Fala em Silêncio – Poesia (Rogério Germani)
A casa da vó tem um quadro antigo,
monocromático e oval,
onde um casal de olhar plácido
fala em silêncio comigo.
Nossas almas trocam correspondência
de velhos hábitos:
abraçar e sorrir com um livro,
desenhar com o dedo um coração no espelho
e beijar a lembrança dos dias felizes,
pedir conselhos no ventre das árvores,
fazer das nuvens um abrigo no peito.
Na casa da vó, o amor parou no tempo.
Continua belo e tranquilo
como a sinceridade de um pássaro nascendo
em busca de um voo eterno.
Um poema que reflete a saudade, a atemporalidade da relação entre netos e avós. Quem nunca passou por isso ao observar um quadro que tem nele, congelada, a imagem dos avós jovens? Palavras que traduzem não só uma experiência, mas uma realidade melancólica, inevitável.
Que linda esta poesia que fala de um amor que atravessa o tempo, de pertencimento, de saudade. Manda mais!
Na casa da minha avó também tem esse quadro! Linda poesia! 💜
Olá, Rogério! Tudo bem? Muito bom ver um poema sobre família por aqui no EC. Nos seus versos percebo saudade, nostalgia e (talvez) um apego exagerado ao passado.
Escrita singela, simples, mas afetuosa, como casa de vó.
Muito bom!
Como criadão pela vó que sou, esse poema me toca bastante…
Saudades.
Ah, que delícia ler uma poesia nestas bandas! Adorei! Pode até enviar mais. Que tal uma pequena coletânea ou agrupado onde pudéssemos ler logo umas cinco a dez?