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Detox Literário.

A Maioridade é Uma Pena – Poesia (William Oliveira)

Crédito: Nair Benedicto/N Imagens

A maioridade é uma pena.
Viva assim esse dilema,
de quem não percebe que o problema
não é exibido no Datena.

Velho branco engravatado
lucrando com o enjaulado,
criando verba para o privado,
de cuidados que são do Estado.

Mas lá no alto,
Do seu cargo comissionado.
Meritocracia é um ato,
que só serve para enfiar no rabo.

Filhos de Eikes são julgados
e prestam serviços comunitários.
Enquanto pobre favelado
faz da cela um aprendizado.

Formalização do roubo,
o comércio rola solto.
Politica do outro.
Ouro de tolo.

Ponta de vanguarda Neoliberal,
Nova área de negócios da lógica empresarial.
De algo que o lucro não deveria ser em real.
Pois é atendimento ao social.

Propaganda é a alma do negócio,
De um negócio que não tem alma.
Fazem crer que você é sócio,
mas só é a base dessa fauna.

O preço dessa mercadoria é alto,
O valor se torna baixo.
E no final o cheque é pago,
Pelo segmento no qual me encaixo.

Investimento público,
Lucro privado.
Você é súdito,
E deixado de lado.

Sensação de impunidade,
Impotência.
Protegidos pela imunidade,
Onde está a coerência?

Enquanto isso,
Você assiste passivo,
Permissivo e omisso,
O legado dos ricos.

Mandatos não cumpridos,
Habeas corpus de interesses.
Judiciário corrompido,
Roubam fazendo preces.

O povo espera sua sentença,
Querendo recompensa.
Raciocina e pensa,
como acreditar que crime não compensa?

8 comentários em “A Maioridade é Uma Pena – Poesia (William Oliveira)

  1. William de Oliveira
    2 de março de 2016
    Avatar de William de Oliveira

    Obrigado Simoni!

  2. nicolino
    1 de março de 2016
    Avatar de nicolino

    uau, gostei imenso. continue nos dando este prazer.

  3. José Leonardo
    28 de fevereiro de 2016
    Avatar de José Leonardo

    O poema, em si, é bom. Pena que o panfleto “grite” mais alto que a sonoridade, o que deve ser intenção do autor. É muito bom ler poesia socialmente engajada, aqui, embora alguns leitores (meu caso) identifiquem aqueles chavões medíocres de sempre. Desculpe, mas é minha opinião.

    Abraços ao autor.

    • William de Oliveira
      2 de março de 2016
      Avatar de William de Oliveira

      Fico muito feliz pelo conteúdo, dito como panfletagem soe mais alto que a sonoridade José. Por mais que a métrica e a rítmica sejam preocupações visíveis nas minhas escritas, a mensagem é sempre priorizada no meu objetivo. Medíocre é um grande exagero da sua parte, pois quando a crença e a prática caminham lado a lado, a ideologia é encantadoramente convincente. Pra mim é José, luto por aquilo que acredito, pratico aquilo que busco e compartilho aquilo que sinto. Mas respeito a sua opinião, Não concordo, mas respeito. Abraços.

  4. Claudia Roberta Angst
    27 de fevereiro de 2016
    Avatar de Claudia Roberta Angst

    Uau, mandou bem! Palavras bem escolhidas para expor ideias muito claras e precisas. Rimas que não cansam, só acrescentam ritmo. Como acreditar que poesia não compensa? Parabéns.

  5. Simoni Dårio
    27 de fevereiro de 2016
    Avatar de Simoni Dårio

    Excelente, a verdade nua e crua, parabéns!

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Informação

Publicado às 27 de fevereiro de 2016 por em Poesias e marcado .