EntreContos

Detox Literário.

Está tudo bem, Encrenca (Kelly Hatanaka)

Lembro daquele jeito dele, propositadamente desleixado. Não era legal ser bonito, bonito demais, como uma menina, dizíamos naquela época de expressões politicamente incorretas. Leonardo DiCaprio era bonito como uma menina. Brad Pitt também, significando não alguma falha na sagrada virilidade, Deus me livre, mas a ausência de coisas a serem consertadas. E como nós, mulheres, gostamos de consertar coisas! Por isso, era de bom tom ter uma imperfeição qualquer: um nariz quebrado, uma cicatriz, uma leve desproporção nos traços.

Ele tinha todas as melhores imperfeições. O cabelo sempre bagunçado, o nariz levemente torto, uma cicatriz no supercílio. Um ar selvagem.

Faço o caminho mais longo. Poderia ter descido numa estação mais conveniente do metrô, poderia pegar um ônibus ou carro de aplicativo. Mas achei significativo ir andando e cruzar a Paulista a partir do Trianon, recriando um caminho feito tantas vezes de mãos dadas. Na verdade, o caminho foi feito muitas vezes, numa exploração de sebos e barracas de quinquilharias alçadas a status de antiguidades; as mãos dadas, porém, são uma criação sadomasoquista da minha cabeça.

Minhas mãos, que só estiveram dadas com as dele em meus sonhos, estão frias como sempre dentro dos bolsos do casaco. A direita aperta, nervosa, a Rainha. Depois de tantos anos, ela enfim saiu da caixinha verde que estava dentro do saco de presente, que estava dentro da caixa bonita, que estava dentro da caixa genérica de papelão grosseiro que, por sua vez, estava no fundo da prateleira mais alta e inacessível de meu guarda-roupa. Longe dos olhos, a salvo das lembranças. A culpa, porém, age de forma autônoma, não precisa de recordações. Por ela, teria dado na mesma se a Rainha tivesse estado o tempo todo diante de meus olhos, sobre a mesinha da sala.

Estou indo até ele só porque, depois de tanto tempo, fui saber notícias suas na rede social de um amigo comum. E, mesmo sabendo que era tarde demais para isso, quis lhe dizer. Dizer o quê? Dizer.

Para pedir perdão é preciso de arrependimento e eu me arrependo. Só não sei se isso basta e se ele me perdoaria, ou se ele me olharia de um jeito meio torto, dando de ombros com aquela indiferença que dói mais que o ódio.

Nós nos falamos pela primeira vez no dia em que precisei dele. Eu já o conhecia de corredores: ele sempre passando meio apressado, eu seguindo-o com o olhar. Ele estava no terceiro do ensino médio e eu no primeiro. Dois anos de diferença não são nada depois de metade da vida. Mas, naquele tempo de começos, eu era uma fedelha. O que não é desculpa, eu bem sei.

Uma fedelha desengonçada e de mau gênio, nerd como se diz hoje, CDF como se dizia então, só tinha boas notas, exceto na famigerada matemática. A recuperação já era quase certa. Eu precisava tirar dez nas duas últimas provas para passar direto. Foi quando o professor Sinval lançou o desafio: quem vencesse o mini torneio de xadrez do colégio, organizado por ele, ganharia o que precisasse para passar, caso as notas das provas não fossem o bastante. Como medida de meu desespero, isso me pareceu infinitamente mais fácil que tirar dez nas provas.

E me deu a desculpa perfeita para falar com ele, famoso na escola por ser exímio enxadrista, tanto que tinha bolsa integral, patrocínio e até vaga garantida em uma prestigiosa faculdade para representá-la em torneios universitários. Eu ia pedir-lhe ajuda. Pelos estudos, pelo sucesso acadêmico, claro; não pelos hormônios que pululavam na minha corrente sanguínea e faziam meu coração sair pela boca quando o via.

Oi. Ravi, né? Sou Agda, do 1ºB. É, eu estava no aniversário da Tabata, achei que você não se lembrasse (ele se lembra de mim!). Então, eu ouvi falar que tu é fera no xadrez. Será que você podia me ajudar? Caso de vida ou morte. É, isso mesmo, o Sinval. Sei um pouco só. Pode? (Meu Deus, ele topou!). Tá, combinado.

Jogávamos todos os dias, depois das aulas. Eu prestava atenção em tudo, ansiosa por surpreendê-lo, querendo mais que tudo a sua admiração. E eu consegui. Mas, com toda a ignorância de minha pouca idade, não sabia que o que eu queria não era admiração e sim algo totalmente diferente. Eu queria o olhar que ele dirigia a Alice.

Alice era uma fada. Se era de bom tom que os rapazes tivessem alguma imperfeição para que nós, garotas, pudéssemos consertar, é sabido que os homens não querem consertar nada e, quanto mais perfeita for uma moça, melhor. Pois Alice era irretocável, uma princesa da Disney, de longos cabelos brilhantes e olhos doces, e que vivia rodeada por um pequeno grupo de amigos: Julio, Pedro e Carol. Todos belos e graciosos, estrelas orbitando umas às outras.

— Você está distraída hoje, Encrenca.

Encrenca. Nunca mais ninguém me chamou assim.

— Eu? Nunca.

— É mesmo? Xeque-mate em cinco jogadas.

Olho para o tabuleiro. É verdade. Derrubo o rei.

— De novo. — Digo, já arrumando as peças.

— Fica com as brancas, dessa vez.

— Não preciso de vantagem. — Já disse que eu tinha mau gênio?

— Está tudo bem, Encrenca. É só um jogo. Deixo você ganhar a próxima, tá bom?

Meu olhar raivoso encontrou o seu, divertido. Ele estava rindo de mim, de meu mau humor. E qualquer um, com um mínimo de experiência de vida, podia ver que eu não tinha a menor chance, que meus sentimentos jamais seriam recíprocos. Eu já tinha, a esta altura, virado sua melhor amiga e me tornado “um dos caras”, condenada a uma eterna friendzone. Culpa da minha inabilidade com o sexo oposto, minha total incapacidade de jogar charme, de encantar. Dura e pesada como um ogro. Alice, ela sim, encantava.

Notava, com frequência, os olhares de Ravi em direção a ela, sempre em meio a seu grupinho, o Quarteto Fantástico. Era um olhar sedento e curioso. Um olhar que eu ansiava em sentir sobre mim. O olhar era para ela, mas queimava na minha pele.

Um dia, em que os peões estavam bloqueando o movimento dos bispos e os cavalos não surpreendiam ninguém, falei.

— Você não tira os olhos dela.

Ele pareceu surpreso de verdade.

— Dela quem?

— Da Alice.

Ele olhou de novo em direção ao grupinho, como se visse Alice pela primeira vez. Sua cara de pau era impressionante.

— Ah. Bonita né?

— Meio bonita demais, acho. — Será que, naquele dia distante, meu despeito foi ouvido para além dos muros da escola? Desconfio que sim. Desbloqueei minha rainha, ameacei a torre dele.

— Não existe isso de bonita demais. — Disse ele, movendo um simples peão,  salvando sua torre. — E você confia demais na sua rainha.

— É a peça mais poderosa.

— Sim, mas fica fácil prever suas jogadas desse jeito. Nunca confie demais em peça nenhuma.

Continuamos a jogar. Tentei montar uma nova estratégia, as duas anteriores foram destruídas, sem chance. Mas estava por demais ocupada pensando em todas as diferenças existentes entre Alice e eu para conseguir me concentrar. Não vi sentido em proteger melhor o rei, quando eu tinha cabelos tão curtos e desajeitados e um andar pesado e pendular. Que droga. Tomei três xeque-mates seguidos, rapidamente, e teria sido mais se Ravi também não estivesse tão avoado.

— Você acha a Alice bonita, Encrenca?

Que pergunta imbecil. Todo mundo achava a Alice bonita. E, se ninguém achasse, não ia mudar o fato de que ela era linda. Minha expressão deve ter servido de resposta, pois ele continuou.

— E… você está… interessada nela?

Fiquei paralisada, pálida e muda. Infelizmente não nessa ordem, porque consegui dizer para ele, entredentes:

— Idiota.

Chutei o tabuleiro, virei as costas e fui embora. Como ele podia ser tão burro, tão cego, como ele podia me compreender tão pouco, como ele não via o quanto eu gostava dele, como ele podia pensar assim de mim?

Penso, descendo agora a Consolação, que eu bem poderia ter aproveitado aquele momento para dizer o que sentia. Será que, se fosse hoje, eu faria isso? Talvez não.

Não fui jogar no dia seguinte, nem no outro. No terceiro dia, ele me esperou na saída da última aula.

— Desculpa, Encrenca. Foi mal. Pensei que… Pensei besteira, desculpa. Vamos jogar?

Fomos ao local de sempre, nosso canto, sentamos no chão. Ele parecia querer dizer alguma coisa, desajeitado, estranho.

— Você ficou bem brava por eu ter pensado que você…

— É óbvio! Como você pode pensar isso de mim?

— É que eu… bom foi um erro bem grave, né?

E o que nós dois sabíamos na época sobre erros graves?

— Lógico que foi. Você está tão a fim da Alice que acha que todo mundo está também. Até eu. Eu que… deixa pra lá.

— Não, Encrenca. É porque eu, eu… ah, tem razão. Deixa pra lá. Vamos jogar.

Montamos o tabuleiro e eu sentia um aperto no coração, olhando para o topo da cabeça dele, com aqueles cabelos desarrumados, uma vontade grande de passear meus dedos entre eles.

— Desculpa, Ravi. Por ter chutado o tabuleiro daquele jeito.

— Está tudo bem, Encrenca.

E, nesse dia, começamos um jogo de tal forma equilibrado que teve que ser continuado ao longo da semana. Eu estava concentrada. Ravi me olhava com admiração, pela primeira vez estava com dificuldade em me vencer. Eu tinha, por fim, me transformado em uma boa oponente.

Terminamos pelo dia, anotamos as posições das peças e nos preparamos para ir embora. Mas, em lugar de ir comigo à estação de metrô, ele foi na direção da Alice, que tinha acabado de se despedir do restante do Quarteto.

— Tchau, Encrenca, preciso resolver um negocinho ali.

E eu fui embora, observando de longe, me voltando a cada dois passos, enquanto eles conversavam, Alice sorria, parecia surpresa, como se ela pudesse ficar surpresa com uma cantada. Foi um daqueles momentos da vida em que há uma mudança substancial em quem você é. Pois naquele exato momento, senti algo sombrio e doloroso nascendo em mim, fincando raízes e crescendo aos poucos.

A situação se repetiu nos dias seguintes. Eu não tinha mais a companhia dele ao sair da escola, no percurso até o metrô, não tínhamos mais nossos passeios na Paulista, a busca por livros e gibis arcaicos nos sebos poeirentos. Eu ia embora e ele ficava com Alice, dando risadinhas e trocando bilhetes. E a coisa sombria ganhou nome: ciúmes.

No último dia em que jogamos, ele estava distraído como nunca.

— Presta atenção, Ravi. Deixa pra pensar na Alice depois. — Resmunguei, a irritação apertando minha garganta.

— O quê?

— A Alice, deixa pra depois.

— Ah tá. Ei, Encrenca, será que a gente podia terminar mais cedo?

— Agora?

— Daqui a quinze minutos. Tenho um compromisso importante.

Ele estava ansioso, parecia febril. E olhava o tempo todo para Alice, gravitando por todas as atenções com seus amigos belos. E meu ódio ia se tornando cada vez mais palpável e difícil de controlar. Como Ravi não desgrudava os olhos do Quarteto, perguntei, com uma malícia cruel, disfarçada pelo açúcar da velha amizade.

— É hoje, Ravi?

Ele me olhou, momentaneamente surpreso, tentando entender o que eu estava implicando. Por fim, pareceu aliviado, como se estivesse feliz que eu o compreendesse.

— Você percebeu?

— Difícil de não perceber, né?

— Sério? Estou deixando transparecer? Acha que alguém mais notou?

Eu não entendia sua preocupação. Metade da escola gostava da Alice.

— Não sei. Eu notei.

— Bom, você tudo bem, somos amigos, sei que você não me julgaria, não é?

Ele estava ansioso, isso sim, notava-se. Enquanto isso, o ciúme e a raiva transbordavam pelos meus poros, estava surpresa de não estar emitindo raios pelos olhos. Não entendo como ele podia não perceber.

— Você gosta do obviamente belo e do obviamente bom. Tem um gosto para o doce. O agridoce, o pungente e o amargo não são para você.

— Sim, doce e belo. Você é estranha, Encrenca.

— Eu sei.

Estranha, desajeitada, pesada. Pouco feminina. Dura e áspera. E agora, enquanto afogava em ódio, estava, finalmente, tão feia por dentro quanto por fora.

— Mas, sim. Está tudo certo para hoje, de acordo com Alice. Daqui a pouco, vamos para a sala de materiais da educação física. A sala fica sempre trancada e eu tenho a chave por causa do relógio de xadrez. O professor só chega daqui a três horas. Nunca vai ninguém na sala nesse horário.

— Você é louco.

— Como todos os apaixonados.

Anotamos as posições das peças e fomos embora. Ele para seu encontro. Eu, fingindo ir embora, com os ouvidos zumbindo pelo ódio, enxergando tudo vermelho, sufocando em meu próprio veneno, negro, espesso, procurei pelo inspetor de alunos. E, não contente em cometer a traição desprezível, quis assistir a tudo.

E mais que isso, meu ódio exigia que ele me visse, que soubesse que fui eu. Ele tinha que saber que fui eu. Eu. Então, fui atrás do inspetor e vi, quando ele abriu a porta, que eu não poderia estar mais errada a respeito de Alice, de Ravi e de tudo.

Quem estava com Ravi era Pedro.

Xeque-mate.

Os dois se levantaram, tentaram explicar o inexplicável, mas era impossível haver dúvidas sobre o que acontecia naquele momento entre eles. Vestiram-se às pressas, cheios de vergonha. Ravi me viu, e a decepção em seus olhos, nunca vou esquecer. Ao passar por mim, ele parou e me entregou a Rainha.

— Confiei demais. — Ele disse, com uma voz sem emoção.

Eu a peguei e minhas mãos nunca mais se aqueceram.

Ravi e Pedro foram expulsos. Ravi perdeu a bolsa, o patrocínio e a vaga na faculdade prestigiosa. Os pais o mandaram para Riachinho, morar com os tios. Soube que terminou lá o ensino médio, que não quis ir à faculdade e que nunca mais jogou xadrez.

Quanto a mim, não importa. Basta dizer que tenho vivido com o peso de ter destruído a vida e os sonhos de meu melhor amigo e que, apesar dos muitos anos que se passaram, sinto-me ainda presa àquele tempo, mais precisamente àquele momento. Minha única fuga é pensar nos “e se”. E se eu tivesse percebido seu interesse por Pedro? Os sinais estavam todos ali, ele quase confessou para mim. “E se” eu estivesse um pouco menos focada em meu próprio umbigo? “E se” eu tivesse conseguido vencer o ciúme e a inveja? Seríamos amigos ainda hoje?

Alguns anos depois, ele telefonou para minha casa. Mandei dizer que não estava. Ainda não estava pronta para tudo o que ele, certamente, me diria, e cheio de razão. Não estava pronta para encarar a pessoa desprezível que fui. Eu pediria perdão, mas o medo ridículo e covarde de uma recusa me paralisou. Nunca mais falei com ele, nunca o procurei; a vergonha me impediu. Nunca tive paz.

E, ontem, perdendo tempo nas redes sociais, entre vídeos estúpidos de IA e propagandas mal disfarçadas de restaurantes ruins, soube que ele tinha voltado a São Paulo há alguns meses. E que era tarde demais.

Cheguei ao local, procurei por ele. E encontrei seu túmulo, bem no meio do Cemitério da Consolação, sob um jacarandá florido. Alguns crisântemos ainda frescos estavam no jarro de cobre e chamavam atenção para o inesperado tabuleiro de xadrez esculpido em granito que enfeitava a campa. Sobre o tabuleiro, peças estavam posicionadas em uma partida em andamento. Reconheci as posições. Era o nosso último jogo, exceto pela peça que faltava: a rainha dele. Na lápide, o epitáfio:

“Está tudo bem, Encrenca.”

Coloquei a rainha em seu lugar, no tabuleiro, e chorei.

Sobre Fabio Baptista

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20 comentários em “Está tudo bem, Encrenca (Kelly Hatanaka)

  1. andersondopradosilva
    15 de dezembro de 2025
    Avatar de andersondopradosilva

    Olá! Parabéns pelo texto e pelo pódio! Abraço!

  2. Andre Brizola
    13 de dezembro de 2025
    Avatar de Andre Brizola

    Olá, Rainha Má!

    Os melhores contos, normalmente, são aqueles que exigem comentários mais curtos. Então serei bastante breve aqui, pois achei que “Está tudo bem, Encrenca” acerta em praticamente tudo. Vou deixar para esclarecer o “praticamente” abaixo, senão não teria muito o que escrever.

    Técnica – O conto pedia um vocabulário ágil, leve, para não deixar a trama colegial ficar escondida entre termos complicados, e fico feliz de encontrar um bom equilíbrio entre palavras, frases e parágrafos. Nada muito longo, nada displicente, entretanto. Há muita coerência na forma como o conto se desenrola. Na parte de revisão, lembro de ter visto apenas uma vírgula que faltou em “bonita, né?”.

    Enredo – Simples, mas utilizado de forma inteligente. Os olhares de Ravi entregam o jogo, e não é surpreendente que ele seja pego com o garoto e não com a garota. Mas o fato de estarmos próximos, com a possibilidade de entender o que está acontecendo, e antever o problema que Encrenca causa, eu entendo como mérito, pois o ápice do conto não reside aí, e sim no reencontro.

    Impacto – Adotei esse item no último desafio que participei e achei que ele representa muito bem a forma como me sinto com o conto. Se seu conto me causou algum impacto, seja bom ou mal, ele me procurou nos dias seguintes. E aqui o impacto foi bem alto. Dias depois ainda estava relembrando certas passagens.

    Conclusão – Talvez o conto vencedor desse desafio, em minha opinião. Algo previsível? Sim, mas, provavelmente ciente dessa possibilidade, você conseguiu preencher lacunas com diversos outros pontos de interesse, como a utilização do xadrez, que deixa de ser mero elemento para a união entre os dois personagens para ser um ícone de transformação. Muito bom.

    É isso. Boa sorte no desafio!

  3. Rodrigo Ortiz Vinholo
    13 de dezembro de 2025
    Avatar de Rodrigo Ortiz Vinholo

    Caramba, que porrada! Cai como um patinho na reviravolta, sendo conduzido pelos vieses da narradora, e a entrega foi incrível! Excelente, um dos melhores da competição! Se falo pouco é porque realmente fiquei surpreso positivamente.

  4. leandrobarreiros
    13 de dezembro de 2025
    Avatar de leandrobarreiros

    Tudo no texto funciona.

    O ritmo, os personagens, a história, o uso do tema. Admito que em algum momento da leitura, fiquei desanimado por antecipar o que imaginei que seria a reviravolta final: o Ravi ser gay.

    Talvez por ficar esperando isso como revelação eu não tenha previsto a possibilidade de o Ravi estar morto. Achei que ele estaria doente e que ainda teriam um diálogo, mas não.

    Enfim, tudo no texto me pegou. A Agda pareceu meio vacilona de vez em quando a um nível irritante, mas isso é normal com adolescentes. Aliás, se você tem um personagem que realmente irrita, isso é mais um ponto positivo do que negativo, já que ele está afetando o leitor.

    Enfim, acho que não tem como não botar esse conto na minha lista de 10.

  5. toniluismc
    12 de dezembro de 2025
    Avatar de toniluismc

    Olá, Rainha Má!

    Gostaria de te parabenizar pelo belo texto! Não é um dos meus favoritos, mas certamente se destaca positivamente em relação aos demais. Eu tinha pensado em sugerir pontos de melhoria, mas quem sou eu, não é mesmo? Vou apenas indicar o que me incomodou e assim deixar claro o que foi considerado na minha avaliação. Segue:

    Técnica

    1) “Voz ensaística” e generalizações que soam datadas

    • Há trechos com tom de “mini-ensaio” (“nós, mulheres, gostamos de consertar coisas”; “os homens não querem consertar nada”), que funcionam como caracterização de narradora, mas também podem soar clichês de gênero e quebrar a imersão por parecerem uma tese sobre o mundo, não uma memória encarnada.

    2) Excesso de explicação do subtexto (mostrar x contar)

    • Você constrói bem o ciúme e o veneno crescendo, mas frequentemente nomeia e explica (“a coisa sombria ganhou nome: ciúmes”) em vez de deixar o leitor sentir isso nas microdecisões.

    3) Adjetivação e comparações “prontas”

    • Algumas imagens são fortes (a rainha na caixinha, a caminhada, o cemitério), mas você também usa comparações já muito usadas (“princesa da Disney”, “fada”, “estrelas orbitando”, “enxergando tudo vermelho”).

    4) Coerência de registro (gírias e referências)

    • “Friendzone”, “Quarteto Fantástico”, “vídeos estúpidos de IA” criam um efeito contemporâneo e irônico, mas podem causar ruído temporal com o resto do tom (mais lírico/culposo) — parece que o texto alterna entre crônica e conto confessional.

    5) Transições de tempo podem ficar mais nítidas

    • A moldura presente (a caminhada, a rainha no bolso) é ótima, mas as voltas e retornos do passado para o presente poderiam ganhar marcos mais claros (um cheiro, um ponto da rua, o peso da peça) para o leitor não “acordar” de repente no agora.

    Criatividade

    1) Tema xadrez: está bom, mas poderia ser mais orgânico

    • O xadrez entra como motor de enredo e símbolo (rainha/“confiei demais”), o que funciona. O ponto fraco é que, em alguns momentos, ele vira comentário didático (“não confie demais em peça nenhuma”) em vez de virar dramaturgia.

    2) Reviravolta: forte, mas flerta com “ponto de efeito”

    • O “Quem estava com Ravi era Pedro” é impactante e bem plantado (a confissão quase acontecendo). O risco é o leitor sentir que a revelação existe apenas para o golpe final.

    3) Representação LGBT+ e o peso do “outing”

    • A tragédia é coerente com o arco de culpa, mas o texto pode ser lido como “a revelação destrói vidas” sem contextualizar que o dano vem da homofobia e da traição, não do afeto em si.

    Impacto

    1) Culpa forte, mas precisa de nuance para não virar “autoflagelo plano”

    • A narradora se condena o tempo todo. Isso emociona, mas pode achatar a complexidade: ela vira só “monstro arrependido”.

    2) Final no cemitério é bonito, mas o epitáfio é quase “perfeito demais”

    • “Está tudo bem, Encrenca.” fecha com simetria emocional impecável — e justamente por isso corre o risco de soar “frase de efeito”.

    3) Consequências em bloco resumido

    • “Foram expulsos… perdeu tudo… nunca mais jogou” é eficiente, mas é um resumo expositivo num ponto em que o leitor está pronto para cena.

    Como diz o ditado: para bom entendedor, meia palavra basta. Por isso, acredito que você seja capaz de extrair dessas observações o que poderia ter sido melhor construído em seu texto para torná-lo, de fato, memorável.

    Obrigado pela produção e até a próxima!

  6. Fabio D'Oliveira
    11 de dezembro de 2025
    Avatar de Fabio D'Oliveira

    Buenas!

    Esse conto está muito bem escrito. Praticamente perfeito. Narrativa, cadência, diálogos, personagens, ambientação. Não tenho qualquer crítica na parte técnica. Mas não consegui gostar da história. Trata-se de gosto pessoal, óbvio. O conto trabalha com um enredo melodramático, focado em incitar emoções no leitor, beirando o piegas. É o que costumo chamar de conto-cebola, rs. Eu tenho um bloqueio natural contra esse tipo de texto. Ele não é ruim, na verdade, é um bom conto, muito bem escrito.

    A trama não me agradou, mas tenho uma crítica para ela, também. Ela não inova, não brinca com o leitor. Parece que a história está numa zona de conforto, para funcionar, para dar certo, para vencer. E pelo cacife literário do autor, penso que isso foi proposital. Posso estar errado, claro, mas acho muito difícil um autor tão habilidoso quanto este entregar de forma inconsciente algo tão previsível e artificial. Se for isso, fico um pouco triste. O autor tem um baita potencial, mas fica no conforto, no certo, no garantido. Ousar é o caminho para a literatura universal. Entregar algo que respira a essência do autor, uma expressão pura do que ele realmente é.  Acho que é isso que separa a pessoa que sabe escrever, tecnicamente, da pessoa que REALMENTE escreve.

    Bem, espero que o autor não se ofenda com meu comentário. A escrita é ótima, a leitura é uma delícia. Então não consigo evitar o pensamento de que a pessoa poderia entregar muito mais. E não, não acredito que o melodrama é algo natural. Você percebe quando algo é natural e quando algo é sugerido. Alguns apenas aceitam a sugestão. Eu não.

    Boa sorte no desafio!

  7. Pedro Paulo
    10 de dezembro de 2025
    Avatar de Pedro Paulo

    Conto maravilhoso! A perspectiva de uma jovem adolescente insegura e enciumada foi muito bem representada e o uso da primeira pessoa dá a verossimilhança que dá a força ao conto, tanto por sentir a angústia da personagem como para antecipar o desencontro que alterará para sempre a vida dos dois personagens. Assim, o arrependimento, representado jo xadrez que os acompanha, é sentido em profundidade. Dói. Significa que é bem-sucedido.

  8. Mariana
    10 de dezembro de 2025
    Avatar de Mariana

    Estou lendo a A e, apesar de não tão longos, estou tentando comentar todos os textos.

    É um bonito conto, feito para mexer com os nossos sentimentos. E consegue, até por abordar (sensivelmente sem ser piegas, parabéns Rainha Má) emoções que não sabemos lidar muito bem: culpa, ciúmes, inveja… Na minha cabeça, Ravi foi feliz e teve um final pacífico. E Agda já pagou o seu pecado, foi libertada por Ravi. Parabéns pelo trabalho.

  9. Suzy D. B. Pianucci
    6 de dezembro de 2025
    Avatar de Suzy D. B. Pianucci

    O conto descreve bem uma bonita amizade, onde há um amor platônico e contido. A protagonista sente ciúmes da bela Alice e nem nota que seu amigo está na verdade apaixonado pelo amigo. O tema da sexualidade é atual e o final com a escrita na lápide: tá tudo bem encrenca, revelou o perdão do amigo por ter sido entregue, foi muito surpreendente e cheio de poesia. Gostei!

  10. claudiaangst
    26 de novembro de 2025
    Avatar de claudiaangst

    Olá, autor(a), tudo bem?

    O conto abordou o tema proposto pelo desafio com maestria. A história de amizade e desentendimento entre Encrenca e Ravi foi muito bem narrada, tendo como pano de fundo as partidas de xadrez. O jogo também está presente como simbologia do relacionamento e das jogadas ruins (interpretação errônea) de Agda.

    A linguagem empregada é clara, apresenta bom vocabulário e construções que trazem beleza à trama.

    Não encontrei falhas de revisão, apenas aponto um detalhe:
    • ele tinha voltado a São Paulo há alguns meses. > ele tinha voltado a São Paulo havia alguns meses.

    O desfecho da trama foi de arrancar lágrimas dos mais sensíveis (não é o meu caso). Bom saber que, apesar dos pesares, Ravi perdoou a amiga. A imaturidade não pode ser eternamente castigada, não é mesmo?

    A única questão que me incomoda um pouco é o fato de eu não conseguir visualizar como crível a lápide com o epitáfio. Foi bem arriscado fazer essa escolha, embora feche com chave de ouro a narrativa. Tenho certeza de que a maioria dos leitores nem darão importância a uma hipotética falta de verossimilhança. Ficou lindo.

    Parabéns pela sua participação nesta última rodada. Boa sorte na sua caminhada rumo ao pódio!

  11. Sarah S Nascimento
    25 de novembro de 2025
    Avatar de Sarah S Nascimento

    Olá, rainha do mau! kkkkkkk.
    Estou comentando enquanto vou lendo o seu conto, ok? E cara, digo moça, já tem um trecho que amei: “Minhas mãos, que só estiveram dadas com as dele em meus sonhos, estão frias como sempre dentro dos bolsos do casaco. A direita aperta, nervosa, a Rainha. Depois de tantos anos, ela enfim saiu da caixinha verde que estava dentro do saco de presente, que estava dentro da caixa bonita, que estava dentro da caixa genérica de papelão grosseiro que, por sua vez, estava no fundo da prateleira mais alta e inacessível de meu guarda-roupa.”, adorei isso de dentro de um saquinho, dentro de uma caixa bonita, dentro de outra caixa genérica. Caraca, um jeito super criativo e legal de descrever algo que foi dado de presente, amei!
    Alice e os amigos, bonitos graciosos como estrelas orbitando umas as outras. Cara, isso é muito perfeito pra entender como o grupinho era popular e amei o nome Ravi. É tão fofo!
    Não acredito que Ravi ficou com a Alice! Fiquei triste nessa parte que diz que os dois trocavam bilhetinhos e ele nem passeava e nem ia mais embora com a Agda.
    Ei, quando sugere que o Ravi tava olhando pra Alice e fica todo ansioso e querendo terminar o jogo mais cedo, eu pensei que ele e a Alice iam ter a primeira vez deles juntos Mas, agora pensei: e se o Ravi estiver apaixonado por um dos meninos, um dos amigos da Alice? Afinal, ele disse que tudo bem a amiga saber, pois ela não ia julgá-lo.
    Caraca, eu acertei, eu acertei! O Ravi tava afim do outro rapaz! Gente e a amiga dele denunciou tudo, aaai, tadinho dele!
    Terminei o conto. Ai meu coração, por que fez isso comigo, sua rainha má mesmo! Muito má! rs.
    Este conto foi maravilhoso, deu pra sentir tudo que a protagonista sentia ali, o ciúme, a raiva, a invejinha, tudo. Foi perfeito. Adorei os detalhes da cidade de São Paulo, as reflexões sobre mulheres consertando homens, e de homens que querem mulheres perfeitas.
    Tudo muito bem construído, as lembranças ali do passado e a forma como tudo flui sabe. Gostei muito do seu conto, apesar de me fazer chorar no final. Eu pensando que ela ia finalmente conversar com o cara, que iam voltar a ser amigos, aah, sua rainha má.

  12. marco.saraiva
    21 de novembro de 2025
    Avatar de marco.saraiva

    O conto passa bem a atmosfera adolescente, o nervosismo, os mal-entendidos, o hiperfoco nos próprios desejos. Acompanhar a saga de Agda e a sua paixão quase febril por Ravi foi como estar na pele de uma adolescente, mesmo, desde as desconfianças infantis até os surtos de raiva.

    Os dois primeiros atos do conto são bem feitos, mas acho que a história se apoia muito na grande revelação no final do segundo ato, e que foi telegrafada muito tempo antes de ser revelada. Sinto que o conto inteiro foi feito para pegar o leitor de surpresa naquele momento, mas não funcionou muito bem. Como um espectador “vendo o conto de fora”, foi fácil notar que Ravi era gay bem antes da revelação.

    Tirando este deslize, estas duas primeiras partes são muito bem feitas, ao meu ver. Como falei, a ambientação é bem trabalhada, e Agda tem uma personalidade forte, tornando-se uma excelente personagem em pouco tempo. A escrita é muito boa, redondinha, e me fez ler tudo sem sentir o tempo passar.

    O último ato, porém… deixou um pouco a desejar. Como o conto não fala em que ano a história se passou, as consequências do acontecido entre Ravi e Pedro parecem um pouco anacrônicas. Como que a vida inteira de Ravi foi por água abaixo só por ser gay? A não ser que o conto tenha se passado em décadas antigas, onde isso era, de fato, um pecado mortal na nossa sociedade. Mas, de quebra, o conto também não deixa claro quanto tempo se passou desde que Agda e Ravi se viram pela última vez. Nenhuma das opções, porém, me parecem muito boas: ou ele morreu cedo, e não sabemos o motivo. Apenas morreu, assim, de repente, quase como que para adicionar mais drama ao conto. Ou morreu tarde, e a Agda no início do conto, indo visitar o seu túmulo, era uma Agda já em idade avançada. Mas então quer dizer que Ravi ficou com aquele jogo na cabeça por décadas, e ainda colocou em seu próprio epitáfio uma mensagem para Agda? Não me pareceu que a relação deles era tão transcendental assim para que fosse a coisa mais importante da vida dele.

    Acho que a segunda opção é a mais plausível já que o conto fala de “Alguns anos depois” e “depois de tantos anos”. Mas, ainda assim, acho estranho Ravi ter guardado ela tanto em sua mente após décadas de vida, para deixar apenas para ela um epitáfio em sua lápide.

    Resumindo: conto muito bem escrito, com competência tanto na ambientação quanto na criação dos personagens, e nos diálogos também, mas cuja história me deixou um pouco frustrado.

  13. LEO AUGUSTO TARILONTE JUNIOR
    18 de novembro de 2025
    Avatar de LEO AUGUSTO TARILONTE JUNIOR

    Seu conto ficou muito bom. A narrativa em primeira pessoa foi uma boa opção, Por que nos oferece apenas o ponto de vista da personagem principal. Você conseguiu colocar muito bem a temática do xadrez em sua história. As ideias de ciúme e arrependimento estão muito bem apresentadas. Além disso o universo adolescente também ficou muito bem representado. O seu conto me fez lembrar dos textos de Clarice Lispector. A construção das memórias com fluxo de pensamento ficou muito bem feita, embora eu não goste muito desse estilo. Um dos problemas que percebi em seu texto, foi a repetição do verbo precisar muito próxima em alguns trechos. Uma fedelha desengonçada e de mau gênio, nerd como se diz hoje, CDF como se dizia então, só tinha boas notas, exceto na famigerada matemática. A recuperação já era quase certa. Eu precisava tirar dez nas duas últimas provas para passar direto. Foi quando o professor Sinval lançou o desafio: quem vencesse o mini torneio de xadrez do colégio, organizado por ele, ganharia o que precisasse para passar, caso as notas das provas não fossem o bastante. Como medida de meu desespero, isso me pareceu infinitamente mais fácil que tirar dez nas provas.Para pedir perdão é preciso de arrependimento e eu me arrependo. Só não sei se isso basta e se ele me perdoaria, ou se ele me olharia de um jeito meio torto, dando de ombros com aquela indiferença que dói mais que o ódio.Aqui nesse trecho, a expressão é preciso, não necessita da preposição o correto seria é preciso arrependimento. Espero que minhas sugestões ajudem você a escrever cada vez melhor. Eu agradeço por você dividir um pouco do seu universo literário comigo. Eu gostaria de ler outros contos seus nos próximos desafios.

  14. cyro eduardo fernandes
    17 de novembro de 2025
    Avatar de cyro eduardo fernandes

    Conto com pegada meio Malhação, mas que evolui para uma tragédia. Boa narrativa, descrevendo o ciúme e a inveja, levando a um ódio desproporcional. Final melancólico pareceu um pouco abrupto.

  15. leila patricia de sousa rodrigues
    17 de novembro de 2025
    Avatar de Leila Patrícia

    O texto funciona porque o autor escreve de um ponto que é dele, sem pose.  Ele constrói bem a relação entre a narradora e Ravi, essa amizade meio desajeitada, cheia de mal-entendidos e pequenos erros que, somados, acabam implodindo. A alternância entre presente e passado funciona bem, e a cena final no túmulo é realmente bonita, simples e certeira — dá aquele aperto, sensação de coisa inevitável.

    O conto tem força emocional e momentos muito bem escritos, especialmente quando a narradora admite o que não percebeu na época. Passa sinceridade, e isso segura a leitura.

    Não gosto da forma como o texto acaba rodando mais do que precisa. Algumas ideias — culpa, ciúme, a sensação de ser “menos” — aparecem tantas vezes que perdem intensidade. O conto também explica um pouco demais em alguns trechos, quando poderia confiar mais no que já está sugerido. E há partes que se estendem sem acrescentar tanto, o que tira um pouco da precisão.

    Ainda assim, é um bom conto, com cenas marcantes e um final que amarra bem tudo o que veio antes. Com cortes e mais contenção, ganharia mais impacto. Um bom texto com potencial para ser ótimo. 

  16. Alexandre Parisi
    15 de novembro de 2025
    Avatar de Alexandre Parisi

    O conto é extremamente impactante, emotivo e muito bem escrito. A narração em primeira pessoa é envolvente e o tom confessional funciona demais. A relação entre xadrez e culpa está muito bem amarrada, e a rainha vira um símbolo potente. O ritmo é fluido, nunca arrastado, e os personagens têm profundidade real — especialmente Ravi, mesmo visto só através da narradora. O que me incomodou foi um certo excesso de explicação emocional no meio; às vezes a narradora “diz” demais o que sente, quando a cena já mostra. Também há pequenos excessos melodramáticos em algumas metáforas, que não chegam a estragar, mas pesam. Em termos gramaticais, está praticamente impecável; só notei repetições de palavras próximas. O texto gerou tristeza e frustração — no bom sentido — e o final é belíssimo, fecha com precisão emocional.

    No geral, um conto maduro, intenso e muito bem construído.

  17. Antonio Stegues Batista
    12 de novembro de 2025
    Avatar de Antonio Stegues Batista

    A história de uma garota que se apaixona por um rapaz, mas ela não sabe que ele é gay. Por culpa dela, o rapaz é expulso do colégio. Tempos depois ele morre, mas a autora não diz de quê morreu, como morreu. O texto está bem escrito, mas vagueia por outros assuntos em algumas partes, ou seja, torna a leitura aborrecida. De qualquer forma, a autora tem habilidade e inspiração para escrever textos longos, romances. O final eu achei meio forçado. Não gostei daquele epitáfio.

  18. Roberto Fernandes
    9 de novembro de 2025
    Avatar de Roberto Fernandes

    Belo texto, limpo, e fluido, gostoso de ler.

    A abordagem dos conflitos sociais iniciados na adolescência aparece orgânica e bem integrada à historia.

    O desfecho é previsível e pode ser considerado clichê, o que faz do texto um belíssimo exemplo de que uma historia bem contada, supera sempre as espectativas.

    O que parece ser crítica sobre esses dois pontos nao é, é so para reafirmar o quão bem escrito foi o texto.

    Parabéns, conseguiu dar nó na minha garganta, e embargar minha voz!

    BRAVO!

  19. Kauana Kempner Diogo
    4 de novembro de 2025
    Avatar de Kauana Kempner Diogo

    O conto possui uma escrita envolvente, o autor possui um domínio notável da linguagem, estrutura e ritmo narrativo. A trama equilibra uma nostalgia adolescente e o simbolismo do xadrez, como uma metáfora da vida, do amor e do arrependimento.  Graças ao tom mais introspectivo da narradora, sentimos o peso da culpa, autoengano juvenil e até mesmo a sua incapacidade de reparar o passado.

  20. Martim Butcher Cury
    3 de novembro de 2025
    Avatar de Martim Butcher Cury

    O conto vinha muito bem, mas achei que o final foi tratado com mão pesada. Não tanto pela reviravolta de que o Ravi era gay, isso está muito bem feito, e até mesmo as consequências da delação são factíveis e orgânicas em relação ao que se conta. Mas de repente estamos no cemitério, com um tabuleiro de xadrez como lápide, as posições do jogo incompleto ali, o pranto final… Já não era culpa o bastante para a narradora ter estragado a vida de seu amigo, ele ainda teve de morrer? Achei desnecessário para a economia passional da história (por mais que ele a tenha perdoado).

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Publicado às 2 de novembro de 2025 por em Liga 2025 - 4A, Liga 2025 - Rodada 4 e marcado .