EntreContos

Detox Literário.

Apenas um Jogo (Roberto Fernandes)

O corredor é interminável, as luzes ofuscam seus sentidos, o ritmo da passagem das luminárias lembra o de um corredor do hospital.

Sons confusos emanam da porta de duas folhas. Ele luta para lembrar a primeira vez que viu um tabuleiro, suprimindo outras lembranças…

Apaixonado por quadrinhos, aprendeu a ler cedo, quase sozinho, ávido por decifrar os códigos por trás dos desenhos.

Ganhou os primeiros de um cliente da vendinha da sua mãe, e era ao redor dela que lia horas a fio.

Mais tarde, amante de livros, passava suas tardes no CSU, um centro de convivência da periferia próxima à favela onde cresceu, devorando tudo o que encontrava nas prateleiras.

Aprendeu a ler mitologia, amava a grega, conheceu as outras, se deparou com os grandes clássicos da literatura e se apaixonou por eles.

Teve a oportunidade de se envolver em outras atividades, cinema, teatro, boxe, capoeira e outros esportes. Aproveitou todas elas.

Um dia o bibliotecário, já seu amigo, apareceu com um belo tabuleiro. Belas peças de madeira que reproduziam cavalos, torres e reis, era o xadrez.

Maravilhado, enfim conhecera o jogo da morte de Bergman.

Começou a escrever sua Ilíada…

A porta se abre, dezenas de meninos, acompanhados talvez de seus pais, entram no salão onde mesas já estão preparadas com seus relógios e tabuleiros esperando seus competidores.

O nome, a nacionalidade e o lugar de cada um já eram indicados no telão ao fundo.

Observa seu redor, com o coração acelerado, não identifica todas as línguas faladas naquele lugar o inglês se destaca…

Lembra-se de que no seu primeiro jogo o amigo ligou o rádio, tocava RUSH.

Maravilhado com a música, quis saber o que significavam as palavras, aprendeu.

A bateria nunca mais saiu da sua cabeça e virou parte do ritual de preparação para cada jogo.

Seu amigo foi deixando de ser páreo, ao mesmo tempo que outras influências chegavam, junto de outros adversários, ainda raros naquele lugar.

A essa altura, o “Turco” de Allan Poe já havia sido decifrado…

Ele se dirige para a mesa designada, a batida da música já na cabeça.

Na mesa já se encontrava um menino magro, alto, cabelos vermelhos como o fogo, tão branco que confundia a visão, o lançamento de mãos: “Bra mött!”

A resposta veio instintiva: “Bom jogo!”

As palavras recém escutadas em sueco, contrastavam com gritos da sua mãe que ainda ecoavam como nos becos da favela:

“Larga esses livro menino”

“Deixa esse tabuleiro pra lá e vai fazer alguma coisa!”

Essa lembrança aquece seu coração, no dia anterior, toda orgulhosa ela perguntava:

“Onde é mesmo fio?”

“É muito frio lá?”

E chorosa se despedia:

“Vai com Deus, vou rezar muito procê!”

Condescendente, ele ri da ingenuidade dela.

Questiona se ela imagina o que ele realmente faz, o que ele já conseguiu, o que ele já é…

O cinismo some ao primeiro toque no relógio, o clique mecânico aciona sua mente, os dois primeiros peões são movidos.

No começo confundia o peão do jogo com o brinquedo de girar, hoje entende todas as diferenças.

Sente vergonha pela condescendência, se arrepende, o rosto queima.

Com o coração também queimando ele identifica a abertura espanhola.

Um sorriso no canto da boca, a berlinense vem naturalmente, quatro ou cinco jogadas, dois peões perdidos, a duas jogadas da morte do rei!

Os lábios do outro menino e todo seu rosto se avermelham como seu cabelo, ele sente o fim próximo…

Irônico, há pouco se esgueirava pelas mesas do refeitório na escola fugindo de outros meninos nos intervalos, se abrigando na biblioteca.

Junto dos livros sentia-se seguro, era seu ambiente, ali ele era livre do bullying…

Mas hoje não seria ele a fugir!

A energia de Rush absorve, incorpora e anula o romantismo de Franz Berwald.

Um nó na garganta, um gesto seguro, mas contido, o braço do Sueco é oferecido, ele aceita, cai o primeiro rei, primeira vitória. 

Aos poucos a rodada vai mostrando seus vitoriosos.

A sala é reorganizada com metade das mesas.

A metade dos competidores havia sido eliminada do jogo, extermínio em massa.

Súbito alguém derruba um desses galões de água, logo uma pequena enxurrada se forma no canto da sala, outra pessoa molha o pé, “der’mo” grita, parecendo praguejar…

Se desconcentra, a batida falha, a imagem do córrego lamacento, se aviva. Vira e mexe alguém caia na lama suja do córrego de esgoto que descia no fundo da rua em que morava, e saia xingando…

A nova rodada vai começar, a tabela no telão volta a indicar o lugar e a nacionalidade dos competidores.

Ele identifica os EUA, a Índia e a Rússia. Até pouco tempo seria URSS, gostaria que ainda fosse, essa presença o deixa apreensivo e ansioso.

Acompanha a jogadora entrar, ruiva, forte, alta, alguém que nunca cruzaria o seu mundo.

Illyana Avdotia Raskolnikova, ele grava, era fácil, praticamente já a conhecia.

Ele não era baixo, mas era franzino, a pele escura, o mais próximo era o garoto da Ìndia.

Já havia sentido o peso da diferença da cor da sua pele, inclusive nesses campeonatos, mesmo nos nacionais, era comum perguntas como:

“você sabe jogar?”

“veio torcer para quem?”

“conhece os movimentos?”

Soa a sirene…

A rodada começa, “bon jeu”, bom Jogo, responde, o adversário da vez era um francês.

A batida da música ressoa em sua mente como uma rajada de balas. Sente-se como “Jean Valjean”, na barricada da rua “de la Chanvrerie.”

Imediatamente decifra a defesa Siciliana, as suas linhas secundárias são acionadas.

O cerco de torres causa estragos agressivos…

Tão agressivos quanto os oficiais de olhos azuis da alfândega, que não queriam liberar suas passagem e bagagem, ainda no embarque…

O clique do relógio fica frenético. As peças caem no mesmo ritmo. A bateria se intensifica.

Outra rajada: Caem torre, bispo e cavalo.

O francês reconhece sua superioridade, oferece o braço, aceita a derrota e tomba seu rei…

O som seco da peça caindo no tabuleiro é uma batida de tambor no esgoto, ressoa, encharca.

Quatro quedas, quatro baques na água, quatro batidas, dos quatro jogadores de pião, três não chegariam aos dezesseis.

Do vão das tábuas olha, estático, a quarta batida… “pai” …

Contudo, hoje não seriam seus peões a morrer!

Uma sirene tímida toca, o fim de mais uma rodada…

A sirene da ambulância que levou seu pai contrastava com as batidas do coração, martelando a urgência do tempo em sua cabeça, pai…

Seu próximo adversário é a Russa, sentia que a conhecia, Fiódor, um velho conhecido, já os apresentara, e por segundos intermináveis se perde nesse devaneio. Dessa vez nem repara o que é dito, ela é como uma aparição.

Alguém saído das páginas dos livros direto para sua frente. “Dunia” murmura, e se envergonha imediatamente, “será que ela escutou?” “En Passant,” ele já era um peão capturado.

Por um momento se sente envolvido por um polvo gigante como Gilliat, e se lembra da perseverança, qualidade dos que superam.

Mas agora na semifinal, já deixara de ser Sísifo, era Belerofonte e seus cavalos eram alados!

Dessa vez não previu, não viu padrões, não escutou. Só jogou, peça por peça, casa por casa, clique por clique.

A cada toque no relógio mais perto o destino. Ele nasceu com um, mas como Epicuro o rejeitou e preferindo queimar incensos aos deuses…

Não havia caído até agora.

Não caiu quando num esforço Heracleo retirou seu pai do esgoto se arrastando pela da lama.

Não caiu quando pulou no para-choque da ambulância que o levou para o hospital.

Não caiu no corredor do hospital, quando o brilho dos olhos dele se esvaía.

Não seria esse o sentimento que o faria cair, ele já era mestre, enxadrista talvez um dia, mas de suas emoções, alto graduado.

Doutor “Honoris causa” da sua vida, na queda ele paira, contempla, o relógio corre em desvantagem.

Enxuga os olhos junto da testa, para disfarçar as lágrimas que insistiam em brotar. No fundo, não se importava mais se alguém notasse.

Com o cavalo aos portões, na f6 o garfo faz com que ela sacrifique seu bispo. As muralhas troianas sendo superadas.

O retorno à Siciliana, agora dragão!

Resiste aos braços devastadores da Cila, ele estava determinado, voltaria para Ítaca.

Ele toca sua torre, aponta seu rei cercado, não era Kasparov, era Deep Blue.

Ela reluta, não quer acreditar, mas sabe, sua posição ficou comprometida. Após um tempo, absorta no clima que a envolveu, olha no fundo dos olhos dele, procura sua alma, encontra o abismo.

Não havia ali um menino, mas um andarilho castigado pelos intempéries da viagem.

Um navegador com a pele curtida pelo sol e o sal do mar.

Não era Ahab.

Foi de Nemo a príncipe Dakkar.

Uma alma anciã.

Um tremor percorre seu corpo, caem suas defesas, as torres desmoronam, o roque.

Instintivamente sua mão derruba seu rei, ela se levanta e oferece os dois braços.

A lógica é invertida. Ali Circe caía nos braços de Odisseu…

A sirene soa mais uma vez, ele se lembra da última visão de seu pai, no corredor do hospital…

Enfim a última rodada, Troia já ia distante. O fim da Odisseia era próximo.

Apenas uma mesa é arrumada no centro do salão.

Um salão, uma vida.

Um relógio, uma jornada.

Uma mesa, uma barricada.

Um adversário, um país, um império, uma cultura, apenas um contratempo.

Não entende o que dizem, não precisa, desde muito cedo reconhece os murmúrios. São iguais em quaisquer idiomas!

Mas agora nada mais importava.

Perséfone já estava salva e o Kraken agonizava.

Seu Pégaso voava sobre as torres inimigas, as suas muralhas invioladas.

Agora, enfim, o fogo de Prometeu queimava, era chegada hora da promoção do peão!

Já sentado à mesa, vê seu último adversário enrolado na bandeira listrada de seu país.

Ele, contudo, havia deixado a sua na fiscalização do aeroporto, junto de um frasco qualquer.

Sem demonstrar ele repara: Há uma comitiva com o garoto, pai, mãe, irmãos talvez, amigos com certeza.

O garoto começa a andar em sua direção com passos lentos, seus olhos se encontram.

O menino esperava sugar um pomo, encontrou a górgona!

Na medida em que o garoto se aproxima, vem parecendo mais nervoso.

Ele permanecendo sentado, se sente maior, mais imponente, e o menino parece notar sua confiança, tenta desviar o olhar.

Relutante o Estadunidense chega na mesa, “Good Job” diz, um aceno de sua cabeça, mostra que entendeu.

Seu inimigo, nunca foi apenas um menino, ele entendeu também.

Já não tem mais medo, de ninguém, nada mais pode afetá-lo.

Ele arruma a respiração, sente que todos os prisioneiros da casa dos mortos se voltam para ele com admiração.

Dunia” pensa novamente.

Catarse e ascese!

Uma onda de orgulho lhe percorre o corpo, Teseu, voltando de Creta, Egeu não conseguiu esperar.

Mas hoje ele estava decidido, mais nenhum rei cairia!

À sua frente, encolhido, o estadunidense inicia seu jogo, duas casas com o peão.

Um toque no relógio, um gambito qualquer, já não fazia diferença; Kronos agora seria confrontado.

Olha novamente o garoto, segundos eternos, este suando, tenta evitar, mas já não pode desviar do olhar que petrifica!

Ele, gigante, estica seu braço, e oferece o empate!

Agora, tudo era apenas um jogo…

Sobre Fabio Baptista

Avatar de Desconhecido

23 comentários em “Apenas um Jogo (Roberto Fernandes)

  1. Sarah S Nascimento
    13 de dezembro de 2025
    Avatar de Sarah S Nascimento

    Olá! Seu conto está muito bem escrito, toda essa relação dos jogos, das partidas com as lembranças do rapaz, como vamos vendo a vida difícil dele, a mãe, o pai, o ambiente onde ele vivia, tudo isso entrelaçado com jogadas, com partidas, ficou incrível. Vamos nos aprofundando pra ver quem é esse rapaz, cujo nome nem sabemos não é? É incrível ver as conquistas dele, a progressão disso sabe? Ficou incrível.Gostei de algumas das referências, acho que certas referências ficaram ótimas, essas gregas, deixando meio figurativa a jogada de xadrez que ele ia fazer. Isso foi bem interessante. Confesso que não entendi todas as referências literárias, mas ignorei este ponto. O conto é compreensível mesmo assim.E acredite em mim quando eu digo, achei seu conto muito inteligente. Exatamente pela forma que foi feito. Porém, eu não gostei do conto em si. Mas isso diz mais sobre meus gostos do que sobre a história que você escreveu. Esse conto mostra um cara forte, resiliente, inteligente, corajoso, que passa por injustiças e ele ainda está lá jogando e tentando.Usou o xadrez com maestria e fiquei feliz de reconhecer um dos enxadristas que eu vi quando tava pesquisando xadrez! risos. Muito bom.

  2. Thales Soares
    13 de dezembro de 2025
    Avatar de Thales Soares

    Este conto é estranho, e não me pegou muito. Sua composição parece uma colcha de retalhos, com várias frases curtas, comprometendo a fluidez da leitura. Em muitos momentos em me perdi, e tive que voltar partes… e a leitura fora mais desgastante do que eu gostaria.

    O conto é sobre um enxadrista de origem humilde que está numa espécie de torneio mundial, competindo contra grandes mestres de vários países. As partidas são intercaladas com alguns flashbacks, para que possamos conhecer mais do protagonista, o que é um recurso bem bacana.

    O protagonista era apaixonado por leitura, mitologia e música. O bibliotecário que acaba mostrando xadrez pra ele, o que o faz associar ao filme O Sétimo Selo (o qual eu não conheço). Então o jogo começa a tomar papel importante em sua vida a partir dai.

    Rola bastante umas críticas sobre bullying, preconceito, consciencia social e racial, desigualdade social, etc. Mas é tudo muito raso, e a história não se aprofunda muito nessas questões… que particularmente eu acho um pouco enfadonhas, devido ao turbulhão de obras modernas a nos apresentar isso, tornando-se uma espécie de clichê moderno.

    Na semifinal ele joga contra uma russa, que ele enxerga como uma deusa. A partida é intensa, e ele fica lembrando do pai. Isso me remete até um pouco a animes como Demon Slayer, onde o pau tá torando, os caras lutando na maior adrenalina, ai a luta se intercala com alguns flashbacks mais lentos e emocionanis.

    Por fim, no final do torneio, o cara enfrente um americano. Mesmo estando bastante calmo, no lugar de buscar vitória, o protagonista tem o maior ato de bunda molice que e já vi neste trecho:

    “Ele, gigante, estica seu braço, e oferece o empate!

    Agora, tudo era apenas um jogo…”

    E então, o conto acaba.

    Achei uma conclusão decepcionante para toda a sua trajetória. Não que esteja mal escrito… mas eu só não consegui compreender as motivações do protagonista, ou simplesmente não concordei com elas.

  3. Mauro Dillmann
    13 de dezembro de 2025
    Avatar de Mauro Dillmann

    O texto começa com ritmo legal, bom de ler.

    É narrado em terceira pessoa e não se torna cansativo, no início, com o tom realístico. A simplicidade da mãe, o gosto pela leitura. Depois, há inúmeras referências a personagens míticos e literários, além de expressões em francês e inglês, que levam o conto para outro lugar.

    Tem algum abuso das reticências. E não entendi muito bem porque optou pela abertura de parágrafo a cada frase. Deixa o texto um pouco mais fragmentado. Outra coisa, permita-me uma correção: após dois pontos [:], usa-se letra minúscula.

    Mas nessa passagem, creio que haveria vírgula depois da palavra ‘faladas’: “não identifica todas as línguas faladas naquele lugar o inglês se destaca…”.

    É um conto inteligente, bem pensado e articulado com o tema xadrez.

    Parabéns!

  4. Thaís Henriques
    13 de dezembro de 2025
    Avatar de Thaís Henriques

    Parabéns pela composição. Extremamente bem escrito, rico em co-relações e essas atreladas às memórias do personagem. Embora eu goste muito disso, para mim, a leitura ficou pesada. Entre lembranças e os jogos, tensos, eu acabei me perdendo. Claro que pode ter sido falha minha como leitora, mas em suma gostei do conto.

  5. Bia Machado
    13 de dezembro de 2025
    Avatar de Bia Machado

    Olá, Bologna, tudo bem? Seguem alguns comentários sobre a minha leitura do seu texto.

    Desenvolvimento (0,8/1,0) : O conto alterna memórias e presente para mostrar como o xadrez molda a identidade do protagonista. O torneio simboliza sua superação emocional e o abandono do peso do passado. Confesso que esperava mais do final.

    Pontos fortes (0,8/1,0): Destaca-se pela intertextualidade rica e pela construção emocional intensa do protagonista. O final simbólico reforça sua libertação e amadurecimento.

    Adequação ao tema (0,5/0,5): O xadrez é o pano de fundo emocional.

    Gramática (0,5/0,5): Correta, não percebi nada que me incomodasse.

    Emoção (1,6/2,0): Toca pela simplicidade e pela relação entre os personagens. Mas… faltou algo para que eu gostasse mais da narrativa.

  6. Amanda Gomez
    12 de dezembro de 2025
    Avatar de Amanda Gomez

    Oi, bem?

    Um conto com uma profundamente impressionante, são muitas referências, não peguei todas, mas peguei o suficiente. É um personagem interessante, um menino negro e pobre que passou por muitas mazelas na vida. Ao mesmo tempo que muitas coisas o traumatizaram, suficientes para lhe causar aquele sentimento de querer vencer sempre, se superar. É um autodidata, todo o mérito é dele, ninguém acreditou, provavelmente é aquele personagem conhecido como o estranho da família.

    A odisseia dele foi interessante. O final, um tanto frustrante… ele vinha em uma crescente, então esse empate meio que o deixa estagnado. O que fará a partir dali? Talvez curar definitivamente suas feridas.

    Parabéns pelo trabalho, boa sorte no desafio!

  7. danielreis1973
    10 de dezembro de 2025
    Avatar de danielreis1973

    Apenas um Jogo (Bologna)

    A crítica social e a realidade brasileira deram a esse conto um ambiente “cinema nacional”, o que não é crítica, só constatação. A questão é que segue uma narrativa épica, quase mitológica — da favela ao cenário mundial dos campeões de xadrez. 

    PONTOS POSITIVOS

    O texto cria paralelos constantes entre xadrez, mitologia, clássicos literários e memórias pessoais; a narrativa tem um sabor épico.

    Arcabouço emocional sólido: as lembranças do pai, da mãe, da infância e da desigualdade social geram camadas afetivas genuínas.

    Boa construção de tensão: cada rodada intensifica o sentido de jornada, como se o personagem subisse um degrau.

    A escolha pelo empate funciona como catarse: renúncia do ressentimento, conquista interior, superação do fardo social.

    PONTOS A MELHORAR

    Excesso de referências: o volume de alusões mitológicas, literárias e musicais pesa um pouco; o conto às vezes vira um catálogo simbólico.

    Algumas enumerações e metáforas em cascata criam impressão de prolixidade e dificultam o ritmo.

    Protagonista é meio que idealizado demais (quase sem falhas) perdendo nuances humanas às vezes.

    A linha do campeonato por vezes se perde em digressões; o equilíbrio entre lembrança e ação às vezes fica desequilibrado.

    Sucesso no desafio!

  8. Fabio Baptista
    9 de dezembro de 2025
    Avatar de Fabio Baptista

    Garoto de origem humilde disputa campeonato internacional de xadrez e, em sua memória, paralelos entre os jogos e a realidade dura são traçados.

    Eu gostei da ideia, mas não tanto da execução. Algo no estilo me desagradou, muitas frases curtas deixaram a leitura picotada demais. Além de algumas frases compreensíveis no contexto, mas que poderiam ser melhor trabalhadas para melhorar a fluidez da leitura:

    Aprendeu a ler mitologia, amava a grega, conheceu as outras
    Maravilhado com a música, quis saber o que significavam as palavras, aprendeu

    Também me incomodou o excesso de referências à mitologia. Acredito que o conto ganharia mais força e impacto focando mais no paralelo do torneio com o cotidiano. Foi daí que brotaram os melhores momentos da narrativa.

    BOM

  9. Fabiano Dexter
    9 de dezembro de 2025
    Avatar de Fabiano Dexter

    História

    História muito interessante de um jovem que cresceu em uma favela e disputa um campeonato internacional de xadrez.

    O autor então intercala os acontecimentos no torneio, suas reações e a de seus adversários, com momentos do passado do protagonista e os desafios que o fizeram chegar até ali.

    Tema

    O conto é sobre um jogador de Xadrez em um torneio de Xadrez. São feitas também muitas referências ao jogo, bem utilizadas.

    Construção

    Texto um pouco quebrado demais, frases muito curtas. Não sei se intencional para ficar parecido com os movimentos do xadrez.

    As trocas entre o presente e passado são muito bem feitas e colocadas nos momentos corretos da história, para mim o diferencial do texto.

    Impacto

    Gostei bastante do texto, ainda que acredite que a escrita poderia ser um pouco mais fluida, com frases maiores.

  10. Jorge Santos
    8 de dezembro de 2025
    Avatar de Jorge Santos

    Olá. Acabei de ler o seu conto e fiquei com a impressão de ter revisto a série do gambito da rainha, mas desta vez no masculino. Narra a história de um jogador de xadrez, desde o momento em que ganha o gosto pela leitura, começa a jogar e chega a disputar campeonatos mundiais. Foi este o entendimento que fiz. Achei o texto confuso, a narrativa flui sem rumo. O inicio é interessante, mais pausado. Consegui identificar-me de alguma forma com a personagem. Também ganhei o gosto pela leitura muito cedo e também foi muito cedo a minha ligação ao xadrez. No meio do texto, esta ligação perdeu-se e instalou-se a monotonia.

  11. Pedro Paulo
    7 de dezembro de 2025
    Avatar de Pedro Paulo

    Um conto afogado em seu próprio brilhantismo. Ainda que seja narrado em terceira pessoa, é principalmente a reflexão e rememoração, internas ao protagonista, o que movimenta a trama. É assim que sabemos que cada partida não é apenas um jogo, mas resultado de uma trajetória marcada pela ascensão social por meio de várias dificuldades. Violência, descrédito de família e amigos, bullying e dificuldade de acesso à educação e ao saber. Entretanto, mesmo saído de sua origem, tão marcada por todos os problemas, o racismo e o estigma o acompanham como fardos. Escrevendo assim, soa didático, quase uma história voltada a desencorajar e combater esses comportamentos, mas neste ponto é a sofisticação da forma o que faz sobressair o conto. É escrito todo em frases curtas, entremeando lembranças, pensamentos, ações e o desenrolar do torneio, em uma sucessão rápida que uma leitura desatenta pode perder de vista, mas que cria um compasso instigante e, ao mesmo tempo, dá certa credibilidade ao rebuliço interno que avança a história. Não é só o movimento entre passado e presente, mas a própria visão que o protagonista tem de si mesmo e, em especial, do lugar em que está, o que imbui de gravidade cada partida, cada jogada, a diminuta, quase inexistente hesitação, sublimada pela obstinação invencível. A literatura clássica de sua infância e todas os enredos de diligente heroísmo o têm, enfim, como um desses protagonistas heróis. Representante dos seus, inclusive dos caídos como o seu pai; um ponto fora da curva; a exceção da estatística. Ao final, a reviravolta é justamente a realidade. O protagonista supera todos, mas não se embevece. O troféu não é uma confirmação. Ele já sabe. 

    Sinto que pesou um pouco a mão no comparativo entre mitologia e literatura clássica, ameaçando truncar um fluxo de leitura já desafiador por sua prosa não linear de parágrafos curtos, mas é uma escolha que se justifica pela menção inicial a esses interesses do protagonista.

  12. marco.saraiva
    7 de dezembro de 2025
    Avatar de marco.saraiva

    Acompanhamos a jornada do protagonista sem nome, aqui identificado apenas como “o menino”, “o jovem” ou “o garoto”. Vem da favela, se ensina a ler e jogar xadrez, e conquista o mundo com a sua inteligência, apesar de os pais em casa jamais o terem apoiado neste trajeto tão incomum. Apesar de sentir que o mundo está contra ele, desde o racismo até os muitos idiomas que todos parecem entender menos ele, o protagonista derrota cada um dos seus adversários, um após o outro, cada vitória um paralelo com a vitória sobre uma dificuldade na vida, de tantas que teve que superar. E no final, por algum motivo, decide que quer empatar o jogo, não quer vencedores neste torneio (e na vida?)

    Apesar de tentar conferir algum peso à narrativa com o drama da vida do rapaz, e tentar emprestar poética à prosa, o texto foi muito difícil de acompanhar. Não ajuda que a estrutura escolhida foi um estilo quase-fluxo-de-consciencia. Há reticências espalhadas pelos parágrafos, uma confusão constante de tempo verbal, a narrativa indo para o presente, futuro, pretérito, tudo junto e misturado. A leitura não tem muita vida, soa mais como uma lista de fatos, cada parágrafo auto-contido, cada parágrafo uma frase completa. Houve um momento que o texto, para mim, deixou claro que ele perdeu o jogo, mas então o personagem aparece na partida final e já não entendi mais nada.

    Acho que o a ideia é boa, o personagem e a trama têm potencial, mas a execução deixou a desejar. O esforço está ali, dá para notar a paixão no(a) autor(a), a poesia tenta sair mas acabou virando um amontoado confuso de diferentes tempos verbais e referências obscuras a figuras mitológicas.

  13. cyro eduardo fernandes
    2 de dezembro de 2025
    Avatar de cyro eduardo fernandes

    Gostei do ritmo acelerado imposto por Bologna. O aspecto social e as menções aos personagens da literatura foram bem explorados no ambiente do xadrez. Parabéns, um bom conto!

  14. Gustavo Araujo
    17 de novembro de 2025
    Avatar de Gustavo Araujo

    Gostei do conto. É ágil, fluido, fácil de ler e de absorver por conta das frases curtas, quase secas. Vê-se aqui um relato bem afiado que mistura a realidade presente de um menino que participa de um torneio de xadrez com seu passado de criança humilde na periferia de uma cidade grande qualquer. A narração, a princípio, marca esses contextos, com a voz no presente para o torneio e a voz no pretérito para o que ficou lá atrás. É uma boa aposta, ainda que haja tropeços aqui e ali, assim como errinhos gramaticais e de ortografia. Confesse que às vezes isso me incomoda, mas aqui a história ficou tão pegajosa (no bom sentido) que acabei relevando. É por causa da crítica social embutida nas lembranças do menino que contrasta com o universo cosmopolita do torneio. Alguns podem até achar forçado, mas para mim ficou muito bom. Dedo na ferida, sem medo. Literatura engajada e corajosa. As menções à realidade do mundo xadrez, isto é, as referências que sucedem acerca de nomes e jogadas, ficaram a um passo do exagero, como se o(a) autor(a) quisesse mostrar, a todo custo, uma intimidade com esse universo. Talvez enxugar um pouquinho essas menções seja uma boa, até para que o foco permaneça no contraste entre as realidades vividas pelo menino. Em suma, é um ótimo texto, acima da média aqui no desafio.

  15. Mariana
    16 de novembro de 2025
    Avatar de Mariana

    Para a avaliação ficar bem explicada, organizei os tópicos que construíram a nota

    História: 

    Há começo, meio e final (0,75)? Acompanhamos o personagem principal em um torneio de xadrez, desde aprender a ler até a partida final. Tudo isso entremeado por suas lembranças 0,75.

    Argumento (0,75): Um garoto da periferia vai jogar um campeonato internacional de xadrez. O tema está presente, mas a execução já era esperada no desafio (protagonista enfrenta um campeonato e suas lembranças). 0,5

    Construção dos personagens (0,5):

    O personagem é o “garoto da periferia que é muito inteligente e recupera a sua confiança enquanto lida com seus traumas”. Poderia não ser tão unidimensional, os outros que parecem são apenas ferramentas para a jornada do herói 0,25

    Técnica:

    A capacidade da escrita de prender (0,75): São muitas referências, acaba diluindo o impacto. O personagem é unilateral e o empate no final. 0,25

    Gramática, ortografia etc (0,75): Cuidar o uso das vírgulas e dois pontos. Encontrei também alguns erros de digitação, cabe a revisão 0,25

    Impacto (1,5): 

    É um conto que cabe ser revisado e melhorado. O personagem principal merece novas camadas, um tratamento mais demorado.1,0

  16. Givago Domingues Thimoti
    13 de novembro de 2025
    Avatar de Givago Domingues Thimoti

    Apenas um jogo (Bologna)

    Nesse desafio, considerando que estou participando como comentarista apenas, vou me permitir  compartilhar minha impressão pessoal sobre o conto de uma forma mais sucinta, sem aqueles textões intermináveis e revisões gramaticais.  

    Pelo esmero do autor/da autora que percebi durante a leitura desse conto, eu não diria que temos aqui uma mera narrativa de eventos, aind que essa tenha sido a impressão inicial. 

    Geralmente, gosto desses contos que buscam sair da casinha e instigar o leitor intelectualmente. Esse, por outro lado, não me cativou. Temos um jogador de xadrez passando por seus últimos momentos, revendo o filme de sua vida.

    Ideia ousada, mas que caiu num problema: na tentativa de condensar uma vida repleta de vitórias e erudição, o ritmo desse conto é insano! Veloz demais, quase não dando pra aproveitar o que acontecia. A sensação que se tem é a de que lemos um resumão da vida do personagem. Pouca coisa para o leitor parar e refletir. Algo tão caro nos tempos atuais.

    Aliado a isso, as diversas referências eruditas tornaram esse conto um tanto enfadonho em determinados momentos. O que é uma pena, queria ter gostado mais.

    De resto, creio que seja importante prestar atenção também a algumas repetições, especialmente no início do texto: “Ele luta para lembrar a primeira vez que viu um tabuleiro, suprimindo outras lembranças…”

    PS: uma das minhas chatices que tenho na literatura é gostar de nomes para os personagens. Aprecio demais quando vemos nomes. Aqui, o protagonista não tem nome, o que é de certa forma irônico. Um personagem tão cheio de si, satisfeito em rever, em seus últimos momentos, suas vitórias no xadrez e não teve o prazer de lembrar o momento que anunciam seu nome como vencedor dos torneios? 

    PS2: palavras estrangeiras devem ser grafadas em itálico!!

  17. Kelly Hatanaka
    12 de novembro de 2025
    Avatar de Kelly Hatanaka

    Considerações

    O conto entrelaça os pensamentos de um menino com seus jogos durante um torneio. O menino é fã de mitologias e o conto faz uso de muitas referências, das quais apenas algumas consegui decifrar. Um menino negro, morador da favela, provavelmente com altas habilidades, pois relata ter aprendido a ler quase sozinho. Leu e aprendeu tudo o que pode e foi introduzido ao xadrez pelo bibliotecário.

    Ficamos sabendo mais sobre ele através de suas observações sobre o meio e sobre as demais pessoas.

    No final, tudo indicava que ele iria vencer, e ele oferece o empate.

    Estranhei o gesto. É abrir mão da vitória, mas de uma forma orgulhosa. Pelo que deu a entender, o jogo estava ainda no início (acho). Não sei se entendi muito bem. Talvez o significado real tenha ficado por trás das referências mitológicas ou da palavra “Dunia” que ele repete. Dunia significa mundo em árabe. Será isso? Talvez a oferta de empate signifique que o jogo deixou de ter importância para ele.

    Gostei ou não gostei

     Gostei, mas poderia ter gostado mais. Sinto que me perdi nas muitas referências. Algumas, entendi, outras, não. Limitação minha, como leitora. Pena que sinto ter deixado de entender alguma coisa.

    Talvez seja coisa do personagem ser muito cerebral e isso tenha vazado para a narrativa. Mas, apesar do histórico do menino, não me vi torcendo por ele, como seria de se esperar. Uma história de dificuldades, perdas, superação, um personagem que parece estar em desvantagem total. Ele deveria ter arrebatado corações e mentes, mas, ao menos comigo, não funcionou muito.

    Pitacos não solicitados

    Gosto de referências, especialmente mitológicas. Mas foram tantas referências! E o tempo todo. Isso deixou a leitura um pouco cansativa.

    Também tive dificuldade em enxergar o protagonista como criança. Nem é por causa da voz narrativa, que poderia sugerir um amadurecimento precoce em face das dificuldades da vida e de sua superdotação. Mas é que logo no início ele diz não se lembrar de quando viu um tabuleiro pela primeira vez, o que me fez imaginá-lo um adulto na meia idade. Depois, veio Rush, o que reforçou a ideia de meia idade. Em seguida, o diálogo com a mãe, em que ele pensa no que ele já é, já conquistou. Novamente, me fez pensar num adulto. Mas então, o torneio começa e ele joga com meninos, que vieram acompanhados dos pais. E eu fiquei “ué?”. Então, ele é um menino, jogando com outros meninos.

  18. Priscila Pereira
    11 de novembro de 2025
    Avatar de Priscila Pereira

    Olá, Bologna! Tudo bem?

    Legal demais o seu conto! Curti muito a leitura, os capítulos curtos, o estilo frenético, gosto muito e uso bastante esse estilo. Gostei das referências, mesmo não sacando a maioria. Entendi como tudo se conectava na mente do menino, tudo o que ele já tinha lido, todos aqueles personagens dando força e motivação pra ele continuar. Amei que ele fosse uma alma anciã, por já ter vivido muito, já ter visto muito, ter sido obrigado a amadurecer antes do tempo. O final é um tantinho confuso, tive que ler várias vezes pra saber quem ganhou, ou como diz no texto, um empate. Não conheço o xadrez nem as regras, mas não foi chato ler sobre as jogadas porque você soube descrever de forma interessante. Um ótimo conto! Parabéns!

    Boa sorte no desafio!

    Até mais!

  19. andersondopradosilva
    8 de novembro de 2025
    Avatar de andersondopradosilva

    Olá, autor.

    Autor, não posso dizer que gostei do seu conto. Julguei que você poderia ter investido mais na revisão. Também tive a impressão de que seu estilo carece de lapidação, como se tivesse pouco tempo de prática literária ou se a estivesse exercitando superficialmente.

    Você está esquecendo de empregar vírgulas nos vocativos, como em “menino” e “fio”; está se esquecendo de acentuar determinadas formas verbais, como “caía” e “saía”; está posicionando mal as vírgulas, como a que falta após “Relutante”, e a que sobra após “inimigo” (não se separa o sujeito de seu predicado por vírgula).

    Quanto ao estilo, que é pessoal e cada um tem o seu, cabe a você decidir a utilidade das minhas opiniões, mas eu não gosto de adjetivação excessiva, sobretudo adjetivos grandiloquentes, a exemplo do “interminável” que praticamente inaugura seu texto; não gosto de verbos e palavras que não soem correntes, a exemplo do “emanam”; não gosto do excesso de reticências – tem umas 21 no seu texto; não gosto do excesso de pontos de exclamação – tem uns 17 no seu texto; dentre outros exemplos.

    Nota 4.

  20. Antonio Stegues Batista
    8 de novembro de 2025
    Avatar de Antonio Stegues Batista

    O protagonista tornou-se um excelente jogador de xadrez. A história é sobre um desses campeonatos internacionais, onde ele enfrenta jogadores de diversos países, e vence todos. Enquanto ele joga, faz conexões mentais com seu passado. Cria referencias sobre fatos, obras literárias, personagens de livros, poesia épica e outras. Os jogos não são detalhados lance por lance por motivos óbvios. O conto está bem escrito. Gostei das referências, mas acho que você poderia ter inserido mais detalhes sobre o passado do protagonista, havia espaço para incluir flashback da sua infância e adolescência. O final foi abrupto, meio que abstrato, sem relevância, sem reviravolta, torna o conto apenas um conto. A maioria dos leitor4s gostam de um final impactante, aquele que engana a previsão.

  21. Leandro Vasconcelos
    7 de novembro de 2025
    Avatar de Leandro Vasconcelos

    Opa! Este é um conto ousado. A própria forma como se dá o desenrolar dos fatos é intrigante. Os pequenos parágrafos e os cortes secos entre as orações emprestam grande agilidade à leitura, além de se adequarem sobremodo ao ritmo frenético do conflito, ocorrido no torneio de xadrez. Gostei também dos saltos temporais. O presente se entrelaça com o passado do protagonista e com suas memórias acerca dos clássicos da literatura. O autor faz questão de nos jogar de lá para cá com essas memórias, sobretudo quando começam as comparações entre o campeonato, as jogadas e os clássicos na forma de metáforas; estas que, além de originais, também são muito bem-vindas, pois nos desnorteiam. Esse efeito de estranhamento sempre é muito bom. No entanto, o estranhamento perde força no enredo, quando nos deparamos com velhos clichês, como o da perseguição estrutural contra um protagonista oprimido, perfazendo a ideia de que todo o mundo se volta contra ele, quase com um teor conspiratório; sem falar dos malvadões “estadunidenses”. Essa parte me desagradou, mas, de resto, é um conto bem legal.

  22. claudiaangst
    6 de novembro de 2025
    Avatar de claudiaangst

    Olá, autor(a), tudo bem?

    O conto, sem dúvida, abordou o tema proposto pelo desafio. Há muitas referências a jogadas de xadrez. Aliás, se tem uma coisa que a narrativa apresenta em abundância são referências, o que, na minha opinião, poluiu um pouco o texto.

    Os parágrafos são extremamente curtos, como se fossem versos de um longo poema. Talvez seja o estilo do(a) autor(a).

    A linguagem no geral é simples, mas a leitura trava um pouco devido às muitas citações e referências a lances de xadrez, personagens literários e mitológicos.

    Aponto aqui pequenas falhas que passaram na hora da revisão:

    • onde mesas já estão preparadas com seus relógios e tabuleiros esperando seus competidores. > do jeito que está dá a entender que os tabuleiros estão esperando os competidores. Uma vírgula após a palavra “tabuleiros” eliminaria essa ambiguidade.
    • “Onde é mesmo fio?”> Onde é mesmo, fio? (separar o vocativo com vírgula)
    • Ìndia > Índia
    • suas passagem e bagagem > sua passagem e bagagem
    • pelos intempéries > pelas intempéries
    • Há uma alternância de tempos verbais sem aparente justificativa.

    Confesso que, mesmo tendo lido duas vezes o conto, não entendi completamente a trama. Algo ficou faltando para o meu entendimento, mas isso pode ter acontecido devido à falta de atenção da minha parte.

    Parabéns pela participação e boa sorte.

  23. Luis Guilherme Banzi Florido
    5 de novembro de 2025
    Avatar de Luis Guilherme Banzi Florido

    Bom dia, Bologna! tudo bem?

    Um belo conto esse aqui, recheado de referências e elementos que aprofundam a história. Em seu conto, temos não somente um campeonato de xadrez: temos uma vida toda de injustiças, discriminação, pobreza e sofrimento. Temos os livros e o xadrez, que indicaram o caminho para aquele menino nascido na favela e surrado pela vida trilhar sua saída do mundo injisto que o cerca. Parai sso, cada jogo é entremeado por pequenos vislumbres dos momentos que marcaram sua vida e construíram seu caráter. Tudo é rapido e dinamico. Com o passar do conto, as referencias literarias aumentam, demonstrando a importância delas na vida dele, já que essas referencias se manifestam progressivamente conforme a tensão do conto e da situação aumentam.

    O conto tem um bom ritmo, mas tem algumas partes que ficaram um pouco truncadas e/ou confusas, onde fica um pouco mais dificil entender o que está acontecendo. Existem também alguns errinhos de revisão, especialmente pontuação e trechos em que parece ter faltado alguma palavra.

    Enfim, é um conto interessante, com profundidade e boas referências. Parabéns e boa sorte!

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Publicado às 2 de novembro de 2025 por em Liga 2025 - 4B, Liga 2025 - Rodada 4 e marcado .