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Detox Literário.

(Relevâncias Desventurosas aos Envolvidos) – (Gustavo Andrade)

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O cheiro azedo que exalava da boca de Léia – enquanto testava seu hálito e recolhia as coisas (e pessoas) quebradas do chão – não lhe era tão surpreendente quanto algumas mensagens em seu celular: os filhos da puta da Vogon Äuslander Baumeisters tinham chegado – sorrateiros, como os porcos capitalistas apáticos que eram – de madrugada pra demolição.

“Filhos da puta”, ela, redundante, pensou. “Por que fui inventar de encher a cara ontem?”

Não podia cuidar da limpeza da casa, então rabiscou um bilhete rápido:

“TIVE Q IR P O CENTRO. TÃO DEMOLINDO O CINEMA. NÃO DEU TEMPO DE LIMPAR NADA, PQ SE Ñ OS FDP VÃO DESTRUIR TUDO. QUEM PUDER PF DÁ UM TAPA NA CASA, PELO MENOS LIMPA OS GORFO.

PS: DEPOIS COLEM LÁ PERTO DO CINEMA. VAMO BARBARIZAR OS FDP

 

Ao que Léia recolheu algumas coisas na bolsinha (celular, os Tridents que sobraram e a carteira) e, sem banho nem nada, brilhou seu vestido colorido – e manchado nas costas, mas não tinha como ela saber – pela rua, embarcando em um dos ônibus da Viação CondadoMS, entitulado “01  Centro”.

“Merda. Será que eu escondi direito o revólver do meu pai, ontem?”

 

Como uma menina ariana que sempre sonhou em ser mãe e fez sexo pela primeira vez (claro, casada com um bom homem puro), Pr. Alexandre DeLarge observava – sempre calmo – as ferramentas metálicas gigantes e destrutivas que quebravam aquela paisagem para que surgisse, como uma fênix abençoada, o primeiro Templo Transfísico Heptagonal do Senhor (ou “Igreja” para a maioria dos que iriam ao culto). E Pastor Alex estava satisfeito.

O concreto do que antes era um conjunto (o único da cidade) pequeno de salas de projeção, agora se transformava em pó e matéria prima para que Deus pudesse trazer vida àquele local tão perdido e obscuro. Graças ao Pr. DeLarge, a Santa Providência poderia finalmente trazer iluminação divina ao pequeno povoado de Condado, uma cidade esquecida do – igual e conscientemente deixado de lado pelo governo federal – Mato Grosso do Sul. E a curva que seus lábios faziam para trazê-lo um sincero sorriso era uma meia-lua que, se um tantinho mais perfeita, assustaria uma criança mais desavisada ou um idoso menos sábio.

Fosse através do pesar ou do êxtase, o que importava naquele instante a DeLarge não era morte, supremacia ou luxúria: era a presença da Palavra Divina… e ela viria.

Logo, seu fiel amigo Roberto Carlos (que, curiosamente, não era jogador nem cantor, mas fazendeiro e dono da empresa que estava realizando aquela obra, além de uma ou duas dúzias de camponeses escravos) se aproximou, querendo puxar papo:

—  Não é bunito, vê essas coisa tudo caída pelo chão? Acho mais gostoso que o diabo sentí as bola gigante batendo na parede e quebrando, tudo pó…

—  Não, Beto, poxa. Nunca é belo ver as coisas se acabando. A morte, de qualquer forma, é sempre algo cruel – respondeu, sereno, e seu sorriso de repente nunca existira. – e essa violência, não nos faz bem exaltá-la. Se tem algo que me faz bem é saber que minha missão finalmente terá início, que através desse pó todo virá algo de bom, para que então ao pó retorne, no futuro.

—  Sei, sei. Só vê se não esquece dos amigo, hein? Vô lá dá uma chapescada no pessoal pra vê se num tem ninguém brincando de vagabundo, não.

Pr. Alexandre sabia que, com o salário que eles ganhavam por hora, era mais possível que estivessem fazendo francesinha nas unhas do dedão do pé (ou algo igual e horrivelmente homossexual) do que deixando de trabalhar. Diferente do que Beto Carlos acreditava, ninguém sobrevivia com um Bolsa Família, não, nem com o salário da Baumeisters – mesmo que nunca duvidasse da capacidade dos afrodescendentes de serem preguiçosos ao extremo. Sabia o pastor, também, que a sugestão aparentemente companheira do amigo era, na verdade, uma lembrança de parceria. Roberto só concordara em fazer a obra sem nenhum dinheiro adiantado depois de eles terem tratado e assinado vários papéis, porque sabia que “Pastor, ainda mais em cidade pequena, ganha dinheiro que é uma desgraça”. Era um bom amigo, provado pelo tempo em que abrigara Alex quando este chegou à cidade, que só sairia da casa quando possuísse uma renda fixa – quando fosse fundado o Templo. Assim, com as coisas combinadas, se alguém perguntasse, o empresário e ex-deputado era, na verdade, Pastor Beto. Era o mínimo que Alex podia fazer após tudo que o bom homem fizera por ele, por mais que fossem atos com algum fundo de culpa e retribuição (os de Beto).

 

(Precisa e exatamente) como uma menina que, após a preguiça burguesa quanto à catalisação política, vê-se como “cidadã de um mundo sujo e impossível de ser mudado” (palavras próprias), Léia era uma artista. Os gritos que desferia contra o prepotente e arrogante pastor eram intensos como seus poemas, declamações e excertos de livros (nunca terminados), que, juntos aos infinitos rascunhos e desenhos em um caderno do Greenpeace com a capa do cartaz de O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, comoviam e iluminavam as festas intelectuais regadas a coquetéis (Balalaika com Tang) e itens esotéricos (maconha e, muito ocasionalmente, Delysid), consagrando-a como Melhor Artista do Grupo – não que houvesse alguma outra ou outro.

—  Mas, menina – Léia odiava o sorriso prepotentemente perfeito do dito “servo de Deus”, com sua pose ereta e seus cabelos e olhos claros –, isso tudo já foi acertado. Tem licença da prefeitura, os projetos todos, as assinaturas, estão todas aqui. Você não pode me acusar de irregularidade, nem de irresponsabilidade. Agora, se sua crítica vai por outro viés, como eu vejo que está indo, no do “acesso à cultura” – complementou, fazendo aspas com os dedos – ou lazer para os jovens, saiba que não há nada que emancipe mais o jovem que uma boa ida a um culto que ilumine sua alma.

—  O senhor só pode estar de brincadeira! É claro que tá tudo certo, dos contratos. Você, o seu Carlos e o prefeito são que nem feijão com arroz! Agora, é o meu direito como cidadã da cidade vir reclamar. E não sou só eu! – disse, olhando ao redor. Era, ao menos naquele momento, de fato, só ela. Trazia uma graça meio bucólica à cena, o que a fez pensar em alguns filmes de comédia alemães, mas não era tempo de risadas. – De um jeito figurado, tá. Não sou só eu que acho esse projeto meio roubada.

—  O cinema estava quase abandonado, você sabe disso… Não faz sentido vir reclamar sobre a destruição de algo que os próprios cidadãos não usavam.

E ela sabia. Havia anos, a maior bilheteria do cineminha fora com algum filme nacional de comédia qualquer, bem sexista e homofóbico – como todos daquela laia eram. E “maior bilheteria” significava metade de uma das três salas completa de pessoas, enquanto em uma delas os amigos de Léia assistiam O Estudante de Praga e, na outra, o operador do projetor assistia alguma das diversas versões de Centopeia Humana com os colegas da FAMC (faculdade da cidade).

—  De qualquer forma! A gente tem o direito a algum lazer, qualquer que seja!

—  Pois já não bastam as inúmeras festas e vandalismos que vocês, moleques todos, fazem ao redor da cidade? – desafiou o pacífico pastor, mudando sua face a uma irascível indignação. Léia não teve tempo de reconhecer qualquer traço daquela face perversa, uma vez que logo se aproximava Beto:

—  Léia, minina! Tá atazanando o pastor, já, a essa hora da manhã? Dêxa ele, deixa. Não tem nada que cê vai poder falar pra ele, aí só você e ele, que ele já num tenha ouvido, mesmo. Passa disso, vai dá uma estudada, sai da cidade se cê desgosta tanto daqui. Mas dêxa a gente que tá fazendo trabalho, quieto. – Roberto Carlos dirigiu as mãos abanando em sua direção para espantar a menina, como quem chispa um cachorro feio.

Léia quis responder à altura, mas logo o pastor disse que precisava cuidar de assuntos em sua casa. Inconformada, tentou dirigir-se ao fazendeiro, que também tinha aparentes coisas mais importantes para cuidar – como, por exemplo, xingar alguém ou abusar (sutilmente, claro, afinal era das figuras públicas mais influentes de Condado) verbalmente de alguma transeunte.

Então, desgostosa e irremediavelmente inconformada, pairou languidamente, observando. As ruas pequenas e estreitas do centro histórico lhe faziam pensar o que aquela cidade representava no mundo: todas as coisas ruins que aconteciam pelas esquinas e gabinetes pouco importavam para quem era de fora. Mas Léia esclarecia-se quanto a qual era de fato o problema: quem era de dentro também não ligava. As mães que reclamavam do preço do tomate; os pais que limitavam sua missão na vida a basicamente trabalhar, levar o filho mais velho ao puteiro e cuidar para que sua filha só perdesse a virgindade depois dos dezoito; os filhos, propriamente ditos, que pela falta de rituais de transição e ingressão a (qualquer tipo ou piada que fosse de) uma sociedade adulta, eram socialmente obrigados ao consumo de entorpecentes e a transgressões, para se sentirem vivos e vivas por no máximo uma década, tornando-se, enfim, mães e pais… todos esses integrantes motrizes de uma pequena cidade. Da cidade que sempre fora de Léia.

Sob outro ponto, nada que acontecera no mundo afetava, de fato, Condado. Talvez as tecnologias tivessem desempenhado algum papel na modernização da cidade, mas – Léia sabia – “modernização” e “progresso” não significavam, de fato, mudança. Quaisquer eventos grandes – como os assassinatos históricos, que marcaram o início e o fim da Grande Guerra (o começo pela morte do arquiduque Ferdinando por um grupo terrorista durante um baile, e o fim pelo assassinato do Führer em um cinema francês) – não mudavam em nada a mentalidade dos habitantes locais.

De repente, Léia viu-se sob toda aquela jovem revolta e poesia – e, como sempre, havia simplesmente uma órfã.

 

A má vontade com a qual os homens conduziam o trabalho, quebrando parede como quem esfaqueia a própria filha, desconcertava Roberto. Afinal, o rico e humilde patrão não estava assalariando aqueles jovens e adultos negros por piedade – uma vez que não era dessas coisas –, mas por necessidade: maior a velocidade com que o Templo Transfísico Heptagonal do Senhor (ou, a Beto, “Igreja”) fosse construído, maior seria a rapidez da chegada do dinheiro que ele receberia junto a Alex, seu antigo aliado. Gritou:

—  Ô, suas cambada de trouxa, vão ficar nesse ânimo? – todos olharam para ele com feições de ódio misturadas a expressões físicas de vergonha. Não eram muitos, os donos de empresa que verificavam o trabalho das classes operárias mais baixas, como os pedreiros, mas Beto não dormia no ponto. Sabia que se fosse deixar o trabalho de gerenciamento para seus subalternos diretos ou os subalternos diretos destes, ia ser vagabundo cuidando de vagabundo. – Vai, pessoal, que eu não vou pagá a mais se cês ficarem enrolando não! Já não me basta ter tido que praticamente implorar procês trabalhá – o que era verdade, pois eles achavam um absurdo trabalhar sob o salário da Baumeisters sendo que podiam ficar em casa só transando e assistindo novela com o salário da Dilma… aqueles pretos eram naturalmente vagabundos, Carlos sabia, igual àquela menina Léia. Mas ele tentava ajudá-los de todas as formas… ah, tentava! –, agora tenho que ficá de babá? Pelamor!

O mestre de obras chegou perto de Beto, para confrontá-lo:

—  Olha, senhor, a gente tá fazendo o melhor aqui. Eles tão trabalhando direto já faz tempo, bem mais de oito horas por dia, o senhor sabe. Não dá pra acusar eles de corpo-mole, de vagabundagem. Olha: – apontou a um dos que estavam batendo com vigor em uma parede que continha os contornos do vidro que um dia portara um cartaz do Titanic. Seu corpo se esforçava mais a cada batida, e podia-se ver em seu rosto que estava prestes a desmaiar. Mas não era desculpa. – é cansaço, senhor. – ele esperou a reação de Roberto, que o encarava ferozmente, sem soltar uma palavra. Ao constatar resposta alguma, insistiu: – Será que não é melhor deixar eles de folga, um dia, pra voltarem amanhã com mais disposição?

Aquilo era a gota d’água. Beto se aproximou do ouvido do homem, e sussurrou, sem medo das consequências – afinal, para todos os efeitos, em Condado, o ex-deputado, fazendeiro e empresário Roberto Carlos era a consequência:

—  Cê tá achando que é o quê, seu pretinho? Cê não me vem com esse papo não. Cê não me vem com essa tua merda de papo. Cê vai falá pros seus homem tudo fazer o trabalho direitinho, sem folga, sem régua, e, agora, sem um dia de salário. Tu não vale nada a mais do que eu cago na privada, cê sabe, né? E vê se não fala mais nada pra mim. Não te dirige pra mim direto, não. Manda alguém falá, porquê não quero mais cheirá esse seu bafo.

Roberto sabia que, se ousasse insinuar alguma coisa daquelas pra alguém de uma cidade maiorzinha, ia chover processo nele. Ele, no fundo, sabia que aquele tipo de resposta era megalomaníaco e agressivo demais para manter o poder… se fosse outra cidade. Ali, era como um esporte intermitente – como uma inconstante (afinal, também não podia abusar muito) mas necessária auto-inflação de ego e influência.

Beto Carlos virou as costas, e só voltaria à construção novamente no dia seguinte. Perdeu o ânimo com aquele desaforo: a menina, a Léia, pelo menos tinha a desculpa dos pais mortos pra ser uma vadiazinha que não sabia de nada da vida. Mas agora, aquele homem que mal comia que nem gente, e que, se não fosse por Roberto, estaria ainda mais fundo na sujeira… de onde ele tinha tirado a ideia de que se podia questionar o chefe dele – ou, pior, o homem que assinava o salário do homem que mandava no setor do homem que era chefe dele?

 

A sujeira infinita que poluía a grande casa de Léia era previsível: ela não devia ter contado com o fato de seus amigos terem disposição e compaixão para limparem a casa onde beberam, fumaram, transaram e dormiram. Ela, por sua vez, estava ainda menos disposta: além de ter tido uma das discussões mais frustrantes de sua vida, descobriu – ao tirar o vestido, a primeira coisa que fizera ao chegar na antiga residência de seus pais – que estava andando com uma mancha ridicula pela rua, o dia inteiro. Também não limparia a casa naquela noite. Felizmente, constatou ao menos que havia escondido corretamente o revólver que seu pai guardava para proteção.

Sentou-se na frente do computador, pronta para escrever um artigo para o jornal sobre a demolição do cinema, a construção da igreja e como toda a história da laicidade do Estado era simplesmente um papo furado. Mas logo digitou algumas palavras, inseriu algumas figuras, e viu-se cansada. Simplesmente cansada. Era algo que lhe acontecia frequentemente após o atentado: uma desmotivação intensa, e uma espécie de transcendência ao ridículo do mundo.

Em poucas semanas, seriam completados cinco anos desde que seus pais foram assassinados.

Havia metade de uma década, Léia esperava o ônibus de seus pais chegar de Campo Grande, onde haviam ido para processar alguém. Eram ativistas ambientais, e extremamente preocupados com sigilo: não contaram sequer a Léia os motivos do processo, mas o jornal não fora incompetente em informá-la o que lhes houve, no dia seguinte. Na manchete, lia-se: INTEGRANTES DO GREENPEACE MORTOS EM ATENTADO, QUE DEIXOU NOVE VÍTIMAS”. As outras sete pessoas que haviam morrido eram todas, como os pais de Léia, negras: os Gloriosos – de nome inspirado, mas diametralmente opostos ao grupo responsável pela morte do facínora Adolf Hitler em Paris –, após o ataque, foram condenados a um mísero biênio de sentença. Não fosse a violência e sanguinolência gratuitas do ocorrido, Léia facilmente desconfiaria de alguma espécie de atentado especifico contra seus pais (pois não seria a primeira vez em que eles eram ameaçados por ultrapassarem algum limite em suas movimentações políticas).

Mas era passado, e ressentimento não a faria continuar com a vida. Claro, tudo estava bem mais simples do que era próximo à ocorrência do acidente: a Melhor Artista do Grupo já pensara em cometer suicídio, nos momentos mais sombrios, similarmente a algumas protagonistas de alguns filmes mais melancólicos – os favoritos de Léia. No entanto, ela descobriu, após enveredar-se mais através de livros, revistas e jornais, que talvez o ideal não fosse que morresse. Morta, não poderia fazer qualquer diferença que seus pais se empenhavam a fazer, então vivia… mas, tanto quanto desfalecida, a menina percebeu que vontade e prática eram magistérios completamente independentes. Enquanto manobrava horários para conseguir ganhar dinheiro com aula particular de francês, escrita de artigos freelance e mais o que fosse, estudava para ser aprovada no curso de Artes Cênicas. Não sabia de que faculdade, só que queria uma distante e, mais que isso, que simplesmente não fosse da Faculdade Municipal de Condado (que, afinal, nem oferecia qualquer curso além de Psicologia, Medicina e algumas engenharias). No final das contas, se esforçava para mudar a si própria, somente… até que começaram as obras de demolição do cinema da cidade.

Aquelas salas de projeção eram o santuário cultural de Léia e de seus círculos sociais, e destruí-lo era como roubar uma parte da carne da menina. Tantos beijos, brigas e bebedeiras aconteceram por lá – dentro e fora das telas – que Léia sentia-se como um produto psicológico daquilo que presenciara pelas telas. Não era somente alguém, era uma personagem.

A dificuldade máxima, para ela, era descobrir de qual filme. Mas não podia se deixar levar pelo negativo que a cercava, mesmo quando aquele negativo era um pastor alto e loiro, de olhos azuis, que daria um ótimo protagonista em Hollywood.

Léia nunca vira Pastor Alex em público até aquele dia, e ele lhe parecia um tanto familiar, principalmente ao expressar a raiva. Refletiu sobre aquilo em sua mesa, e pôs-se a pesquisar um tanto mais sobre Alexandre DeLarge.

 

Alexandre estava nu, admirando-se contra o espelho de seu quarto – mais justamente, quarto de hóspedes de Roberto Carlos, do qual ele se apropriara por uso constante já havia quase três anos. Era um amplo e bem mobiliado cômodo, inserido em uma ampla e bem mobiliada casa: longe das fazendas e da central da empreiteira de Roberto Carlos, a casa era uma ilha em um deserto de mato, no coração do cerrado. Somente instruções precisas levariam àquela residência, e, mesmo se alguém chegasse lá por acidente, seria logo espantado ou esterilizado.

O corpo do pastor demonstrava um vigor jovem, o mesmo de suas épocas mais rebeldes. Transformara-se de arruaceiro em carcereiro, e de carcereiro em pastor – de uma maneira tão simples e orgânica que tampouco ele próprio saberia explicá-la. Acolhido por Beto logo após ter sido libertado, Alex a cada segundo felicitava-se por estar onde estava. Aliado ao político mais poderoso da região, e com o prospecto de enriquecer-se ele próprio (talvez, inclusive, substituindo o mentor no papel público), deixara de questionar-se sobre sua sorte desde… sempre.

Os volumes empoeirados em sua estante, os quais ele herdara de seu avô, eram relíquias filosóficas e espirituais. Ele, logo jovem, aprendera idiomas europeus a fim de compreender os escritos de Nietzsche, Webber, Marx (muito embora detestasse a inocência do comunismo, admirava-lhe a precisão com a qual o sociólogo analisava a História) e tantos outros que lhe explicavam como a vida era, de fato.

E era um tanto miserável, ele também concluíra. Assim, viu-se, jovem, na escolha que tanto era dilema na vida juvenil: ignorar os contratos sociais e agir – por conta própria ou com um grupo igualmente egoísta – por prazeres imediatos e intensos; ou tentar trilhar o caminho que mais ajudasse o maior número de pessoas.

Não hesitou nessa escolha. Findou-se por ter inspiração com seus avós, que, segundo eles próprios, haviam presenciado a morte do Führer em pessoa.

Estavam na plateia do cinema onde o grupo de judeus ratos e sujos tinham executado seu plano elaborado – arquitetado com o intelecto que só as sarjetas de onde haviam vindo poderiam semear – para assassinar o grande líder, e fortunadamente saíram vivos da matança. Formaram, na Alemanha pós-nazista, os Ruhmreichen (”Gloriosos”, em contraste com o nome do grupo judeu, “Bastardos Inglórios”), e caçaram grupos anti-nazistas juntamente a outros militares – estes forçadamente aposentados após a invasão americana nas terras germânicas, que avassalaram o pais sem líder. Com a economia afundada, baseada na importação de produtos estadunidenses, era uma Alemanha mais fragilizada que aquela antecedente aos conflitos.

A rede de ações dos Ruhmreichen culminou no assassinato serial dos próprios Bastardos, mas a notoriedade desse ato – visto que o time de ratos era consagrado como heroico e idolatrado pelos americanos e quem mais sugasse da teta deles (ou seja, a maior parte daquela troça de Alemanha) – forçou-os a trilhar caminhos para longe de tudo aquilo. O destino final dos avós de Alexandre acabou por ser o Brasil, e instalaram-se na capital de um dos estados do Centro-Oeste: o Mato Grosso do Sul. O fim do casal, com isso, era de nem se desprenderem do meio urbano (decrépito que fosse), nem terem de se preocupar em manter qualquer aparência – afinal, eram tipos de pessoas que não se importavam com passado algum que não fosse a traição do vizinho, o filho do primo que passou na USP ou ignobilidades do gênero.

Levaram vidas pacatas, tendo chegado em Campo Grande já com filho pequeno – o pai de Alexandre, quem este deixara para trás na cidade natal de Brasília após diversas visitas aos avós. Os idosos, carteiradamente larápios, cozinhavam na cabeça dele ideologias odiadas por seu progenitor. Estes conflitos culminaram na constatação, por Alex, que aquele que fecundara sua mãe era tão fraco quanto seriam as vítimas de seu grupo libertador, inspirado no de seus avós – mas aquilo eram resquícios de um passado mais jovem e arrogante, que não deveriam ser lembrados pelo bom cristão.

Até que bateram à porta.

—  Entra. – convidou ele, confuso. Podia ser Roberto que acabara de chegar da cidade, mas ele não costumava conversar com Alexandre antes da janta.

Era a garota moreninha daquela manhã.

—  Pastor Alexandre? Preciso falar com o senhor. – começou a menina, desprendida. Alex achou aquilo um ultraje: não era comum que chegassem à residência de Roberto, por motivos óbvios. Ainda, que se sentissem bem-vindos!

—  Espera, garota. Como você chegou aqui?

—  Google Maps. Então, é o seguinte: você sabe me indicar uma boa universidade de Campo Grande?

—  Como assim? – Pr. Alexandre estava incrédulo. O que estava havendo?

—  O senhor morou lá, não morou? – ela indagou, retirando alguma coisa do bolso. Era uma folha de papel. – Olha, aqui. – ela disse, apontando no que aparentemente era um boletim de ocorrência. Mais cuidadoso (e confortável pela visão de quem acabara de chegar), Alex analisou e constatou que era, de fato. Contra ele, com o seu antigo nome escrito. – Seu filho da puta.

Ela retirou um revólver do bolso, e…

bang.

 

Parecia, a Roberto, que até o sangue daquela gente escorria sujo. A menina segurava um papel com o nome antigo de Alex – nome este que Roberto assegurara que fosse apagado da existência.

A família de Léia insistia em encontrar sujeira no trabalho agrário do ex-deputado, e houve um infeliz – infelicíssimo! – dia em que encontraram. A partir daí, a medida óbvia para que ninguém desse bola para o que os dois achavam ou desachavam sobre o modo como Beto conduzia o trabalho fora, infelizmente, acabar de vez com o problema. E aí onde entrara Alex.

Beto era um bom homem, e não deixaria de sê-lo aos seus cães – eles logo teriam uma ótima e única janta. O ex-deputado, fazendeiro e empresário Roberto Carlos largou o revólver que segurava, sem trocar além de um olhar com Alex, e assistiu deliciosamente enquanto Léia se debatia contra a morte.

 

Enquanto a carne da Melhor Artista do Grupo chocava-se contra as mandíbulas de mastins napolitanos, o mundo não se enterneceu – e permaneceu.

Frustrada, entrou na casa que herdara dos pis

50 comentários em “(Relevâncias Desventurosas aos Envolvidos) – (Gustavo Andrade)

  1. Jefferson Reis
    17 de novembro de 2014
    Avatar de Jefferson Reis

    Apesar de todas as referências a filmes e a questão da demolição do cinema, o conto não se enquadra no tema do desafio.

    Bem escrito, com certeza, mas não prendeu minha atenção. Talvez seja porque não é o estilo que costumo ler.

    Geralmente gosto de muitas informações, mas dessa vez ficarei na turma do “tem coisa sobrando aí”.

    Gostei do cenário, uma cidadezinha no meio do cerrado.

  2. Andre Luiz
    17 de novembro de 2014
    Avatar de Andre Luiz

    Primeiramente, meus critérios complexos de votação e avaliação:
    A) Ambientação e personagens;
    B) Enredo: Introdução, desenvolvimento e conclusão;
    C)Proposta: Tema, gênero, adequação e referências;
    D)Inovação e criatividade
    E)Promoção de reflexão, apego com a história, mobilização popular, título do conto, conteúdo e beleza e plasticidade.
    Sendo assim, buscarei ressaltar algumas das características dentre as listadas acima em meus comentários.
    Vamos à avaliação.

    A)Não vou me ater aos comentários anteriores, contudo, senti-me cansado lendo o conto. Não porque foi o último, mas porque senti que tudo se arrastou por um momento. Os personagens são excelentes, no entanto. Criam empatias no leitor que o faz querer prosseguir.

    B)O enredo, como já disse, é um pouco lento, mas os personagens compensam a monotonia. A conclusão também é diferente, visto que me remete ao caso Eliza Samúdio(sim…) e isto me deixou realmente intrigado.

    Considerações finais: Uma boa história, com uma trama concisa, porém poderia ser um pouco compactada. Além disto, deixaria mais claro as trocas de personagens e as relações entre eles. No mais, tudo nos conformes. Parabéns e boa sorte!

  3. Willians Marc
    17 de novembro de 2014
    Avatar de Willians Marc

    Ultimo conto que eu comento e parece que estou cansado.

    Não consegui gostar do conto, achei lento, cansativo e com vários excessos. Gostei da personagem Léia e de como os pontos de vista foram separados por símbolos (algo que provavelmente eu copiarei, haha). As referências contemporâneas ao whats app e google maps também me agradaram muito.

    Tendo em vista que outros autores/leitores experientes adoraram o texto em questão, peço que desconsidere as minhas criticas, talvez eu não pertença ao seu publico alvo de leitores e não tenha maturidade suficiente para ler um texto desse nível.

    Parabéns e boa sorte no desafio.

    • Sin Aim Ethic
      17 de novembro de 2014
      Avatar de Sin Aim Ethic

      Imagina, impossível essa sua auto-subestimação! Considero suas críticas à altura que considerei as outras, e também levo em conta (peço que você também leve) que este conto pode ser meio barra pra ler por último. Embora o companheiro imediatamente abaixo tenha achado o contrário, as características funcionam diferentemente para cada leitor, sim, sim. Fico feliz que tenha gostado dos elementos que pontuou, e o cansaço proveniente da leitura deste conto não foi um fator levantado só por você, não. Será atendido, e não subestimo seu ponto de vista por achar-se um leitor menos “experiente” que qualquer um abaixo. O texto tem que funcionar no plural, e não no singular.
      Abraço!

  4. Wender Lemes
    17 de novembro de 2014
    Avatar de Wender Lemes

    Seu conto foi o último que li deste certame. Foi um belo fechamento, principalmente pelo soco no estômago que você construiu, regado de humor irônico – extremamente ácido. Em algumas passagens, notei certa vontade de “caprichar demais”, o que pode dificultar a leitura – digo porque é um mal do qual eu também padeço e sei que é difícil de medir. De qualquer forma, tornou-se um dos meus favoritos. Parabéns e boa sorte.

    • Sin Aim Ethic
      17 de novembro de 2014
      Avatar de Sin Aim Ethic

      Fico feliz! 🙂
      Quanto à questão do “capricho demasiado”, é de fato um empecilho pra mim, às vezes. Tento me fazer compreendido ao mesmo tempo que pretendo não elitizar o texto, e me confundo no meio do caminho rs. Um ponto que continuará sendo trabalhado, com toda a certeza! 😉

  5. rubemcabral
    17 de novembro de 2014
    Avatar de rubemcabral

    O conto é muito bem escrito e a narração e o mote são ótimos. Achei um tanto estranho a demolição do cinema, visto que quando viram templos eles são apenas reformados e não postos a baixo.
    Gostei das críticas, do racismo/elitismo do Roberto Carlos, da inocência de Léia. Achei o final, surpreendente, um tanto abrupto. Em especial como a mocinha entrou na mansão apenas guiada pelo Google Maps.

    • Sin Aim Ethic
      17 de novembro de 2014
      Avatar de Sin Aim Ethic

      A demolição per se foi mais pela imagem formada, embora eu realmente não tenha pesquisado fundo sobre o assunto e nem me passou pela cabeça que as construções são reformadas para construírem um templo… Agradeço! 😉

  6. JC Lemos
    16 de novembro de 2014
    Avatar de JC Lemos

    Olá, tudo bem?

    Bem narrado – e com um enredo interessante -, mas tem tanta pausa, né? haha
    Acho que isso foi o que me incomodou no texto. Acabaram travando um pouco a leitura. Ainda mais em um domingo, onde o frio penetra nos ossos e só um edredom dupla face é capaz de sanar essa sensação gélida.

    O autor realmente mostra bom domínio da escrita. Trabalhou bem o enredo e soube quando colocar as informações. Gostei muito, particularmente, do final. Não esperava essa coisa bem visceral. As personagens ficaram bem criadas, também. Ficou bom o que você fez aqui.

    Quanto a frase no final, acontece.

    Parabéns e boa sorte!

    • Sin Aim Ethic
      17 de novembro de 2014
      Avatar de Sin Aim Ethic

      Ora, estou bem, sim. Nossos Condados, nem tanto…
      Agradeço as observações! Juro de pé junto que atentarei à diminuição de alguns elementos e as arestas serão bem aparadinhas, mais tosadas que os mastins. 😉

  7. Gustavo Araujo
    16 de novembro de 2014
    Avatar de Gustavo Araujo

    Confesso que é difícil comentar um conto como este. A habilidade do autor é espantosa. Dá para perceber que faz o que quer com as palavras, que tem total controle da situação. Sabe aquela maldição que acompanha os escritores de modo geral, de que os personagens e o fio condutor se rebelam demandando a modificação do que se havia concebido no início? Pois é… Não acontece aqui, rs Do início ao fim o autor mantém a mão firme, nos conduzindo por uma trama versando sobre mesquinhez, idealismo e corrupção – ainda que o excesso de explicações ou comentários paralelos, às vezes sem qualquer ligação com o que está acontecendo, incomode um pouco.

    É um conto travestido de forte crítica social, muito embora possa despertar indignação e discordância por parte de quem lê. É um texto que faz pensar e essa é uma qualidade enorme, isto é, não é um conto instantâneo, desses que a gente esquece no momento seguinte. Ao contrário, apropria-se com inteligência de acontecimentos mundanos verdadeiros e também de outros, ficcionais. Nesse sentido, creio que a narrativa se afastou um pouco do mote do desafio, já que apenas tangencia o tema. A mera alusão ao assassinato do Hitler, para beber na fonte de Bastardos Inglórios, me pareceu dispensável. A história do cinema demolido em favor de um templo evangélico poderia aludir a qualquer filme, na verdade. Ou, o que seria melhor, a filme algum. Do jeito que ficou, pareceu apenas uma maneira de encaixar o texto no tema proposto. Claro, posso estar errado, mas foi o que me pareceu.

    Quanto à gramática, não há muito o que dizer. É impecável. Não observei erros maiores, à exceção da tal “última frase”.

    De qualquer forma, um belo trabalho. Parabéns.

    • Sin Aim Ethic
      16 de novembro de 2014
      Avatar de Sin Aim Ethic

      Fato! Pensei antes na história pra depois imaginar como encaixá-la no tema. Interpretei a demolição do cinema como “qualquer coisa ligada ao universo cinematográfico” (paráfrase), como diz no regulamento, mas entendo completamente como possa ter parecido forçado ou um truque meio sujo.
      Agradeço!

      • Gustavo Araujo
        16 de novembro de 2014
        Avatar de Gustavo Araujo

        Eu não seria tão radical nesse julgamento. Jamais consideraria um truque sujo, rs É natural que tenhamos a ideia e depois tentemos adaptá-la ao tema. A adequação dependerá sempre dos olhos de quem lê. Se a mim pareceu um pouco forçado, aos outros poderá parecer perfeitamente coerente. Eu mesmo sofri disso no desafio “bruxas”. Tive uma ideia que achei ótima e sofri muito para adequá-la ao tema. Alguns compraram a adaptação; outros, não. Parte do jogo. Cabe a você, então, filtrar essas impressões e, se for o caso, fazer as adaptações necessárias numa eventual revisão. De todo modo, como eu disse, isso não tira o brilho da sua escrita. Mais uma vez, parabéns.

  8. piscies
    15 de novembro de 2014
    Avatar de piscies

    Gostei muito do conto. O Autor possui uma habilidade incrível, munindo-se de recursos linguísticos surpreendentes e usados com maestria. Os parâmetros, travessões e vírgulas que o digam.

    Achei a trama pouco empolgante, com ares maiores de lição moral. Fiquei um pouco incomodado também com as críticas políticas descaradas, que achei não combinarem com o tema do desafio e o objetivo geral do conto.

    De qualquer forma, foi uma leitura formidável. Parabéns!

    • piscies
      15 de novembro de 2014
      Avatar de piscies

      Parâmetros = Parênteses.

    • Sin Aim Ethic
      15 de novembro de 2014
      Avatar de Sin Aim Ethic

      Pois, acabei por aproveitar o tema para destilar um pouco um veneno. Pena que, ao seu ver, tenha ficado exagerado. Valeu, piscies 😉

  9. Anorkinda Neide
    15 de novembro de 2014
    Avatar de Anorkinda Neide

    Ai, muito longo…cansei deveras…rsrrs
    A historia é boa, mas me perdi no tédio, infelizmente…
    Achei as narrações sobre Léia, meio Guia dos Mochileiros das Galáxias..e nem foi pq li ‘vogon’ ali no começo..hehe
    Mas nao tem a surrealidade dos mochileiros, entao nao saquei em qual filme te inspirastes.
    Abraço

    • Sin Aim Ethic
      15 de novembro de 2014
      Avatar de Sin Aim Ethic

      Vixe, rs. Me “””””””inspirei””””””””” (o número de aspas corresponde à largura com a qual posso encaixar o que fiz na intenção de “estar inspirado por”) no final de Bastardos Inglórios, onde Hitler é morto em um cinema francês — daí a história dos avós, emigração etc. Pena que lhe cansou :/ Curiosidade: “Auslander Baumeisters” significa “construtores alienígenas” rs. Tentei fazer umas referências assim: Léia, de Star Wars; Alexandre DeLarge, do Laranja Mecânica; e todo o mote central da destruição do cinema.
      Agradeço pelo comentário (nem tive intenção de dar uma pegada Guia dos Mochileiros na parte da Léia!) 😉

  10. Fil Felix
    15 de novembro de 2014
    Avatar de Fil Felix

    Assim como o que o Eduardo Selga comentou, também enxerguei algumas similaridades com o conto Homens de Preto em relação à linguagem, à violência e críticas. Porém o seu ainda tem a questão de trazer os “dois lados da moeda”. Além de trazer temas contemporâneos como a construção de mega-Templos, o abandono de instituições culturais e etc. Há muita informação implantada aí.

    Porém, não gostei do conto =/ Acho que transborda dados. Sua narrativa, apesar de bem escrita, apresenta algumas características que (gosto pessoal) não me agradam, como o excesso de explicações e de parenteses. Tem todo um universo criado no conto, mas que não consegui assimilar bem, principalmente em relação ao tempo. Numa hora pensei que fosse o futuro, aí vem a Dilma, depois fala das Guerras (não vou reler, mas tive a impressão que ela tinha acontecido há pouco tempo, depois não por conta dos avós do pastor). Tanta coisa que chega a ser um pouco cansativo. Essa mistura de tempos verbais, o narrador não parece ser imparcial, em outros momentos é narrado por algum personagem. Apesar de no início ter entendido nada (porque estava imaginando algo na pegada Star Wars), do meio pra frente fui entendendo melhor.

    • Sin Aim Ethic
      15 de novembro de 2014
      Avatar de Sin Aim Ethic

      Valeu pelo feedback, Felix. De fato, não se faz um conto somente com ideias e universos elaborados, mas uma execução que seja charmosa e convidativa a qualquer complexidade intencionada. Tentarei atentar mais a isso no futuro 😉

  11. Thiago Mendonça
    14 de novembro de 2014
    Avatar de Thiago Lee

    Curti o conto como um todo. Ele é bem frenético e recheado de referências à culturaq popular moderna. Tenho que admitir que fiquei muito confuso durante boa parte da leitura. Sua mudança de ponto de vista e pausas para explicação acabaram confundindo um pouco, mas no geral deu pra a ideia central.
    Infelizmente não posso dizer que está entre os melhores do certame mas gostei do que li, bem inusitado e irreverente.

    • Sin Aim Ethic
      15 de novembro de 2014
      Avatar de Sin Aim Ethic

      Thiago, cê pode me explicitar um pouco mais sobre a confusão entre pontos de vista, please?

  12. Brian Oliveira Lancaster
    12 de novembro de 2014
    Avatar de Victor O. de Faria

    Meu sistema: essência. Gostei das mudanças sutis de personagens e como foram sinalizadas. Não é meu estilo, mas o texto ficou bem humorado apesar de lidar com temas delicados. A pergunta que fica é: O que houve com o final? Foi uma crescente tão grande e de repente…

    • Sin Aim Ethic
      13 de novembro de 2014
      Avatar de Sin Aim Ethic

      Alô, nobre Lancaster. O que achou que faltou ao final, de um modo mais específico? Naturalidade, complexidade, verossimilhança…?
      Gradeço!

      • Brian Oliveira Lancaster
        15 de novembro de 2014
        Avatar de Victor O. de Faria

        Como comento sempre antes de ler os comentários, não vi que a última frase era para ser desconsiderada. Aí sim, faz sentido o final impactante.

      • Sin Aim Ethic
        15 de novembro de 2014
        Avatar de Sin Aim Ethic

        Valeu, Brian 😉

  13. Eduardo Selga
    12 de novembro de 2014
    Avatar de Eduardo Selga

    Acabei esquecendo-me de um ponto importante: no conto há um conteúdo simbólico a respeito do qual vale a pena comentar. A demolição do cinema em prol de interesses de uma igreja ganha ares maiores que o próprio ato em si: o autor encosta numa das características da contemporaneidade, ou seja, a destruição do espaço do lúdico não midiático (é um cinema decadente, fora do circuito comercial) um prol do soerguimento de um espaço de disciplina, em que o pensamento é orientado. Ora, o ludismo pode implicar liberdade de espírito e de pensamento, o que não interessa ao campo de ideias em que o pastor e Roberto Carlos estão inscritos.

  14. Rodrigues
    12 de novembro de 2014
    Avatar de Rodrigues

    não gostei. a única personagem que segura a trama e desperta algum interesse é Léia. fora isso, achei os outros personagens caricatos demais, razos. dialogos enormes, cheios de explicacoes, excessos, me fizeram achar esse conto ruim.

    • Sin Aim Ethic
      12 de novembro de 2014
      Avatar de Sin Aim Ethic

      😦

  15. Eduardo Selga
    12 de novembro de 2014
    Avatar de Eduardo Selga

    Ao ler o texto, fatalmente me reportei a outro deste desafio, “Homens de Preto”, pelo motivo de que ambos apresentam traços de uma ideologia conservadora, aquela que leva muito mais em consideração o lucro do que o ser humano, e para isso lança mãos de muitos recursos, inclusive o discursivo, por meio de preconceitos e outros ardis. Encontramos essa característica em vários pontos, como em “[…] pois eles achavam um absurdo trabalhar sob o salário da Baumeisters sendo que podiam ficar em casa só transando e assistindo novela com o salário da Dilma…”. Especificamente nesse trecho há um dado que, segundo determinado modo de entender o gênero conto, pode ser considerado um defeito, embora eu não assim considere: ao citar a presidente do Brasil o conto se torna datado e por isso, em tese, para alguns, sem universalidade. Repito: não comungo dessa ideia, mas talvez seja interessante fazer a observação.

    Entretanto, há uma diferença fundamental em relação a “Homens de Preto”: aqui existe um contradiscurso. Ou seja, não fica no ar, terminada a leitura, a ideia de que o autor concorda com a postura de seu personagem. Esse contradiscurso, também visível, porém usando não argumentos diretamente opostos, encontramos na personagem Léia; “Sentou-se na frente do computador, pronta para escrever um artigo para o jornal sobre a demolição do cinema, a construção da igreja e como toda a história da laicidade do Estado era simplesmente um papo furado”. Estado laico e a suposição de que todo trabalhador negro e pobre é sempre preguiçoso pertencem a campos discursivos distintos.

    Ao que me parece, o autor tem consciência desses campos, o que é muito positivo quando se constrói personagens. De posse desse conhecimento é possível, por exemplo, elaborar protagonistas e antagonistas bem convincentes. No trecho que segue é possível perceber esse domínio que, nem que seja instintivo, existe: “Transformara-se de arruaceiro em carcereiro, e de carcereiro em pastor – de uma maneira tão simples e orgânica que tampouco ele próprio saberia explicá-la”. Pode não parecer num primeiro momento, mas “arruaceiro”, “carcereiro” e “pastor” (a depender da linha teológica seguida) têm ao menos uma característica comum: eles possuem discursos autoritários e discursos de poder. Assim, quando o narrador afirma que a transição foi “simples e orgânica” é uma naturalização dessa semelhança às vezes pouco visível.

    O contrapeso discursivo a que me referi funcionou positivamente, no sentido de tornar claras quais posições os personagens cumpriam na trama.

    Trama que, aliás, sobrou. Ela está bem amarrada, mas o conto começa a fugir do gênero e querer entrar em outro, a “novela”. Não em função do tamanho, decerto, mas por causa do detalhamento de enredo. Acredito que o recorte precisaria ter sido menor. Mas também sei que as questões de gênero narrativo estão muito relativizadas, em função de hibridismos e mesclas, e que isso talvez seja um dado menor a ser analisado. Entretanto, como se trata de um concurso de contos, acho que o fato ao menos deva ser mencionado.

    Aprecio muito o contista que domina a linguagem. E não me refiro à gramática, apenas, mesmo porque por vezes ela pode e deve ser subvertida. Refiro-me ao uso das ferramentas que jogam no discurso luzes por vezes inesperadas. Falo de saber usar a denotação sem esquecer-se da conotação. Vejamos o trecho “Logo, seu fiel amigo Roberto Carlos (que, curiosamente, não era jogador nem cantor, mas fazendeiro e dono da empresa que estava realizando aquela obra, além de uma ou duas dúzias de camponeses escravos) se aproximou, querendo puxar papo”. Há uma aura de ironia, atingida ao usar o nome “Roberto Carlos” para batizar um personagem que não tem ligação nem com a música nem com o esporte. Se observarmos a linguagem dele, podemos enxergar a que estrato social pertence, o que nos remete ao hábito cultural da população pobre brasileira de batizar os filhos com o nome de famosos na expectativa de que eles sem tornem alguém no mundo capitalista. A ironia consiste no fato de que, oriundo de camadas pobres, ele sustentam um discurso de quem possui alguém status social, mas mantém suas raízes, ainda que muito a contragosto. E, não raro, sem se dar conta disso.

    • Sin Aim Ethic
      12 de novembro de 2014
      Avatar de Sin Aim Ethic

      Muito disso que você avaliou era exatamente minha intenção veicular (inclusive a simbologia do cinema destruído), me sinto bem de ter transmitido com sucesso qualquer mensagem. Anotadas as observações, que também são por demais prestativas!

  16. simoni dário
    11 de novembro de 2014
    Avatar de simoni dário

    O texto é muito bom, tem bons argumentos. Também precisei reler algumas frases para melhor entendimento.
    Lá no início do conto quando Léia entra no ônibus lembrei de Rosa Parks e durante a leitura vinham os filmes Tropa de Elite e O Código Da Vinci na mente. O final é chocante e remete ao caso do jogador de futebol (que não é o Roberto Carlos). Fiquei com dúvida sobre a arma do crime, se tem a ver com a arma do pai da Léia.
    Enfim, um bom conto, propaga o talento do autor.
    Parabéns e boa sorte!

    • Sin Aim Ethic
      11 de novembro de 2014
      Avatar de Sin Aim Ethic

      ‘Gradeço, Simoni! Devidamente anotada a questão da confusão de frases – e excesso de travessões (e parênteses)

  17. Wallisson Antoni Batista
    10 de novembro de 2014
    Avatar de Wallisson Antoni Batista

    Muito bom, um conto que começa demasiadamente chato, mas que depois te prende a atenção. Gostei muito. enredo muito bom e ortografia razoável.

    • Sin Aim Ethic
      10 de novembro de 2014
      Avatar de Sin Aim Ethic

      Achei engraçado o “começa demasiadamente chato”. Sem ser demasiadamente chato, cê pode me esclarecer um pouquinho quanto a esse ponto, Wallison? Agradeço que tenha gostado do enredo, mas me preocupo em tentar fazer inícios que instiguem. Peço encarecidamente que cê desenvolva mais esse ponto da sua crítica, porfavorzinho.

  18. Leonardo Jardim
    10 de novembro de 2014
    Avatar de Leo Jardim

    Um conto muito bom, que prende desde o início e abordou muito bem os três personagens. Achei muito legal você ter separado os atos usando o recurso de pontos de vista (POVs) e, principalmente, os símbolos iniciando cada um deles. O final foi bom e surpreendente, embora eu tenha ficado um pouco triste com ele.

    Enquanto lia, estranhei o uso de sotaques um pouco exagerado, que atrapalha a leitura, e o excesso de “explicações” do narrador, tornando as frases muito longas (explicações dentro de explicações), fazendo com que a ideia original se perca e que a frase precise ser lida novamente para a total compressão. Acho que funcionaria melhor se as explicações fossem dadas em outras frases e não dentro delas usando travessões e parênteses (esses, se usados, devem ser curtos).

    Obrigado pela excelente leitura, parabéns e boa sorte!

    PS: O chato de comentar depois de muitos dos melhores comentaristas é que as coisas que eu anotei (mentalmente) para falar nos meus comentários já foram ditas. Estou optando por repeti-las para “fazer coro”, porém sem me aprofundar para não ficar maçante.

    • Sin Aim Ethic
      10 de novembro de 2014
      Avatar de Sin Aim Ethic

      Ah, mas, sem demagogia, este seu comentário, a mim, também foi ótimo. É bom ter feedbacks variados (para enxergar diferentes vieses) e repetidos (para se conscientizar que aquele não é um erro pontuado por só uma pessoa, então não havendo desculpa para não tentar melhorar nesse aspecto), e o seu teve essas duas coisas, sem ficar maçante, relaxa. Agradeço!

  19. Sonia Regina
    9 de novembro de 2014
    Avatar de Sonia Regina

    O vocabulário cheio de gírias e erros gramaticais do personagens dificultou um pouco a leitura. Não me prendeu a atenção, tive dificuldade de ler até o fim.

    • Sin Aim Ethic
      10 de novembro de 2014
      Avatar de Sin Aim Ethic

      Opa, Sônia, me contaram ali embaixo também sobre o estranhamento quanto às gírias… tentarei algo mais dinâmico da próxima vez que quiser empregar isto. Uma pena que tenha sido tanto empecilho que não te prendeu ao texto (da próxima vez dá mais uma chancezinha, vai, pô).

  20. Claudia Roberta Angst
    9 de novembro de 2014
    Avatar de Claudia Roberta Angst

    O conto não é nada curto, mas não é que cheguei ao fim fácil? Ponto para o autor, O final levou-me a pensar nos dobermans do filme Os Meninos do Brasil e claro no caso do goleiro Bruno.
    A última frase deve ser desconsiderada? Mas até inventei uma justificativa para ela: a moça entrou frustrada na casa que herdara dos pais, pois não conseguiu realizar seu ato de “justiça” e entrou na sua última morada, morte causada pelo inconformismo herdado dos pais.
    Parabéns pelo trabalho. Boa sorte!

    • Sin Aim Ethic
      10 de novembro de 2014
      Avatar de Sin Aim Ethic

      Haha pirou um tanto mas o texto é isso: uma base para a imaginação rolar. Isso aí, Cláudia, e agradeço! 😉

  21. Maria Santino
    9 de novembro de 2014
    Avatar de Maria Santino

    Olá, AUTOR!

    Tentar comentar esse conto pela décima vez (é dose!). De fato (você usa isso vez por outra, não?) um ótimo texto.
    Sabe, não digo pela escrita, mas as ideias, a visões que saltaram das linhas me fizeram lembrar alguém.
    Eu gosto muito, e muito mesmo dessa ironia, esse grito inconformado inserido de forma sutil (e não sutil) em um texto. Para quem sabe fazer, quem domina, fica muito bom mesmo. Meus olhos de camaleão se prenderam na estorinha e no entorno. Um texto muito rico, onde se sente o rosnado do autor (no melhor sentido possível).
    Essa parte acerca de politicagem (política é algo belo e necessário, mas politicagem e ferramentas da mesma…) foi muito bem exposto. O mimimi também é algo que irrita, em certos casos. Me lembrei da fala de um dos personagens do Veríssimo pai no livro Incidente em Antares quando (neste texto) o Roberto chama a atenção dos trabalhadores, lá no livro o personagem fala algo sobre a lei áurea “aqui, no Brasil, não temos esse problema, porque o negro sabe o seu lugar” e eu me lembrei deste personagem por causa da mesma ironia, (embora sejam situações distintas e minha cabeça seja dura para certas coisas que não cabem aqui). Mas, enfim as visões por fora foram ótimas, a imagem chocante do fim também, lance no cinema que lembra incertezas e certezas da história da humanidade (onde a maioria só engole sem pesquisar nada).
    Fiquei, de fato, imersa na leitura.
    Muitos parabéns e bom desafio para você.
    Abraços!

    • Sin Aim Ethic
      10 de novembro de 2014
      Avatar de Sin Aim Ethic

      Agradeço, Maria!

  22. Fabio Baptista
    9 de novembro de 2014
    Avatar de Fabio Baptista

    ======== TÉCNICA

    Caro(a) autor(a)… meus mais sinceros parabéns, sua escrita é profissional.

    Confesso que comecei a ler já com o sono me arrastando para o travesseiro, mas depois de dois parágrafos estava completamente desperto. Raríssimos contos nesse desafio que conseguiram esse efeito.

    A narração utilizando-se de PDVs (muito bem separados pelos símbolos) ficou perfeita.

    Mas… não lhe darei nota máxima na técnica e tentarei justificar esse pecado:

    No desafio passado, recebi o seguinte comentário de um colega – “você é um exímio escritor. Às vezes, exímio até DEMAIS”. Esse foi o feedback que mais me fez refletir e agora eu repasso para você. (Não me entenda mal, não é minha intenção algum tipo de vingança, tampouco descontar a raiva em quem não tem nada a ver com a história!!! kkkkkk).

    Autor(a)… em alguns momentos você foi exímio “demais”.

    São muitos os comentários do narrador (textos entre parenteses). A maioria deles é hilário, sim! Mas em alguns pontos jogaram contra a clareza da sentença, por exemplo:

    “(Precisa e exatamente) como uma menina que, após a preguiça burguesa quanto à catalisação política, vê-se como “cidadã de um mundo sujo e impossível de ser mudado” (palavras próprias), Léia era uma artista.”

    E, de qualquer forma, tudo que é demais acaba saturando.

    Chifres em cabeça de cavalo:

    – redor da cidade? – desafiou o pacífico
    >>> Nessas explicações de diálogos as palavras deveriam começar com maiúscula, respeitando a pontuação anterior.

    – sem folga, sem régua
    >>> Seria trégua?

    – o grupo de judeus ratos e sujos
    >>> ratos e sujos?

    Além disso, um ponto que me desagradou foi a questão dos diálogos com sotaque. Achei que não ficaram muito bem estabelecidos.

    ======== TRAMA

    O mote principal é simples. O que brilha realmente no conto são os personagens, muito bem definidos e carismáticos, cada um a seu modo.

    Não reconheci a referência cinematográfica (o grupo “Bastardos Inglórios” é mencionado em seu contexto real, o que não seria suficiente), mas considero o conto adequado ao tema, já que a menina estava defendendo um cinema. Poderia ser um teatro no lugar do cinema e o conto funcionaria do mesmo jeito? Sim, funcionaria… mas era um cinema, filmes (e não peças) são citados durante a narrativa, então, na minha opinião, está adequado.

    O problema aqui foi o mesmo da técnica… o “demais”. A história dos avós do pastor, por exemplo, caberia bem em um romance, mas aqui poderia ser suprimida.

    O final não me agradou. Achei muita coincidência junta… o cara ter matado os pais da menina, o R.Carlos chegar bem na hora, a tempo de atirar e salvar o comparsa… enfim.

    ======== SUGESTÕES

    – Não usar abreviaturas para “Pastor”.

    – Pesar menos (ou, talvez mais…) a mão no sotaque do interior

    – Dosar melhor as intervenções do narrador.

    – Chamar a Leia de “Sininho” 😀

    – Cortar algumas partes, deixando mais conciso

    ======== AVALIAÇÃO

    Técnica: ****
    Trama: ***
    Impacto: ****

    • Sin Aim Ethic
      9 de novembro de 2014
      Avatar de Sin Aim Ethic

      Cara, agradeço MUITO esse seu comentário. Críticas impecáveis, e eu certamente atentarei a esses pontos com muito mais atenção na próxima vez que escrever. Valeu, Fábio 😉

      PS: Quanto ao tema, o rolê foi como se a história do filme Bastardos Inglórios, do Tarantino, tivesse rolado mesmo, eles tivessem matado o Hitler no cinema francês… talvez não tenha conseguido explicitar isso da melhor forma.

  23. daniel vianna
    9 de novembro de 2014
    Avatar de daniel vianna

    Parabéns. Ótimo texto. Trama muito bem elaborada. Excelente narrativa. Os (poucos) erros que vi certamente o foram por conta de digitação de um texto grande. Boa pesquisa ou bom conhecimento de causa. Realismo. Referência ao mestre Tarantino. Muito bom. Continue assim e sucesso pra ti.

    • Sin Aim Ethic
      9 de novembro de 2014
      Avatar de Sin Aim Ethic

      Agradeço, Daniel. Legal que sacou as referências ao Tarantino 🙂 tentei também dar uma cara meio tarantinesca pro final, mas talvez tenha ficado meio forçado. Muito obrigado!

  24. Virginia Ossovsky
    8 de novembro de 2014
    Avatar de Virginia Ossovsky

    Gostei muito da história! Um triste final… Muito bem contado, um dos contos mais realistas que vi por aqui… Me fez pensar em várias coisas, precisei reler para entender a relação entre o Pastor e a morte dos pais da Léia. Só acho que alguns parágrafos ficaram muito grandes, nada que atrapalhasse a leitura.

    “Como uma menina ariana que sempre sonhou em ser mãe e fez sexo pela primeira vez (claro, casada com um bom homem puro)” : interessante a comparação, talvez um pouco longa.

    “E aí onde entrara Alex”: creio que ficou incompleto.

    Um dos melhores contos que li, parabéns e boa sorte.

    • Sin Aim Ethic
      9 de novembro de 2014
      Avatar de Sin Aim Ethic

      Valeu, Virgínia! Conselhos anotados e serão considerados no futuro 😉

  25. Sin Aim Ethic
    8 de novembro de 2014
    Avatar de Sin Aim Ethic

    Opa, gente! Acabei não revisando esse espaço gigante na hora de editar… Peço que, para motivos de enredo, não levem esta última linha em conta (mas, naturalmente, deverão levá-la para questões de voto quanto ao meu desleixo).

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Publicado às 7 de novembro de 2014 por em Filmes e Cinema e marcado .