EntreContos

Detox Literário.

Casarão (Olisomar Pires e Bruna Francielle)

casarao

Ele nunca havia gostado de pessoas falsas com suas gloriosas ações despretensiosas, talvez por isso Martin era visto, tido e havido como um sujeito grotesco, seu modo de falar, andar e se vestir em nada ajudava.

Sua voz era baixa, controlada, profunda, plenamente audível, porém sinistra. Um simples “bom dia” instilava cuidado, assemelhava-se a ameaça.

As roupas que lhe caíam do corpo, na hora do banho, eram limpas (ou estiveram limpas), porém possuíam única cor em todas as peças, sempre tons mais escuros. Tudo azul, ou preto, ou roxo… Calças, camisas, camisetas, paletós, meias… Diariamente, ele se vestia de cima a baixo com singular cor. Nunca o viram usar branco.

Caminhava torto. Sua coluna não pensava direito. Fazia-o pender para a esquerda bem mais de um palmo. Para compensar esse desnível, aprendera, ao andar e em cada passo, jogar o corpo na direção oposta, numa teimosia desproporcional e acrobática – Enviesado e pendular, lembrava um personagem clássico, sem a corcunda, do qual não recordo o nome.

Esse era Martin, ao menos em aparência: Uma mancha monocromática com voz sepulcral e que anda pulando – Não é de se admirar que não transmita imediata simpatia.

Antes de se mudar, agora definitivamente, Martin residira décadas no casarão da Rua Aurora: uma centenária, ampla e confortável mansão.

Além da residência, propriamente dita, havia um belo quintal, palco de vegetação diversa (frutífera e ornamental), numa clareira pequena, simples capela dedicada à santa protetora da família e um denso cemitério logo atrás, agora em desuso, mas ainda bem cuidado por causa dos antigos moradores ali sepultados, pessoas que nem o tempo se lembra quem foram, transformadas em lápides nunca lidas.

Martin abandonava esse Casarão, no mínimo, duas vezes por semana, caso não existissem outras necessidades: na segunda-feira de manhã e na sexta-feira à tarde, eram compromissos certos.

Descia a Rua Aurora com seu gingado, observava seus vizinhos, não lhes dirigia a palavra e tampouco eles a ele, exceto em flagrantes ocasiões quando os bons modos assim exigiam.

Invariavelmente, Martin ia aos correios e ao banco – nas segundas-feiras resgatava monetário suficiente para a semana e nas sextas-feiras entrava na agência postal:

– Boa tarde, sr. Talmud, alguma encomenda especial hoje ? – Dizia Marvin.

Funcionário antigo da empresa, o sr. Talmud não se lembrava de quantas vezes ouvira essa mesma pergunta e assim respondera:

– Nada ainda, sr. Martin, quem sabe na próxima semana.             O morador do Casarão agradecia e partia sob os olhares curiosos dos demais clientes.

No caminho de volta, Martin, às vezes, sentava-se na praça Padre Alfonso, gostava da fonte de inspiração italiana, apreciava as pessoas inocentes em seus caminhos, mas era demora pouca, um fôlego apenas (algumas gotas, jamais um litro), logo se levantava ( não sem pesar) e rumava à sua obrigação.

Ao pé da rua, erguendo a vista podia se perceber a antiga construção dominando o cenário (lhe observando, pensava Martin) – “eles sabem que estou aqui, que estou voltando, eles nunca têm medo de que eu não volte”.

Subindo pelo calçamento próximo às casas, no seu jeito especial, como tantas vezes fizera, Martin sentia em si toda a tristeza de um homem sem alma, cuja vida fora modificada tanto e por tanto tempo que nem era possível chamar mais de vida.

Agora, já de frente ao muro do casarão, que exibia seu protegido por entre as grades dispostas pelas pilastras de alvenaria, com portão de ferro bem ao centro se abrindo para o interior da propriedade, Martin se enfeava mais, sua face se retorcia instintivamente diante das paredes muito limpas e bem pintadas (uma de suas tarefas).

Não há notícia de visitas ao casarão, apenas Martin entrava e saía. O movimento de pessoas se resumia a alguns funcionários que cuidavam apenas dos jardins, do antigo cemitério, da linda capela e que só tinham visto e ouvido aquele solitário morador quando este lhes procurava na área externa. Para todos da rua e do mundo, o casarão não possuía outros inquilinos.

Hoje e por mais uma vez Martin entrou casa adentro, fechando a pesada e bela porta atrás de si. Acostumado com a relativa claridade-escuridão, não se assustou no momento mesmo em que ouviu seu nome e a clássica reprimenda:

– Até que enfim, já não era sem tempo, Martin. Você sabe que não gostamos dessas suas ausências, cada vez mais demoradas.

– Perdão, senhora. Já não sou tão rápido como antes. – disse Martin, sem o mínimo desejo de prosseguir numa discussão tantas vezes encenada.

– Desculpas senis. Não sei até quando lhe suportaremos, meu caro.

– Lamento muito, senhora. Se me permite, gostaria de ir preparar a ceia, como a senhora mesmo disse, é tarde.

– Que se vá, então, apenas lhe adianto que hoje estamos famintos, portanto, espero que seja bastante generoso essa noite.

Dito isso, de uma maneira que se pretendia aterrorizante, a senhora Beatrice, usando um vestido longo, branco e lindamente bordado, subiu as escadas, deixando no hall de entrada, o velho Martin, já tão afeito a essa gratuita maldade.

Ao que nunca se habituara foi à beleza da senhora B., ainda agora, depois dessa pequena descompostura e após tantos anos, ele se sentia totalmente agredido por algo tão belo e imutável, tão poderoso.

 

PASSADO

“Não há motivo para se preocupar, seu filho ficará bem”, disse o elegante emissário do casarão aos seus pais quando tentava empregá-lo: “é serviço simples e muito bem pago, cuidar de uma casa é coisa fácil para um jovem tão inteligente e bem disposto.”

A mãe de Martin, por uma dessas certezas cordiais, estava apreensiva:

– O senhor me desculpe, mas não gosto de pensar em meu filho sozinho naquele lugar enorme.

– Mas não há motivo para esse medo, uma casa é somente uma casa, ademais os senhores são quase vizinhos, se a saudade apertar, nada impede que o visitem ou ele a vocês. – respondeu o personagem do bom vendedor, juntando um grande sorriso à fala, mostrando seus dentes brilhantes, os quais, de certo modo, coroavam o brilho do cabelo bem penteado, o esmero das roupas e a pose educada.

Martin, a um canto, pensava apenas na paga que receberia, o pai, sentado ao lado de sua mãe, já havia concordado com o emprego – “seria bom para o rapaz e muito bom para a família ter uma renda a mais.”, dissera.

– Está bem, se é assim, eu concordo. – Resolveu, por fim, a mãe de Martin, olhando para o moço, enquanto uma lágrima tímida lhe assomava aos olhos.

– Excelente decisão, minha senhora. – E dirigindo-se agora para Martin, falou o emissário:

– Meu rapaz, aqui está a chave do casarão, peço-lhe que inicie seu trabalho apenas daqui a cinco dias, pois preciso cuidar da dispensa do atual caseiro, acertar seu salário e essas coisas todas.

– Claro, senhor. Dentro de cinco dias eu o encontrarei lá no casarão para demais recomendações. Disse Martin, animado.

– Infelizmente não o verei mais, Martin, quero dizer, não no casarão. – Corrigiu-se apressadamente. – Tomarei providências para que suas tarefas sejam deixadas por escrito, se houver dúvidas, o senhor saberá saná-las a contento, por isso foi escolhido.

A mãe de Martin ao ouvir estas palavras sentiu o coração apertar-se: “Escolhido por quem? Por que?” O sorriso do representante nada respondia.

– Bem, estando tudo acertado, desejo-lhes boa sorte. – E o homem retirou-se tranquilamente, satisfeito consigo e nem um pouco preocupado com o destino de terceiros.

Martin e sua família não conheciam o elegante senhor que os havia procurado tão decididamente alguns dias antes para fazer-lhes a oferta de emprego.

Sabiam, claro, do casarão, afinal era o imóvel central da cidade, alguns diziam que mais antigo até que a própria – bem como já tinham avistado o atual caseiro em algum momento pelas ruas, aliás, desde que se haviam mudado para esta cercania, há trinta e poucos anos, era o mesmo homem a cuidar da mansão, até pensaram que ele fosse o dono. Essa era a impressão comum.

Como não notariam aquele senhor que, além de ser o único habitante de tão importante morada, ainda fazia questão do vestuário insólito de cor exclusiva ?

Mas agora, dentro de poucos dias, Martin seria o responsável pela casa, claro que teria muito a contar sobre ela, isso era uma honra, afinal, e se convenceram da coisa bem concluída.

Passados cinco dias, Martin foi ter em seu novo emprego bem cedo. Ainda tímido, hesitante, usou a chave que lhe fora entregue com muito cuidado. Quando a porta se abriu, conteve um grito de espanto: era o lugar mais extraordinário que jamais tinha visto em toda sua vida (ou imaginado).

Tudo estava impecável, brilhando, antigo e novíssimo. Sentiu receio da responsabilidade, o anterior caseiro realmente fez um trabalho digno de prêmio e por enquanto, ele tinha conhecido apenas a sala de entrada.

Impulsionado pela curiosidade, vasculhou todos os cômodos do lugar, salas de estar, de jantar, biblioteca, quartos, banheiros, adega, despensa, porão – Em cada mínimo canto o mesmo zelo, o mesmo cuidado, não havia pó, não havia sujeira, tudo brilhava, tudo, tudo, tudo … a casa respirava e transpirava beleza, ordem e bom gosto.

Quando a noite chegou, se descobriu ainda sem saber onde dormiria e só nesse instante, lembrou de procurar pelas instruções inscritas, foi encontrá-las numa bandeja de prata bem ao lado da porta principal, se não tivesse ficado tão deslumbrado, teria sido a primeira coisa que notaria.

Abriu o envelope que continha seu nome e leu:

“Caro Martin, fui avisado de sua chegada e confesso estar feliz, pois minha sina se encerra, por isso lhe deixo estas instruções gerais, não quero preocupá-lo muito, você se acostumará, assim como eu; desejo-lhe sorte e aconselho força e paciência:

  1. Ao entrar no casarão você se tornou parte do mesmo, isso não é um simples serviço, não pode se demitir e nem será demitido vivo, não importa o que aconteça;
  2. Há três moradores na residência;
  3. Sua principal função é alimentar essas pessoas, elas lhe dirão como e quando;
  4. Jamais conte a ninguém sobre essas pessoas, elas também lhe dirão algo nesse sentido e quais as consequências;
  5. A partir de hoje você somente se vestirá com roupas combinantes em uma única cor – um armário já foi providenciado e abastecido com peças suficientes para um ano – isso é muito importante;
  6. Um dia lhe chegará pelos Correios uma carta dizendo que você será substituído.

 

É só, os patrões se encarregarão de lhe instruir em alguma necessidade,

Atenciosamente e muito grato,

Sr. Aramis de Tolout”

 

– Isso só pode ser alguma… – principiou a dizer o caseiro novato quando foi interrompido brutalmente.

– Eu lhe asseguro que não é nenhuma brincadeira, sr. Martin.

Ao se virar rapidamente e assustado (extremamente assustado), esbarrou no aparador e do móvel caiu a bandeja de prata, causando um som absurdo, aumentando ainda mais o sobressalto. Martin estava totalmente arrepiado.

Onde não havia ninguém minutos atrás, nem mesmo em toda a casa, agora estava personificado o trio mais elegante e belo que jamais se viu, todos usavam alvas vestes. Branquíssimas.

– Sou a srª Beatrice, este é meu marido, sr. James e nosso filho, o pequeno Philip, somos seus patrões de hoje em diante, como o senhor foi devidamente alertado pelo saudoso Aramis.

Martin não tinha voz, sequer tinha vontade de tê-la. Desmaiou.

 

QUARENTA ANOS DEPOIS

Os quatro estavam na sala de jantar, Martin em pé com uma jarra de cristal contendo um líquido rubro, o pequeno Philip bebericava.

– Então, meu velho, os Correios lhe trouxeram alguma coisa hoje? Perguntou o sr. James.

– Não, senhor. Ainda não, senhor.

– Não se preocupe, Martin, nós temos todo o tempo do mundo e podemos lhe fornecer o quanto for preciso para que continue nos servindo tão bem, será um imenso prazer para nós.

Os patrões sentados se olharam matreiramente e sorriram de uma forma que não me atrevo descrever.

Lá fora a noite estava muito escura e nada mais.

O jantar correu como previsto.

Fazendo as vezes de mordomo, Martin recolhera a prataria e recolheu-se.

Chaveou a porta num esforço inútil de privacidade – caso quisessem entrar, entrariam -, mas tal ato criava uma espécie de ilusão na qual estava enfim sozinho.

Sempre evitara o espelho em cima da cama. Um objeto de moldura antiga, com contornos talhados em cedro, que aparentava estar tornando-se um clássico no viés do tempo. Naquela noite bucólica, porém, acabou por prestar atenção nele, como há tempo incerto não fazia.

Levou um pequeno susto ao se ver pálido, não tão velho quanto aparentava a vitalidade sugada, o olhar caído de um desistente, mas mais que isso, alguém conformado com sua existência sorumbática.

“Hoje foi como ontem, tal como amanhã será como hoje, a eterna rotina de Martin, o fracassado.”

Por um momento recordou antigos sonhos, os mesmos que ficaram do lado de fora do casarão assim que nele entrou pela primeira vez.

Logo desviou sua atenção para um ponto qualquer. Nunca se queixou e não seria agora que começaria.

Vestiu um pijama azul anil e tomou um remédio para dormir.

O fim de tarde seguinte não foi exatamente como esperava. A campainha tocou enquanto trabalhava no cemitério atrás da casa. O jardineiro tirara uns dias se folga por problemas de saúde. Logo, foi se lavar rapidamente para ficar apresentável.

Não demorou nem cinco minutos para isso, mas quando ia passar pela sala a fim de chegar a entrada deu de cara com um sujeito estranho parado na soleira da porta. Seus olhos arregalaram, isso nunca havia acontecido, e por um momento não soube o que fazer.

– Perdão, senhor, mas, co… como ousara entrar assim? – disse um estupefato Martin.

O estranho usava um chapéu engraçado e roupas formais, e não apressou-se em respondê-lo, apenas o fitou de cima a baixo. Quando o homem ia dizer algo, alguém antecipou-se a ele.

– Ora essa, Martin, isso é jeito de receber uma visita? Vá já preparar um chá. – era Beatrice, que acabara de aparecer na sala como uma materialização.

– Mas… madame…

– Entre, por favor, meu caro. – disse ela ao homem, que retirou seu chapéu colocando o num local adequado.

– Obrigado, senhora. – agradeceu com um floreio.

Martin ainda estava na sala, perdido como um pássaro que acabara de nascer e fora empurrado pela primeira vez de uma árvore para voar.

– O que estás a esperar, Martin? Um convite formal para dirigir-se a cozinha?

– Perdão, Madame. – olhou-a expressivamente. – Devo preparar aquela… refeição especial?

– Um chá, Martin. Um chá. – a resposta continha uma certa pitada de agressividade, como se quisesse livrar-se logo da presença do caseiro.

A última coisa que ouviu, antes de passar ao outro cômodo, foi:

– Sente-se. Haveria, por ventura, algum problema para apareceres assim? – era a voz da dama.

Na cozinha preparou o chá e colocou-o num bule que reluzia como um diamante.

Movimentou-se rumo a sala, mas parou na entrada da cozinha, intrigado. Deixando-se levar pela curiosidade, tardou sua ida e se dispôs a tentar ouvir o que diziam. As vozes vinham baixas até ali, de forma que conseguira captar algumas sentenças de forma desconexa.

– Infelizmente nossa firma não poderá mais atendê-los… – dizia o homem. – Meus últimos esforços serão para achar outra em quem vossas senhorias possam confiar.

– Estou consternada.

– Espero que entenda que a culpa não foi minha… Eu fiz de tudo para…- continuação  inaudível. –  Infelizmente quanto ao outro pormenor, sinto-vos dizer que não poderei usar meu nome para tal…

– Como? E o que faremos? – Beatrice pareceu se exaltar. – O que será de nós, agora?

– Não preocupe-se antecipadamente, estou a procura de alguém para…

Parte da conversação a seguir estava incompreensível. A próxima coisa que conseguira ouvir foi:

– E estão satisfeitos com ele? – perguntou o homem.

– Bem, há alguns poréns, mas…

– Está gostando da conversa, Martin? – Martin sobressaltou-se. A voz de tenor, masculina, soava próxima a seus ouvidos. Virou e deu de cara com o sr. Maycon, esposo de Beatrice. Um homem, sem dúvidas, distinto. Sua tez era escura e as sobrancelhas expressivas, naquele momento assustadoramente arqueadas, os cabelos grisalhos denotavam a diferença de idade em relação a esposa.

– Não estou ouvindo nada, sr. – garantiu.

– Hum – suspirou longamente o sr Maycon. – E agora tentas enganar-me. Isso não é bom, Martin. Não é nada bom.  – parou por um segundo, fitando de maneira sinistra o rosto de Martin. Arqueou as sobrancelhas numa expressão de dúvida e finalizou: – O que estás a aprontar?

– Nada sr. Estava apenas indo levar o chá que me fora pedido. Com licença. – e saiu antes que o senhorio continuasse a pressioná-lo.

Após entregar o chá, sr. Maycon pediu a Martin que fosse lustrar sua coleção de mini esculturas de cavalos, que ficava no andar de cima e nada mais pôde ouvir.

Nas semanas seguintes uma atmosfera de tensão instalou-se no casarão. Beatrice passara a andar de um lado à outro, às vezes falava consigo mesma, como se pensando alto. Até o apetite da família diminuiu, já não perturbavam o caseiro com tanta malícia. Conversas a portas fechadas tornaram-se hábito.

Martin presumiu que isso tinha haver com a visita do desconhecido. O mesmo nunca mais aparecera nem se comunicara, até onde Martin tinha conhecimento.

Em certa segunda-feira, foi ao correio e retirou uma carta da prefeitura. Entregou a Beatrice, que leu silenciosamente, não divulgando seu conteúdo. Algo em suas maneiras demonstrava que as coisas, sejam lá o que fossem, não estavam melhores.

Na mesma semana foi a agência postal, como fazia religiosamente há décadas. Ao avistá-lo chegando, sr. Talmud sorrira surpreso. Parecia animado.

– Ora, ora, se não é Martin, o homem mais determinado que conheço!

– Viste-me há exatos sete dias, não compreendo tamanha surpresa. – respondeu.

De baixo do balcão, sr. Talmud retirara um envelope, como um mágico retirando um coelho da cartola. Sorrindo, entregou a Martin.

– Não posso negar, sr. Martin. Cheguei a suspeitar que nunca entregar-te-ia nada. Sinto-me feliz junto contigo por esta carta que recebestes.

Martin estava pasmo. A famigerada carta finalmente havia chego, como prometido há tantos anos. O envelope chacoalhava nas mãos estavam trêmulas.

Encaminhou-se a praça que ocasionalmente visitava. Sentou-se num banco qualquer.

Mais que depressa, abriu.

“ Sr. Martin,

Cumpristes bem seu dever até o presente momento. Só há uma última coisa a ser feita, antes que possas ser finalmente liberado de suas funções.

Segue um endereço abaixo, onde deverás comparecer.

Ao chegar, procure pelo sr. Fletty Harrington. Ele entregar-te-á um documento, o qual deverás assinar.

Feito isto, retorne ao casarão e aguarde cinco dias. Um substituto será enviado.

Lembre-se de deixar uma carta com instruções para o trabalho, tal como a que receberas. Destine a carta à uma Srta. Anna Delavigne.

Meus parabéns.“

Os pensamentos agora estavam em borbulhas fumegantes. Mas a principal coisa que passava em sua cabeça, não era o fato de finalmente estar livre, mas sim, que outra pessoa inocente, desta vez uma mulher, teria sua vida arruinada por aquela família abominável.

Enquanto ia para o endereço listado, refletia, se talvez dissesse à ela na carta para fugir…

Ao chegar ao local descobriu ser um escritório de advocacia, no qual, já era esperado, sendo encaminhado ao sr. Harrington, que sem demora apresentou-lhe o documento.

– Tenho outro compromisso, se puderes assinar o mais ligeiro possível, agradecia-o imensamente.

Martin ignorou-o e procurou dar uma boa olhada no que era. Para seu completo espanto, descobriu que estava adquirindo o casarão, e que o mesmo já fora pago. E também que todos os assuntos relativos a ele seriam cuidados pela firma Johnsson & Harrington Associados. Martin seria apenas o nome de proprietário.

– Então? – apressava o advogado, que consultava o relógio insistentemente.

– Retorno amanhã. – sentenciou. – Estás claramente ansioso para seu compromisso, não quero tomar-te o tempo.

Fletty Harrington tentou argumentar em vão, enquanto Martin lhe dava as costas.

– Que sujeitinho desagradável… – ouviu Harrington resmungando quando já passava da porta.

À noite, enquanto a família jantava, Martin pôs-se a procurar pela carta da prefeitura que havia entregue a Beatrice, achando-a embaixo de um colchão.

Era um aviso de despejo, a casa estava à venda.

Ao recolher-se, pôs se a juntar as peças do quebra-cabeça, procedimento que durou horas.

Enquanto um corvo piava na escuridão, Martin chegou a algumas conclusões, dentre elas, o motivo pelo qual precisavam dele. Alguém precisava assumir o casarão para que eles pudessem continuar ali sem serem incomodados. Alguém… vivo.

– Vais onde? – questionou Maycon, pela manhã, ao avistar Martin preparando-se para sair.

– Assinar uns papéis para os senhores. – respondeu.

– Pensei que havia feito isto ontem…

– O sr. Fletty não tinha tempo para me atender.

– Hum… Então vá.

Antes de voltar à firma, porém, passara numa biblioteca, que continha um livro com endereços dos moradores da região. Procurou pelo sobrenome Delavigne.

Na entrada da humilde casa, parou para observar. Viu uma moça loira e mirrada sair. A pequena distância, seguiu-a. Ela entrou em uma padaria. Ao sair, Martin abordou-a.

– Bom dia, srta. Me pergunto se não serias Anna Delavigne?

– Eu mesma. – disse, estranhando-o.

– Acaso, foras abordada por alguém para um trabalho em um casarão?

Desconfiada, respondeu:

– Quem é o senhor? Eu preciso ir. Com licença.

– Espere, por favor. – Martin agarra seu braço.

– Me solte!

– Veja, um homem vai te procurar, caso ainda não tenha feito. Não aceite o trabalho! Jamais pise no casarão!

– Solte-me, louco! – ela puxa seu braço e põe-se a correr, largando a sacola de pães no chão.

Sem chance de a alcançar por problemas de locomoção, também desacreditado de que conseguiria algo assim, Martin suspirou de descontentamento enquanto observava a silhueta afastar-se.

Retornou à firma.

Impaciente, Harrington pediu que desta vez assinasse o documento.

“ Muito bem, eles precisam de mim. Que eu assine, caso contrário, tudo estará perdido.”

Fletty estendeu a caneta. Martin não a pegou. Ao invés disso, levantou-se abruptamente e rasgou o documento, frente a um embasbacado sr. Harrington. Picotes voaram para todo o lado.

Na esperança de que as cartas que buscava fossem a única conexão da família com o mundo afora, retornou ao casarão mantendo as aparências.

Nos dias que passaram, tudo parecia normal. A família não dava indícios de que sabia ou suspeitava de algo. Martin pensava nos acontecimentos que prosseguiriam seus atos, dos quais já não tinha controle. Fora ao correio uma vez. Sorriu ao ver outra carta da prefeitura. Abriu-a na praça, degustou a palavra “despejo” e descartou-a.

Enfim a data mais aguardada de sua vida chegara. Desce as escadas pela última vez. Não sabia se depois do que fizera, Anna apareceria, mas ele, deveria partir. A família reunida o esperava.

– Queremos dar nosso adeus. – disse Beatrice.

– Obrigada, senhora. – respondeu Martin.

– Esperamos que o tempo passado aqui tenha-lhe sido proveitoso, pois o que o aguarda é escabroso, caríssimo. – disse Maycon, de supetão.

Arrepiado, Martin congela.

– Achou que iria nos destruir, Martin? Estamos aqui há mais tempo do que podemos lembrar, e aqui continuaremos.

– Oh, tolo, se tivesse se comportado. Estavas já no fim de sua caminhada – disse Beatrice.

O trio fecha os olhos, juntando as mãos numa reza.

Uma fumaça cinzenta surge. Algo de ruim estava presente. Como se tivesse vida própria, a fumaça rodeia Martin. E então, ataca-o. Ele grita ao sentir aquilo entrando em seus poros. Tudo fora muito rápido, a fumaça se dissipa, ele já não está mais lá.

– Amém. – dizem.

Beatrice parecia triste.

– Ele sabia das consequências, querida. – diz Maycon. – E mesmo assim nos traiu. Mereceu seu lugar junto à Judas, no inferno.

– Ele já está sofrendo, papai? – pergunta Phillip.

Maycon balança a cabeça positivamente, Phillip gargalha. Então, ouvem a fechadura da porta da frente sendo aberta.

43 comentários em “Casarão (Olisomar Pires e Bruna Francielle)

  1. Olisomar Pires
    20 de agosto de 2016

    Agradeço aos comentários. Sou o autor da primeira parte, sendo que esta é minha segunda participação aqui no site. Utilizei as dicas que recebi no primeiro desafio (Realidade Histórica Alternativa) e parece que melhorei meu texto mesmo. Agora vejo novas críticas, em especial quanto ao uso demasiado de vírgulas, as quais corrigirei num próximo conto. Agradeço ao segundo autor pelo belo trabalho e criatividade – Confesso que tenho ou tinha outras hipóteses em mente (risos). Até mais.

    • Bruna Francielle
      20 de agosto de 2016

      Olá Olisomar, fui eu q continuei seu conto, sjahsajhsa’ Queria saber o que vc achou! Em minha defesa, digo que foi extremamente dificil a tarefa de continuar seu conto, pois havia perguntas sem respostas, e eu estava no escuro quanto a boa parte dos fatos que vc apresentou. Reli várias vzs, e demorei vários dias para ter uma ideia aceitável e conseguir começar a continuação.

      • Olisomar Pires
        21 de agosto de 2016

        Olá, Bruna. Achei sua continuação interessantíssima. Você trouxe ao conto um contraste de realidade quando criou a questão da escritura e transferência e o final ficou claro com o ciclo se iniciando. Logicamente há perguntas e respostas a serem trabalhadas. Pretendo fazer um complemento também, até porque acho que lancei ganchos demais (rsrsrsr)… Parabéns pela trabalho.

  2. Thales Soares
    19 de agosto de 2016

    Hmm…
    A ideia inicial da história até que ficou interessante e criativa.

    O primeiro autor apresenta os personagens e estabelece as regras de todo esse universo. O segundo autor, por sua vez, conseguiu seguir bem essas regras, e acrescentou elementos bastante interessantes para a história.

    Porém, senti falta de mais detalhes em certas passagens. O que o cara ficou fazendo durante todos esses 40 anos?? Não ficou muito explícito as situações que ele tinha que encarar da família de imortais. Fiquei sem entender direito algumas passagens. Ele era obrigado a arrumar alguém para substituí-lo antes de abandonar seu ofício assim como Atlas nas lendas gregas?

    O final não me agradou muito. Só morrer não me pareceu uma castigo tão ruim por ele tentar ter traído o pessoal. Acho que o autor poderia ter sido mais criativo com a punição, amaldiçoando-o com a imortalidade também, ou fazendo algo pior.

  3. Wilson Barros Júnior
    19 de agosto de 2016

    Boa descrição de Martin, caracterizar bem personagens ajuda muito no conto. Vejo uma confusão nos tempos, por exemplo, “Ao que nunca se habituara foi”, em vez do correto “ Ao que nunca se habituara fora”. Entretanto, as imagens são incisivas e poderosas. O início do conto é um exemplo perfeito do horror gótico, estilo Lovecraft e De La Mare, muito bom, com aquele ritmo lento, encantatório, que foi apropriado por Peter Straub. O segundo autor deu um ritmo mais acelerado, “Stephen King”, ao conto. A troca de “você” para “tu” precisa, claro, ser corrigida. De qualquer forma, o clima do conto foi bem mantido, e valeu muito a leitura, principalmente para os amantes do gênero. Sinceros parabéns à dupla.

  4. Thiago de Melo
    19 de agosto de 2016

    Amigos autores,

    Infelizmente sou obrigado a dizer que uma excelente ideia inicial do conto não conseguiu ser muito bem conduzida na parte final do texto. Eu fiquei muito curioso para saber como (e o quê) os habitantes da casa comiam. Eu comprei a história de que eles estavam ali há muito muuuuiito tempo e fiquei curioso para saber o porquê, para saber como eles foram parar ali, porque não iam embora… infelizmente não consegui aplacar meu desejo de saber mais dessa história.
    Sinto dizer que a história do despejo pela prefeitura, a participação do advogado e etc saiu muito do prumo original do conto.
    Reconheço o esforço tremendo que deve ter sido continuar essa história. Eu não queria ter tido essa responsabilidade. Cumprimento o colega autor pela coragem de continuar essa história. Dadas as condições em que a segunda parte precisou ser escrita, não ouso dizer que está ruim. Como eu disse, a continuação fugiu um pouco do conceito apresentado pela primeira parte, e isso infelizmente fez cair a qualidade do conto de forma geral. De toda forma, reitero que achei que a ideia inicial muito boa e muito bem apresentada e que o segundo autor não fugiu à luta.
    Parabéns aos dois autores!
    Um abraço!

  5. Daniel Reis
    19 de agosto de 2016

    Prezados Autores, segue aqui a minha avaliação:
    PREMISSA: uma história de mistério sobrenatural, que se desenvolve com base em alguns clichês como o mordomo da casa mal assombrada, etc. Mas eu gostei bastante dos elementos acessórios, como a sucessão entre mordomos.
    INTEGRAÇÃO: o segundo autor conseguiu levar a narrativa ao ponto de interesse, sem enrolar, mas acho que o final me decepcionou pelo castigo infligido ao homem que ia embora- mas ele não ia ser o novo dono da casa? Não entendi isso…
    CONCLUSÃO: uma boa história, com pequenas derrapadas, mas no geral bastante interessante.

  6. vitormcleite
    19 de agosto de 2016

    não me colei neste texto, desde já peço desculpa aos autores. O conto apresenta uma unidade mas o texto acaba por não explodir, falta algo, um ponto alto que retenha o leitor, e, lamento que não tenha percebido nenhum ponto chave para o texto.

  7. Bia Machado
    19 de agosto de 2016

    A primeira parte estava bem melhor que a segunda. Não li quando tinha apenas a primeira parte, mas a meu ver o segundo autor pegou o conto com um bom gancho e não deu continuidade à ideia, pois a coisa parece que vai minguando… Me afeiçoei a Martin, fiquei curiosa para ver como seria a continuação, mas depois acabei desanimando. Precisa de uma revisão urgente. No geral, um conto que tinha muitas possibilidades, tinha uma promessa que não se concretizou na segunda parte. Acho que o primeiro autor deveria retomar esse conto, desenvolver mais, melhorar a execução, enfim, eu leria. =)

  8. Amanda Gomez
    18 de agosto de 2016

    Olá

    Um conto muito detalhista, o autor de fato teve muita disposição para escrever. Em toda a primeira parte acontece bastante coisa, são jogados vários mistérios e curiosidades que de imediato, desperta o interesse do leitor. Afinal, que mistérios guarda Martin, neste casarão?

    Primeiramente, aponto um dos personagens que mais gostei neste desafio, e olha que foram poucos, a figura de Matin é tão bem escrita, tal como sua personalidade que ele se torna bastante real. Um personagem que ganhou vida própria.

    Muitas perguntas, poucas respostas. Por que aquela cor de vestimenta somente? O que eles comem? Que carta é esta, que não chega? O que eles são?

    Bom, quando li a primeira parte do conto, minha mente fervilhou em várias possibilidades pra todas essas perguntas, e fiquei bem curiosa pra ver o que o autor seguinte iria fazer, é um dos contos mais bem feitos inicialmente, e isso requer muita responsabilidade.

    De inicio, a escrita já me agradou, e fluida e agradável como a primeira. Martin continua uma presença marcante e temos algumas ( não todas) respostas para as perguntas. Achei a solução válida, o coautor seguiu as trilhas deixadas e usou com inteligência. A carta enfim chegou, dando referência a mesma situação que Martin viveu quando ainda era menino, um novo mordomo chegaria a casa, para continuar seu trabalho. Fora isto temos algumas novidades, como a questão da posse da casa, eu não entendi muito bem como isso ficou resolvido no fim. A mulher assinou o contrato?

    A parte que deixou um pouco a desejar é que os personagens centrais foram pouco aproveitados, o mistério do que são, e porque ali estão, continua… assim como em vários outros contos do desafio, algumas perguntas ficam sem resposta.

    Foi usado algum tipo de magia… que tem como final um ‘’ amém’’ achei estranho, já que parecem ser criaturas do ‘’mal’’ Posso concluir que são bruxos? Imortais, não necessariamente vampiros? Acredito que a intenção , foi mesmo deixar tudo a base de interpretação do leitor, tal como a primeira parte, que apenas deixa subentendido algumas coisas, funcionou bem assim, então a continuação ficou verossímil.

    O final de Martin não me agradou muito, Talvez a única crítica real foi esse “desaparecer” com fumaça, indo direto pro inferno. Acho que o autor achou mais fácil, sair pela tangente, e não ousar muito nas possíveis respostas. Será que o primeiro autor, tem todas elas? Eis a questão!

    A porta sendo aberta no final da cena, demonstra que o ciclo continua, e esta família enigmática permanecerá no casarão, como aparentemente, sempre estiveram. Só que com um novo caseiro(a)

    Um conto muito bom, parabéns autor e coautor, pelo dever cumprido!

  9. Renata Rothstein
    18 de agosto de 2016

    Bem interessante, a leitura flui, dá vontade de saber o que vai acontecer…mas “A famigerada carta finalmente havia chego” – não!, por favor,havia chego, não.
    Nota 7,5

    • Bruna Francielle
      20 de agosto de 2016

      “Havia chego” está gramaticamente errado? Rs’ Obrig o coment

  10. Simoni Dário
    18 de agosto de 2016

    Olá
    Eu estava achando o início meio enrolado, meio curioso e fui indo pela leitura tentando imaginar onde isso levaria. A parte inicial está bem escrita, bem desenvolvida, a troca para a complementar quase não notei, mas o final, ah o final…ruim não é, surpreende, mas muda totalmente a cara que o autor inicial deu para o texto e até mesmo a que o autor complementar deu. Foi estranho, mas o que lava a alma é imaginar uma possível vingança do mordomo. Como resultado, um conto leve com uma pitada de “terror” no final? Eu gostaria de ter lido um outro fim para o Martin, mas valeu a proposta, no todo.
    Bom desafio!
    Abraço

  11. Gustavo Castro Araujo
    18 de agosto de 2016

    Uma ideia muito boa, mas com uma execução fraca. E isso em ambas as metades. A premissa é ótima: um rapaz é condenado a cuidar de uma família estranha num casarão mais estranho ainda. Entre idas e vindas na narrativa, percebemos a condenação de Martin e até nos afeiçoamos a ele. O primeiro autor, apesar de ter cometido diversos erros, deixou um gancho interessante para o segundo, mas a continuação não soube aproveitá-lo. Uma história de suspense e mistério virou um drama sobre despejo e burocracia. Além disso, em todo o texto verificam-se erros de gramática, ortografia, concordância e pouca atenção com a continuidade. Gosto muito de histórias de casas antigas e tudo o que evocam e por isso fico com a expectativa elevada quando algo assim surge no horizonte. Ao ver uma boa ideia com esse mote naufragar, bate-me a frustração. Desculpem-me os autores, mas acho que faltou um tantinho mais de atenção e dedicação.

    • Olisomar Pires
      22 de agosto de 2016

      Agradecido pela avaliação. Estamos no caminho e caminhando. Um abraço.

  12. Luis Guilherme
    18 de agosto de 2016

    A primeira metade do conto me surpreendeu, pois não estava gostando muito do começo, mas foi melhorando gradativamente. Achei o começo meio truncado e a escrita meio incerta.
    Mesmo assim, criou um enredo e um ritmo legais, e acabou me envolvendo e me deixando curioso.
    Porém, a segunda metade acabou decepcionando um pouco. Achei que podia ter conduzido melhor a história, que tinha várias pontas em aberto e deixava muitas possibilidades. Não que seja ruim, mas acabou ficando meio incompleta. Acho que ficaram muitas questões no ar, como o que mantinha Martin preso à casa. Por que ele simplesmente não deixava de voltar? Coisas do tipo.
    Também identifiquei vários erros gramaticais, principalmente na segunda metade.
    Enfim, a história é legal e até gera uma curiosidade, mas acho que acabou sendo mal trabalhada e desperdiçou seu potencial.

    • Bruna Francielle
      20 de agosto de 2016

      Pois é, porque Martin ficava preso à casa? Não havia essa resposta na primeira parte, e eu precisei inventar uma. Pensei em várias possibilidades, mas a que achei mais aceitável foi a condenação ao inferno caso ele não os obedecesse.

  13. Leonardo Jardim
    17 de agosto de 2016

    Minhas impressões de cada aspecto do conto (li inteiro, sem ter lido a primeira parte antes):

    📜 Trama (⭐⭐⭐▫▫): é interessante e se concluiu bem, mas achei o final previsível. A descrição da casa e dos hábitos do cara ficou bom e o flashback também, mas achei que reforçou muito as partes que já haviam sido deduzidas pelo autor. O final fechou as pontas, mas não gostei muito da forma como foi a tentativa dele de acabar com aquilo. Acabou sendo muito bobo. Ou ele conseguia acabar com o ciclo ou a forma como os fantasmas descobriam fosse mais inteligente.

    📝 Técnica (⭐⭐▫▫▫): muitos problema de pontuação o início, mudanças de tempo verbal (o texto estava no passado e começou a ser narrado no presente) e a mudança do nome de um personagem. Enfim, a técnica muito oscilante atrapalhou um pouco a leitura.

    Problemas de pontuação no diálogo:
    ▪ nada impede que o visitem ou ele a vocês *sem ponto* – respondeu o personagem do bom vendedor
    ▪ Dentro de cinco dias eu o encontrarei lá no casarão para demais recomendações. *travessão* Disse Martin, animado.
    ▪ os Correios lhe trouxeram alguma coisa hoje? *travessão* Perguntou o sr. James.
    ▪ Vá já preparar um chá. – era (Era) Beatrice, que acabara de aparecer na sala como uma materialização.
    (Esse problema se manteve em todo o texto. Veja esse artigo sobre isso: http://www.recantodasletras.com.br/artigos/5330279)

    Problema de troca de nome:
    ▪ Virou e deu de cara com o sr. Maycon, esposo de Beatrice (não era James?)

    Exemplos de problemas de tempo verbal:
    ▪ ela puxa (puxou) seu braço e põe-se (pôs-se) a correr
    ▪ Desce (desceu) as escadas pela última vez

    💡 Criatividade (⭐▫▫): fantasmas e casarões são motes bastante comuns. Acredito que o texto perdeu a oportunidade de criar uma história diferente nesse assunto com o final previsto.

    👥 Dupla (⭐⭐): os dois autores trabalharam na mesma história e, fora o problema de troca de nome, com os mesmos personagens. A história parece ter sido escrita por um único autor.

    🎭 Impacto (⭐⭐▫▫▫): o final, como já disse, não agradou muito. Para funcionar bem, acredito que tivesse que fugir do clichê dos fantasmas vencerem no fim ou de serem exorcizados. Seria legal, por exemplo, se ele tivesse conseguido um golpe com ajuda da próxima substituta.

  14. Jowilton Amaral da Costa
    16 de agosto de 2016

    O texto começou despretensioso, como se o escritor ainda tateasse a ideia que queria desenvolver no conto. Depois foi fluindo melhor, caracterizando o personagem e dando um mistério aos moradores do casarão. A escrita da segunda parte me pareceu mais madura. No entanto, o mistério criado não se desenvolveu bem, ao menos ao meu ver. Foi um conto de fantasmas sem gosto e sem sustos. O final não me empolgou. Um conto médio. Boa sorte.

  15. Andreza Araujo
    16 de agosto de 2016

    Que medo! Hahaha O clima de mistério e também como Martin é um prisioneiro dentro da mansão assombrada foi bem engendrado na trama.

    Eu gostei da história completa e de como as vítimas (os caseiros) foram escolhidas para tal emprego, mas não ficou claro como eles eram escolhidos ou que tipo de refeição especial os fantasmas comiam (ou se a refeição especial era algum tipo de veneno para dar aos humanos, se bem que os humanos não entravam no casarão e… er, estou confusa). Esses dois pontos me incomodaram um pouquinho.

    Gostei de como as coisas se desenvolveram, inclusive as cenas no passado para explicar como o emprego foi oferecido ao Martin, mas o conto todo me pareceu longo demais. Não achei enfadonho nem nada, mas teve hora que pensei que a narrativa não iria acabar nunca.

    Foi um texto interessante, eu torci pelo Martin, para que ele conseguisse fugir dali, pois desde o início fica claro que ele só sairia dali morto (nas instruções é dito isto), então fiquei torcendo para ele encontrar uma saída, criei simpatia pelo personagem, por mais estranho que ele fosse.

    Outra coisa, não entendi a questão do despejo… o casarão foi pago e dado de presente ao Martin (embora ele precisasse assinar), então por que os fantasmas pareciam com medo do despejo? E se o Martin assinasse e fosse morto, para quem iria a posse da casa?

    Bem, tirando essas coisinhas que me fizeram pensar, eu gostei da história, foi agradável.

  16. Ricardo de Lohem
    15 de agosto de 2016

    Olá, como vão? Vamos ao conto! A primeira metade é cheia de mistérios. Um homem que deve trabalhar indefinidamente numa casa, até ser dispensado. Lembra um pouco o filme “The Boy”(2016). Excelente início: existe sem dúvida um número enorme de continuações possíveis. O autor 2 mostra o que teria acontecido 40 anos depois. O protagonista, a essa altura, está odiando o seu trabalho, e louco para se livrar dele. Não entendi por que ele simplesmente não
    fugiu, o tentou pedir para ser dispensado, nem que fosse só pra saber o que aconteceria, afinal. Finalmente o desejo dele é satisfeito, mas ele não alcança a paz, e se recusa, não querendo transferir seu destino para outra pessoa. Por que esse destino é tão terrível assim? Não é melhor cuidar de uma casa misteriosa do que estar, por exemplo, preso? A reviravolta do final dá uma guinada sobrenatural à história e desperta o interesse. Achei que a história tem um início muito bom, com uma premissa original e rica, e final surpreendente. Pena que o recheio é um
    pouco sem graça, até monótono em certos momentos, mas a originalidade no conceito de certa forma acaba compensando esse fator. É uma boa história, que merece atenção. Um bom conto, desejo para vocês Boa Sorte.

  17. Danilo Pereira
    15 de agosto de 2016

    O conto tem um enredo de suspense muito bom. Uma casarão é o ambiente onde se passa a história. História que retrata o sofrimento do personagem Martin diante de uma vida dedicada há uma família (supostamente de fantasmas) e a um casarão, que, conforme foi dito pelo personagem: “Que o casarão faria parte de Martin”. Texto teve sua continuação no mesmo ritmo, porém no climax do conto, acho que o final deixou a desejar. NOTA:8

  18. Pedro Luna
    15 de agosto de 2016

    Hum… o conto me dividiu. Achei a ideia interessante e cruel. O pobre Joaquim preso a aquele destino. No fim, foi heróico, mas pagou por isso. Só fiquei confuso quanto a situação geral, sobre quem eram os moradores do casarão de verdade. Além do final, que me confundiu um pouco: Joaquim conseguiu a vingança mesmo se ferrando ou quem estava abrindo a porta era o próximo cuidador? rs. No geral, foi uma leitura divertida.

  19. Marco Aurélio Saraiva
    15 de agosto de 2016

    Que diferente e interessante!! Um conto intrigante, que me fez devorar as palavras querendo saber mais e mais.

    O primeiro autor é zeloso, trabalhando bem a atmosfera macabra e misteriosa que envolve a mansão e seus donos. Sua escrita é delicada, com o cuidado de não revelar demais mas também não revelar de menos. Ele cria a tensão e a curiosidade no leitor, que segue afoito para saber o que acontecerá em seguida.

    O segundo autor foi menos zeloso com o seu texto, começando pela confusão do nome do marido de Beatrice, chamado de James pelo primeiro autor, para então ser chamado de Maycon pelo segundo. A trama ao redor da mansão, o despejo dos inquilinos e a burocracia envolvida foi interessante, mas foi um pouco prejudicada pela falta de revisão, incluindo confusão no tempo verbal da narrativa, erros de digitação e de pontuação.

    Ainda assim, o segundo autor soube manter o ritmo do conto. A visita inesperada adicionou à trama, o ciclo sendo reiniciado com um novo caseiro era esperado e foi bem montado, a carta nos correios adicionou a um bom fechamento do conto, apesar de parecer que o primeiro autor sugeria algo mais sombrio e menos direto do que a ideia o segundo autor.

    Não gostei do final. O ritual macabro foi muito “jogado” em um conto onde nada realmente é o que parece ser. Esperava um final que me fizesse sorrir e me sentir “enganado propositalmente” pelo autor, ao invés de ver algo já esperado e óbvio.

    De qualquer forma, grande criatividade de ambas as partes. Parabéns!

  20. catarinacunha2015
    15 de agosto de 2016

    Todos os contos foram avaliados antes e depois da postagem da 2ª parte; daí a separação:

    1ª PARTE:A descrição do personagem logo no início nos preparou para um conto sombrio. Dito e feito. Suspense e medo na medida certa. Os mistérios vão se revelando aos poucos. Quem o espera? O que ele busca nos correios? Um exemplo de que um conto não precisa de linguagem rebuscada para ser inteligente.

    PIOR MOMENTO: Se ninguém se lembra dos defuntos e as lápides nunca foram lidas, por que o cuidado com os antigos moradores? Tomara que faça parte do suspense e eu não tenha percebido.

    MELHOR MOMENTO: “Caminhava torto. Sua coluna não pensava direito.” – Perfeita a construção de um defeito por culpa do pensamento de uma parte do corpo. E a cabeça, pensava direito?

    PASSAGEM DO BASTÃO: Por que o uniforme de Martin? Os moradores estão vivos ou mortos, e porque os 3 vestem branco? Qual o passado do casarão? Esse bastão foi passado com uma grande responsabilidade.

    2ª PARTE: As minhas dúvidas continuaram sem respostas. Exceto a grande probabilidade dos 3 moradores estarem mortos. O coautor resolveu aumentar o mistério sem dar respostas. Pena.

    PIOR MOMENTO: “Martin ainda estava na sala, perdido como um pássaro que acabara de nascer e fora empurrado pela primeira vez de uma árvore para voar.” – Cena bizarra.

    MELHOR MOMENTO: Na carta que Martin recebeu o item 1 está bem claro: “Ao entrar no casarão você se tornou parte do mesmo, isso não é um simples serviço, não pode se demitir e nem será demitido vivo, não importa o que aconteça;”. – Martin jamais sobreviveria, logo sua morte era certa. Então foi inteligente o desvio da atenção do leitor para os planos de vida do personagem.

    EFEITO DA DUPLA: Um namoro que não virou amizade.

  21. Wender Lemes
    13 de agosto de 2016

    Domínio da escrita: não tenho muito a criticar sobre a técnica empregada neste conto. É uma narrativa simples, bem executada até certo ponto. Há aspectos que me agradaram, como a apresentação enigmática de Martin e o modo como ele se desenvolveu dentro do plot. Por outro lado, algo que me deixou incomodado foi o final do conto. A morte de Martin me pareceu um pouco corrida, uma vez que a expectativa era alta neste ponto.
    Criatividade: senti uma referência ao filme Beetlejuice, muito bem aplicada, criando a atmosfera mórbida sobre os patrões de Martin. Inclusive, o uso das vestimentas (necessariamente com cores de velório) na construção da narrativa foi um ponto legal.
    Unidade: não sei se foi a falta de uma leitura mais apurada do coautor, ou se ele tentou propor algo que não entendi, mas a mudança de nomes do marido de Beatrice ficou no ar. É a ressalva que tenho sobre a unidade do conto, uma vez que o restante está bem encaixado.
    Parabéns e boa sorte!

  22. Júnior Lima
    12 de agosto de 2016

    Achei a premissa bastante interessante e incomum. Até que se desenvolveu bem. No geral, um bom conto. Tenho apenas algumas observações a fazer:

    Na primeira metade há bastante uso de vírgulas, e algumas poderiam ser substituídas por ponto final, para deixar o parágrafo respirar um pouco. Na segunda metade, deve-se atentar ao uso de crase, que ficou faltando em muitas palavras e apareceu onde não deveria.

    Achei que poderiam ter mostrado um pouco mais da convivência entre Martin e seus patrões e das incoveniências de se morar com eles. Acho que o leitor iria querer ainda mais que Martin conseguisse sair dali.

    O fato de Martin simplesmente morrer pela traição foi um pouco sem graça, vapt-vupt.

  23. Paula Giannini - palcodapalavrablog
    11 de agosto de 2016

    O texto é envolvente e conduz o leitor através da expectativa criada pela aura de mistério com a qual a trama é construída.

    Os autores parecem ter trabalhado em sincronia, o que é muito bom.

    O resultado final é ótimo.

    Parabenizo ambos os escritores.

  24. Wesley Nunes
    10 de agosto de 2016

    Ao final da minha leitura percebi que os dois autores fizeram um excelente trabalho e possuem domínio em relação ao gênero de suspense. Martin me cativou e devo mencionar que gosto quando o autor enche o personagem de defeitos. Isso gera expectativa (o que aconteceu com ele para ter esses defeitos?) não só em relação ao personagem como também na obra de maneira geral.

    O texto bem escrito me passou a sensação de que a história se desenrola no início do século 20. Não sei se está minha sensação é acertara, entretanto, devo mencionar que acho interessante quando somente com o uso da linguagem o autor consegue criar na mente do leitor todo um cenário e uma época.

    Com o prosseguir da leitura, notei os elementos do mistério habilmente inseridos na montagem do enredo e conforme a história avançava o leitor podia montar o quebra cabeça em sua mente. Isso não é fácil de realizar e merece muitos elogios.

    Quem narra a história tem uma voz forte, é envolvente e chega a conversar com o leitor.

    Para concluir, informo que o final foi bem executado e é repleto de tensão.

    Parabéns pelo excelente conto.

  25. Evandro Furtado
    9 de agosto de 2016

    Complemento: mesmo nível

    Uma história interessante, do começo ao fim. O que faltou, no entanto, foi algo de inovador na trama. Sinto que o segundo autor teve inúmeras possibilidades para fazê-lo. No geral, é um texto bem escrito. O personagem principalm foi bem desenvolvido, enquanto os secundários foram um pouco inconsistentes.

  26. angst447
    8 de agosto de 2016

    Para este desafio, adotei o critério T.R.E.T.A (Título – Revisão – Erros de Continuação – Trama –Aderência)
    T – O título simples e adequado.
    R – Alguns lapsos a elencar:
    entrou casa adentro > redundância
    foi a agência postal > foi à agência postal
    De baixo do balcão > debaixo do balcão
    que nunca entregar-te-ia > que nunca te entregaria ( o advérbio NUNCA funciona como partícula atrativa do pronome oblíquo TE)
    havia chego > havia chegado
    Encaminhou-se a praça > encaminhou-se à praça
    Mais que depressa, abriu. > aqui ficou faltando o objeto direto. Abriu o quê?
    à uma Srta. > a uma Srta.
    agradecia-o imensamente. > agradeceria imensamente
    foras abordada > foste abordada
    junto à Judas > junto a Judas
    Algumas trocas de tempos verbais na primeira parte incomodaram um pouco.
    E – Houve aparente afinidade de ideias entre os dois autores. Se não soubesse que se trata de um conto escrito por dois colegas, demoraria um pouco para perceber a emenda entre os dois textos. Sendo assim, constato que o conto atendeu ao propósito do certame.
    T – A trama revela um tom de filme de terror, com suas criaturas tenebrosas. A primeira parte foca muito na caracterização do ambiente e dos personagens. A segunda parte desenvolve-se mais voltada à ação. Fiquei com a impressão de já ter lido o começo deste conto, principalmente pela imagem do casarão. Bom , isso deve ter mesmo acontecido, pois passei os olhos em alguns contos na etapa inicial do certame. O suspense sobre o contrato entre empregado e os proprietários do casarão permanece como fio condutor de todo o suspense. O que seriam eles? Fantasmas? E o que acontece no final – um ritual satânico, através do qual, tentam se livrar de Martin- ou ele aproveita a fumaceira e foge da casa?
    A – A leitura até que flui bem, prendendo a atenção pela descrição do casarão e desenhando o cenário no qual se dará toda a trama. Em alguns momentos, o ritmo perde a velocidade e os parágrafos travam um pouco. Poderia ser um pouco mais curto para causar maior impacto com o desfecho criado.
    🙂

  27. Claudia Roberta Angst
    8 de agosto de 2016

    junto à Judas.
    🙂

  28. Gilson Raimundo
    7 de agosto de 2016

    Uma das melhores do desfio, perfeito o início e termino, história cativante, me prendeu no casarão enquanto tentava descobrir que família estranha era aquela, quando é bom fica até difícil comentar sem elogiar demais, nem pareceu ter duas autorias de tão bem acertada as duas metades, tem um lugar que Martin vira Marvin e o marido de Sr James passa para Sr Maycon, para mim esta desatenção não mata o conto de forma alguma, corrigi e pronto, compreendi e gostei da mensagem passada… Parabéns autores.

  29. Fabio Baptista
    6 de agosto de 2016

    Imitando descaradamente nosso amigo Brian, utilizarei a avaliação TATU, onde:

    TÉCNICA: bom uso da gramática, figuras de linguagem, fluidez narrativa, etc;
    ATENÇÃO: quanto o texto conseguiu prender minha atenção;
    TRAMA: enredo, personagens, viradas, ganchos, etc.;
    UNIDADE: quanto o texto pareceu escrito por um único autor;

    ****************************

    Conto: Casarão

    TÉCNICA: * * *
    A escrita não apresenta muitas falhas gramaticais, mas tem alguma coisa estranha.
    O primeiro parágrafo, por exemplo, tem vírgulas que não acabam mais. Caberia pelo menos uns dois pontos finais ali.

    Além disso, algumas construções não ajudam e, apesar de corretas, causam certo estranhamento, exemplo:
    – não lhes dirigia a palavra e tampouco eles a ele
    >>> esse “eles a ele” poderia ter sido evitado

    – Ao que nunca se habituara foi à beleza da senhora B., ainda agora, depois dessa pequena descompostura e após tantos anos, ele se sentia totalmente agredido por algo tão belo e imutável, tão poderoso.
    >>> outro exemplo: é possível identificar que esse “tão poderoso” se refere à beleza da Sra. B., mas poderia ter ficado mais claro com uma pequena alteração.

    – Martin presumiu que isso tinha haver
    >>> a ver

    – O envelope chacoalhava nas mãos estavam trêmulas
    >>> sobrou esse “estavam”

    – Tenho outro compromisso, se puderes assinar o mais ligeiro possível, agradecia-o imensamente
    >>> agradeceria imensamente

    – não quero tomar-te o tempo
    >>> esse tomar-te gera uma cacofonia engraçada com tomate

    – Obrigada, senhora. – respondeu Martin.
    >>> Obrigado

    ATENÇÃO: * * * *
    O começo é meio entediante, mas depois que são reveladas as “regras da casa”, a leitura fica intensa

    TRAMA: * * * *
    Achei esse plot um dos mais criativos do certame até agora.
    Foi bem construído o clima dessa maldição dos caseiros e o mistério sobre a natureza dos patrões permaneceu até o final, o que foi ótimo!

    UNIDADE: * * * * *
    Notei mais falhas de revisão na segunda metade, mas a pegada se mantém intacta.

    NOTA FINAL: 8

  30. Matheus Pacheco
    5 de agosto de 2016

    Coitado do Senhor Martin, que depois de anos de servidão para os “fantasmas” foi condenado ao poço dos traidores no inferno. E pelo o que parece não foi a primeira vez que a família condena um dos serviçais.
    Sensacional, depois eu gostaria de uma explicação do por quê aquela família continuava lá.
    Abração amigos

  31. mariasantino1
    5 de agosto de 2016

    Oi, autores!

    Legal! Bom final, bom conto,misterioso, um clichêzão que rendeu, uma narrativa que não cansa mesmo com a extensão do texto. Houve manutenção dos personagens, houve ações cabidas dentro do universo criado, nada absurdo ou brusco que viesse descaracterizar o edificado. Achei que a segunda parte carece de uma breve revisão para acertar os tempos verbais, inclusive nalguns diálogos, mas a trama, as ações, estão todas aí. Sinto que cabia mais alguma melancolia, mais algumas divagações acerca do lance de se “perder a vida” ou melhor, de “vida desperdiçada”, mas isso é apenas uma observação. Chamou a atenção a técnica de fazer esse narrador quase personagem, porque tem momentos que ele nada sabe, como se fosse o próprio Martin.
    Então, gostei da saída, da manutenção do mistério, da narrativa (tem certa morosidade nas ações na complementação — vai, volta, vai de novo), no geral o saldo foi positivo.

    Boa sorte no desafio.

    Nota: 9

    • mariasantino1
      5 de agosto de 2016

      Cara! Isso aqui é bom “Martin sentia em si toda a tristeza de um homem sem alma, cuja vida fora modificada tanto e por tanto tempo que nem era possível chamar mais de vida.” 😀

  32. Thomás Bertozzi
    4 de agosto de 2016

    O conto é envolvente e me prendeu do início ao fim, com uma trama muito bem bolada.

    Há só um trecho que achei confuso, quando Martin recebe sua carta derradeira. Pouco antes disso, ele vai ao correio na segunda (não era o dia do banco?), depois volta à “agência postal” na sexta e diz que esteve lá há apenas sete dias.
    Creio que houve algum equívoco aí… (ou eu que entendi errado?)

    No mais, é uma ótima leitura!

  33. Brian Oliveira Lancaster
    4 de agosto de 2016

    CAMARGO (Cadência, Marcação, Gosto) – 1ª leitura
    JUNIOR (Junção, Interpretação, Originalidade) – 2ª leitura

    – Casarão (Sirlock Home)
    CA: Contexto fantástico e insólito bem interessante. A distribuição de tempos ficou muito boa, e consegue surpreender na parte da leitura da carta. Não é muito meu estilo preferido, mas gostei do desenvolvimento. – 8,5
    MAR: Tirando algumas trocas de tempos verbais, a escrita flui muito bem. O cenário é vívido, assim como a atmosfera de cidadezinha interior, mesmo que nos remeta à Londres ou algo assim. – 8,5
    GO: Um cotidiano simples, porém intrigante. O gancho permeia o texto inteiro, praticamente. – 8,5
    [8,5]

    JUN: Continuou muito bem o clima soturno anterior, acrescentando diversos detalhes à trama que caíram como uma luva. – 9,0
    I: Um contexto de fantasia urbana “londrina” bem contada. Achei que saberia o final, mas fui surpreendido por um final nada feliz. O texto todo se encaminha para uma resolução interessante, mas bem no finzinho levamos uma rasteira. Há algumas palavras sem revisão, mas não são muitas. – 8,0
    OR: Contos de casa assombrada sempre trazem um pacote completo. Aqui os autores conseguiram dar mais “vida” aos estereótipos e ainda acrescentar uma pitada de burocracia. Excelente. – 9,0
    [8,6]

    Final: 8,6

  34. Anorkinda Neide
    3 de agosto de 2016

    Comentario primeira fase:
    Achei uma graça. Coitadinho, na eterna expectativa de receber uma carta de livramento.. rsrs
    Adoro fantasmas e esta família está deliciosa. Fiquei com vontade de conhecê-los mais, tomara q apareçam na continuação. Texto muito fluido, bom de ler, corretíssimo.
    .
    Comentário segunda fase:
    Gostei bastante da continuação, sinceramente até me perdi e não sei onde terminou uma e começou outra, achei isso ótimo! Vc colocou ação nos personagens que estavam numa rotina deveras maçante, pra eles, não pro leitor, eu tava adorando.. hehe O único senão no enredo, a meu ver, é que ele morreria de qualquer maneira, pois na carta dizia q ele não sairia vivo dessa! Mas o pobre Martin esteve até o final na expectativa, achei q foi um furo isso, mas um furinho pequeno… 😛 Você está de parabéns, continuista!
    .
    Da união dos textos:
    Como já disse a junção ficou perfeita. Talvez a segunda parte tenha imprimido uma velocidade que a princípio o texto não tinha, mas não acredito que isto tenha prejudicado a obra. Eu acho que vcs desenvolveram uma química boa, curiosa pra saber quem são! haha
    Abraços

  35. Davenir Viganon
    3 de agosto de 2016

    Olá. O início do conto foi bem arrastado, os três primeiros parágrafos principalmente com as repetições, mas depois melhorou muito. Fiquei angustiado para saber qual o maldito segredo do casarão. Até me esqueci que quem responderia a pergunta não era a mesma pessoa que jogou o mistério no ar. Esperei algo mais explicadinho, mas o suspense ficou excelente. Fiquei curioso para saber o que o primeiro autor tinha em mente. Gostei muito do conto. Parabéns aos dois.

  36. Pedro Arthur Crivello
    1 de agosto de 2016

    o conto demonstra uma linguagem muito boa, se encaixa perfeitamente na norma padrão e é gostoso de ler, mesmo com o linguajar rebuscado. a trama é bem completada pelo coautor, deixando um final em aberto que fechou muito bem o conto. teve um erro de português aqui e ali, provavelmente por falta de atenção, e o desenvolvimento para o clímax pareceu arrastado, podendo revelar um pouco mais sobre a família do casarão, mesmo assim é um ótimo conto

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Publicado às 7 de julho de 2016 por em Duplas e marcado , .