EntreContos

Detox Literário.

Mãe (Edivana Berganton)

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No prenúncio da aurora, sustentadas suas mortiças mãos, abriu os olhos sem vida uma última vez e sorriu com lábios rachados, um leve esgar, uma funesta despedida. Dos olhos verteram duas lágrimas amarelas, um choro de vísceras, um recanto desiludido de seu ser, um adeus ao mundo velho, um abraço ao fantasma da morte rondando as paredes do quarto.

À mulher sentada ao pé da cama restou segurar suas próprias lágrimas cristalinas, sinal de que a doença não era sua parceira, segurou a mão do moribundo e entre soluços despejou uma quantidade abominável de orações, de súplicas e de promessas, mas nada poderia ser feito, o último acesso de tosse trouxe aos lábios catarro em sangue e o último sustento de ar nos pulmões foi libertador. Os céus se abriram para levar a alma, mas essa não passou pelo filtro divino, caiu em debandada para o inferno.

Num mundo em que as almas são sorteadas ao acaso para habitar os recantos celestiais, uma criança que nasceu para sofrer pode alcançar como descanso eterno o fogo do inferno, enquanto um homem de coração ruim pode glorificar a sorte de ver queimar, no alto da glória, almas no tacho da indecência.

A mãe, telespectadora da espiritual derrocada abriu das veias um grito amaldiçoado! Nesse momento de extrema agonia, a chegada da alma ao inferno convulsionou o corpo ali presente, tragos de sangue e olhos arregalados recepcionaram os últimos segundos de vida, a inexistência entre o céu e o inferno de todas as almas que não hão de encontrar descanso eterno.

Acarinhou o pequeno corpo entre os braços e o enrolou no lençol de linho branco, na perturbação mental umas ideias a tomarem forma, uma possibilidade de reaver a vida a uma criança tão pura e inocente. Com o coração bombeando angústia enfrentou uma árdua caminhada entre os paralelepípedos da ladeira até alcançar seu topo. Todos os habitantes da cidade falavam da bruxa que habitava a pequena casa alicerçada ali, dividindo sua localização com a velha igreja abandonada.

O sol estava a pino quando deu com ela, uma cabana caindo aos pedaços, reflexo direto da antiga Igreja de Pedro. Duvidou da existência da famosa bruxa, não havia um único sinal de vida. Baixou seus olhos para as casas lá embaixo, piscou para afastar o suor dos olhos, sentiu vertigem, quando ia provar o gosto do chão foi agarrada por um par de mãos ossudas. Gritou.

“Cale-se mulher!”. Era uma voz fina, aranhava igual giz em quadro negro, sentiu arrepios até entre as bandas das nádegas. Deu de cara com uma mulher magra, uma fina camada de pele sobre os ossos, um olhar suspenso no ar, uma boca seca acompanhada de um belo nariz empinado. A rigidez da voz não era páreo para sua beleza singular, sorria sem dentes. “O que te traz criança?”.

Eis que, no momento de fazer o pedido, encontrava-se borrando as calças de medo. Percebeu que ali não era alguém brincando de bruxaria, era uma mulher experimentada, uma que não exitaria empurrá-la ladeira abaixo. Libertou-se do agarre e buscando coragem do âmago fez seu pedido com voz fraca.

“Quero meu filho de volta!”

“Isso é interessante. Venha, entre para um chá”

Protelou na porta. Um passo para dentro e assinava uma sentença de confabulação com todas as suas consequências. Imaginou se a alma do seu filho valia tanto. Deu um passo para trás, três para frente e ali estava, a casa escura a recepcionou com um forte cheiro de água sanitária e sávia.

Era tudo escuro. As janelas estavam pintadas de negro, as paredes dançando com as sombras do fogão a lenha, uma casa espartana, uma mesa de centro, um jogo de chá e uma pia que pingava um líquido escuro. Sentou à mesa, deu um trago na beberragem. Ao redor da casa corria um vento arisco, a fúria do divino abominando o profano.

Quando deu por terminada a descida, ainda segurava o dedo furado, a assinatura de sangue sobre a folha virgem. Estava feito, o coração retorcia o medo de fracasso, mas seu filho já tinha alcançado as labaredas do inferno, certamente ele aguentaria algumas horas mais. Os olhos agora estavam secos, brilhava ali somente determinação.

“Vá e copule com o homem mais perverso que conhecer”. Essas foram as palavras finais. “Que ele esteja morto”. Essas sim foram as palavras finais. A cabeça rodava em um turbilhão sem fim. Sentia arrepios de frio debaixo do escaldante sol. De goladas matava a garrafa de vinho seco. O sabor grudava na língua, subia pelo céu da boca direto para o cérebro, nublou-o e de posse de uma faca foi em busca dele, o famoso Homem Dezoito.

O conhecido como Homem Dezoito rezava a proeza de já ter enterrado dezoito esposas, assumindo o cargo de criar sozinho suas três filhas. Era bom professor, a mais velha lhe servia a cama de segunda e quarta, a do meio lhe servia a cama de terça e quinta e a mais nova, de sete anos ainda estava aprendendo o ofício às sextas.

Não era tarefa difícil encontrá-lo. Estava sempre às voltas com a cadela Eva e uma das filhas. Rondava sempre pela escola, pela praça, pela sorveteria e pelos bares. Ninguém se atrevia a mexer com o homem, era forte, com mais de dois metros de altura. Homem Dezoito também poderia ser chamado de Homem Demônio. Diziam que ele tinha feito um pacto com o Capeta e por isso passavam às largas dele.

Estava onde ela imaginou que estaria, sentado folgazão no banco da pracinha onde algumas crianças brincavam sobre a vigilância dos atentos pais. Ancorada aos seus pés estava a filha mais nova, olhando com nostalgia e pouca vivacidade aos que brincavam a poucos metros de si. Meditava em sua mente infantil que a vida não era vida até um coice tirá-la do sossego. “Vá até a venda e me traga uma dose de cachaça. Não demore”. “E o dinheiro?”, perguntou. “Foda-se. Dê a ele um bom chupão. Na volta venha sentar no colo do papai”. A garota saiu, conformada.

A mulher ouvia a conversa com o estômago enojado, perguntava-se o motivo daquele crápula não estar suspenso numa árvore, a língua de fora, os bagos do saco feito comida de cachorro. Olhou o céu, vislumbrou uma sombra ao leste, um pássaro batendo as asas. Soltou um suspiro ao vento e aproximou-se dele, sorridente.

“Quer o que, vadia?”. A barriga deu um tombo. “Podemos falar… em privado?”. O olhar lascivo a lambeu dos bicos dos seios às pontas dos pés. “Claro”. Andaram mata adentro, ele seguindo-a, a mão coçando o membro já duro.

Conforme ia adentrando a mata ela sentia-se cada vez mais sem forças, esquisita, atordoada. Sentia as pernas tremerem, as mãos suarem, o couro cabeludo coçava, as partes íntimas pegavam fogo. As mãos diminuíam a olhos vistos. “Que diabos?”. Sussurrou.

O coração da pequena floresta da Praça XV seria testemunha do ato de consumação que estaria a ponto de se dar. Quando o olhou estava do porte de uma garotinha de 12 anos, frágil, esquelética, mirrada, com medo. Aquele monstro iria tomá-la. Uma sensação de traição encheu sua boca.

Não teve tempo de gritar, um apertão e a faca voou longe. Um único rasgo e o vestido era trapo. Os olhos masculinos lambiam a pele lisa, infantil, imaculada, possivelmente ainda virgem. Ao redor o vento fazia seu trabalho em arrepiar a jovem pele e refrescar o toque da mão selvagem.

Os agarres nos pulsos tornaram-se cada vez mais fortes, então um estalo ressoou no coração da mata, os pulsos eram dois. Os gritos quase infantis foram encobertos pela risada lisérgica dele. A garota foi arremessada ao chão, ele chegou junto, o membro em riste, procurando a vagina pura para a profanação, encontrou com o véu da virgindade e o rasgou com grotesca crueldade. As mãos sedentas tomaram o pescoço enquanto realizava os movimentos de cópula, o ar faltava à garganta da garota. Quando a viscosidade do gozo preencheu o ventre, uma última tentativa de viver saiu em forma de grossas lágrimas, de sangue.

A alma da malfadada mulher, vendida pela alma do filho, nem tentou alcançar a glória dos céus. Quando saiu da boca tomada de sangue era de um tom púrpura denotando toda sua podridão. Homem Dezoito olhou fascinado a alma rodear seu corpo, como que querendo espancá-lo, até sumir no firmamento do inferno.

Ele levantou-se de cima do cadáver e cuspiu-lhe à face. “Mãe?”, chamou enquanto subia as calças. “Sim”. A mesma voz aguda e ácida já conhecida deixou a face ossuda da mulher, o manto azul-escuro ondulando aos pés, respaldado pela magia. “Filho?”.

“Mãe… Obrigado!”. Falou ele rindo. “Há tempos não sentia o que era uma garota virgem gemendo entre os braços”. Os olhos dela em fendas. “E as minhas netas?”. Ele sorriu. “Não importa que elas durmam meladas e acordem virgens, eu ainda lembro da forma da boceta delas… Estava pensando em coisas diferentes!”. A bruxa revirou os olhos, enternecida. “Meninos?”.

30 comentários em “Mãe (Edivana Berganton)

  1. Edivana
    23 de agosto de 2014
    Avatar de Edivana

    Deixem-me agradecer pelos comentários (embora vocês foram obrigados a isso!) rs. Sei que fiz um texto oito ou oitenta, para gostar ou odiar, e isso se refletiu nas notas, mas é um risco que a gente corre ao jogar tudo para o alto. Quando escrevo, procuro ser fiel à minha própria insanidade, o que me leva por caminhos sinuosos, e por vezes, gratificante.

    Juro que não tinha visto esses erros berrantes de gramática, minha orelha ainda arde por isso, e sempre vai arder, enfim, isso acontece, mas ainda agradeço pelas correções.

    Novamente, grata pelos elogios e críticas.

  2. Carmem Soares
    21 de agosto de 2014
    Avatar de Carmem Soares

    Pesado né! O autor é bastante ousado, consegue usar as palavras de forma bastante diabólica, e se causa espanto ou outra coisa qualquer é porque foi eficiente no seu intento. Se eu gostei? Estou enojada até agora.

  3. tamarapadilha
    21 de agosto de 2014
    Avatar de Redescobrindo Palavras

    Acho que isso foi meio complexo. Não entendi exatamente o sentido, chegou no meio do conto e me perdi, mas foi bem escrito. Boa sorte

  4. Fil Felix
    20 de agosto de 2014
    Avatar de Fil Felix

    Conto muito bem escrito, bem mesmo! Gostei de como desenvolveu a narrativa e descreveu os fatos, além da crueza em determinados momentos. O final, talvez, não tenha me atraído tanto. Algumas características me lembraram Edipo Rei.

  5. rsollberg
    20 de agosto de 2014
    Avatar de rsollberg

    Um conto de tirar o fôlego. Um ritmo impressionante e algumas construções sublimes!

    “Num mundo em que as almas são sorteadas ao acaso para habitar os recantos celestiais, uma criança que nasceu para sofrer pode alcançar como descanso eterno o fogo do inferno, enquanto um homem de coração ruim pode glorificar a sorte de ver queimar, no alto da glória, almas no tacho da indecência.”

    Forte, complexo e cruel. Uma estória singular de puro horror. Na minha opinião, o melhor texto do desafio. Muito difícil não estar no pódio.

    Parabéns e boa sorte no desafio.

    obs: Desconfio da autoria. Percebo uma identidade muito peculiar, uma escrita bem marcante.

  6. Pedro Luna
    20 de agosto de 2014
    Avatar de Pedro Luna

    Conto bizarro e bem escrito. Gostei da reviravolta no final. Achei que os primeiros parágrafos poderiam ser resumidos e transformados em um ou dois, eliminando alguns excessos ali.

  7. Wender Lemes
    18 de agosto de 2014
    Avatar de Wender Lemes

    Excelente! Fora a técnica de escrita indefectível, o enredo foi muito cativante – e ousado -, conseguiu representar um mundo exatamente como quis. Sinceramente, foi um dos contos mais bem feitos que vi até agora.

  8. Marcellus
    17 de agosto de 2014
    Avatar de Marcellus

    É curioso como o sexo aparece como o grande tabu quando o assunto é bruxaria. Enfim. Não entendi muito bem de onde saiu a virgem, se a mulher já era mãe do garoto falecido… o conto me pareceu um tanto confuso, com destaque para o abuso gratuito das infantes (que pouco acrescentou ao texto).

    De qualquer forma, precisarei reler com mais atenção. Boa sorte no desafio!

  9. Juliano Gadêlha
    17 de agosto de 2014
    Avatar de Juliano Gadêlha

    História interessante. Sugeriria algumas alterações na construção do final, pois achei que o encontro entre mãe e filho ficou um pouco confuso. Também há algumas palavras grafadas incorretamente, uma revisão cairia bem.

  10. Martha Angelo
    17 de agosto de 2014
    Avatar de Martha Angelo

    Não é que o texto seja ruim, mas a leitura não me agradou, não sei exatamente o motivo, talvez a linguagem muito rebuscada em contraste com a velhacaria de alguns personagens. O irônico é que este contraste geralmente costuma me agradar, mas não foi o caso.

  11. Weslley Reis
    12 de agosto de 2014
    Avatar de Weslley Reis

    Que coisa absurdamente foda! (Desculpe o palavreado)

    Gosto de quem arrisca temas fortes em meio ao comum de propostas como essa. Impecável, para mim. A construção da bruxa e a ligação feita com o rapaz foi sensacional. O asco causado pelo conto é de uma intensidade ímpar. E é isso que literatura tem que causar, estranhamento, choque.

    Meu preferido até o momento.

  12. Thata Pereira
    12 de agosto de 2014
    Avatar de Thata Pereira

    Perturbador e bem escrito. Gostei do conto!!

    Boa sorte!!

  13. williansmarc
    12 de agosto de 2014
    Avatar de williansmarc

    Achei esse conto bem non-sense. Ficou bem confusa toda essa estória de uma mulher que já tem um filho ainda ser virgem, se você desenvolve-se melhor esse tema talvez o conto ficaria mais claro. Achei um erro que deve ter passado pela sua revisão: exitaria ao invés de hesitaria.

    Abraço.

  14. JC Lemos
    9 de agosto de 2014
    Avatar de JC Lemos

    Tenso. Um conto forte, que pode tanto agradar quando desagradar. A mim, posso dizer que mais agradou do que desagradou. Gostei de como foi narrado também. O final não foi como eu pensava, mas ainda assim é um bom conto.

    O estilo me lembrou um certo autor. Só saberei no resultado. hehe

    Parabéns e boa sorte!

  15. Pétrya Bischoff
    7 de agosto de 2014
    Avatar de Pétrya Bischoff

    Eita!
    Conto igualmente perturbador e fascinante. Escrita poética e enredo sedutor.
    A mãe desesperada que entrega a alma e é enganada, as meninas violentadas, o brutamontes e a bruxa, a promessa de outras monstruosidades… E no final, não há justiça.
    Adorei, meus mais sinceros parabéns e boa sorte!

  16. David.Mayer
    6 de agosto de 2014
    Avatar de David.Mayer

    O que gostei:
    As figuras de linguagem e a história como um todo.

    O que não gostei:
    Os erros de português e a confusão em muitas passagens no texto.

    Melhorar:

    “As janelas estavam pintadas de negro, as paredes dançando com as sombras do fogão a lenha, uma casa espartana, uma mesa de centro, um jogo de chá e uma pia que pingava um líquido escuro. Sentou à mesa, deu um trago na beberragem. Ao redor da casa corria um vento arisco, a fúria do divino abominando o profano”.

    Interessante descrever um cenário de fora para dentro, as emoções uma consequência do que vê, sem atropelar entre um e outro, e se optar em fazer, fazê-lo de modo sutil que não deixe o leitor confuso, puxando uma ideia de um canto a outro, tendo que retomar o texto para entender.

    “Quando deu por terminada a descida, ainda segurava o dedo furado, a assinatura de sangue sobre a folha virgem”.

    Essa parte está confusa. Quando deu por terminada a descida? Deu a sensação de ter faltado alguma informação antes. Tive que ler duas vezes para saber que era em sentido figurado, e mesmo assim careceu de informações anteriores para completar a ideia total que quis transmitir.

    “de segunda e quarta; a cama de terça e quinta”;

    neste caso, não seria necessário o uso de preposição. Pois ao falar “de segunda e quarta”, o certo seria “de segunda a quarta”, agora quanto ao que quis exprimir pelo contexto, o certo seria “segunda e quarta, uma, a outra terça e quinta. Entendeu?

    “O olhar lascivo a lambeu dos bicos dos seios às pontas dos pés”.

    Ótima figura de linguagem. 🙂

    A última parte achei um pouco confusa.

  17. fernandoabreude88
    6 de agosto de 2014
    Avatar de fernandoabreude88

    Gostei. Acho que foi o conto mais violento e mórbido do desafio, a bruxa em si e sua maldição também foram bem interessantes. O homem demoníaco também me chamou a atenção, sua aparição como elemento chave do conto não pareceu forçada, apesar de ríspida, ficou boa. Só fiquei meio confuso ao final, não sabia quem estava falando, boiei. Bom conto.

  18. Gustavo Araujo
    4 de agosto de 2014
    Avatar de Gustavo Araujo

    Gosto desses contos corajosos. Aqui a autora carrega nas cores — é como se um quadro impressionista retratasse o ato sexual — e parece não se importar se o texto irá chocar os mais conservadores. Do mesmo modo, é possível ver que se trata de alguém que domina bem a arte de contar uma história. Claro que eu fiquei curioso em saber se, afinal, a garota teria êxito no seu propósito e, enfim, ressuscitar o rebento. Palavras certas nos lugares certos, ainda que com alguns erros (exitar em vez de hesitar; sávia em vez de sálvia, p.ex). Mas, no geral, um texto bem escrito, forte, em relação ao qual ninguém fica indiferente. Isso é uma qualidade e tanto. Confesso, porém, que achei o final um tanto confuso. Talvez algo a se trabalhar em uma eventual revisão.

  19. Walter Lopes
    4 de agosto de 2014
    Avatar de Walter Lopes

    Não compreendi muito bem. Achei um tanto complexo.

  20. mariasantino1
    4 de agosto de 2014
    Avatar de mariasantino1

    Oi!
    .
    Eu li e reli o fim. Acho que entendi, mas não tenho certeza. A mulher foi em busca de reaver seu filho e a bruxa a enganou fazendo-a deitar-se com O Homem Dezoito, que na verdade, era o seu filho, filho da bruxa. É isso?
    .
    Bem, eu gostei bastante, pois você soube dosar as aflições, não senti desconforto na leitura devido a transformação e descrições do estado alterado de ambos personagens. Isso nos faz mergulhar na trama e não só assistir como a um filme.
    .
    Adorei essa frase: “Com o coração bombeando angústia.” Ri dessa: “sentiu arrepios até entre as bandas das nádegas”, e essa passagem aqui mostra bem a tensão contida na trama: “Sentia arrepios de frio debaixo do escaldante sol…Andaram mata adentro, ele seguindo-a, a mão coçando o membro já duro.” Gostei, só demorei um pouco para entender o final (mas acho que entendi 😀 ).
    .
    Parabéns e boa sorte!

  21. Ricardo Gnecco Falco
    4 de agosto de 2014
    Avatar de Ricardo Gnecco Falco

    Um conto denso, pesado e cruel. O início está mais truncado na leitura, melhorando depois que a jovem vai ter com a Bruxa. Depois, no final, voltei a emperrar na leitura. Fiquei me questionando como a mãe de um bebê morto pode ser virgem, mas talvez me tenha passado algo não percebido.
    Boa sorte,
    Paz e Bem!

  22. Fabio Baptista
    3 de agosto de 2014
    Avatar de Fabio Baptista

    ======== ANÁLISE TÉCNICA

    O texto parece ter mudado de estilo em alguns pontos. E, apesar de pouquíssimos erros, não gostei muito de nenhum.

    – não era sua parceira, segurou
    >>> Teria trocado essa vírgula por ponto.

    – habitantes da cidade falavam da bruxa que habitava
    >>> habitantes / habitava

    – aranhava
    >>> arranhava (nem aranha arranha o jarro, nem o jarro arranha aranha :D)

    – sentiu arrepios até entre as bandas das nádegas
    >>> kkkkkkkkkkkk

    – O que te traz criança?
    >>> O que te traz, criança?

    – beberragem
    >>> opa, acho que o R do arranha veio pra cá

    ======== ANÁLISE DA TRAMA

    A ideia da mãe buscar a alma do filho é boa, mas a execução ficou confusa, principalmente esse final.

    ======== SUGESTÕES

    – Tentar uniformizar o estilo de escrita, os 4 primeiros parágrafos destoam do resto do texto (pelo menos fiquei com essa impressão).

    – Simplificar um pouco a história.

    ======== AVALIAÇÃO

    Técnica: ****
    Trama: **
    Impacto: **

  23. Eduardo Matias dos Santos
    3 de agosto de 2014
    Avatar de Eduardo Matias dos Santos

    Que coisa macabra, não? Demorei um pouco para entender o texto, o método de escrita psicológico, que evoca bem os sentimentos decorridos das ações, apesar de interessante enevoa um pouco o conto. No más, posso dizer que é bem interessante.

  24. José Geraldo Gouvêa
    3 de agosto de 2014
    Avatar de José Geraldo Gouvêa

    Tentei de novo e continuo confuso.

  25. Lucas Almeida Dos Santos
    3 de agosto de 2014
    Avatar de Lucas Almeida Dos Santos

    Foi bem escrito, apesar de que fiquei confuso no final.

  26. rubemcabral
    3 de agosto de 2014
    Avatar de rubemcabral

    Não gostei. Achei até bem escrito, mas o enredo e as motivações das personagens não me cativaram. Pareceu-me apenas escrito para chocar…

  27. Marquidones Filho
    3 de agosto de 2014
    Avatar de Marquidones Filho

    Não entendi muito bem essas últimas partes…

  28. Claudia Roberta Angst
    2 de agosto de 2014
    Avatar de Claudia Roberta Angst

    “Cale-se mulher!” / “O que te traz criança?” Em ambas as frases, faltou uma vírgula separando o verbo do vocativo.
    Achei muito ameno esse lapso, quando me deparei com “(…) uma que não exitaria empurrá-la.” Exitaria? Seria hesitaria do verbo hesitar?
    “(…)um forte cheiro de água sanitária e sávia.” Sálvia?
    Sem dúvida, um conto bem escrito e forte nas suas descrições e personagens. Não esperava por esse final, com tamanha carga sexual e violenta, mas encaixou-se ao conto muito bem. A pergunta da bruxa ao final também ficou perfeita, sinal de que a maldade também precisa sair da rotina.

  29. Eduardo Selga
    2 de agosto de 2014
    Avatar de Eduardo Selga

    Este é o décimo oitavo conto que analiso no presente desafio.

    Vertiginoso. A aspereza textual e o descaso para com o politicamente correto, essa ferramenta frequentemente cerceadora das asas da criatividade -o que não pode significar salvo conduto para posturas excludentes na arte-. essa dureza toda gerou um conto que nos tira do lugar. Incomoda. Não é, felizmente, aquele tipo de conto em que a gente lê, sente-se enlevado com as belas lições que os bons sentimentos podem causar, e diz ao término: “nossa, que lindo…”

    Ele não é lindo. Não no sentido do bordadinho, do enaltecimento. Mas é enquanto concepção. O feminino, por exemplo, é constantemente ultrajado e, por esse processo, rebaixado. O que, a princípio, é uma postura condenável porquanto machista. Mas, calma lá. É mais que isso: é o demoníaco vencendo o angelical. Este se prefigura na sujeição das filhas de Homem Dezoito em seus objetos sexuais e, numa construção narrativa inspirada, no fato de a mulher, diante dele, transformar-se numa menina de 12 anos e nessa situação ser ferozmente comida (não há palavra mais adequada que essa) pelo mal, transformada em oferenda. Quero crer que essa transmutação é mais metafórica que “factual”, ou seja, na verdade ela se vê menina por causa de sua fragilidade diante dele. A impotência do amor em sua modalidade materna em confronto com a destruição demoníaca e sua necessidade de carne.

    O contista cria uma atmosfera opressora e demoníaca em todo o conto, sem concessões ao sublime. Tudo é dor, da alma e da carne. Particularmente interessante (do ponto de vista narrativo, não do ideológico) é a subversão de um dos pilares do Cristianismo, o que diz que “os justos herdarão o reino dos céus”. Refiro-me ao trecho abaixo:

    “Num mundo em que as almas são sorteadas ao acaso para habitar os recantos celestiais, uma criança que nasceu para sofrer pode alcançar como descanso eterno o fogo do inferno, enquanto um homem de coração ruim pode glorificar a sorte de ver queimar, no alto da glória, almas no tacho da indecência.”

    Parabéns.

    Em 02/08/2014

  30. José Geraldo Gouvêa
    1 de agosto de 2014
    Avatar de José Geraldo Gouvêa

    Este conto não funcionou para mim, talvez pelo excesso de crueldade, que me espanta da leitura. Não consegui entendê-lo completmaente, e não tenho a mínima vontade de tentar de novo.

E Então? O que achou?

Informação

Publicado às 1 de agosto de 2014 por em Bruxas e marcado .