EntreContos

Detox Literário.

A Balada de John Raymond (Thales Soares)

Pegasus-In-Sunny-Sky-Widescreen-Wallpaper - CopyO detetive apreciava seu último cigarro. Não conseguira largar esse vício, mesmo após diversas tentativas. Mas agora já não importava. Nada mais importava.

Observava calmamente as lápides ao seu redor. Havia decidido que passar seus últimos momentos de vida num cemitério seria o mais apropriado. O gigantesco meteoro atingiria o planeta dentro de poucos minutos, colocando um ponto final na existência da humanidade.

Tirou seu baralho de Tarô do bolso e passou a examinar as cartas para manter a mente ocupada enquanto o fim não chegava. Sentia uma certa simpatia pelo enforcado. Não sabia se era pelo estresse do trabalho ou pela sua vida amorosa conturbada, mas a sensação de ter uma corda em volta do pescoço era praticamente constante em seu dia a dia. Pensando por esse lado, até que seria bem satisfatório o mundo estar acabando. Sua vida nunca havia sido grande coisa…

–Olá– disse uma voz, quebrando a monotonia de pensamentos derivados do apocalipse iminente.

–Quem está aí?– perguntou o detetive.

Um fantasma surgiu diante dele. A alma penada usava chapéu de vaqueiro e colete. Seus olhos cansados revelavam uma pós-vida inquieta, provavelmente resultado de problemas não resolvidos e frustrações durante seu tempo no mundo dos vivos. Com as sobrancelhas franzidas e cara fechada, encarava o detetive. Compartilhava com ele uma certa ansiedade pelo fim do mundo.

–Não adianta fazer cara feia, você não me assusta– disse o detetive.

–Não vim aqui para te assustar. Quero apenas uma companhia para meus últimos momentos.

O detetive soltou uma baforada de fumaça e deu mais um trago no cigarro. Então disse:

–Por mim tudo bem. Me fale um pouco de você. Como morreu?

–É uma longa história…

–Tudo bem, contanto que consiga terminar antes do meteoro nos dizimar.

–Bom… Eu me chamava John Raymond. Vivi na América no século XIX, numa terra selvagem onde não havia leis. O respeito era instigado através do medo. Eu era um pistoleiro destemido que viajava de cidade em cidade fazendo minha reputação.

Carne Nova

Tudo começou numa pequena cidade a Oeste do rio Mississipi.

Meu nome não tinha efeito algum por essas bandas, ninguém me conhecia. Então minha chegada não causou estardalhaço. O mesmo não ocorreu com Shane Valence ao entrar no saloon onde eu descansava. Assim que abriu a porta, todos interromperam imediatamente o que estavam fazendo e ficaram petrificados ao vê-lo. A dançarina ficou pálida, o homem do honky-tonk interrompeu sua música, o barman parou de limpar o copo que estava sujo, a prostituta parou de se engraçar com o homem que estava lhe pagando.

Shane não estava sozinho. Não, ele nunca estava. Andava sempre acompanhado por seu bando de delinquentes. Havia um magrelo conhecido como Dude Dente de Ouro; se chamava assim pois um de seus dentes era feito de ouro. O segundo era um brutamontes conhecido como Bill Bolas de Prata; se chamava assim pois… bom, vamos para o próximo. O último, e não menos importante, era conhecido como Max. Max era um homem feito inteiramente de metal; na verdade ele era um robô futurístico, mas não conhecíamos o termo “robô” naquela época.

***

–Um robô?!– indagou o detetive– Isso é ridículo. E quem o construiu? Por acaso foi o ferreiro da cidade? Acho que lhe falta um pouco de verossimilhança, fantasma. Robôs não existem nem hoje em dia, quem diria naquela época.

–Você não entendeu. Ninguém da cidade o construiu. Aquele robô veio de um futuro distante, de um universo distinto onde o mundo não termina hoje. Agora pare com esses questionamentos idiotas e deixe-me prosseguir…

***

Podem continuar com a diversão, seu bando de desgraçados inúteis disse Shane Hoje estou de bom humor!

Com seu aval, todos voltaram aos seus afazeres.

Junto com Shane e seu bando estava alguém que me roubou a atenção naquele momento, mais do que o próprio pistoleiro ou o robô deslocado de seu tempo. Era uma jovem índia, escrava de Shane. Provavelmente sua concubina. Ela parecia um anjo, mas ele a tratava como se fosse uma vadia. Beijava-a de um jeito grotesco, como se fosse engoli-la. Não se importava com o que a pobre garota sentia ou deixava de sentir.

Sem qualquer tipo de aviso, meus olhos se encontraram com os dela e, naquele momento, tudo ao meu redor se congelou. Era como se existisse somente nós dois no mundo inteiro. Senti uma forte conexão com a garota. Foi tão abrupto e indiscreto que o barman ficou inquieto:

Está maluco, forasteiro?! Aquela mulher pertence a Shane! Se perceber que você está flertando com a garota, ele o executará em praça pública.

Agradeci o conselho, mas um leve obstáculo como um valentão de má reputação não me impediria de obter aquela garota. Talvez não hoje, pois parecia insensato e rubro de minha parte me meter numa briga com o cara mais durão do pedaço na cidade que acabei de chegar.

Levantei-me da cadeira e caminhei em direção à saída. No trajeto, passei bem próximo à índia e dei uma última encarada. Quase fui sugado por sua alma no momento em que ela respondeu meu chamego. Desta vez Shane percebeu. Ele virou a cara e fingiu que não viu. Será que ele seria um homem tão durão assim? Ou simplesmente não se importava de haver olhos gordos em cima de sua propriedade? Para mim pouco importava. Eu não desejava confusão… não naquele momento.

Amor e Guerra

Passei a noite no celeiro de um fazendeiro, em troca de meus serviços.

Não conseguia parar de pensar naqueles olhos castanhos e profundos. Qual seria o sabor de seus lábios? Provavelmente algo doce como o mel. Ou quem sabe forte como uma boa garrafa de whisky.

Sem conseguir dormir, andei pela noite escura, iluminada unicamente por estrelas distantes no céu, até chegar ao poço da cidade. De forma inusitada e além das minhas expectativas, o destino me presenteou com uma agradável surpresa. Ao chegar no poço, topei com a índia de Shane, que estava deliciando-se com a água cristalina.

O que faz aqui tão tarde da noite? perguntei Essas bandas são perigosas… algum homem cruel poderia tentar violentá-la.

Pela primeira vez, escutei a voz da dama:

Duvido que algum homem seja tão insensato a esse ponto. Todos conhecem a reputação de Shane.

Às vezes o amor pode levar o mais sensato dos homens a cometer a maior das loucuras.

A índia tentou em vão esconder seu sorriso. Há muito tempo alguém não dirigia-lhe a palavra. Para o povo da cidade ela não era nada além do brinquedo de Shane.

Eu me chamo John Raymond. E você, qual o seu nome?

–Kalili Rikbaktsa.

Mais uma vez mergulhei no brilho intenso de seus olhos e ficamos sem nada dizer por um longo período de tempo, nos comunicando apenas através de nossas almas apaixonadas. Algumas pessoas dizem que não existe amor à primeira vista. Não posso dizer que me apaixonei por Kalili no instante em que a vi pela primeira vez… pois sinto que eu já estava apaixonado por ela antes mesmo de conhecê-la! Nossa união ocorreu pelas forças de um destino imponente e certeiro.

Banhados pela luz das estrelas, eu e a índia copulamos ali mesmo, perto do poço.

Percebendo que sua escrava nunca retornava, Shane decidiu sair para buscá-la. Resolveu checar justamente no poço da cidade, pois queria aproveitar a ocasião para matar a sede. Não deu outra, fui pego com as calças arriadas! No desespero, não sabia nem qual pistola sacar.

Mas que merda é essa?! surpreendeu-se Shane. Jamais imaginou que alguém teria a audácia de abusar de sua escrava. Para ele, era como se alguém tivesse bebido sua garrafa de whisky sem sua permissão.

Shane… me perdoe implorou Kalili.

Calada, sua pomba suja! gritou Shane, dando um tapa grotesco em seu rosto.

Vamos resolver isso num duelo! sugeri.

Quem diabos você pensa que é? Um forasteiro de merda chega à cidade, rouba minha puta e ainda tem a ousadia de me chamar para duelar? Isso é ridículo!

Está com medo?provoquei-o.

Os olhos de Shane se reviraram de tanto ódio. Ele não suportava ser chamado de covarde.

Eu não duelo com vermes indignos como você! Mas se você está com tanta sede para morrer, façamos o seguinte: duele com um dos meus homens. Se você vencer, eu poupo sua vida e a vida dessa vagabunda. E se você sobreviver à isso e ainda assim tiver colhões para me enfrentar, então aceitarei seu desafio.

Aceitei sem pestanejar. Era tudo o que eu queria. Achei que eliminar um de seus lacaios não seria problema. Qual seria? Bill Bolas de Prata? Dude Dente de Ouro? Eu havia me esquecido de Max. E foi justamente ele quem Shane escolheu para me enfrentar.

Vontade de Ferro

–Agora as coisas estão ficando interessantes– disse o detetive– Como você conseguiu vencer de um robô futurístico apenas com uma Colt .45?

–Eu não consegui… fui miseravelmente derrotado nesse duelo.

–Então foi assim que você morreu? A história acaba aí?

–Não… ainda há muita coisa por acontecer…

***

O local escolhido para o duelo foi um lugar vazio no meio do deserto. Não queríamos chamar atenção.

Max não demonstrava nada em seus olhos. Medo? Ansiedade? Ele jamais sentira qualquer dessas trivialidades. Dizia-se que Shane o achou no meio do deserto. Talvez fosse pelo sol escaldante, ou quem sabe pela própria viagem no tempo, mas o pobre coitado estava com amnésia no momento em que fora encontrado. Com a memória apagada, o robô adotou Shane como seu líder, tornando-se seu cão de guarda, sempre obedecendo sem questionar e sem exigir nada em troca. Era o servo perfeito para aquele desgraçado que só pensava em si mesmo e enxergava as pessoas como se fossem descartáveis.

Pronto? perguntei.

Bip, bip… Afirmativo respondeu Max.

Posicionamo-nos de costas um para o outro.

Shane nos observava tranquilamente. Tinha confiança total que seu lacaio jamais seria derrotado.

O sol esquentava cada grão de areia do deserto e cada pelo do meu corpo. Eu estava suando. Seria medo ou apenas calor? Era tarde demais para voltar atrás.

Demos dez passos para nos afastar. Era agora, chegara o momento de matar ou morrer. Consegui me virar antes de Max. Saquei minha arma o mais rápido que pude.

BANG!

Minha agilidade no gatilho não me decepcionou, atingi o torso do robô. Porém, devido à blindagem de seu corpo, a bala ricocheteou e não fez nem mesmo um arranhão.

BANG!

O tiro da arma de Max acertou em cheio meu estômago. Era impossível ele errar pois seu visor possuía um sistema de mira automática. Mas na época eu não sabia disso.

Cai de joelhos e o sangue vermelho logo se tornou visível em minha barriga. A dor era alucinante.

Que ridículo… disse Shane Vamos, Max. Combinei com o resto do bando de nos encontrarmos no saloon depois desse duelo de merda.

Devo executá-lo.. bip bop… e acabar com seu sofrimento, senhor?

Não… deixe-o morrer vagarosamente. Se ele tiver sorte, os coiotes o devorarão.

Eu já não conseguia mais distinguir o que via ou ouvia. Meus sentidos estavam falhando. Minha visão ficara embaçada.

Por três dias e três noites fiquei estirado na areia, agonizando. Toda a minha vida passou diante dos meus olhos, como se fosse um livro dividido em capítulos. Revivi cada um dos momentos de impacto que passei no decorrer dos anos, desde quando eu era um pirralho até quando me tornei um solitário pistoleiro. Tão solitário… Kalili era uma brecha para eu escapar da solidão. Mas tudo acabou dando errado e agora eu estava ali, abandonado na areia como bosta de cavalo.

Foi no quarto dia de minha derrota que algo extremamente incomum aconteceu. No horizonte, junto com o nascer do sol, um cavalo branco e reluzente apareceu. Ele ficava lá em pé, de forma imponente, apenas me observando. Logo reparei que o cavalo possuía duas grandes asas. Tratava-se de um cavalo alado, ou um pégaso, como costumavam chamar na Grécia Antiga.

A misteriosa criatura aproximou-se e disse:

Levante-se, meu bom homem.

***

–O que?! Um pégaso falante no velho oeste? Sério mesmo?– riu o detetive– Essa história está começando a cair para o ridículo.

–Eu fiquei com uma bala enfiada no meio do estômago durante três dias! Eu estava sem me alimentar, sem ingerir água e permaneci o tempo inteiro no sol do deserto, sentindo uma dor insana. Se você alguma vez tivesse passado por uma situação como essa, certamente que confiaria na veracidade de minha história. Agora pare de me interromper com bobagens!

***

Levante-se, meu bom homem a voz do pégaso era forte e nítida, pronunciava cada palavra de forma sobre articulada.

E-Eu… argh… eu não… c-consigo a dor era exagerada, não me permitia nem mesmo falar.

O pégaso ficou observando meu sofrimento por alguns minutos. Nada fazia para me ajudar.

E-estou morrendo… c-caralho…

Estar morrendo implica que você está perdendo a vida. Contudo, vida é um conceito relativo. Ao meu ver, você nunca esteve tão vivo como agora. Preste atenção em seus sentimentos. Sinta suas emoções fluindo em cada um dos seus pensamentos. Posso sentir um poderoso amor transbordando de seu coração; uma colossal raiva gritando em sua alma; um desejo voraz por vingança radiando em seus olhos. Concluo que você deseja salvar alguém especial, estou correto?

–Argh… s-sim… mas e-eu… eu… não c-consigo.

Deixe de ser tolo! Enquanto você não acreditar que pode, você realmente não conseguirá. Controle suas emoções, sinta a vida se esvaindo por seu corpo. Agora sinta a vida ao seu redor. As plantas. Os insetos na terra. As gralhas no céu. Perceba que existe uma conexão entre tudo isso. Uma tênue linha da vida. Agarre-se à ela.

C-caralho… a-acho que e-estou… f-ficando louco!

Não, jovem cavaleiro. Você está começando a compreender a teia da vida. Há ancestrais num plano superior o assistindo nesse momento, não os decepcione. Pegue emprestado um pouco dessa energia ao seu redor. Junte-a com todas essas emoções fervilhando em sua alma. Agora levante-se! Seja um verdadeiro campeão e lute por seus sonhos! Proteja os fracos, derrube os tiranos! Torne-se um verdadeiro herói, uma lenda!

Enquanto o pégaso tagarela balbuciava sua coleção de frases incentivadoras, juntei minhas forças para me levantar. Com uma enorme dificuldade, finalmente fiquei em pé. Por um segundo, esqueci-me da dor da infecção que rasgava meu estômago.

Muito bem, eu sabia que conseguiria. Agora venha comigo!

Não me lembro ao certo do que ocorreu em seguida, pois minha visão ficou turva e eu desmaiei.

Acordei numa cabana. Um índio curandeiro estava cuidando dos meus ferimentos.

Onde estou?

Você ter muita sorte, cara pálida. Descanse, teu corpo ainda estar muito ferido.

Onde está o pégaso?

Pégaso?

Deixa pra lá… Por quanto tempo permaneci desacordado?

–Uma semana.

Havia passado dez dias desde o duelo com Max. Eu não podia perder mais tempo, Shane iria punir Kalili com a morte devido à sua traição!

Levantei-me e me dirigi à porta da oca, mas fui interceptado pelo curandeiro.

Cara pálida precisa descansar, ou cara pálida irá morrer!

Obrigado, meu bom amigo. Infelizmente não posso perder mais tempo aqui. Preciso conferir se está tudo bem com minha garota.

Enquanto saia da oca, pude jurar que ouvi o índio dizer:

–Pégaso, ajuda o teu cavaleiro.

Acerto de Contas

Procurei desesperadamente por Kalili em todo canto da cidade. O lugar onde minha busca me levou não era nada agradável.

Cheguei tarde. Kalili estava sob a terra, enterrada diante de uma árvore num jardim tranquilo e bem cuidado na casa de uma senhora que a criou quando pequena. Shane a havia executado publicamente como prometera. Meus olhos se encheram de lágrimas e fúria.

Fui direto para o saloon da cidade, onde sabia que o patife estaria. Cheguei dando um chute estrondoso na porta. Todos se assustaram, menos Shane, que estava ocupado demais admirando seu full-house no jogo de pôquer. Sem nem ao menos me olhar, ele disse:

Parece que Max não serve nem sequer para limpar um resto de merda de cu como você, não é mesmo?

Minha sede por vingança era intensa. Posicionei-me diante a mesa do canalha e, com minhas duas mãos, levantei-a e a arremessei no chão, derrubando todas as cartas e fichas que ali se encontravam, provocando o espanto de todos à nossa volta e uma reação direta de meu inimigo:

FILHO DA PUTA!

Consegui chamar sua atenção. Ele estava furioso, me encarando de maneira violenta. Seus capangas apontavam suas armas para mim.

Duelo, agora! eu disse.

Todos dentro do saloon olhavam diretamente para nós. Diante de toda aquela plateia, Shane não poderia recusar o desafio, perderia seu respeito na cidade. Porém, ao observar meu ferimento na barriga, deu um largo sorriso e respondeu:

Tolo! Deseja mesmo perder a vida, não é?

Vida é um conceito relativo. Pra um desgraçado como você, não vale mais do que os cinco tostões furados guardados no tambor da pistola de um vagabundo.

Shane rangeu os dentes e nada respondeu.

Fomos para fora. Toda a cidade nos acompanhava. Era o evento do século. O próprio xerife se ofereceu para ser o juiz do duelo.

Combinamos de colocar uma única bala no tambor. Seria uma única chance de acertar o oponente. Quem errasse morreria.

Posicionamo-nos um de costas para o outro. Minhas mão estavam um pouco trêmulas. Não era medo, disso eu tinha certeza, mas sim ansiedade. Eu não tinha mais nada a perder. Aquele maldito havia tirado de mim a garota de meus sonhos. A pobrezinha não havia feito nada de errado. Aquele monstro destruíra a vida dela gradativamente, tratando-a como lixo e humilhando-a, e depois a assassinou! Aquilo não podia ficar barato.

Após o aval do xerife, começamos a dar passos para nos afastar. O ferimento em meu estômago latejava de tanta dor. Meu corpo estava muito agitado. Eu precisava vencer… para vingar a morte de Kalili e poupar a todos daquele demônio. Fazê-lo pagar por todas as crueldades por ele cometidas.

O momento decisivo havia finalmente chegado. Viramo-nos ao mesmo tempo. Puxamos o gatilho.

BANG!

BANG!

Todo mundo estremeceu. Ambas as balas rasgavam o ar voando quase que em câmera lenta. Algo bastante improvável ocorreu. As balas se chocaram uma com a outra, ricocheteando e mudando suas trajetórias, errando seus respectivos alvos e atingindo alguma parte insignificante do cenário. Todos olhavam pasmos para mim e para Shane, imaginando que ambos havíamos errado o alvo por descuido ou inabilidade, pois a colisão ocorreu numa fração de segundos e naquela hora ninguém entendeu que diabos havia se passado.

Após um longo tempo em silêncio, Shane, ainda inconformado com o ocorrido, decidiu agir. Sacou uma segunda pistola, escondida em seu colete, e disse:

Chega de palhaçada. Morra!

BANG!

Até hoje ninguém sabe explicar o porquê, mas o tiro em questão foi de Max, que havia atirado no peito de seu próprio chefe. Talvez seus circuitos tivessem se danificado de vez pelo calor intenso da cidade. Talvez ele tivesse se lembrado de sua verdadeira missão. Talvez o pégaso falante tivesse interferido magicamente a meu favor. A única coisa que se sabe é que, logo após ouvir o grito de Shane, Max disse:

0100100011010111.

Em seguida, seu corpo desligou-se. Max nunca mais voltou a se mover.

Todos na cidade estavam espantados com o resultado do combate.

Um cavalo branco e de crina brilhante surgiu através das colinas e aproximou-se de mim. Montei nele e cavalguei para longe daquela cidade que me trazia tantas más lembranças.

Algumas pessoas juravam que haviam enxergado um par de asas no cavalo. Ninguém nunca mais me viu. O nome John Reynold tornou-se uma lenda consagrada naquela região, enquanto o nome Shane Valence foi completamente esquecido.

***

–Para onde você foi depois disso? Como você morreu?– perguntou o detetive, curioso.

–Cavalguei para o mais longe que pude. Minha ferida estava novamente aberta devido ao meu esforço no duelo. O cavalo me trouxe para este cemitério que estamos. Então eu desci de sua garupa e morri de hemorragia interna.

–Mas e quanto ao pégaso? Qual a explicação lógica para isso? E por que ele te ajudou?

–Não sei… mas depois que morri, voltei a vê-lo. Descobri que seu nome era Applejack. Ele me disse que Kalili e eu estávamos destinados a nos unir, mas isso só ocorreria no fim dos tempos, quando todas as coisas na terra perecessem. Desde então eu fiquei aqui, aguardando esse momento.

–Bom… não falta muito agora.

–Pois é… Quer ouvir algo curioso? Depois de todas essas décadas aqui esperando, não consigo me lembrar direito de Kalili. Eu a vi durante um único dia da minha vida, um tempo relativamente curto se comparado com todo o tempo desde que morri. Não consigo me lembrar de seu rosto. Não consigo me lembrar do sabor de seus lábios…

O detetive jogou seu cigarro e observou o meteoro penetrando a atmosfera terrestre.

–Paciência, fantasma. Sua história foi interessante e serviu para me entreter. Ao menos um de nós vai ganhar algo bom com o apocalipse. Espero que você e sua amada sejam felizes, seja aonde for que estiverem.

–Obrigado.

O detetive abriu os braços e fechou os olhos, entregando-se para o fim.

KA-BOOM!

37 comentários em “A Balada de John Raymond (Thales Soares)

  1. Thiago Lopes
    23 de maio de 2014

    Concordo com a opinião do Marcello quanto à palavra “copulando”. Mas, de resto, gostei do conto, porque bem escrito e criativo. Gostei das misturas, dos recursos (a onomatopeia, por exemplo). Um texto ousado.

  2. rsollberg
    19 de maio de 2014

    Muito bom! Curti bastante o enredo e a essa mistura louca dos temas.
    Os diálogos ficaram ótimos. O humor deu um toque especial ao texto.
    Em algumas partes lembrei-me da Torre Negra, o que foi ótimo, não sei se foi uma referência, mas de qualquer modo: “Você não entendeu. Ninguém da cidade o construiu. Aquele robô veio de um futuro distante, de um universo distinto onde o mundo não termina hoje. Agora pare com esses questionamentos idiotas e deixe-me prosseguir…
    Certamente um dos mais divertidos que li nesse desafio…
    Parabéns e boa sorte.

  3. rsollberg
    19 de maio de 2014

    Muito bom! Curti bastante a mistura dos temas. A narrativa é muito boa. As divisões ficaram bem marcadas e funcionaram bem. Os diálogos ficaram deliciosos e o humor deu um toque especial ao conto.
    Algumas partes fizeram-me lembrar de a Torre Negra, e isso foi ótimo: “Você não entendeu. Ninguém da cidade o construiu. Aquele robô veio de um futuro distante, de um universo distinto onde o mundo não termina hoje. Agora pare com esses questionamentos idiotas e deixe-me prosseguir…”
    Certamente foi um dos mais divertidos que li nesse desafio.
    Parabéns e boa sorte.

  4. Bia Machado
    17 de maio de 2014

    Gostei! Achei engraçado em certas passagens e me prendeu, fui lendo porque queria ver onde tudo isso ia acabar, rs. Parabéns!

  5. Willians Marc
    14 de maio de 2014

    Gostei do conto. A narrativa prende o leitor, consegui ler ele rapidinho. A mistura de faroeste/ficção/fantasia não me incomodou. Só achei que o protagonista passou tempo demais com o ferimento na barriga, para aguentar isso, só se ele fosse o Seya dos Cavaleiros do Zodíaco, ou será que essa era a intenção? rs

    Abraço e boa sorte no desafio!

  6. vitorts
    7 de maio de 2014

    Não vou me apegar à verossimilhança. Com certeza, esse conto é desprendido disso. Como tendeu para o humor, não vi mal nisso. Se assemelhou aos desenhos insanos que passam hoje em dia.

    A intenção de abordar os demais desafios foi um exercício interessante, mas achei algumas inclusões gratuitas. É colocar o enfeite de mesa só para dizer que está lá, mas sem serventia nenhuma. É como a carta de tarô, por exemplo. Aliás, a metáfora do enforcado não funcionou para mim, já que a carta retrata um sujeito suspenso por um pé, não pelo pescoço.

    Enfim, é um bom conto de entretenimento. Leitura leve e rápida.

    Boa sorte no desafio.

  7. Davi Mayer
    5 de maio de 2014

    Gostei muito do conto. Meio doideira, mas acho que a intenção do autor era essa mesmo. Tentei certa vez fazer uma comediazinha num conto de terror, acho que não me sai tão bem quanto você. No humor foi muito legal.

    Você foi ousado, me prendeu na narrativa, me deixou curioso, e por mais loucura que tenha sido, inovou. Só em sair da mesmice ganhou pontos.

    Parabéns.

  8. Marcellus
    4 de maio de 2014

    Esse é um daqueles contos que se lê depois de muita vodca na cabeça. Particularmente, não gostei. A ideia em si é até bacana, mas não foi bem executada. Mesmo aceitando todo o surrealismo, ficou superficial demais…

    E, cá para nós… “copulando”? “COPULANDO”? O sujeito encontra uma índia (vamos considerá-la idealizada) num poço de água cristalina… e COPULA? Merece o azar do “dono” da índia encontrá-los.

  9. Swylmar Ferreira
    4 de maio de 2014

    Gostei muito do conto Clint ( se é que posso chamá-lo pelo primeiro nome, sr Eastwood).
    Gostei do tom jocoso, do direcionamento do conto e da frases de efeito como: “agora eu estava ali, abandonado na areia como bosta de cavalo” e “errando seus respectivos alvos e atingindo alguma parte insignificante do cenário”. O nome da índia não me é estranho e nem o do cavalo.
    Bem escrito, bem bolado e gostoso de ler.
    Parabéns!

  10. Ricardo Gondim
    30 de abril de 2014

    O autor arriscou muito. Algumas coisas funcionaram, outras não. Mas vejo um grande mérito no risco.

  11. rubemcabral
    30 de abril de 2014

    Indo meio contra a maré: não gostei da “mistureba” e não achei bem-escrito também. Há alguns momentos engraçados, feito os nomes dos bandidos, mas não “entrei na vibe” do conto.

    A propósito, achei estranho tratar “pégaso” como uma classe de animal fantástico, já que Pégaso era o nome de um cavalo alado, mas não de todos os cavalos alados.

  12. Felipe Moreira
    27 de abril de 2014

    Conto ousado, divertido e muito bem escrito. A narrativa foi o que mais me agradou. Gosto de textos, ainda que curtos, que buscam questionamentos, amor e essa mistura de todos os temas praticamente criou um novo universo após o KA-BOOM. O diálogo final foi a melhor parte pra mim.

    Parabéns e boa sorte.

  13. Hugo Cântara
    23 de abril de 2014

    Gostei do conto.
    Os 3 dias em que esteve ferido, o cavalo com asas, o Max, houve uma mistura de fantasia e ficção científica que dificilmente resulta. No entanto, a narrativa fluiu bem graças à escrita e estilo do autor.
    Quanto ao fim, confesso que esperava mais, queria conhecer melhor o detective e que houvesse alguma ligação entre as duas personagens.
    Parabéns e boa sorte!

    Hugo Cântara

  14. Fabio Baptista
    22 de abril de 2014

    Gostei!

    Tem que ser lido com uma boa dose de desapego da realidade, mas foi bacana.
    Prendeu minha atenção o tempo todo, não notei nenhum erro que se destacasse (no máximo um “aconteceu / apareceu” que rimou involuntariamente).

    Ri demais com essas frases:

    –E-estou morrendo… c-caralho… (me lembrou muito isso aqui: http://kibeloco.com.br/2014/01/22/prioridades-3/
    kkkkkkkk)

    –Pégaso, ajuda o teu cavaleiro.

    O conto todo descamba para um humor escrachadamente sutil (se é que isso existe).

    A ideia de juntar os temas dos desafios também foi excelente e muito bem executada (com exceção ao tarô, que apareceu ali só por aparecer).

    O final deixou a desejar. Poderia ter uma surpresa ou uma piada mais acentuada, para fechar com chave de ouro.

    Abraço.

  15. Rodrigo Arcadia
    22 de abril de 2014

    Até que a junção de todos os elementos dos desafios anteriores, não ficaram tão mal assim. Porém, devo confessar, que gostei de algumas coisas e outras não. mas nada que me desagradasse por completo. Mas vale pelo amor que conduziu o conto e isso, eu achei interessante.

    Abraço!

  16. Thata Pereira
    22 de abril de 2014

    Nossa, curti demais! Até mesmo se não fizesse referência aos desafios anteriores… achei interessante os períodos do detetive com o personagem principal cortando a história, dessa forma que foi apresentada. Por fazer uso de muitos elementos eu tiraria o robô, talvez… mas gostei muito!!

    Boa Sorte!

  17. Leandro B.
    22 de abril de 2014

    Não foi o primeiro conto que tentou mesclar todos os temas dos desafios. Acho muito complicado comentá-lo porque, acima de tudo, tenho a impressão de que a coisa toda não passou de um exercício criativo e, como tal (talvez apenas como tal), foi algo válido.

    Algumas passagens dessa mistura, porém, ficaram um pouco deslocadas, como o tarô.

    Como disse, acho muito, muito complicado comentar algo assim. Pela narrativa construída fica mais do que claro que se trata de um autor experiente. Mas a história, em si, não me agradou além da ideia dela como um exercício (ainda que tenha tido algumas boas tiradas).

    Sinto muito pelo comentário pobre e confuso, mas realmente fico um pouco perdido em analisar algo assim. Contudo, parabéns pela escrita. Eu apostaria todas as minhas fichas que outro texto seu pela entrecontos me agradou bastante.

  18. Eduardo Barão
    21 de abril de 2014

    Rapaz… Que doideira.

    O conto em si é construído a partir de uma mescla de vários elementos distintos, mas o resultado não ficou muito homogêneo. Pégaso, balas ricocheteando, robô, fantasma, fim do mundo, encontro amoroso pós-apocalíptico, tarô… Não sei se entendi a real proposta do autor. De qualquer forma, a leitura me prendeu e conto isto como ponto positivo.

    Continue escrevendo. 😉

    ps: Kalili é facinha, hein?

  19. Anorkinda Neide
    21 de abril de 2014

    Olha gostei muito da homenagem a todos os desafios feita na primeira parte.
    Gostei dos clichês de western, teve até BANG BANG, acredito q o autor nao quis fugi dos clichês, ao contrário, procurou usar todos, assim como procurou colocar os temas pregressos dos desafios aqui do site.
    Gostei disso tudo, desgostei apenas de duas coisas:
    -o nome da India, nao podia ser pior.. huahuiha
    – e o final… jurei por todos os deuses do Olimpo que o cowboy iria ficar com o detetive, por ser este a reencarnação de Kalili.. hiuhauiha
    com toda a mistureba, esta minha ideia nao fica muito fora do contexto nao! :p

    Boa sorte ae! e q venham mais tiros!

    • Anorkinda Neide
      21 de abril de 2014

      .. vem cá.. teve um momento ae q o nome do cowboy mudou de Raymond para Reynold? pq?
      rsrsrsrs

    • Leandro B.
      22 de abril de 2014

      “jurei por todos os deuses do Olimpo que o cowboy iria ficar com o detetive, por ser este a reencarnação de Kalili.. hiuhauiha”

      nossa hauahuahu

      Isso teria sido sensacional.

    • vitorts
      7 de maio de 2014

      Hahahahaha
      Pensei a mesma coisa. Pelo menos que rolasse uma mãozinha sobre a outra enquanto assistiam o fim do mundo, hahaha

      • Anorkinda Neide
        7 de maio de 2014

        uma mãozinha sobre a outra? que fofo!! 🙂
        kkkk

  20. Vívian Ferreira
    21 de abril de 2014

    Como não participei de desafios anteriores, somente no do Fim do Mundo, não percebi a mistura de temas anteriores por completo. Gostei do conto, a leitura fluiu bem, só não gostei da aparição do Pégaso para salvá-lo, me tirou um pouco do clima do conto. Boa sorte no desafio.

  21. Pétrya Bischoff
    21 de abril de 2014

    Bueno, interessante o autor utilizar-se de outros temas passados, bem como os elementos futuristas. O Max lembrou-me um outro robô no deserto do desafio passado (não recordo o nome). No entanto, a estória não me pareceu consistente. Enfim, certamente agradará muitas pessoas. Boa sorte 😉

  22. Eduardo Selga
    21 de abril de 2014

    Muitas perguntas ficam no ar ao fim da leitura do conto, poucas certezas.

    Parece-me que o(a) autor(a) hesitou entre dois tons, quanto à dicção do texto (e isso nada tem a ver com o mérito da mescla de gêneros): o humor e o sentimentalismo piegas. O resultado foi um perfil indefinido do conto.

    Quando adentra o humor consegue bons resultados, como em “O segundo era um brutamontes conhecido como Bill Bolas de Prata; se chamava assim pois… bom, vamos para o próximo”, e o discurso do pégaso, que me parece uma paródia bem humorada com os textos de autoajuda e outros otimismos de ocasião, presentes em nossa sociedade contemporânea. Mas se o discurso dele é interessante, a figura mitológica já não se encaixa bem num conto que pretende misturar ficção científica com western.

    Quando escolhe um tom excessivamente adocicado para demonstrar o sentimento do protagonista para com a índia, peca. Orações como “Mais uma vez mergulhei no brilho intenso de seus olhos e ficamos sem nada dizer por um longo período de tempo, nos comunicando apenas através de nossas almas apaixonadas” não se adequam ao western, e sim a textos pertencentes à escola literária denominada Romantismo. Um homem que vivia “na América no século XIX, numa terra selvagem onde não havia leis”, se não era necessariamente um abrutalhado, também não era um sentimental.

    Quanto à mistura de hibridização de gêneros narrativos (western e ficção científica), acredito que valha o primeiro parágrafo do comentário que fiz em relação ao conto “Questão de Honra”

    Falando da mistura de temas já postos no Desafio, não acredito que isso, por si, tenha causado prejuízos à narrativa.O problema é que há um tom de gratuidade em alguns itens da mescla. No caso do tarô, por exemplo, ele não é essencial à narrativa, foi um acessório que serviu para demonstrar a criatividade do(a) autor(a) em lidar com os temas anteriores. Pareceu-me mais um exercício narrativo do que qualquer outra coisa.

    O uso da onomatopeia foi um ponto positivo, na medida em que gerou dinamismo ao texto, principalmente pela mudança de fonte. Causou uma sensação de história em quadrinhos. Mas aí temos mais uma vez a hesitação, pois o conto em seu todo não parece pretender essa dinâmica. Se, por exemplo, a dicção fosse essencialmente humorística ou parodística, o recurso teria resultado excelente.

    Pretendeu-se fazer humor ou uma referência à estética do cinema contemporâneo a cena em que as balas se chocam, (“Ambas as balas rasgavam o ar voando quase que em câmera lenta”)?

  23. claudia roberta angst CRAngst
    20 de abril de 2014

    Achei a ideia de mesclar todos os temas dos desafios interessante. Se fossem mais temas,ficaria forçado, mas assim funcionou.
    Os clichês não me incomodaram. Penso que é quase impossível não usá-los.
    Ao contrário dos colegas, não considero Kalili fácil, mas uma romântica vítima do amor a primeira vista, ou ao primeiro disparo..rs.
    Boa sorte.

  24. Thales Soares
    20 de abril de 2014

    Nossa. Gostei da sua ideia de fazer uma mistureba com todos os temas anteriores dos desafios. Noir, Cemitério, Viagem no Tempo, Fantasma, Tarô, Fim do Mundo, Faroeste… wow, que doideira… mas foi criativo.

    Existem vários cliches no decorrer do conto… concordo que deve ser um tanto quanto difícil fugir deles devido à chuva de filmes que tratam sobre o assunto. Mas nesse desafio estou encarando esses nomes e frases manjadas mais como uma homenagem aos filmes de bang bang.

    Achei bem legal a história. Há mudanças entre primeira e terceira pessoa, o que tornaria o conto confuso e terrível caso fossem feitas de qualquer jeito. Mas acho que o autor conseguiu orquestrar bem esse aspecto.

    Essa Kalili parece uma mina bem fácil ein… o cara só perguntou o nome dela e ela já quis ir pro rala e rola com ele 😮 !!

    Hey… eu conheço o nome desse pegasus!

  25. Brian Oliveira Lancaster
    20 de abril de 2014

    Gosto muitos dessas referências sci-fi, no entanto, no contexto, precisavam ser mais sutis para se chegar ao efeito desejado. A troca rápida de termos antigos e contemporâneos me incomodou um pouco. A disposição em pequenos capítulos e a conversa da primeira camada foram os pontos que mais gostei.

  26. Sérgio Ferrari
    20 de abril de 2014

    Olha q legal, o autor usou os temas de outros desafios e zzzzzzzz. O importante é se vc se divertiu escrevendo, não é? Achei zoado, pois o objetivo do conto é pobre. Enfim…zzz

  27. Jefferson Lemos
    20 de abril de 2014

    Que doideira! hehe

    Todos os desafios em um só lugar, podemos dizer que poderia ter sido postado em todos os meses, que se encaixaria em todos os temas.

    Gostei da forma leve e descontraída do conto, chegando a nos fazer rir em certos pontos. Está bem escrito, e com a história bem dividida e personagens definidos.
    A quebra de narração com a conversa entre o fantasma e o detetive também foi um ponto positivo.

    Enfim, eu curti e espero que outros gostem também!
    Parabéns e boa sorte!

    P.S.: Cólera do Dragão!

  28. Tom Lima
    20 de abril de 2014

    Corajosa a decisão de misturar todos os temas.

    Executou bem a ideia, que me agrada enquanto acredito que o fantasma é um puta dum mentiroso 🙂

    Gosto mais dos diálogos fatasma-detetive do que do monólogo do fantasma.

    Um conto legal, leve.

    Boa sorte.

  29. Thiago Tenório Albuquerque
    20 de abril de 2014

    Como já dito, essa mistura de tecnologia futurista e western parece ser a seara pela qual a maioria do participantes seguirá.

    Achei o texto confuso e demasiado tecnicista. Sem apelo.

    As mudanças entre passado e presente tornaram o texto pouco fluído e cansativo. Vários clichês do gênero euro western e apocalíptico se mostraram de maneira óbvia, como por exemplo os nomes dos personagens, parecem retirados de um filme setentista.

    O detetive e sua apatia perante o fim do mundo e a aparição de um fantasma, é demasiadamente inverossímil, mas não tanto quanto as balas chocando-se e seguindo um inusitado, se não óbvio, trajeto distinto dos disparos.

    O cavalo alado foi apenas, ao meu ver, uma tentativa ruim do uso de simbologias.

    O uso de onomatopeias fez com que o texto tomasse para si um ar pueril que destoa com o partes mais sérias do enredo.

    Um texto bem escrito mas com algumas falhas de grafia.

    Realmente não me identifiquei em nada com esse trabalho. A tentativa do autor de mesclar estilos e temáticas foi, ao meu ver, fracassada.

    Boa sorte.

  30. Martha Angelo
    20 de abril de 2014

    Curti! No começo, aquela história de apocalipse me pareceu meio fajuta, mas a partir de ” Carne Nova ” , o texto engrena de um modo bem humorado e surreal e tudo acaba fazendo sentido. Divertido, gostoso de ler!

  31. mariasantino1
    19 de abril de 2014

    Bill Bolas de Prata (?) Boa 😀
    .
    Na Frase: “parecia insensato e RUBRO de minha parte…” Não seria… “Parecia insensato e RUDE da minha parte…” Rubro é vermelho 😦 (Me corrija se estiver enganada, ok?)
    .
    Cara! Que facim chegar na KALILI heim?? Hehehe. (entendi que o autor tentou repassar um lance de pré destinado, acho que foi isso mesmo certo?)
    .
    “Kalili estava SOB A TERRA, ENTERRADA diante de uma árvore…” Se estava sob a terra, claro que estava enterrada. No seu lugar eu usaria: “Kalili estava SOB A TERRA PRÓXIMO A uma árvore…” Ou “Kalili JÁ ESTAVA SOB A TERRA, JAZIA diante de uma árvore…”
    .
    “As balas se chocaram uma com a outra, ricocheteando e mudando suas trajetórias.” Imaginativo e insólito… mas a ficção permite certas coisas:D
    .

    KA-BOOM! KKKK. Misturou o tema do ultimo E.C. Rs.

    Gostei do final do conto, o lance do Amor Perdido também foi bacana. Mas, as pessoas infelizmente estão tendo as mesmas ideas de misturarem robôs na trama, esse lance futurista. Alguns diálogos são modernos demais em minha opinião e o Pégaso entrando em cena ainda me deixa pensando aqui. Gostei 70% do conto. Ok? Boa Sorte no Desafio.

  32. Tom Lima
    19 de abril de 2014

    Ainda não li. Vim deixar claro que já não gosto de você pois roubaste meu pseudônimo! 🙂

    • Clint Eastwood
      20 de abril de 2014

      Postei o conto rapidinho pois sabia que algum espertinho tentaria usar esse pseudônimo. O mais rápido no gatilho vence, não é mesmo? Hehe.

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Informação

Publicado às 19 de abril de 2014 por em Faroeste e marcado .