EntreContos

Detox Literário.

Menino-herói (Kelly Hatanaka)

Esta é a história de um menino-herói. Não vou dizer seu nome, pois sei que, até o final desta história, você já vai tê-lo adivinhado. Vou chamá-lo só de Menino, porque ele era um menino como todos os outros. Ou quase.

Ele veio de longe, muito longe, com seus pais. De um outro país no outro lado do oceano, de uma terra desconhecida para ele e, em sua imaginação, encantada. Para ele, aquela terra era um mistério, pois, quando seus pais entraram no navio que os trouxera para cá, ainda crescia dentro da barriga de sua mãe.

Acabou nascendo em algum lugar bem no meio do mar, por isso, não era daqui, nem de lá. Era dos dois lugares: do lugar estranho em que cresceu e do lugar familiar que nunca viu.

Quando chegou aqui, foi morar com sua família em uma casinha de barro numa fazenda de café e Menino cresceu nestas terras, comendo comidas da terra de seus pais, que a mãe adaptava para os ingredientes que se encontravam cá por estas bandas. Cresceu ouvindo histórias que seus pais contavam, sobre yokais e kamis, sobre Momotaro e Urashima Taro. E passava os dias brincando no quintal, cavoucando caminhos para as formigas, caçando grilos e pastoreando bois feitos de mamona e palitos de dente.

O tempo passou, mas, por mais que desejasse, Menino nunca ganhou irmãozinhos que o ajudassem a cuidar dos bois de mamona ou irmãzinhas que brincassem com bonecas feitas de espiga de milho. Talvez o parto de Menino, no meio do mar, sem recursos e com muitos medos, tenha levado embora alguma coisa de sua mãe.

Um dia, Menino cresceu o bastante para ir à escola. Sua mãe tentava esconder a preocupação. Ela nunca mostrava o que sentia, este era seu superpoder, mas, desta vez, estava difícil. Como seria na escola? Em casa, só falavam a língua da terra distante, tão diferente. Será que Menino conseguiria entender as aulas? Com o coração pequenininho e espremido no meio do peito, a mãe, por via das dúvidas, embrulhou mais um oniguiri e o colocou na lancheira. Se as coisas fossem difíceis na escola, seria melhor estar ao menos de estômago cheio.

Na escola, havia outras crianças como ele, vindos da mesma terra distante e de outras, e também meninos e meninas nascidos aqui. Não sei dizer como, acho que foi essa mistura de gente e o jeito das crianças de simplificar as coisas que os adultos complicam, a verdade é que Menino aprendeu rápido o português. Um dia, voltou da escola falando, como se sempre tivesse falado.

E assim, Menino seguia vivendo entre dois mundos. Em casa, era como se estivesse na terra distante. Os sapatos alinhados do lado de fora da casa, as comidas com aroma de mar, o queijo de soja que a mãe fazia, o feijão fermentado de que o pai gostava, a língua da outra terra, as histórias das crianças de lá. Na escola, porém, era cada vez mais brasileiro. Aprendia palavrões com os colegas, trocava meio oniguiri com peixe salgado por meio pão com mortadela, ouvia as histórias de saci e boitatá e corria atrás da bola feita de meia.

— Menino, teve festa na casa do Haruo, é? Você foi?

— Fui, mas não era festa. Era a missa da avó dele.

— Missa? Mas eu vi da rua, tinha uma mesa grande, cheia de comida.

— Nossas missas são assim. Cada um leva alguma coisa e todos comem juntos.

— Sempre?

— Não, só quando faz quarenta dias que alguém morreu.

A bola de meia passou por eles e concluíram, Menino e seu amigo curioso, que não valia a pena perder alguém por uma missa cheia de comida e, menos ainda, perder tempo pensando em morte quando estavam tão perto do gol.

Se na escola tinha a alegria ruidosa dos amigos, em casa tinha a tristeza do pai, que foi crescendo a cada dia, devorando-o aos poucos. O pai falava quase nada. A mãe, menos ainda. Se estavam felizes, calavam para não serem exibidos. Se estavam tristes, calavam para não incomodar. Mas os silêncios, embora fossem iguais na ausência do som, eram diferentes na sua natureza. E, onde pouco se fala, as crianças aprendem a ler os sentimentos nos olhares e nos gestos.

“Não foi para isso que vim para este país”, dizia o olhar do pai, fixo na parede de barro.

“Ao menos, a escolha foi sua; já eu queria ter ficado lá e não pude, tive que seguir você”, respondiam os cantos da boca da mãe, eternamente voltados para baixo.

“Não íamos ficar aqui para sempre, seria só até colhermos o ouro que os cartazes diziam brotar da terra, então, voltaríamos para casa e viveríamos como reis”, falavam os ombros caídos do pai.

O corpo da mãe, então, se calava, um hábito velho de quem tem pouca escolha. Nada a dizer, só calar e seguir. Enquanto isso, o corpo do pai gritava cada vez mais alto, chegando sempre tarde da noite, cambaleando pela estradinha de terra que ligava a casa ao bar da vila.

O tempo foi passando e Menino ficou grande demais para ir à escola. Quase tão alto quanto o pai, sabia ler, escrever e fazer contas e isso era o bastante para aquela vida. Hora de ir à lida, seguir os passos firmes do pai pela manhã e evitar, sabia que isso era importante, evitar copiar seus passos trêmulos do fim de noite. A mãe, sempre calada, esperava pela chegada do marido, ajudava a fechar a porta, enfiava-o na tina de água fria, dava-lhe sopa de soja e o acomodava na cama.

Uma noite, a mãe acordou Menino no meio de um sono pesado.

— Menino, seu pai não chegou. Vá procurar por ele.

Obediente, vestiu-se e tomou o caminho do bar da vila. A cada passo na escuridão, temia tropeçar no corpo frio e sem vida do pai e o trajeto, que duraria quinze minutos, pareceu demorar dias. Foi encontra-lo caído na calçada diante do bar, no meio de uma poça de urina e sob a indiferença dos outros bêbados. Ergueu-o com dificuldade enquanto ouvia risos e zombarias. Seus ombros suportaram o peso do pai, suas bochechas queimaram de vergonha e sua garganta travou de raiva.

Seguiu lentamente, com dificuldade. Teve que parar no meio do caminho para que o pai vomitasse e o trajeto de quinze minutos, dessa vez durou anos, pois Menino havia saído de casa adolescente e voltava sentindo-se tão velho! O peso físico de seu pai sobre os ombros fez sentir o peso das ações de seus antepassados, de cada passo dado por cada um deles e que resultou nele, Menino, carregando o pai bêbado pela estrada escura. Pensou em quantos meninos antes dele haveriam de ter carregado seus pais nos ombros e pensou se existiria um jeito de impedir que seu filho, um dia, o carregasse assim.

Chegando em casa, lá estava a mãe, com o banho, a sopa, a cama arrumada. Entregou-lhe o marido, mas antes, sentindo-se, então, adulto, pensou em usar pela primeira vez o dialeto do silêncio. Mas Menino não era de lá nem de cá. Ele era do meio, ele nasceu no mar e sentiu uma onda grande nascer dentro dele, uma onda que ele não conseguiu e nem quis segurar e disse ao pai, em voz alta e clara:

— Tenho vergonha de você.

A mãe se zangou. Isso é jeito de falar com seu pai? Mas o que estava dito estava dito e não havia volta. Menino não se arrependeu. Ele não falou por símbolos, não falou por gestos e silêncios, não usou da sutileza. Ele foi claro e direto, de um jeito impossível de ignorar ou fingir que nada aconteceu. E uma vez que deu vazão à grande onda, não viu razão para parar.

— Falo pela senhora também, okasan. Isso não está certo. A vida está difícil para todos, mas a senhora não vai pro bar encher a cara.

O pai e a mãe olhavam para ele espantados, tentando entender quando o Menino havia deixado de ser bebê e vendo-se nos olhos dele como em um espelho que aumenta as coisas e os fez ver todas as imperfeições. A grande onda recuou, a maré abaixou e ele foi dormir.

No dia seguinte, saiu para a lida sozinho, porque sabia que o pai acordaria tarde e se juntaria a ele somente no almoço. Era sempre assim nas manhãs que se seguiam às grandes bebedeiras. Às onze horas da manhã, observou o pai que se aproximava pelo campo aberto com passos acabrunhados. Seguiu trabalhando, rasgando a terra com a enxada, até que sentiu a mão do pai em seu ombro e ouviu sua voz dizendo, com todas as palavras, que aquela tinha sido a última vez. E assim foi. O pai nunca mais botou álcool na boca.

O pai pensou, anos mais tarde, que, naquela noite, com sua ação digna e suas palavras duras, Menino havia salvado sua vida. Sabe-se lá o que poderia ter acontecido com ele se não tivesse tido uma visão tão clara do que estava fazendo e do peso que estava colocando nas costas de seu filho e de sua esposa.

As coisas mudaram desde aquele dia. Os silêncios na casa tornaram-se menos tristes, e, um dia, a família saiu da fazenda e foi para a cidade. Na verdade, a família fugiu da fazenda e da dívida impossível de ser paga, composta pelas despesas da viagem de navio, pelo aluguel da casinha de barro com teto de goteiras, pelos custos absurdos dos mantimentos e pela renda da terra. Na cidade grande, Menino voltou a estudar com outros adultos porque ler, escrever e fazer contas não eram mais suficientes para aquela nova vida e foi trabalhar em uma fábrica e, mais tarde, em um banco.

Mas essas histórias vão ficar para uma outra vez.

— Ah, por quê, dichan?

— Porque assim eu sei que você volta a me visitar. — O velho passou a mão enrugada nos cabelos negros da neta.

— Mas mamãe disse que logo você vai poder voltar pra casa. — A menina estava sentada na cama ao lado do velho, tomando muito cuidado para não esbarrar nos tubos e cabos que o ligavam aos aparelhos no quarto do hospital.

— Mesmo assim, prefiro garantir. E você adivinhou o nome do Menino?

— Adivinhei sim!

A enfermeira entrou no quarto para buscar a criança. O horário de visitas tinha terminado. A menina beijou o avô, prometendo voltar logo e seguiu a enfermeira, que a levou até seus pais, na sala de espera. Só era permitido um visitante por vez e o velho paciente havia pedido pela neta.

Enquanto saía do hospital, a menina olhava para seu pai, vendo o pela primeira vez de uma maneira diferente. Seu herói.

Sobre Fabio Baptista

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50 comentários em “Menino-herói (Kelly Hatanaka)

  1. arcadenoisily2b5a0c5e55
    23 de junho de 2025
    Avatar de Elias dos Santos

    Esse conto é bonito demais, Kelly. Ele emociona sem apelar, porque fala de coisas muito reais: família, silêncio, migração, dor escondida e, principalmente, crescimento. O menino vira herói não por ter superpoder, mas por ter coragem de dizer o que ninguém dizia. A parte em que ele carrega o pai nos ombros é muito forte, é quase simbólica — ele carrega a dor de gerações. E aí vem o ponto alto: a fala clara, direta, que muda tudo. É um grito que quebra o ciclo. A cena final com a neta amarra tudo de forma sensível, sem exagero. A gente termina com um nó na garganta e o coração quente. Obrigado por esse conto tão humano, tão verdadeiro. Foi um prazer ler.

  2. Gustavo Araujo
    23 de junho de 2025
    Avatar de Gustavo Araujo

    Ler os contos depois do desafio terminado oferece uma visão bem diferente sobre o que se escreve. Saber quem o escreveu permite conjecturar de que modo a história se formou, quais foram as fontes, até que ponto há referências biográficas. Aqui não dá para dissociar a narração de algo profundamente pessoal em relação a você, Kelly. Não que tudo o que narrado tenha acontecido com você ou sua família, mas creio que os fatos têm, sim, alguma relação — as características dos avós, dos filhos, enfim, as dificuldades da imigração japonesa… O que quero dizer é que por saber que foi você quem escreveu tratamos o conto com muito mais legitimidade. Ele é, em suma, verdadeiro e por isso a jornada de que ele trata soa muito mais pungente.

    Tive, quando criança, amigos nisseis, irmãos cujo pai vivia bêbado. Era de dar pena ver aquele homem já com certa idade tropeçando e tremendo, o olhar perdido, no caminho entre o bar e o edifício em que eles moravam, dia após dia… Não houve recuperação, infelizmente. Apesar de todo o esforço da família, o vício falou mais alto, sem espaço para redenções.

    A história que você escreveu é excelente porque retrata muito bem essas dificuldades. Dialoga de forma competente com diversos públicos, saltando de um estilo mais infantil no início para algo mais elaborado no fim, mostrando perfeitamente a jornada do menino-herói no processo de amadurecimento.

    Parabéns pelo texto.

  3. André Lima
    14 de junho de 2025
    Avatar de André Lima

    Mais um conto com um primeiro parágrafo excelente! Através de uma promessa, o autor consegue criar uma expectativa altíssima.

    O conto tem um tom poético e misterioso que muito me agradou. Logo no início, o parágrafo “Acabou nascendo em algum lugar bem no meio do mar, por isso, não era daqui, nem de lá. Era dos dois lugares: do lugar estranho em que cresceu e do lugar familiar que nunca viu.” dá o tom do que espero da narrativa.

    Mas a história perde um pouco dessa força poética, trazendo uma narrativa de tom mais descompromissado e informal, o que, para ser sincero, casou muito bem com a temática, embora tenha me frustrado um pouco.

    Mas destaco o parágrafo “A bola de meia passou por eles e concluíram, Menino e seu amigo curioso, que não valia a pena perder alguém por uma missa cheia de comida e, menos ainda, perder tempo pensando em morte quando estavam tão perto do gol.”. A sutileza que o tom descompromissado é empregado aqui é ímpar. As crianças enxergam o mundo de maneira mais simples, reta, e a técnica aqui empregada nos expressa isso.

    A história segue no tom infantil, lúdico, até que o protagonista cresce e há um redirecionamento. Isso fica evidente no trecho:

    “Obediente, vestiu-se e tomou o caminho do bar da vila. A cada passo na escuridão, temia tropeçar no corpo frio e sem vida do pai e o trajeto, que duraria quinze minutos, pareceu demorar dias. Foi encontra-lo caído na calçada diante do bar, no meio de uma poça de urina e sob a indiferença dos outros bêbados. Ergueu-o com dificuldade enquanto ouvia risos e zombarias. Seus ombros suportaram o peso do pai, suas bochechas queimaram de vergonha e sua garganta travou de raiva.”

    A história outrora descompromissado, informal, com pinceladas poéticas, inserido na temática infantil, ganha aspectos escatológicos, sérios e adultos. O que me deixou encucado em que tema do desafio este conto realmente se enquadra.

    Embora a mudança de rumo seja brutal, destaco a frase “Menino havia saído de casa adolescente e voltava sentindo-se tão velho!”, que retoma a sutileza poética do início.

    O final é muito bom e responde com maestria o questionamento levantado no primeiro parágrafo.

    Em resumo: um conto informal, descompromissado, que brilha poeticamente em alguns pontos, mas que sofre uma reviravolta temática junto com o protagonista, mantendo a beleza poética sutil, mas traz também elementos escatológicos e de um realismo cru.

    O final é amarradinho e original.

    Gostei muito! Parabéns!

    • Kelly Hatanaka
      15 de junho de 2025
      Avatar de Kelly Hatanaka

      Escrevi um infanto juvenil pensando no leitor de uns 15 anos, idade do meu caçula. Os assuntos adultos geram curiosidade e não dá mais pra ficar suavizando termos e narrativas. Contei a história do mesmo jeito que contaria para ele. Também, os melhores infanto-juvenis que li tratam de temas espinhosos como morte, vicios, perdas, arrependimentos, sem açucarar ou disfarçar as coisas, confiando no leitor. Foi isso que tentei fazer e deixou meu infanto juvenil tão pouco infantil. Foi um risco que corri.

      E, como a questão do tema foi comentada outras vezes, vou copiar o trecho acima e reutiliza-lo kkkkkk.

      Fico feliz que tenha gostado e, de novo, obrigada pelo comentário.

  4. Rodrigo Ortiz Vinholo
    14 de junho de 2025
    Avatar de Rodrigo Ortiz Vinholo

    Excelente! Uma bela história, com um tema interessante e muito real para tantos brasileiros. O que parece ser uma conversa com o leitor se mostra no final entre avô e neta, e a questão do nome acaba tendo uma função diferente do que o começo faz imaginarmos, mas é uma saída interessante. Tecnicamente impecável, usando bem ora o sutil, ora o direto. Parabéns!

    • Kelly Hatanaka
      15 de junho de 2025
      Avatar de Kelly Hatanaka

      Obrigada pela leitura e pelo comentário!

  5. Felipe Lomar
    14 de junho de 2025
    Avatar de Felipe Lomar

    olá

    acho que você não entendeu muito bem o conceito de chubesco. O texto é ótimo, muito bem escrito, com uma história bastante jmpactante. Mas não atende ao tema do certame na mina visão.

    boa sorte.

    • Kelly Hatanaka
      15 de junho de 2025
      Avatar de Kelly Hatanaka

      Oi Felipe.

      Mas este conto não é mesmo chubesco. É um infanto-juvenil. Você pode, claro, dizer que não parece infanto-juvenil e aí está ok. Porém, se você está considerando que somente chubescos estão no tema, aí não sou eu que não entendi o conceito: é você que não leu o regulamento com a devida atenção.

      Kelly

  6. Alexandre Costa Moraes
    13 de junho de 2025
    Avatar de Alexandre Costa Moraes

    Entrecontista,

    Na minha modesta opinião “Menino-herói” está entre os top 5 da Série A. É um conto potente e profundamente edificante. Gosto especialmente da forma como aborda de frente temas difíceis: quebra de ciclos ancestrais, alcoolismo, indiferença familiar, omissão… e a força de um filho que se recusa a aceitar isso. O arco do protagonista é evidente e marcante: o menino se posiciona diante da própria vida, assume valores e encara o caos familiar como ponto de partida para uma mudança real e comovente.

    A narrativa é clara e muito bem conduzida. O desfecho, com a redenção do patriarca (por fim, avô), é triste e ao mesmo tempo cheia de esperança. E torna o menino, agora pai, heroi. Talvez não haja viradas surpreendentes, mas a trajetória emocional do personagem se mostra firme, precisa e impactante. A técnica também é consistente (coloquei como meu favorito no quesito melhor técnica): a escrita não desperdiça palavras, mantém o foco e tem um ritmo bom.

    Esse conto me tocou por mostrar que o heroísmo pode nascer do cotidiano e da coragem de uma pessoa de caráter. Por esses motivos, está entre os meus favoritos. Parabéns pelo conto e pela mensagem edificante. Boa sorte no desafio.

    • Kelly Hatanaka
      15 de junho de 2025
      Avatar de Kelly Hatanaka

      Obrigada! Que bom que gostou! É tão satisfatório quando o conto encontra seu leitor!

  7. Pedro Paulo
    12 de junho de 2025
    Avatar de Pedro Paulo

    É um texto singelo que atravessa o tema das travessias, de uma família de um local e cultura diferentes aprendendo a viver em outra terra, mas pela ótica de um Menino. Não reconheci nenhuma homenagem a uma ficção previamente estabelecida. Para o outro tema, “chubesco”, achei que uma história sobre infância transmitida da maneira que seria a uma criança – aspecto ressaltado com a revelação de que o avô contava uma história para neta – é uma boa sacada, mas o tom da história, o vocabulário utilizado e a forma como a mensagem é articulada me pareceu errar um público infanto-juvenil enquanto, tematicamente, traga mais para o gênero mais maduro do drama e da autoficção.

    • Kelly Hatanaka
      15 de junho de 2025
      Avatar de Kelly Hatanaka

      Realmente, não era fanfic e nem chubesco. Fiz um infanto-juvenil.

      Escrevi um infanto juvenil pensando no leitor de uns 15 anos, idade do meu caçula. Os assuntos adultos geram curiosidade e não dá mais pra ficar suavizando termos e narrativas. Contei a história do mesmo jeito que contaria para ele. Também, os melhores infanto-juvenis que li tratam de temas espinhosos como morte, vicios, perdas, arrependimentos, sem açucarar ou disfarçar as coisas, confiando no leitor. Foi isso que tentei fazer e deixou meu infanto juvenil tão pouco infantil. Foi um risco que corri.

  8. Fabiano Dexter
    11 de junho de 2025
    Avatar de Fabiano Dexter

    História
    Que história linda! Um conto bonito e calmo onde a leitura passa e você nem vê. Um começo bem triste, com a questão da migração e as dificuldades dos pais do protagonista, mas que traz a base para uma história de superação e das diferenças e dificuldades de adaptação a uma cultura completamente diferente da nossa.
    Tema
    Confesso que não vi muito do tema aqui. Talvez um infanto-juvenil? Mas não sei.
    Construção
    Como falei acima uma escrita fluida e leve para contar uma bela história familiar. Excelente.
    Impacto
    O final do conto conversou com o todo, sendo bem simples e impactante. Além de muito bonito.
    Adorei!

    • Kelly Hatanaka
      15 de junho de 2025
      Avatar de Kelly Hatanaka

      Que bom que gostou! Muito obrigada pelo comentário!

      Sobre o tema, é um infanto-juvenil.

      Escrevi um infanto juvenil pensando no leitor de uns 15 anos, idade do meu caçula. Os assuntos adultos geram curiosidade e não dá mais pra ficar suavizando termos e narrativas. Contei a história do mesmo jeito que contaria para ele. Também, os melhores infanto-juvenis que li tratam de temas espinhosos como morte, vicios, perdas, arrependimentos, sem açucarar ou disfarçar as coisas, confiando no leitor. Foi isso que tentei fazer e deixou meu infanto juvenil tão pouco infantil. Foi um risco que corri.

      • Fabiano Dexter
        16 de junho de 2025
        Avatar de Fabiano Dexter

        Essa é uma questão engraçada, pois eu não me lembro do tipo de literatura que lia com 15 anos, mas certamente eraa bem mais pesada do que o seu conto (sempre adorei Terror, então lia Stephen King, por exemplo) mas não passou pela minha cabeça um conto para essa faixa etária.

        E o motivo é simples. Meu filho ainda tem 6. 🙂

        Mas como eu disse no comentário, eu me deliciei com o Conto. Uma história linda e profunda.

  9. Bia Machado
    11 de junho de 2025
    Avatar de Bia Machado

    Amei esse conto, você autor/autora me fez lê-lo de uma vez só. Fiquei curiosa pela forma como tudo terminaria. Em alguns momentos (vários, aliás), senti uma melancolia, consegui sentir a tristeza daquela realidade. Aqui no Mato Grosso do Sul temos essa cultura da imigração japonesa muito forte, principalmente aqui em Campo Grande. Em sala de aula trabalho esse assunto também. E quantos Meninos não existiram na realidade e ainda existem… Para mim seu texto não foi cansativo e a forma de contar funcionou bem. Uma forma de escrever nada rebuscada, mas muito segura. Não sei se é fanfic, mas pode ser, sim, infantojuvenil. É isso, agradeço pela leitura. Parabéns pelo texto…

    • Kelly Hatanaka
      15 de junho de 2025
      Avatar de Kelly Hatanaka

      Eu que agradeço pela sua leitura e pelo comentário tão generoso!

  10. Priscila Pereira
    10 de junho de 2025
    Avatar de Priscila Pereira

    Olá, Autora! Tudo bem?

    O que gostei: História muito interessante, escrita segura e confiante, profundidade psicológica dos personagens.

    O que não gostei: nada em particular… Talvez o fato de ser levemente fofo apenas no final, embora deva ser fanfic de algo que não conheço 🤷🏻‍♀️

    Boa sorte! 🍀

    • Kelly Hatanaka
      15 de junho de 2025
      Avatar de Kelly Hatanaka

      Oi Pri.

      Obrigada pela leitura e pelo comentário!

      Não é fofo nem fanfic. É infanto-juvenil. Como o tema ficou meio questionável, segue a explicação.

      Escrevi um infanto juvenil pensando no leitor de uns 15 anos, idade do meu caçula. Os assuntos adultos geram curiosidade e não dá mais pra ficar suavizando termos e narrativas. Contei a história do mesmo jeito que contaria para ele. Também, os melhores infanto-juvenis que li tratam de temas espinhosos como morte, vicios, perdas, arrependimentos, sem açucarar ou disfarçar as coisas, confiando no leitor. Foi isso que tentei fazer e deixou meu infanto juvenil tão pouco infantil. Foi um risco que corri.

  11. Fabio Baptista
    9 de junho de 2025
    Avatar de Fabio Baptista

    Avô, no leito do hospital, conta para a neta a história de como a família veio do Japão para o Brasil e de como o pai da menina (concluímos isso no final) o salvou, fazendo com que caísse na real e abandonasse a manguaça.

    É um conto muito bom, uma história simples e bem contada. Infelizmente é preciso algum esforço para enxergar os temas do desafio aqui (e eu estou bem flexível, acho que só impliquei com tema em 3 contos). O conto é fofo? É um avô contando uma história de superação para a neta… não deixa de ser fofo, mas não chega ao “chubesco”. O conto é infanto-juvenil? Bom, o protagonista é um menino, mas a abordagem de temas mais pesados e complexos acaba dando uma cara mais adulta para a história. No começo, quando é prometido que o nome será adivinhado no final, pensei que seria uma fanfic, mas não (fui até pesquisar o pseudônimo, mas não vi nenhuma correlação).

    Eu gostei da leitura, achei a abordagem bem humana, a realidade crua sem perder a ternura. Infelizmente, dentro dos parâmetros do desafio, não terá uma nota alta na minha avaliação.

    • Kelly Hatanaka
      15 de junho de 2025
      Avatar de Kelly Hatanaka

      Obrigada pelo comentário e pela leitura.

      E, se gostou da leitura, já tá bom pra mim.

      Quanto ao tema, segue a explicação:

      Escrevi um infanto juvenil pensando no leitor de uns 15 anos, idade do meu caçula. Os assuntos adultos geram curiosidade e não dá mais pra ficar suavizando termos e narrativas. Contei a história do mesmo jeito que contaria para ele. Também, os melhores infanto-juvenis que li tratam de temas espinhosos como morte, vicios, perdas, arrependimentos, sem açucarar ou disfarçar as coisas, confiando no leitor. Foi isso que tentei fazer e deixou meu infanto juvenil tão pouco infantil. Foi um risco que corri.

  12. Mauro Dillmann
    6 de junho de 2025
    Avatar de Mauro Dillmann

    Conto infanto-juvenil. Uma história contada pelo avô à sua neta.

    Reforça estereótipos de gênero: brincadeira de boi de mamona para meninos e bonecas de espigas para meninas.

    “Menino cresceu nestas terras, comendo comidas da terra”. A repetição ‘terras’/ ‘terra’ soou estranho na leitura.

    “cá por estas bandas” é expressão batida.

    O texto é bem escrito e busca o recurso da emoção. Pareceu um tanto prolixo em várias passagens. Mas desenvolve bem a narrativa.

    Parabéns!

    • Kelly Hatanaka
      15 de junho de 2025
      Avatar de Kelly Hatanaka

      Ué, mas em 1900 e pouco, em áreas rurais, você queria o que? Meninos brincavam de bola e meninas de boneca. Isso é fato. Ou vou ter que desvirtuar a história para sinalizar virtude? Eu hein, que preguiça.

      É bom mas é ruim.

      Então tá.

  13. claudiaangst
    28 de maio de 2025
    Avatar de claudiaangst

    Caro(a) autor(a), tudo bem?

    Temos aqui um conto infanto-juvenil, com um belo desfecho: o reconhecimento de um herói. O texto aborda questões pesadas como alcoolismo, choque cultural, diferença entre gerações, relacionamentos familiares complicados, doença, morte. No entanto, há um tom de ternura ao longo de toda a narrativa.

    Não encontrei muitas falhas de revisão, no entanto, a repetição de verbos e sufixos me incomodou um pouco. Não sei se a intenção foi manter uma linguagem mais simples, mas…
    • […] havia outras crianças como ele, vindos > […] havia outras crianças como ele, vindas
    • Pensou/pensou/pensou

    Enfim, o enredo construído é bastante interessante, instiga a curiosidade e faz com que se imagine dentro das cenas narradas. O(A) autor(a) demonstra grande habilidade com as palavras. Soube transmitir uma história familiar completa, puxando o(a) leitor(a) para o universo construído.

    Parabéns por participar de mais um desafio e boa sorte na hora da classificação.

    • Kelly Hatanaka
      15 de junho de 2025
      Avatar de Kelly Hatanaka

      Obrigada pela leitura cuidadosa e pelo comentário! Fico contente que tenha gostado e identificado o tom de ternura. Achei dificil de fazer e pensei que ninguém tivesse notado.

  14. Givago Domingues Thimoti
    27 de maio de 2025
    Avatar de Givago Domingues Thimoti

    Menino-herói – NOTA

    Da série “fazendo a boa”, vou tentar comentar o máximo de contos da Série A possível, apresentando minhas impressões pessoais sobre o seu conto. Menino-Herói é um conto infanto-juvenil ou uma fanfic? Bom, por mais que a roupagem seja de um conto infantil (especialmente no começo), ele é uma fanfic da lenda do Momotâro. De acordo com a Wikipedia, “

    Boneco de Momotarō feito de biscuit

    Momotarō (桃太郎) é um popular herói do folclore japonês.

    De acordo com a lenda atual (datada do período Edo), Momotarō veio à Terra dentro de um pêssego gigante, que foi encontrado flutuando em um rio por uma mulher idosa sem filhos, que estava lavando roupas lá. A mulher e seu marido descobriram a criança quando eles tentaram abrir o pêssego para comê-lo. A criança explicou que tinha sido enviado para ser seu filho. O casal chamou-a de Momotarō, Momo (pêssego) e Taro (menino ou filho mais velho na família). 

    A lenda conta que Momotarō recebeu kibidango (bolinho japonês) feito de mochiko (farinha de arroz) dos pais que o criaram e partiu para Onigashima (Ilha dos Demônios) acompanhado de um cachorro, um macaco e um faisão para eliminar os demônios.

    Bom, nessa adaptação, por outro lado, ao invés do Menino-Herói enfrentar demônios numa ilha, acompanhado de animais amigos, o protagonista do conto, filho de japoneses que vieram para o Brasil em busca de oportunidades, enfrenta os demônios do pai. Uma adaptação interessante e sensível para o conto.

    Passada a discussão do tema, eu diria que o conto está bem escrito, com bastante competência, fluidez, prendendo a atenção do leitor. 

    Ainda assim, eu não curti muito o conto. Por mais que seja uma narrativa boa, com uma escrita de qualidade (pelo menos gramaticalmente), fiquei um pouco incomodado com o tom da narrativa: a escrita mais simples/mais próxima da literatura juvenil vai desarmonizando conforme a história se desenvolve. Achei estranho e um tanto dissonante, sabe? Como se não encaixasse.

    Claro que o desfecho explica, de certa forma, o porquê dessa história ser contada dessa forma. Corrige o problema que apontei? Diria que não.

    Por fim, eu diria que esse é um bom conto, mas que não me conquistou pelo tom (e pelo desfecho positivo demais, doce que nem aqueles que rasgam o pescoço.)

    • Kelly Hatanaka
      15 de junho de 2025
      Avatar de Kelly Hatanaka

      Ah, não é fanfic de Momotaro, não. Sorry. É um infanto-juvenil.

      • Kelly Hatanaka
        15 de junho de 2025
        Avatar de Kelly Hatanaka

        minha resposta ficou cortada. Segue na integra:

        Ah, não é fanfic de Momotaro, não. Sorry. É um infanto-juvenil.

        Escrevi um infanto juvenil pensando no leitor de uns 15 anos, idade do meu caçula. Os assuntos adultos geram curiosidade e não dá mais pra ficar suavizando termos e narrativas. Contei a história do mesmo jeito que contaria para ele. Também, os melhores infanto-juvenis que li tratam de temas espinhosos como morte, vicios, perdas, arrependimentos, sem açucarar ou disfarçar as coisas, confiando no leitor. Foi isso que tentei fazer e deixou meu infanto juvenil tão pouco infantil. Foi um risco que corri.

        Obrigada por sua leitura e comentário.

  15. Jorge Santos
    20 de maio de 2025
    Avatar de Jorge Santos

    Olá, Momotaro. Como sempre que comento um conto aqui no Entrecontos, primeiro faço uma pesquisa sobre o pseudónimo. Por vezes, os textos são tão crípticos que só pelo pseudónimo descubro o seu sentido. Nem sempre isso resolve – há textos que continuam crípticos mesmo depois dessa pesquisa. Felizmente não é esse o caso do seu texto. A lenda de Momotaro pode ter servido de mote ao texto, ou como ligação à cultura japonesa. O conto narra a história de um rapaz de origem japonesa cuja família emigra para o Brasil. O pai é alcoólico e só depois do rapaz tomar uma posição, contra a vontade da mãe, a situação se resolve e o rapaz passa a ter o estatuto de herói. Creio que a adequação ao tema do conto infantil está aqui patente, ou até mesmo o “chubesco”, termo que designa um conto ternurento e que não usamos aqui em Portugal. A narrativa é linear, com um ponto que gostei bastante. No início, o narrador não revela o nome, indicando que o leitor vai descobrir. No final do texto descobrimos que o narrador é a personagem principal, que conta a história à filha – esta sabe que se trata do pai e, como é óbvio, sabe o seu nome, mas o mesmo nunca é revelado ao leitor. É um segredo irrelevante, é certo, mas a elegância com que foi feito é apenas um exemplo da qualidade do texto.

    A luta pessoal dos imigrantes é o ponto principal do texto, luta essa que conheço bem porque a esmagadora maioria da minha família está emigrada, alguns tendo mesmo passado pelo Brasil. Eu próprio posso considerar-me um emigrante dentro de Portugal, deslocado 200kms da minha terra natal, pelo que o texto me tocou especialmente. O distanciamento das nossas raízes tem um peso muito grande, especialmente à medida que crescemos. O que o desfecho do texto nos diz é que a família é a nossa verdadeira raiz. É onde a nossa família está aquilo que nos interessa, e isso explica porque os meus familiares raramente regressaram à terra natal, eu incluído.

    • Kelly Hatanaka
      15 de junho de 2025
      Avatar de Kelly Hatanaka

      Oi Jorge.

      Que bom que gostou! E que o conto o tocou.

      Obrigada pela leitura!

  16. cyro eduardo fernandes
    20 de maio de 2025
    Avatar de cyro eduardo fernandes

    A saga de uma família japonesa chegando ao Brasil em busca de oportunidades e narrada neste conto. Interessante a adaptação do Menino à vida local.  Muito boa técnica.

    • Kelly Hatanaka
      15 de junho de 2025
      Avatar de Kelly Hatanaka

      Obrigada!

  17. paulo damin
    15 de maio de 2025
    Avatar de paulo damin

    Fiquei na dúvida se era uma fanfic até o fim. Aí me pus a pensar se se enquadra no gênero chubesco. Não sei. Só sei que não sei.

    Mas de modo geral é um conto interessante. Personagens japoneses, suponho, por umas palavras. Seria então uma história de imigrantes, algo menos famoso, imigrantes japoneses no Brasil, mas que levam uma vida igual a dos demais que vieram pra América voluntariamente.

    Só que daí, a perspectiva da criança, talvez, enfraquece a profundidade desse aspecto. Já que o assunto é político, social, histórico, por que não abordá-lo de vez? A perspectiva da criança, pra ter graça, acho, tem que revelar pelo menos um modo menos realista de olhar pro mundo. Um modo menos plano. Mais distraído, menos engajado.

    • Kelly Hatanaka
      15 de junho de 2025
      Avatar de Kelly Hatanaka

      Pode deixar de lado a dúvida e começar a saber: não é fanfic e nem chubesco. É infanto-juvenil. Pelo menos foi ai que eu mirei. Se acertei ou não, é com o bom leitor.

      O assunto pode ser abordado de forma política, social, histórica ou pessoal. Eu assumi a abordagem pessoal e sentimental. Não abordei de outra forma porque não quis.

      E, por fim, você diz que, para a perspectiva da criança ter graça (e quem disse que era para ter graça?), precisaria de um olhar menos realista. Mas ai, como fazer para dar uma abordagem politica e social ao tema, “mais distraído, menos engajado”? Agora é minha vez de não saber. É para ser mais engajado ou menos?

  18. Antonio Stegues Batista
    14 de maio de 2025
    Avatar de Antonio Stegues Batista

    Resumo do conto. Avó conta para a neta, a história da família de origem japonesa que chegaram ao Brasil como imigrantes.

    Gostei do enredo, mostrando a realidade da vida da maioria dos imigrantes que chegam a outras terras. Gostei da escrita, metáforas, sentido figurado, a ambientação, tudo muito bem criado. O conto está no tema infanto/juvenil. Parabéns e boa sorte.

    • Kelly Hatanaka
      15 de junho de 2025
      Avatar de Kelly Hatanaka

      Obrigada! Pela leitura, pelo comentário e por identificar esse meu continho como infanto-juvenil.

  19. Rangel
    11 de maio de 2025
    Avatar de Rangel

    Momotaro, sua história é muito forte, com passagens que prendem e conflitos bem explorados. Quando o menino diz ao pai que sente vergonha dele, pra uma cultura coml a japonesa, deve ser algo bem forte e consegui sentir o impacto. Assim, a mudança brusca do comportamento do pai me pareceu bem convincente.Imagino que tenha inspirado seu protagonista na própria figura lendária do Momotaro. A adaptação ficou muito bem feita e inteligente, embora eu tenha minhas dúvidas se isso se caracteriza como fanfic, já que a história de referência se perde e fica irrelevante para a nova história.Uma coisa que me pegou na sua história e achei que ficou uma sobra desnecessária, é o enredo do avô contando história pra neta. Ainda que ele seja o próprio pai do Menino, é uma parte menos forte que quando no fim a gente percebe que vai voltar nela dá quase um cansaço.Apesar de desses pontos achei o trecho principal tão forte, tão impactanto que o saldo final é muito positivo. E quero finalizar agradecendo por me fazer pesquisar sobre Momotaro, mais um presente de lendas que pouco conhecemos. Parabéns!

    P.S pra ficar clara minha nota: tirei alguns pontinhos, pois não ficou claro pra ser uma fanfic. Não vejo como ampliação e nem ambientação do conto principal. Também tirei alguns pontinhos pela parte avô/neta que achei menos potente que a história principal, mesmo que esteja intercalada.

    • Kelly Hatanaka
      15 de junho de 2025
      Avatar de Kelly Hatanaka

      Não é fanfic, não. Por isso não tem mesmo nada de ambientação nem de ampliação.

      É infanto-juvenil. Ou era pra ser.

    • Kelly Hatanaka
      15 de junho de 2025
      Avatar de Kelly Hatanaka

      Explicando melhor o tema:

      Escrevi um infanto juvenil pensando no leitor de uns 15 anos, idade do meu caçula. Os assuntos adultos geram curiosidade e não dá mais pra ficar suavizando termos e narrativas. Contei a história do mesmo jeito que contaria para ele. Também, os melhores infanto-juvenis que li tratam de temas espinhosos como morte, vicios, perdas, arrependimentos, sem açucarar ou disfarçar as coisas, confiando no leitor. Foi isso que tentei fazer e deixou meu infanto juvenil tão pouco infantil. Foi um risco que corri.

  20. Thiago Amaral
    11 de maio de 2025
    Avatar de Thiago Amaral

    É um conto um pouco diferente pro desafio. Tive um pouco de dificuldade para encaixá-lo em algum dos temas, mas acho que podemos considerá-lo infanto-juvenil.

    Pesquisei o pseudônimo para ver se havia alguma pista quanto ao tema, e de fato temos um herói mítico japonês com esse nome. Mas a história dele pouco tem a ver com o conto, então considero que não ser uma fanfic.

    Trata-se da história de um garoto descendente de japoneses e suas aventuras pelos primeiros anos de sua vida. O destaque vai para seu relacionamento com os pais, particularmente o genitor, e como a natureza madura do garoto mudou a vida do pai. Assim, temos um moral, ou pelo menos um significado inspiratório na história.

    O texto está muito bem escrito. É gostoso de ler e, apesar de não ter grandes acontecimentos, lemos com interesse. Ele também está na medida certa, leve e rápido. O final é fofo e funciona.

    Os únicos pontos que poderiam ser deduzidos seriam por tema, mesmo. Mas, mesmo assim, acho que a intenção foi boa, e o resultado bem bacana.

    Parabéns e boa sorte no desafio.

    • Kelly Hatanaka
      15 de junho de 2025
      Avatar de Kelly Hatanaka

      Ah, não era fanfic não. Era mesmo infanto juvenil.

      Escrevi um infanto juvenil pensando no leitor de uns 15 anos, idade do meu caçula. Os assuntos adultos geram curiosidade e não dá mais pra ficar suavizando termos e narrativas. Contei a história do mesmo jeito que contaria para ele. Também, os melhores infanto-juvenis que li tratam de temas espinhosos como morte, vicios, perdas, arrependimentos, sem açucarar ou disfarçar as coisas, confiando no leitor. Foi isso que tentei fazer e deixou meu infanto juvenil tão pouco infantil. Foi um risco que corri.

      Obrigada pelo seu comentário e pela sua leitura.

      • Thiago Amaral
        15 de junho de 2025
        Avatar de Thiago Amaral

        Concordo com vc, Kelly. Ficou ótimo.

  21. Augusto Quenard
    8 de maio de 2025
    Avatar de Augusto Quenard

    Bem legal, gostei muito. O final é bem bonito. Embora pudesse ser previsível, logo que aparece o diálogo, acho que chega tão rápido que surpreende. Gostei bastante.

    Talvez, pensando no gênero infantojuvenil, e só por isso, daria pra cortar um pouco alguns detalhes que não compoem necessariamente o núcleo da história. Só pra ficar um texto um pouco mais curto e simples. Mas não tenho certeza, seria mesmo pra pensar numa faixa de leitores maior, pros leitores mais novos também ficarem ligados à história.

    E será que daria pra trocar o alcool por alguma metáfora? Fiquei viajando nisso. De repente algo que os mais novos achem mágico e os mais maduros entendam que se trata de um vício. Bom, só uma ideia.

    Lindo conto!

    • Kelly Hatanaka
      15 de junho de 2025
      Avatar de Kelly Hatanaka

      Ah, não, sem metáforas. Pensei no leitor de uns 15 anos. E é isso. Se eu quisesse atingir o leitor de 15 anos e também o de 5, ia acabar não atendendo nenhum dos dois. Escrevi para o adolescente que está descobrindo o mundo, que talvez já tenha bebido escondido dos pais, que talvez já tenha visto um adulto bêbado, que talvez conviva com o problema de perto. Escrevi mesmo só para os mais velhos.

      Os melhores infanto-juvenis que li, tanto quando adolescente quanto já adulta tratavam de assuntos espinhosos, sem tentar açucará-los. Eles confiavam no leitor e foi isso que tentei fazer.

      Obrigada pela sua leitura e pelo comentário.

  22. toniluismc
    8 de maio de 2025
    Avatar de toniluismc

    AVALIAÇÃO CRÍTICA – CONTO “Menino-Herói”
    ✒️ Por um leitor que dessa vez veio sem ironia porque o texto fez por merecer.

    📉 PRIMEIRA IMPRESSÃO

    Este é um conto que consegue ser sensível, inteligente e acessível ao mesmo tempo. “Menino-Herói” dialoga com temas profundos — imigração, identidade, silêncio intergeracional, alcoolismo — com uma escrita que respeita a inteligência do leitor jovem, sem subestimá-lo nem pesar a mão. A estrutura circular, com a revelação final do avô narrador, funciona de forma emocional e literariamente eficaz. Digno de publicação imediata.

    ✍️ TÉCNICA — Nota: 4.8

    Pontos positivos:

    • Narrador fluente, com linguagem adequada ao público infantojuvenil, sem simplismo.
    • Equilíbrio entre a narração e os diálogos: todos os personagens têm vozes distintas.
    • A transição temporal e emocional entre as fases da vida do menino é feita com extrema suavidade e maturidade estilística.
    • A estrutura narrativa, com o avô contando a história para a neta, fecha o conto com emoção e sentido.

    Pontos de melhoria…

    • Pequenos trechos poderiam ser mais enxutos (como a repetição de algumas explicações culturais), mas nada que prejudique o fluxo.

    🔎 Resumo técnico: Quase irretocável. A escrita tem ritmo, consistência e um uso maduro da linguagem.

    🎨 CRIATIVIDADE — Nota: 4.2

    • O conto reconta a fórmula clássica do herói com uma roupagem contemporânea, humana e simbólica.
    • O uso da cultura japonesa como elemento identitário enriquecedor (e não apenas decorativo) traz profundidade ao personagem.
    • A metáfora do menino que nasceu no mar como “entre mundos” é belíssima e densa.

    Por que não é mais alta…

    • Embora muito bem executado, o conto não traz grandes reviravoltas criativas ou uma estrutura narrativa fora do convencional. Mas dentro da proposta, isso não compromete.

    🔎 Resumo criativo: Criatividade discreta, mas elegante e eficaz.

    💥 IMPACTO — Nota: 5.0

    O que impacta:

    • A cena do menino carregando o pai é uma das mais fortes e dolorosas da rodada. Simbólica, realista e profundamente comovente.
    • O momento em que o menino fala pela mãe é poderoso e libertador, quebrando o ciclo de silêncio com coragem.
    • O desfecho, com a neta ouvindo a história e reconhecendo o pai como herói, é catártico, afirmativo e de um simbolismo bonito demais para ser ignorado.

    🔎 Resumo do impacto: Um conto que comove sem chantagem emocional. Humanidade pura.

    🧨 CONSIDERAÇÕES FINAIS

    “Menino-Herói” é um dos raros contos que consegue ser simples sem ser superficial, comovente sem ser piegas, e pedagógico sem ser panfletário. É um verdadeiro exemplo de como escrever para o público infantojuvenil com qualidade literária.

    📌 Sugestões ao autor:

    • Se houver espaço, explore mais detalhes do pós-fazenda e da juventude do Menino, para expandir o arco.
    • Reforce a simbologia do herói ao longo da narrativa com mais paralelos discretos às histórias que o menino ouvia.

    Resumo generoso em uma frase:

    “Menino-Herói” é um conto de coragem silenciosa, que não precisa de capa nem espada para emocionar e transformar.

    • Kelly Hatanaka
      15 de junho de 2025
      Avatar de Kelly Hatanaka

      Obrigada.

  23. Luis Guilherme Banzi Florido
    8 de maio de 2025
    Avatar de Luis Guilherme Banzi Florido

    Boa tarde!

    Um conto muito bonito e tocante, escrito de forma direta, sem muita enrolação ou firula. A linguagem empregada é clara, mas nao deixa de ter qualidade. Voce tem uma boa tecnica que, apesar de nao brilhar pela estetica, brilha em ritmo e imersao.

    Sobre o enredo, gostei bastante. É simples e direto, e ainda assim entrega uma especie de plot twist. Eu passei o conto todo tentando descobrir quem era o Menino, pois achei que a passagem inicial que diz algo como “voce vai descobrir quem ele é ate o final da historia” se referia a mim. MAs no fim, descobri que foi uma pegadinha, pois já era o avo contando a historia à neta. E era sobre o pai dela, o protagonista do conto.

    Minha esposa é descendente de japoneses, e eu moro com eles. Por isso, senti muita verdade na sua historia. Percebi as nuances da cultura japonesa que perdura nessas familias, mesmo decadas depois da chegada ao Brasil. E foi bonito ver o desabrochar do Menino, descobrindo que nao precisava ficar preso àquelas antigas tradições, que podia ser ele mesmo. E assim ele salvou sua familia. E assim, se tornou um Menino-heroi. Foi tocando o momento em que o pai o agradece, e como a vida começa a melhorar.

    Enfim, um conto muito bonito, que me tocou e que me fez sentir os desafios que essas familias passaram ao mudar radicalmente de mundo. Me fez pensar na minha familia (por extensão). Me deixou emocionado e feliz. Parabens, otimo trabalho!

    • Kelly Hatanaka
      15 de junho de 2025
      Avatar de Kelly Hatanaka

      Que bom que gostou e que este texto o tenha tocado.

      Muito obrigada pela leitura e pelo comentário!

  24. Leandro Vasconcelos
    8 de maio de 2025
    Avatar de Leandro Vasconcelos

    Olá! Gostei bastante do conto! Uma bela estória infanto-juvenil que trata do drama familiar de imigrantes japoneses no Brasil. Particularmente, muito me agradou o enredo, que mistura um pouco de história com as percepções íntimas do “menino-herói”, o qual, na mais tenra idade, tornou-se homem.

    A leitura é fluida, as metáforas são poderosas. “Mas Menino não era de lá nem de cá. Ele era do meio, ele nasceu no mar e sentiu uma onda grande nascer dentro dele, uma onda que ele não conseguiu e nem quis segurar e disse ao pai, em voz alta e clara: — Tenho vergonha de você”. Uau!

    O desfecho é forte. O pai do menino-herói, já em vias de morte, reconhece a força do filho, que literalmente salvou sua vida e manteve em suas costas a família. Mais emocionante ainda é que esse desfecho é revelado por meio da nova geração: através da filha do herói. Concluímos que, graças ao seu heroísmo e capacidade de enfrentar os tabus dos antigos, é que foi possível a frutificação da árvore genealógica no Brasil.

    A meu ver, o que mais se destacou neste conto é o fato de que, embora seja um drama, ele poderia ser facilmente absorvido por um público infanto-juvenil. Acredito que leitores mais jovens não teriam problema em identificar-se com a estória, tão comum em nosso país, mesmo que desconheçam aspectos históricos da imigração. Isso porque, além de o protagonista ser um jovem, a narrativa trata de temas universais: tristeza, depressão, problemas familiares, redenção, superação etc. A mensagem do texto é poderosa e universal: heroísmo não está apenas em salvar mundos, mas em quebrar padrões, enfrentar verdades incômodas e cuidar de quem se ama. Essa abordagem, ao mesmo tempo simples e profunda, dá ao conto um impacto emocional significativo.

    Parabéns ao autor pelo trabalho sensível, original e bem executado! Destacou-se muito entre as fanfics e os infanto-juvenis por explorar um caminho menos óbvio.

    • Kelly Hatanaka
      15 de junho de 2025
      Avatar de Kelly Hatanaka

      Ah, muito obrigada! Pela leitura atenta, pelo comentário generoso e por ter identificado o tema como infanto-juvenil!

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Publicado às 3 de maio de 2025 por em Liga 2025 - 2A, Liga 2025 - Rodada 2 e marcado .