O calor estava insuportável naquele fim de tarde e o engarrafamento monstro simplesmente não ajudava em nada. Além disso, o maldito carro não tinha ar refrigerado.
– Pobre é uma merda.
Carlos olhou para o relógio do carro, eram 16h00min no horário de verão.
– Tá me cozinhando os miolos. Minha cabeça vai explodir, deve ser o cheiro de removedor que estão usando na reforma lá no trabalho.
A irritação com o calor aumentou quando um dos carros que estava à frente abriu o som, com um funk. Outro carro, para complicar ainda mais, colocou outra música a todo o volume, parecia sertanejo.
De onde estava Carlos não conseguia distinguir uma da outra. Na terceira música ele já estava em desespero. Sabia que se fechasse os vidros do golzinho morreria de calor. Tudo estava dando errado em sua vida, a mulher o largou, foi obrigado a trocar de função no emprego e acabou aceitando um salário mais baixo. Sabia que tinha sido sacaneado. Suas mãos tremiam.
Pegou a garrafinha de água no banco do lado e viu que mal tinha um gole.
– Onde estão os vendedores?
Os moradores da comunidade onde ele reside e que fica ao lado da rodovia, sempre se arriscam vendendo água, refrigerantes e às vezes cerveja para os motoristas presos no engarrafamento diário. Naquele momento não via ninguém com isopor na cabeça ou na separação de pistas da rodovia. Precisava de paciência, a saída que usava para ir para casa ou para empresa era a menos de duzentos metros.
Música alta, calor, pessoas em pé ao lado dos carros, sirenes ao longe, passar mais um dia inteiro sem comer, transformava aquela hora do dia em um horror. Horror maior sentiu quando percebeu um arrastão, pessoas correndo para todos os lados e finalmente tiros.
Desesperou, largou o golzinho ali mesmo e correu, mas lembrou-se da pasta com o computador do trabalho.
– Merda!
Voltou ao carro e viu a pasta no banco de trás. Ia saindo quando levou um soco no rosto que quase o derrubou. O ladrão puxou a pasta das mãos dele, que instintivamente a segurou.
Sabia que devia soltar a pasta e o fez, mas tarde demais.
Ouviu um estrondo alto, como um canhão. A cabeça zumbiu e os olhos embaralharam, olhou o bandido e viu uma pistola na direção de sua cabeça, inclinou-se para trás e segurou a arma. O criminoso continuou a agredi-lo, mas Carlos era grande e forte, jogou-o contra o golzinho e na luta outro tiro foi disparado. Apavorou-se quando viu a tampa da cabeça do cara saltar.
Carlos sentiu forte dor ao tentar falar, pedir socorro. Foi quando percebeu que o primeiro tiro o havia atingido no rosto. Olhou a camisa e viu uma enorme mancha vermelha.
Mais tiros, quatro ou cinco homens atiravam contra ele. Abaixou-se e sentiu o vidro do carro se estilhaçar e cair em sua cabeça. Todos gritavam naquele momento. Olhou o veículo ao lado e uma mulher apontava o dedo indicador para sua frente. Alguém vinha por ali. O segundo bandido surgiu apontando um revolver na direção da mulher, quando Carlos atirou de novo.
O homem pareceu surpreso ao vê-lo, como se perguntasse: de onde você apareceu?
A dor estava passando, assim como o calor. Olhou a frente, dois homens tentavam arrastar a ocupante de outro carro. Carlos andou os metros que os separavam e atirou na cabeça do primeiro homem, em seguida no peito do segundo. Este tinha o mesmo olhar surpreso.
Outro grupo de pessoas atravessava a rua jogando pedras e paus em sua direção. Ele abaixou e pegou o revolver do segundo bandido e atirou contra eles. O primeiro tiro atingiu uma mulher que caiu como um saco de batatas. O segundo, um garoto com um facão nas mãos, que o chamava “pra porrada”. Ele atirou mais três vezes, ao menos um acertou.
Olhou para cima e helicópteros voavam em círculos pelo lugar, pareciam moscas em cima de carniça.
A mulher do carro ao lado, a mesma que lhe apontara o bandido, gritou que a polícia estava chegando e que havia pedido uma ambulância para ele. Estava descontrolado e sabia que tinha que sair dali.
Os carros milagrosamente começaram a andar abrindo um corredor. Ele entrou no golzinho e conseguiu sair da avenida.
– Vou pro trabalho e de lá pro hospital – disse se olhando no retrovisor – o desgraçado quase me arrancou a mandíbula.
Carlos viu que um dos helicópteros o seguia. Parou no estacionamento da empresa e entrou com a arma em punho, causando pânico nos que ali estavam.
Imediatamente a polícia cercou o prédio e seus colegas, que pareciam não o reconhecer, se acotovelavam procurando correr em direção à saída. Ele atirou para o alto e os que não conseguiram sair correram para um canto do prédio onde ficava a sala da chefia.
Já não conseguia pensar em mais nada. Uma televisão ligada anunciava que um assassino louco havia atirado em inocentes na avenida e feito reféns numa empresa perto dali. A repórter informou que a polícia cercou o lugar e tentava negociar com o “suspeito”.
Mesmo com dor insuportável ouviu as lamúrias de colegas pedindo que os libertassem, que se entregasse, eles jamais o ameaçariam. Procurou relembrar cada momento importante de sua vida, seus pais falecidos, a irmã assassinada pelo namorado traficante, as sacanagens no trabalho.
Olhou para a rede de energia e viu o cabo que alimentava o prédio passando sobre sua cabeça. Subiu em uma cadeira e acendeu o isqueiro na rede de sprinkler.
Ouviu um vidro quebrar e sentiu uma dor terrível no braço esquerdo. Uma bala atravessou o braço e outra penetrou seu abdome. Bombas de fumaça foram jogadas no interior do prédio. Carlos sentou-se na cadeira observando o piso do prédio inundado e disse aos colegas para saírem.
Puxou o cabo de energia na junção e ficou com ele na mão. Quando os primeiros policiais se aproximaram, Carlos soltou o cabo de energia.
– Que se fod…
Hahaha… eu gostei. Que confusão do caralho. Não vi muito a cara do desafio, mas gostei. O final foi foda. E essa parte: ”Onde estão os vendedores?”
Realmente, eles nunca aparecem quando se precisa..rs. Dia de merda o do Carlos.
Muito bom, estilo Raymond Chandler. Um conto sobre a violência urbana, parecido com um roteiro de Hollywood. Nesse conto vejo os itens que fazem a diferença, a originalidade, a ação intensa, a sequência envolvente de acontecimentos. Os conflitos são excelentes, a inversão vítima x criminoso, as críticas ao sistema. Tudo é original, a história, o desenvolvimento veloz. Não encontrei erros de português, o estilo do conto é conciso e sem excessos. Gostei também da história ser meio “obscura”, na linha de Tchekov, permitindo ao leitor tirar suas próprias conclusões. Parabéns.
Não entendi a necessidade do tiro que ele deu para o alto, com a chegada da polícia. Em um momento ele foi o mocinho, no outro o vilão.Devo ter deixado algo passar nas duas leituras que fiz…
Boa sorte!
Seu texto ficou confuso, não entendi muito bem seu objetivo com ele, fora que o tema escapou e acredito até que nãos e encaixaria aqui. Acho que, se ele fosse o louco que de fato saiu pela avenida atirando em todo mundo por estar estressado ao invés de assaltantes tentando fazer um arrastão, poderia ter ficado melhor seu texto. Boa sorte.
Oi, Lucretius.
Não vou dizer que não soltei uma risada no final do conto, devido ao inabalável Carlos, mas há muito erro de continuidade na história para ela funcionar.
Como Carlos foi atingido no rosto e fez isso tudo? Por que um cara com uma faca tentaria atacá-lo armado? Aliás, quando ele pegou a primeira arma? Além disso, como ele voltou para o carro e foi para o trabalho se as pessoas nos carros da frente saíram dos veículos com medo do arrastão?
Simplesmente precisa de muita revisão.
Ainda assim, repito, conseguiu me arrancar uma risada ao final, o que é uma boa coisa.
Olá, Lucretius!
Seu texto foi muito interessante no quesito surpresa e também na ação iminente em todo o conto, porém senti que faltou um pouco do sentido “pecado”, mas não chegou a sair do tema, quando subtende-se que pecar neste caso seria um acesso de ira louquíssimo que criou um sobrehumano. Parabéns!
Não me envolveu. Lembrou um pouco o “Um dia de fúria” (tive que perguntar pro marido o nome do filme, que não lembrava, rs), mas o personagem não me cativou.
Tem que certeza que isso não é GTA?
Bem, o começo do conto guarda uma imensa semelhança com “um dia de fúria”. O Carlos é tipo um Michael Douglas tupiniquim.
Não gostei muito das falas, penso que essas reflexões ditas em voz alta soam sempre estranho. Prefiro quando as informações ocorrem no texto ou num diálogo. Sabe, ficou tipo vilão contando o plano para o espectador, enquanto se arruma sozinho no quarto, não curto muito. “Pobre é uma merda” funciona, é crível. Você consegue ver uma pessoa falando isso sozinha. Já isso “Tá me cozinhando os miolos. Minha cabeça vai explodir, deve ser o cheiro de removedor que estão usando na reforma lá no trabalho.”, não convence, soa falso e explicativo.
O texto todo foi muito visual. Ação, muita ação. Aqui o “Show, dont tell” foi ao extremo.
Talvez, com um pouco mais de palavras, fosse possível sentir alguma coisa pelo protagonista – empatia ou ódio. Espero que outros tenham uma opinião diversa da minha e tenham compreendido melhor a proposta.
Bem, de qualquer modo, parabéns e boa sorte.
Carambas, Rambo.
Cara do céu, achei meio nada a ver esse conto. Não captei nenhuma essência nele, nenhuma mensagem. A violência, ação etc. não compuseram quase nenhuma imagem de fato, além de uma impressão estéril de alguém bem foda. Não senti o pecado, não senti a história.
Um dia de fúria. Quando que não temos mesmo vontade de sair matando a torto e a direito? E quando acontece, bem, eis o resultado de um deles. Bom o conto, ficou bem descrita a ação do pobre. E segurança, para que, não? Abraços.
Tipo “Um dia de fúria”. Hoje bem mais real que na época do filme. Sabe o que faltou no seu conto? Sempre falta alguma coisa… A explosão dessa fúria de matar pessoas assim não ficou clara e nem sua incrível habilidade com o revólver e a boa pontaria. Todo o resto é a até bem acreditável. O ponto forte mesmo ficou no final…
Achei um tanto confusa a história, pareceu-me que o personagem não age por ira, mas sim por estar desnorteado com a situação, “ficou loucão”. Sugiro atentar-se a virgulas e crases e evitar que frases fiquem confusas ou ambíguas.
Eita, gostei do conto! As primeiras descrições do calor, do som horroroso, do trânsito, foram realmente sufocantes. Quando o cara revida e começa a matar todo mundo, pensei que nasceria uma espécie de justiceiro, mas era só um cara chutando o balde mesmo hahaha. Quando ele foi para o trabalho, também pensei que faria uma chacina, mas foi contra a polícia (que eu interpreto aqui como uma crítica à parte corrupta e falha da polícia). A escrita é de fácil entendimento e, como já disse, a narrativa nos insere bem no cenário (vislumbrei um baita caos). Parabéns e boa sorte.
Olá, autor(a). Primeiro, segue abaixo os meus critérios:
Trama: Qualidade da narrativa em si.
Ortografia/Revisão: Erros de português, falhas de digitação, etc.
Técnica: Habilidade de escrita do autor(a), ou seja, capacidade de fazer bons diálogos, descrições, cenários, etc.
Impacto: Efeito surpresa ao fim do texto.
Inovação: Capacidade de sair do clichê e fazer algo novo.
A Nota Geral será atribuída através da média dessas cinco notas.
Segue abaixo as notas para o conto exposto:
Trama: 6
Ortografia/Revisão: 9
Técnica: 5
Impacto: 5
Inovação: 5
Minha opinião: Achei o conto muito corrido, não há descrição das emoções dos personagens, nem do cenário. Também é um pouco inverossimílimo o Carlos ter levado um tiro e continuar agindo como se nada tivesse acontecido. Enfim, não me agradou.
Boa sorte no desafio.
Prezado autor, optei por dividir minha avaliação nos seguintes critérios:
≋ Trama: (2/5) o cara surtou, como em um dia de fúria, mas não gostei muito da execução das cenas, não ficaram muito convincentes.
✍ Técnica: (2/5) imatura, com alguns poucos erros bobos. Acho que precisa de um pouquinho mais de treino.
➵ Tema: (1/2) o conto é sobre ira, mas achei as ações muito calculistas.
☀ Criatividade: (1/3) bebeu de uma fonte famosa.
☯ Emoção/Impacto: (1/5) não gostei, não me envolvi em nenhuma cena, nem senti a apreensão necessária 😦
Problemas encontrados:
● De onde estava Carlos não conseguia (vírgula depois de “estava”)
● Na terceira música ele já estava em desespero (vírgula depois de “música”)
● Sabia que se fechasse os vidros do golzinho morreria de calo (vírgula depois de “golzinho”)
● Olhou a frente (à)
● Mesmo com dor insuportável ouviu as lamúrias de colegas pedindo que os libertassem (vírgula depois de “insuportável”)
Sua benção, Hollywood.
Escrever literatura é procurar faces do homem pouco visíveis ou pouco exploradas e, assim, ajudar no conhecimento da condição humana. Para isso não é preciso ser filósofo, sociólogo, psicólogo ou doutor em qualquer coisa: é preciso olhar em torno com olhos diversos dos que usamos todos os dias. Se não for assim, escreve-se o que já foi dito e redito e reeditado e maldito e, muito pior, escreve-se uma voz que não é exatamente a do autor, já que ele desaparece no meio do mais do mesmo, no oceano de vazios que se fingem personagens, que se fingem enredos: o autor, não raro se acreditando original, se transforma num porta-voz de um discurso hegemônico, carregado de lugares comuns e previsibilidades.
Por que será, caro(a) autor(a), que vivemos tempos em que na literatura à disposição nos cheirosos shoppings das metrópoles valoriza-se tanto a ação cinematográfica? Existe um motivo, e se há tanto livro e conto e filme e filminho e novela e mini-série e quadrinhos e anime e o escambau com esse discurso, não lhe parece suspeito tanto consenso? Ora, a ação hollywoodiana não estimula o pensamento reflexivo sobre o fato, qualquer que seja ele: ao contrário, tenta nos fazer crer que o bom é a ação pela ação. É uma apelação que faz o leitor esquecer do elemento humano existente por detrás do tiro, do capotamento, da catástrofe, da porrada. É o presentismo, ou seja, o importante é viver o presente, pouco importa o que gerou o presente e onde ele desaguará.
E há quem bata palmas porque é “emocionante”. Porque é “divertido”. Porque a ausência do homem e sua presença como objeto da ação é “excitante”.
Há um bom aspecto no conto que, por estar muito preso aos clichês narrativos, se perdeu: o labirinto no qual o homem contemporâneo é jogado por causa do modo de vida que é obrigado a levar. Ao invés de elaborar um personagem por meio do qual, sem fazer palanque, essa questão fosse posta na mesa, o(a) autor(a) prefere o clichê, o sujeito que “enlouquece” de frustração e sai atirando a torto e a direito. Mas as razões para que o protagonista tomasse essa posição, no conto, estão muito forçadas. Ser largado pela esposa, ser prejudicado no emprego e o estresse de um arrastão me parecem pouco para gerar tamanha reação. Exceto, é claro, fosse um daqueles personagens neuróticos de filmes norte-americanos. Mas quem ouve funk, música sertaneja e dirige um “golzinho” (!) está provavelmente no Brasil, onde o nível de estresse nas metrópoles é alto e nem por isso é comum vermos malucos atirando em colegas de trabalho. Mesmo a inclusão melodramática de o personagem ter “[..] seus pais falecidos, a irmã assassinada pelo namorado traficante […]” não consegue ser motivo bastante.
O narrativa, apesar de centrada na ação, possui um narrador distante dela e também do protagonista. Disso resulta um texto frio, sem a emoção pretendida, automático. Não que precisasse estar escrito em primeira pessoa, mas alguma aproximação com o estresse do personagem daria credibilidade à narrativa.
Gramaticalidades
Em “Sabia que se fechasse os vidros do golzinho morreria de calor” a letra G deveria estar grafada em MAIÚSCULA, pois não se refere àquele espaço vigiado pelo goleiro no campo de futebol, e sim à marca de um veículo.
Na frase “A cabeça zumbiu e os olhos embaralharam […]” eu acho que o que deve ter embaralhado são as imagens, não os olhos.
Cuidado com o cacófato. Em “Este tinha o mesmo olhar surpreso”, ESTE TINHA soa como EX-TETINHA, e sonoridades que não se justificam esteticamente são consideradas erros de construção textual.
Putz! E a água virou vinho! Dois contaços em seguida! Li num fôlego só. Parabéns!
O conto começou com um tom de estresse na vida do Carlos. Mas, na boa, nem imaginava que ele iria virar um Michael Douglas no Dia de Fúria!
Gostei. cenas rápidas, fortes, com um fôlego bom. Não percebi erros. O conto me lembrou o filme Um dia de Fúria.
Mudança de função no trabalho, a menos que seja informal, não pode, por lei, implicar em redução de salário, mas isso é mero detalhe que importará a poucos. O caso é que o enredo “dia de fúria”não é suficientemente justificado pelo momento fracasso que o personagem enfrenta. Se soubéssemos mais alguma coisa da personalidade dele que desse embasamento a essa ruptura definitiva…
Confesso que achei o texto um pouco confuso. Na minha opinião devia ser mais directo na mensagem que quer passar. Peca por Escassez de diálogos no meio de muita narrativa. Peço desculpas estimado amigo, mas acredito que consegue fazer bem melhor, pois voçê escreve bem!
Um Dia de Fúria mode on! 🙂 Pra quem mora no Rio, um conto pra lá de realístico!
Parabéns!
Boa sorte,
Paz e Bem!
“Um dia de Fúria” elevado ao cubo. Impossível dissociar a imagem do Michael Douglas do protagonista deste conto. Leitura rápida que vai num crescendo até a revelação de que a mente do personagem principal apresenta uma realidade inexistente. A narrativa cumpre bem o seu papel de conduzir o leitor pela ação. Mas o conto é só isso. Em que pese a boa ambientação do início, não há muito sobre a psicologia do protagonista, o que termina afastando o leitor que aprecia digressões desse tipo. De qualquer maneira, há público para o tipo de texto aqui apresentado. Como disse, o texto cumpre seu papel, especialmente se considerado o limite imposto pelas regras. No geral, um conto mediano.
Pensei que Carlos estivesse sonhando, mas vejo que me enganei, ou fui enganada rsrs. Ele parecia estar se defendendo dos bandidos de forma sobre humana, e no final o bandido era ele, se entendi bem foi isso. Acho que a técnica deixou um pouco a desejar, mas gostei do conto em geral, parabéns !
Bem escrito, conduz bem des do dia ruim de Carlos até o surto, acabou um pouco estranho, mas foi produzindo uma boa tensão e não acabou mal.
Não gostei. A ideia é interessante e já foi largamente utilizada. O homem acuado por todos os lados do nada rebela-se ganhando uma força sobrenatural. Porém, a criação deste personagem foi falha, tanto no que se refere à descrição como ao lado psicológico. Apesar dos problemas pelos quais passou, essa transformação não me pareceu convincente, os fatores externos poderiam ter sido melhor apresentados. Em outro aspecto, a trama tbm foi fraca.
Um dia de fúria de um azarado… poxa.. pobre homem..hehehe
Senti que foi uma cena de um filme de ação, um curta?
Faltam elementos que nos conectem com o personagem.
Por isso não consegui curtir muito.
Boa sorte, ae!
Português bom.
Trama: Confuso. Não está claro o momento nem o porquê do personagem virar de herói a franco atirador. Quando entrou no trabalho poderia ter largado a arma e explicado ter tirada a mesma do bandido do arrastão, pedido socorro, chamado a polícia. O camarada enlouquecer assim sem mais aquela? Faltou um texto intermediando a mudança.
O começo não me atraiu nem o final. Uma descrição da violência urbana banalizada, sem nada acrescentar ao leitor. Poderia ser uma nota do noticiário das oito. A solidariedade da mulher ao lado ficou truncada, ela poderia ter avisado a polícia de que o último atirador era uma das vítimas.
Sugestão: trabalhar mais o fato do homem ter sido confundido com alguém do bando, focar na injustiça cometida ao perseguir um inocente.
Oi, tudo bem?
Parabéns pela ortografia das palavras (queria muito ter sua paciência para revisar). Temo que seu conto tenha ficado genérico demais, com algumas partes gratuitas. No geral, achei que ficou tudo muito jogado, a ira do personagem caiu de paraquedas e não houve a construção dele, portanto eu não me vinculei.
Posso fazer uma observação/conselho? (não que eu seja indicada, mas gostaria de auxiliar em algo, uma visão somente, com sua permissão) Jogue sempre a responsabilidade de algumas afirmativas para o personagem. Ao dizer que —>>> “A irritação com o calor aumentou quando um dos carros que estava à frente abriu o som, com um funk. Outro carro, para complicar ainda mais, colocou outra música a todo o volume, parecia sertanejo.” Fica subentendido que esses tipos de músicas são ruins, irritantes por si só. Mas essa é apenas uma opinião e não regra. Porém, essa mesma afirmativa pode ser suavizada se você inserir que o Carlos não gostava desse tipo de música e, dessa forma, haveria a construção do personagem, pois muitos leitores podem concordar com ele e se ligar. Você fez isso muito bem no início ao usar a fala dele — Pobre é uma merda! Perceba que se essa mesma fala fosse dita pelo narrador onisciente o repasse da ideia estaria equivocado. É o mesmo caso observar a corrupção e afirmar que todo político é corrupto. Isso não é verdade universal. Espero ter sido clara. Sei que é chato demais a gente querer fazer algo e parecer outra coisa. Fico de olho nesse tipo de situação, porque acontece o mesmo com meus gostos. Prefiro Heavy Metal/rock clássico e MPB, mas muitos podem achar esse estilo musical ruim (o que se deve respeitar, também).
Boa sorte no desafio. Qualquer dúvida sobre o que eu falei, estamos às ordens.
Abraço!
Não é um conto ruim, mas a narrativa seca me pareceu corrida demais além de me trazer pouca carga emocional.
Digo isso em relação ao que foi proposto pelo autor(a), visto que a trama poderia nos proporcionar mais sentimentos interessantes, os quais tenho dito que senti falta.
No mais, gostei do conto, mão será um dos meus favoritos mas nota-se certa qualidade no autor.
Trama (1-10)=7
Narrativa (1-10)=8
personagens (1-10)=7.5
Técnica (1-10)=7,5
Inovação e ou forma de abordar o tema (1-5)=4
Título (1-5)=3 Pouco chamativo
Meu sistema: EGUA.
Essência: o clima de filme “roliúdiano” tem seu charme, mas não senti a ira propriamente dita, apenas uma explosão temporária de loucura e de forma calma. Nota 6,00.
Gosto: consegui me conectar com a história, mas como ocorreu com outro aqui, a pressa falou mais alto. O meio ficou um tanto confuso, mas o final foi bem interessante. Nota 7,00.
Unidade: percebo que o autor está tentando encontrar seu estilo, o que é louvável. Mas certas construções gramaticais precisam de um pouquinho mais de revisão. Nota 7,00.
Adequação: outro caso complicado de se definir. Pareceu-me algo muito mais passageiro do que inerente ao personagem. Nota 7,00.
Média: 6,80.
Gostei. O texto está muito bem escrito e vem num crescendo muito bom. A gente se identifica com o personagem e chega até a ser crível a situação de que poderia acontecer realmente. No final fiquei com raiva da sociedade que nos coloca contra a parede e não deixa lutarmos de volta. Abaixa a cabeça e se fode aí, as vezes parece que é assim que o mundo funciona.
A parte inicial do conto me atraiu bastante. Gostei das descrições da parte de “ação” do texto, acho isso uma coisa bem difícil de descrever. No entanto, quando isso acaba, achei que o conto caiu muito, a parte de ele ir para a empresa não me agradou e pareceu apenas um artifício para justificar o final. De todo modo, parabéns e boa sorte.
Psicose, todos nós temos a vontade de ter um dia de fúria. Fiquei sem saber se o arrastão foi real ou somente imaginação?????
Que isso?!
Fiquei realmente confuso ao ler este conto. Qual pecado exatamente você pretendia abordar? Ira? Carlos não me pareciaparecia zangado. Inveja? Avareza? Não consegui identificar nenhum… sério mesmo.
Eu adoro histórias cheias de ação, e no início estava com quase certeza de que esta me conquistaria. Mas ela acabou falhando atoa em alguns aspectos bobos (como por exemplo o fato de não se encaixar muito bem no tema proposto)
As ações do Carlos me decepcionaram mais do que qualquer outras coisas. A forma como ele age dentro da historia não é nem um pouco condizente com a realidade. Um bandido aponta uma arma pra sua cabeça, e o que você faz? Sim, claro, inclina a cabeça para trás, toma um tiro na cara e, com as mãos nuas enfrenta 5 homens armados. E depois de milagrosamente sair vivo, qual é a aitude que se espera de você? Ah, é mesmo! Você vai para o trabalho com a maninbula rasgada e ARMADO e começa a dar tiro pra cima… só pra impressionar um pouco né. Afinal, quem nào faria isso? Depois chega a polícia e claro que a atitude mais indicada é pegar o cabo de energia na mão e partir pra porrada.
Hm. Creio que o conto poderia ter sido mais bem pensado. Da forma que está me faz acreditar que o autor ou autora simplesmente abriu o word e começou a ir digitando o que dava na telha, sem muito planejamento e de forma descontraída. Mas, para mim, não deu certo.
Sobre a técnica.
Gostei bastante. Estou sendo repetitivo nisso aqui, mas é porque há muitos contos bons esse mês. Hahahaha
Sobre o enredo.
Coitado do Carlos. Identifiquei-me com ele. Espero não chegar a esse ponto. Haha
Bom conto!
Parabéns e boa sorte!
Perfeito. Admirável a construção deste conto, a forma como a ideia foi conduzida, a tensão crescente em cada parágrafo. A leitura se torna sedutora desde o início. Excelente.
Uma leitura rápida e divertida (sim, estou de bom humor hoje :D).
Lembrou-me bastante o game GTA. E também Rambo IV (uma cena que ele mata os “piratas” com o revólver). Enfim, recheado de clichês, mas ao menos com uma leitura dinâmica (bendito limite de palavras!), compondo um passatempo sem maiores pretensões.
O problema aqui é que não tem tanta ira… pelo menos vi dessa forma. O sujeito pareceu ter inclusive bastante sangue frio em algumas situações.
Veredito: divertido, mas não totalmente dentro do tema.
“Outro grupo de pessoas atravessava a rua jogando pedras e paus em sua direção.” Porque os civis do nada começaram a agredir o personagem principal que estava matando bandidos? E quem tacaria pedras em alguém armado? Faltou clareza nessa parte.
O conto é bem divertido de se ler. Entretanto, achei esses acontecimentos muito irreais sabe, o personagem contou com muita sorte durante todo o enredo, e o fim ajudou nessa impressão. Você tem bastante talento. Continue e boa sorte!
Ué… não entendi? Carlos não tinha entrado em seu serviço para fazer ninguém de refém, como a história mudou de repente? E porque ele explodiu o prédio, se não tinha feito nada? Ele não ameaçou ninguém do trabalho e não impediu ninguém de sair, logo, não era nenhum sequestro. Não há nenhuma explicação para a mudança brusca de comportamento de Carlos. Realmente, a trama está muito confusa e precisaria ser reanalisada e reestruturada.
Conto bem movimentado, hein? Filme de ação perde fácil. Não é o meu tipo preferido de leitura, mas acho que foi bem desenvolvido. Imagino que o pecado escolhido pelo autor tenha sido a ira. Não ficou bem caracterizado, pois passou mais uma ideia de cansei-desta-vida-foda-se-o-mundo do que de um momento de raiva galopante. De resto, acho que o trabalho foi bem feito. Boa sorte!
Eu gostei do começo do conto. Comentei em outro texto que aprecio personagens-limite, feito o Carlos. Contudo, achei o final alguns tons acima do devido e me decepcionei um pouco.
Quanto à escrita, faltou um cuidado maior em especial com variação temporal. Às vezes há mistura de presente e passado sem justificativas, narra-se no passado e fala-se de algo que ocorreu antes e não se usa o mais-que-perfeito, etc.
Por exemplo:
“De onde estava Carlos não conseguia distinguir uma da outra. Na terceira música ele já estava em desespero. Sabia que se fechasse os vidros do golzinho morreria de calor. Tudo estava dando errado em sua vida, a mulher o largou, foi obrigado a trocar de função no emprego e acabou aceitando um salário mais baixo. Sabia que tinha sido sacaneado. Suas mãos tremiam.”
“a mulher o largara, fora obrigado a trocar de função no emprego e acabara por aceitar…” (passado do passado)
Conto forte sobre ira e loucura. É um leitura rápida e fluída com ação non-stop. Sem erros também! Muito legal! Parabéns!