EntreContos

Detox Literário.

Em tempo real (Tom Lima)

Forca, cadeira elétrica e até mesmo fogueira foram propostas da família presidencial quando a pena de morte passou a vigorar no Brasil, mas a injeção letal foi deferida enquanto espetáculo aceitável. 

Data marcada para a primeira execução, tv e internet prepararam-se para cobrir o evento, em tempo real.

O condenado escolheu bobó de camarão, apimentadíssimo, para exercer o direito à uma última refeição. 

Várias câmeras registraram os guardas indo buscá-lo na cela para a última caminhada e, frustrados, encontrando o cadáver, ainda vermelho, mas já arroxeado. 

Um jornal de cinquenta centavos publicou: 

Fuga na última hora!

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Pro inferno?

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72 comentários em “Em tempo real (Tom Lima)

  1. Vanilla
    1 de fevereiro de 2020

    Eu não sei se me peguei perdido pela leitura que fiz, mas quando li de novo achei que a estrutura realmente nã favoreceu muito, deixando perguntas, a parte da fuga não foi muito clara e enfim. Mesmo assim, muito interessante, parabéns!

  2. Daniel Reis
    1 de fevereiro de 2020

    Fez uma contextualização da execução boa, num mundo não tão distante… só que deixou um monte de perguntas, tipo – “bobó de camarão, faz morrer? Ele era alérgico?” . E a história da fuga, não ficou nada claro… era uma notícia falsa, pra apaziguar os que queriam assistir a execução. Espero os esclarecimentos. Abs!

  3. Ana Maria Monteiro
    1 de fevereiro de 2020

    Olá, messias. Fake news? A minha interpretação: o condenado era alérgico a camarão e sabia disso. Fez a sua opção e muito bem, não dando oportunidade a exibição em tempo real, que seria o regalo de todos esses abutres. Não fugiu pró inferno, saiu dele e da forma que escolheu. Muito bom. Parabéns e boa sorte no desafio.

  4. Carolina Langoni
    1 de fevereiro de 2020

    Se o personagem ficou mais feliz morrendo desse jeito, muito bem
    (eu não vejo porque fazer isso se ele ia morrer de qualquer jeito)
    Pelo menos, morreu comendo (só que de maneira mais lenta e sofrida)
    Talvez, ele só quisesse provar o prato antes de morrer, já que, ele já ia morrer mesmo.
    Interessante o texto, tudo se encaixa e, gostei dos recursos de linguagem :DD

  5. Rubem Cabral
    1 de fevereiro de 2020

    Olá, Messias.
    Hohohoho. Antigamente eu poderia efetuar uma fuga dessas; hoje em dia camarão não me causa alergia.
    Bom conto! Boa crítica à política tbm.
    Boa sorte no desafio!

  6. Matheus Pacheco
    1 de fevereiro de 2020

    Uma fuga de mestre, devo dizer… As vezes uma alergia pode salvar o ser humano da morte (kkkk)
    Eu acho levemente cômico o conto, me diverti bastante lendo.
    Um abraço.

  7. M. A. Thompson
    1 de fevereiro de 2020

    A comida matou o cara? Porquê? Não entendi. Boa sorte no desafio.

  8. Thata Pereira
    1 de fevereiro de 2020

    Gostei muito da escrita e do final rs Mas algo me chamou mais a atenção: os espectadores que aguardavam para assistir o fato. Um tanto quanto curioso termos público para assistir esse tipo de coisa, contudo um tanto quanto real e achei uma grande sacada do autor ou da autora.
    Boa sorte!!

  9. Gustavo Azure
    1 de fevereiro de 2020

    Achei interessante a maneira como brincou com a ideia da fuga e morte e como apresentou isso dentro do conto. Uma boa escrita, fiquei preso na leitura. Boa sorte

  10. Renata Rothstein
    31 de janeiro de 2020

    Achei muito boa sua alusão à família presidencial, e já imaginei que o condenado pudesse ser um dos ilustres membros da tal, mas não rsss
    Bom, o condenado sacaneou todo mundo, as mídias, o sensacionalismo, a coisa toda. Matou-se ele mesmo, por alergia a camarão ou pimenta, ou quem sabe, aos dois?
    Só achei estranha a notícia e última frase.
    Boa sorte!

  11. Marco Aurélio Saraiva
    31 de janeiro de 2020

    Muito bom! Ele morreu sob os próprios termos; escolheu não ser executado. Escondeu muito bem a sua alergia a camarão.
    Foi uma leitura agradável e surpreendente. Você escreve muito bem e tem boa imaginação. Parabéns!

    Escrita: Muito boa
    Conto: Excelente

  12. Sarah S Nascimento
    31 de janeiro de 2020

    Olá, você escreveu um bom microconto. Duas coisas foram mais evidentes para mim. Primeiro a escolha da morte por injeção letal e como foi montado esse show que o microconto citou.
    É estranho imaginar algo assim, ainda mais porque seria um cenário bem possível, internet e televisão querendo cobrir o momento. Assustador.
    Outro ponto foi o final. O prisioneiro dar ele mesmo um fim à própria vida e usando uma comida que pediu como última refeição.
    Não entendi se isso foi de propósito ou foi uma piada sobre o sabor dessa comida. Boa sorte no desafio.

  13. Anorkinda Neide
    31 de janeiro de 2020

    Preciso refazer este comentário, visto que decidi votar neste desafio.
    .
    Vc optou por contar uma historia mas nao escrever um texto de literatura, digo pq a linguagem nem da crônica se aproxima.
    Está muito rápida, como um esboço, apesar de nao ser um rascunho, mas faltou lapidação na linguagem, nao sei me fazer entender. 😛
    .
    Mas a história é boa.. e o detalhe do jornal espalhando fake news foi ótima!
    pq é uma conclusao errada do q aconteceu, o cara nao fugiu, ele se matou escolhendo a comida q lhe era venenosa.
    Enfim, os problemas de interpretaçao da realidade q estao fervilhando pr estes dias!!
    essa sacada foi legal!
    boa sorte

  14. Angela Cristina
    31 de janeiro de 2020

    Olá!
    Bom texto.
    O final poderia ser um pouco diferente, na minha opinião.
    Parabéns.

  15. Jowilton Amaral da Costa
    31 de janeiro de 2020

    Bom conto. o condenado alérgico a pimenta morreu. Preferiu se suicidar a morrer nas mãos dos seus algozes. O final ficou legal também, A narrativa é boa, sem entraves. Boa sorte no desafio.
    P.S Sou particularmente contra a pena de morte.

  16. Catarina Cunha
    31 de janeiro de 2020

    Morto é considerado foragido por brilhante família presidencial.
    Elementos fundamentais do microconto:
    Técnica — boa. Conseguiu enxugar sem perder o fluxo.
    Impacto — muito bom. Gosto da crítica política de forma sarcástica.
    Trama — muito boa. Criou um cenário absurdamente viável.
    Objetividade — boa. Ficou no limite. A última frase não combinou com a qualidade do texto.

  17. Amanda Gomez
    30 de janeiro de 2020

    Olá,

    Um conto sátira, o autor retrata o presidente e sua família, a mídia sensacionalista, os justiceiros virtuais e tudo o mais que se relacione a isso. Eu não gosto de textos políticos, sempre me dá urticaria quando me deparo com um. Mas acho que você soube se diferenciar de outros tantos. Tudo foi milimetricamente pensado, todas as referências colocadas de uma forma que não dá pra questionar a qualidade do texto e do enredo e a astúcia do autor(a).

    Pra gostar, basta apenas ignorar o plano de fundo. Foi o que fiz. Parabéns pelo trabalho.

  18. Fil Felix
    30 de janeiro de 2020

    Boa tarde! Um conto bastante interessante, com uma história bem construída e contextualizada. Um Brasil que adotou a pena de morte e, se preparando para a cobertura da primeira sentença, o preso se mata ao pedir um alimento que tem alergia. Nunca li uma saída assim, então achei a ideia original, além de abordar questões como a legalidade da pena de morte, o espetáculo em torno e a mídia sensacionalista.

  19. Cicero G Lopes
    29 de janeiro de 2020

    Caraca, véio! Termina esse conto na fuga! Prá quê colocar esse “inferno” de inferno!? Bom conto. Boa sorte!

  20. Ana Carolina Machado
    29 de janeiro de 2020

    Oiiii. Um microconto sobre um Brasil futurista em que a pena de morte é tida como um espetáculo, porém o preso encontra uma forma de “fugir” antes de ser executado pedindo uma comida que pelo que entendi é alergico, pois a alergia a camarão é muito forte. Acho que talvez ele tenha feito isso para ter a ilusão que estava no controle: que ia morrer quando quisesse e não quando os outros queriam. Parabéns pelo texto e boa sorte no desafio.

  21. Fabio D'Oliveira
    29 de janeiro de 2020

    Olá, Messias!

    Um micro bem atual, que levanta uma questão temporal e relacionada com nossa sociedade. Não me cativou tanto, pelo tom sensacionalista, talvez por intenção, para tratar tudo como a mídia trata. Mas está muito bem escrito e conduzido da maneira certa.

    Parabéns! E boa sorte no desafio!

  22. Rafael Carvalho
    29 de janeiro de 2020

    ” Eu prefiro morrer, do que perder a vida!”
    Gostei bastante do conto e de como foi estruturado o seu desenvolvimento. Não curti muito a frase final, pós foto, mas também não teria uma sugestão melhor para ti dar, só não me agradei muito dela. O restante do conto achei sensacional. Boa sorte e parabéns!

  23. Maria Alice Zocchio
    28 de janeiro de 2020

    Antecipou-se. Muito bom. Frustou o espetáculo. Achei a ideia ótima e texto também. Parabéns.

  24. Sabrina Dalbelo
    28 de janeiro de 2020

    Olá,
    Um micro bastante inteligente e bem escrito, sem dúvidas. Percebe-se que cada palavra foi pensada e colocada no seu lugar.
    É uma crítica ao regime de direita que ocupa a presidência, podemos sacar.

    Gostei da crítica ao jornaleco de meia-tijela que noticia a morte (“pimenticício” kkk) como uma fuga, mas para o inferno.
    Um abraço,

  25. Claudio Alves
    28 de janeiro de 2020

    Tudo é espetáculo no admirável mundo das selfies. Até a execução. E se tiver reviravoltas para vender jornais, melhor. Bom conto. Boa sorte!

  26. Priscila Pereira
    28 de janeiro de 2020

    Olá, autor!
    Seu micro está muito bem escrito, dá pra visualizar tudo, quase assistir mesmo, mas está sem graça, e sua pretensão era pra ser engraçado né… Então… alguém é condenado a morte e antes de acontecer se mata… tipo.. e daí? Só tem graça para aqueles que viram uma militância política… que pra mim é totalmente irrelevante. E essa última frase aí? Ficaria muito melhor sem ela…
    Desculpe…
    Parabéns e boa sorte!

  27. Evandro Furtado
    28 de janeiro de 2020

    O conto evoca um sensacionalismo inerente à mídia brasileira. Deixa de lado aspectos importantes a serem discutidos para apelar a uma comédia barata, emulando desta forma, os próprios jornais. A genialidade está justamente nisso.

  28. Davenir Viganon
    28 de janeiro de 2020

    Adorei as referências. Bolsomínions chorarão! A família presidencial em referência ao toscos bolsonaros. A execução midiatizada e o bobó de camarão, em referência ao povo mais odiado pelo execrável clã, os nordestinos, e a fuga mirabolante: suicídio por alergia. Combinou bem a política e literatura, mas bolsominions irão chorar (eu acho ótimo).

  29. Pedro Paulo
    27 de janeiro de 2020

    Existe um teor satírico, mas neste, como é comum, uma crítica. Alude-se à família presidencial como se fosse uma “família real” com preponderância em conjunto, referência direta à absurda família Bolsonaro. Ao mesmo tempo, parece criticar o sensacionalismo a respeito de uma vida, enquanto mesmo o desfecho frustrante vira notícia, sem respeito ao corpo, uma representação de uma realidade em que cadáveres fotografados circulam nas redes sociais. Desse modo, achei bem pensado e em diálogo direto com a realidade, além de entregar um enredo completo. Muito bem!

  30. Carlos Vieira
    27 de janeiro de 2020

    Achei a premissa da espetacularização do castigo interessante (tv, internet, câmeras, ao vivo). Não sei porque, mas ao ler que ele escolheu bobó de camarão para boicotar a expectativa do sistema, na mesma hora me veio a ideia de que o personagem era alérgico. A maneira como terminou também ficou legal, com um anúncio (ou seja, espetacularização) sobre a “fuga”.

  31. Anderson Góes
    27 de janeiro de 2020

    Talvez fosse a solução para a onda de crimes e para a quantidade de criminosos no Brasil? Nos leva a pensar e a discutir, não gosto de bandidos e nem de quem defende bandido e lhe dá direitos, o Brasil é o país que defende e indeniza família de criminosos… Gostei do conto porque me despertou emoções, mesmo negativas, sobre algo que eu odeio! Gostei da maneira que conduziu a história, apenas o final que eu acho que ele não merecia uma morte simples, mas a ironia da pergunta final foi ótima! Parabéns…

  32. antoniosbatista
    27 de janeiro de 2020

    Execução de um criminoso a pena da morte, transmitida pela mídia como um espetáculo comum. Existem outras histórias, inclusive filme sobre o mesmo tema, com algumas variantes. Para frustrar todo mundo, o crimino se suicida, comendo bobó de camarão apimentado. Ninguém sabia que ele era alérgico a camarão.

  33. brunafrancielle
    27 de janeiro de 2020

    Realidade alternativa, apesar de dizer “em tempo real”. Trabalha com uma hipotese, porém de forma um pouco histérica. Talvez “o que ocorreria se os avisos dos esquerdistas fossem reais”.
    Só faltou dizer que viviam um regime nazista.
    Gostei da forma que a pessoa escolheu pra se matar. Isto quase salvou o conto.

    messias_prsdnt messias presidente. Risos
    Eu preferia ter sido morta num espetáculo e não no quartinho.

  34. Andre Brizola
    27 de janeiro de 2020

    Olá, Messias! Por trás do conteúdo de humor negro (bem utilizado, aliás) há uma crítica pesada sobre os rumos que estamos tomando no país, sugerindo um retrocesso social onde a pena de morte é mais entretenimento do que punição para um público ávido pela “vingança” aos que consideram bandidos. Uma distopia não muito difícil, e adequadamente encaixada com nosso cenário atual. Como conto funciona perfeitamente tendo como único senão a última frase. Para o inferno é exatamente onde o público gostaria que o condenado fosse, então não seria bem uma fuga (a menos que ele estivesse querendo, realmente, ir na direção contrária à das nossas “pessoas de bem”, pois aí sim seria uma fuga perfeita). De qualquer maneira, ótimo conto! Boa sorte no desafio!

  35. Valéria Vianna
    26 de janeiro de 2020

    Interessante a expectativa frustrada pelo próprio condenado. Dá um tom divertido ao conto. Recurso de virada muito bem utilizado. Congratulações.

  36. Givago Domingues Thimoti
    26 de janeiro de 2020

    Um conto inteligente sobre a banalização da violência. A sacada do futuro morto que escolheu ele mesmo aplicar a pena de morte em si, traindo a ansiedade dos telespectadores, ávidos pela sensação de vingança.

  37. Marília Marques Ramos
    26 de janeiro de 2020

    Texto bonito e muito bem feito, assim como a foto que veio junto! Suas ideias foram muito bem pensadas nesse texto, parabéns!

  38. Luiz Eduardo Domingues
    26 de janeiro de 2020

    Gostei bastante da sua proposta inicial, porém acho que ficou faltando alguma coisa. Não entendi, por exemplo, qual o papel desempenhado pelo prato da foto na história, e acho que o final ficou um pouco aquém do que o seu conto prometia no começo. Ainda assim, parabéns pela ideia!

  39. Regina Ruth Rincon Caires
    26 de janeiro de 2020

    Misericórdia… Que conto macabro! Mas eu adorei o teor “terrorífico” (como diz minha netinha)! Fico encantada com quem consegue fazer piada da situação caótica do nosso país. Aplaudo tudo que busca descortinar este embuste, meu caro messias prsdnt (interessante retirar as vogais da palavra presidente)! Realmente, um presidente incompleto, beócio…

    Texto bem escrito, muito criativo, “felomenal”. O condenado escolhe morrer vitimado pela alergia a camarão, evitando os outros métodos de execução (avemaria).

    Parabéns, COISO! Criatividade nota 1000.

    Boa sorte no desafio!

    Abraços…

  40. Raione LP
    26 de janeiro de 2020

    Conto hilário, bem construído, capaz de segurar a melhor tirada até o último instante (me parece muito verossímil que um jornal sensacionalista queira acrescentar um “Pro inferno?” abaixo da foto do morto). Acho também que funcionou bem a opção de descrever a foto entre colchetes ao centro do texto, obrigando o leitor a escalar essa lombada antes de encontrar a conclusão da manchete (talvez até seja interessante quebrar o texto da descrição, fazendo com que ocupe mais espaço na página).

    Observações pontuais: 1) talvez um ‘é que’ expletivo beneficiasse o ritmo / fôlego do primeiro parágrafo ( “mas a injeção letal ‘é que’ foi deferida enquanto espetáculo aceitável” ); 2) apenas conferindo: “ainda vermelho, mas já arroxeado”= ainda vermelho por causa da pimenta, já roxo porque morto?

  41. Anônimo
    26 de janeiro de 2020

    Conto hilário, bem construído, capaz de segurar a melhor tirada até o último instante (me parece muito verossímil que um jornal sensacionalista queira acrescentar um “Pro inferno?” abaixo da foto do morto). Acho também que funcionou bem a opção de descrever a foto entre colchetes ao centro do texto, obrigando o leitor a escalar essa lombada antes de encontrar a conclusão da manchete (talvez até seja interessante quebrar o texto da descrição, fazendo com que ocupe mais espaço na página).

    Observações pontuais: 1) talvez um ‘é que’ expletivo beneficiasse o ritmo / fôlego do primeiro parágrafo ( “mas a injeção letal ‘é que’ foi deferida enquanto espetáculo aceitável” ); 2) apenas conferindo: “ainda vermelho, mas já arroxeado”= ainda vermelho por causa da pimenta, já roxo porque morto?

  42. Bia Machado
    25 de janeiro de 2020

    Oi, Messias, tudo certo? Eu achei muito criativo o seu conto, fugindo de qualquer lugar comum, o cara escapando da condenação de forma mais improvável me fez pensar quem nesse desgoverno atual poderia se encaixar nesse papel, né, quem? rssss… Só acho que a última frase era desnecessária. Parabéns e obrigada;

  43. Elisa Ribeiro
    25 de janeiro de 2020

    Um micro com comentários políticos/sociais e um desfecho surpreendente. Alguma coisa na tonalidade da narrativa impediu-me de um envolvimento maior. Também acho que o último parágrafo destoou um pouco da atmosfera do conto. Um bom conto, no entanto. Parabéns e boa sorte! Um abraço.

  44. Luciana Merley
    25 de janeiro de 2020

    Olá, Bessias, digo, Messias (kkk)
    O conto é muito bom. Bastante Rodrigueano e com o esculacho necessário. A clara referência à família do presidente não ficou muito legal (panfletário). Poderia ter usado uma família ditatorial do oriente ou aqui das Américas mesmo e teria ficado menos apelativo.
    Principalmente porque essa é uma opção majoritariamente rejeitada na nossa sociedade e proibida em cláusula pétria constitucional. Além disso, a opção ideológica contrária é óbvia já que trata o criminoso como um herói espertalhão. Como nos casos de pena de morte os condenados cometeram assassínios em terceiro grau ou estupros seguidos de assassinatos, a gente não engole muito bem esse “protecionismo”, ainda que na ficção caiba tudo. Desculpe por me voltar para a política, mas seu texto dá ampla margem pra isso, kkk.
    A questão do sensacionalismo midiático e da própria população ávida pelo espetáculo também é uma crítica interessante.
    Bom conto, parabéns.

    • Luciana Merley
      25 de janeiro de 2020

      Ah, e concordo que a última frase brocha o conto.

  45. Fabiano Sorbara
    25 de janeiro de 2020

    Olá, Messias! Micro muito criativo, bem escrito e inteligente.Gostei muito, além de ser um tanto atual. Parabéns!
    Desejo boa sorte no desafio. Abraços.

  46. Gustavo Araujo
    25 de janeiro de 2020

    Ótimo conto. Temos aqui um cenário distópico (ou real?) em que a pena capital é reinventada. Decidido a não contribuir para com o espetáculo dantesco, o nosso condenado dribla a segurança e, alérgico que é, dá cabo de si mesmo com um bobó de camarão. Santa astúcia, Batman!

    Há um viés cômico evidente, mas há também forte crítica social, considerando a realidade de nosso país hoje. Assim como ocorre no conto Calendário, a opção pela critica política pode atrair narizes tortos, mas, diferentemente de lá, neste conto a estocada é mais sutil e engraçada. Um estratégia diferente, mas, se pararmos para pensar, igualmente assustadora.

    Como sugestão, eu tiraria a última frase. A meu ver ela diminui o impacto da revelação jornalística, que é onde se concentra a força do texto.

    Parabéns e boa sorte no desafio.

  47. Alice Castro
    24 de janeiro de 2020

    Conto muito bem humorado, retrata o que os pobres mortais devem sentir ao experimentarem a comida típica baiana, que por sinal é uma das minhas preferidas. A sensação de quase morte para quem come pimenta sem estar habituado é bem mesmo assim… hahahahahahahahha
    Nota 10! Conto muito bem escrito e de uma gostosura de se ler!
    Parabéns!

  48. Fabio Monteiro
    23 de janeiro de 2020

    Que grande sacada. O cara é alérgico a frutos do mar. Propiciou sua própria morte, sem espetáculos, sem plateia. Melhor do que os tais clichês do tipo: Saltou rumo ao desfiladeiro. Meus parabéns. Que pena que poucos entenderam o espirito da sua escrita. Boa Sorte

  49. Vitor De Lerbo
    23 de janeiro de 2020

    História interessante; resistência até o último segundo!
    A única coisa boa nesse futuro quase que distópico (que parece cada vez mais próximo a nós) é esse jornal por 50 centavos!
    Boa alusão à mídia sensacionalista.
    Boa sorte!

  50. Fernando Cyrino
    23 de janeiro de 2020

    Olá, Messias, gostei da brincadeira com o pseudônimo tirando as vogais do seu cargo. Quer dizer que bobó de camarão bem apimentado mata? Bem, considerando-se que o cara possa ter sido alérgico, claro que sim, né? Gostei da sua história. Achei que a última frase sobrou, eis que me pareceu que poderia estar mandando o cara que deferiu a pena de morte para o inferno e não o envenenado fujão. Tirando isto e a crase antes de uma última, parabéns. Abraços.

  51. fernanda caleffi barbetta
    23 de janeiro de 2020

    Olá, Messias, pra começar, essa foto me deu muita vontade de comer um bobó de camarão, apesar dele ter sido letal ao protagonista.
    Tirando o acento grave em “à uma última refeição”, o texto está muito bem escrito, parabéns. Destaque para esta frase: “mas a injeção letal foi deferida enquanto espetáculo aceitável”, muito boa.
    Achei tão legal a ideia de que o suicidio poderia ser retratado como uma fuga de última hora que eu tiraria o “Pro inferno?”, que apenas diminuiu o impacto da frase anterior, criando uma outra questão que é dele ter ido para o inferno ou não. Enfraqueceu o final, a meu ver. Tiraria também a descrição da foto de página inteira. pararia no “Fuga na última hora!”. Boa sorte.

  52. Paulo Luís
    22 de janeiro de 2020

    O enredo a princípio parece que vai dar um golpe daqueles, no desfecho, mas sinceramente me frustrou. Esperava algo mais contundente. Mas valeu pela expectativa causada. Boa sorte.

  53. Fheluany Nogueira
    22 de janeiro de 2020

    Uma história de frustração: o primeiro condenado à pena de morte, no Brasil, morre antes de ser executado? Ainda bem que, ao menos, foi para o inferno… Humor negro. Faltou algo mais para uma boa reviravolta.

    Parabéns pelo trabalho. Boa sorte! Abraço.

  54. Angelo Rodrigues
    22 de janeiro de 2020

    Conto que busca uma ideia distópica onde, num futuro insabido, o Brasil institui a pena de morte [mas já não a temos há alguns séculos?].
    Entendi que a fuga [para o Inferno?] se deu pela morte [suicídio?] ao comer camarão, provavelmente sofrendo uma forte alergia à pimenta ou ao camarão.
    Foi o que peguei.
    Boa sorte.

  55. Augusto Schroeder Brock
    22 de janeiro de 2020

    Olá!
    A foto abre o apetite! O texto inicia com uma direta, segue a uma crítica maior, e leva a uma pitada de humor. Contudo, parece que faltou um pouco de manejo dos ingredientes para engrossar esse caldo e apimentar a vida do leitor.
    Parabéns!

  56. Rodrigo Fernando Salomone
    22 de janeiro de 2020

    E que belo bobó, rsrs. Parabéns, conto muito bem escrito e criativo. Boa sorte.

  57. Anorkinda Neide
    22 de janeiro de 2020

    Apesar de não muito original, valeu o micro conto, divertiu.

  58. leandrociccarelli2
    21 de janeiro de 2020

    Super bem escrito, o tema excelente e o final primoroso (comecei a ler os comentários para vê se tinha entendido kkkk). Amei, salvou-se da “morte BBB” para uma morte mais privada. Boa sorte e parabéns!

  59. Nilo Paraná
    21 de janeiro de 2020

    não entendi “ainda vermelho, mas já arroxeado”. boa sacada do prisioneiro e do micro contista.

  60. Emanuel Maurin
    21 de janeiro de 2020

    Fico imaginando que tipo de gente que assisti uma execução ao vivo na tv. Bem, isso não vem ao causo. O prisioneiro enganou todo mundo fugindo do circo que montaram pra ele. Tá bem escrito e divertido. Boa sorte.

  61. Cilas Medi
    21 de janeiro de 2020

    Não sabiam que o marginal era alérgico a camarão!?
    Tirou o “direito” da população em assistir a execução, mas ficaram no camarote lendo o laudo oficial no jornaleco de plantão.
    Risível, sensível, esculachado e patético.
    Gostei!
    Sorte no desafio.

  62. Jorge Miranda
    21 de janeiro de 2020

    Eu pediria um bobó de camarão também! Excelente seu microconto, encantou-me desde o primeiro parágrafo que funciona como uma catapulta para todo o resto. O prisioneiro escapou da morte em rede nacional de uma maneira nem um pouco convencional: fez um edema de glote após ingerir camarão (ele era alérgico). Parabéns pelo seu trabalho e desejo-lhe sorte no desafio.

  63. Nelson Freiria
    21 de janeiro de 2020

    A crítica feita no micro conto é bem direta, explícita e um tanto concentrada em uma certa família, mas o autor(a) parece ter deixado um pouco de lado o que há além dessa família em meio ao espetáculo da morte. O tema seja discutido não faz parte de nossa sociedade e o autor(a) em sua missão de extrapolar a realidade, faz do prisioneiro condenado um rebelde, um subversivo, mostrando o que de fato faz a opinião política contrária a da tal família, que é não se entregar a vontade deles. Mesmo assim, ele acaba morto. Então penso se há uma mensagem pessimista por trás disso, ou se o autor(a) não quis trabalhar com essa profundidade. Afinal, pro inferno?

  64. Andreza Araujo
    21 de janeiro de 2020

    Desde a primeira palavra, o conto prendeu minha atenção, a curiosidade aumentava a cada frase com toda a expectativa pela morte dele e como isso seria televisionado em tempo real, também me fez pensar qual seria o grande delito que cometera para ter conquistado tal pena (mas esta informação não é relevante pro microconto, só pra ficar claro). Interessante como o desfecho culmina, onde o protagonista não deixa o público sentir o gosto (trocadilho proposital) do que seria a primeira execução de pena de morte no país. Excelente microconto, bem completo e desenvolvido. Boa sorte!

  65. Luiza Moura
    20 de janeiro de 2020

    Bem divertido, mas esperava outro final. De qualquer forma, parabéns!

  66. Gio Gomes
    20 de janeiro de 2020

    Você tem lido ou visto Nelson Rodrigues ultimamente? O anjo pornográfico gostaria desse bobó. Divertido!

  67. angst447
    19 de janeiro de 2020

    Não sei se entendi direito, mas acho que o condenado escolheu o bobó apimentadíssimo pois devia ser alérgico e sabia que morreria. também presumi que ele já havia feito sua última refeição antes dos guardas o buscarem para a execução. Bem executado o seu conto! Boa sorte! .

    • CLAUDIA ROBERTA ANGST
      26 de janeiro de 2020

      Uma dúvida que me surgiu agora. Aquele “ainda VERMELHO, mas já arroxeado” tem um outro significado além de ter comido muita pimenta e ser alérgico a camarão? Porque achei bem estranho o cadáver estar vermelho e arroxeado ao mesmo tempo. O “ainda vermelho” agora me parece ter outro significado – a cor de fundo de uma estrela…

  68. drshadowshow
    19 de janeiro de 2020

    Sacanagem! Podia ter se matado depois de ter comido o bobó. Me deu fome…rs. Bela sacada. Fugiu mesmo, pois não deu o prazer aos carrascos que injetariam o veneno e depois se masturbariam de prazer como todo bom sádico (certamente depois de chegar em casa do culto). Bela sacada. Gostei (só não gostei do desperdício da iguaria).

  69. jetonon
    19 de janeiro de 2020

    Pode acreditar, mas quando iniciei a leitura sabia do fim. Não me surpreendeu!
    Boa sorte!

  70. Eder Capobianco
    19 de janeiro de 2020

    A discussão é bastante atual……..a designação “família presidencial” não deixa dúvidas……….a busca da valorização da morte como espetáculo levanta a reflexão sobre vingança, fetichismo e esquizofrenia……….um recurso difícil de ser utilizado no texto, e que aqui caiu bem, é o fim como uma pergunta………a sátira que ela evoca valeu o risco…………..

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Publicado às 19 de janeiro de 2020 por em Microcontos 2020 e marcado .
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