EntreContos

Detox Literário.

De Eva a Asclépio (Sonia Rodrigues)

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Mergulhou. Quando retornou à superfície não viu nem o barco nem a ilha. Henrique, o mergulhador, fez um giro de 180 graus e não viu nada além de água em todas as direções.

O arquipélago de Koh Phi Phi é cruzado por tantos tipos de embarcações que está sinalizado por dezenas de bóias. Barcos a remo, a motor, iates, veleiros, cada um segue por trilhas predefinidas. Turismo com segurança. As marcações flutuantes, no entanto, também haviam desaparecido. A água abaixo dele o empurrava para cima, veloz e firmemente. Quando ele percebeu que estava a surfar na crista de uma onda gigantesca compreendeu que fora apanhado por um tsunami.

Dizem que as pessoas em experiência de quase morte recapitulam toda sua vida em segundos. Henrique, apesar de acreditar que ia morrer, só pensou em sua pesquisa. Seus livros. Suas preciosas anotações! Verdade que Henrique, o mergulhador, que era por profissão arqueólogo, estava apenas no início de seu próximo livro: “A simbologia da serpente, de Eva a Asclépio.” Todos aqueles pensamentos heréticos, preguiçosos, deliciosos ou elaborados sobre o paraíso e a serpente estariam perdidos. Como o Gênesis cita quatro rios sagrados cortando o Éden, os arqueólogos costumam supor, baseado em detalhes geofísicos, que o paraíso bíblico fosse a Mesopotâmia. Quem vai a Koh Phi Phi duvida. O paraíso é Maya Bay, o fruto proibido é um coco e ali não deve ter serpente.  Koh Phi Phi é tão paradisíaco que ali só tem bicho bonito ou engraçado: andorinha, macaco, gaivota…

E Vasuki.

Horrorizado, nosso mergulhador observou a cobrinha que subindo por suas pernas seguiu até seu rosto, enfiou a língua em seus lábios e pôs-se a fazer voltas por seu corpo, lentamente, enquanto crescia, crescia, ficando cada mais mais branca. Só podia ser Vasuki aquela cobra gigantesca que virou a cabeça para ele e parecia querer hipnotizá-lo com a intensidade de seu olhar antes de mergulhar, arrastando-o para as profundezas.

Henrique, como nadador experiente, conhecia bem as vertigens que sinalizam o perigo de um mergulho por demais profundo. Sentiu a náusea, a intensa tontura, a opressão no peito e o súbito bem estar que certamente precederia o momento da morte. Um ruído ritmado tornou-se mais e mais intenso. Provavelmente o batimento de seu assustado coração. Aguardou o famoso túnel. Como nada acontecia e ele parecia estar respirando normalmente, abriu os olhos. Milhares de peixinhos nadavam em um oceano de leite.

Dezenas de gigantes faziam cabo de guerra com as duas partes da serpente em cujo posse ele se encontrava, enrolado com ela em torno de uma montanha submersa, em cima da qual um deus azul observava a cena com olhos sorridentes.

– Venha tomar um chai comigo. Este iogurte que os Devas e Asuras estão batendo ainda vai demorar um pouquinho para ficar pronto.

– Chai? Debaixo d’água?

– Por que não? Vamos brindar à restauração de Maya Bay.

– Esse não é um recomeço de mundo? Um tipo de Big Bang?

– Nada. Esta é só uma limpeza parcial do planeta. Depois que aqueles cineastas folgados fizeram mudanças na paisagem por causa daquele tal filme, A ilha, resolvi recuperar a paisagem. Aproveitado meu ensejo, o Criador reuniu por lá umas tantas centenas de europeus que saem de cena exatamente agora. Você está aqui comigo porque é um intruso, não faz parte da lista, mas é teimoso; consegui cancelar seus vôos, mas você trocou três vezes de avião.

– Eu não faço parte da lista? Que lista?

– Relaxe e tome o seu chai. Já que veio estudar serpentes mitológicas, observe Vasuki de perto.

Henrique suspirou. Isso de estar acordado dentro dos sonhos acontecia muito com ele. O desagradável é que ele nunca conseguia controlar o conteúdo sonhado. Aquele risonho deus de pele azul fora criado a partir da estátua que ele vira no aeroporto de Bangkok, sem dúvida. Admirar em ação aqueles enormes demônios, os Asuras, entretanto, era um pouco assustador. Quanto aos Devas, os espíritos do bem, passavam uma ideia de força, serenidade e confiança. Henrique estava bem tranquilo sabendo que os Devas levariam a melhor. Batiam o Oceano de leite para fabricar o elixir da imortalidade, que os Asuras pretendiam roubar, mas nunca conseguiam.

– Sobre o seu livro, que pretende ser uma aborrecida tese de mestrado, tem uma versão inteligente da serpente no paraíso cristão.

– Os hindus conhecem historias bíblicas?

– Lilith foi muito bem recebida por Patanjali, que dançou para ela a dança do fogo e criou em sua homenagem a posição de Shiva, o dançarino.

– É mesmo?

– Lakshmi a presenteou com alguns pares de braços a mais para que Lilith pudesse dar vazão a toda aquela criatividade borbulhante. Que mulher! Adão perdeu sua primeira esposa por inépcia e não ficou mais esperto com a segunda esposa que Jeová lhe entregou. Eva.

– Podemos falar da cobra?

– Ah, sim, a cobra. A inocente criatura que junto com Eva levou a culpa pela cabeça fraca de Adão.

Henrique comentou com Vishnu os simbolismos conhecidos na mitologia e na psicanálise. Como a cobra é vista como animal de poder pelo seu veneno, pela sua aproximação silenciosa, como é vista como perigo, surpresa, força,  e pela sua forma, comparada a um falo. Reúne em si elementos de vida, de morte, de criação. Animal que troca de pele para renovar-se, o que é interessante…

Vishnu o interrompeu:

– O que eu queria comentar sobre sua tese é o seguinte: você tem razão. O paraíso original era Koh Phi  Phi. Mas Adão era um desastrado que se perdeu no oceano e não soube encontrar o caminho de volta. Depois que lhe caiu um coco na cabeça, ele  ficou tão atrapalhado das ideias que inventou essa história da expulsão do paraíso por vergonha de dizer que não sabia voltar.

– E Eva?

– Eva ele encontrou depois. O Criador a fez submissa, cheia de paciência e ternura como costumavam ser as mulheres orientais.

– E a história da cobra? Mentira?

– A cobra… – Vishnu iinterrompeu-se – Acabamos de reconstruir Maya Bay. É sua hora de partir, antropólogo. Bao viagem!

Vasuki desenrolou-se da montanha e enrolou-se diversas vezes em redor do próprio eixo, formando com seu corpo uma espécie de balsa onde acomodou Henrique, arrastando-o gentilmente até a superfície das águas.

O oceano agora estava calmo. Ele conseguiu ver ao longe alguns destroços do que fora a ilha principal do arquipélago enquanto se afastavam. O tempo parecia ter parado. A brisa acariciava seu rosto. As marolas ondulavam mornas e preguiçosas. Toda espécie de pássaros passava por eles. Albatrozes. Cormorões. Gaivotas. Andorinhas. Henrique não saberia dizer se ficou horas ou dias neste velejar fantástico. De vez em quando Vasuki virava para ele seus olhos penetrantes. Ele tentou em vão conversar; a serpente não respondia.

Em dado momento ela se desenrolou, engoliu a cauda com a boca e iniciou a rodopiar em torno do próprio rabo, provocando um turbilhão verde azulado veloz o bastante para manter Henrique na superfície da água enquanto toda sorte de bolhas, conchas e criaturas marinhas girava em torno deles. Ao longe, no horizonte, ele pensou distinguir um nevoeiro e uma linha comprida que poderia ser uma ilha.

Quando eu acordar, decidiu Henrique, vou anotar este belíssimo sonho.

A serpente desfez sua postura, tornou a agarrar o rapaz pela cauda e afundou de novo. Henrique perdeu-se na contemplação de navios naufragados e cidades submersas.

Um vórtice os sugou para dentro de um túnel. Percorreram este espaço escuro em silêncio. Henrique sentia cheiro de terra úmida, de raízes, de algas. Uma luminosidade distante cintilou à frente. Um som de cachoeira a princípio quase inaudível tornou-se aos poucos estrondoso. À claridade, agora mais intensa, Henrique observou as escamas da cobra se colorindo, e lembrou-se dos mitos relacionados à serpente arco-íris, que afirmam: às vezes é possível até observar o brilho de suas escamas refletindo o sol em gotas coloridas nas cachoeiras.

Tratava-se realmente de uma cachoeira a luminosidade no fim do túnel. No meio do deserto, a água brotava da terra e irrompia entre rochas avermelhadas. Saindo da caverna, o homem e a cobra começaram uma nova etapa da viagem. Como em um tobogã, Henrique deslizou em zigzag por entre colinas e rochas. Aí ele compreendeu a exatidão das palavras “o rio serpenteando entre montanhas”. Por onde passavam parecia que a terra se abria em regatos, riachos, sulcos. À frente, aparecia, no horizonte, de novo, o oceano. Ao redor, areia quente, arbustos, cangurus.

Cangurus?

A serpente saiu da água, relaxou seus anéis e foi diminuindo de tamanho. Henrique admirou suas escamas faiscando, fosforescentes.

– Ah, estávamos em terras sagradas dos aborígenes, não é? E agora, onde estamos? O que vai acontecer comigo?

A serpente fixou os olhos no moço e tornou a passar a língua bifurcada nos lábios dele, antes de falar:

– Já cumpri minha missão de resgate. Agora vou para o México, onde me conhecem por Quetzalcóatl, mas para lá você não pode me acompanhar. Não se preocupe, um grupo de kiwis está vindo por aquela trilha e logo vão encontrar você.

– Kiwis? Kiwis não são neozelandeses? Eu pensei que estávamos na Austrália.

– Esses kiwis são turistas. Mas antes que eles cheguem aqui, deixe-me explicar que vou deixar um presente para você, que pode usar como sendo seu. Vocês, acadêmicos, escrevem artigos monótonos sem nenhum valor comercial. No entanto, com o que sabem, poderiam escrever livros interessantes para agradar muitos estudantes e mesmo curiosos. Eu escrevi este livro usando o seu conhecimento e o meu estilo. Como tudo o que faço, está fascinante.

Antes que Henrique compreendesse e pensasse em agradecer, o animal encolheu a olhos vistos, ficou do tamanho de um braço humano, afastou-se, enrolou-se em um graveto, imitando um caduceu, piscou os olhos, brincalhona, e pela ultima vez  aproximou-se, fitou o rosto do  fatigado mergulhador, como que a despedir-se, afastou-se em movimentos sinuosos, diminuiu ainda mais, até tornar-se tão pequena como uma minhoca, um anelídeo, um verme, mergulhou na terra ardente e desapareceu.

Henrique levantou-se. Apalpou-se. Descalço, a pele tostada, coberto de sal, ele trazia, por cima da bermuda esfarrapada, uma bolsa plástica. Abrindo o zíper, encontrou ali, miraculosamente secos, os seus documentos, que deixara na cabeceira do hotel na manhã de 24 de dezembro de 2004. A seus pés viu sua mochila. Pegou-a, surpreso, pois a deixara no armário do quarto. Dentro dela, cuidadosamente embalada, ele encontrou o rascunho de um livro: “De Eva a Asclépio – a verdadeira história de uma serpente difamada”.

Curioso, Henrique abriu o livro. Tudo o que ele sabia e tudo o que ele estudara sobre serpentes estava ali, em um relato bem humorado, instigante, do tipo que faz o leitor mergulhar no texto e não querer mais largar.
E foi assim, imerso na leitura, que os excursionistas o encontraram. Ninguém jamais soube explicar como o tsunami, contrariando todas as correntes marítimas, depositou Henrique em uma praia do norte australiano.

39 comentários em “De Eva a Asclépio (Sonia Rodrigues)

  1. Miguel Bernardi
    9 de janeiro de 2015
    Avatar de Miguel Bernardi

    No final do conto, temos uma frase que define perfeitamente a obra. Gostei muito! Tem referências à cultura pop (A Ilha), envolve mitologias, religião, em algo bem escrito e bem humorado. Não encontrei erros, o que me agradou muito!

    Não vou comentar muito pra não estragar, senão eu falaria por várias linhas… resumindo, eu amei o texto.

    Parabéns!

  2. Swylmar Ferreira
    9 de janeiro de 2015
    Avatar de Swylmar Ferreira

    Olá Joseph Campbell
    Seu conto tem boa estrutura, tem boa criatividade e trama interessantíssima. Usou linguagem objetiva sem rebuscamento facilitando o entendimento do leitor. O tema escolhido dificultou um pouco entendimento, essa mitologia ainda é um pouco desconhecida no ocidente.
    Parabéns!

  3. Fil Felix
    8 de janeiro de 2015
    Avatar de Fil Felix

    = ESTÉTICA/ TEMA = 3/5

    A escrita está bem corrida, em vários momentos percebi uma quebra grande de uma cena pra outra. Pode ser seu estilo, mas acho que acabou comendo algumas partes. Ah, e eu tiraria urgentemente aquele “e aí” do conto, fica muito deslocado. Mas em relação à temática, o foco até pode ter sido a serpente, mas meus pontos vão para o deus azul e a cena com ele, embaixo dágua. Por essa mistura toda, ficou interessante.

    = PESSOAL = 2/5

    Eu gosto de contos viajados, desses que vão mudando de cena a todo momento (adorei o conto do Akira no último desafio, por exemplo), mas aqui parece que faltou uma liga, ficou corrido demais. No início, a ideia da onda e do surf, achei meio off. Na parte do deus azul, como citei, foi o melhor momento. Por mim, poderia ter explorado aquela parte e tirar o momento didático ao fim.

  4. Laís Helena
    28 de dezembro de 2014
    Avatar de Laís Helena

    Não conheço a mitologia utilizada e talvez por isso o conto não tenha me envolvido da maneira devida. De qualquer forma, achei que as trocas de cenário foram explicadas de maneira um tanto apressada e confusa, de forma que soaram inverossímeis. Também não vi grande desenvolvimento dos sentimentos do personagem. Ainda que tenha sido um sonho, como o próprio protagonista acreditou que fosse, decerto se sentiria maravilhado, assombrado e até mesmo amedrontado diante do que via ou do que estava acontecendo.
    Além disso, o conto parece não ter um objetivo. Vishnu queria destruir as alterações que os humanos fizeram na ilha, mas em nenhum momento é explicado, por exemplo, o motivo de Henrique ter sido salvo do tsunami por Vishnu. O texto se assemelha a uma sucessão de eventos aleatórios, o que me levou a crer que Henrique realmente estava sonhando.

    • Campbell
      29 de dezembro de 2014
      Avatar de Campbell

      Laís, o motivo é explicado por Vishnu, Henrique não devia morrer, Vishnu até diz que o fez perder 3 voos e ele insitente, trocava a passagem.

      • Campbell
        29 de dezembro de 2014
        Avatar de Campbell

        insistente.

  5. JC Lemos
    26 de dezembro de 2014
    Avatar de JC Lemos

    Sobre a técnica.

    Muito boa! Gostei de como você soube conduzir e criar o belo universo. Esse tom hindu deu uma cara diferente ao conto. Fiquei contente de ter encontrado algo assim por aqui. Os diálogos ficaram bons e condizentes com as personagens que representavam. E gostei, em especial, da parte que narra a entrada de Henrique na morada de Vishnu. Fantástico!

    Sobre o enredo.

    Gostei demais. Essa história de náufrago lembrou-me um conto que li em minha primeira participação no EC. Mas sem toda essa fantasia. Como já citei, as imagens que você conseguiu criar foram muito boas. E apesar de achar, ali por perto do fim, a descrição um pouco complicada, no geral o conto me agradou muito. Gostei dessa coisa de troca de identidades. Quetzacóatl, a Serpente do Paraíso, Ouroboros, Jormungand… Ficou bem legal.

    Parabéns e boa sorte!

  6. daniel vianna
    25 de dezembro de 2014
    Avatar de daniel vianna

    Acho que influenciou um pouco, mas quando comecei a leitura estava ouvindo Yallah e, depois, Wah Wah, de Page e Plant, e todas essas imagens míticas vieram à minha mente (sente só o clima: http://www.youtube.com/watch?v=oQ0I04Qj6lE, kkkk). Pra mim foi que nem água pra tomar comprimido. Enfim, curti muito a história, viajei mesmo (não tanto como o Henrique, que, desconfio, fumou um baseado e viajou enquanto estava no avião, de tal modo que não sabia nem mesmo como chegou à Austrália (kkkk). Gostei das referências e achei realmente divertido. Abraço.

  7. Silvio Ferreira
    24 de dezembro de 2014
    Avatar de Silvio Ferreira

    Gostei
    Achei sua proposta ambiciosa, ambientando a jornada do pesquisador em cenários deslumbrantes (na minha mente), suas descrições me fizeram mergulhar em um mundo exótico, colorido e natural. Você é muito bom nisso!
    A apresentação do panteão indiano, não conheço muito bem, mas seu conto me deixou mais interessado no assunto.

    Não Gostei
    Por gosto pessoal, o excesso nas descrições. Por vezes, no meio da jornada, achava aborrecido, achava o texto carregado.
    Por vezes me senti perdido por estar entrando em um mundo novo (gostei disso), mas por outras, tive que reler pelas muitas referências colocadas no caldeirão.

    Parabéns,
    Abraços e Boa Sorte.

  8. piscies
    22 de dezembro de 2014
    Avatar de piscies

    TRAMA 3/5

    Para mim o conto foi uma viagem tresloucada cheia de nomes estranhos. Não conheço mitlogia oriental… mas vou tentar pesquisar sobre ela nos tempos vagos (que tempos vagos? rs).

    A trama é fraca. O texto se destaca mais pela narrativa da horda de criaturas fantásticas pertencentes a diversas mitologias diferentes, incluindo a cristã. No final, porém, fiquei com uma sensação de tempo perdido. Tentei várias vezes ver o conto de forma imparcial – retirando o fato de que não é o estilo que aprecio – e cheguei a conclusão de que falta um desenvolvimento maior do personagem e talvez na própria trama em si.

    TÉCNICA 4/5

    Muito bem escrito. Só não dei nota máxima na técnica por que parece que o autor começou a se descuidar no final, como que desejando logo acabar de escrever. O texto está quase impecável, salvo algumas falhas de digitação no final e um parágrafo IMENSO que é, na verdade, uma frase só! (“Antes que Henrique compreendesse e pensasse …).

    Boa sorte no desafio!

  9. Gustavo de Andrade
    21 de dezembro de 2014
    Avatar de Gustavo de Andrade

    Eu não curti muito o mash-up, não… (to me sentindo muito do contra nesse desafio). Claro, foram legais as óticas pelas quais você observou as mitologias, emprestando das análises de Campbell, mas por motivos de enredo, em si, achei meio pobre. Pareceu que a autora/o autor prestou muito mais atenção em cenário e sacadas interessantes (que de fato foram bem maneiros) que a um enredo compelente e inventivo. Novamente, foi notável o malabarismo e a colagem feita de diversas mitologias, mas me senti meio “mas e aí?” quando acabou o texto, sabe? Talvez pela excelência do cenário, a falta dessa espécie que falei de enredo ficou mais gritante.
    Boa escrita!

    • Campbell
      24 de dezembro de 2014
      Avatar de Campbell

      Sinceramente, Gustavo a sensação de se sentir meio “mas e aí?” foi o que eu senti quando recebi o tema ganhador! Eu jamais escreveria sobre esse tema, se dependesse de minha escolha. kkk

      • Gustavo de Andrade
        24 de dezembro de 2014
        Avatar de Gustavo de Andrade

        Entendo completamente… eu mesmo queria muito escrever sobre Realidade Alternativa. Bom desempenho no próximo! 🙂

  10. Letícia Oliveira
    21 de dezembro de 2014
    Avatar de Letícia Oliveira

    Um conto criativo, com alguns erros de digitação e gramática. O conto misturou algumas mitologias e religiões, e fez isso de forma original. Criou várias imagens poderosas e bonitas, que deixaram o conto com personalidade. O final foi menos criativo e satisfatório, não sei dizer por que. No geral, fiquei confusa porque tudo isso que foi abordado não é algo com que tenha muita familiaridade, exceto a história da bíblia. Um conto bom, apenas não acho que sou a leitora certa para ele. Parabéns.

  11. Eduardo Matias dos Santos
    19 de dezembro de 2014
    Avatar de Eduardo Matias dos Santos

    O texto é de uma leitura interessante, mas este modelo de antologia mitológica não me agrada muito. Boa sorte!

    • Eduardo Matias dos Santos
      25 de dezembro de 2014
      Avatar de Eduardo Matias dos Santos

      P.S. Eu gosto de kiwis

  12. Anorkinda Neide
    19 de dezembro de 2014
    Avatar de Anorkinda Neide

    Estou lendo aleatoriamente e sem comentar, por enquanto… mas aqui, precisei me manifestar…
    Gostei demais do conto tudo nele me é familiar e agradável..é aquilo.. um bom conto para o leitor certo.Meu mundo é bem assim, de sonhos lúcidos, ou quase e anotações deles. Gosto muito dos deuses indianos e Vishnu está soberbo em seu diálogo submarino. Parabens.
    A cobra está ótima tb e ser a mesma cobra mexicana faz todo o sentido com as várias simbologias mundiais para os mesmos seres e fenômenos espirituais,,, perfeito!

    Estava feliz da vida, com certeza de saber quem é o autor, e arriscando-me a palpitar que ele, o autor, queria mais caracteres para fazer um final mais impactante…hehehe
    mas num comentario, o autor ‘entrega’ uma dica de q é mulher, entao, meus palpites submergiram tsunami abaixo, e nao me deixaram em nenhuma praia conhecida.. 😛

    de qq modo, obrigada pela leitura!
    abração

  13. Douglas Moreira
    18 de dezembro de 2014
    Avatar de Douglas Moreira

    O conto é bem escrito e bem descrito. Há bastante pesquisa pelo que pude perceber. Mas acho que falta um clímax mais instigante. Algo que faça o meio parecer o meio não uma introdução. O texto não prendeu minha atenção por esse motivo.
    Boa sorte!

  14. Sidney Muniz
    17 de dezembro de 2014
    Avatar de Sidney Muniz

    Gostei do conto, sim é um bom conto!

    A trama é boa, nada de muita emoção ou ação, mas tem uma qualidade interessante, mesmo sem esses ingredientes ela conseguiu me prender.

    Como ressalva achei tudo meio morno, e algumas partes soaram elucidativas demais, como se fosse narrada por um professor.

    E o final, não sei, achei monótono.

    Eu gostei mas não senti o conto, como queria.

    Boa sorte e parabéns!

  15. williansmarc
    16 de dezembro de 2014
    Avatar de williansmarc

    Olá, autor(a). Primeiro, segue abaixo os meus critérios:

    Trama: Qualidade da narrativa em si.
    Ortografia/Revisão: Erros de português, falhas de digitação, etc.
    Técnica: Habilidade de escrita do autor(a), ou seja, capacidade de fazer bons diálogos, descrições, cenários, etc.
    Impacto: Efeito surpresa ao fim do texto.
    Inovação: Capacidade de sair do clichê e fazer algo novo.

    A Nota Geral será atribuída através da média dessas cinco notas.

    Segue abaixo as notas para o conto exposto:
    Trama: 7
    Ortografia/Revisão: 9
    Técnica: 8
    Impacto: 6
    Inovação: 7

    Minha opinião: Gostei dos personagens e do fim do conto. Mas acho que o inicio da trama deveria ser menos arrastado para dar mais agilidade ao texto, talvez começar já com o pesquisador vendo a tsunami seja algo interessante. Também gostei da escolha por uma mitologia diferente.

    Parabéns e boa sorte no desafio.

  16. rsollberg
    15 de dezembro de 2014
    Avatar de rsollberg

    Mais um conto que demonstra bastante pesquisa e nos brinda com boas informações.

    A estória é muito competente e os personagens interessantes.
    Nos traz uma nova – ou desconhecida – versão da origem dos homens. E ainda mescla com propriedade as criaturas e as culturas.

    Penso que em um espaço maior, a trama seria melhor desenvolvida, e as informações viriam de forma mais cadenciada. Ou seja, numa estória mais longa provavelmente o tom da narrativa seria muito menos didático.

    De qualquer modo, curti. Parabéns e boa sorte no desafio.

  17. Pétrya Bischoff
    15 de dezembro de 2014
    Avatar de Pétrya Bischoff

    Logo no emergir do cara no início do texto já imaginei que fosse daquele baita tsunami 😮
    Então… Gostei de muitas partes (como nas descrições de toda a viagem espiritual do cara, adoro viajar mentalmente com essas coisas) e a própria narrativa que aparece com maior evidência até ele submergir. Além de ter sido mais uma bem sucedida interlocução entre fatos históricos e fantasia. O que não gostei foram dos diálogos, achei pouco naturais.. e, infelizmente, da mitologia explorada.. mas isso é pouco relevante para minha avaliação, visto que é em função de gosto pessoal. De qualquer maneira, boa sorte.

  18. Jowilton Amaral da Costa
    15 de dezembro de 2014
    Avatar de Jowilton Amaral da Costa

    Gostei. Achei a condução do texto muito bem feita. E a aparição dos elementos fantásticos através de um delírio causado pela hipóxia decorrente do afogamento e interessante. Contudo, o final nos deixa a dúvida se o encontro foi mesmo um delírio de um cérebro com pouca oxigenação ou foi um embate real ei nsólito.

  19. Andre Luiz
    12 de dezembro de 2014
    Avatar de Andre Luiz

    O que este conto tem de inovador tem de fantástico com certeza. Ao contrário de outros contos do desafio que li até agora, este é o único agora que tratou de uma mitologia asiática pouco famosa – a indiana. Vishnu é simplesmente um dos seres mitológicos mais apreciado por mim ( e olha que sou viciado em Durga kkk), e digo mais, toda a história pareceu-me ainda mais brilhante do que já era. Consegui colocar-me no lugar de Lucas, fazer-me parecer com ele, sentir o que sentia. Juro. Também pesquisei sobre o fatídico dia 24 de dezembro de 2004, por causa da referência no texto. Curiosamente vi que é o exato dia em que um tsunami devastou várias áreas banhadas pelo Oceano Índico, incluindo a Tailândia e a própria Índia. Sendo assim, a ambientação fica consistente e o texto todo ganha muitos pontos a seu favor. Parabéns e sucesso no concurso!

  20. mariasantino1
    11 de dezembro de 2014
    Avatar de mariasantino1

    Ah! Também concordo. É um turbilhão de cores e imagens!

    Gostei do clima de cultura distante da minha, paisagens bem descritas e a algumas curiosidades quanto as alegorias bíblicas. Mas, como não entendi muito, nem vou me estender no comentário.
    Acredito que até já sei quem escreveu o conto, porque quase todas às vezes eu fico boiando sem saber qual é, e dessa vez não foi muito diferente, embora tenha curtido a beça as imagens, o arco-íris e animais exóticos.

    Abraço!

  21. Claudia Roberta Angst
    11 de dezembro de 2014
    Avatar de Claudia Roberta Angst

    Como outros aqui, gostei da sua releitura da Gênese bíblica. Ficou interessante e bem humorada. Acho que o autor poderia ter dado menos voltas no labirinto mitológico e assim “não morrer na praia”. Sempre acho que menos é mais. A ideia é muito boa e foi bem desenvolvida. Só eliminaria o excesso para tornar a leitura mais leve e cativante. Boa sorte!

  22. simoni dário
    11 de dezembro de 2014
    Avatar de simoni dário

    Você misturou paraíso, tsunami, serpente, livro, adão, Eva, deuses da mitologia Hinduísta (é isso?). Achei legal, mas tive que reler algumas partes para compreender tantas referências misturadas. Percebo que é um texto interessante, gosto da cultura indiana(e afins) e de praias paradisíacas, achei o conto fascinante em algumas partes (até lembrei do filme As Aventuras de PI, o menino indiano) e em outras meio cansativo.
    É bom no geral, mas não me cativou de todo. Já o autor é muito criativo e escreve muito bem.
    Parabéns e boa sorte!

  23. Ana Paula Lemes de Souza
    11 de dezembro de 2014
    Avatar de Ana Paula Lemes de Souza

    A execução do conto foi boa, tendo eu notado apenas um erro. No lugar de “cujo posse” o correto seria “cuja posse”.
    Embora seja uma boa história, não consegui me cativar por ela. A leitura foi pesada, arrastada, e em muitos pontos eu tive que reler pra retomar a trama.
    Gostei muito do pseudônimo, sou muito fã dos livros de Campbell. Gostei da figura fantástica ser Quetzalcóatl, divindade asteca, fugiu do lugar comum e deu um toque criativo e inovador ao conto.
    Boa sorte!

  24. Lucas Rezende
    10 de dezembro de 2014
    Avatar de Lucas Rezende

    Bom conto, divertido.
    O uso de uma criatura pouco conhecida foi muito inteligente, foge dos modismos. O texto flui bem e a mistura das mitologias foi bem bolada.
    Gostei.
    Boa sorte!!!

  25. rubemcabral
    10 de dezembro de 2014
    Avatar de rubemcabral

    Gostei da visão feminista e alternativa do mito da gênesis (judeu/cristão). Conto bem escrito e bem conduzido. Algumas informações sobraram: feito o número de vezes em que a palavra “mergulhador” aparece de início. Gostei também da ambientação tailandesa e do uso de uma criatura fantástica pouco conhecida, além da mistureba de mitologias.

    Obs.: Giro de 360 graus seria preferível ao de 180.

    • Campbell
      17 de dezembro de 2014
      Avatar de Campbell

      pertinente, anotado. grata pela sugestão.

  26. Brian Oliveira Lancaster
    10 de dezembro de 2014
    Avatar de Victor O. de Faria

    Gostei do início e do final, amarrando as pontas. Mas devo dizer que fiquei um tanto confuso no desenrolar dos eventos centrais. Os elementos estão aí, advindos de uma cultura bem diferente da nossa. No entanto, as ironias ficaram um pouco deslocadas no tema naufrágio, mas como tudo foi parte do delírio (ou não), tem seus motivos. Escrita competente, mesmo precisando de uma ou duas revisões gramaticais.

  27. Leonardo Jardim
    10 de dezembro de 2014
    Avatar de Leonardo Jardim

    Então, devo confessar que tentei ler esse texto ontem à noite, mas não consegui. Tive que tentar hoje novamente para chegar ao final. O final é legal, gostei da forma como reinterpretou a Gênese bíblica, mas o meio acabou se tornando uma longa e cansativa viagem psicodélica.

    Se eu puder dar uma sugestão, acredito que uma introdução, nos dando pistas de onde a viagem ia nos levar faria com que ela fosse mais interessante. Indicar o que o Henrique estava estudando e que tinha tido pistas e, só depois, vir o tsunami, ou algo do tipo. Bom, é só uma sugestão.

    Na parte técnica, encontrei apenas alguns erros bobos de digitação (“iinterrompeu-se”, por exemplo), nada grave.

    Enfim, gostaria de ter gostado mais que gostei, uma ideia que poderia ter sido melhor executada. Mas pode ter sido só coisa minha.

    Um abraço e boa sorte.

  28. Fabio Baptista
    10 de dezembro de 2014
    Avatar de Fabio Baptista

    ======= TÉCNICA

    Muito boa!

    Conseguiu empregar um ritmo cadenciado na história, com boas descrições e um sarcasmo bem dosado no deus azul submarino.

    Notei apenas um “cujo” no lugar de “cuja” e dois erros de digitação na mesma frase (um ii e um “bao” no lugar de “boa”).

    Achei apenas que poderia ter arriscado um pouquinho mais no humor e também enxugado um pouco a extensão.

    ======= TRAMA

    Gostei da história, mas só porque vários personagens legais aparecem nela.

    Não captei muito um enredo, um “fio da meada” por aqui. Os eventos vão acontecendo em uma sequência “aleatória” e o leitor vai surfando junto na onda.

    No final, acaba ficando meio que o insólito pelo insólito.

    ======= SUGESTÕES

    – Arriscar mais nas tiradas sarcásticas.

    – Focar mais na questão da história da serpente. A “verdadeira história” do paraíso. Mostrar algo nesse sentido, não apenas deixar no ar.

    ======= AVALIAÇÃO

    Técnica: ****
    Trama: ***
    Impacto: ***

  29. bellatrizfernandes
    9 de dezembro de 2014
    Avatar de isabellafernandes

    Achei legal você querer usar a mitologia, mas, para leitores mais incautos e despreparados, é como se a primeira metade do conto fosse um longo blá-blá-blá, já que não se faz ideia do que está acontecendo.
    Perdi-me muitas vezes na leitura. O final foi até legal, mas não gostei do conto no geral.

  30. Tiago Volpato
    9 de dezembro de 2014
    Avatar de Tiago Volpato

    Bom texto. Achei a leitura um pouco pesada, o que me distanciou do texto um pouco. Mas é uma ótima história.

  31. Ledi Spenassatto
    9 de dezembro de 2014
    Avatar de Ledi Spenassatto

    No seu conto, precisei reler muitos parágrafos, para encontrar de novo o fio da meada. Nada de mais, faz parte de muitos bons livros, essa técnica de releitura, para o melhor entendimento sequencial da história.
    Não me fascinou o tema, não prendeu meu quê de desvendar novas descobertas.
    Fique a deriva da sua mensagem!
    Um abraço.

  32. Virginia Ossovsky
    8 de dezembro de 2014
    Avatar de Virginia Ossovsky

    “Um relato bem humorado, instigante, do tipo que faz o leitor mergulhar no texto e não querer mais largar”. Essa frase resume o que achei do conto! Cheio de frases que fazem rir e pensar ao mesmo tempo. Maravilhoso, adoro mitologia oriental e sonhos! Parabéns e boa sorte !

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Publicado às 8 de dezembro de 2014 por em Criaturas Fantásticas e marcado .