EntreContos

Detox Literário.

A Quimera Vermelha (Jorge Santos)

1

No sexto mês de criogenia, Simon tem um sonho. Está no funeral do avô. Tinha oito anos e só agora começava a aceitar a perda de uma das pessoas mais influentes na sua vida. Os pais levaram-no ao templo onde o seu corpo estava exposto numa urna de vidro. O cabelo negro rebelde da juventude, que Simon se habituara a ver nas fotografias antigas, dera lugar a um longo cabelo branco. O rosto, emoldurado por uma igualmente longa barba branca, apresentava uma serenidade pétrea.  A mãe não conseguia conter as lágrimas. A avó vestia um manto negro e abraçou Simon assim que o viu. Não chorava, mas os olhos indicavam uma dor profunda.

As pessoas começam a chegar, cada uma mais exótica do que a outra. Um homem materializa-se a poucos metros do pequeno Simon, pedindo de imediato desculpas pela indelicadeza. Outro chega montado num dragão chinês, estranhamente parecido com uma serpente. Uma feiticeira pousa a vassoura a pouca distância do dragão. Eram velhos conhecidos, pelo que o dragão deixou que ela o acariciasse. A multidão rapidamente ganha força. São muitos os que se querem despedir do avô de Simon. Sabia que tinha sido uma pessoa importante, mas só nesse momento percebeu o significado de ser neto de Harry Potter.

No sonho seguinte, vê-se na cerimónia de escolha da casa de Hogwarts, no meio do grupo de crianças da sua idade, muitas delas apontando para ele. Entre sussurros mal escondidos, Simon Potter ouve as palavras “neto” e o nome do avô. Quando o chapéu pensador escolhe para ele a casa Slytherin, rompendo a tradição de duas gerações de Gryffindor e Ravenclaw, os sussurros aumentam de tom. Cada olhar perfurava-lhe a pele e deixava-o desconfortável. Com o passar do tempo, compreendeu que as pessoas esperavam que ele repetisse os feitos extraordinários do avô, mas depressa provou ser um banal aprendiz de feiticeiro.  

2

Uma perturbação do plano de voo da Phoenix obrigou à interrupção da criogenia dos sete tripulantes. Era um procedimento normal, quando o sistema de navegação inteligente da nave, denominado por Alice, não conseguia lidar com situações de emergência. Durante oito longas horas, os corpos dos tripulantes foram cuidadosamente descongelados. Um erro neste processo podia custar-lhes a vida.

Quando Simon Potter ganhou consciência, já a capitã Sara Mendez analisava a situação.  Hugh e Amanda acordaram depois. Eram o único casal oficial da tripulação. Simon simpatizava com eles. Já não podia dizer o mesmo de Yuri, mas como ninguém simpatizava com o gigante de 2 metros de altura, não tinha importância. Vivia num mundo à parte, sempre a remoer em princípios de física quântica mas, quando queria, podia ser um imbecil. Sara confidenciara a Simon que suspeitava de problemas mentais.

Paul e Yrine eram o segundo casal, não oficial. Paul tinha nascido Paula. Na bagagem trazia um frasco com os seus óvulos congelados, dado que Yrine não podia conceber. Para Simon, não podia haver ninguém mais fantástico do que eles.

O ar carregado da reunião presidida por Sara Mendez fez recordar uma conversa que Simon tivera com os pais, aquela em que os informara que, contrariamente aos planos de ir trabalhar para o Ministério da Magia, iria estudar engenharia aeroespacial, numa universidade dos Muggles. Não era novidade para eles que Simon os admirava. A ciência e a tecnologia eram a magia dos Muggles, e ultrapassava tudo o que tinha aprendido em Hogwarts. Se ao menos não vivessem em mundos separados, costumava pensar Simon. Era perfeitamente idiota não poder usar as suas capacidades de feiticeiro sem ter à perna o Ministério da Magia.

Veio-lhe à memória uma segunda conversa com os pais enquanto esperava que todos chegassem. Uma conversa dura, emocionalmente desgastante, durante a qual os informou de que partiria para a colónia em fase de construção no planeta Sagan. Isso significaria nunca mais regressar a casa. A mãe e a irmã choraram. Simon secou-lhes as lágrimas, absorvendo-as com a varinha. As pequenas gotas de água atravessaram a madeira e Simon sentiu que lhe penetravam na pele. O adeus foi a sensação mais dolorosa que Simon sentiu em toda a sua existência.

Paul sentou-se a seu lado. A reunião podia começar.

“Há precisamente doze horas, a Alice detetou um corpo celeste vindo na nossa direção. Efetuou uma manobra evasiva, o que resultou numa correção da trajetória do corpo celeste, pelo que continuamos em rota de colisão.”, informou Sara. A autoridade estava vincada em cada palavra.

No ecrã da sala de reuniões apareceu a imagem desfocada do corpo celeste. O burburinho aumentou na sala. Estavam perante uma nave alienígena com o formato de uma garra. Pelos cálculos de Alice, teria cinco vezes o tamanho da Phoenix.

“Não vale a pena entrarmos em paranoia por causa desta nave. Não há sinais de possível hostilidade.”

“Sara, também não podemos fazer nada, porque não carregamos nenhuma arma. Ao contrário do que …”

“Todos sabemos, Yuri. Se dependesse de si, teríamos os porões a abarrotar de armas e de munições. O problema é que somos engenheiros, cientistas e médicos, não soldados. Teremos de tentar dialogar e rezar.”, disse Paul.

“Creio que Deus ficou na Terra, a guardar a minha Kalashnikov.”

Sara tinha o semblante carregado. Reconheceu que não havia nada a fazer. Tinham dois dias para se preparar para o primeiro contacto com alienígenas.

3

Piratas espaciais. Durante os dias que se seguiram à descoberta da nave, tinha sido o único tema de conversa. Parecia que tinham voltado ao tempo das viagens marítimas e dos piratas que abundavam nos mares. A diferença era que, no caso da tripulação da Phoenix, souberam do que ia acontecer com dois dias de antecedência. Dois dias de sofrimento silencioso, porque, tal como Sara Mendez frisara na reunião, não estavam armados nem eram soldados. Exceto Yuri. Na cabeça dele era Rambo, pronto a fazer uma qualquer loucura.

Desconheciam o facto de Simon ser quem era. Não tinha medo de ir à luta. Trouxera a varinha e a vassoura, depois de alguma hesitação. Lutaria, mesmo que isso significasse mostrar quem era. Afinal, não era apenas Deus e a Kalashnikov de Yuri que tinham ficado na Terra, era também o Ministério da Magia, que não tinha jurisdição na Phoenix.  

4

A gigantesca garra apareceu à frente da Phoenix. Retardara o seu movimento, preparando-se para a engolir a nave terrestre. Uma intensa radiação verde irradiou das pontas de cada um dos dedos da garra e envolveu a Phoenix, desativando todos os sistemas. Sem a gravidade artificial gerada pela força centrífuga da rotação da nave, tudo começou a flutuar no seu interior. Sara Mendez tinha previsto este cenário. Dentro da Phoenix, todos tinham vestido exofatos. Todos menos Simon, que não estava no grupo.

“Estas foram as negociações mais rápidas da história”, comentou Yuri.

“O Simon não sabe o que está a perder.”, disse Paul.

“É um covardolas. Deve estar enfiado em algum canto, cagado de medo.”, rematou Yuri.

“Ele não é um covarde.”, disse Sara. E, depois, rematou: “Foi um prazer trabalhar convosco.”

No extremo oposto da nave, na secção de carga, Simon flutuava em direção à arca que continha os seus pertences pessoais. Imaginava as conversas que estavam a ter e até mesmo quem o estava a enxovalhar. Estava-se a borrifar para isso. Estava praticamente às escuras, a temperatura a descer rapidamente. Não podia dar-se ao luxo de entrar em hipotermia. Abriu a arca. Os seus pertences estavam presos por velcro. Tacteou o interior e tirou a caixa do violino. Abriu-a e tirou a vara. O violino ficou a flutuar, mas ele não se importou – a única coisa que lhe interessava era a vara, comprada na loja de varinhas de Olivander. Agitou a varinha e disse “Lumos”. A ponta da varinha iluminou-se e ajudou-o a encontrar a vassoura no fundo da arca. Os controladores da missão tinham exibido um sorriso idiota quando verificaram que ele levava uma réplica de uma vassoura de bruxo, ao que ele se desculpou  dizendo “Até no planeta Sagan podemos festejar o Halloween”.

Desapertou as fitas de velcro e a vassoura flutuou. Estendeu a mão e disse: “Vem!”. E a vassoura aproximou-se.

Tinha sido o avô a ensinar-lhe a voar. No início, Simon não tinha grande jeito. Tinha medo. O avô disse-lhe que era normal. Depois, montou na sua Nimbus 8000 e em segundos desapareceu por trás das nuvens, a barba e o cabelo brancos a flutuar ao vento, o deslumbrante manto roxo a esvoaçar. Com o tempo, Simon tornou-se relativamente bom a voar na vassoura. Não tão bom como o avô, que tinha sido o seeker mais novo de Hogwarts. Tinha saudades dos torneios de Quidditch com os primos. Simon era um chaser razoável, mas recusara o convite para integrar a equipa da escola. Achava que não era suficientemente bom, só tendo sido convidado pelo sobrenome. Evitava pensar nesses tempos. Não se podia dar ao luxo de sentir saudades.

Sentou-se na vassoura. Sentiu a nave a mexer, um som intenso, como se estivesse a ser mastigada.  Voou em direção à escotilha de saída na parte traseira da nave. Não tinha tempo para vestir o exofato. De qualquer forma, eram inventos Muggle pouco práticos para serem usados com vassouras. Teria de improvisar.

Sentiu que alguém o chamava. Era a voz do avô. Olhou para trás. Uma espécie de gosma atravessava a passagem na sua direção, parecia a geleia de cereja que a avó costumava fazer, mas essa raramente falava. Percebeu que não ouvia vozes: algo implantava imagens no seu cérebro. De um momento para o outro estava em Sagan, no meio da colónia em construção. Abanou a cabeça. Não, não estava na colónia. Nunca tinha estado lá. Estava na nave, a ser atacado por um ser extraterrestre.

Voou com mais velocidade, evitando por pouco ser agarrado pela gosma vermelha. Apontou a varinha para a frente, gritou “atmosphaera”. Uma esfera azul brilhante envolveu-o. Apontou a varinha para a escotilha e disse “alohomora”. A escotilha abriu-se, parcialmente coberta pela mesma gosma vermelha que engolia a nave.  Simon Potter engoliu em seco e  saiu para o espaço, furando a massa vermelha e tornando-se o primeiro feiticeiro a voar no espaço sideral.

5

“Volta”.

Simon flutuava a curta distância da nave, encarando com horror a visão da nave a ser completamente engolida pela nave alienígena. Nunca se tinha visto numa situação tão desesperada. Voou em volta da nave alienígena, evitando a gosma vermelha que se projetava na sua direção.

“Stupefy”, gritou, parando um braço daquela substância viscosa.

“Volta”.

Aquele pensamento não era seu. Sentia-se estranho. Sentia os braços a arder. Examinou-os. Tinha placas de gosma vermelha presas à pele. Tentou arrancá-las, berrando de dor. Começou a ter falta de ar.

“Volta. Não precisas morrer.”

Já não conseguia ver a nave, completamente absorvida por aquela matéria vermelha. Havia um espaço que permitia ver o interior da nave alienígena. Se aquilo era uma nave. Parecia ser uma gigantesca concha com o formato de uma garra. Um imenso ser vivo. No seu interior estava, agora, a Phoenix e os seus tripulantes.

Sem ver outra saída, entrou pela abertura. Passou pelo casco da Phoenix. À sua frente havia um espaço vazio. A gosma emitia um hipnótico brilho vermelho. A redoma que Simon tinha criado extinguiu-se num “puff” e, durante algum tempo, teve dificuldade em respirar. Pensou que iria morrer, mas depressa descobriu que a gosma vermelha criara uma atmosfera compatível. Em frente à nave, presos à gosma e formando um círculo, estavam os corpos nus dos tripulantes da nave. Chamavam por ele com os braços e exibiam um sorriso artificial.

“Não tenhas medo.”, disse a voz na sua cabeça, enquanto a gosma começou a fechar sobre ele, de uma forma delicada. Sentiu-se a flutuar no ar, sentindo um prazer estranho. A gosma vermelha mexia com o seu cérebro, tentando fazer-lhe crer que aquele era o seu lugar. Perdeu a consciência, não suspeitando dos planos que o ser alienígena tinha para ele.

6

Simon acordou a milhões de quilómetros, em Sagan, próximo da central de processamento de atmosfera que estava a ser finalizada. O seu corpo desceu por um poço aberto durante a obra.

“Isto é um sonho”, pensou.

Quando chegou ao fundo, descobriu que havia luz onde o escuro devia imperar. Percorreu uma passagem sinuosa até chegar a uma galeria gigantesca. Descobriu a razão da existência de luz, e isso trouxe-lhe uma estranha paz de espírito.

7

Quando Simon abriu os olhos, foi momentaneamente ofuscado pela luz. Tacteou à sua volta, sentindo a textura familiar de areia quente. Ouviu falar. Mais propriamente, um queixume tão familiar como a areia.

“Como raios viemos aqui parar?”, perguntou Yuri.

Sara tocou no braço de Simon.

“Estás bem?”

Simon sentia-se enjoado. De resto, estava bem.

“Onde estamos?”, perguntou. Sara apontou na direção de uma duna de areia vermelha. Um grupo de beduínos em cima de camelos descia, lentamente, na sua direção.

“Estamos em casa”, respondeu Sara. Era a única certeza que tinha.

8

A descoberta da tripulação da Phoenix no deserto da Tunísia despertou o interesse da opinião pública e da comunidade científica. Mais do que o facto de terem aparecido na Terra, depois de terem sido dados como mortos num misterioso acidente no espaço, aquilo que as pessoas mais comentavam era o facto de estarem nus. Para Simon, tinha sido um alívio notar que nenhum dos colegas guardava memórias de ver um feiticeiro montado numa vassoura. Já lhe bastava o que tinha acontecido, não queria problemas com o Ministério da Magia. Yuri continuava a acusá-lo de covardia, por não ter estado na linha da frente. Não valia a pena contradizê-lo: no final, sofrera o mesmo destino, mas ver-se sozinho no espaço tinha sido uma sensação avassaladora, como se brincasse de perto com a morte.

O inquérito que se seguiu comprovou um facto: tinham em comum o mesmo sonho. Estavam em Sagan, numa galeria gigantesca por baixo da central de processamento da atmosfera, a contemplar um mar que pequenos seres vermelhos brilhantes que flutuavam com a vivacidade própria de crianças. Miniaturas da criatura que os tinha atacado, mas sem a armadura em forma de garra.

No Centro de Controlo da Missão, gerou-se uma viva discussão. O custo de realocar a Central de Processamento de Atmosfera era gigantesco, mas uma mera gota no custo de implementação da colónia. A mais-valia do primeiro contacto com uma espécie extraterrestre, à qual foi dada o nome de Quimera, compensava largamente o esforço financeiro.

9

“Estás bem?”, perguntou Sara Mendez.

“Não estamos aqui para discutir o meu bem estar. Já me bastaram os testes todos que tive de fazer.”, respondeu Simon.

O empregado trouxe os dois cafés que tinham pedido.

“Aquela coisa mexeu com a minha memória. Creio que todos temos memórias fragmentadas do que aconteceu.”

“Não tão fragmentadas que façam com que o Yuri deixe de me chamar covarde.”

“Eu sei que não foste. Estive a falar com os outros, e tenho a certeza de que fui a única que te vi entrar. Um ser envolvido por uma auréola azul brilhante, montado numa vassoura, brandindo uma varinha mágica.”

Houve uma pausa. Era aqui que o Ministério da Magia costumava entrar e apagar a memória dos Muggles. Mesmo a memória de Muggles inteligentes e atraentes como Sara.  

“Eu sei guardar segredos, Simon. Sempre soube que eras diferente. Não estava à espera que fosses … bem … tão diferente … ”

Simon fez um sorriso amarelo.

“E, mesmo assim, não consegui fazer nada…”

“Nas ruas de Bogotá aprendemos rapidamente que há batalhas que não podemos ganhar. Sabia o que a Quimera ia fazer connosco. Tu entraste quando aquilo pensava que não éramos mais do que matéria orgânica irrelevante. Comida. Mostraste que fazia sentido salvar-nos quando entraste sozinho, aparentemente desarmado. Sem exofato em pleno espaço exterior. Foi a tua coragem e a tua diferença que nos salvou, não importa o que o Yuri pense. Por mim vai continuar a pensar, porque só nós dois sabemos da verdade. Da minha parte, só preciso saber uma coisa: posso contar contigo para a próxima missão a Sagan?”

No olhar de Sara, tão belo como inquisidor, Simon leu uma segunda questão, mais íntima. Não teve dificuldade em responder afirmativamente à primeira questão. Agora já sabia o verdadeiro peso das saudades, mas continuava a querer ir para o espaço. Teria de descobrir o equilíbrio emocional para conseguir lidar com esse peso. Reconheceu que sempre estivera apaixonado pela capitã Sara Mendez, provocante militar colombiana, e com ela era capaz de ir até ao fim do universo.   

10

Duas semanas antes de voltar a partir, Simon atravessou o lago negro de Hogwarts, sozinho num pequeno barco de madeira. Vestia um manto cerimonial. Podia ter vindo a voar na sua vassoura nova, mas preferia assim. Um feitiço fazia os remos trabalhar por ele. Outras, afastavam todas as criaturas estranhas que habitavam o lago e que podiam destruir o pequeno barco. Chegou à ilha e percorreu o caminho até aos dois túmulos. O de pedra branca de Dumbledore, reconstruído depois de ter sido vandalizado por Voldemort, e o de Harry Potter, de cristal negro, lado a lado. Dois dos feiticeiros mais importantes que tinham existido. Os únicos dois túmulos nos terrenos da escola de feitiçaria. Simon prestou-lhes uma sentida homenagem.

De regresso à escola, foi desafiado pelos primos para mais um desafio de Quidditch, no qual participaram alguns alunos de Hogwarts. Ao sentir o vento na cara, a voar por cima das nuvens com o manto cerimonial a esvoaçar, sentiu-se completamente feliz.

11

A dez anos luz de distância, a grande Quimera Vermelha atravessava o espaço. Dentro da carapaça em forma de garra, a gosma vermelha agitava-se. Uma parte formara um braço, que terminava numa mão. De dentro da gosma surgiu a varinha de Simon, que a mão segurou em riste. Da ponta da varinha saiu um raio de luz brilhante e a Quimera agitou-se num espanto borbulhante. A luz iluminava o centro da massa vermelha, onde seis embriões humanos, produzidos a partir dos óvulos congelados de Paula, fertilizados com DNA de Simon, se desenvolviam a um ritmo acelerado. Seriam bisnetos do grande Harry Potter. 

Sobre Fabio Baptista

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22 comentários em “A Quimera Vermelha (Jorge Santos)

  1. Thiago
    14 de junho de 2025
    Avatar de Thiago

    Eu não gosto de ficção científica e fantasia, mas li seu conto com a mente aberta. Como não conheço Harry Potter (só de ouvir falar e vendo trechos do filme) foi interessante ler o texto sem ter muitas informações prévias. E serei sincero em dizer que não consegui entrar nesse mundo, não senti aquela estranheza de textos que criam um mundo à parte; tudo para mim soou familiar, pelos clichês do gênero, em uma mistura para mim estranha de fantasia e ficção científica. Admito que possa haver preconceito da minha parte, visto eu já não gostar desses gêneros, mas o fato é que não consegui me envolver na história. Também achei esquisito que, em se tratando de mundos distópicos, tenha havido referências como a do Rambo, uma mistura estranha ao mundo que o autor está tentando criar. 

    Foi muita mistura para mim: criogenia, física quântica, Sagan, Rambo, Bogotá, Hogwarts, Kalashnikov, gosma vermelha, fertilização. 

  2. Thales Soares
    14 de junho de 2025
    Avatar de Thales Soares

    Considerações Gerais:

    A proposta deste conto é ousada e, ao mesmo tempo, divertida: fundir o universo de Harry Potter com uma ambientação de ficção científica espacial. A mistura entre fantasia e ficção científica pode gerar resultados interessantes, e o conto tenta explorar esse hibridismo ao apresentar elementos como vírus alienígenas, espaçonaves e colônias distantes dentro de um contexto que remete (mesmo que de longe) ao mundo bruxo. A ideia em si tem potencial, especialmente para quem gosta de ver franquias tradicionais em contextos alternativos.

    Pedradas:

    O grande problema aqui é que os elementos do universo de Harry Potter parecem enxertados de forma artificial, como se estivessem ali apenas para cumprir a exigência do tema “fanfic”. O conto, na verdade, funcionaria até melhor se não carregasse esse peso referencial, pois a ambientação futurista tem força própria e parece querer respirar por si. O uso da marca “Harry Potter” não aprofunda a narrativa e não se justifica plenamente dentro do enredo, soando mais como uma etiqueta colada em cima de uma história que já existia.

    Além disso, a estrutura em capítulos, a temática de ficção científica futurista e o tom ambicioso do texto são traços marcantes de um autor que, apesar do pseudônimo, parece familiar: Jorge. Há um certo padrão estilístico aqui que remete diretamente a outras obras do mesmo autor (como “Sangue do Meu Sangue”, “O Regresso”, “Alfa e Beta”…), sempre com cenários sci-fi, presença de vírus ou entidades misteriosas e uma narrativa fragmentada em episódios. Isso não é, necessariamente, um defeito… é um estilo autoral bem reconhecível, e deve ser valorizado. Mas talvez seja hora de ousar em outra direção, experimentar uma história mais contida, mais simples, ou até mesmo explorar outro gênero narrativo. A versatilidade também é uma qualidade que nós, escritores, devemos desenvolver.

    Conclusão:

    Uma ideia interessante, mas que talvez se sabotou ao tentar vestir uma identidade que não era sua. A ficção científica aqui tem méritos próprios e merecia existir sem o rótulo do universo bruxo, que não contribui efetivamente com a narrativa. Além disso, é louvável ver autores que constroem um estilo consistente e reconhecível, como é o caso aqui, mas às vezes, sair da zona de conforto é o que torna um escritor ainda mais completo

  3. leandrobarreiros
    14 de junho de 2025
    Avatar de leandrobarreiros

    A proposta de misturar fantasia e ficção científica como uma alternativa ao universo mágico de Harry Potter é muito criativa.

    Mesmo não sendo um grande conhecedor da obra original, a história me prendeu e me deixou curioso para saber o desfecho. O conflito interno do protagonista, que teme viver à sombra do pai e busca seu próprio caminho na ciência antes de se reconciliar com seu lado mágico, foi muito bem trabalhado.

    Contudo, senti uma certa pressa na finalização da trama, o que gerou alguns problemas. O mais evidente foi a mudança súbita do português do Brasil para o de Portugal, o que quebrou a consistência do texto.

    Além disso, o final pareceu apressado, como se o clímax tivesse sido pulado, deixando a resolução do conflito pouco clara. Por fim, os diálogos soaram um pouco ingênuos para personagens que são astronautas; um linguajar mais técnico ou maduro poderia fortalecer a verossimilhança.

  4. Gustavo Araujo
    13 de junho de 2025
    Avatar de Gustavo Araujo

    Não tenho muitas dúvidas de que este é um dos contos mais criativos do desafio. E olha que eu nem sou tão fã assim do Harry Potter – para dizer a verdade, não li os livros e assisti somente a alguns dos filmes. Mas acho que o autor fez um trabalho muito bom de aproveitar o universo do bruxo e projetá-lo no futuro, até Simon, o herdeiro.

    Bacana também a decisão de jogar tudo isso numa narração de ficção científica em que Simon, apesar de herdeiro de Harry prefere atuar como astronauta, sendo obrigado a resgatar suas origens quando a espaçonave em que ele e outros são perseguidos por alienígenas.

    Gostei das idas e vindas, passado e futuro se alternando, com as intrusões, no bom sentido, de alguns dos elementos e dos personagens dos livros do Harry. E gostei porque isso surge como easter eggs, sem comprometer o fio principal, que mistura crescimento pessoal, dúvidas e até mesmo um romance com a capitã colombiana.

    Enfim, é um conto de fôlego bem propício para quem é fã de Harry Potter e até para quem é adolescente, dada a sucessão de ações ao longo dos parágrafos.

    Para não ficar só nos elogios, sugiro uma pequena revisão gramatical, especialmente nos primeiros parágrafos, para atender ao necessário paralelismo verbal, já que presente e pretérito se misturam indevidamente.

    Parabéns e boa sorte no desafio.

  5. Andre Brizola
    13 de junho de 2025
    Avatar de Andre Brizola

    Olá, Simon!

    A mistura de ficção científica com a confusa criação mágica de Harry Potter, de J. K. Rowling, gerou um enredo interessante. Me perdoe pelo “confusa criação”, ali de cima, mas, pra mim, Harry Potter é uma série de livros que foi escrita com mandos e desmandos de sua autora, em que ela alterava os rumos do mundo ao seu bel prazer a fim de que a história pudesse continuar, mesmo que nada fizesse sentido. Pra mim, utilizar esse mundo, é arriscar-se em algo já originalmente falho. E, tendo dito isso, acrescento que meus comentários neste desafio estão sendo feitos de forma mais sistemática, para tentar ser mais prático, ágil e justo com os participantes.

    Técnica – Gosto da divisão do conto em capítulos, embora dentro do EntreContos essa fórmula tenha alguns detratores. Acho que os capítulos organizam as ideias e distribuem os eventos de forma organizada, dando ao autor o poder de contar sua história da forma como ele imaginou, sem o atropelo do texto corrido. É algo arriscado, pois há quem diga que isso é falta de “leitura contemporânea”. Não pra mim, e gostei da divisão. Indo de forma mais profunda no texto, de início achei estranho a utilização dos termos em inglês do mundo do Harry Potter, mas aí comecei a me deparar com termos que não são, claramente, do português brasileiro, o que indica que o autor teve contato com outra tradução da obra. E isso explicou diversos termos que eu já estava anotando mentalmente para questionar. Mas, e sempre há um, acredito que seu conto precisa de uma revisão no que diz respeito à repetição de palavras. No capítulo cinco, por exemplo, há um parágrafo em que a palavra “nave” surge quatro vezes num espaço bastante pequeno. Outro detalhe é a constante explicação para o que está acontecendo, quando nem sempre a explicação é benéfica para o que está sendo contado. Tomo como exemplo toda a parte sobre o quidditch com Simon indo para a batalha, que toma espaço, e não acrescenta praticamente nada ao desenvolvimento.

    Enredo – Gostei da fusão de um enredo tipicamente Babylon 5, ou Star Trek, com Harry Potter. O que eu citei no início do que é falho no mundo criado por J.K. Rowling ficou de fora de sua trama, o que foi salutar. Por outro lado, acho que você acabou utilizando o mesmo recurso da autora ao justificar a presença da vassoura em um baú em uma nave espacial, o que pra quem acompanha a ficção científica de perto, é algo bem irreal. Você precisava da vassoura lá e forçou a barra para que lá estivesse, contrariando qualquer lógica. O argumento foi muito raso, e eu aqui, como leitor, torci o nariz. É um enredo com potencial, mas ao lidar com a ficção científica, é preciso ser mais detalhista naquilo que se quer contar.

    Tema – Neste aspecto, desta vez, decidi ser bastante rígido no que diz respeito ao respeito ao que foi proposto. Entendo que os temas são um tanto quanto diferentes do usual, mas essa foi a proposta do EntreContos e acho que nós, autores, deveríamos honrá-la com textos que a atendessem da melhor forma possível. E aqui está tudo dentro do esperado. Acho que a sua utilização do que o portal determinou como fanfic foi além, expandindo o mundo já criado. Achei muito bom.

    Impacto – Escrevo esse item do meu comentário alguns dias após ter lido o conto, para medir a forma como reagi ao texto e como ele me afetou. Acho que se a experiência foi boa, se o enredo me provocou, me fez pensar sobre o assunto, ou se há algo extremamente particular, mesmo que ruim, o conto reaparece em minha cabeça e penso sobre ele depois. E sua mistura de Harry Potter com ficção científica só me surgiu ontem na memória porque o pessoal no grupo do EC passou grande parte do dia discutindo o cast de uma série do HP. E esse é um aspecto negativo, pois até então, seu conto havia fugido totalmente de minha cabeça. É estranho, pois sci-fi é algo que me atrai e contos nessa linha geralmente me pegam. Mas aqui o impacto foi praticamente nulo. Talvez pelo fato de ser uma fanfic de Harry Potter. Veja bem, eu li todos os livros, assisti a todos os filmes (minha esposa ficou muito fã dos livros na época em que foram saindo, e a propaganda que ela fez era muito grande). Mas a série sempre me pareceu muito falha então, desde que terminei de ler, vejo tudo relativo ao HP como algo dispensável. Eu esperava algo diferente aqui, mas a falta de lógica em algumas coisas, tradicional da série, foi mantida. E isso afastou meu interesse.

    Eu vejo diversas qualidades no conto. É muito bem escrito, embora tenha lá o que precise ser revisto. E a amálgama foi bem escolhida, um mundo de fantasia com a seriedade da ficção científica. Não acho que Harry Potter seja algo relevante, mas mesmo assim, a utilização foi bem-feita, o que não gostei foi a falta de lógica em algumas decisões de enredo, e algumas inserções explicativas desnecessárias. No geral, é um bom conto.

    É isso. Boa sorte no desafio!

  6. Pedro Paulo
    11 de junho de 2025
    Avatar de Pedro Paulo

    Olá! Tentando simplificar, estarei separando meus comentários em “forma” e “conteúdo”, podendo adicionar um terceiro tópico para eventuais observações que eu não enquadre em um ou outro.

    FORMA: É um conto majoritariamente bem escrito, apesar de algumas adjetivações baratas e sem sentido que forçam alguns trechos da leitura, como o momento em que Sara é descrita como “inteligente e atraente” quando se fala da política de apagamento da memória dos trouxas ou a caracterização dela como “provocante militar colombiana”. Juvenil, mas não de uma forma que dialogue bem com o tema chubesco. A própria conclusão do parágrafo em que Simon percebe a sua paixão me pareceu tão artificial quanto as descrições de Sara, enfraquecendo a credibilidade de um momento que deveria ser catártico. Ainda assim, como escrevi ao iniciar este comentário, a escrita é boa e dá conta dos cenários e imagens mirabolantes saídos dessa imprevisível combinação entre Harry Potter e ficção científica. Em termos de estrutura, volto a criticar. A subdivisão me pareceu dispensável e tenta organizar uma história grande demais para ser contada em três mil palavras – embora eu julgue que a própria concepção dessa premissa dificultou a coesão do texto. Os capítulos se comunicam muito mal, como argumentarei abaixo.

    CONTEÚDO: Neste tópico a maioria das minhas considerações também é negativa. As primeiras seções do conto foram lidas sob o choque de ser tragado ao universo mágico de Harry Potter com todas suas implicações e idiossincrasias para depois ser puxado para anos luz de distância, em uma nave espacial. Antes de entender, perguntava-me se o protagonista estava sonhando ser neto de Harry ou se era mesmo. Nenhuma das alternativas me pareceu uma boa escolha. Todos os parágrafos dedicados à passagem de Simon por Hogwarts sugerem outros rumos ao texto, aludindo a um conflito de legado entre a tradição Griffnória e a casa Sonserina, por exemplo. Nada de original, mas a escolha totalmente improvável levou a uma história bem menos interessante. Senti o mesmo quando próximo ao final Simon fala de uma partida de quadribol e foi um trecho inserido após o conto dar a virada de sua alegada paixão pela provocante militar colombiana Sara Mendez, parecendo-me deslocado e, a essa altura, despropositado, já que o maior investimento do texto foi em repetidamente pontuar o quanto dissociado do mundo mágico era Simon Potter. Não falei sobre a viagem espacial e a criatura que intitula o conto. Isto é porque, confesso, eu já havia perdido o interesse e tive dificuldade de ler o texto, mas explicarei o porquê desta crítica: a descrição da tripulação me pareceu completamente desnecessária, não porque não poderia ser feita, mas porque para além da inteligente e atraente Sara Mendez, o restante do grupo não tem peso na narrativa, são nomes e caracterizações que poderiam ser articuladas na trama, mas ficam apenas na apresentação. A criatura indefinida, muito descrita, mas pouco explicada, também me pareceu genérica e sem importância. Seu embate com Simon também é inconclusivo e anticlimático, o mais interessante sendo o aproveitamento daqueles óvulos mencionados para inserir um gancho que, em contrapartida, cabe mal em um conto e aponta para uma continuação daquilo que eu tenho argumentado por não ter gostado: bruxos no espaço.

  7. Leo Jardim
    10 de junho de 2025
    Avatar de Leo Jardim

    📜 TRAMA (⭐⭐▫▫▫)

    Pontos Fortes:

    • Premissa Original – A fusão do universo Harry Potter com ficção científica espacial é intrigante.
    • Momento de Tensão – A cena da nave sendo engolida pela Quimera cria um clímax visual eficaz.

    Pontos de Melhoria:

    • Sobrecarga de Elementos – Introduz muitos personagens (7 tripulantes) e subplots (herança de Harry, romance com Sara) em pouco espaço.
    • Resolução Anticlimática – A Quimera simplesmente liberta a tripulação sem confronto decisivo ou custo emocional.
    • Magia Subutilizada – Os poderes de Simon não impactam significativamente o desfecho.

    📝 TÉCNICA (⭐⭐▫▫▫)

    Excelência Narrativa:

    • Transições Criativas – As mudanças entre sonhos/criogenia/realidade são fluidas.
    • Detalhes Sinceros – A cena do violino flutuando durante o caos na nave é um toque vívido.

    Sugestões:

    • Consistência Temporal – Uniformizar os tempos verbais no início (alternância entre passado e presente).
    • Economia Narrativa – Reduzir personagens secundários (ex.: fundir Hugh/Amanda ou Paul/Yrine).

    🎯 TEMA (⭐⭐)

    • Fanfic de Harry Potter – A conexão é superficial; a magia serve mais como adereço que como motor narrativo.
    • Tópicos Tratados:
      • O peso da herança familiar (“não ser o avô”).
      • Colonização espacial vs. preservação de vida alienígena.

    💡 CRIATIVIDADE (⭐⭐⭐)

    Destaques:

    • Inovação Conceitual – Naves espaciais x vassouras e varinhas no espaço sideral.
    • Quimera como Antagonista – Ser orgânico com habilidades de manipulação mental é uma ideia fresca.

    Oportunidade Perdida:

    • Sistema Mágico Adaptado – Poderia explorar como a magia funciona no vácuo (ex.: feitiços de atmosfera criando bolhas de ar).

    🎭 IMPACTO (⭐⭐▫▫▫)

    Por Que Não Funcionou:

    • Emoção Diluída – A cena emocional mais forte (saudades do avô) é ofuscada pela trama espacial.
    • Final Confuso – A clonagem dos tripulantes pela Quimera parece um gancho artificial para sequência.

    Potencial Não Explorado:

    • Conflito Geracional – A relação Simon/Harry Potter merecia mais desenvolvimento (ex.: sonhos com conselhos do avô durante a crise).
  8. cyro eduardo fernandes
    6 de junho de 2025
    Avatar de cyro eduardo fernandes

    Conto criativo e bem desenvolvido.

  9. danielreis1973
    5 de junho de 2025
    Avatar de danielreis1973

    A Quimera Vermelha (Simon)

    Segue a minha análise, conforme método próprio e definido para este desafio:

    CONCEITO: fanfic de Harry Potter, isso é claro. Mas o original foi desenvolvê-la sob forma de ficção científica/exploração espacial. Uma mistura de ingredientes que, apesar de inusitada, me pareceu um pouco indigesta para o leitor mediano (eu, no caso). 

    DESENVOLVIMENTO: a história se desenvolve em momentos bem estanques, sendo a primeira parte uma localização de qual é a origem da fanfic; a segunda, uma situação espacial inusitada na qual o fato de ser quem é faz do protagonista um “estranho no ninho”; e a terceira, um pouco apressada a meu ver, que lida com as consequências do retorno à terra e da existência da Quimera Vermelha como mãe de uma nova geração de Potters.

    RESULTADO: diria razoável, já que se destacou pelo inusitado. Porém, acho que a combinação dos temas não resultou em uma história crível, mas sim numa mistura um tanto heterogênea.

  10. Priscila Pereira
    2 de junho de 2025
    Avatar de Priscila Pereira

    Olá, Simon! Tudo bem?

    Eu não li Harry Potter, então não sei se é uma fanfic boa ou não… Então vou avaliar como um conto normal.

    Gostei da história, a mistura de magia e espaço ficou bem legal. Os dramas internos do personagem foram bem desenvolvidos, e os outros personagens são interessantes, porém, por causa do limite, não foram desenvolvidos o suficiente pra que o leitor se importe com eles.

    As cenas de ação poderiam ser maiores também, a imagem do rapaz voando em uma vassoura no espaço ficou bem legal, mas foi bem curta.

    Mas que viagem foi esse último parágrafo? Doideira demais!! Gostei!

    Escrita segura e eficiente.

    Parabéns pelo conto e boa sorte no desafio!

    Até mais!

  11. Mariana
    1 de junho de 2025
    Avatar de Mariana

    História: Uma fanfic com o universo de Harry Potter, atendendo ao tema do desafio. O neto do Harry Potter está em uma nave, busca um destino diferente do esperado. É curioso essa mistura de fantasia e ficção científica, mas admito uma coisa aqui: eu nunca li nenhum Harry Potter, nunca assisti nenhum filme. A minha filha achou bastante interessante (dei para ela ler), então acredito que atende o impacto. Simon é por causa do jogo? 1,5/2

    Escrita: É uma escrita segura, que vai revelando a história aos poucos. A descrição final é visualmente impactante e dá margem para continuação. O autor parece ser bastante fã de Harry Potter e ficção científica. 1,5/2

    Impacto: Eu não senti tanto impacto, por não ter conhecimento aprofundado da franquia. Mas pareceu, até pela reação da minha filha, ser um trabalho de alguém com muito carinho pelo universo 0,5/1

  12. Amanda Gomez
    30 de maio de 2025
    Avatar de Amanda Gomez

    Oi, bem?

    Uma fanfic de Harry Potter com toques de ficção científica.

    Devo confessar que foi uma leitura um tanto turbulenta. Comecei e parei várias vezes, mas nem coloco toda a responsabilidade no texto. Estou tendo dificuldade de “apreciação”, digamos assim.

    É um texto ousado. Você escreveu uma fanfic baseada em uma história infantojuvenil, mas com personagens adultos. O fato de o protagonista ser neto do Harry é apenas um detalhe, porque, fora isso, não sentimos identificação com o personagem, e fica difícil associar as duas histórias. Juntar ficção científica com fantasia é uma tarefa complicada. O enredo do seu texto é interessante, mas, na minha visão, foi um pouco precipitado. A fanfic em si é muito sutil. A avó do Harry Potter é mencionada, mas sem que haja maior ênfase ao universo de Harry Potter.

    É interessante a busca por pertencimento do personagem e sua trajetória. No entanto, achei que há personagens demais, e a maioria pouco acrescenta. Para desenvolver algo tão amplo, seriam necessárias mais de três mil palavras, especialmente porque são dois gêneros que exigem muita ambientação.

    Algo que me chamou atenção é que terminei a leitura sem lembrar o nome do personagem ou sentir qualquer apego a ele. Isso mostra que o personagem acabou sendo fraco em comparação ao homenageado. E, por ser um conto mais adulto, não tem, literalmente, a magia da saga.

    Foi uma escolha ousada, e admiro a coragem. Apesar disso, não acredito que haja muitos fãs da saga no EC.

    Boa sorte no desafio!

  13. Marco Saraiva
    24 de maio de 2025
    Avatar de Marco Saraiva

    Cacetada, maluco. Isso que é fanfic: Harry Potter no espaço, bruxo com ficção científica! Coisa boa!

    Aqui, Simon Potter, o neto de Harry Potter, descobre que não é dos melhores bruxos e decide seguir a sua vida como trouxa, tornando-se astronauta e singrando o espaço sideral, ainda com a sua varinha e conhecimentos mágicos. A caminho da colônia humana no planeta Sagan (gostei da homenagem a Carl Sagan!), são interceptados por uma forma de vida alienígena que se apresenta como uma gosma vermelha.

    Achei o conto de uma criatividade imensa. As pontas são bem aparadas também, tudo faz sentido. O conto parece ter nascido daquelas perguntas simples que agem como o bater das asas de uma borboleta: iniciam apenas com o “e se” (e se um bruxo fosse para o espaço?) e terminam com uma vida alienígena criando os netos de Harry Potter e na posse de uma varinha mágica. Santa JK Rowling!

    Foi um conto divertido de ler, que me fez sorrir em diversas partes, olhos brilhando com algumas sacadas do autor. Parabéns!

    NOTAS:

    • Só achei que o conto pedia que a magia tivesse um papel mais protagonista. É escolha válida fazer com que a magia de Simon não servisse de nada; na verdade, até conversa com a natureza do personagem, que se vê mais trouxa do que bruxo. Mas achei que a cena principal do conto – a batalha contra a Quimera, que tinha o potencial para ser um clímax magnânimo – perdeu muito da força quando nada aconteceu. Acompanhamos Simon correndo atrás da varinha e da vassoura e conjurando feitiços para absolutamente nada. Novamente: escolha do autor, e eu respeito, mas achei que o conto poderia ter um peso maior com escolhas diferentes.
    • Jorge Santos
      19 de junho de 2025
      Avatar de Jorge Santos

      Olá, Marco. Vou guardar o seu comentário na pasta dos momentos felizes, aqui no Entrecontos. Decidi apostar num universo que pensei fosse mais conhecido no grupo, mas a contar pela maioria dos comentários, foi uma má aposta. Depois, decidi misturar este universo com o universo da sci-fi, outra das minhas paixões, dando origem a uma confusão que só agradaria a alguns palatos.
      O seu comentário acertou em cheio no que pensei ao escrever o conto, quase como se estivesse presente enquanto martelava as teclas do computador. Tipo wingman no Top Gun…
      Foi um risco calculado que resultou num conto com uma pontuação mediana e uma aceitação igualmente mediana, mas que voltaria a fazer.
      Obrigado.

  14. Kelly Hatanaka
    22 de maio de 2025
    Avatar de Kelly Hatanaka

    Simon é neto de Harry Potter e, através de seus sonhos ficamos sabendo da morte de seu avô, já idoso. Achei interessante a inserção deste personagem num conto de ficção científica. Como Harry Potter é uma história cuja ambientação é marcante, isso foi um risco. Poderia não funcionar. Mas funcionou.

    Um conto muito bom, com muitos detalhes e bem conduzido, sinal de uma narração experiente.

    Gostei também da Quimera, que imaginei como um imenso molusco, o que me levou a imaginar o espaço como um grande oceano. Talvez nosso universo seja uma bolinha vagando pelas Fossas Marianas de algum outro mundo.

    O conto teve também o efeito de ser nostálgico, com suas referências a Hogwarts, a Dumbledore, às casas. E por me lembrar também do ótimo filme Contato.

    Mas, tem uma coisa que não entendi muito bem. A Quimera pretendia matar o grupo de cientistas. Na parte 5 ele “diz”: “Volta. Não precisas morrer”. Esta foi também a conclusão de Sara. Que eles iam ser devorados e foram salvos pela coragem de Simon. Porém, na parte 8, sabemos que o inquérito concluiu, com base nos sonhos da tripulação, que seria preciso mudar o local da central de processamento da atmosfera pois havia debaixo desta uma colônia de quimeras. Então, o que foi? A Quimera os atacou para salvar sua colônia, e por isso, pretendia mantê-los vivos e manda-los de volta à Terra, ou pretendia comê-los e desistiu por causa de Simon?

    Fora isso, é um conto ótimo, inventivo, criativo e corajoso e uma leitura muito agradável.

    Parabéns e boa sorte no certame!

    Kelly

    • Jorge Santos
      19 de junho de 2025
      Avatar de Jorge Santos

      Olá, Kelly.

      Obrigado por ter gostado do conto. Concordo com a falta de coerência em algumas partes, em especial quando referi que iriam ser devorados. Não faz sentido que a Quimera tenha o objetivo de transmitir um aviso e depois coma os mensageiros.

      Abraço.

  15. Givago Domingues Thimoti
    21 de maio de 2025
    Avatar de Givago Domingues Thimoti

    A Quimera Vermelha:

    Bom dia, boa tarde, boa noite! Como não tem comentários abertos, desejo que tenha sido um desafio proveitoso e que, ao final, você possa tirar ensinamentos e contribuições para a sua escrita. Quanto ao método, escolhi 4 critérios, que avaliei de 1 a 5 (com casas decimais). Além disso, para facilitar a conta, também avaliei a “adequação ao tema”; se for perceptível, a nota para o critério é 5. Caso contrário, 1. A nota final será dada por média aritmética simples entre os 5. No mais, espero que a minha avaliação/ meu comentário contribua para você de alguma forma.

    Boa sorte no desafio!

    Critérios de avaliação:

    • Resumo: 

    O neto de Harry Potter, membro da Sonserina e apreciador de tecnologia humana (huuuum, acho que aqui tivemos um deslize), embarca numa viagem espacial trouxa para colonizar um novo planeta. Durante a viagem, encontra um alienígena muito doido, ele e a tripulação são capturados, mas liberados milagrosamente (com prováveis ovinhos alienígenas mágicos para subjugar a humanidade).

    Infelizmente, eu diria que esse conto é uma fanfic, pero no mucho. Bom, enquanto fanfic de Harry Potter, eu acho esse conto muito dissonante. Não só por conta dessa questão da Sonserina e o Simon Potter ser extremamente conectado com a humanidade (se eu não me engano, o Chapéu que escolhe as casas foi queimado no livro 7. Eu imagino que ou foi feito um novo ou foi reconstituído o primeiro; de qualquer forma, a lógica é que com a guerra contra Voldemort e os feitos de Harry depois como auror tornam sua linhagem extremamente ligada com a Grifinória… E, claro, nem todo mundo da Sonserina é um trouxafóbico, mas a Casa é extremamente ligada com esse orgulho de ser bruxo, então essa ligação de Simon com a Sonserina e com o mundo dos trouxas meio estranho). Mas isso tudo que eu falei nem é importante.

    Digo isso porque, por vezes,  o foco é muito mais no lado sci-fi do que do universo Harry Potter. E, claro, até pode ter outra referência a um filme de ficção científica, mas essa me escapou, infelizmente. A todo momento, durante a escrita desse comentário, eu senti muita dificuldade de definir se o conto encaixa ou não enquanto um conto fanfic de Harry Potter. Boa parte das coisas do universo estão em segundo plano. O foco do enredo é o sci-fi…

    Sou forçado a dar um 2,5, porque eu realmente senti que o universo Harry Potter foi relegado a um acessório.

    • Pontos positivos e negativos: 

    Positivo: um baita sci-fi, com uma escrita condizente com o gênero. 

    Negativo: Harry Potter se tornou apenas um acessório. Essa salada mista entre Harry Potter e Sci-fi não deu certo, embora a escrita esteja tão boa que torna essa mistura quase degustável. 

    • Correção gramatical – Texto bem (mau) revisado, com poucos (muitos) erros gramaticais. 5

    Acho que é um dos contos, em termos gramaticais, mais bem escritos da Série B. Parabéns pela revisão e pelo trabalho!

    PS: percebi que o português é o de Portugal. Por isso que não destaquei o fato que as palavras escritas em línguas estrangeiras (catcher, quidtch) deveriam ser escritas em itálico. 

    PS2: Na edição do Harry Potter aqui no Brasil, esses termos todos foram traduzidos (Quadribol, apanhador…)

    • Estilo de escrita – Avaliação do ritmo, precisão vocabular e eficácia do estilo narrativo. 4

    O estilo de escrita é bom. Como disse anteriormente, correto gramaticalmente. De certa maneira, combina com a história, sustentando-a já que ela em boa parte é uma ficção científica. Neste sentido, a escrita é bem descritiva, em alguns momentos cientificistas.

    Inclusive, acho que foi ela que sustentou a história. 

    Contudo, em alguns momentos, ela arrasta a história.

    • Estrutura e coesão do conto – Organização do conto, fluidez entre as partes e clareza da construção narrativa. 3

    O conto é dividido em capítulos. Do jeito que foi escrito, o grande ponto positivo nesse quesito é que a história tem alguma fluidez. Os capítulos dialogam entre si direitinho, que nem uma cadeia de correntes. O leitor não fica com aquela sensação de lê/para, lê/para.

    Por outro lado, esse é um conto com uma história complexa. Não tanto por ser uma história cheia de plot twists ou traços ocultos nas entrelinhas. A complexidade dessa história reside nesse mix de história sci-fi com o universo de Harry Potter. Honestamente, não dialoga tão bem a magia e os aliens. É confuso por natureza, já que são dois mundos diferentes. Na medida do possível, o conto juntou esses dois universos. Mas não dialogou tão bem.

    • Impacto pessoal – capacidade de envolver o leitor e gerar uma experiência memorável: 2

    Que salada! Junta Harry Potter e alienígenas… Puts, queria ter gostado mais. Do ponto de vista gramatical e estilo, o conto está muito bom. Acho que o problema é a história mesmo. É tanta coisa que eu até fiquei meio zonzo. 

    Pessoalmente, achei que a junção Harry Potter e alienígenas não combinou bem, ao ponto de quase desvirtuar a adequação ao tema fanfic. Inclusive, creio que por vezes, o tema ficou meio ao Deus dará e, por isso, eu descontei pontos. 

    Além disso, também fiquei um pouco incomodado com essa profusão de informações de sci-fi. É asteroide que não é asteroide, e sim um alienígena plasmático verde com tripas vermelha (??). Criogenia… 

    Nota final: 3,3

  16. andersondopradosilva
    18 de maio de 2025
    Avatar de andersondopradosilva

    Olá, autor.

    Não gostei do seu conto.

    Julguei que, em alguns momentos, você repetiu palavras demais em locais próximos. Tem repetição de “estava”, uma imensa repetição de “nave”, repetição de “desafiado/desafio”, de “sentir/sentir-se”, de “voar/esvoaçar”.

    Quanto ao enredo, embora eu até tenha gostado de ver o bruxo deslocado de seu ambiente natural, metido em uma aventura espacial, renegando suas origens e entrando em conflito com a família, ao cabo julguei que a história soa juvenil, mas não em atenção ao tema, mais mesmo por causa da simplicidade, da falta de aprofundamento, da superficialidade de fatos e sentimentos, e em função da denotação da linguagem, pouco elaborada, que não soa única, especial, digna de nota.

    Pela participação inconsistente no desafio, nota 2.

    Abraço.

  17. Luis Guilherme Banzi Florido
    13 de maio de 2025
    Avatar de Luis Guilherme Banzi Florido

    Boa noite! (esse conto nao faz parte dos que tenho que ler)

    Eu amo Harry Potter, e tava ansioso pra ver as fanfics que apareceriam. Devo dizer que esperava mais contos no tema, pelo visto são só dois. E devo dizer tambem que esse aqui me surpreendeu. Nao esperava nada do tipo. É muito interessante imaginar a vida de um bruxo que decide simplesmente viver como trouxa. É algo que o universo de HP faz parecer impensavel, como se nenhum bruxo fosse jamais decidir por esse caminho, mas eu sempre pensei sobre isso. E tambem sempre pensei sobre como seria a vida de um bruxo q decide que, além da magia, vai usar tecnologia para alcançar patamares que a magia não consegue.

    Voce explora bem essas ideias, muito bem. A ideia de que o neto do harry virou astronalta é muito interessante, e conquistou minha curiosidade imediatamente. Achei uma historia bem legal, interessante, um enredo curioso e instigante. Foi uma leitura que me agradou muito.

    Achei legal tambem algumas referencias meio camufladas que voce usou, como a nave chamada Fenix e o Alienigena Quimera, duas criaturas do universo de HP.

    O unico porem é que achei o final do conto um pouco confuso, e precisei de algumas releituras pra juntar as peças. No fim, entendo que a nave roubou a varinha do Simon (ele nao sentiu falta? será que eu entendi errado?), e criou uma especie de humanos produzidos em laboratorio com o semen do Simon e os ovulos do outro personagem. Entao, os ET’s criaram uma especie de bruxos alienigenas descentes de HP. Ideia interessante, criativa. E meio bizarra: onde isso iria parar? Gostaria de saber.

    Parabens pelo trabalho e boa sorte!

  18. toniluismc
    6 de maio de 2025
    Avatar de toniluismc

    Comentário Crítico do Conto “A Quimera Vermelha (Simon)”
    Avaliação por critério: Impacto · Criatividade ·

    Técnica 📌 IMPACTO: MUITO ALTO

    O conto entrega um impacto emocional multifacetado e de longo alcance. Mescla saudade geracional, ansiedade existencial, orgulho reprimido, superação, descoberta de identidade e reencontro com o legado em uma única narrativa que oscila entre o íntimo e o épico.

    A presença simbólica de Harry Potter como avô de Simon confere um peso emocional retroativo ao texto inteiro. O conto respeita o universo original, mas se vale de sua potência simbólica para construir uma nova mitologia, madura e provocativa. A cena final, com a Quimera segurando a varinha de Simon e revelando os embriões, ecoa como uma reviravolta sci-fi de cunho mítico, carregada de ambiguidade e assombro: é o terror do legado manipulado? A continuação da linhagem mágica em outra forma? A colonização biológica de um novo mundo?

    O conto também evoca reflexões sobre o pertencimento, o preço da diferença, a responsabilidade herdada, o conflito entre magia e ciência, tradição e modernidade. É uma obra que cresce depois da leitura.

    🎨 CRIATIVIDADE: EXCEPCIONAL

    A fusão entre ficção científica hard, fantasia mágica e mitologia pop contemporânea é engenhosa, ambiciosa e bem realizada. A história poderia facilmente naufragar ao tentar conciliar tantos elementos — Hogwarts, naves espaciais, criogenia, alienígenas, varinhas mágicas, Kalashnikovs e beduínos — mas o autor constrói uma lógica interna coesa e ousadamente imaginativa.

    O uso da Quimera como entidade simbiótica/alienígena que absorve e transforma tanto corpos quanto heranças é um achado poderoso. O título se revela não apenas literal, mas metafórico: Simon é ele mesmo uma quimera, híbrido de dois mundos (magia e ciência), e o conto inteiro trabalha esse conceito em diferentes níveis (biológico, emocional, simbólico e até político).

    A narrativa evita o clichê do “escolhido” infalível e apresenta um protagonista relutante, introspectivo, ambíguo, o que torna a resolução mais crível e significativa. O humor sutil, as referências culturais discretas e os personagens secundários (Yuri, Sara, Paul/Paula) também são criativamente bem compostos.

    🛠 TÉCNICA: MUITO BOA, COM ESPAÇO PARA ENXUTAMENTO

    Pontos fortes:

    • O texto tem estrutura episódica bem marcada (com numeração e separações), o que ajuda a guiar o leitor entre os diferentes estágios da aventura.
    • A linguagem é clara, com descrições vívidas, alternando com fluidez entre o lirismo (nos sonhos/memórias) e a objetividade técnica (nas cenas espaciais).
    • O ritmo é controlado e cinematográfico, com uso eficaz de pausas, diálogos e quebras de tensão.

    Pontos que podem ser melhorados:

    • O conto é extenso e algumas seções poderiam ser ligeiramente condensadas sem perda de impacto. Certas descrições (especialmente nos segmentos 2 e 4) repetem ideias ou informações já compreendidas.
    • O diálogo final entre Simon e Sara é envolvente, mas pode soar expositivo demais em alguns momentos — talvez pudesse ser mais sutil nas revelações emocionais, dado o nível já alto de subtexto ao longo do conto.
    • Embora a presença da mitologia Harry Potter seja bem utilizada, há o risco de dependência emocional do leitor com a obra original. Para leitores não familiarizados, parte da emoção pode se perder. Seria interessante reforçar ainda mais a autonomia simbólica de Simon.

    🧾 CONSIDERAÇÕES FINAIS

    “A Quimera Vermelha” é uma narrativa híbrida que mistura ficção científica e fantasia com inteligência, ousadia e sentimento. Tem potencial de agradar tanto fãs de literatura especulativa quanto leitores mais sensíveis à jornada emocional do herói contemporâneo. Ao mesmo tempo que presta homenagem ao universo de Harry Potter, constrói algo novo e poderoso — um novo tipo de herdeiro, que precisa aprender a carregar o nome sem se deixar engolir por ele.

  19. Afonso Luiz Pereira
    6 de maio de 2025
    Avatar de Afonso Luiz Pereira

    Oi, Simom, como vai? Olha, confesso logo de saída: nunca li os livros da série Harry Potter. Minha familiaridade com o universo dele vem apenas de um ou dois filmes que assisti por curiosidade. Dito isso, talvez minha leitura deste conto seja menos informada quanto às minúcias do cânone e mais voltada à mistura de elementos, sobretudo à inserção inusitada, e ousada, da Ficção Científica no mundo do bruxo.

    O autor fez aqui uma mistura bem inusitada e corajosa: pegou o mundo mágico e jogou ele de cabeça num cenário de Ficção Científica. A graça do conto está justamente nesse contraste entre magia e ciência, que em tese são coisas que não se misturam, mas aqui convivem com um tipo de lógica própria, meio caótica, meio imprevisível.

    O inusitado está na premissa do enredo: conta a história de Simon, um jovem astronauta e neto do famoso bruxinho Harry Potter, este mais velho e recém-falecido. Em uma missão para chegar ao Planeta Sagan, a nave a tripulação da qual Simon faz parte é abordada por uma entidade viscosa alienígena. Entre clones, paradoxos temporais e feitiços com varinhas, ele ainda se preocupa em jogar em esconder o mundo mágico dos humanos comuns.

    Do ponto de vista técnico, o texto é bem escrito, ágil e direto ao ponto. O autor tem domínio da linguagem, e a leitura flui com naturalidade, mesmo com as referências cruzadas e os elementos que exigem uma certa bagagem nerd do leitor.

    O enredo tem ritmo e sabe dosar bem a quantidade de referências com a construção da história em si. Dá pra ver que tem carinho pela obra original, mas também vontade de brincar com ela, de subverter expectativas. Acho que aqui o autor matou dois coelhos numa cajadada só: conseguiu contemplar o tema infantojuvenil e fanfic ao mesmo tempo.

    Mesmo sem ser fã de Harry Potter, até que me diverti com essa leitura. E fiquei pensando que talvez o segredo da boa fanfic esteja aí: respeitar o universo original, sim, mas sem medo de chacoalhar tudo e perguntar “e se…?”.

  20. Antonio Stegues Batista
    5 de maio de 2025
    Avatar de Antonio Stegues Batista

    O conto usa personagens e termos do universo de Harry Potter, com Simon, suposto neto de Harry Potter como protagonista. A história é transportada do gênero Fantasia para Ficção Científica, viagens espaciais e colônias em outro planeta. Uma mistura de Magia e Tecnologia, os dois conceitos existindo pacificamente nas mãos dos Humanos. Simon e seus companheiros estão em viagem para um planeta distante e precisam passar algum tempo dormindo no sono criogênico, já que a magia não consegue transportá-los instantaneamente para lá. Aliás, a magia não serve para muita coisa e ao final, foi vencida pela tecnologia alienígena. O autor teve uma boa ideia e nos apresentou um conto inusitado, com o tema Fanfic. A escrita é correta, ambientação e diálogos muito bons. A ideia do monstro também foi muito boa. Parabéns e boa sorte.

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Publicado às 3 de maio de 2025 por em Liga 2025 - 2B, Liga 2025 - Rodada 2 e marcado .