EntreContos

Detox Literário.

Mustang (Marco Piscies)

A brisa do deserto queimava mais do que o sol. Um urubu voava em círculos, piando alto, anunciando o achado. O chão de barro seco e craquelado cheirava a morte.

Os outros cadáveres começavam a cheirar, mas o de sua mãe ainda exalava aquele delicioso perfume de flores. De tempos em tempos ela pensava em se levantar, mas tudo o que conseguia fazer era enrolar-se ainda mais no corpo da mãe. A cabeça infantil deitada sobre o seio materno sentia falta do sobe-e-desce, e do coração tamborilando contra o ouvido.

O sol caminhava para o zênite quando ouviu o som inconfundível dos pneus de um rinoceronte-de-metal. A borracha rolava sobre as pedras, e freou nas proximidades. Furtivamente, usou a mãozinha mais próxima do chão para tatear até encontrar um pedaço de ferro afiado. Apertou o artefato firme contra a palma da mão, e aguardou.

Ouviu uma única porta do rinoceronte-de-metal abrir e fechar, e os passos aproximando-se da hecatombe. Os pés estranhos pararam longe, onde os rastros da morte começavam. Ouviu enquanto a figura buscava por tesouros abandonados entre os falecidos, as botas aproximando-se a cada novo corpo saqueado. Ela apertou o metal contra a mão. Quando a figura estivesse próxima o suficiente, cortaria os seus tendões.

O momento chegou e ela girou, pronta para o golpe, mas viu-se diante do cano duplo serrado de uma escopeta.

“Nem pensar”, falou ele, e chutou para longe o metal da sua mão. Mirou os seus olhos por um longo momento. “Era o seu grupo?”. Ela anuiu.

O homem ofereceu a mão, mas a menina apertou-se contra o corpo da mãe com ainda mais afinco. Ele se agachou e arrancou do pescoço da falecida um cordão com um pingente na forma de um cavalo negro em plena corrida. Fechou a mãozinha da menina ao redor do metal.

“Leve isso como lembrança. Ela vai estar com você. Agora você tem que sair daqui se não quiser morrer de fome”. O horizonte ronronava com o som inconfundível de motores atravessando o deserto implacável. “Ou coisa pior…”

O homem continuou o saque aos mortos. Quando estava satisfeito com os espólios, viu que a menina estava finalmente de pé, os olhos perdidos no pingente entre os dedos.

“Última chance garota”. A porta do carro rangeu seca quando ele a abriu. Olhou mais uma vez para o horizonte. Os motores rugiam, a nuvem de poeira era nítida.

A alma da menina pareceu retornar ao mundo, e ela finalmente viu o seu carro. Abriu a boca, espantada, então correu até o veículo e jogou-se sobre o capô para olhar mais de perto o motor V8 projetado para fora do tampo, glorioso e cromado, os oito cilindros refulgentes sob o sol.

“Você tem um rinoceronte de verdade, com chifre V8 e tudo!”

Ela abraçou o precioso bloco de metal como se fosse o seu mais novo urso de pelúcia. O motor roncou e sacudiu com violência, o som tão alto que ela perdeu a audição por um segundo. O susto a fez perder o equilíbrio e cair de cima do carro.

“Sobe logo se não quiser morrer”, falou o homem, e ela se levantou como pôde. Correu para a porta de passageiros, mas antes de subir olhou uma última vez para a cena: o sangue seco que regava o chão, os corpos espalhados, sua mãe destacada, ainda tão bonita quanto ela se lembrava. “VAMOS”, gritou o homem. Ela deslizou para o banco do carona e fechou a porta, e o carro disparou pelo deserto.

Não demorou para que os perseguidores desaparecessem no retrovisor. Só então o homem decidiu pisar mais leve no acelerador.

“Qual o seu nome?”

A menina mirava o pingente como que hipnotizada. O cavalo preto em pausa no tempo, correndo tão veloz que as suas patas não tocavam o chão. Abaixo, as letras:

“M-U-S-T-A-N-G”, soletrou.

“Seu nome é Mustang?”

“Mustang. E o seu?”

O homem levou um momento para responder, o cotovelo projetado para fora da janela aberta.

“Max”

~ ~ ~

Encontraram uma árvore cujo tronco terminava antes mesmo de começar. Os galhos nasciam do seu topo como se esticassem para o sol pedindo um pouco mais de tempo de vida. Max achou que era um bom lugar para descansarem.

Dentro do seu Interceptor Porsuit Special só havia, naquele momento,duas opções de comida: uma era o sanduíche de manteiga de amendoim que ele estava guardando para uma ocasião especial. A outra eram algumas nozes e macadâmias que haviam sobrado de outra refeição. Ofereceu a ela o sanduíche.

Mustang pegou o lanche e escalou a lataria queimada, sentando-se de pernas cruzadas sobre o teto do carro. Enquanto comia as nozes, Max calculava. Tinha combustível para mais cinquenta quilômetros. Teria que parar em um dos seus esconderijos para reabastecer. Ele tinha dois galões de gasolina enterrados sob uma rocha a vinte quilômetros dali.

A nuvem de poeira voltou a surgir no horizonte. Aquilo mudava as coisas.

“Sabe quem são eles?”, gesticulou naquela direção. “São os mesmos que mataram a sua gente?”

Mustang respondeu de boca cheia. “Minha gente matou a minha gente. Esses daí devem estar atrás da Grande Árvore”. Então ela foi assomada por uma epifania, os olhos arregalaram. “Ou então são as Muitas Mães!”, e lançou o sanduíche no chão, saltou do topo do carro, e começou a correr. Max alcançou-a em dois longos passos.

“Opa, não, não”, ele a trouxe de volta pelo braço, e pegou o sanduíche do chão, estapeando o pão para livrá-lo da poeira e da terra. “O que acha que vai fazer? Correr mais rápido que eles?”

“Mas elas tão atrás de mim!”

Entregou-a o sanduíche. “Come. É um lanche perfeitamente bom. Se você jogar ele no chão de novo, vai ter que comer barro”. Mustang olhava-o com uma expressão chorosa. Lágrimas abriram caminhos sinuosos pela sujeira no seu rosto.

“Não vai comer?”

“Não tô mais com fome.”

Max encolheu os ombros e deu uma grande mordida no sanduíche. A visão fez a menina grunhir de dor. Quando ele o ofereceu novamente, Mustang aceitou, limpou as lágrimas, e voltou a devorá-lo.

Max pegou um binóculo no porta-luvas e observou os perseguidores de mais perto. Vinham engolfados pela poeira, mas conseguiu identificar alguns detalhes: eram todos motoqueiros, e algumas das motocicletas tinham adornos feitos de vidro e cipó.

“Então, garota. Mães. Grande Árvore. Quer se explicar?”. Ele havia encontrado as Muitas Mães anos atrás, mas agora estavam todas mortas. Todas menos uma.

Mustang começou a falar com a boca ainda cheia. Enquanto falava, fungava, uma narina entupida pelo choro recente. “Eu achei a Grande Árvore quando roubei o rino da minha mãe uns dias atrás”.

“Por que você fez isso?”

“Por que falaram que eu era muito pequena pra dirigir um”.

Max fungou e não conseguiu conter uma risada nasal.

“Daí eu fui reto toda vida. Na direção do sol”.

“Isso era manhã ou tarde?”

“Manhã. Daí eu segui até ver as Pedras do Corvo”

“Pedras do Corvo?”

“Ã-hã. Igualzinho o que o meu pessoal falava. Umas pedras enormes e bem pretas, e uma delas é que nem a asa de um corvo”

Ele conhecia o lugar. Não ficava longe dali.

“E então?”

“Eu entrei”, ela respondeu, mastigando a última parte do sanduíche.

“Onde?”

“Nas Pedras do Corvo, ué”

“Não há nada para entrar, lá. É só um monte de pedras cercadas por areia movediça para todo lado”

“Eu achei uma caverna”

“Não se dirige um carro para dentro de uma caverna”

“Mas eu dirigi. O rino. E do outro lado, eu encontrei a Árvore”

Max mastigou a última macadâmia, os olhos fixos no perigo iminente no horizonte.

“A Grande Árvore?”

“Ã-hã. Ela é enorme. Só o tronco era do tamanho da Cidadela inteira. E os galhos subiam muito, muito, muito pra cima. Eu falei pra minha mãe que a árvore tava segurando o céu, mas ela não quis acreditar. E os galhos eram grossos também, gigantes, tipo cada um deles do tamanho de um rino. Não, maior. Bem maior. E tinha gente morando lá, também. As Mães”

Aí estava o nome novamente. Não podia ser coincidência.

“Elas tinham outro nome? Essas… mães?”

“Vu…Vulva…”

Max se engasgou com o último pedaço de macadâmia que ainda mastigava.

“Vuvalini?”

Mustang agarrou-o pela blusa.

“Então você conhece elas! Você sabe que vão vim me pegar!”

“Por que elas estariam atrás de você?”

“Porque eu fugi. Elas falaram que eu não podia mais sair, agora que tinha achado a Grande Árvore. Mas eu tinha que voltar pra buscar minha mãe. E elas vieram atrás. Acho que não queriam que eu dissesse pra ninguém sobre onde elas tavam. Agora vão vim me bater por causa do que eu fiz com minha mãe. Porque ela morreu por causa de mim”. Mustang voltou a chorar, desta vez com o rosto escondido na blusa imunda de Max.

“Achei que tinha falado que seu povo matou a sua mãe”.

“É, mas foi por minha causa”, sua voz vinha abafada pelo tecido. “Quando voltei pra casa e descobriram que tavam me seguindo, tentaram me matar pra não descobrirem onde a gente vivia. Minha mãe tentou me defender, e minha família também. E daí eles…eles…”

Ele não tinha muito o que fazer senão tocar o cabelo da menina e esperar que as lágrimas cessassem. Na distância, as Vuvalini vinham em alta velocidade, agora a poucos minutos dali. Por mais que quisesse protestar, a história fazia algum sentido, e os adornos nas motocicletas agora assumiam outro significado.

“A Sara não quis atirar”, falou Mustang, apertando o tecido com mais força. “Ela era minha amiga. Ela mirou a arma pra mim e atirou bem do ladinho”

“E você fingiu de morta”

Mustang anuiu.

“As Muitas Mães são amigas. Eu vou falar com elas”

“Elas vão me bater…”

“Elas não vão te bater”, ele segurou o seu rosto. “Não foi culpa sua o que aconteceu com a sua mãe”.

Max caminhou para a frente do carro, desarmado, e levantou os braços, as palmas das mãos abertas. Já podia ouvir com clareza os roncos das motocicletas. O vento trazia também os cantos aborígenes, agudos e ameaçadores. Tarde demais, notou que não eram os gritos ferais da Vuvalini.

Eram urubus.

O primeiro disparo zuniu perto da sua orelha e ele correu agachado para o carro. A segunda bala derrubou um dos retrovisores do seu interceptor.

“Urubus!”. Entrou no veículo ao som dos projéteis resvalando na lataria. Mustang deslizou para dentro através da janela. Max engatou a primeira e arrancou no sentido oposto. As risadas agudas atrás deles vinham com a promessa de matança.

“Você falou que era amigo delas!”, gritou Mustang, agachada no assento de passageiros.

“Se tinha Vuvalini atrás de você, elas já estão mortas! Esses aí são saqueadores do deserto!”

Atingiram a velocidade máxima rapidamente. Os saqueadores comiam poeira, mas ele sabia que tinha pouco combustível para despistá-los, e o deserto inteiro pela frente.

Um dos perseguidores soltou o primeiro urubu. A ave bateu asas até o seu carro, tão próxima que pôde ouvir o som do pavio aceso preso ao seu pescoço. O urubu tentou entrar no veículo pela janela, mas Max lançou o carro para o lado na última hora, e a ave explodiu em mil penas negras e pedaços de carne. O interceptor chacoalhou, mas manteve-se inteiro.

Uma das motos acelerou. Mustang pôde ver as faces ensandecidas dos homens, piando para o alto como se fossem eles mesmos as aves que veneravam. Vestiam plumas negras. Um deles levantou-se na garupa da moto. Estava pronto para saltar.

“Mustang, aí atrás tem um rifle!”

A menina encontrou o rifle no banco de trás: a coisa era maior do que ela mesma.

“Isso. Dá ele aqui!”, gritou Max, mas o homem na moto ao lado saltou e enganchou-se no interceptor. Mustang tirou a trava do rifle. Encostou o cano no peito do homem, que exibia os dentes podres em um desafio grotesco. Apertou o gatilho. O disparo foi tão potente que a arma saltou das suas mãos e foi parar na areia do deserto. O corpo do homem foi lançado para longe, uma cratera no peito, perdendo-se na poeira da perseguição.

Max xingou mil vezes pelo infortúnio. Urubus-suicidas voavam, tentando explodir-se dentro do carro, mas ele desviava o veículo com maestria. Um dos motoqueiros aproveitou-se do momento para emparelhar-se com o carro. O saqueador na garupa muniu-se de uma assustadora haste de ferro. Mustang gritou como um demônio. Encontrou uma chave inglesa no porta-luvas e lançou-a sobre o inimigo. Acertou precisamente a cabeça do motoqueiro, que perdeu o controle do guidão e capotou, sendo engolido pelas dunas. Max gritou em triunfo.

“Bela mira”, e a menina olhou para ele, meio assustada, meio orgulhosa.

Alcançaram as dunas. A partir dali a perseguição manteve-se distante. Os automóveis relutavam em atravessar o deserto profundo em alta velocidade. Os pneus deslizavam na areia fofa, descendo dunas inteiras como que escorregando em sabão. No painel do Porsuit Special, o ponteiro de combustível indicava que não tinham mais muito tempo de fuga.

O horizonte revelou aos poucos os morros de pedra negra.

“As Pedras do Corvo!”, disse ela, apontando para o ponto óbvio na paisagem. Max acelerou. Conseguiu guiar o carro até as pedras, por sorte não encontrando nenhum obstáculo natural. Freou e saiu do veículo, usando-o como cobertura. Mustang agachou-se ao seu lado. A lataria do carro cantava com o ricochete das balas. Max conseguiu esticar a mão para o porta-malas e pegar a sua escopeta. Duas balas na câmara. Mais duas nos bolsos da sua jaqueta.

As motos frearam distantes, relutantes em prosseguir sem saber o que aquele homem e aquela menina tinham guardado nas mangas. Um dos perseguidores abriu outra jaula de madeira e acendeu o pavio no pescoço de um dos urubus, soltando-o. Max esperou a ave alçar voo e atirou, atingindo-a em cheio. A criatura caiu bem no meio dos motoqueiros e a bomba explodiu um segundo depois. Ao seu lado, Mustang tapava os ouvidos, sem querer escutar os gritos de agonia e os estampidos da batalha.

Max deu a ela a chave do carro.

“Sabe onde está a caverna que você achou da outra vez?”

Ela aceitou a chave, confusa.

“Acho que sim”

“Então vai”

“E você?”

“VAI!”

Mustang correu. A nuvem de poeira e o estardalhaço causados pela bomba deram a ela cobertura. A menina jogou-se no banco do motorista e ligou o carro, acelerando com a ponta do pé. Mal conseguia olhar por cima do painel. Demorou para sair do lugar: a roda girou na areia sem aderência, mas Max empurrou o veículo, que logo saiu em disparada. Lavava o rosto novamente com lágrimas.

Desacelerou quando encontrou a caverna. Por sorte um dos faróis dianteiros ainda funcionava. Guiou o carro pelas passagens sinuosas, fungando, determinada. A caverna descia para dentro do mundo. O combustível acabou antes que o caminho terminasse, então Mustang seguiu a pé. Um quilômetro depois, viu a luz do sol novamente.

No centro daquele aglomerado de montes rochosos, diante dos olhos de Mustang, desenrolava-se na distância uma cidade secreta, cercada por muros de madeira e ferro, tão altos e extensos que para Mustang eram o tronco de uma Grande Árvore, e os prédios que se erguiam ao lado dos guinchos e maquinários de construção subiam como galhos que apoiavam o céu. Eram uma pintura grotesca, sublime, que fez Mustang pausar para vê-la com mais clareza contra o azul e as nuvens e as pedras.

Sem que notasse, uma mulher se aproximou e tocou o seu ombro, dando-lhe as boas-vindas novamente.

~ ~ ~

O último saqueador vivo começou a chorar quando notou que não conseguiria fugir da areia movediça. Max mancava na sua direção. Havia usado as rochas como cobertura e, após a explosão inicial ter varrido metade da gangue, a sorte deu conta da maior parte do resto. Dois foram engolidos pelas areias traiçoeiras, agora um terceiro estava prestes a seguir o mesmo destino. Max havia eliminado mais dois na troca de tiros. Uma bala atingiu a sua coxa, em contrapartida a sua escopeta explodiu as suas cabeças.

“Ajuda”, falou o homem. “Ajuda”.

Max o ignorou. Encontrou uma moto que ainda funcionava. Na garupa, uma jaula de urubus. Jogou-a ao chão, a madeira frágil se quebrando e libertando os últimos animais sobreviventes. As aves de rapina tinham uma bela refeição ao redor, mas algumas escolheram o homem ainda vivo como aperitivo, descendo até ele, bicando os seus olhos e a suas bochechas. Max ainda ouvia os seus gritos de agonia enquanto acelerava para longe dali.

~ ~ ~

Na Cidadela, poucos eram os privilegiados que conseguiam uma audiência com ela. Para Max, bastou que se identificasse e as portas foram abertas. Imperator Furiosa recebeu-o como um velho amigo.

Primeiro, trocaram trivialidades, mas logo ela ouvia atentamente tudo o que ele tinha a dizer.

“Tem certeza de que eram Vuvalini?”

“Eu vi os adornos nas motos.”

“Podem ter sido espólios do passado”

“Podem. Eu não sei dizer. Mas achei que gostaria de saber”

Furiosa caminhou até o parapeito. Do alto da sua torre, podia ver todo o povo que agora liderava. O mar de cabeças que caminhavam pelas ruas da Cidadela de ferro e fogo, como formigas na distância.

“E a garota?”

“Eu não a vi desde que fugiu”

“Você não foi atrás dela?”, disse Furiosa, a expressão irritadiça.

“Encontrei o meu carro na caverna que ela indicou. Vi o caminho que ela seguiu, achei a sua trilha. Mas não a segui. Se forem mesmo Vuvalini, elas não gostariam que eu a tivesse seguido. Você, por outro lado…”

A Imperator mirava o horizonte, pensativa.

“Não. Se estiverem mesmo lá, deixe estar. Quanto menos gente souber, melhor”

Ele anuiu. Sem mais, despediu-se. Mas ela o chamou antes que partisse.

“O povo da menina. As pessoas que mataram a sua família. Você sabe onde vivem?”

“Tenho uma ideia”

Furiosa usou o braço mecânico para resgatar um rifle de precisão que mantinha apoiado na parede atrás do seu trono. Com a outra mão, abriu um mapa do deserto sobre a mesa.

“Mostre-me”

Sobre Fabio Baptista

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45 comentários em “Mustang (Marco Piscies)

  1. Rodrigo Ortiz Vinholo
    14 de junho de 2025
    Avatar de Rodrigo Ortiz Vinholo

    Gostei bastante! A escrita ágil combina com o estilo de Mad Max, e o enredo parece algo que eu facilmente veria nesse universo. Seja em Max como personagem já estabelecido ou com Mustang, você sabe caracterizar e dar uma boa voz aos personagens.

  2. André Lima
    14 de junho de 2025
    Avatar de André Lima

    Desde o primeiro parágrafo, este texto nos transporta para um cenário pós-apocalíptico desolador e brutal. Gosto da narrativa, gosto de como forma imagens e de como ambienta o leitor.

    O universo descrito pelo autor é visceral e imersivo. O deserto é não apenas um pano de fundo, mas uma entidade viva e implacável (Perigosa). A descrição dos “rinocerontes-de-metal”, que mais tarde se revelam ser veículos potentes, é um toque de originalidade que funde a dureza do mundo com a engenhosidade de seus habitantes.

    Pra mim, este conto tem como coração os seus personagens, mais do que o enredo, mais que a narrativa, o que brilha aqui é a construção das personas. A protagonista infantil começa a história em um estado de luto e vulnerabilidade extrema. Contudo, a jornada de resiliência (Embora num formato lugar-comum é verdade), a desenvolve enquanto elemtno narrativo. A forma como ela adota o nome “Mustang” a partir de um pingente simboliza sua busca por uma nova identidade. A menina, inicialmente traumatizada e chorosa, demonstra uma coragem surpreendente em momentos cruciais.

    Já Max é apresentado como um sobrevivente endurecido, pragmático e direto. No entanto, sob essa casca, revela-se um protetor e mentor. Seu cuidado com Mustang é evidente nos pequenos gestos.

    A dinâmica entre Max e Mustang é o fio condutor emocional da narrativa, transformando-se de um encontro tenso em uma relação de confiança e parceria.

    O enredo é dinâmico e envolvente. O ritmo é bem cadenciado, alternando momentos de tensão e introspecção com sequências de ação de alta velocidade e adrenalina. A linguagem do conto é rica e evocativa, com um uso notável de descrições sensoriais e metáforas que enriquecem a imersão. Gosto do estilo do autor!

    O que pesa contra é que a narrativa tem algumas conveniências e facilitações que incomodam. Por exemplo, Mustang encontrar o rifle no banco de trás exatamente quando Max pede, ou sua rápida localização e uso preciso de uma “chave inglesa” no porta-luvas para acertar um inimigo. Há alguns pontos de ambiguidade e de suspensão de descrença que poderiam ser citados também, mas eu não conheço a obra original, portanto não quero cometer injustiças.

    Em resumo, foi um ótimo trabalho. Parabéns!

    • Marco Saraiva
      17 de junho de 2025
      Avatar de Marco Saraiva

      Obrigado André! Sempre com um comentário bem sincero e analítico. Estou feliz que tenha curtido a leitura =)

      Eu estou ciente dos momentos clichê e de como às vezes dependo da suspensão de descrença do leitor. Estes momentos foram propositais, para evocar um pouco da sensação de estarmos assistindo um filme de Mad Max, afinal, a série toda é composta de filmes de ação cheios de momentos como este.

      Abração!

  3. Felipe Lomar
    14 de junho de 2025
    Avatar de Felipe Lomar

    Maravilhoso ! O conto evoca perfeitamente o espírito de mad Max, tem uma escrita cinematográfica com um ótimo ritmo que prende o leitor. Sem dúvida um dos melhores contos do Desafio. Apensa alguns pequenos deslizes de digitação Para corrigir, de resto, perfeito!

    boa sorte!

    já quero a continuação com a Furiosa.

    • Marco Saraiva
      17 de junho de 2025
      Avatar de Marco Saraiva

      Hahahah! Não sei se haverá continuação, mas agora você plantou a sementinha na minha cabeça! rs rs

      Obrigado pela leitura!

  4. Bia Machado
    14 de junho de 2025
    Avatar de Bia Machado

    Olá, autor ou autora. Eu gostei bastante do seu texto. Foi bem nostálgico ler uma fanfic do Mad Max. Eu tenho uma lembrança maior do primeiro, eu era criança na época e adorava o Mel Gibson. Não acompanhei o desenvolvimento dos outros filmes. O seu texto tem uma dinâmica boa, como se fossem cenas de um filme, ágil e sem enrolação, só o necessário mesmo. Os personagens me ganharam: Mustang e Max são uma boa dupla. Prendeu minha atenção, só desgostei um pouco do final, pareceu meio apressado, faltou até pontuação ou um pouco mais que isso, mas no geral gostei, valeu a leitura.

    • Marco Saraiva
      17 de junho de 2025
      Avatar de Marco Saraiva

      Obrigado pela leitura, Bia. E que bom que curtiu! Argh, não importa quantas vezes eu releia o conto, sempre passam erros de digitação. Tenho colocado até em IA pra corrigir mas sempre passa alguma coisa. Que bosta! rs rs rs

      • Bia Machado
        20 de junho de 2025
        Avatar de Bia Machado

        kkkkk Normal, Marco. O mais certo é outra pessoa revisar pra gente. Ou revisarmos depois de um bom tempo… Aumenta a chance de pegar o que passou na primeira revisão…

  5. Alexandre Costa Moraes
    13 de junho de 2025
    Avatar de Alexandre Costa Moraes

    Entrecontista,

    Mustang é um “contasso com aço”. Fanfic fiel, mas não submissa. O texto entrega ação, tensão e ambientação com intensidade e precisão. A atmosfera árida, a luta por gasolina, a estética da velocidade e do caos… Tudo remete diretamente ao universo de Mad Max, e ainda assim a história tem força própria. Me senti lá, no deserto, com poeira no rosto, encarando a gangue dos motocas com urubus.

    Os personagens são fortes, bem encaixados na proposta, com destaque para o vínculo associativo com o carro, que é quase um personagem por si só. O desfecho, que sugere continuidade, fecha com chave de ouro e alta octanagem. Não conheço os filmes mais recentes, mas como fã do clássico com Mel Gibson, me senti em casa.

    Está entre os melhores contos do desafio. Parabéns pela escrita afiada e pela imersão que você construiu. Boa sorte!

  6. Fabiano Dexter
    11 de junho de 2025
    Avatar de Fabiano Dexter

    História
    Um pequeno, e muito bem escrito, spin off de Mad Max. Quem conhece e gosta do mundo se identificou e se sentiu como se assistisse a um pequeno trecho de um filme maior ou mesmo um curta.
    A criança (Mustang) largada no meio do deserto, chorando sobre o corpo da mãe em meio a um massacre, a chegada do nosso herói, as ações entre os dois até que se unem para seguir o caminho juntos é bem escrito e desenvolvido, sem correrias ou atropelos.
    Daí temos a curta história de Mustang até encontrar um lugar seguro para si, e uma conclusão que traz outros personagens de Mad Max para o enredo.
    Tema
    Totalmente dentro do tema, já que traz um universo e personagens conhecidos dos filmes de Mad Max para o conto.
    Construção
    Aqui para mim o ponto alto foram as cenas de ação, muito bem descritas e rápidas, que modo que conseguíamos “ver” o que estava acontecendo. O autor conseguiu trazer muito bem o universo de Mad Max para o conto.
    E o fato das cenas de ação se destacarem não tira o mérito das demais, onde o desenvolvimento da personagem Mustang acontece.
    Impacto
    Como eu conheço Mad Max e vi os filmes, principalmente os últimos, fui levado para dentro do universo e consegui visualizar cada uma das cenas e personagens. Para mim fanfic é exatamente sobre isso.
    Parabéns!

    • Marco Saraiva
      17 de junho de 2025
      Avatar de Marco Saraiva

      Obrigado pela leitura Fabiano. Que bom que curtiu! Sou um fã da série também e curto muito todos os filmes, então me esforcei o máximo para trazer essa ambientação para o conto. Que bom que funcionou 😁

  7. Fabio Baptista
    9 de junho de 2025
    Avatar de Fabio Baptista

    Ah… só pra não deixar de ser chato: cara, “Imperatriz” teria ficado bem melhor do que “Imperator” na minha opinião.

    • Marco Saraiva
      17 de junho de 2025
      Avatar de Marco Saraiva

      Rapaz! Eu cheguei a escrever assim como “imperatriz” mas fiquei grilado por que a Furiosa no filme é chamada de “Imperator” e não “Empress”. Como se Imperator fosse mesmo o nome único que eles inventaram no cenário para uma posição de comando. Daí resolvi manter, mas durante boa parte do tempo eu usei “Imperatriz”, só troquei no finalzinho 😅

  8. Fabio Baptista
    9 de junho de 2025
    Avatar de Fabio Baptista

    (Mad) Max encontra a menina “Mustang” e a ajuda a fugir dos urubus. Após um combate intenso, Max vai até Furiosa e eles se preparam para mais uma missão juntos.

    Cara, era disso que eu tava falando. Isso é uma fanfic “raiz”. Os personagens que amamos, vivendo uma aventura em seu cenário característico. Aqui foi adotado um tom de episódio, de modo que ficamos ansiosos por um próximo capítulo. E isso é ótimo, nem toda história tem que ser o dilema definitivo do personagem, nem toda história tem que envolver o fim do mundo ou uma ameaça jamais vista antes.

    Aqui foi só poeira, escassez de comida e gasolina, dog eat dog, perseguições, vingança, crueldade. Mad Max em sua essência.

    E o resultado não poderia ser melhor.

    • Marco Saraiva
      17 de junho de 2025
      Avatar de Marco Saraiva

      Brigadão pela leitura Fábio! Se a leitura te agradou já fico feliz, você é mó rabugento! 🤣

      Brincadeira. Tu mora no meu coração 😅

      Fiquei muito feliz que tenha curtido!

  9. Mauro Dillmann
    6 de junho de 2025
    Avatar de Mauro Dillmann

    O conto tem um dinamismo interessante. A leitura flui muito bem.

    Nessa passagem: “fez Mustang pausar para vê-la com mais clareza contra o azul e as nuvens e as pedras”, gosto dessa sequência da conjunção “e”: “e as nuvens e as pedras”.

    Seria fanfic de Mad Max, não é mesmo? Todas as passagens da perseguição no deserto soaram quase emulação, simulação. Não digo cópia, mas algo bem próximo.

    Gostei da intensidade, da dramaticidade e da sequência. Mas não entendi bem o final.

    Bem escrito! Parabéns!

    • Marco Saraiva
      17 de junho de 2025
      Avatar de Marco Saraiva

      Oi Mauro, obrigado pela leitura! Sim, é fanfic de Mad Max, e a cena de perseguição bebe muito da fonte de “Estrada da Fúria” mesmo. Foi proposital… apesar de eu ter tentado usar novidades como ububus explosivos 😅

      Grande abraço!

  10. Givago Domingues Thimoti
    5 de junho de 2025
    Avatar de Givago Domingues Thimoti

    Mustang

    Da série “fazendo a boa”, vou tentar comentar o máximo de contos da Série A possível, apresentando minhas impressões pessoais sobre o seu conto. 

    Mustang é um conto fanfic, do universo Mad Max, no qual nos apresenta a história de uma garota perdida no deserto maquinário e sozinha, após o assassinato de sua família pela própria tribo. Max a resgata um pouco antes de ambos serem atacados por um grupo de saqueadores do deserto. Então, eles fogem para um Oásis do qual a garota descobriu a existência. Ela foge, enquanto Max resiste ao ataque dos saqueadores.

    É um bom conto de Mad Max. Pessoalmente, nunca foi uma franquia que me atraiu, embora visualmente seja uma franquia reconhecida por sua caracterização única.  Nesse sentido, acho que faltou um pouco desse conhecimento do universo de Mad Max para eu embarcar na história. Provavelmente, um fã da série deve gostar bastante desse conto.

    Em termos de escrita, achei o conto muito bom. É verdade, tem um ou outro deslize. O início do conto foi uma aposta ousada; começa com uma construção clichê, todavia, logo depois, temos uma subversão interessante, com uma construção diferente. Creio que senti um pouco de falta desse risco literário no restante do conto.

    Resumidamente, um bom trabalho, executado com competência.

    • Marco Saraiva
      17 de junho de 2025
      Avatar de Marco Saraiva

      Obrigado pela leitura Givago! Poderia explicar melhor essa parte do “risco literário” que você citou? Me parece algo interessante de levar em conta mas não entendi muito bem o que você quis dizer.

      Sobre você não conhecer muito o cenário: pois é, este foi para mim o grande teste deste desafio: encontrar um cenário que a maioria das pessoas conheçam. Inicialmente eu pensei em fazer fanfic de jogos de videogame que eu amo, tipo Final Fantasy, mas eu pensei que a maioria das pessoas não reconheceria as referências. No final, optei por Mad Max, por que acho que a maioria ao menos tem noção da ambientação (e sou um grande fã da série também!).

      Abração!

      • Givago Domingues Thimoti
        17 de junho de 2025
        Avatar de Givago Domingues Thimoti

        Oi, Marco!

        Tudo bem?

        O que eu quis dizer foi que, no início do conto, eu tive a impressão que seria uma escrita mais arrojada, com construções mais arriscadas. Contudo, ao longo do texto, a escrita foi ficando mais simples, menos lúdica… Assim, não é nenhum demérito, é normal. Só senti uma quebra de expectativas 😂

        Enfim, isso também não diminui o trabalho que você fez.

        Parabéns!

      • Marco Saraiva
        18 de junho de 2025
        Avatar de Marco Saraiva

        Entendi! Que loucura, não tinha notado isso. Mas realmente, talvez quando eu comecei a escrever os trechos de ação, mudei a forma de pensar e a voz narrativa acabou sofrendo. Interessante, valeu por ter notado!

  11. Kelly Hatanaka
    2 de junho de 2025
    Avatar de Kelly Hatanaka

    Uma fanfic de Madmax. Assisti o filme original há milianos, lá nos longínquos anos 80. Lembro pouco, acho inclusive que era criança demais para assistir o filme. Mas, os anos 80 eram assim mesmo, a gente ria na cara do perigo.

    O fato é que não lembro de quase nada do filme e, neste conto, alguém que não conhece a história original boia bastante. Entendi o andamento da história pelo contexto, mas, com certeza, perdi sutilezas por não saber exatamente qual é a das Muitas Mães, ou das Vuvalinis, ou dos Urubis. E, no fim, a história está apenas começando.

    • Marco Saraiva
      18 de junho de 2025
      Avatar de Marco Saraiva

      Oi Kelly! Obrigado pela leitura. Pois é, um dos desafios dessa vez foi escolher uma obra para fazer fanfic que não fosse muito obscura para o pessoal. Primeiramente eu pensei em fazer fanfic de alguns videogames que sou muito fã, mas achei que a maioria dos leitores não reconheceria as referências. Neste conto, por mais que eu tenha tentado fazê-lo andar sozinho com as próprias pernas, eu ainda fiz algumas referências como as Muitas Mães, não teve jeito.

      Grande abraço!

  12. claudiaangst
    24 de maio de 2025
    Avatar de claudiaangst

    Olá, autor(a), tudo bem?

    Temos aqui uma fanfic de Mad Max? Até ouço a voz de Tina Turner cantando “ We don’t need another hero”.

    Muita ação, suspense, cenas distópicas, etc. e tal. A leitura flui com facilidade, mas tive de voltar algumas vezes para entender melhor fragmentos da narrativa.

    Ainda não estou bem certa se entendi completamente o desfecho da trama, mas gostei mesmo assim da imagem criada na minha mente.

    No geral, o conto está bem escrito e os personagens foram construídos habilmente. Quanto à revisão, aponto a repetição do verbo “cheirar” logo no início. Além de:

    Entregou-a o sanduíche > Entregou-lhe o sanduíche

    Confesso que quando li a parte que a garota balbucia “Vulva..”, pensei: ih, o conto deve ser do Thales.

    Parabéns pela participação e boa sorte na classificação.

    • Marco Saraiva
      17 de junho de 2025
      Avatar de Marco Saraiva

      Hahahaha seria algo bem Thales mesmo… será que fiz pra despistar a galera? rs rs rs

      Obrigado pela leitura, Claudia! Seus comentários são sempre muito bem-vindos.

      Abração!

    • Marco Saraiva
      18 de junho de 2025
      Avatar de Marco Saraiva

      É, pois é. Será que escrevi a parte da “vulva” para despistar a galera? Hahahaha

      Obrigado pela leitura e pelo comentário!

  13. Rangel
    24 de maio de 2025
    Avatar de Rangel

    Medíocre,

    Ah, seu conto me deixou com saudades da icônica Tina Turner. Que mulher maravilhosa! E naquela estética perfeita dos anos 1980. Deslumbrante!Agora vamos ao seu conto que é o que nos interessa. Primeiramente, ele está bem revisado. Não apenas a escrita, mas a história, está redondinha e sem furos. As personagens são todas interessantes e os diálogos também são bem escritos. Você traz elementos visuais, sonoros e olfativos para contar sua história, e isso contribui para a imersão no cenário que você está construindo, não deixando para o leitor apenas o elemento da memória do filme.Apesar disso, ou possivelmente por isso, algumas escolhas atrapalharam, ou ao menos atrasaram, a imagem que vinha construindo: “o sol caminhava para o zênite”, eu, por exemplo, tive de pesquisar para saber que horas eram. “Rinoceronte-de-metal” para dizer carro, sendo que provavelmente naquele universo “carro” era muito mais conhecido do que rinoceronte, e para o leitor apenas dizer sobre as rodas e portas do rinoceronte seria suficiente e mais eficiente. Mas a maior falha nesse ponto pra mim é que o narrador ao usar duas vezes essa palavra, antecipa o impacto do espanto da menina que chamará parágrafos depois o carro de mustang. Porém, de modo geral, seu conto é bom. As cenas de ação foram bem pensadas construídas. O saldo final é bem positivo. Parabéns!

    • Marco Saraiva
      18 de junho de 2025
      Avatar de Marco Saraiva

      Oi Rangel. Obrigado pela leitura e pelo comentário.

      Não entendi. A menina não chama o carro de “mustang”. Ela chama a si mesma de Mustang. 🤔

      Grande abraço!

  14. cyro eduardo fernandes
    21 de maio de 2025
    Avatar de cyro eduardo fernandes

    O conto tem uma pegada de ação bem desenvolvida. O texto é correto e a ambientação é excelente. Achei que a criatividade e o impacto não estiveram no mesmo nível da técnica elevada.

  15. Jorge Santos
    20 de maio de 2025
    Avatar de Jorge Santos

    Olá, autor ou autora. Depois de ler o seu texto, creio que não tem razões para se menosprezar com semelhante pseudónimo – o texto está bastante bom. O MadMax é das poucas franquias à qual me sinto ligado – o pistoleiro que traz esperança a uma terra sem lei, sem deixar de ser um filho da p… . Como fanfic, achei o texto bem adaptado. O mundo do MadMax não é simples. Creio ter cometido um único erro grave: não existem urubus na Austrália, terra onde se passa a saga. É um pormenor que não tira qualidade ao excelente texto, mas creio ser algo que deve ter tido em conta. O resto não pareceu destoar e gostei bastante da ligação a Furiosa, pelo que está de parabéns.

    • Marco Saraiva
      18 de junho de 2025
      Avatar de Marco Saraiva

      Oi Jorge! Obrigado pela leitura e pelo comentário!

      Primeiro: O pseudônimo de “medíocre” foi uma referência à Mad Max “estrada da fúria”, o chavão que uso até hoje: “MEDÍOOOCRE!!” (rs rs rs)

      Segundo: o lance de não existirem urubus na Austrália é uma sacanagem por que existe sim uma ave chamada “urubu-de-peito-preto” que só depois de publicar o conto descobri que não era um urubu e sim um abutre. Os cientistas estão de parabéns com a nomenclatura.

  16. Antonio Stegues Batista
    15 de maio de 2025
    Avatar de Antonio Stegues Batista

    Resumo do conto: Num mundo pós-apocalíptico selvagem, Max encontra uma menina órfã que o leva à fortaleza escondida de Furiosa, uma guerreira amiga de Max.

    O conto é baseado no filme Mad Max, que teve continuação. Bom conto de aventura, narrativa ligeira e eficiente criando um clima de suspense e curiosidade. Muito bom.  Parabéns e boa sorte.

  17. paulo damin
    15 de maio de 2025
    Avatar de paulo damin

    Acho que se trata de um texto de acordo com a proposta. Aproveita bem a vantagem da fanfic, de não precisar descrever todo o cenário e os personagens. É um texto com muitos acontecimentos, embora todos previsíveis. Mas isso faz parte do gênero Mad Max, creio. 

    Se eu tivesse uma sugestão, seria a de transformar em roteiro cinematográfico. Em forma de conto, não sei, não me senti atraído pela narrativa. Num conto, a graça está no modo de contar. Talvez um texto mais precário, combinando com o apocalipse petroleiro, pudesse ser mais vibrante.

  18. Luis Guilherme Banzi Florido
    9 de maio de 2025
    Avatar de Luis Guilherme Banzi Florido

    Boa tarde!

    Um conto muito ágil, dinâmico, cheio de adrenalina e muito bem escrito. Gostei. Aqui, voce joga no seguro: é um conto que nao ousa muito, nao é inovador ou particularmente criativo, mas utiliza bem um universo ja bem construido e adiciona seus toques pessoais, entregando uma aventura divertida e muito boa de ler. Nao chega a ser um dos meus preferidos dos que li ate agora, mas sem duvida é um conto muito bom. Especialmente para quem gosta de ação.

    É muito dificil escrever contos de ação, especialmente se tratando de uma franquia tão boa, com tantas obras excelentes nao só no cinema, mas tambem no video game, por exemplo. E é aqui que está a sua dose de ousadia: ainda que o enredo nao ouse muito e nao seja inovador, voce ousa ao adaptar uma obra que é pura adrenalina e cenas de ação empolgantes e envolventes. Isso é muito perigoso, pois, sendo midias diferentes, e com o visual construido dos filmes da franquia, especialmente fury road, que é uma obra prima, voce precisaria estar muito inspirado nas descrições de ação e ambientações para que o conto funcionasse. E voce consegiu. As cenas de ação sao excelente, especialmente a perseguição na moto. Com sua otima escrita, voce me fez ler a historia com uma cena vivida passando na cabeça. Esse é o ponto fortissimo do conto.

    Outro ponto positivo sao os personagens, muito bons. Claro que o Max e a Furiosa já existem e são otimos, e voce só os adaptou a uma nova midia, mas os usou muito bem e criou uma personagem cativante, a Mustang.

    Como ponto negativo, volto à questão da falta de originalidade. Não é um conto que marca muito ou que impacta tanto, mais parecendo uma cena de algum madmax que eu ja assisti antes.

    Concluindo, um otimo conto de ação, cheio de adrenalina, mas que perde um pouco na falta de algo original que o destaque.

    Parabens e boa sorte!

    • Marco Saraiva
      18 de junho de 2025
      Avatar de Marco Saraiva

      Valeu Luis! Obrigado pelo comentário. Realmente, eu foquei em representar o universo de Mad Max aqui ao invés de torcer a história para algo super inovador. 😅

  19. Augusto Quenard
    9 de maio de 2025
    Avatar de Augusto Quenard

    Muito bom, achei que é um texto conciso, maduro, bem-acabado.

    Tem alguns trechos poéticos para construir o cenário e o ambiente de austeridade do universo escolhido que ficaram muito bonitos, como esse:

    Encontraram uma árvore cujo tronco terminava antes mesmo de começar. Os galhos nasciam do seu topo como se esticassem para o sol pedindo um pouco mais de tempo de vida. 

    Eu não gosto muito do gênero, não vi os filmes, mas me parece que tudo no texto está dentro do gênero e representa muito bem uma boa fanfic.

    Quanto à gramática, me chamou a atenção esse trecho:

    Entregou-a o sanduíche.  

    Não seria “entregou-lhe?”.

    Mas é só um detalhe.

    • Marco Saraiva
      18 de junho de 2025
      Avatar de Marco Saraiva

      Obrigado pela leitura e pelo comentário! Sim, não importa o quanto eu revise, SEMPRE passa um ou outro erro. Um dia eu aprendo, rs rs.

      Grande abraço!

  20. Thiago Amaral
    8 de maio de 2025
    Avatar de Thiago Amaral

    Bom conto.

    Usou os elementos da mídia original bem, como os veículos, as cenas de ação, os personagens excêntricos, as batalhas em cima de meios de transporte em movimento. O sentimento de Mad Max está capturado com excelência.

    A história em si é simples, mas trabalhada de maneira efetiva. Temos a ação, que funciona, e é só. Garante o que um fã de Mad Max gostaria de ver.

    Como ressalva, aponto apenas o nome do carro: se escreve pursuit, e não porsuit.

    De resto, temos uma história simples e com escrita bastante competente.

    • Marco Saraiva
      18 de junho de 2025
      Avatar de Marco Saraiva

      Ih é verdade, escrevi como falo ao invés de como se escreve. Valeu pela correção! Obrigado pelo comentário!

      • Thiago Amaral
        18 de junho de 2025
        Avatar de Thiago Amaral

        é nóis!

  21. toniluismc
    7 de maio de 2025
    Avatar de toniluismc

    AVALIAÇÃO CRÍTICA – CONTO “Mustang”
    ✒️ Por um leitor que tentou atravessar este deserto narrativo armado apenas com uma bússola crítica, um cantil de paciência e um rifle de expectativa.

    📉 PRIMEIRA IMPRESSÃO

    “Mustang” é uma fanfic declarada do universo Mad Max — e se comporta exatamente assim. O autor demonstra profundo conhecimento sobre a franquia: estética suja, perseguições em alta velocidade, urubus explosivos, combustível como moeda e o retorno de personagens icônicos como Furiosa e Max. Porém, o conto se torna refém do estilo e esquece a substância. A linguagem é razoável, os cenários são visuais, mas falta densidade emocional, motivação clara e tema central.

    ✍️ TÉCNICA — Nota: 3.5

    Pontos positivos:

    • A prosa é fluida e eficiente. A escrita cumpre seu papel narrativo, com imagens bem construídas e vocabulário compatível com o gênero.
    • Há uso consistente de tempo verbal, descrição vívida das perseguições e um bom senso de ritmo nas cenas de ação.
    • Alguns detalhes são bem pensados (como o urubu-bomba, ou o “sobe-e-desce do peito da mãe”) e demonstram sensibilidade pontual.

    No entanto…

    • Os diálogos são irregulares. Em certos momentos, fluem bem; em outros, soam artificiais ou expositivos demais, especialmente nos trechos com Mustang criança (ela às vezes parece madura demais, às vezes infantil demais, sem um padrão).
    • A estrutura narrativa é longa demais para a entrega emocional que proporciona. A segunda metade, com a perseguição dos saqueadores, ocupa um espaço excessivo em relação ao desenvolvimento de personagens.
    • O clímax é confuso e parece uma repetição de cenas já vistas. Embora o autor se esforce para criar tensão, falta impacto real nas resoluções.

    🔎 Resumo técnico: Bem escrito, mas com problemas de foco e cadência narrativa, especialmente em como articula ação e emoção. Seria mais eficaz com cortes e reestruturações pontuais.

    🎨CRIATIVIDADE — Nota: 3.2

    Pontos fortes:

    • A ideia de uma nova geração (Mustang) encontrando o caminho para a Cidadela é interessante e se alinha com o espírito de legado da saga, ainda que tardiamente.
    • A presença de figuras conhecidas, como Max e Furiosa, traz familiaridade ao fã, e a imagem da “Grande Árvore” é simbólica e promissora.

    Mas…

    • A fanfic se acomoda demais no universo original. Há pouca ousadia narrativa. A trama parece uma colagem de elementos já existentes, com novas roupagens, mas sem subverter ou expandir o universo de forma significativa.
    • O símbolo do Mustang é usado, mas não ressignificado. Falta conexão temática profunda com as questões centrais da franquia: sobrevivência, sacrifício, comunidade, justiça em tempos extremos.
    • O título da fanfic é quase um spoiler, e o conto não faz nada para escondê-lo ou enriquecer o mistério. A revelação do nome da menina como “Mustang” não tem impacto suficiente.

    🔎 Resumo criativo: É mais um tributo do que uma reinvenção. Cumpre os tropos de Mad Max, mas não acrescenta camadas novas ou instigantes.

    💥 IMPACTO — Nota: 2.9

    Tentativas de impacto existem, mas…

    • A morte da mãe no início é emocionalmente promissora, mas mal explorada. Mustang supera o trauma com rapidez e o texto desvia para adrenalina, não reflexão.
    • A revelação das Vuvalini e da “cidade secreta” tem potencial simbólico, mas chega tarde e sem peso dramático suficiente.
    • Max, aqui, é quase coadjuvante da própria fanfic. Fala pouco, sente pouco, e embora esteja “presente”, não move o leitor como nos filmes.
    • A cena com Furiosa poderia ter sido o ápice — um momento de reconexão com o cânone — mas parece uma despedida burocrática, não uma passagem de bastão ou confronto de ideias.

    🔎 Resumo do impacto: Tenta entregar emoção com ação — mas as balas disparam mais barulho do que sentido.

    ⚖️ CONSIDERAÇÕES FINAIS

    “Mustang” tem um visual vibrante, boa ambientação e algumas cenas engenhosas. O autor demonstra conhecimento da franquia Mad Max, mas não a carrega no sangue como imagina. Falta alma. Falta tema. Falta propósito narrativo além do fetiche por gasolina, perseguições e engrenagens cromadas.

    Enquanto os melhores momentos da saga equilibram ação e dilemas humanos em ambientes desumanos, aqui temos um desfile de poeira sem peso emocional verdadeiro. Para os fãs, pode funcionar como fanservice. Para leitores exigentes, fica a sensação de que é muito barulho para pouca gasolina.

    Resumo cruel em uma frase:

    “Mustang” é uma corrida em alta velocidade que esqueceu para onde estava indo — e por que deveria importar chegar lá.

    📌 Sugestão ao autor:
    Revisite os filmes e preste atenção no que eles dizem além da perseguição. Mad Max sobreviveu tanto tempo por falar sobre esperança, tribo, redenção. Se quiser escrever uma fanfic memorável, deixe a ferrugem brilhar, mas coloque o coração sob o capô.

  22. Leandro Vasconcelos
    7 de maio de 2025
    Avatar de Leandro Vasconcelos

    Ah, não sei se é porque estava ouvindo Metallica quando da leitura, o que foi um complemento ideal, ou se é porque gosto de Mad Max; mas, puta que pariu! Contasso!

    Porra, muito bom! Leitura que voa como as balas do tiroteio! Já começa com uma imagem poderosa da chacina no deserto. Criamos identificação com a menina, abandonada pelo próprio povo; e também com a figura protetora, quase paterna, de Max. Em poucas linhas, eles estabelecem uma bonita conexão (entre si e com o leitor), a partir da qual se desenrola a trama. Os fatos nos são revelados de forma natural, no seu devido tempo. E aí a tensão vai só crescendo de intensidade, sem nos dar fôlego! O mistério que envolve a menina e a fauna daquelas partes do mundo nos empresta grande interesse em continuar a leitura. Tudo nos impele, nunca parecendo cansativo. Em suma, o autor conseguiu tocar com maestria a narrativa!

    Particularmente muito me atraíram as cenas potentes de ação, a caracterização das “tribos” e as descrições do cenário inclemente do deserto. A linguagem direta casou muito bem com essa ambientação. O texto equilibra bem descrições, diálogos e ações, mantendo um bom ritmo.

    Importante notar que, mesmo desconhecendo a obra originária, o leitor não se perde. É uma narrativa completa, que fornece todos os dados necessários à sua compreensão.

    A meu ver, o principal mérito do texto está na escolha de colocar uma criança, Mustang, como coprotagonista ao lado de Max. Essa decisão confere frescor e leveza à narrativa, criando uma relação inusitada e empática no meio do caos. A interação entre Mustang e Max é bem construída, equilibrando momentos de tensão e alívio cômico, o que enriquece o impacto emocional da trama.

    Em suma, um conto hardcore, no melhor sentido do termo: uma pancada na monotonia! Diverti-me enormemente com a leitura. Parabéns!

    • Marco Saraiva
      18 de junho de 2025
      Avatar de Marco Saraiva

      Obrigado pela leitura Leandro! E pelo comentário também! Caraca, realmente, Metallica é uma excelente trilha sonora! hahahaha

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Publicado às 3 de maio de 2025 por em Liga 2025 - 2A, Liga 2025 - Rodada 2 e marcado .