piada interna no conto, por parte da pessoa que escreve; neste caso, provavelmente eu não notaria a magia se não estivesse indicada no texto, então valeu demais.

    O conto é denso mas, ao mesmo tempo, leve. A leveza está nas palavras, a densidade, nas temáticas. A doença, o não-lar, a não-percepção de si no antigo corpo. Tudo isso em pouquíssimas palavras. algo digno de admiração.

    É a prova de que uma prosa poética pode, sim, ser um conto, e trazer uma história completa.

    Boa sorte!

  36. leandrobarreiros
    23 de janeiro de 2025
    Avatar de leandrobarreiros

    Chamo de “técnica” a facilidade com que o autor carrega o leitor pela narrativa, e/ou transmite subtexto, e/ou faz (bom) uso de figuras de linguagem que tornam a leitura agradável.

    Chamo de “interesse” o quanto o texto me fisgou enquanto leitor, o quanto de impacto senti pela leitura.

    Chamo de “objetivo do autor” um palpite do que o autor queria com o texto. É mais um esforço criativo e uma tentativa de fazer leituras mais enquanto escritor do que leitor.

    Um quebra-cabeça desafiador em poucas palavras. Também tivemos um conto interessante sobre transição no outro desafio. Isso mostra que a mesma temática, sob mãos hábeis, pode ser discutida de diferentes maneiras sem perder o brilho.

    Técnica: Altíssima. Jogo de palavras e referências que dão duas escolhas claras ao leitor: se esforce ou passe para outra, isso aqui não é para você. A brincadeira funciona, talvez por não ser excessiva.

    Interesse: Alto. Geralmente quando um conto me passa dever de casa eu desanimo um pouco. Aqui, por algum motivo, me senti desafiado. Então Google sobre DTG50 e tenofovir. Eis que entendo que acompanhamos a história de um recém nascido que nasceu com HIV.

    A passagem do cadáver da mãe ficou um pouco estranha para mim. A mãe de fato morreu antes de gerar a criança ou é uma indicação do motivo pelo qual ela foi órfã?

    A história se desenvolve e conta como Sida só passou a viver de verdade depois de fazer sua primeira grande escolha na vida e virar Davi.

    A última frase me soou um pouco estranha, especialmente o ‘s depois do Hi. Talvez tenha sido o corretor, ou, talvez, eu tenha deixado algo passar.

    De todo modo, considerei que ou Davi fez a transição em um país de língua inglesa e o médico o está saudando pela primeira vez, ou Davi se mudou para um país de língua inglesa para viver a nova vida, talvez outro sonho reprimido.

    Objetivo do autor: Desafiar o leitor e gerar satisfação aos que aceitam a tarefa de tentar decifrar o texto.

    Excelente trabalho.

    • Davi
      23 de janeiro de 2025
      Avatar de Davi

      E aí, mano, firmeza?

      considerei que ou Davi fez a transição em um país de língua inglesa e o médico o está saudando pela primeira vez

      Parabéns!

      O primeiro a matar essa.

      Obrigado aí pela leitura, parceiro!

      Tmj!

  37. Mauro Dillmann
    22 de janeiro de 2025
    Avatar de Mauro Dillmann

    Um texto inteligente. Faz referência ao HIV e à transição de gênero.

    Li pausadamente duas vezes para melhor entender. Algumas passagens ainda ficaram enigmáticas para mim.

    Se a mãe tomava medicação, logo estava saudável. I = I. Por isso, estranhei a referência ao ‘lar tóxico’.

    Sida / Aids crescia com a vontade de inexistir. Essa passagem me incomodou um pouco. Primeiro pela referência ao termo ‘aids’ (ainda que subentendido por Sida), segundo pelo fato de o leitor não saber se essa vontade de inexistir se deve ao gênero ou ao HIV.

    Acho um tema importante (tanto o HIV quanto a vida trans), mas tenho dúvidas sobre a forma como foi explorado no conto. Não que tenha (ou deva ter) uma forma correta ou melhor, mas enquanto leitor tenho meus julgamentos e opiniões quando o assunto são temas sociais e políticos contemporâneos.

    Parabéns!

  38. Kelly Hatanaka
    22 de janeiro de 2025
    Avatar de Kelly Hatanaka

    Um conto interessante. Sida, órfã, vive sob a sombra do HIV desde o ventre da mãe. Lá pelas tantas, transiciona e se torna Davi.

    O jogo de palavras aids, sida, dias foi bem explorado.

    Porém, algumas coisas incomodaram um pouco. Não entendi o “ para escolher rebelasse homem.”. Tampouco o “Hi’s, Davi!”. O que seria isso? “Hi is, Davi”? “ Hi has, Davi”?

    Num espaço tão curtinho sentir que “perdeu” alguma coisa é ruim.

    Apesar de gostar do jogo de palavras, senti que, por vezes, ele se sobrepôs à história.

    De toda forma, é um bom conto.

    Parabéns pela participação e boa sorte.

    Kelly

    • Davi
      24 de janeiro de 2025
      Avatar de Davi

      Pô, Kelly, bom d+?

      Firmeza mesmo?

      Que isso, vc aprendeu com mestre Miyagi?

      Em um conto curto, fizemos aqui um experimental, tipo, usar a linguagem, quebrando a tradição, de uma maneira, tá ligada, inusitada.

      A ideia era essa, então não é, pra gente, eu a Sidinha, tenha se sobreposto a nossa história. É tipo, mano, ela conta, revela detalhes, os mais dolorosos detalhes, e pra nós até que foi bom ser assim, para não falarmos disso diretamente, se é que me entende.

      E um mano aí já decifrou a parte em outro idioma.

      Obrigado e Tmj!

  39. Rogério Germani
    22 de janeiro de 2025
    Avatar de Rogério Germani

    Entre idas e voltas, o combate pela vida, o incessante desejo de ser você mesm(o/a).

    Esta overdose de batalhas diárias é que faz a alma prender-se em milagres.

    Boa sorte!

    Rogério Germani

    • Sida
      21 de janeiro de 2025
      Avatar de Sida

      Olá, Sr, Rogério,um prazer tê-lo aqui nos lendo.

      Esta overdose de batalhas diárias é que faz a alma prender-se em milagres. – Não entendi muito bem qual milagre seria necessário aguardar.

      Muito obrigado pelo comentário!

      Beijos de luzes piscantes!

  40. claudiaangst
    22 de janeiro de 2025
    Avatar de claudiaangst

    Como eu era muito jovem quando surgiu o pesadelo AIDS (era até então uma sentença de morte), fui bombardeada com muita informação a respeito desde cedo. Por isso, talvez, já decifrei SIDA como a (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), sigla mais usada em Portugal, nos países de língua francesa e espanhola, se não me engano. São exatamente as mesmas letras, mas combinadas de outra forma, mas o resultado é o mesmo: infecção pelo HIV.

    Antes da evolução dos medicamentos e tratamentos, a mulher gestante acabava passando o vírus para o feto, por isso o “lar tóxico” ser o corpo da mãe, que não sobreviveu ao parto.

    Sida só respirou, sobreviveu à base do coquetel antiviral, mas quando fez a transição, viveu por uns poucos DIAS, tendo VIDA enquanto DAVI.

    O texto é quase um enigma para ser desvendado. O(A) autor(a) brinca com a troca das letras transformando as palavras.

    SIDA = AIDS com suas IDAS e vindas, todos os DIAS DAVI = VIDA

    O conto está bem escrito, utilizando aspas para destacar as palavras-chave que podem orientar o(a) leitor(a) durante sua saga para decifrar o enigma.

    Parabéns pela participação e boa sorte no desafio.

    • Davi
      21 de janeiro de 2025
      Avatar de Davi

      E aí, Dona Cláudia, firmeza?

      Ao meu ver a sra. ainda é uma dama, muito jovem aliás.

      SIDA – Justamente, no Brasil se usa mais AIDS mesmo.

      Antes da evolução dos medicamentos e tratamentos, a mulher gestante acabava passando o vírus para o feto, por isso o “lar tóxico” ser o corpo da mãe, que não sobreviveu ao parto. – Exato, Claudinha!

      Na moral, Tmj.

  41. Andre Brizola
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de Andre Brizola

    Olá, Vih!

    Seu conto conseguiu ficar bastante complexo para um limite de tão poucas palavras. Desde o título, até a “mancha no papel”, que é a alocação das palavras e a formatação do texto, vemos que tudo foi feito de forma bastante milimétrica para colaborar com a complexidade e o sentido entremeado no dito e no não dito.

    Pelos nomes dos compostos cheguei à informação de que Sida é filha de uma mãe portadora do HIV, o lar tóxico. Insurgiu, ou seja, não foi bem um nascimento, e sim uma revolta contra a condição da provável morte. Cresceu e entendeu-se Davi.

    Ok, dentro de toda a complexidade da forma como o enredo foi tratado, temos diversos temas extremamente relevantes, abordando o HIV, a mãe solteira, a orfandade, o conflito interno de não se sentir completo, o homossexualismo. São muitos assuntos e, mesmo dentro da extrema limitação de palavras, as informações nas entrelinhas conseguiram preencher algumas lacunas e deixar tudo bastante completo.

    Dito isso, entendo que a forma do texto, com as repetições, as aspas, as combinações de letras (acho que não chegam a ser anagramas), não tenha funcionado a favor da compreensão, deixando tudo um tanto quanto hermético e dificultoso para o leitor. Opção do autor, que quis esse caminho. Mas no geral, achei que uma estrutura com menos ruído deixaria a experiência da leitura um pouco mais focada no enredo.

    É isso. Boa sorte no desafio!

  42. Nilo
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de Nilo

    Conto denso e tenso. É visível que foi muito trabalhado, deve ter tido muito dificuldade Vih, mas creio que conseguiu seu intento. Gostei da ideia, bem descrita a vida sofrida de Sida/Davi.

    uma duvida Hi’s é contração de He is?

    Boa sorte no desafio

    • Sida
      21 de janeiro de 2025
      Avatar de Sida

      Olá, querido e não tão extenso Nilo.

      Fiquei feliz que tenha vindo correndo até aqui para ler nossa história e nos banhar com toda sua sabedoria.

      Quanto sua duvida, meu caro , nessa aí eu também não tinha certeza do uso, daí pois foi que pedimos ajuda a um amigo nosso do trabalho cujo inglês é bem melhor que o nosso e então ficou assim: ‘Hi’s, Davi’ ou; Olá, Davi, ou; Oi, Davi.

      Lhe agradeço grandemente!

      Beijos de luz!

  43. Raphael S. Pedro
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de Raphael S. Pedro

    Não sei se a dificuldade para ler (e entender) é um mérito ou demérito ao conto e/ou leitor, sinceramente. O jogo de palavras foi bem pensado, mas achei cansativa a repetição, o que acabou utilizando muito da já limitada quantidade de palavras. No fim das contas eu elogio pela ousadia em fazer algo bem diferente. Parabéns!

    • Davi
      21 de janeiro de 2025
      Avatar de Davi

      E aí, Rapha, fimeza, mano?

      Rapaz, eu não entendi bem seu comentário, meu bom. Utilizar muito da quantidade limitada não podia? Rapaz, não sei se tu és um anjo ou um santo, mas ao meu ver no fim das contas acaba que elogiou a nossa história.

      Sendo assim, ora meu querido, lhe agradeço e vou deixar passar.

      Tmj aí!

  44. Priscila Pereira
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de Priscila Pereira

    Olá, Vih! Tudo bem?

    Se os comentários não fossem abertos eu não entenderia nada desse conto. Li e reli várias vezes e cheguei a algumas conclusões sozinha, mas lendo os comentários vi que deixei passar muitas coisas.

    O que percebi é que o conto é sobre principalmente o HIV e seu pseudônimo é a sigla invertida (legal), percebi também que Sida é uma outra forma de nomear a AIDS, e você usa as siglas para formar um jogo de palavras.

    O conto é bem misterioso, mas está tudo ali, e isso é muito difícil de fazer, parabéns!

    Então, é sobre alguém que nasce com o HIV e vive com suas limitações e também tem uma questão de gênero, segundo o que li nos comentários quando fez a transição morreu, mas morreu feliz.

    O “Hi’s, Davi!” é também um jogo de palavras HIV e AIDS ou SIDA misturados.

    É um conto muito interessante, instigante, que desperta no leitor a vontade de descobrir direitinho do que se trata.

    Parabéns e boa sorte no desafio!

    Até mais!

    • Sida
      21 de janeiro de 2025
      Avatar de Sida

      Ah, Priscila, você é tão fofa.

      Boa tarde!

      Que felicidade ler seu comentário!

      Se os comentários não fossem abertos eu não entenderia nada desse conto. Li e reli várias vezes e cheguei a algumas conclusões sozinha, mas lendo os comentários vi que deixei passar muitas coisas. –

      Só uma coisa a dizer sobre isso, sua linda: ‘Pri, pira! Eles cria!’

      Eu adorei te ver por aqui, eu sempre vejo você por aqui.

      Obrigada meu anjo!

      Beijos de luz para você sempre!

  45. José Leonardo
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de José Leonardo

    Olá, Vih.

    Você nos brindou com uma história muito carregada e atribulada de um personagem que se recusa a se entregar aos fatores que são maiores que ele. Inevitabilidade e (“mas”) resistência.

    Apesar disso, a forma como você nos contou não funcionou para mim, o que é uma pena para o eu-leitor, que gostaria de ter apreciado mais a sua narrativa. Comigo teria funcionado com um texto maior (mas é gosto pessoal somente, e estamos num desafio curto). Apesar disso (2), creio que se trata de um(a) escritor(a) de talento.

    Parabéns e boa sorte neste desafio.

    • Davi
      21 de janeiro de 2025
      Avatar de Davi

      Fala, mano, firmeza?
      Tá até engraçado isso, a Sida tá danto sorte, meu. Todos que comentão na vez dela, falam mais e gostam da nossa história.
      Só pego morde e assopra, não é critica, cara.
      Mas, tmj, gratidão aí pela leitura.
      Vou dá uma deitada na rede aqui.
      Vlw!

  46. geraldo trombin
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de geraldo trombin

    Um texto muito bem estruturado e recheado de conflitos, com teor de realidade: o insurgir da Sida – que assim foi batizada por ter herdado da mãe a temida AIDS – e que veio ao mundo sem conhecer a própria genitora, que faleceu após o parto. Além disso, tem mais um porém: Sida tinha alma de Davi, por isso optou pela transição. Tudo relatado de maneira diferenciada e com muita propriedade. Um conto tão tenso e tão intenso quanto manter-se vivo. Parabéns e boa sorte!

    • Sida
      21 de janeiro de 2025
      Avatar de Sida

      Oiii, Sr. Geraldo, tudo bem?

      O sr. trombou em mim agora viu, literalmente.

      Estou de queixo caído aqui pela sua síntese. Parabéns pelo comentário diminuto, porém no tamanho certo.

      Muito lisonjeados estamos por aqui.

      O Davi que é sensível como uma porta está com os olhos marejados.

      Beijos de luz para o sr.!

  47. andersondopradosilva
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de andersondopradosilva

    Sida dias: Hi’s, Davi! apresenta a história de Davi. Davi foi concebido no ventre de uma portadora da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS). Não conheceu a mãe. Em decorrência das mazelas da doença e da pobreza, a mãe não sobreviveu ao parto. Miserável e negligenciada, a única herança deixada pela mãe foi o vírus HIV, transmitido durante a gestação ou o parto. Davi foi destinado à luta desde a concepção, tanto que não foi concebido ou nasceu, “insurgiu”. E Davi nasceu aprisionado no corpo de uma mulher – Sida. O caminho de Davi foi árduo. A doença lhe trouxe um adolescimento precoce, forçado e brutal em meio à disciplina rigorosa do tratamento. Após longo trajeto de dor e entendimento, Davi se submeteu a um processo de transição para superar as barreiras impostas pelo corpo nascido feminino. Durante a escolha do novo nome a adotar, escolheu Davi, obtido a partir de um anagrama com seu nome de nascimento e a sigla HIV, aparecendo brevemente o pronome “he” (ele) e a contração do verbo “‘s” (é), do inglês – He’s, Davi! Davi morreu logo após a transição, possivelmente por alguma complicação cirúrgica decorrente de sua imunidade baixa, mas não houve nenhum arrependimento, ao contrário, foi quando ele sentiu de fato estar vivo. Já Sida, que respirou por uma vida inteira, nunca viveu. O conto retrata uma vida difícil, triste, quase inteira desperdiçada por fatores que escapavam ao controle de seu protagonista. É uma história de vida comovente e dolorida.

    • Sida
      21 de janeiro de 2025
      Avatar de Sida

      Anderson, meu querido, você foi espetacular.

      tanto que não foi concebido ou nasceu, “insurgiu” – Exatamente!

      Em decorrência das mazelas da doença e da pobreza, a mãe não sobreviveu ao parto – Também!

      Justamente, bem por aí! – Davi morreu logo após a transição, possivelmente por alguma complicação cirúrgica decorrente de sua imunidade baixa, mas não houve nenhum arrependimento, ao contrário, foi quando ele sentiu de fato estar vivo.

      Você me entendeu demais aqui – Já Sida, que respirou por uma vida inteira, nunca viveu.

      Somente a origem do nome Davi que não foi bem assim que eu pensei., mas essa foi a sua forma de ver a nossa história e fico muito feliz de alguém entender nosso sofrimento.

      Muito agradecida pelo carinho com que seus olhos percorreram nossas letras.

      Obrigada de coração e muitos beijos de luz!

      • andersondopradosilva
        21 de janeiro de 2025
        Avatar de andersondopradosilva

        Posso tentar mais uma vez?

        Os anagramas são da sigla AIDS.

        Sida é Sida porque apenas Sobrevive.

        Davi é Davi porque Vive.

        Daí tu pega a sigla HIV e põe ao lado da sigla AIDS: HIV AIDS. Depois tu suprime as letras do meio: HI’S. E com as letras do meio, as letras suprimidas, você forma DAVI.

        Seria algo nessa linha? Tudo usando anagramas com as siglas da doença e, ao mesmo tempo, trabalhando as dicotomias Sobrevivência e Vivência do antes e do pós cirurgia? Tudo isso sem o inglês?

    • Davi
      21 de janeiro de 2025
      Avatar de Davi

      Anderson, meu chapa, bom?

      • Perfect! Daí tu pega a sigla HIV e põe ao lado da sigla AIDS: HIV AIDS. Depois tu suprime as letras do meio: HI’S. E com as letras do meio, as letras suprimidas, você forma DAVI.

      Tmj, meu rei!

  48. Rodrigo Ortiz Vinholo
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de Rodrigo Ortiz Vinholo

    O trabalho de linguagem e referências é bem intrincado, e isso já é um mérito e tanto! É um micro conto tecnicamente bem avançado. O enredo em si acaba ficando em um plano menor, com a forma ditando mais o conteúdo dessa maneira indireta… o que não é um demérito, mas é o tipo de escolha que ajuda a deixar a história mais ampla do específica, o que funciona um pouco menos para mim. Há saltos por toda uma vida, pelos elementos-chave, com qualidade inegável.

    Pessoalmente, o “Hi’s” me incomodou um pouco, aqui me pareceu que a experimentação e o trocadilho venceram a história que queria contar. Mas pode ser só preciosismo meu, então não leve a mal.

    • Davi
      20 de janeiro de 2025
      Avatar de Davi

      Oi, Rodrigo,

      firmeza?

      Mano, a cada carinho um tapa. Mordeu e assoprou, mas fiquei feliz aí com seu comentário.

      Sobre o “Hi’s, Davi” tem mais aí do que parece, meu bom.

      Obrigado aí. Eu não levo a mal não, tmjmeu querido!

  49. Amanda Gomez
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de Amanda Gomez

    Oi, bem?

    Tem coisas bem interessantes nesse texto. Não dá pra só sentar e ler, tem que pegar uma picareta e começar a minerar.

    Referências mil! Obviamente, tratei de pesquisar qual remédio era, e isso já entregou bastante coisa. O trocadilho com o nome referente à doença, etc. Mas vou focar na estrutura do seu texto, no uso das palavras, que me agradou bastante.

    “Lar tóxico” mostra que Sida é uma sobrevivente de uma mãe doente e marginalizada, que só usou o medicamento uma vez.

    “Adolesceu” é bem interessante também. Cresceu, virou uma adolescente portadora da doença física e de todos os males que essa fase da vida traz, especialmente para pessoas socialmente vulneráveis. A vontade de não existir lutando contra a necessidade de fazê-lo.

    Com a maturidade vem algum entendimento, e Sida entendeu que queria ser outra coisa. Aqui aborda a mudança de gênero.

    Acredito que Davi é seu novo eu, certo? Depois da transição, ela dá “oi” a si mesma. Apesar de ser novo, Davi entende muito mais o que é viver do que Sida, que respirou por muito mais tempo sem saber de fato o que era isso.

    Um texto muito denso, carregado de referências bem construídas. Ele é feito pra provocar, tem uma carga poética despretensiosa. O autor pensou em cada detalhe, e eu admiro isso, quem consegue transformar um texto em um quadro.

    Agora você o expôs na parede do EC e se diverte com as interpretações.

    Parabéns, boa sorte no desafio.

    • Sida
      20 de janeiro de 2025
      Avatar de Sida

      Amanda!

      Menina, você arrasou! Mas com uma picareta nas mãos, ficou mais fácil. Adorei!

      “Lar tóxico” mostra que Sida é uma sobrevivente de uma mãe doente e marginalizada, que só usou o medicamento uma vez. – Perfeita dedução. Eu imaginei um pouco mais que isso escrevendo, pois tem outras referências, mas nem com picareta da para minerar tudo. Você foi realmente ótima!

      Sobre a palavra “adolesceu” também, nesta você foi 100%!

      A respeito do “Oi, Davi”, tudo muito bem colocado também, tem uma coisinha faltando, mas sua atenção e perspicácia ao texto é digna de meus mais sinceros elogios.

      E sim, estou me divertindo bastante, é uma experiência muito grande, pois nos mostra o nível de leitores que somos, até mais que escritores.

      Muito agradecida por ter uma leitura com tanto zelo e assertividade quanto a interpretação, ainda que, mesmo os que tenham interpretado de forma diferente tem sim suas razões, pois o texto depois de postado aqui não é mais só meu e do Davi, é de todos que o leem, cada um com suas sensações e conexão ou falta dela quanto ao que contamos.

      Beijos de luz, Amandinha!

      • Amanda Gomez
        21 de janeiro de 2025
        Avatar de Amanda Gomez

        Minha picareta quebrou bem quando eu estava quase achando todo o ouro. Mas agora ja entendi todo ele

        Davi/Sida morreu… com isso o final ficou ainda melhor.

        Parabéns!!

  50. bdomanoski
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de bdomanoski

    O seu conto me levou a várias interpretações. Mais ainda após descobrir que Sida também significa Aids. Primeiramente me pareceu um conto sobre uma transição de gênero , tema que gosto muito e acho bem relevante. Depois cogitei que fosse um bebê que a mãe tinha Aids e ele nasceu com a doença. “‘Sida’ tornou-se mulher, para escolher rebelasse homem.” aqui presumi que Siga nasceu mulher e no período de adolescência, quando “tornou-se mulher”, transicionou para homem. Tudo isso tendo Aids desde criança. Talvez a primeira frase fale sobre como foi
    o período de gravidez da mãe de Sida,quando ela tomava um monte de remédios. Porém, a mãe morreu no parto.
    Enfim, achei seu conto divertido por isso: ficar tentando encaixar as partes a fim de encontrar um significado maior ou apenas um significado qualquer.

    • Davi
      19 de janeiro de 2025
      Avatar de Davi

      Oi, Bdomanoski,

      firmeza?

      Está no caminho certo, moça. Bateu na trave umas três vezes.

      Interessante ter se divertido com nossa história.

      Obrigado aí pelo comentário!

      Tmj!

  51. Rangel
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Rangel

    Davi, amei seu conto!

    Não sei se a pessoa autora é de Portugal, no Brasil, pouco se usa Sida para se referir à Aids.

    Alguém fez um comentário estranho sobre o texto, dando a entender que o tema da transição de gênero estaria batido aqui. Ora, primeiro que não existe tema batido, e segundo que há temas bem mais recorrentes aqui que ninguém reclama.

    Além disso, sua abordagem fugiu de qualquer clichê, trouxe o tema do HIV, das crianças que nascem com vírus, as medicações atuais, tudo bem conciso, direto e impactante, como o gênero microconto exige.

    Gostei também dos anagramas entre aspas ‘Sida’, ‘Dias’, ‘Idas’. Muito poético e que foi bem utilizado na crescente> Sida, Dias, manhã, entardecer, noite.

    Porém, alguns elementos me fizeram perder. Vamos lá: “Sida tornou-se mulher, (há mesmo a vírgula?) para escolher rebelasse (seria rebelar-se?) homem”. Me parece que a ideia aqui seria: Sida tornou-se mulher para escolher se rebelar homem. A minha confusão está além dos pontos gramáticos, mas também nas palavras “escolha” e “rebelar”. Elas me pareceram um pouco fora do tom.
    Perdi-me também em “Hi’s, Davi”. Não falo inglês, então busquei tradução e não encontrei nenhuma satisfatória. Pensei que foi algo como “Oi, Davi”, mas não sei, deve ter algo a mais.

    De qualquer modo, parabéns, pela força do texto. Quem é LGBTQIAPN+ sabe da importância de se falar dos desafios da identidade de gênero, do HIV (deveria ser tema dos cis heteros também, mas…), de sexualidade etc. Não toleraremos o silêncio!

    • Sida
      19 de janeiro de 2025
      Avatar de Sida

      Olá, Rangel!

      Tudo bem?

      Que lindo seu nome, obrigada pelo comentário e análise em meu conto/história.

      Desculpe, mas agora é minha vez de responder e não do Davi.

      Você aparentemente é bem sagaz!

      Acho até que discordando um pouquinho de você, todos os temas são batidos. Por isso precisamos tentar fazer algo de diferente, não é mesmo?

      Amo anagramas!

      Sobre vírgulas sinto muito, sou péssima nelas.

      Sobre escolha e rebelasse, bem, ainda que ela queira, ela precisa escolher, tudo parte do que escolhemos para nós, assim como em um relacionamento abusivo, por vezes mulheres e homens até mesmo denunciam ou se abrem sobre isso, mas nem sempre escolhem deixar esses relacionamentos, então, existe sim a diferença, se é que me entende.

      “Hi’s, Davi” – pense mais sobre isso. Tenho certeza que terá alguma ideia!

      Há mais mistérios entre o Davi e a Sida do que a vã filosofia dos entrecontistas pode imaginar!

      Lhe agradeço e te mandarei uma fitinha vermelha com o nome SIDA!

      Adorei te conhecer!

      Obrigada!

      Beijos de luz!

      • Davi
        19 de janeiro de 2025
        Avatar de Davi

        Boa tarde, Rangel!

        Firmeza, mano?

        Corrigindo aqui a Sida, você está certo, meu bom!

        Deveria estar escrito ‘rebelar-se’.

        Obrigado aí pelo comentário!

        Tmj!

  52. Davi
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Davi

    Bom dia, Cyro!

    Davi aqui, firmeza?

    Você é dos meus. Poucas palavras, mas mira no alvo.

    Nao é só um tema. Se trata de uma vida, mano.

    Cida sofreu bastante, entenda isso. Sou apenas um afortunado.

    A nossa vida foi difícil antes de ela nascer e antes que ela pudesse me libertar.

    Devo minha vida a ela, mesmo que ela seja parte de mim ou eu parte dela.

    Obrigado aí, amigo, pelo comentário!

    Tmj,

  53. cyro fernandes
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de cyro fernandes

    Conto original e intrigante, contudo um pouco complexo.

    De maneira geral explorou bem tema árduo.

    Cyro Fernandes

    cyroef@gmail.com

    • Sida
      19 de janeiro de 2025
      Avatar de Sida

      Olá, Thales!

      Eu e Davi dividimos a tarefa para comentar, então sobrou pra mim desta vez.

      Gus e Fafa me pediram encarecidamente que não explicasse os detalhes da minha história, sendo assim serei discreta.

      Enfim, sobre lógica você quer enxergar a minha ou a sua? Há sempre um padrão, nas linhas, nas entrelinhas, mas ele esta lá.

      Resta saber se sua curiosidade te guiará ou sua preguiça ou minha falta de tato. Gosto de dificultar, isso serve para tudo. Me julgue.

      Mas, lhe agradeço pela leitura. Minha história está aqui e há mais do que percebeste, mas nem sempre queremos expor tudo, ou talvez queiramos.

      Lhe agradeço e te mandarei um estilingue de presente da próxima vez.

      Obrigada!

      Beijos de luz.

      Gus

  54. Thales Soares
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Thales Soares

    Ok… percebi que eu não sou o público alvo deste conto, então não há muito o que eu comentar aqui. O conto tenta fazer uma construção bastante ousada que, para mim, falhou. Achei bastante confuso, e não consegui compreender qual foi a proposta do autor, por mais que eu lesse umas três vezes.

    Há muitas palavras estranhas… tenofovir, lamivudina, adolesceu. E há algumas estruturas de palavras que eu não consegui enxergar sentido nenhum, como “para escolher rebelasse homem”… tipo, parece só um monte de palavras aleatórias em sequência, sem um significado lógico.

    Aí então surge um tal de Davi. Seria esse Davi a antiga Sida? Então, pelo que vejo, essa é aquela clássica história, que tem em todo desafio, sobre transição de gênero, certo? É um tema que eu não vejo nada demais, e não entendo por que isso tanto fascina as pessoas. É apenas algo natural, e não surpreendente… e ultimamente tenho visto até como um clichê, de tanto que aparece nos textos produzidos por aqui.

    Enfim… desejo boa sorte no desafio.

Deixar mensagem para André Lima Cancelar resposta

Informação

Publicado às 19 de janeiro de 2025 por em Microcontos 2025 e marcado .