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Detox Literário.

Tudo por dinheiro (Lucas Almeida)

Ela relaxava sentindo o cheio, o áspero entre os dedos, fascinada por dinheiro. E fora esta fascinação que, um dia, se voltaria contra ela.

Cresceu vendo a mãe apanhar do padrasto sempre por causa de dinheiro, e quando estava grande o suficiente para entender o que o dinheiro representava para aquela família, para a sociedade, para o mundo, jurou a si mesma que faria de tudo para consegui-lo. Ela queria esfregar aquelas notas na cara do filho da puta que batia em sua mãe, quem sabe pagar alguém para que sumisse com ele do mapa, pagar alguém para que o fizesse pagar pelas agressões infligidas à mãe e à garota. A mãe dela não sabia, mas o desgraçado abusou dela inúmeras vezes quando percebeu seios se formando na garota.

Aos dezesseis, começou a trabalhar no Mcdonald’s para ajudar a mãe, mas este emprego era só fachada, pois seu negocio estava mesmo nas drogas. Descobriu que um chefe do tráfico na favela onde morava estava de olho nela e se aproveitou da situação, ela era boa em manipular as pessoas, algo que aprendeu com o pai quando era menina, antes do pobre coitado, cobrador de ônibus, ser morto por bandidos loucos por dinheiro. Dinheiro era uma merda, ela pensava, mas também era algo que ela necessitava, e depressa, e o dinheiro do chefe do tráfico era um bom alvo.

Para que pudesse tomar dele tudo que ele tinha, ela se permitiu ser uma espécie de acompanhante de luxo, com ele a mimando e presenteando, tendo toda semana que fazer sexo com ele. Para passar por esta última parte, ela tinha o fetiche de cheirar as notas de dólar que ele dava a ela como pagamento. Para ela, o cheiro das notas era afrodisíaco, algo excitante, delirante, que fazia imaginar que era o Kris Evans – me fode Capitão América – dentro dela e não um quarentão que precisava ir ao Boston Medical alguma coisa para tratar de sua dificuldade de ereção e ejaculação precoce.

Aos poucos ela mostrou para ele sua habilidade com contas. Ela não sabia dizer como, tendo estudado a básica mixaria de ensino dado no Brasil e terminado o ensino médio, mas sabia fazer contas como ninguém quando se trata de dinheiro. O homem simpatizou com isso, e pensou em pedir que ela ajudasse num esquema de drogas dele para testar ainda mais as capacidades matemáticas dela. Tudo que ela queria. Ela até estudou em segredo contabilidade básica só para impressioná-lo. Dada a demonstração, mais que satisfatória, ela se tornou contadora do traficante, além de prostituta de luxo. Com acesso ao dinheiro do homem ela o fez enriquecer como se fosse o dinheiro dela, indicando até onde ele poderia expandir seus negócios ilícitos, afinal, se ele ficasse podre de rico, ela seria podre de rica logo. Ela estudava muito e se submetia com mais frequência ainda aos desejos carnais do homem para tê-lo na mão, e tal esforço não fora em vão, ela só teria que ter mais alguns anos de paciência até se tornar a primeira dama do trafico.

Não havia um que respondesse ao chefe que também não respondesse a ela. Mas isso não lhe era suficiente, ela precisava colocar seu plano em prática.

O chefe iria viajar em breve, avião particular, a grana estava tão abundante que ele se permitia estes luxos, e ela, sua dama, não iria junto. Viagem de negócios. Era o que ela mais queria, assim, ele não desconfiaria de nada. Para o mecânico da aeronave um suborno: sabote o motor. Eu pago bem.

Dito e feito. O mecânico foi pago com a garantia de que o avião cairia antes de chegar ao destino.

Ela estava ansiosa para por as mãos em tudo que era daquele traficante. Delirava imaginando-se numa banheira cheia de dólares, rindo, tirando a mãe da casa onde sofria com o homem preguiçoso e irritante que a coitada não tinha coragem de se separar.

Até que o chefe chegou para ela, parecia querer se despedir para viajar, mas disse que queria fazer uma surpresa a ela. Ela jurava que ele viajaria naquele dia mesmo, e ao perguntar sobre isso ele respondeu que vai depois da surpresa que fizera para ela.

Animada – ela adora surpresas -, ela se arrumou muito bem, como ele pedira, o melhor vestido e o melhor perfume, jóias, sapato de salto-alto. Ficou deslumbrante, mas desconfiada quando ele pediu para que ela permitisse que ele a vendasse.

Ele garantiu que não fará mal a ela, mas que para a surpresa ela devia ficar vendada para não estragar a surpresa antes da hora. Para agradá-lo – tendo em mente que ele logo morreria e tudo que é dele seria dela.

Vendada, ela entrou no carro com ele e o motorista os levou para algum lugar. No caminho foram bebendo champanhe enquanto ela tentava adivinhar a surpresa, mas nada do que dizia estava certo. O percurso durou menos de uma hora, e quando chegaram ao local designado ela quase tirou a venda, mas ele não deixou, dizendo que ela devia esperar mais um pouco. Ele a pegou no colo, o que a pegou de surpresa já que nunca fizera tal coisa antes, e assim ele subiu as escadas com ela no colo. Foi difícil só para entrar pela porta pequena, mas com jeitinho ele conseguiu, e pousou-a numa poltrona. Ela estava ouriçada de excitação, e nem reparou no barulho vindo de fora de onde estava.

Quando ele tirou a venda dos olhos dela, a mulher não soube como reagir. Ficou pálida, imóvel, sem perceber o ambiente com flores, um balde com mais champanhe e gelo numa mesinha perto. Apenas ouvia o chefe dizendo que não ia viajar a negócios, mas que a viagem que estava preparando para aquele dia era para ambos, uma surpresa já que ele nunca a levara para viajar fora do país.

O avião começou a se movimentar e ela soube que não teria para onde fugir, então apenas sorriu, cada vez mais pálida, pela ultima vez.

45 comentários em “Tudo por dinheiro (Lucas Almeida)

  1. Lucas Almeida
    24 de fevereiro de 2015
    Avatar de Lucas Almeida

    Obrigado a todos pelos comentários, acredito que com eles posso melhorar minha escrita.

    PS: Escrevi o nome do ator que interpreta o Capitão América errado de propósito, por uma questão pessoal, só para mim faz sentido. 🙂

  2. Pedro Luna
    23 de fevereiro de 2015
    Avatar de Pedro Luna

    Eu gostei da reviravolta. No início, não estava gostando do conto, por achar que ele descreveria toda a história de vida da personagem. O que seria chato e pouco efetivo devido ao limite do desafio. Mas o lance do avião foi massa.

  3. Andre Luiz
    23 de fevereiro de 2015
    Avatar de Andre Luiz

    Olá, caro Mr.Gold!
    Seu conto é muito bom e merece uma posição nos dez melhores porque me deixou com os nervos em pé ao saber que “o feitiço havia se voltado contra o feiticeiro” no caso da nossa protagonista, e, apesar da falta de diálogos – mesmo quando eu vi que eram necessários, o texto ficou muito bom e transmitiu a emoção em apenas trechos narrativos. Parabéns!

  4. wilson barros
    23 de fevereiro de 2015
    Avatar de wilson barros

    Conto instigante, estilo Robert Arlt. Recomendo-lhe que leia o livro “Dupla Armadilha Mortal”, deste autor, publicado pela LPM, para inspirar-lhe a criar seus enredos. A história é razoável, mas creio que pode ser melhorada, acrescentando mais elementos surpreendentes. Na segunda parte do conto, encontrei alguns erros de revisão:
    “chegou para ela”, expressão coloquial demais
    “preguiçoso e irritante que a coitada” – o certo é “de quem” ou “do qual”, pois quem se livra, se livra de alguma coisa.
    “ele respondeu que vai” – certo: “ele respondeu que iria”, pois já que o conto está sendo narrado no passado, deve ser usado o futuro do pretérito.
    “Ele garantiu que não fará” – “Ele garantiu que não faria”, idem.
    “ele pediu para que ela” – “ele pediu-lhe que”, segundo a norma culta.
    “agradá-lo” quem agrada, agrada a alguém, portanto é “agradar-lhe”.
    Em resumo, o conto é bom, mas pode ser aperfeiçoado, corrigindo os erros e acrescentando um “algo mais”. Espero ter ajudado em algo.

  5. Thata Pereira
    23 de fevereiro de 2015
    Avatar de Thata Pereira

    Gostei da história, coitada da moça. Duas coisinhas me incomodaram. Primeira: legalmente falando, contador não vê um centavo de dinheiro. É claro que no contexto da história isso poderia ter acontecido, mas não gosto quando associam a imagem do contador com desvios, ele precisaria da colaboração de um tesoureiro. A segunda, mais importante, foi a repetição excessiva de “ele” e “ela”. Aceito que o(a) autor(a) não quis nomear os personagens, mas seria bom evitar essas repetições, utilizando outras referências.

    Boa sorte!!

  6. rsollberg
    23 de fevereiro de 2015
    Avatar de rsollberg

    Um conto com uma ideia interessante, mas que pecou muito pela técnica.
    Paralelismo, Alteração do tempo: passado e presente. Metade dos pronomes poderiam ser cortados: Ele, Ela.

    Muita repetição do vocábulo “dinheiro”, especialmente no início do conto. Assim como “pagar”. que aparece 3 vezes em duas frases.

    Gostei do trecho do Capitão América e do Boston Medical Group, rs.
    Penso que com mais espaço, atenção e uma revisão mais apurado, o conto possa funcionar melhor.

    De qualquer modo, parabéns e boa sorte no desafio.

  7. Swylmar Ferreira
    23 de fevereiro de 2015
    Avatar de Swylmar Ferreira

    Belo conto.
    O final do texto chama a atenção. A trama muito bem escrita apresenta boa cronologia com um final interessante. Linguagem bem estruturada e de fácil leitura.
    Parabéns

  8. Carlos Henrique Fernandes Gomes
    23 de fevereiro de 2015
    Avatar de Carlos Henrique Fernandes Gomes

    A proposta é até boa e a sequência dos fatos deixa tudo bem claro. Vamos à técnica: uso excessivo de pronomes pessoais, tempos verbais confusos, um pouco mais de trabalho na credibilidade da relação dos dois, e a última frase é dispensável. Se aproveitar o espaço das palavras repetidas, vc ainda consegue melhorar bem seu conto só com mil palavras.

  9. Pétrya Bischoff
    23 de fevereiro de 2015
    Avatar de Pétrya Bischoff

    Bueno, eu gostei do apanhado que o autor fez de toda a vida sofrida da personagem, resultando em suas ambições. A estória em si está muito clichê: infância pobre, padrasto, violência, refúgio na marginália, enredar-se no submundo… O problema mesmo é que o autor não soube desenvolver isso tudo. A escrita é extremamente cansativa, com erros de concordância e repetições excessivas de palavras na mesma frase ou em frases próximas. A narrativa também pareceu-me carente, como se uma criança estivesse narrando. Também me senti muito perdida, a princípio pensei que fosse no Brasil, pelas favelas, mas fala-se muito em dólares e há um Boston Medical… Não entendi se no final ela morreria, já que há o “pela última vez”, mas eu faria com eles se casando e ela conquistando o que sempre quis sem precisar matá-lo. De qualquer maneira, siga trabalhando e boa sorte.

  10. Gustavo de Andrade
    23 de fevereiro de 2015
    Avatar de Gustavo de Andrade

    O maior problema deste conto é o fato de apresentar uma sucessão de cenas e interações que em nada constroem um real cenário, conflito, progressão. Isso se dá porque toda a narrativa é apresentada de forma truncada, sequenciada, seguindo um roteiro preestabelecido e não permitindo que os personagens respirem, tenham vida. Quando fala, por exemplo “a mãe dela não sabia”, dá a impressão de que quem escreveu também não sabia, não tinha consciência do que estava querendo transpor, e inseriu esse fato para dar prosseguimento à sua história. Pode ver que é relativamente irrelevante o fato do abuso, uma vez que só é retomado em um devaneio da protagonista quanto ao futuro das aplicações de seu dinheiro.
    Outra coisa: a desatenção quanto à pontuação também impede o surgimento de uma narrativa fluida, como o bloco “se aproveitou da situação, ela era boa em manipular as pessoas, algo que aprendeu com o pai quando era menina, antes do pobre coitado (…)”. Isso demonstra a correria em que a pessoa escritora quis entregar sua história. Ainda uma observação gramatical: em “se trata” de dinheiro, não poderia haver um verbo no presente, uma vez que a narrativa toda se trata no passado.
    Outro exemplo da narrativa mal-construída: “Ela não sabia dizer como”. Isso significa mais que quem escreveu não quis elaborar uma construção convincente e significativa do que realmente um elemento relevante.
    Ainda: a interação dela com o mecânico de aeronave. Como assim? Como isso aconteceu? Qual foi o diálogo? Sem isso, é algo muito mais intangível, o que só prejudica a leitura e a construção narrativa.
    Assim, chegamos a um final não convincente, onde pensamos “por que ela não avisou ninguém? Por que ela basicamente se suicidou junto ao assassinato do marido? Por que estou lendo isso?”, algo decorrente das decisões que levaram aos elementos que apontei, me parece.

    PS: ‘Kris Evans’, não: “Chris Evans”.

  11. Leandro B.
    23 de fevereiro de 2015
    Avatar de leandrobarreiros

    Oi, Mr. Gold.
    Algo que atrapalhou minha a leitura logo no início (e que continuou ao longo do texto) foi a repetição exagerada da palavra “dinheiro”. Eu entendo que se queira enfatizar a questão no conto, mas da maneira que está acaba ficando cansativo e fragiliza um pouco a narrativa.

    Fora isso:

    “Até que o chefe chegou para ela, parecia querer se despedir para viajar, mas disse que…”

    Acho que chegou para ele é uma linguagem meio… oral demais. Acaba não funcionando muito bem quando escrita. Talvez valha a pena alterar essa passagem.

    “Ele garantiu que não fará mal a ela, mas que para a surpresa ela devia ficar vendada para não estragar a surpresa antes da hora.”

    A repetição de surpresa acaba fragilizando um pouco esse trecho também.

    Gostei do final. A surpresa dela foi a minha rs. Achei que o chefe do tráfico apenas tinha descoberto o plano.

    Em linhas gerais, acho que o conto precisa de alguma revisão. Uma história com um final assim pode funcionar muito bem se receber uma boa lapidada.

  12. Edivana
    22 de fevereiro de 2015
    Avatar de Edivana

    O clássico de cavar a própria sepultura e não ser ladina o suficiente para sair dela. A banheira de dólares ficará na vontade. Gostei do enredo, mas não obtive muito com o conto. Na verdade, o legal é que a gente deseja coisas assim aos que fazem tudo por dinheiro… bom, agora quem está pecando sou eu.

  13. Bia Machado
    22 de fevereiro de 2015
    Avatar de Bia Machado

    É, o final está longe de ser feliz, achei coerente. No entanto, algumas passagens ficaram forçadas no meu entendimento, o desenvolver do conto ficou um pouco longe do natural, pareceu-me meio forçado…

  14. williansmarc
    21 de fevereiro de 2015
    Avatar de williansmarc

    Olá, autor(a). Primeiro, segue abaixo os meus critérios:

    Trama: Qualidade da narrativa em si.
    Ortografia/Revisão: Erros de português, falhas de digitação, etc.
    Técnica: Habilidade de escrita do autor(a), ou seja, capacidade de fazer bons diálogos, descrições, cenários, etc.
    Impacto: Efeito surpresa ao fim do texto.
    Inovação: Capacidade de sair do clichê e fazer algo novo.

    A Nota Geral será atribuída através da média dessas cinco notas.

    Segue abaixo as notas para o conto exposto:
    Trama: 8
    Ortografia/Revisão: 8
    Técnica: 6
    Impacto: 6
    Inovação: 7

    Minha opinião: O conto tem uma trama interessante, a vida da protagonista foi bem narrada mesmo com o limite pequeno de palavras. Como melhoria sugiro apenas revisar um pouco o texto pois há alguns pequeno equívocos como por exemplo o nome do ator Chris Evans.

    Boa sorte no desafio.

  15. Leonardo Jardim
    20 de fevereiro de 2015
    Avatar de Leo Jardim

    Prezado autor, optei por dividir minha avaliação nos seguintes critérios:

    ≋ Trama: (3/5) achei interessante, embora um pouco previsível.

    ✍ Técnica: (2/5) não achei muito boa, as frases estão longas e separadas por vírgula. Tente escrever frases mais coesas, com menos informação dentro dela. Para isso, prefira frases curtas.

    ➵ Tema: (2/2) cobiça (✓).

    ☀ Criatividade: (2/3) é criativo, mas não muito.

    ☯ Emoção/Impacto: (2/5) já tinha intuito o final, o que atrapalhou um pouco o impacto desejado. Finais surpreendentes são bons, mas o ideal é que só descubramos no momento certo.

    Problemas encontrados:
    ● sempre por causa de dinheiro, e quando estava grande o suficiente (vírgula fora de lugar: depois de e)
    ● Boston Medical alguma coisa (ficaria melhor com hífen)
    ● Aos poucos ela mostrou para ele sua habilidade com contas (vírgula depois de “poucos”)
    ● Com acesso ao dinheiro do homem ela o fez enriquecer (vírgula depois de “homem”)
    ● sabote o motor. Eu pago bem (colocar esse trecho entre aspas)
    ● ao perguntar sobre isso ele respondeu que vai depois da surpresa que fizera para ela (ia)
    ● ela adora surpresas (adorava)
    ● Ele garantiu que não fará mal a ela (faria)
    ● tudo que é dele seria dela (era)
    ● No caminho foram bebendo champanhe (vírgula depois de “caminho”)
    ● hora, e quando chegaram ao local designado ela quase tirou a venda (primeira vírgula errada e colocar uma segunda)

  16. Rodrigo Sena Magalhaes
    18 de fevereiro de 2015
    Avatar de Rodrigo Sena Magalhaes

    Não consegui ler até o fim, peço desculpas pela falta de paciência. Muito desleixado para um conto que será lido e analisado por outros escritores. A dica aqui é: Leia. Leia muito.

  17. Gustavo Aquino dos Reis
    18 de fevereiro de 2015
    Avatar de Gustavo Aquino dos Reis

    Conto com poucos erros e uma história consistente. Notei apenas um deslize quanto a perspectiva do narrador durante o início. De resto, mandou bem!

  18. Eduardo Selga
    18 de fevereiro de 2015
    Avatar de Eduardo Selga

    O pouco domínio de recursos de construção textual estragou um conto que em seu enredo apresenta algum destaque em função do final. A excessiva repetição dos pronomes ele/ela e da palavra dele/dela claramente é resultado de pouca leitura e, portanto, de insuficiente vocabulário. Não é uma exigência descabida o que menciono aqui: imagine, caro(a) autor(a), ouvir alguém lhe narrando uma história na qual o tempo todo essa ou aquela palavra se repete, feito uma ladainha. É cansativo e empobrecedor. Ao contrário, quando se ouve uma história com vocabulário variado (não necessariamente rico) a exaustão do ouvinte não se dá. Em muitos pontos é possível observar essa falha, mas no quarto parágrafo é particularmente gritante.

    Também falta o uso adequado dos pronomes relativos, cuja utilização na escrita em língua portuguesa não segue a simplificação existente na fala. Assim, em “Dinheiro era uma merda, ela pensava, mas também era algo que ela necessitava […]”, o correto é DE QUE NECESSITAVA, porque quem necessita não necessita alguma coisa e sim DE alguma coisa.

    Na mesma toada, em “[…] sofria com o homem preguiçoso e irritante que a coitada não tinha coragem de se separar”, o correto é DO QUAL A COITADA ou DE QUEM A COITADA, porque quem se separa se separa DE alguém.

    O conto começa e permanece por um bom tempo usando o pretérito imperfeito, mas sem nenhum motivo aparente o tempo presente é introduzido, bagunçando a temporalidade da narrativa. Por exemplo, em “Animada – ela adora surpresas -, ela se arrumou muito bem […]” o verbo ADORAR no presente não faz sentido, pois toda a narrativa anterior e também posterior está no passado, como se vê no próprio trecho, em relação ao verbo ARRUMAR.

    Do mesmo modo, em “Ele garantiu que não fará mal a ela […]”, o correto seria FARIA.

  19. Jowilton Amaral da Costa
    17 de fevereiro de 2015
    Avatar de Jowilton Amaral da Costa

    Não gostei muito. A narrativa não está boa, tem muita repetição de “ela”, “ele”, “dela”, “dele” no mesmo parágrafo, as vezes na mesma frase, o que deixa a leitura desagradável. A estória não é ruim, mas, poderia ter sido melhor narrada. Continue praticando.

  20. Maurem Kayna (@mauremk)
    16 de fevereiro de 2015
    Avatar de Maurem Kayna (@mauremk)

    A segunda frase quase me fez empacar na leitura. Além de truncada, parece totalmente desnecessária. Mas prossegui e gostei da história, apesar das descrições que tem vários “poréns” de verossimilhança (porque ela esperaria o cara morrer para ajudar a mãe?). Apesar disso, gostei do desfecho.

  21. Ricardo Gnecco Falco
    16 de fevereiro de 2015
    Avatar de Ricardo Gnecco Falco

    Um bom conto. Merece uma revisão melhor. A repetição de certas palavras tirou um pouco do brilho (“garota”, “surpresa”…), assim como os tempos verbais em constante conflito, a começar pelo parágrafo de abertura.
    Mas, estes são apenas detalhes técnicos e chatos. O que conta é a história contada. Claro que a forma que se conta também conta (rs!). Mas, foi uma boa história. A dica aqui é sobre o final. O conto deve sempre dar uma sacudida no leitor ao terminar. Portanto, imaginei que o chefão do crime ainda fosse se vingar dela; quem sabe a deixando sozinha no avião, como uma “viagem-presente” por sua, digamos, lealdade… Ou coisa do tipo. 😉
    Boa sorte!
    Paz e Bem!

  22. alexandre cthulhu
    16 de fevereiro de 2015
    Avatar de alexandre cthulhu

    Adoro contos com finais estonteantes, onde a personagem fica encurralada perante as suas próprias armadilhas. Mais um excelente texto que li aqui neste site que mais parece uma montra de bons textos.
    não sei a idade do (a) auto(a) deste texto, mas pela sua forma de escrever, parece a ser uma pessoa com experiência de vida. continue a ilustrar essa vivência nos seus textos, que espero poder ler mais.Apenas uma dica: tome atenção à pontuação. Por vezes coloca algumas virgulas onde não devia, e vice versa, e isso, por vezes atrofia o leitor. Parabéns!

  23. Gustavo Araujo
    15 de fevereiro de 2015
    Avatar de Gustavo Araujo

    A meu ver trata-se de um rascunho. Não é que esteja ruim, mas a trama, da maneira como exposta, permite entrever que as ações poderiam (talvez até deveriam) ser desdobradas. Devido à limitação de palavras, tudo acontece muito rápido do modo como exposto. Em pouco tempo, a garota (como é mesmo o nome dela?) vai de aprendiz-semi-analfabeta até a posição de 02 na hierarquia do tráfico. Como eu disse, essa evolução ocorre em poucos parágrafos, deixando o texto comprometido sob o aspecto da verossimilhança, o que não ocorreria caso houvesse espaço para um desenvolvimento maior. Poderíamos, assim, aprender mais sobre ela, suas aspirações, sacrifícios, esforços, e assim por diante. Talvez seja algo em que valha a pena investir.

  24. Virginia Ossovski
    15 de fevereiro de 2015
    Avatar de Virginia Ossovski

    Essa vai ter o que merece… Até tinha simpatizado com ela, o autor soube conduzir bem a narrativa, apesar de o final ser previsível. Acho que a técnica poderia melhorar, em especial a pontuação, e algumas palavras ficaram sem acentos (ultima, negocio). Boa sorte no desafio !

  25. Pedro Coelho
    15 de fevereiro de 2015
    Avatar de Pedro Coelho

    O final foi muito bom, e esse foi seu maior trunfo. Mas o desenvolvimento ficou bem fraquinho, não é uma estoria que prende, começa muito banal, e se desenvolve da mesma maneira. Algumas citações que poderiam ser evitadas, como a do Capitão America, e algumas passagens mal explicadas, como o primeiro emprego dela no ramo das drogas e a herança da manipulação paterna,pai que por sinal ficou mal colocado. E a vida dela eu não achei muito aplicada a nenhum pecado, ficou mais próxima da avareza, mas não senti firmeza, não senti o pecado nela.

  26. Anorkinda Neide
    14 de fevereiro de 2015
    Avatar de Anorkinda Neide

    Oh, coitada! Agora os protagonistas estão se dando mal, hein!
    Achei o texto um pouco cru, apenas com a narraçao dos acontecimentos, mas fluiu legal, deu pra entender direitinho, inclusive, adivinhar onde ia dar a coisa toda.
    É um conto eficiente mas não brilhou.
    Abraço e boa sorte

  27. Tiago Volpato
    14 de fevereiro de 2015
    Avatar de Tiago Volpato

    Um texto bem escrito, não notei nenhum erro a ser apontado. Bom texto.

  28. Sonia Rodrigues
    14 de fevereiro de 2015
    Avatar de Sonia Rodrigues

    Uma repetição a ser evitada: “ para a surpresa ela devia ficar vendada para não estragar a surpresa antes da hora.”
    e aqui: “não ia viajar a negócios, mas que a viagem que estava preparando para aquele dia era para ambos, uma surpresa já que ele nunca a levara para viajar fora do país.”
    O final foi irônico, muito bem articulado.
    Quanto ao começo, para que a surpresa ao final fosse maior, eu tiraria essa frase reveladora: “E fora esta fascinação que, um dia, se voltaria contra ela.”

  29. Rodrigues
    14 de fevereiro de 2015
    Avatar de Rodrigues

    Não gostei. Achei o texto muito confuso e há muita repetição, principalmente de “ele”, “dele”… A história não prende, a personagem principal não passa credibilidade e a relação dela com o chefe não brilha em nenhum momento. Achei cansativo.

  30. Mariana Gomes
    13 de fevereiro de 2015
    Avatar de Mariana G

    #plottwist rs
    O conto poderia estar melhor, houveram muitos erros de português/inglês, e com repetição de palavras, pareceu ter sido escrito as pressas para não perder o prazo da postagem, o que prejudicou a história. Você pode melhorar, vá em frente. Boa sorte!

  31. mariasantino1
    13 de fevereiro de 2015
    Avatar de mariasantino1

    Olá!

    Eu gostei da trama desse conto e gostei do final também (aquele lance do feitiço que vira contra o feiticeiro). Gostei da piadinha com o Boston Medical alguma coisa. Mas a narrativa me desagradou 😦 Os narradores que dão o seu parecer (desgraçado, filho da puta!, básica mixaria de ensino dado no Brasil…) são muito artificiais. É preferível que se inseria as descrições para que o leitor chegue às conclusões desejadas (minha opinião).
    Há repetições de palavras e pronomes possessivos (ele, ela) e confusões de tempos verbais (nada que uma revisão não melhore).
    Parabéns pela trama. A ganância ficou boa.
    Boa sorte e Abraço!

  32. Sidney Muniz
    13 de fevereiro de 2015
    Avatar de Sidney Muniz

    Não gostei não.

    A narrativa precisa ser trabalhada. É fato que sabe contar uma estória, pois tem imaginação, e isso é o primeiro passo, mas ao passá-la para o papel a clareza das palavras deve ser transmitida de maneira mais organizada.

    Não gostei de como os fatos aconteceram, tudo muito novela mexicana, e de repente tudo muda a todo momento, vai ser, não vai, agora vai…

    Abaixo alguns trechos que exemplificam o que não gostei do conto.

    Ela relaxava sentindo o cheio – cheio? ou cheiro?

    quem sabe pagar alguém para que sumisse com ele do mapa, pagar alguém para que o fizesse pagar pelas agressões – repetição de pagar – 3X

    Aos dezesseis, começou a trabalhar no Mcdonald’s – citação de marca

    ela era boa em manipular as pessoas, algo que aprendeu com o pai quando era menina, antes do pobre coitado, cobrador de ônibus, – aprendeu com o pai a ser manipuladora? um pobre coitado, cobrador de ônibus? Não ficou legal.

    loucos por dinheiro. Dinheiro era uma merda, ela pensava, mas também era algo que ela necessitava, e depressa, e o dinheiro – Repetição de dinheiro

    Kris Evans – me fode Capitão América – dentro dela e não um quarentão que precisava ir ao Boston Medical alguma coisa para tratar de sua dificuldade de ereção e ejaculação precoce. – Aqui um pouco de estrangeirismo

    tendo estudado a básica mixaria de ensino dado no Brasil e terminado o ensino médio, – Não gostei dessa desvalorização não.

    Trama (1-10)=6,5
    Técnica (1-10)=7
    Narrativa (1-10)=7 – A narrativa é estilo infanto-juvenil, não me agrada muito.
    Personagens (1-10)=7
    Inovação e ou forma de abordar o tema (1-5)=3
    Título (1-5)=4 Muito óbvio e adolescente.

    Parabéns e boa sorte.

  33. Brian Oliveira Lancaster
    12 de fevereiro de 2015
    Avatar de Victor O. de Faria

    Meu sistema: EGUA.
    Essência: muito bem aplicada. Nota 8,00.
    Gosto: o enredo é bem interessante e a condução da história com o acréscimo de suspense ficou muito bom. Mas certas mudanças de tempos verbais incomodaram um pouco. O final foi bem criativo. Faltou apenas um pouquinho mais de revisão. Nota 6,00.
    Unidade: sem erros ortográficos aparentes, mas as questões temporais apareceram. Nota 7,00.
    Adequação: bem, quanto a isso, não tenho do que reclamar. Nota 8,00.
    Média: 7,30.

  34. Thales Soares
    11 de fevereiro de 2015
    Avatar de Thales Soares

    Não gostei.

    É um fato meio estranho, mas estou começando a perceber que, desde que o desafio começou até este momento, meu gosto em relação a histórias envolvendo pecados capitais mudou bastante. Após ler quase 50 histórias tratando sobre os mesmos assuntos, fico com aquela sensação de que já vi de tudo e agora as coisas são mais difíceis de me impressionar. Este conto por exemplo, possui uma boa história, bom desenvolvimento, mas em nada me impressionou. Talvez se o autor tivesse se arriscado mais…. eu gostaria de ter visto elementos mais ousados e fora do comum.

    Por que nenhum dos personagens possui nome? Entendo que foi proposital, mas se essa era sua única arma para destacar este conto entre os demais… bom, posso dizer que para mim não deu certo, e isso só contribuiu para tirar parte da graça das personagens.

  35. Rodrigo Forte
    11 de fevereiro de 2015
    Avatar de Rodrigo Forte

    Vou confessar pra você que achei a história bem previsível. No momento em que ela fala pro mecânico sabotar o avião, ficou claro que ela também estaria nele. Ademais, tem algumas repetições bem incômodas, principalmente no segundo parágrafo. No mais, achei um conto sólido, mas que poderia ter ousado um pouco mais.

  36. Gilson Raimundo
    11 de fevereiro de 2015
    Avatar de Gilson Raimundo

    Aqui se faz aqui se paga. gostei e fiquei um pouco triste pelo fim da garota, torcia para que ela tivesse melhor sorte.

  37. Fabio Baptista
    11 de fevereiro de 2015
    Avatar de Fabio Baptista

    Olá, autor.

    Há muito a ser melhorado no seu conto, tanto na parte técnica quanto na parte do enredo. A boa notícia é que o Entre Contos é um ótimo lugar para ajudá-lo nessa melhoria.

    Na parte técnica, muitas palavras ficaram sem acentuação, o tempo verbal variou no meio das frases, algumas palavras se repetiram demasiadamente ao longo do texto e o posicionamento (ponto de vista) do narrador também se alterou, como por exemplo:

    “Ela queria esfregar aquelas notas na cara do filho da puta que batia em sua mãe, quem sabe pagar alguém para que sumisse com ele do mapa, pagar alguém para que o fizesse pagar pelas agressões infligidas à mãe e à garota.”

    O narrador começa com “ela” e termina com “a garota”. Garota no caso era a mesma pessoa que “ela”. Não fica legal essa variação, parece que são duas pessoas diferentes (que a tal garota é um terceiro personagem).

    Sobre a trama: está muito fraca. Todos os eventos que ocorrem com a protagonista são pouquíssimo convincentes. Até a infância, vendo a mãe apanhar e ainda sofrer abusos do padrasto estava verossímil, retratando uma realidade triste. Mas depois, de atendente do Mc Donalds à rainha do tráfico… não me convenceu muito. Pra completar o clima de novela mexicana, o traficante revelou-se um romântico incorrigível no final (na verdade, bem antes… o desenrolar da história é bastante previsível).

    Veredito: bom para um conto de estreia (imagino que seja o caso), mas abaixo do nível médio do desafio (o que, com a prática, pode facilmente ser contornado nos próximos).

  38. JC Lemos
    10 de fevereiro de 2015
    Avatar de JC Lemos

    Sobre a técnica.
    Parece que alguns errinhos passaram pela revisão, mas nada que atrapalhasse a leitura. Gostei do que li.

    Sobre enredo.
    Acabou se ferrando. Hahaha
    Trágico e cômico. Mas uma pena. Ela, bem lá no fundo, não merecia. Foi apenas mais uma corrompida pelo dinheiro.

    Parabéns e boa sorte!

  39. Luan do Nascimento Corrêa
    10 de fevereiro de 2015
    Avatar de Luan do Nascimento Corrêa

    Senti falta de uma revisão no texto, pois notei alguns erros de digitação e outros gramaticais. A história ficou boa e a trama ficou envolvente.

  40. Alexandre Leite
    10 de fevereiro de 2015
    Avatar de Alexandre Leite

    Bom conto. Criatividade e toques de humor pincelam uma ideia original.

  41. Cácia Leal
    9 de fevereiro de 2015
    Avatar de Cácia Leal

    Muito bom, gostei muito. Um conto rápido e muito bem escrito. Eu suspeitava do final, mas me agradou muito a maneiro como foi desenvolvido. Linguagem clara, simples, sem complicações e agradável. Não há o que dizer de crítica. Parabéns ao autor.

  42. Alan Machado de Almeida
    9 de fevereiro de 2015
    Avatar de Alan Machado de Almeida

    Conto bem criativo. No início eu temi que ia ser um dramalhão só, mas depois começou a me entreter.

  43. rubemcabral
    9 de fevereiro de 2015
    Avatar de rubemcabral

    Hummm, não gostei, infelizmente. Não “comprei” a história. O final, em especial, estando ela no mesmo jatinho que vai cair, não me convenceu. Num voo destes se tem contato com o piloto e/ou co-piloto. Ela teria como avisar ou o piloto a reconheceria quando ela subisse à aeronave. Aliás, o plano seria meio mirabolante de se realizar caso o piloto não fosse kamikaze: abrir uma porta pressurizada em pleno voo às vistas do chefão do tráfico e pular de para-quedas seria no mínimo complicado.

    Quanto à escrita, o início está meio ruim, com muitas repeitções: mãe, pagar, garota. De resto, a narração está simples e com poucos erros. Ah, Kris Evans também está grafado errado; o correto seria “Chris”.

  44. Claudia Roberta Angst
    9 de fevereiro de 2015
    Avatar de Claudia Roberta Angst

    A história é boa, mas precisa de alguns ajustes. Uma boa revisão já ajudaria a lapidar o conto. O autor deveria encontrar artifícios para manter o suspense até o final, pois do jeito que está, o leitor logo adivinha o que está por vir. O pecado está aí e o castigo também. Mais um pouco de leitura, prática e paciência para melhorar tudo. Boa sorte!

  45. Luis F. T.
    9 de fevereiro de 2015
    Avatar de Luis F. T.

    História interessante, enredo bem elaborado e com um final satisfatório. Parabéns!

    Faço só a ressalva de que há erros de português (palavras, tempos verbais, etc) e a escrita está um tanto “truncada”. Mas nada que desmereça o conto, questão de tempo até a narração ficar bastante fluida e natural.

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Publicado às 9 de fevereiro de 2015 por em Pecados e marcado .