EntreContos

Detox Literário.

Respingos de negro desespero (Mariana Carolo)

Uma cigana dança nua.

Reginaldo, todos os dias, saía do trabalho, ia para o museu estadual e lá admirava a beleza daquele corpo feito de tinta e inacessível aos seus dedos suarentos. Dureza entre as pernas, secura na garganta.

Certa noite, propôs ao inferno: a sua alma em troca de poder tocar a cigana. O vazio do quarto de solteiro foi testemunha de que o obscuro lhe atendeu. A carne do homem se entrelaçou aos fios do quadro, o seu sangue virou tinta.

Naquela mesma noite, violou a sua musa que chorava silenciosa.

Pintura não grita.

55 comentários em “Respingos de negro desespero (Mariana Carolo)

  1. Renato Silva
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Renato Silva

    Olá, tudo bem?

    Gostei muito da técnica e do surrealismo usado no microconto. Há brechas para um interpretação menos literal, a meu ver. Assim como a sua “entrada” no quadro através do dissolvimento de sua forma humana fosse algo literal, posso imaginar aqui uma viagem através das drogas ou mesmo com a utilização da realidade virtual.

    Mas será mesmo que sua obsessão era por uma mulher estampada em quadro ou uma mulher real (e bastante comum), a quem ele via como uma pintura sensual? Isso é algo que só o autor sabe. Cabe ao leitor apenas fazer a suas conjecturas.

    Boa sorte.

  2. Pedro Paulo
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Pedro Paulo

    COMENTÁRIO: Reviravolta interessante o personagem em contrato com o obscuro acabar sendo a verdadeira besta da história. O final é um tanto insatisfatório, mas não incoerente com o que foi apresentado antes. Pareceu-me apenas uma escolha perversa, pois o espaço pequeno para o desenvolvimento impediu que pudéssemos explorar consequências ou mesmo personalidade e agência da personagem da pintura, que finda sendo como uma figura indefesa do mal que a acomete. O título casa bem com o conto, assim como a imagem.

  3. jowilton
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de jowilton

    O conto narra a história de um homem que se apaixona pela pintura de uma cigana dançando. Faz um pacto com o coisa ruim e consegue saciar seu desejo.

    O conto é bastante surreal e lisérgico. A condução é muita bem feita e cria uma ótima atmosfera de terror.

    Conto muito bom. Impacto alto

    Boa sorte no desafio

  4. Victor Viegas
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Victor Viegas

    Olá, Charles!

    É uma história um tanto bizarra, mesmo assim bem escrita. As imagens e as intenções do personagem são claras. Embora o final seja extremo, com a violação do quadro, ainda constitui uma ação plausível perante o claro nível de loucura e obsessão do personagem. Digamos que foi uma leitura incomum, e isso não foi uma crítica rs. Boa sorte no concurso!

  5. Guaxinim das galáxias.
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Guaxinim das galáxias.

    Nossa, perturbador. Ninguém está mesmo a salvo de um abusador, nem uma imagem numa tela. Achei impactante e adorei o desfecho inteligente.

    O autor foi criativo ao colocar a vítima em uma perspectiva completamente fora do usual, e num campo de impossibilidade só transposto através do apelo do sobrenatural.

    parabéns por estes pensamentos extraordinários que resultaram em um micro tão perfeito.

  6. Luis Guilherme Banzi Florido
    31 de janeiro de 2025
    Avatar de Luis Guilherme Banzi Florido

    Bom dia/boa tarde/boa noite e um bom ano pra nós, amigo entrecontista. Bora começar um novo ano arrasando na escrita! Parabéns pela participação nesse primeiro desafio no ano,! Pra mim, escrever micro conto é um macro desafio kkkkkk. Bora pra sua avaliação, mas, por favor, não leve minhas palavras a sério demais, afinal, micro conto é algo muito fora da curva e é difícil até analisar. Pra ajudar, criei um micro sistema que espero que ajude a ser justo com todos os amigos. Bora lá!

    Micro resumo: um maluco tem tara num quadro, vende a alma pro demonio pra poder abusar da mulher da pintura.

    Microsensações: pesado! me causou muito impacto, li meio incomodado, com a sensação de que algo de horroroso ia acontecer, e nao foi diferente. Esse conto mergulha incrivelmente no horror do insano, utilizando bem suas ferramentas para gerar muito desconforto e aquela sensação de estar lendo algo errado, um pouco profano. Gostei muito. Tá bem redondinho, nao chega a surpreender e nem se apoia em nenhuma reviravolta, mas entrega exatamente o que o leitor espera e ainda assim causa uma sensação de plenitude em seu proposito. Nao sei se a ultima frase é necessária, pois achei que “violou sua musa que chorava silenciosamente” é a frase mais impactante do conto. Terminar com ela seria perfeito, e a frase final em si nao é muito interessante ou agrega nada ao conto. Num micro, cada palavra conta, então acho que isso tira um pouquinho da beleza do restante. Claro que isso nao muda o fato de ser um contaço. Parabens!

    Impacto:

    Micro

    Médio

    Macro –> como falei, impacto quase maximo, diminuido minimamente pela ultima frase. Terminei com uma sensação ruim, um incomodo.

    Uso das pouquíssimas palavras permitidas: excelente, tão bom que voce podia tirar uma frase toda e deixar ainda melhor. Parece que cada frase contribui perfeitamente para que a historia seja completa.

    Conclusão de um leitor micro-capacitado a opinar sobre micro contos: estava no museu e vi um cara estranhissimo olhando com desejo pra um quadro. Me senti constrangido e incomodado. Levei minha familia o mais longe possivel.

    Parabéns e boa sorte no desafio!

  7. Roberta Andrade
    31 de janeiro de 2025
    Avatar de Roberta Andrade

    Relevei o primeiro choque causado pela violência contra a musa, que me causou certa repulsa pelo conto.

    Sobre a história, enxerguei um protagonista, que como todo ser humano, tem um sonho inalcançável (como ganhar na loteria). Essa ambição utópica é o que torna a tristeza, o cansaço, as injustiças e as frustrações de cada dia, menos insuportáveis, é o que faz o indivíduo ordinário levantar da cama e aguentar suas insatisfações. E quem não gostaria de uma “oportunidade” de conquistar o que mais deseja?

    Reginaldo, no entanto, foi desumano e perverso, trocou a própria alma por um desejo degenerado.

    Infelizmente, existem muitos Reginaldos por aí…

    Agora, sobre o conto integralmente, como disse, foi chocante, mas achei muito bem elaborado e bem escrito.

  8. Luis Fernando Amancio
    31 de janeiro de 2025
    Avatar de Luis Fernando Amancio

    Olá, Charles Roka,

    Como leitor, agradeço por compartilhar conosco seu texto. Participar de um desafio exige coragem, expor-se de forma cega ao julgamento dos pares. No seu caso, não há o que temer. Seu texto é maduro, uma narrativa construída de forma eficiente e que utiliza bem os elementos clássicos do microconto.

    Temos uma adequada utilização das palavras para construir sentidos, um impacto final e um tema relevante. Claro, o clichê do pacto com o tinhoso não soma tanto. Demo, gênio da lâmpada (ou da bunda, como vimos por aí…) são recursos um tanto desgastados pra trazer o fantástico aos microcontos.

    Mas tudo bem, funciona. E não atrapalha o impacto final do texto. O amor platônico por uma tela pode se confundir com a atitude de um abusador sexual. É impactante e, por outro lado, muito comum.

    Parabéns pela participação e boa sorte no desafio!

  9. Andre Brizola
    31 de janeiro de 2025
    Avatar de Andre Brizola

    Olá, Charles!

    Uma das coisas que mais me impressiona num desafio de contos é a criatividade do autor. Quando se tata de micro contos, a coisa fica ainda mais complicada, por que o autor tem que aliar isso à capacidade de desenvolver essa criatividade num espaço minúsculo. E esse seu conto conseguiu reunir essas duas características.

    Não vou precisar comentar muito, pois acho que estamos diante de um texto praticamente perfeito. Há roteiro bem desenvolvido, vocabulário adequado, ritmo correto para o tema e um arremate grotesco, coroando o horror da narrativa.

    Mas, quando digo arremate, me refiro ao quarto parágrafo. Lembra que eu disse que o texto era praticamente perfeito? Sim, acho que a última frase fez o copo vazar um pouco, pois me pareceu desnecessária e o conto encerraria sem prejuízo sem ela. Então é meu único senão. Todo o resto é ótimo.

    É isso, boa sorte no desafio!

  10. Amanda Gomez
    30 de janeiro de 2025
    Avatar de Amanda Gomez

    Oi, bem?

    Que texto, meus amigos.

    Fiquei impressionada com a complexidade dele… Uma mistura de horror com surrealismo e, ao mesmo tempo, tão real, tão cotidiano. Nem os quadros escapam do assédio e da violência. Um texto  criativo e diferente de qualquer coisa que li no desafio.

    Faço o comentário agora, mas li há um tempo, e na releitura ele ganhou ainda mais contornos. Na primeira vez, tentei encontrar um sentido que não fosse realismo fantástico, mas percebi que não teria como, senão, o desfecho perderia o impacto.

    As descrições foram muito certeiras, desde o momento em que o leitor entende o efeito que aquela imagem causa nesse homem — provavelmente um típico psicopata daqueles bem ferrados na vida, que só precisam de uma oportunidade para deixar seus instintos se sobreporem à precaução. Então vem o pedido ao mal… depois a consumação dos desejos… e, como não poderia faltar, a visão do quadro, que, graças a essa grotesca magia, acabou ganhando “vida” no pior momento possível.

    Um texto que faz uma crítica social uma roupagem bem original. Sem reparos.

    Parabéns pelo trabalho!

    Boa sorte no desafio.

  11. Marco Saraiva
    30 de janeiro de 2025
    Avatar de Marco Saraiva

    Rapaz, um contao. Eh uma historia de terror, com um toque de Wishmaster, que sempre deturpa os desejos que concede, e tambem um pouco de “Em Algum Lugar do Passado”, onde o homem se apaixona pela foto de uma antiga atriz. As descricoes sao maravilhosas (“seu sangue virou tinta“!) e a conclusao, acredito eu, eh propositalmente revoltante, para adicionar ao terror.

    Parabens!

  12. Rodrigo Ortiz Vinholo
    29 de janeiro de 2025
    Avatar de Rodrigo Ortiz Vinholo

    Gosto muito da premissa, da estrutura e a frase final é um soco no estômago! O meio que é um ponto que se enrosca um pouco, porque me parece que a tentativa de tornar um pouco mais poética (?) a transação e a mudança mágica na vida acaba tornando tudo um teco mais confuso.

  13. Gustavo Araujo
    29 de janeiro de 2025
    Avatar de Gustavo Araujo

    Acredito que para funcionar bem um microconto precisa de camadas diferentes. Para além da história literal que é contada pelas palavras, é preciso haver tramas subjacentes, dilemas e dramas escondidos nas entrelinhas, algo que se revele somente ao fim da leitura, ou até mesmo em uma segunda ou terceira leitura.

    Aqui não há essa dubiedade, um sentido oculto nem nada do tipo. O que se vê é realismo mágico na veia. O homem que se excita com a imagem de uma cigana em um quadro e que, mediante um pacto sobrenatural, consegue misturar-se à imagem e violar sua musa.

    Interessante é que o(a) autor(a) não traz à tona uma história de amor, mas sim uma história de violência, um estupro para ser exato. Isso acaba tornando o conto mais contundente, mais agressivo, mais provocativo até, já que de início o leitor se afeiçoa ao personagem principal, torce por ele e tudo mais. A descrição do sangue misturado à tinta reforça essa ideia de magia, de subversão dos sentidos, produzindo um sorriso involuntário. Mas é o arremate que nos faz perceber que o sentimento não era partilhado pela moça do quadro. Não é não, é o que ela diria. Mas ele, assim como tantos, não quis saber.

    Visto por esse ângulo, o conto denuncia a violência nossa de cada dia, retrata uma realidade em que mulheres são atacadas, violadas e mortas a rodo, sem qualquer cerimônia. É, em suma, uma metáfora triste da misoginia estrutural de nossos tempos, dos preconceitos que orgulhosamente ostentamos e justificamos – era a roupa dela, era o olhar lânguido, era o oferecimento. Quase podemos ouvir: se ela não queria ser estuprada, por que foi parar no quadro?

    Enfim, um ótimo conto. Se há algo a criticar é o uso de “negro” no título. Desnecessário. “Respingos de desespero” produziria o mesmo efeito, sem dar margem à ideia corrente de que tudo o que é negro é ruim.

  14. Priscila Pereira
    29 de janeiro de 2025
    Avatar de Priscila Pereira

    Olá, Charles! Tudo bem?

    Que conto sinistro e incrivelmente bem escrito!

    Tem um horror, infelizmente real, da violência contra a mulher, seja ela de carne ou de tinta…

    Muito interessante ele ter virado parte do quadro ao invés dela ter virado humana, mesmo que de qualquer forma iria ser terrível para ela.

    O ponto forte do conto é a escrita, impecável!

    Parabéns e boa sorte no desafio!

    Até mais!

  15. Sabrina Dalbelo
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de Sabrina Dalbelo

    Olá, Entrecontista,

    Obrigada, obrigada, obrigada.

    Escreveu um micro recheado de violência, crueldade, erotismo e sexualidade sem um pingo de bobagem. Dá pra escrever bem sobre tema erótico e violência de gênero no mais altíssimo nível da língua portuguesa, isso que tu fez aqui.

    Eu simplesmente não quero parar de ler.

    Obrigada pelo texto!

  16. Fernando Cyrino
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de Fernando Cyrino

    Olá, Charles Roka, que legal você me trazer essa imagem do homem simples, conforme depreendo dos seus “dedos suarentos” que todos os dias ia até o museu para se encantar e se excitar com a pintura da dançarina cigana. Seu encanto e desejo crescem tanto que um dia aquilo que tanto desejava se faz realidade e ele, na solidão do seu quarto, viola a mulher pintada. Que viagem, Charles. Muito bem desenhado, ou melhor, muito bem pintado. Gostei muito da sua história. Parabéns.

  17. Bia Machado
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de Bia Machado

    Plot: Homem com fixação na imagem de uma pintura vende sua alma para poder tocá-la, mas infelizmente acaba por violá-la.

    Desenvolvimento: O desenvolvimento foi bom, indo de um acontecimento “corriqueiro”, do “cotidiano”, a um desfecho tenso e que causa revolta, tornando o cotidiano fantástico.

    Destaque: Não é um conto fácil de escrever e nem de ler, creio eu. Então destaco a segurança com a qual o autor ou autora parece ter produzido o que escreveu. 

    Impressões da leitura: Foi uma leitura inquietante e acredito que com base no tema escolhido, isso é algo bom, mostra que comigo funcionou. Senti muita raiva do Reginaldo, durante e após a leitura. Só gostaria de ler uma narrativa que mostrasse esse abusador indo mesmo para o inferno e logo. Pintura não grita e, infelizmente, a grande maioria das vítimas reais nesses casos da vida real, por muitos motivos, também não gritam. Um bom trabalho.

  18. danielreis1973
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de danielreis1973

    Gostei muito do realismo fantástico deste conto – e da premissa de um homem que se apaixona por uma pintura. E quem nunca, por um quadro, uma fotografia, uma cena de cinema?… só a parte do abuso é que me pareceu … maldosa. Mas é a vida, né? Parabéns!

  19. leandrobarreiros
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de leandrobarreiros

    Chamo de “técnica” a facilidade com que o autor carrega o leitor pela narrativa, e/ou transmite subtexto, e/ou faz (bom) uso de figuras de linguagem que tornam a leitura agradável.

    Chamo de “interesse” o quanto o texto me fisgou enquanto leitor, o quanto de impacto senti pela leitura.

    Chamo de “objetivo do autor” um palpite do que o autor queria com o texto. É mais um esforço criativo e uma tentativa de fazer leituras mais enquanto escritor do que leitor.

    Uma história de terror bem criativa. O autor não condena apenas o abusador, amaldiçoando-o a se tornar parte da imagem, mas também a pintura que passa a ser refém do homem.

    Técnica: Muito boa. O autor fisga o leitor pela originalidade e mantém uma pegada bem criativa até o final da história. Não é um micro que funcione pela releitura, mas sim por essa pegada mais criativa. Só a última frase me pareceu um pouco fora do padrão do texto.

    Interesse: Alto. Uma história de terror bem criativa, criando imagens fora do comum, como carne e tinta se misturando à pintura para fazer parte do retrato.

    Objetivo do autor: Suponho que prender o leitor pela criatividade e pelas imagens incomuns.

  20. Sidney Muniz
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de Sidney Muniz

    Olá, Charles!

    Boa tarde!

    Conto interessante este. Ele é direto, é promíscuo, é satânico, e é mais que isso brutal.

    Uma cigana dança nua. – A imagem está aqui, e esta frase e o restante do conto fazem que olhemos para ela, que procuremos enxergar e sentir o que ele sentiu, o nosso personagem principal.

    Reginaldo, todos os dias, saía do trabalho, ia para o museu estadual e lá admirava a beleza daquele corpo feito de tinta e inacessível aos seus dedos suarentos. Dureza entre as pernas, secura na garganta. – O desejo do homem é de fato assustador. Uma imagem e o homem, lá, excitado, transpirando, desejando. Há muito mais história aqui sobre ele, sobre sua solidão e seu desespero, sobre sua insanidade.

    Certa noite, propôs ao inferno: a sua alma em troca de poder tocar a cigana. O vazio do quarto de solteiro foi testemunha de que o obscuro lhe atendeu. A carne do homem se entrelaçou aos fios do quadro, o seu sangue virou tinta. – Aqui temos o desejo pedido e concedido, temos a loucura, a fantasia, temos a angustia. nada é real, tudo é extremamente obscuro e ensurdecedor. principalmente pelo ato final.

    Naquela mesma noite, violou a sua musa que chorava silenciosa. – Eis que aqui há algo que nos faz refletir sobre com o que nos importamos. Como nos comportamos, de fato? Há pouco li algo sobre a existência, aqui a inexistência me mostra mais uma vez como nos achamos tão superiores.

    Pintura não grita. – Pintura não grita? O que é um grito? O que é a dor? O que é um corpo? O que é uma criação? Uma criatura? O que é a vida? Afinal, isso me fez pensar o que homens e mulheres pensam sobre imagens, ficar olhando uma foto de alguém, desejando ela, ele, elas, eles… Imagem não grita, mas há uma história para ser contada. Sempre há!

    Excelente trabalho!

    Parabéns e boa sorte!

  21. fcaleffibarbetta
    26 de janeiro de 2025
    Avatar de fcaleffibarbetta

    Olá, Charles

    Seu microconto é muito bom. Tem ótimas construções, como “a carne do homem se entrelaçou aos fios do quadro, o seu sangue virou tinta” – adorei a cena criada com tão poucas palavras. Foi ali que eu pensei, nossa, que ideia genial… o desejo ser atendido de forma inversa, ao invés de a cigana sair do quadro, ele entrar no quadro. O pedido mal formulado que gera resultado diferente do imaginado. Adorei.

    Pessoalmente, o final me decepcionou um pouquinho, pq quando vc colocou outro peso no conto, incluiu o “estupro” da cigana e depois o fato de o quadro não gritar, acho que a questão inicial, que era a que tinha me conquistado, perdeu a força. Mas acho que aí é mais gosto mesmo. Seria uma outra história. Como disse, pessoalmente….

    Pintura chora, mas não grita? – que o Sy não venha me encher o saco aqui dizendo que eu quero tudo preto no branco, mas essas coisas tiradas da cartola me desanimam rsrs. Nada no texto justifica que faça sentido ela chorar mas não faça sentido ela gritar. Pode ser coisa minha, mas estou aqui para dar meu parecer sincero.

    Faltou citar que o quadro deixou museu e apareceu no quarto. A gente entende, mas fica estranho não citar.

    Parabéns pelo texto.

    • Charles
      26 de janeiro de 2025
      Avatar de Charles

      Olá,

      a questão do grito se refere ao verbo – a linguagem nos torna humanos. “Pintura não grita” foi só uma maneira de reforçar que, para Reginaldo, ela não era vista sob a ótica da humanidade – talvez a ideia não tenha funcionado bem, mas enfim… Obrigada pela leitura.

  22. JP Felix da Costa
    26 de janeiro de 2025
    Avatar de JP Felix da Costa

    não sei o que me espera nos contos que me faltam ler, mas este já está no topo.

    A forma simples e direta como cria imagens e nos descreve o personagem principal é, nada mais, do que poderoso. Um homem obcecado, capaz de vender a alma ao diabo para possuir aquilo que não lhe pertence. É o retrato de alguém vil, egoísta e mesquinho. Uma pessoa podre. A imagem que nos transmite o conto é forte e violenta, deixando espaço para a imaginação criar uma cena macabra e chocante.

    Brutalmente bom.

  23. Rogério Germani
    25 de janeiro de 2025
    Avatar de Rogério Germani

    “Pintura não grita.”

    Acredito que Oscar Wilde deve ter também imaginado isto enquanto criava seu romance, O Retrato de Dorian Gray.

    Voltando para o microconto, a estória aqui é tão intrigante quanto atraente pelas cores fortes despejadas no imaginário.

    Boa sorte!

    Rogério Germani

  24. Mauro Dillmann
    25 de janeiro de 2025
    Avatar de Mauro Dillmann

    Um conto interessante.

    Um homem ficava excitado (“dureza entre as pernas”) diante da pintura de uma cigana no Museu. Morreu e seu sangue/tinta se mesclou ao dela.

    A pintura chorava, mas não gritava? Li mais de uma vez o final, e acho que não entendi. Mas tudo bem !

    Parabéns!

    • Charles
      26 de janeiro de 2025
      Avatar de Charles

      Olá,

      a questão do grito se refere ao verbo – a linguagem nos torna humanos. “Pintura não grita” foi só uma maneira de reforçar que, para Reginaldo, ela não era vista sob a ótica da humanidade – talvez a ideia não tenha funcionado bem, mas enfim… Obrigada pela leitura.

  25. Kelly Hatanaka
    25 de janeiro de 2025
    Avatar de Kelly Hatanaka

    Um conto de terror, bem executado.

    A história é bem conduzida, a escolha de palavras, certeira. O final é terrível e chocante e traz um impacto muito bem vindo em microcontos.

    O pacto com o obscuro é esquisito, mas Reginaldo, certamente, não era uma boa pessoa, tampouco sensato.

    Gostei muito da última frase.

    Parabéns pela participação e boa sorte.

    Kelly

  26. Thiago Amaral Oliveira
    25 de janeiro de 2025
    Avatar de Thiago Amaral Oliveira

    Gostei bastante. O conto usa linguajar bem forte, e imagens poderosas. Além das que todos disseram, gostei de outros: “dureza nas pernas, secura na garganta”, “propôs ao inferno”. Formas muito econômicas, que te ajudaram a explicar tudo com eficiência. Está entre os que mais gostei.

    A única coisa sobre a qual tenho ressalvas é a última frase. Achei mais simples que as outras, e não tão interessante. Acho que também não apresenta nenhum significado mais profundo. Serveria para impacto final, mas não deu certo comigo. Me lembrou daquela frase “no espaço, ninguém pode te ouvir gritar”, do filme Alien.

    Parabéns e boa sorte no desafio

  27. cyro fernandes
    25 de janeiro de 2025
    Avatar de cyro fernandes

    Excelente conto! A solidão e a carência do narrador o levam ao limite da imaginação. Acho até que neste contexto a pintura poderia ter gritado!

    Cyro Fernandes

    cyroef@gmail.com

  28. André Lima
    25 de janeiro de 2025
    Avatar de André Lima

    Gosto da forma como esse conto foi escrita, embora algumas frases, ao meu ver, tenham sido mal “aproveitadas”.

    A ideia tinha “tinta” para uma pintura mais rebuscada, com mais (ou menos) cor, embora a técnica usada já soe suficiente.

    É uma ideia arriscada, polêmica e chocante. Numa escrita direta…

    Bom conto.

  29. Leo Jardim
    24 de janeiro de 2025
    Avatar de Leo Jardim

    📜 Conteúdo (⭐⭐▫): o cara era apaixonado pela cigana da pintura. Vendeu a alma para poder tê-la, virou tinta, mas esqueceram de perguntar pra moça.

    📝 Técnica (⭐⭐▫): boa, conduz bem as poucas palavras até o desfecho amargo

    💡 Criatividade (⭐⭐▫): dentro da média do desafio

    🎭 Impacto (⭐⭐⭐): acabou me impactando bastante. Se ele virasse parte do quadro e tocasse apenas uma vez na cigana, tendo esse toque imortalizado para sempre, já seria interessante. Mas foi além, gerando uma violação da pintura e da moça, deixando tudo com um gosto muito desagradável, e podemos chamar isso de impacto forte.

  30. Thata Pereira
    23 de janeiro de 2025
    Avatar de Thata Pereira

    Olá, Charles Roka.

    Contexto pessoal

    Achei muito engraçado o fato de que, com uns 25 anos, escrevi uma história sobre um Rei que se apaixonava pela pintura de uma bailaria. Ele não chegou a entrar no quadro para forçar nada com ela, mas fantasiava (e muito), do lado de fora mesmo. Nunca terminei a história, mas a ideia é que ele ficaria sabendo de um feiticeiro que poderia tornar a imagem uma mulher real.

    Análise do conto

    Fiquei chocada, horrorizado e se pudesse escolher talvez não teria lido. Calma, isso não é um xingo, nem uma crítica ruim. Apenas uma descrição do que senti. Talvez porque eu mesma com 25 anos criei um personagem parecido. A imagem torna tudo ainda mais impactante, assim como o final. Acontece que histórias assim costumam me atormentar por um bom tempo. A mistura do Real com o fantasioso é o que eu mais gostei. Como já dito pelos amigos, a frase “A carne do homem se entrelaçou aos fios do quadro, o seu sangue virou tinta.” é muito bonita.

    Conclusões

    Se fosse sobre minhas preferências de tema e histórias, já viu que eu não cogitaria te colocar na minha lista. Mas não é sobre isso. Seu conto é muito bom e foi muito bem conduzido.

    Desejo um bom desafio!

  31. claudiaangst
    23 de janeiro de 2025
    Avatar de claudiaangst

    O texto apresenta boa construção de imagens mesclando a realidade crua com a arte representada pela pintura venerada pelo protagonista.

    Talvez o moço tenha feito um pacto pra lá de estranho, mas cada um sabe de si e dá valor ao que lhe convém. De qualquer forma, não se tratava mesmo de uma boa alma, visto sua atitude hedionda a seguir.

    A linguagem é bem cuidada, clara, mas sem ser óbvia. Há um toque de poesia como em: “A carne do homem se entrelaçou aos fios do quadro.”

    Não encontrei falhas de revisão.

    O desfecho resumido em uma única frase também foi impactante: “Pintura não grita”.

    Parabéns pela participação e boa sorte no desafio.

  32. Juliano Gadêlha
    22 de janeiro de 2025
    Avatar de Juliano Gadêlha

    Imagens muito bem construídas. Com suas descrições ricas e precisas, o autor torna o surreal muito tangível para o leitor. “A carne do homem se entrelaçou aos fios do quadro” é uma das grandes frases do desafio até agora. Parabéns!

  33. Diego Gama
    22 de janeiro de 2025
    Avatar de Diego Gama

    Gostei da maneira de que o impossivel se tornou possivel graças ao poder do não divino para profanar a cigana. Muito bem escrito e bem ritmado. Boa sorte no desafio!

  34. andersondopradosilva
    22 de janeiro de 2025
    Avatar de andersondopradosilva

    Respingos de negro desespero é um microconto surrealista. Reginaldo, um homem um tanto quanto comum e suarento, se apaixona por uma cigana misteriosa retratada numa pintura. Após o trabalho, negligencia o descanso para dedicar horas intermináveis à admiração de sua musa nos corredores de um museu. Exausto e desesperado, chega a extremos: celebra pacto com o diabo, consegue se materializar pintura e violar sua musa, que não grita, muda que é, como todas as pinturas.

  35. toniluismc
    22 de janeiro de 2025
    Avatar de toniluismc

    O evento narrado pelo conto é tão surreal e chocante que não sei se gosto. Parece que o desespero de Reginaldo fez ele permanecer no silêncio da sua obsessão.

    Se o objetivo do conto era escandalizar, tenho que reconhecer o mérito, mas foi uma grande aposta, pois além de boa técnica, também é importante considerar o gosto do público e, no meu caso, desconsidero essa forma de destruir a arte e escancarar a fragilidade humana como desejáveis em um conto.

    A ideia de um pacto com o diabo para violar uma obra de arte é original e perturbadora, então parabéns pelo feito!

  36. Antonio Stegues Batista
    22 de janeiro de 2025
    Avatar de Antonio Stegues Batista

    Gostei da ideia original, do homem querer transar com a  imagem de uma mulher pintada num quadro, e não com a modelo. Ele faz um pacto com O senhor da Trevas que lhe concede o desejo e ele se integra e se entrega a lascívia pintoresca, se mistura com a pintura. Só o final que não me agradou, se pintura não grita, pintura não chora.

  37. Felipe Lomar
    22 de janeiro de 2025
    Avatar de Felipe Lomar

    o conto é forte, pois trata de um assunto complicado. Mas é um tanto confuso. Pode ter n interpretações. Para mim, pode ser um sonho, ou um desejo que sai pela culatra, como as lendas de jinns do oriente médio, com um diabo a lá mefistofeles. O autor tem uma escrita muito bem desenvolvida, só precisa de mais clareza no enredo.

    boa sorte!

  38. Fabiano Dexter
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de Fabiano Dexter

    Gistei bastante do conto. Usou de forma muito eficiente as palavras e contou uma história dura e crua, violenta.

    As descrições foram muito bem feitas agregando muito, como a questão do quarto de solteiro.

    O fim mostra toda a violência do ato com a frase simples de que “pintura não grita”.

    Parabéns!

  39. Givago Domingues Thimoti
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de Givago Domingues Thimoti

    RESPINGOS DE NEGRO DESESPERO (CHARLES ROKA)

    Bom dia, boa tarde, boa noite autor(a)! Espero que esteja bem! Meus critérios de avaliação foram escolhidos baseando-se em conceitos que encontrei sobre o gênero microconto na internet. São eles: utilização do espaço permitido, subtexto, impacto, escrita. Nesse desafio em específico, não soltarei minhas notas no comentário. E, por fim, mas não menos importante, gostaria que você tivesse em mente que microcontos são difíceis de escrever e difíceis de avaliar; logo, não leve tanto para o lado pessoal se o meu comentário não estiver bom o suficiente, por qualquer motivo que seja. Garanto que li com o cuidado e a atenção que seu conto merece, dando o meu melhor para tanto contribuir com a minha opinião quanto para avaliar de uma forma justa você e os demais colegas.

    É isso! Chega de enrolação e vamos para o meu comentário:

    Ø  Breve resumo:

    Conto de tema sensibilíssimo. Será que há algum espaço seguro para as mulheres?

    Ø  Utilização do espaço permitido:

    Irretocável. Texto conciso, bem aparado, cada palavra bem pensada e bem colocada. O resultado final? Uma narrativa cruel, triste e violenta que ressoa na cabeça do leitor.

    Parabéns!

    Ø  Subtexto:

    Trata-se de um conto bem denso! Bem, depois de um auxílio do Google, entendi que o pseudônimo é uma referência ao artista húngaro Charles Roka. A imagem, inclusive, é uma de suas mais variadas versões de Gypsy Girl. Ele aparentemente pintou várias versões dessa obra.

    OK, seguindo!

    O conto provoca muitas reflexões no leitor. Sim, a narrativa em si é fechada, não abrindo margem para qualquer conclusão além daquela. Mas é um engano não observar o denso subtexto contido e reduzir a história apenas para o que está escrito. Percebe-se a construção de um homem em um agressor sexual, a transformação de uma idealização de mulher (uma musa, retratada em uma obra) em uma vítima sexual, o silêncio e a invisibilização do estupro.

    Ø  Escrita:

    Escrita primorosa. Cada palavra foi bem colocada. As cenas, por sua vez, bem construídas, transportaram o leitor para dentro da história. A narrativa, portanto, está concisa, fechada, potente e redonda. As entrelinhas bem trabalhadas.

    Tudo isso, considerando-se o espaço de até 99 palavras. Algo digno de muitas palmas e elogios.

    Ø  Impacto:

    Forte! Esse conto despertou algumas reflexões em mim. Sabe aquela frase que sempre causa um rebuliço quando é proferida: “todo homem é um estuprador em potencial.”. Bem, por mais óbvio que possa parecer a quem leia meu comentário, essa frase ressoou uma continuação lógica na minha cabeça: “toda mulher é uma vítima de agressão sexual em potencial”.

    Entre generalizações e exceções, quer você concorde ou não com as frases que citei anteriormente, a violência contra mulheres realizada por homens é uma dura realidade mundial. O microconto, com uma escrita muito potente e pesada, reflete isso e faz o leitor (ou pelo menos me fez) entrar na reflexão.

    Parabéns pelo microconto! Escrita primorosa!

    Boa sorte no Desafio!

  40. Afonso Luiz Pereira
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de Afonso Luiz Pereira

    Aqui temos um miniconto envolvente com uma atmosfera sombria que evoca o fantástico e o macabro. Ele parece se enquadrar no subgênero fantasia sombria ou até no horror fantástico. Eu gostei. Lembra um pouco os episódios soturnos de “Além da Imaginação”, especialmente no arremate final. No entanto, a última frase pode causar desconforto, pois aborda o peso de um abuso sexual terrível. Claro que isso amplifica o impacto sombrio do texto, mas também pode afastar alguns leitores devido à natureza delicada do tema.

    A escrita é fluida e cria bem o contraste entre o desejo obsessivo de Reginaldo e as consequências aterrorizantes do pacto que faz. E aí é aquela velha história: nunca se leva vantagem num pacto assim.

    No geral, acredito que o conto funciona muito bem dentro do limite de palavras, apesar de caminhar mais para uma narrativa simbólica do que realista. É um bom exemplo de como a fantasia sombria pode ser explorada com criatividade e economia de palavras. Parabéns a autor pela criatividade.

  41. Evelyn Postali
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de Evelyn Postali

    O microconto é perturbador – desejo obsessivo e moralidade. A transformação da personagem em parte do quadro é ao mesmo tempo trágica e poética. O cara tem um impulso destrutivo. O micro é desconfortável porque enfatiza a violência e a impotência da vítima, também a objetificação e o extremo do egoísmo humano.

  42. Juliana Calafange
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de Juliana Calafange

    Eu não sei se entendi essa história completamente. Reginaldo é apaixonado pela figura pintada num quadro no museu. Quando ele faz um pacto com o diabo, o quadro aparece no seu quarto de solteiro? Por que isso não aconteceu no museu, onde o quadro está?

    Acho que isso deixou o conto um pouco confuso. Talvez se vc desse alguma indicação de que o Diabo fez o quadro se materializar no quarto dele, ou algo assim, teria clareado um pouco.

    Mas gostei da proposta de alguém que se apaixona por um quadro, acho isso perfeitamente possível, para quem gosta de arte, e eu mesma já escrevi um conto sobre isso, mas não consegui o mesmo bom resultado que você conseguiu. Gostei muito também de algumas imagens poéticas que ficam na cabeça do leitor, como “O vazio do quarto de solteiro foi testemunha de que o obscuro lhe atendeu” e “A carne do homem se entrelaçou aos fios do quadro, o seu sangue virou tinta”.

    Parabéns.

  43. Raphael S. Pedro
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de Raphael S. Pedro

    Um conto ousado, bem trabalhado e com final forte. Apesar da limitação de palavras, narrou a situação perfeitamente. Gostei. Parabéns.

  44. Vítor de Lerbo
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de Vítor de Lerbo

    Um conto forte, partindo do título, passando pela imagem e concluído na última linha.

    Bastante profundo, principalmente por se tratar de uma história tão curta – curta na forma, não no conteúdo.

    Tem um quê de O Retrato de Dorian Grey, o que é um elogio.

    Muito bem escrito.

    Boa sorte!

  45. José Leonardo
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de José Leonardo

    Olá, Charles Roka.

    Vemos aqui a imagem de uma obsessão sem limites nem freios, que ultrapassa tudo que vê em frente. A maneira como o protagonista entra no “cômodo” onde vai consumar sua loucura foi muito bem descrita. Imagino como ficaria melhor ainda se desenvolvido num conto maior.

    Parabéns pelo talento e boa sorte neste desafio.

  46. Thales Soares
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de Thales Soares

    Uma história um pouco estranha.

    Reginaldo se apaixona pelo desenho de uma cigana peladona num quadro. Então, certa noite, ele invoca o capeta e faz um desejo. Ok… essa vai ser aquela história a respeito de desejo imprudente, como o Simsalabim, ou como tantos outros casos. Mas aqui vemos que Reginaldo é burro, porque ele troca sua alma como se ela não valesse merda nenhuma… afinal, ele faz um desejo pouco ambicioso, pedindo apenas para tocar a cigana.

    Seu desejo é atendido, e ahá!! Havia uma pegadinha! Sim, claro que tinha… afinal, ele fez um pacto com o capeta. Reginaldo passou a fazer parte da pintura. Aí ele aproveita a situação e estupra a cigana.

    O conto acaba com a seguinte frase de efeito:

    “Pintura não grita.”

    Certo… achei este um conto muito bem escrito. Mas não me fisgou. Não há falhas aparentes, só que apesar de bem desenvolvido, a concorrência neste desafio está tão alta que não consigo arrumar espaço para este dentro dos meu favoritos. De toda forma, boa sorte no desafio!

  47. Elisa Ribeiro
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Elisa Ribeiro

    Gostei da premissa. Acho que renderia um belo conto de terror fantástico. “A carne do homem se entrelaçou aos fios do quadro, seu sangue virou tinta”. Paralisei nessa frase. Parabéns 👏

  48. Nelson
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Nelson

    Bom microconto. A utilização da obra de arte como uma musa inspiradora às avessas foi bastante original. Lembrei-me de um amigo que arranhava discretamente quadros de exposições só para ter um pouco dele nas obras. Meio maluco, né. O desfecho foi surpreendente e meio pesado, não sei, o começo é tão poético, mesmo com o duro nas pernas, e descamba para um lance de abuso sexual sem direito ao grito.

  49. Nilo
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Nilo

    Muita criatividade. Historia escrita com bastante cuidado, combinando perfeitamente as figuras de linguagem. Impactante. Parabéns

  50. bdomanoski
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de bdomanoski

    Rapaz (ou moça), eu gostei do seu conto. O único problema que vi nele foi imaginar de que jeito ele realizou tal feito, se ele estava no quarto dele e o quadro da muié tava no museu. Pra mim, isso descasou um pouco e gerou um incômodo em minha necessidade de lógica. Foi então em um sonho que ele realizou seu vil desejo bizarro? Bem, relendo, entendi ainda outra coisa. Que ele foi desintegrado e seus tecidos e líquidos corporais foram mesclados ao quadro, transformando tudo numa só pintura. Ele entrou dentro do quadro, literalmente. Se foi isso – e espero que tenha sido – achei a cena dantesca e super incrível. Criatividade nota dez. Gostei mesmo. A frase final foi até um pouco engraçada. De forma politicamente incorreta, acabei rindo.

  51. geraldo trombin
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de geraldo trombin

    Muito bom. Só por essa bela imagem já valeu: “A carne do homem se entrelaçou aos fios do quadro, o seu sangue virou tinta.” Parabéns!

  52. Marcelo
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Marcelo

    Imagético e muito bem escrito. A fantasia aliada às metáforas na medida certa.

  53. antoniosodre
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Antonio Sodre

    É texto que faz um belo uso das imagens, tem aquele punch no final, o uso de figuras de linguagem “o quarto de solteira foi testemunha”, usa muito bem a técnica da sugestão em alguns momentos. Tem um bom ritmo, parabéns.

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Publicado às 19 de janeiro de 2025 por em Microcontos 2025 e marcado .