EntreContos

Detox Literário.

O primeiro caso de Scarlet Cappello – Peça (Kelly Hatanaka)

PERSONAGENS

NARRADOR

Scarlet Cappello

Ana Mater

Vagner Lupo

Magnus Hunter

Vovó

Cher

Suellen

Greicy

Policial1

Policial2

Policial3

 

 

CENA 1

NARRADOR — Interior. Delegacia. Dia. No coração de uma grande cidade muito, muito distante, pra lá de Carapicuíba, pra lá de onde o vento faz a curva, longe pra chuchu, Ana Mater, chefe de investigações, está analisando algumas fotos, preocupada. Algo cheira mal, e não é o café requentado nem o mofo que domina o carpete velho.

MATER – Scarlet!

SCARLET – Chamou, chefe?

NARRADOR — Scarlet Cappello, 25 anos, recém saída da academia de polícia, aprovada com louvor. Apelido: Hermione. Louca para mostrar serviço e ser promovida.

MATER – Sente-se. Como estão as investigações do assassinato da semana passada?

SCARLET – Descobrimos aquela marca feita à faca na mão da vítima, mas isso não nos levou a lugar nenhum.

MATER – Um símbolo, não é?

SCARLET – Na verdade, é uma letra grega. Alfa.

MATER – Droga! Era isso que eu temia.

SCARLET – O que foi, chefe?

MATER – Um outro corpo foi achado há pouco. Com o mesmo símbolo.

SCARLET – Ah não! Isto quer dizer…

MATER – Parece que há um serial killer na cidade. E eu quero que você vá ao local e assuma as investigações imediatamente.

SCARLET – Eu? (surpresa e maravilhada)

MATER – E tem mais alguém na sala?

SCARLET – Chefe, você não vai se arrepender, prometo!

MATER – Eu sei.

SCARLET – Onde ocorreu o assassinato?

MATER – Em uma boate no bairro Florestal. Tem um nome estranho para uma boate… Vovó não sei das quantas… (procura em alguns papéis).

SCARLET – Casa da Vovó?

MATER – Você conhece?

SCARLET – Não! (bruscamente).  Eu só… ouvi falar.

MATER – Lupo!

LUPO – Chamou, chefe?

NARRADOR — Vagner Lupo, 40 anos, investigador há 15. Orgulha-se de que “no tempo dele não era assim”.

MATER – Temos mais um assassinato, que parece ter o mesmo modus operandi do da semana passada. Scarlet Cappello aqui vai assumir as investigações e você vai ajudá-la.

LUPO – Eu posso assumir! Sou muito mais experiente do que ela.

MATER – E muito mais encrencado também. Já esqueceu do tiroteio desastroso do Bar Beira-Rio? Consegui livrar sua cara, mas não posso passar nada importante para você, por muito tempo. Entendido?

LUPO – (contrariado) Entendido. Ótimo. Eu, Vagner Lupo, o melhor investigador da cidade, virei babá da novata.

MATER – Ninguém mandou ter o dedinho nervoso e atirar quando não se deve. Você teve muita sorte. Já eu, tenho dor de cabeça até hoje por sua causa.

SCARLET – (animada) Então, vamos agora mesmo!

MATER – Scarlet, este é seu primeiro grande caso. Siga os protocolos, não se distraia e não se desvie deles. Eles existem para sua segurança. Não tome atalhos.

SCARLET – Fique tranquila, eu estou pronta, chefe Mater!

MATER – Cuidado, lá fora, vocês dois.

Scarlet e Lupo saem da sala. Ao sair, murmuram ao mesmo tempo.

SCARLET e LUPO – Sim, mãe…

Se entreolham surpresos e riem.

 

CENA 2

NARRADOR — Interior. Casa da Vovó. Dia. Casa da Vovó, o estabelecimento que todos dizem não conhecer, que todos negam frequentar, mas que está lotada todas as noites, que coisa mais estranha, não é mesmo? Lá, todas as noites são uma festa. Exceto esta última, que acabou com uma tragédia: Hilda Tornado foi encontrada sem vida, com um tiro no peito. Cher, Suellen e Greicy, suas colegas, estão reunidas no luxuoso salão, inconsoláveis.

CHER – Pobre Hilda…

SUELLEN – Pobre, pobre Hilda!

CHER – Quem poderia fazer uma coisa dessas? Uma pessoa tão boa!

SUELLEN – Tão, tão boa!

CHER – Lembra, daquela vez em que ela…

SUELLEN – Daquela vez, daquela vez, lembro claro!

Greicy interrompe intempestivamente.

GREICY – Uma vaca, isso sim!

CHER – Não fale assim dos mortos! É pecado!

GREICY – Ah, só porque morreu virou santa agora? E, pecado???? Tá de brincadeira, né?

CHER – Ela tinha lá suas esquisitices. Mas não merecia morrer.

GREICY – Merecer, não merecia. Mas, agora, a Casa da Vovó vai ficar fechada até quando? Preciso faturar, o aluguel vence, o condomínio não espera ninguém não, meu bem.

SUELLEN – Nós vamos fechar?

GREICY – Lógico, minha flor (impaciente)! Teve um assassinato aqui! Só vamos reabrir quando a polícia liberar.

SUELLEN – E quando vai ser isso?

CHER – Ninguém sabe. Pode ser um dia, uma semana, um mês…

SUELLEN – Um mês sem receber? Por causa do assassinato da Hilda?

GREICY – Talvez até mais tempo… (desanimada)

SUELLEN – Aquela vaca!

 

CENA 3

NARRADOR — Exterior. Carro. Dia. Scarlet dirige, feliz da vida em seu primeiro caso, indiferente ao silêncio desconfortável que domina o ambiente. Lupo, por sua vez, está inquieto, agitado.

SCARLET – Eu sei que você não gosta de ficar no banco do carona. Mas o protocolo diz que o investigador principal é que deve dirigir.

LUPO – Não dou a mínima para quem dirige ou não.

Longo silêncio.

LUPO – Olha, vou precisar passar num lugar antes.

SCARLET – Ok, onde?

LUPO – Preciso ir sozinho.

SCARLET – Isso é contra o protocolo.

LUPO – (furioso) Dane se o protocolo! (Depois, controlando-se) Escute, não é nada demais. Preciso passar na escola da minha filha.

SCARLET – Eu não sabia que você tinha uma filha.

LUPO – Pois tenho.

SCARLET – Levo você.

LUPO – Não! Você precisa chegar logo na Casa da Vovó, a cena do crime ainda está intacta.

SCARLET – Mas deve ser um desvio rápido.

LUPO – Eu já estou encrencado, Scarlet. Se a Mater souber que perdemos tempo no caminho por minha causa, ela vai me matar.

SCARLET – Imagina…

LUPO – Novata, vai por mim. Me deixa aqui, eu tomo um taxi, resolvo o problema na escola e encontro você na Casa da Vovó.

SCARLET – Não sei, não… O protocolo…

LUPO – Se você falar de novo no protocolo, eu vou pular do carro em movimento mesmo! Isso é besteira! É um jeito da Mater manter a gente sob controle. Vamos, pare agora!

SCARLET – Mas…

LUPO – Pare já!

NARRADOR – Scarlet para, Lupo sai correndo em direção a um taxi, todo nervosinho, após dar este verdadeiro piti…

LUPO – (para o Narrador) — Ah, vai catar coquinho!

Narrador sai de fininho. Scarlet prossegue, conformada. Após um breve silêncio, ela fala consigo mesma.

SCARLET – Até que é bom que eu esteja sozinha. Vou levar umas coisinhas que talvez me ajudem com Vovó…

 

CENA 4

NARRADOR — De volta à delegacia…

O celular de Mater toca. Ela atende sem dizer uma palavra. Por fim, diz:

MATER – Perfeito.

Desliga e liga para alguém.

MATER – A isca funcionou. Corra para lá, Hunter. Nós estamos a caminho.

 

CENA 5

Três policiais conversam diante de um cadáver coberto por um lençol.

NARRADOR — Interior. Dia. Quarto da Hilda. Três policiais vigiam o corpo sem vida de Hilda Tornado. O que estarão discutindo estes valorosos guardiões da lei e da ordem? Que hipóteses estarão formando estas brilhantes mentes investigativas?

POLICIAL 1 – Esses investigadores não chegam nunca?

POLICIAL 2 – É muita falta de consideração.

POLICIAL 3 – Vocês reclamam demais.

POLICIAL 2 – Ah, faz quanto tempo que estamos aqui? Seis horas?

POLICIAL 1 – Por aí.

POLICIAL 3 – Foram 2 horas.

POLICIAL 1 – Foi o que eu disse: por aí.

POLICIAL 2 – (Indicando o corpo com a cabeça) Como vocês acham que aconteceu?

POLICIAL 3 – Simples. (dá um tiro com a mão, muda de lugar como se recebesse o tiro e cai)

POLICIAL 1 – Tão simples? Acho que não. E saiu por onde?

POLICIAL 3 – Pela porta, ora. E voltou para o salão, como se nada tivesse acontecido.

POLICIAL 1. Tá, mas e o cúmplice? Saiu por onde?

POLICIAL 2 – Cúmplice? Nem sabia que tinha cúmplice.

POLICIAL 1 – Sempre tem. Senão como a gente ia descobrir quem foi? Sempre tem um cúmplice e ele sempre fala demais.

POLICIAL 3 – Anda assistindo muita série policial.

POLICIAL 1 – De jeito nenhum. É gibi da turma da Mônica.

POLICIAL 2 – Mas se tem cúmplice, cadê ele? Saiu pela janela?

POLICIAL 3 – Mas a janela está inteira.

POLICIAL 2 – Ele pode ter aberto a janela para pular. Dãããã.

POLICIAL 3 – E, depois de pular, ele voltou para fechar a janela?

POLICIAL 1 – Só se outra pessoa fechou a janela por dentro.

POLICIAL 2 – Impossível. Ninguém entrou aqui.

Olham para o cadáver no chão. Fazem o sinal da cruz e se afastam um passo para trás.

POLICIAL 1 – Acho que foi mais assim. (faz duas armas com as mãos e atira em duas pessoas imaginárias). Pronto. O cúmplice também morreu.

POLICIAL 3 – O cúmplice morreu?!

POLICIAL 1 – (solene) Queima de arquivo.

POLICIAL 2 – E cadê o corpo do cúmplice, sua besta?

POLICIAL 1 – Aí você quer que eu solucione o crime inteiro.

POLICIAL 2 – Já sei. Foi assim. (faz duas armas com as mãos, atira em duas pessoas imaginárias. Se coloca no lugar de uma das pessoas, recebe o tiro e cai. Se coloca no lugar da segunda pessoa, desvia estilo Matrix, dá cambalhota, esquiva e faz que pula pela janela.) O cúmplice fugiu.

POLICIAL 3 – Tá. Mas, de novo, quem fechou a janela?

Se entreolham, olham para o cadáver no chão, fazem o sinal da cruz e se afastam mais um passo.

 

 

CENA 6

NARRADOR— Interior. Dia. Casa da Vovó. Cher, Suellen e Greicy sentadas na sala, entediadas.

Lupo chega correndo.

LUPO – Onde está Vovó?

CHER – Ooooiiii Lupinho. O que posso fazer por você hoje?

LUPO – Meninas, preciso de ajuda. Cadê todo mundo?

GREICY – Foram todas para casa. Só ficamos nós, esperando os investigadores, porque estávamos aqui quando acharam o corpo. A Hilda…

LUPO – Sim, eu sei. Então estão só vocês e Vovó?

GREICY – Sim. E os três policiais patetas que estão vigiando o corpo da Hilda.

CHER – Três perfeitos imbecis.

LUPO – Não tenho muito tempo. Minha parceira vem aí para investigar o assassinato. Não digam a ela que me conhecem!

SUELLEN – Claro! Como diz Vovó, o segredo é a alma do negócio!

LUPO – Vocês não me conhecem, nunca me viram.

CHER – Pode deixar, fique tranquilo.

LUPO – E agora, preciso falar com Vovó.

SUELLEN – Mas Vovó nunca atende ninguém

LUPO – Eu sei, mas é uma emergência.

SUELLEN – Você já a viu alguma vez?

LUPO – Nunca, mas…

SUELLEN – Então. Ela nunca atende ninguém. Só a queridinha da vez vê a Vovó.

LUPO – Você é a queridinha?

SUELLEN – Eu? Não! Quem dera!

LUPO – Então, cala a boca! Quem é a queridinha?

CHER – Sou eu. E, como gostei de você, posso ver se Vovó abre uma exceção. Mas já adianto que é quase impossível.

Volta pouco depois.

CHER – Pode subir.

As meninas se entreolham surpresas.

 

CENA 7

Lupo entra no quarto de Vovó. Vê um homem de terno. Hunter se passando por Vovó.

NARRADOR — Interior. Dia. Quarto da Vovó. Por esta, Lupo não esperava.

LUPO – (surpreso) Você é Vovó?

HUNTER – (indicando o próprio corpo) Não parece?

LUPO – Eu imaginava…

HUNTER – Mais velha, mais peitos, voz mais fina, não é? Minha boate se chama Casa da Vovó. Meu pseudônimo é uma questão de marketing e preservação da identidade.

LUPO – Sim. Aliás, falando em preservação da identidade…

HUNTER – Você quer que eu suma com qualquer registro de sua presença aqui ontem, não é?

LUPO – Sim, sou da polícia e pode cair mal, você sabe.

HUNTER – Também não quer que saibam que você foi o último cliente de Hilda.

Silêncio.

HUNTER – Só isso, ou tem mais alguma coisa que você quer que eu esconda?

LUPO – Você está enganado. Nem vi Hilda ontem. Veja nos seus controles.

HUNTER – Nestes controles, aqui, sobre minha mesa?

LUPO – Sim, seus controles…

HUNTER – Ou neste outro caderninho, o controle paralelo de Hilda, que achei nas coisas dela? No caderninho em que você aparece todos os dias?

Lupo tenta pegar o caderno.

HUNTER – Você pagava Hilda por fora e a tonta aceitou, achando que estava se dando bem. Mas só entrou na mira de um serial killer.

Lupo e Vovó sacam armas ao mesmo tempo.

A porta se abre e entra Scarlet, segurando uma caixa de doces.

SCARLET – O que está acontecendo, Lupo?

LUPO – Vovó acabou de confessar o crime. Pode prendê-lo. Ele forjou anotações, tentando me incriminar.

SCARLET –Este não é Vovó.

LUPO – Não se deixe iludir pelo nome, novata. Este é Vovó sim. E confessou tudo.

SCARLET – Este não é Vovó. Eu conheço Vovó. Este olhos, este nariz, esta boca, nada lembra Vovó, nem de longe.

Scarlet joga a caixa de doces no chão e aponta a arma para Lupo.

LUPO – Scarlet, o que…

SCARLET – Eu costumava ser a queridinha. Este não é Vovó. E, se não é Vovó, como ele confessou um crime de outra pessoa?

Enquanto Lupo tenta organizar os pensamentos, Hunter chuta a arma de suas mãos.

Entram Mater e policiais. Cercam Lupo rapidamente.

Hunter, estende a mão para Scarlet.

HUNTER – Magnus Hunter, assuntos internos. Estávamos tentando botar as mãos em Vagner Lupo há muito tempo. (voltando-se para Mater) Vocês demoraram. Se não fosse por Scarlet, eu não estaria aqui.

NARRADOR — Magnus Hunter, 40 anos, 20 deles dedicados a caçar policiais corruptos. Diz que não vê a hora de se aposentar, mas é uma mentira deslavada.

MATER – Pegamos um congestionamento na Marginal. Bom trabalho, Hunter. E você também, Scarlet.

HUNTER — Tudo correu como o planejado. A verdadeira Vovó nos ajudou e está em segurança na sala ao lado.

Policiais levam Lupo embora. A verdadeira Vovó entra na sala.

SCARLET – Vovó!

 

NARRADOR — Vovó. Nome verdadeiro, desconhecido, idade, desconhecida, e se eu insistir em perguntar, vou acordar comendo grama pela raiz. Empresária do ramo de lazer adulto há tantos anos que seus desafetos a chamam de Promoter do Calígula.

VOVÓ – Minha queridinha! Há quanto tempo! Como está sua nova vida?

MATER – Queridinha?

SCARLET – Todo mundo tem um passado, chefe. Espero que isso não seja um problema.

VOVÓ – (Olhando fixamente para Mater) Por que seria um problema?

MATER – Ah, droga. Eu também fui a queridinha. Há mais de vinte anos.

SCARLET – Chefe!

VOVÓ – Você trouxe meus doces preferidos! (pega a caixa do chão e abre). Que bom que estão inteiros. Fica para tomar um chá? Fiquem todos.

Vovó, Mater, Hunter e Scarlet sentam-se à mesa, tomam chá e comem os doces.

VOVÓ – E como vão as minhas queridinhas? Não pensam em voltar, não?

 

FIM

10 comentários em “O primeiro caso de Scarlet Cappello – Peça (Kelly Hatanaka)

  1. Gustavo Araujo
    10 de abril de 2025
    Avatar de Gustavo Araujo

    Muito divertida a peça, Kelly. Tem elementos de noir, mas o tom de comédia é que prevalece. Por isso a antecipação da culpa do Lupo não chega a incomodar. Bacana mesmo é perceber a adaptação da Chapeuzinho Vermelho (Scarlet), seguida pelo Lobo Mau (Lupo) e a Vovó, além do Caçador (Hunter). Tudo num contexto de divertimento adulto kk Só Queria saber a inspiração para Suelen, Cher e Greicy. De todo modo, dei boas risadas aqui.

    • Kelly Hatanaka
      14 de abril de 2025
      Avatar de Kelly Hatanaka

      Oi Gustavo.

      Escrevi esta peça para minha turma de teatro. A gente queria um drama, mas esta comédia ficava “atravessando” o tempo todo e resolvi “exorcizá-la”. No fim, gostaram mais da comédia mesmo. Deu um pouco de trabalho pensar nos nomes dos personagens. Quanto aos nomes das meninas, nem pensei muito, só mandei o que surgiu na cabeça primeiro 🙂

  2. Priscila Pereira
    4 de abril de 2025
    Avatar de Priscila Pereira

    Oi, Kelly!

    Muito boa sua peça! Li rapidinho, muito interessada. E não passou pela minha cabeça a inspiração, mas assim que vc comentou posso ver tudo! O lobo, o caçador, a chapeuzinho levando doces pra vovó! Muito bom! Quanta criatividade! 🥰❤️

    • Kelly Hatanaka
      10 de abril de 2025
      Avatar de Kelly Hatanaka

      Oi Pri.

      Escrevi esta peça pro meu grupo de teatro, após uma roda de conversa em que falamos dos significados mais profundos dos contos de fadas. Queria escrever uma peça que usasse os elementos de Chapeuzinho Vermelho para falar sobre um relacionamento abusivo, já que o conto fala, em símbolos, sobre a violência e o processo de amadurecimento. Mas, antes tive que tirar da frente esta ideia mais cômica que ficou ocupando minha cabeça. E, no fim, o grupo curtiu mais esta ideia.

      Obrigada por seu comentário!

  3. Givago Domingues Thimoti
    4 de abril de 2025
    Avatar de Givago Domingues Thimoti

    Olá, Kelly! Tudo bem?

    Geralmente, seus contos possuem muita história nos diálogos. Quando leio suas peças (oficialmente, você é a autora de peças que mais li – 2 -), identifico o porquê de você ter tanta facilidade em conduzir histórias apenas por diálogos. Ou, prioritariamente por meio de diálogos.

    Achei uma peça divertida e interessante, satirizando o gênero policial.

    • Kelly Hatanaka
      10 de abril de 2025
      Avatar de Kelly Hatanaka

      Puxa, sou a autora de peças mais lida pelo Givago? Chupa, Nelson Rodrigues! kkkkkkkk

      A ideia aqui foi sim, satirizar o gênero policial, mas usando como pano de fundo a história de Chapeuzinho Vermelho.

      Obrigada pelo comentário!

  4. Thiago Amaral
    4 de abril de 2025
    Avatar de Thiago Amaral

    Por ver que a peça era curtinha, imaginei que o mistério se resolveria de forma simples, sem muita investigação.

    O que realmente vale aqui e chama a atenção é o humor.

    Destaque pro fato de que basicamente todas as personagens estão envolvidas com o prostíbulo da cidade kkk

    (depois de ler o poema do Rogério Germani no post anterior, é estranho ver essa casa da vovó aqui)

    Parabéns pelo texto, Kelly.

    • Kelly Hatanaka
      10 de abril de 2025
      Avatar de Kelly Hatanaka

      Escrevi esta peça para ser encenada pelo meu grupo de teatro. Tinha que ser curtinha e ter vários personagens. Então, nem dava pra ser muito complexo mesmo kkkkk.

      Obrigada pela leitura e comentário.

  5. andersondopradosilva
    4 de abril de 2025
    Avatar de andersondopradosilva

    Olá, Kelly!

    Não leio peças. Não me recordo da última que li. Por certo, se contasse, minhas leituras não somariam os dedos de uma mão. Será que li apenas trechos nas aulas de literatura? Então, não sei bem comentar este seu texto.

    Li. E espero que você fique feliz com isso.

    Me diverti com o clima bem humorado.

    Alguns pontos me causaram estranhamento, mas provavelmente decorrem da decisão de imprimir irreverência ao texto ou de lhe imprimir concisão:

    1. Personagens de nome estrangeiro, mas lugares de nomes nacionais; e

    2. Expressões e falas de uso comum. Exemplo: “pra lá de onde o vento faz a curva, longe pra chuchu”.

    Sobre possíveis falhas de revisão:

    1. Falta de vírgula antes de “claro”: “Daquela vez, daquela vez, lembro claro!”;

    2. Falta de vírgula antes do segundo “não”: “o condomínio não espera ninguém não”;

    3. Falta de vírgula destacando o vocativo: “Ooooiiii Lupinho”; e

    4. Falta de plural em “este”: “Este olhos”.

    Parabéns pelo texto!

    Abraço!

    • Kelly Hatanaka
      10 de abril de 2025
      Avatar de Kelly Hatanaka

      Oi Anderson.

      Fico feliz com sua leitura. Sei que não é muito o seu estilo.

      Você já leu alguma peça do Nelson Rodrigues? Tenho a impressão de que vc iria gostar.

      Sobre os nomes dos personagens, são estranhos de propósito, pois foram escolhidos para espelhar a história de Chapeuzinho Vermelho.

      As expressões batidas usadas pelo narrador tbem foram propositais.

      Quanto aos erros, bem, são erros mesmo…

      Obrigada!

Deixar mensagem para Thiago Amaral Cancelar resposta

Informação

Publicado às 3 de abril de 2025 por em Dramaturgia e marcado .