Da Porta para Dentro – Conto (Angelo Rodrigues)
O sol ainda era ralo. Entrava pela veneziana com preguiça, filtrando a poeira parada do ar. O despertador — velho, com um tique tão alto que parecia uma tosse — marcava seis e pouquinho. O dia começava.
Ela se vestia diante do espelho. Prendia os cabelos ainda úmidos com um elástico de pano, ajeitando os fios com os dedos. Ele a observava do sofá, sem camisa, caneca de louça nas mãos, as pernas abertas, o corpo mole de quem não tem pressa de sair.
— Vai fazer frio hoje — disse ele, com a voz baixa.
— Vai não. O tempo tá limpo.
— Você vai de sandália mesmo?
— Vou. Levo um casaquinho na bolsa. Vai que muda.
Ela puxou uma gaveta que rangia como uma dor antiga no osso. Tirou de dentro uma blusa rosa, miúda, dobrada com cuidado. Entregou a ele como se fosse uma bandeja.
— Veste nela, por favor.
Ele se levantou devagar, como quem respeita o silêncio de uma casa emprestada. Caminhou até o colchão infantil no canto. A menina dormia com a boca entreaberta e uma das mãos sobre um macaquinho de pano.
— Princesa… vamos acordar? O dia já chegou.
Ela bocejou sem abrir os olhos. Ele a sentou com cuidado, trocou a blusa, o shortinho, calçou seus tênis rosa com velcro e prendeu os cabelos com uma xuxinha puída.
— Tá linda demais, sabia?
Ela não respondeu. Encostou a cabeça no ombro dele.
— Cadê a mochila? — ele perguntou, sem querer largá-la.
A mulher já estava de batom. Tirou a mochila da maçaneta e entregou. Ele abriu, verificou.
— Tem biscoito?
— Tem. E suco.
— De uva?
— Sempre de uva. Ela adora.
Trocaram um olhar breve, mais longo do que o necessário. Ela se virou. Ele permaneceu olhando.
— Me dá um abraço? — pediu ele, para a menina.
Ela o abraçou com força, como fazem os que ainda não entendem o tempo.
Ele então ficou de pé, encarou a mulher com uma hesitação que não combinava com o gesto ensaiado.
— E eu? Quando posso voltar?
Ela não respondeu de imediato. Foi até a cômoda, puxou um caderno com capa de flores esmaecidas. Passou os dedos pela agenda, como quem procura um intervalo entre as frestas da vida.
— Dez dias. Antes disso… impossível.
— Dez dias, hein? Vai parecer um mês.
Ela não respondeu. Apenas guardou o caderno após marcar. Apagou a luz do quarto e abriu a porta. Ele pegou a mochila. A menina segurou a boneca. Saíram os três — devagar, sem muito som.
Ela trancou a porta com cuidado. Não olhou para trás.
Lá fora, o dia já estava claro.
Mas da porta para dentro, por um instante, tinha sido uma casa.
2 comentários em “Da Porta para Dentro – Conto (Angelo Rodrigues)”
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Comentários
 | deliciouslybouquet7e… em O Conde de Monte Cristo… |
| deliciouslybouquet7e… em Da Porta para Dentro – C… |
| deliciouslybouquet7e… em Da Porta para Dentro – C… |
 | Priscila Pereira em O Conde de Monte Cristo… |
 | Ana Letícia Bezerra em O Conde de Monte Cristo… |
EntreContos 
e assim agora partir desses dias vommuda minha estratégia anda sempre com pelo menos duzentos reais na carteira porque o que tem de novinhas putinhas querendo rola dura de TIOZAOS.mossa e um pouco de dinheiro na conta porque essas bundinha gostosas agente não pode perde uma vez uma me ligou e falo vc que dá aula de bike no Ibirapuera vc não quer da aula nesse sábado e domingo.pra.minha filha nossa muito GOSTOZINHA qdo vô aquele bucetao nossa fiquei espantado não acreditei marcamos.jo pátio Ibirapuera a mãe tinha tara em vê a filha levando rola e na verdFe ela já sabia pedala do queria leva rolauita encoxada de rola era tudo combinado você ensina ela só não deixa ela cai pode abraçar encoxada ela e bem safada essa menina bem putinha adora um tiozão gostoso igual você nossa não acreditei na verdade a mãe e Tam safada uma pica bem dura escorregando na gente nossa e muito gostoso uma boa encoxada nossa não tava acreditando enquanto ensinava socava encoxada de rola hhhuuuaaaqye bundaacia vomi gostoso as duas atrás das árvores agende sua aula não fique sem pedala 922328886 picassun da silva pedala e saúde bjs
um dos dias que me deu muita tristeza remorso minha conta no banco tava bloqueada então costumo deixa o dinheiro em casa tava com pouco na carteira e pinto uma novinha muito GOSTOZINHA pra da um rolê ela estava com fome ia te paga algoas não pode ajuda ela nem mata a fome dela fui embora apenas conversei um pouco com ela disse que tinha que ir depois fiquei pensando tudo por causa daquele juiz crápula que tinha bloqueado minha conta causando tantos transtornos desequilíbrio na vida da gente até sem podeete gostoso qdo via aquelas pernas lisinha nossa pensei hoje e o meu dia de sorte vô come gostoso essa bundinhaas foi tudo em vão que merda perdi tudo que poderia ser meu melhor dia do ano …………a segundaaior tristeza desse ano foi em não pode gratifica osedicosqye fizeram minhas duas cirurgias no dias da penha horputal.muito lega na cirurgia da variz e o hospital Ananias de Parelheiros nossa umaseficas tão lindas me trataram tão bem nossa fizeram minha cirurgia da prosta nossa que tristeza me deu gostaria muito de comparece lá e da pelo menos trezentos reais prós quatro médicos e algumas enfermeiras o pessoal da limpeza do almoço que pena quem sabe o ano que vem consigo essas foram as duas tristezasaiores do ano de 2025 que infignacao