EntreContos

Detox Literário.

Simsalabim (Thales Soares)

Fabinho esfregou a bunda da namorada.

Fumaça se espalhou pelo quarto. Um gênio de sorriso sacana surgiu.

— Três desejos. Seja rápido. Diga-os em sequência.

Fabinho foi ágil.

— Quero riqueza, o dobro de pica… e a verdade sobre o universo!

O gênio estalou os dedos.

Fabinho ficou cercado por ouro.

— Isso é… perfeito! — disse, todo caralhudo.

— Agora, a verdade — sorriu o gênio, de forma sinistra.

Fabinho piscou e tudo ao seu redor desapareceu. Não havia mais namorada, ouro, nem jebona. Apenas o vazio.

— O que houve?! — gritou.

O gênio gargalhou.

— Seu universo é um microconto que termina agora, otário!

55 comentários em “Simsalabim (Thales Soares)

  1. Sidney Muniz
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Sidney Muniz

    Infelizmente esse conto não me agradou, entendo a ideia do autor, e geralmente não tenho problema com essas questões de vocabulário mais chulo, mas acho que aqui tem pontos que incomodam bastante.

    Boa sorte!

  2. Diego Gama
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Diego Gama

    Esse polêmico conto me ganhou demais! A irreverência traz o melhor final!

  3. Raphael S. Pedro
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Raphael S. Pedro

    Eu lembrei daquelas revistinhas de piadas do finado Ary Toledo que eram uma pu***** só. Confesso que ri das palavras usadas sem medo algum e isso pra mim é um grande mérito. Parabéns pela ousadia!

  4. Pedro Paulo
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Pedro Paulo

    COMENTÁRIO: Metalinguagem e escracho muito bem combinados do início, com a lâmpada mágica sendo uma bunda, ao fim, com um arremate cruel, mas sem perder o bom-humor. Vai para a quinzena!

  5. Roberta Andrade
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Roberta Andrade

    O texto é uma comédia bem objetiva e explicita. Achei a técnica muito boa e a ideia bem criativa.

    Parabéns. Boa sorte.

  6. André Lima
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de André Lima

    O autor demonstra ter muita criatividade, o que apenas reforça o quanto o apelo ao humor infantiloide foi desnecessário. O conto brilha no desfecho, em tudo o que a última frase significa…

    Mas peca na imaturidade.

    Sinto que o autor tem criatividade para algo mais maduro.

  7. Felipe Lomar
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Felipe Lomar

    esse conto mistura metalinguagem com um humor estranhado. Bem, acho que poderia funcionar muito bem se fosse um ou outro. Vejo aqui um autor criativo e habilidoso. Mas quando juntou os dois… aí foi pro caralho. Acabou de forma meio abrupta e não combinou com o resto, foi no sentido contrário do que seria o convencional de uma punchline. Nesse caso, pode ser genial ou um desastre. Não foi nem um nem outro, só foi ok. Não fedeu nem cheirou, só foi brocha que nem a jebona salvou

    boa sorte.

  8. Luis Fernando Amancio
    31 de janeiro de 2025
    Avatar de Luis Fernando Amancio

    Olá, Houdini,

    Como leitor, agradeço por compartilhar conosco seu texto. Participar de um desafio exige coragem, expor-se de forma cega ao julgamento dos pares. E você se expôs um bocado aqui, camarada. Fetiche com fumaça saindo do bumbum da namorada eu confesso que ainda não tinha visto…

    Começo dizendo que seu conto me lembrou uma piada antiga que já ouvi. Um homem encontra uma lâmpada mágica, esfrega, surge um gênio e ele dá o direito aos três pedidos. O homem pede duas coisas que eu não me recordo (deve ser dinheiro e uma mulher bonita, provavelmente) e, por último, pede para ter uma “jeba” que arrastasse no chão. Então, o gênio, sacana como o do seu conto, corta as duas pernas do “Aladim” em questão e vai embora.

    É isso, seu conto me lembrou uma piada. Nada contra. É importante ter humor. Suas ideias são criativas, fiquei pensando em roteiros de pornochanchadas inspirados nela. Poderia ter um filme com o nome “O gênio do rabo atraente” com a maldição da moça que tem um gênio aprisionado em seu bumbum. É só algum namorado ter a ideia de esfregar sua bunda e, puff, surge o gênio.

    E tem uma outra coisa: seu conto é voltado para o leitor masculino. Mulheres podem até achar alguma graça, mas, vai por mim, não é o tipo de história que irá seduzi-las. E, sabendo que mulheres leem muito mais do que homens, eu tentaria agradá-las um pouco mais em uma próxima oportunidade.

    A utilização da metalinguagem no fim dá um pouco de sofisticação ao conto. Mas, como comentei há pouco em outro texto, é um recurso meio datado. Tem um limite nele. Quebrar paredes já foi mais revolucionário.

    Sua capacidade narrativa é impecável. Contou bem a história, de forma simples e de qualidade.

    Parabéns pelo conto e boa sorte no desafio.

  9. fcaleffibarbetta
    30 de janeiro de 2025
    Avatar de fcaleffibarbetta

    Olá, Houdini

    Hahahaha achei seu texto engraçado e criativo, mas, para mim, beirou a piada de boteco.

    Parabéns pela ousadia. Principalmente nos mundos de hoje, onde escrevemos pisando em ovos, começar um texto com “esfregou a bunda da namorada” e mandar estas palavras “enormes” exige coragem. Gostei.

    E aonde foi parar a namorada depois do peido de fumaça?

    Vou falar pela terceira vez que não gosto muito de metalinguagem, acho que na grande maioria das vezes é simplesmente uma saída fácil, até meio clichê. Pode ser questão de gosto. Um gosto amargo quando me deparei com seu final. Uma jebona que ao fim brocha.

    Parabéns pela ousadia.

  10. Elisa Ribeiro
    30 de janeiro de 2025
    Avatar de Elisa Ribeiro

    Embora a vulgaridade que eu, uma senhora toda elegante, costumo abominar, adorei  o seu texto. Eu diria até que é o meu preferido dentre todos que li até o momento. Um metaconto que entrega um espelhamento machadiano irônico e embaraçoso no fecho. Muito bom!! Parabéns! 

  11. Fabiano Dexter
    29 de janeiro de 2025
    Avatar de Fabiano Dexter

    Um conto leve, divertido e extremamente criativo. As palavras utilizadas dão uma leveza ao conto e nos deixam com um sorriso no rosto mesmo antes da conclusão, surpreendente.

    Parabéns!

  12. JP Felix da Costa
    29 de janeiro de 2025
    Avatar de JP Felix da Costa

    Ok, este texto é uma maluqueira pegada. Quem o escreveu deve-se divertido bastante a fazê-lo, de certeza.

    Fez-me lembrar o ditado “quem tudo quer, tudo perde”. O personagem queria tudo (riqueza, envergadura e conhecimento) mas esqueceu-se que estava perante um génio de m***a, tendo em conta de onde ele saiu.

    No final, um toque de Deus Ex Machina. Ficou sem nada porque acabaram as 99 palavras. Muito Monty Python, devo dizer.

    Achei piada, e deu um toque de leveza ao conjunto dos contos.

  13. Fernando Cyrino
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de Fernando Cyrino

    Mas também, vai confiar em um mágico achando que ele seria um gênio… Os mágicos são ilusionistas… Houdini não tem o poder de transformar a realidade. Mas até aqui estou brincando com o título do conto e o seu trágico desfecho. Tudo muito bem contado. Curti muito a sua história. Ri da bobagem dela a partir da fixação que nós homens temos pelo tamanho do pênis. Como disse acima, Houdini, gostei muito da sua história. Parabéns e sucesso no desafio.

  14. Bia Machado
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de Bia Machado

    Plot: Homem esfrega a bunda da namorada, sabe-se lá por qual motivo, mas isso faz com consiga realizar o desejo de se sentir caralhudo por alguns segundos, mas infelizmente a felicidade dura pouco, ainda mais pra quem tem uma namorada só para seu próprio benefício (pelo menos foi o último, né?).

    Desenvolvimento: O conto foi escrito em tom de humor, no caso um humor que faz uso de gírias de cunho sexual. O interessante é que o texto parece ter sido escrito de forma muito natural, como se fosse comum ao autor escrever textos do tipo. Alguns podem gostar, outros não e está tudo bem, acredito que para o autor/autora também.

    Destaque: Para a naturalidade do autor ou autora em escrever um texto desse tipo, porque é algo incomum, sabe? O título também foi ótimo, mesmo após a leitura concluída eu achar que engana um pouco, porque “simsalabim” me remete a mágico e não a gênio (Houdini também, né…), mas tudo bem. A imagem achei que não combinou muito, mas não me atenho a ela para avaliar, ou gostar mais ou menos de um texto…

    Impressões da leitura: Se era para ser uma piada eu não senti isso, não senti graça, só me arrancou um sorrisinho de “bem feito!”, ao final, mas sabe que eu preferiria que terminasse de uma forma não muito assim, não sei se podemos chamar de “ex-machina”, mas com certeza quebra a quarta parede. 

  15. danielreis1973
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de danielreis1973

    Começou como piada, virou metalinguagem (sem sacanagem, aqui). Vou dizer, apesar de baseada em uma estrutura bem conhecida, a ideia do autor em adaptá-la a um “universo sacana” foi um destaque, em meio a tanta história triste aqui. E, se não foi brilhante, pelo menos me trouxe um sorriso, ainda que não tenha gostado do arremate. Boa sorte no desafio!

  16. Antonio Stegues Batista
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de Antonio Stegues Batista

    Todo mundo conhece a história de Aladim e a lâmpada maravilhosa. Aladim que caiu num buraco e encontrou uma lâmpada velha que ele levou para casa com intensão de vender. Quando estava lustrando para dar brilho ao metal, surgiu um gênio que lhe concedeu três desejos, mas na história do Fabinho, a namorada dele era a lâmpada(?) E dela saiu um gênio sacana que enganou o Fabinho e todo mundo que leu o conto.

  17. Juliano Gadêlha
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de Juliano Gadêlha

    Achei divertido. Uma anedota envolta em metalinguagem. Bastante corajoso, muito bem escrito. Acho muito desafiador explorar humor na escrita, então meus parabéns!

  18. toniluismc
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de toniluismc

    Desculpe, mas achei o seu texto pouco criativo. Entendi que houve uma tentativa de construir um conto satírico e irreverente, mas a superficialidade ficou tão evidente que nem o humor negro me fez rir. Talvez também tenha sido porque eu estava esperando mais, já que sua história gerou tantos comentários entre a galera.

    Temos aqui um personagem que representa o desejo humano por riqueza, poder e conhecimento, e o desfecho pode ser encarado como uma crítica à sociedade de consumo e à busca desenfreada pelo prazer.

    Um gênio que concede os desejos e os destrói é uma personagem ambígua e revela que nem sempre estamos preparados pra termos aquilo que desejamos.

    De toda forma, parabéns pela iniciativa e boa sorte!

  19. Gustavo Araujo
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de Gustavo Araujo

    Acredito que para funcionar bem um microconto precisa de camadas diferentes. Para além da história literal que é contada pelas palavras, é preciso haver tramas subjacentes, dilemas e dramas escondidos nas entrelinhas, algo que se revele somente ao fim da leitura, ou até mesmo em uma segunda ou terceira leitura.

    Aqui temos uma piada, ou melhor a versão adaptada para o desafio de uma piada conhecida. Tem um pequeno twist no final, mas ainda assim é o tipo de texto poderia constar numa coletânea de quinta série. Jeba, caralhudo… A fixação fálica está bem clara kk

    Não me entenda mal, caro(a) autor(a), eu me diverti lendo e ri bastante ao final. Para quem busca esse tipo de experiência, o texto é um dos melhores no desafio. Chego a imaginar que você o escreveu no melhor estilo “Foda-se!”, assim, de uma vez só.

    Como no filme “Ficção Americana”, parece haver espaço, muito espaço, para textos que intencionalmente não dizem nada, que preferem o uso de linguagem rasteira na busca do impacto.

    Confesso que pessoalmente busco algo diferente, que me faça pensar, e não algo instantâneo e esquecível como um chiste da revista Playboy.

    Sim, na literatura há espaço para todos. Para o besteirol imediato e para a meditação que perdura.  Um não exclui o outro. Mas num desafio literário como este, não posso considerar que uma piada simplória – por mais engraçada que seja – se situe literariamente acima de qualquer conto bem pensado, com diferentes camadas.

  20. Renato Silva
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de Renato Silva

    Olá, tudo bem?

    Eu gosto de surrealismo e este microconto ácido e sacana me divertiu bastante. Não é fácil sintetizar tudo isso em 99 palavras, então você se saiu bem. Agora, o uso da metalinguagem no final me pareceu uma baita chutada de balde. Você tava putaço quando escreveu isso? Já tive meus momentos de escrever assim e quem leu, disse que era a coisa mais engraçada que tinha lido. Irônico pensar que as coisas mais engraçadas que escrevemos vem dos nossos momentos de puro ódio do mundo.

    Boa sorte.

  21. Luis Guilherme Banzi Florido
    26 de janeiro de 2025
    Avatar de Luis Guilherme Banzi Florido

    Bom dia/boa tarde/boa noite e um bom ano pra nós, amigo entrecontista. Bora começar um novo ano arrasando na escrita! Parabéns pela participação nesse primeiro desafio no ano,! Pra mim, escrever micro conto é um macro desafio kkkkkk. Bora pra sua avaliação, mas, por favor, não leve minhas palavras a sério demais, afinal, micro conto é algo muito fora da curva e é difícil até analisar. Pra ajudar, criei um micro sistema que espero que ajude a ser justo com todos os amigos. Bora lá!

    Micro resumo: genio safado engana um otario

    Microsensações: eu poderia ouvir essas palavras saindo dos labios de um companheiro aqui do grupo, cujo nome começa com T e termina com hales jaahahahhahua. Eu dei uma bela gargalhada quando li pela primeira vez, e continuo rindo sempre que releio. É o tipo de humor besteirol que eu curto muito. Concordo com o que o Fabio d’Oliveira disse no grupo sobre a gente normalizar o (esqueci a palavra que ele usou, mas algo como) obsceno, o chulo. Parece que a literatura precisa ter um escudo da moral e das boas normas que a protege do que é a vida real. Afinal, a vida real é cheia de obscenidade, de besteira, de palavras chulas, de tontice. Não entendo porque algumas pessoas acham que palavras como piroca são ofensivas quando estão dentro de uma obra literaria. Claro que ela precisa estar dentro do contexto correto. Por exemplo, se no desafio passado o André colocasse a palavra piroca no conto dos sapatos do papai, aquilo destoaria do restante do conto e isso causaria estranheza. Ficaria feio. MAs aqui, temos um conto cujo objetivo é usar a brincadeira, o chulo, a obscenidade como recurso narrativo. E ta normal pra mim. Eu ri. Ri com aquela sensação de “pootz, o Thales nunca saiu da quinta serie”. Digo, “o autor desse conto, cujo nome ninguem desconfia”. ahgahuahuahua

    Outro ponto que me causa estranheza é tantas pessoas reclamando que “o cara pediu dinheiro e jeba, isso nao condiz com ele pedir sabedoria e conhecimento no fim”. Pelo amor, gente, genios tambem gostam de sexo e dinheiro ahhuahuahua. Não tem nada contraditorio em o cara ser meio safadão e ganancioso e paralelamente procurar conhecimento sobre o mundo, o universo.

    Enfim, gostei bastante e nao entendo toda a polemica em torno desse conto. Viva a literatura plural, onde há espaço pra tudo, inclusive putcharia no espaço em que ela cabe.

    Impacto:

    Micro

    Médio

    Macro –> ri alto, adorei.

    Uso das pouquíssimas palavras permitidas: muito bom (ja falei muito, vou resumir aqui).

    Conclusão de um leitor micro-capacitado a opinar sobre micro contos: meu colega do ensino medio de repente ficou jebudo e rico. Mas ele destruiu nosso universo no processo. MAldito Th… digo, maldito escritor anonimo!

    Parabéns e boa sorte no desafio!

  22. Marco Saraiva
    26 de janeiro de 2025
    Avatar de Marco Saraiva

    Todo desafio eu sinto este chamado para escrever um meta-conto, especialmente quando estou batendo com a cabeça contra a parede para criar algo bom. Nos desafios de microcontos, sempre há ao menos uns dois que exploram este aspecto.

    O conto é bem escrito e irreverente. Conto assim sempre me faz rir, mas acho que tende a não competir muito bem para ganhar o desafio, por que tem mais jeito de “piada interna” do que conto de verdade. Mas o objetivo dele foi cumprido: gargalhei! =)

  23. Mariana
    25 de janeiro de 2025
    Avatar de Mariana

    Humor é um gênero bastante difícil de se escrever. Admiro a tentativa, comigo não funcionou. Talvez por meu tipo de humor ser bem mais específico, os colegas parecem ter apreciado. A metalinguagem não combinou, mas deu um final ao conto e a escrita não é ruim.

    Enfim, uma esquete da Praça é Nossa. Parabéns e boa sorte no desafio.

  24. Afonso Luiz Pereira
    25 de janeiro de 2025
    Avatar de Afonso Luiz Pereira

    A primeira coisa que dá pra dizer de “Simsalabim” é que o texto não tem nenhuma pretensão de ser uma obra-prima literária. E o autor, obviamente, sabe disso. Por isso, nem me preocupei em procurar possíveis incongruências ou contradições no enredo, porque, pra mim, o texto é só uma grandessíssima piada, uma brincadeira. E o que sustenta a piada, no fim das contas, é o uso esperto da metalinguagem ligada ao limite de palavras do concurso. Ok.

    Eu achei muito engraçado. Dei umas boas gargalhadas aqui na frente do computador. Não foi só pela cena completamente absurda dos desejos do Fabinho, nem pelo jeito matreiro do gênio, mas também pela cara-de-pau monumental do autor em mandar um texto desses no meio de um concurso cheio de reflexões literárias, experimentalismos de linguagem e toda aquela “coisarada séria”. Pelo jeito, ele já conhece bem o público daqui. Eu, sinceramente, não me atreveria.

    Agora, sobre o público a que se destina, é complicado, já que estamos falando de escritores e escritoras. Sim, é um texto com traços machistas, mais voltado para o Clube do Bolinha. Mas, ao meu ver, a intenção é mais provocar riso pelo exagero do personagem do que transmitir qualquer mensagem sobre papéis de gênero. É o típico “humor de boteco”, que inevitavelmente vai dividir opiniões.

    A questão é: será que a piada vale o risco de desagradar ou afastar parte dos leitores? Num grupo mais diverso, com homens e mulheres que buscam reflexões literárias, o humor do conto pode acabar sendo lido como pouco criativo ou apelativo, mesmo com o toque inteligente da metalinguagem. Mas quero acreditar que o autor, conhecendo o povo daqui, sabe o que está fazendo. Sorte no certame, meu caro.

  25. Sabrina Dalbelo
    24 de janeiro de 2025
    Avatar de Sabrina Dalbelo

    Olá, Entrecontista,

    Pois é, fazer humor é difícil, né. E aí a piada gera, ou risada ou cara torta, a depender de cada leitor.

    Achei muito interessante a liberdade da linguagem utilizada – escrever é isso, utilizar as palavras, todas, destemidas – e o conto ia muito bem, até que caiu na metalinguagem e eu que perdi o tesão… hahahaha

    valeu pelo texto.

  26. Juliana Calafange
    24 de janeiro de 2025
    Avatar de Juliana Calafange

    Bem escrito e divertido, sem dúvida. Beirando o limite de ser taxado de “machista”, o humor está em cada frase desse conto. Gostei bastante, mas acho que também é um conto que funciona aqui no nosso EC, mas em um mundo feito não só de escritores, talvez o final não provocasse o mesmo efeito engraçado.

    Eu esperava, claro, uma decepção para o rapaz, mas talvez uma brincadeira com o segredo do universo mesmo, que como é um segredo, pode ser o que a gente quiser. Então imaginei muitas possibilidades, mas fui surpreendida pelo microconto. Isso foi ótimo porque na mesma hora eu pensei que quando escrevemos com limite de palavras isso acontece o tempo todo, ainda temos tanta coisa a dizer, mas as palavras já acabaram, nos obrigando a reescrever tudo.

    Parabéns e boa sorte.

  27. Victor Viegas
    24 de janeiro de 2025
    Avatar de Victor Viegas

    Olá, Houdini!

    Fazer humor parece ser muito difícil. Eu, por exemplo, evito ao máximo escrever textos engraçados e foco mais no drama. Sobre o seu micro, poderia ter funcionado se fizesse sentido. Mas, talvez a intenção era não fazer sentido. Penso que forçou demais ter uma graça. Você é criativo, mas o último pedido do Fabinho destoou dos dois primeiros. Deu a entender que era obrigatório para que o texto tivesse graça, mas não seguiu um caminho natural baseado na personalidade que o personagem demonstrou até aquele momento. Alguém, presumo, materialista dificilmente falaria algo mais filosófico como descobrir a verdade sobre o universo.  E, sim, eu também acho que esse micro é do ****** rs. Eu já falei sobre o piróquio? Isso é pauta para outro comentário. Boa sorte!

  28. Marcelo
    23 de janeiro de 2025
    Avatar de Marcelo

    Sarcástico e com ótimo humor. O terceiro pedido destoando dos dois primeiros, talvez preparando o encerramento do conto.

    Criativo.

  29. Vítor de Lerbo
    23 de janeiro de 2025
    Avatar de Vítor de Lerbo

    Um conto muito bem humorado e que arranca risadas, algo bastante complexo para um espaço de trabalho tão curto.

    Acho que muito disso vem na quebra de expectativa. Mesmo com a construção pendendo para a sacanice do gênio, imaginei que o protagonista se daria mal de alguma maneira, mas não por meio da metalinguagem.

    A surpresa é muito bem-vinda, o que prova que a narrativa foi construída com sucesso.

    Boa sorte!

  30. Nelson
    23 de janeiro de 2025
    Avatar de Nelson

    Grande estilo, uma forma despojada e ácida de contar histórias, gostaria de ler um romance desse escritor. Achei que o conto trabalha o humor com maestria e de maneira sarcástica, utilizando palavras cômicas como “caralhudo” e “jebona”! Kkkkk me lasquei de rir. A sacada final eu achei ok, fazendo uma paródia do próprio concurso, mas gostei mais do desenvolvimento.

  31. Mauro Dillmann
    22 de janeiro de 2025
    Avatar de Mauro Dillmann

    Colocar a ficção dentro da ficção foi um recurso interessante.

    O conto tem humor e está bem escrito.

    O gênio (sarcástico) surgiu não da tradicional lâmpada, mas da bunda da namorada. Achei apelativo, uma imagem escrota, machista. Mas tudo bem. Não seremos rigorosos com a arte.  

    Parabéns !

  32. Givago Domingues Thimoti
    22 de janeiro de 2025
    Avatar de Givago Domingues Thimoti

    SIMSALABIN (HOUDINI)

    Bom dia, boa tarde, boa noite autor(a)! Espero que esteja bem! Meus critérios de avaliação foram escolhidos baseando-se em conceitos que encontrei sobre o gênero microconto na internet. São eles: utilização do espaço permitido, subtexto, impacto, escrita. Nesse desafio em específico, não soltarei minhas notas no comentário. E, por fim, mas não menos importante, gostaria que você tivesse em mente que microcontos são difíceis de escrever e difíceis de avaliar; logo, não leve tanto para o lado pessoal se o meu comentário não estiver bom o suficiente, por qualquer motivo que seja. Garanto que li com o cuidado e a atenção que seu conto merece, dando o meu melhor para tanto contribuir com a minha opinião quanto para avaliar de uma forma justa você e os demais colegas.

    É isso! Chega de enrolação e vamos para o meu comentário:

    Ø  Breve resumo:

    Ieié, pegadinha do malandro! Um microconto metalinguístico e que tenta com muito esforço ser engraçado.

    Ø  Utilização do espaço permitido:

    Acho que o espaço foi bem utilizado. É um conto fechado, leve e bem dinâmico.

    Ø  Subtexto:

    Bom, pelo menos eu não identifiquei algo nas entrelinhas. Tampouco me parece ter sido o objetivo do autor/ da autora. Também não é algo que o descaracteriza enquanto gênero.

    Ø  Escrita:

    Como dito anteriormente, é um conto dinâmico, voltado para o objetivo de fazer o leitor rir. Portanto, a escrita é bem direta, simples e sem grandes arroubos literários, buscando conduzir o leitor sem dificuldades pela leitura do texto. E foi feliz nessa missão

    Ø  Impacto:

    Baixo para baixíssimo.

    Bom, depois de uma leitura, percebe-se que esse conto tem duas grandes características: metalinguagem, num esquema bem similar ao Mundo de Sofia e ao Show de Truman, por exemplo. O personagem é, acima de tudo, um personagem de uma história. E ele não tem nenhuma consciência disso. É um artifício interessante, pouco utilizado e que permite trabalhar bem a metalinguagem.

    A segunda característica (e que marca a autoria de quem tenha escrito [talvez a coisa mais engraçada desse conto seria, na realidade, todo mundo cravar o ****** como o autor e ser qualquer outra pessoa que não ele]) é o humor. Ou, pelo menos, a tentativa de humor.

    O caminho para se fazer rir está desenhado: você prende a atenção do leitor, conduz com cuidado, mas com velocidade, e desenha um clímax inesperado ou irreverente.

    O impacto em mim é baixo para baixíssimo por dois motivos muito simples: (i) o aspecto humorístico me pareceu extremamente forçado. O dobro de pica, a jebona, o caralhudo… Ao final, a sensação que tive foi a que li uma daquelas piadas de homem machão, que resume a graça (da vida) da piada ao pau, ao tamanho ou à funcionalidade ou não dele. É chato, é batido e nada original.  

    E (ii) a consequência infeliz dessa escolha é que o humor Homem com H ofusca a melhor parte do texto, na qual reside a originalidade, que é a metalinguagem e a quebra da expectativa do personagem em se descobrir apenas um personagem.

    Conclusão final: broxante…

    Boa sorte no Desafio!

  33. Rogério Germani
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de Rogério Germani

    O ar de stand-up aliviou a tensão da leitura, ainda que, no desfecho do conto, nós e o Fabinho ficamos na mão. Fazer o quê? A vida é uma escola de rapidinhas em sequência.

    Boa sorte!

    Rogério Germani

  34. claudiaangst
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de claudiaangst

    Estou até com medo de perguntar de onde saiu o gênio…

    O conto apresenta um tipo de personagem já conhecido de contos de fadas, mas com um teor um tanto quanto mais pica(nte). Utiliza a metalinguagem, o que dá um tom mais intelectual em contraste com todo o resto. Metalinguagem é chique, né, não?

    O que estranhei foi a diferença entre o terceiro pedido(algo mais para uma questão filosófica existencial) e os dois primeiros (riqueza e macheza, desejos típicos de um ser… hum, deixa pra lá). Um homem daqueles ia lá quer saber de algo além do seu próprio umbigo? Universo? Ele nem se liga no que acontece a sua volta. Isso destoou um pouco.

    O final foi até engraçadinho, mas infelizmente me lembrou da pegadinha do Malandro, e eu não suporto aquele sujeito.

    Não consegui rir devido à deficiência do meu humor, com certeza. No entanto, as palavras usadas e o sentido aplicado de forma alguma me ofenderam. Foi uma tentativa de fazer graça com a desgraça do moço. Aposto que funcionou para muitos leitores.

    Parabéns pela participação e boa sorte no desafio.

  35. Thata Pereira
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de Thata Pereira

    Olá, Houdini.

    Contexto pessoal:

    Li seu conto há algum tempo. Estavam falando dele no grupo e por isso corri aqui para ler e para os comentários não interferirem na minha percepção. A vulgaridade do conto não me incomoda, achei que dentro do enredo ela combinou muito bem. Acabei de ler outro conto que também usa metalinguagem e eu adoro.

    Análise do conto:

    Acho que o conto é aquilo que ele é. Uma brincadeira com o ambiente no qual estamos inseridos, não há reflexão, não há impacto, não há lição de moral alguma. É um conto para ser lido e nos divertir. Muito do engraçado faz uso do exagerado e do vulgar (e nem achei tão vulgar assim aqui).

    Conclusão:

    Eu achei que não, mas vou colocar seu conto na possível lista do meu top 15. Achei muito criativo e que todos os elementos que você trouxe casaram muito bem dentro da proposta.

    Desejo um bom desafio!

  36. Nilo
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de Nilo

    Geralmente gosto muito de originalidade e do surreal. Alguns comentaram que palavras chulas caíram bem no conto, não concordo. Sempre podemos falar o que queremos sem vulgaridade. A estrutura do conto é de uma piada, e piada cansa. Depois de ler a primeira vez nem aquele esboço de sorriso aparece mais. Valeu pela originalidade.

  37. Priscila Pereira
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de Priscila Pereira

    Olá, Houdini! Tudo bem?

    Então, prezado colega, infelizmente seu conto não me agradou.

    Achei deveras bobo e de mau gosto.

    Sendo assim, vou comentar só a parte técnica.

    Apesar de bem escrito, gastou muitas das poucas palavras que tinha só para mostrar seu extenso conhecimento de sinônimos para a palavra pênis.

    A metalinguagem ficou excessivamente agressiva, querendo forçar um humor que apesar de ter encontrado um público alvo, não me atingiu.

    Desculpe não poder desejar boa sorte com sinceridade.

    Até mais!

  38. Kelly Hatanaka
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de Kelly Hatanaka

    Um conto que, na minha visão é uma crítica ao universo masculino. Resta saber se a crítica foi voluntária ou não.

    O protagonista tem 3 desejos a fazer para o gênio e suas escolhas são dinheiro, pinto e a verdade sobre o universo. Pedidos que mostram a limitação do seu mundo interior. Um é uma questão material. Outro, uma fixação masculina. E por último, uma resposta que ele parece ser incapaz de procurar por si próprio.

    E, apesar de pedir para dobrar o tamanho da pica, não lhe ocorre pedir o velho e bom “saber usar direito”. Típico.

    E a verdade, que o gênio mostra, finalmente, ao otário é o vazio. Não há nada.

    Achei interessante. Como humor, meio bobinho. Mas, como crítica, seja proposital ou não, certeira.

    Parabéns pela participação e boa sorte.

    Kelly

  39. bdomanoski
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de bdomanoski

    Não pareceu apenas um micro, mas sim um desabafo acerca do limite de palavras do desafio. Achei extremamente divertido, especialmente o fim, onde tudo desaparece e o protagonista é deixado com não mais que um soco no estômago por parte do gênio – sensação que também tive ao ler a última frase. O autor parece ter talento humorístico, e o conto é bacana, porém, gostaria de ver este talento aplicado em uma história que fosse menos um desabafo, e mais uma ficção. Talvez um pouco mais trabalhada. De resto, foi um bom alívio cômico ler isso em meio a tantos contos de drama .

  40. leandrobarreiros
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de leandrobarreiros

    Chamo de “técnica” a facilidade com que o autor carrega o leitor pela narrativa, e/ou transmite subtexto, e/ou faz (bom) uso de figuras de linguagem que tornam a leitura agradável.

    Chamo de “interesse” o quanto o texto me fisgou enquanto leitor, o quanto de impacto senti pela leitura.

    Chamo de “objetivo do autor” um palpite do que o autor queria com o texto. É mais um esforço criativo e uma tentativa de fazer leituras mais enquanto escritor do que leitor.

    Uma história de gênio que encontra espaço para metalinguagem em uma anedota. Particularmente não entendo muito a fixação de 5 série que nós homens demonstramos por tamanho de membro. Todos sabem, afinal, que a média mundial é 3 cm e tudo acima disso é considerado grande.

    Técnica: Alta. O autor sequestra a atenção do leitor nas primeiras linhas e conduz o texto para uma meta linguagem não esperada.

    Interesse: Mediano. Parece um pouco cruel que uma única palavra tenha feito meu interesse cair, mas o “otário” no final ficou um pouco excessivo para além do tom cômico. É como se o texto cruzasse o limite entre “não me levo a sério” para o “EI OLHA NÃO ME LEVO A SÉRIO, HEIN!!!”. Claro, isso é mais o impacto que teve sobre mim do que propriamente o plano do autor.

    Objetivo do autor: Sequestrar a atenção do leitor rapidamente com uma história de gênio, em linguagem rápida e bem humorada. É fascinante como essa figura captura nossa atenção tão rapidamente. Como toda história de gênio exige uma surpresa, o autor se utiliza de metalinguagem para demonstrar como o personagem principal é traído pela criatura. O objetivo do autor então é entreter comicamente, arrumando espaço para uma surpresa final.

  41. Amanda Gomez
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de Amanda Gomez

    Oi, bem?

    Levantei hoje decidida a ler o texto que batizei de “conto testosterona”.

    Quando comecei a leitura, pensei: ok, já que estamos aqui, me surpreenda! O conto é, sim, divertido, e a escolha de palavras vulgares foi muito assertiva. Na verdade, achei super original a ideia da bunda da namorada fazer referência a uma lâmpada mágica que libera um gênio (quem imaginaria uma coisa dessas?), mas depois ficou meio esquisito, porque imaginei que a fumaça saiu de algum orifício da moça, tornando toda a atmosfera um tanto insalubre. Só eu fiquei imaginando isso?

    Os dois desejos foram previsíveis, mas a forma como você adjetivou toda a cena foi divertida. A escrita é ótima.

    A minha questão maior com esse conto é que eu esperava um final tão CARALHUDO quanto o membro do Fabinho. (Aliás, a escolha do nome me deixou com aquela vergonha alheia, sabe?) Não sei qual Fábio do EC você está homenageando , não imagino que essa escolha tenha sido aleatória ( me corrija se eu tiver errada), mas ela torna o conto  PRA MIM uma piada interna, uma história nichada. E você se esforçou para que isso fosse bem explícito… tipo: hahaha, olha como eu sou engraçado, amigos do EC.

    Salvo tudo isso, eu tenho que admitir que o conto é original, e por si só isso já é muita coisa. Acho que a recepção do seu conto está surpreendendo até você. O texto claramente nao se leva a sério. E isso é curioso, porque no fim o destaque maior fica para o autor e não para o texto em si (na minha visão). 

    Acho que o final, o terceiro desejo, quebrou algumas expectativas. Eu não sei o que eu estava esperando, mas não era isso.

    Enfim, parabéns pelo trabalho.Boa sorte no desafio!

  42. geraldo trombin
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de geraldo trombin

    Sabia que a bunda feminina era abundante em magia, mas não que chegasse a esse ponto – com tamanho poder de resgatar um gênio, só para atender aos desejos do namorado. Desejos realizados, num estalar de dedos (como num passe de mágica) a sacanagem “genial”! Tudo desapareceu: a bunda, o ouro, a jebona e a própria vida do Fabinho, restando apenas a dura realidade: que nem sempre o universo conspira a nosso favor. Bom conto com boa pegada de humor. Parabéns e boa sorte.

  43. antoniosodre
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de Antonio Sodre

    É um microconto estilo do poeta Catulo. A metalinguagem é bem utilizada, busca o humor e o surreal para criar impacto no leitor.

  44. Rangel
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de Rangel

    Há um metamicroconto aqui sim, mas está mais próximo de uma anedota. Isso se evidencia pela fórmula clássica que frequentemente aparece nesse gênero: gênio, três desejos e quebra de expectativa para gerar a graça e o riso.Claro, dentro da fórmula, trouxe elementos novos, especialmente ao substituir o gênio pela “bunda da namorada”. O humor está presente, deve funcionar com alguns. Acho a quebra na parte: riqueza, pica (bem ambição do universo masculino) para “verdade sobre o universo” bem feita e, confesso, gostei.A linguagem ‘chula’ dentro do estilo está bem empregada. Utilizada para trazer humor, sem ser ofensiva, apenas vulgar e vulgar é bom.Não sei exatamente o que me pegou, ou melhor não pegou no seuu conto-anedota. Talvez, seja essa perspectiva falocêntrica (dobro de pica, jebona, além da perspectiva bem masculina) que gera o humor através do medo da castração: o grande falo era na verdade MICRO(conto).

    Nada disso desmerece a qualidade do texto, é interessante, deve funcionar bem como piada interna. Só não me atingiu.

  45. Anonimo
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de Anonimo

    com licença, meu amigo perguntou qual o telefone desse gênio que aumenta a jeba

  46. Andre Brizola
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de Andre Brizola

    Olá, Houdini!

    Seu conto é bem escrito dentro de uma linha razoavelmente agressiva. Linguagem adequada dentro desse parâmetro, ritmo certinho e um final metalinguístico que me agradaria, se esse embate linguístico não tivesse se estendido aos personagens.

    Acho que devo me explicar. Não vejo motivo para o gênio xingar Fabinho. Não dessa maneira, tão agressiva. Acho que o termo “otário” aí evoca uma agressividade excessiva, que não vejo ser a ideal para o que o conto tenta passar nesse final. Imagino que o gênio tenha tentado deixar claro, com a ofensa, de que Fábio é um ignorante, que teve seus poucos segundos de prazer e perfeição finalizados porque, ao pedir a verdade sobre o universo, a descobriu e, desta forma, interrompeu seu universo no limite de palavras. Ou seja, a ignorância era a chave da felicidade, e “otário”, ao meu ver, não combina com essa conclusão.

    Outro questionamento que faço é que Fabinho, desde o começo, não me parece ser o tipo de pessoa que pediria a verdade sobre o universo. Ele esfrega a bunda da namorada, pede riqueza, dobro de pica e verdade sobre o universo? Perdão, mas não me convence, tem algo errado aí… Fabinho pediria que a bunda da mulher crescesse, isso sim.

    Num conto de limite de palavras tão conciso, acho que cada termo, cada frase, tem que ter seu papel, e nada pode destoar. É como a linha de baixo numa baladinha, se tocar uma nota errada, ela vai soar por um tempão, a menos que você emudeça o instrumento, deixando aquele espaço vazio. É o que aconteceu aqui. Algumas notas foram tocadas erradas sem poder ser emudecidas, e elas soaram tempo suficiente. Algumas das construções principais acabaram destoando do que o conto queria passar e fizeram o papel da metalinguagem aparecer de forma meio forçada. Não tiro o mérito da ideia, que é boa e se destaca no meio de alguns contos que optaram por ir num caminho mais tradicional. Mas achei que merecia um pouco mais de esmero.

    É isso. Boa sorte no desafio.

    • Mister M
      20 de janeiro de 2025
      Avatar de Mister M

      Olá André. Venho em nome de Houdini, para revelar certos truques da mágica aqui apresentada. Devo admitir que você está absolutamente correto em sua interpretação. No entanto, está confundindo os significados das palavras “ignorante” e “otário”.

      “Otário” foca na percepção de ingenuidade ou tolice.

      “Ignorante” refere-se à falta de conhecimento sobre um assunto.

      Nesse universo, a ignorância era uma bênção. Mas, ao pedir pela verdade, Fabinho abandonou essa proteção voluntariamente. Foi aí que se revelou sua natureza “otária”; não por falta de conhecimento, mas por ter trocado a ignorância confortável pela revelação destrutiva. O gênio, ao usar esse termo, não agride, mas pontua a ironia da escolha.

      Agora sobre o seu segundo questionamento… Eu, como mágico, admito que gosto de dinheiro e também gosto de peitos. Quem não gosta? Mas, ao mesmo tempo, gosto de mágica, de conhecimento, e até de artigos científicos. Nós, humanos (ou mágicos), temos nosso lado ganancioso, nossas curiosidades mais sábias e, claro, nosso lado safado. Fabinho, mesmo em sua simplicidade, é complexo como qualquer um de nós. Talvez, no fundo, ele só quisesse tudo.

      O teremim que estou tocando, meu caro, não está desafinado. O que você ouve é o timbre peculiar de um instrumento que poucos compreendem à primeira audição. É essa estranheza que o torna especial.

      Obrigado pela leitura e pelo seu valioso comentário.

  47. Rodrigo Ortiz Vinholo
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de Rodrigo Ortiz Vinholo

    Rindo demais de “disse, todo caralhudo.” e da metalinguagem da história! Mesmo que de um jeito escrachado, trabalha muito bem a estrutura de microconto, se propõe a bons experimentos linguísticos, tem um bom impacto com a reviravolta e, ainda que use um clichê (o gênio da lâmpada, e as milhares de piadas que giram em torno de pedidos), consegue trabalhar bem o tema.

  48. jowilton
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de jowilton

    Gênio FDP, deve ser o mesmo que atendeu o pedido igualzinho de outro “sortudo”, o cara pediu que sua jeba encostasse no chão e o gênio cortou as pernas dele.

    A metalinguagem funcionou bem aqui, o final é realmente inesperado e muito bom. O otário dito no final machuca não só o Fabinho, mas também o leitor. Ótimo conto.

    Boa sorte no desafio.

  49. Thiago Amaral Oliveira
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de Thiago Amaral Oliveira

    Primeiramente: esse conto só pode ser do Thales. Se não for, é de uma pessoa que deveria encontrá-lo e se casar com ele, independente da sexualidade, pois os dois pensam igual e se darão super bem. Nunca vi tamanho match.

    Segundamente: Estava achando engraçado o conto até o penúltimo parágrafo, mas achei que não era dos melhores. Discordo do Anderson, o conto não flerta com o vulgar. Ele É vulgar. E parecia que eu estava lendo uma história do Thales onde ele despirocou (perdoe o trocadilho) de vez, aceitando ficar entre os últimos colocados.

    Mas não. Veio o último parágrafo. Tudo mudou. Todos os seus pecados literários foram absolvidos. Você alcançou o alfa e o ômega, unindo o completamente vulgar ao metalinguístico, superficialidade e profundidade se juntando num amálgama desconfortável e delicioso. O verdadeiro yin e yang.

    O conto tem a mesma cara que o próprio Fabinho: aparentemente superficial, focando mais no dinheiro e na putaria, quando lá no fundinho tem um quê de filósofo: seu terceiro desejo era o conhecimento absoluto.

    Sinto inveja do seu conto, não por querer tê-lo escrito, mas por você ter tão bem imprimido sua alma nas palavras.

    Parabéns, (alma gêmea do) Thales!!!!

  50. José Leonardo
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de José Leonardo

    Olá, Houdini.

    Bem curioso deve ser o bico dessa “lâmpada mágica”.

    Seu texto é extraordinário. Direto, engraçado, com certo impacto. O universo mesmo como os quatro cantos do papel (ou do computador, etc.). Expectativa e desilusão em poucas linhas, mas com um bom riso.

    Um abraço a quem lhe for da família e que o desafio não seja muito duro para você.

  51. cyro fernandes
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de cyro fernandes

    Ótimo texto ágil e direto, bem irônico.

    Começa onírico e termina com o realismo, mas que não nos impede de sonhar.

    Cyro Fernandes

    cyroef@gmail.cm

  52. Leo Jardim
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Leo Jardim

    📜 Conteúdo (⭐⭐▫): uma anedota muito boa e bem escrita. Não esperava pelo desfecho. Tava com inveja do maldito até a última linha 🤣

    📝 Técnica (⭐⭐▫): conduz bem o conto

    💡 Criatividade (⭐⭐⭐): usou a metalinguagem de forma bastante criativa

    🎭 Impacto (⭐⭐⭐): me arrancou um bom sorriso ao fim. Um ótimo impacto!

  53. andersondopradosilva
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de andersondopradosilva

    Simsalabim é um conto caralhudo, desses difíceis de entrar e mais difíceis ainda de sair. Melhor seria nunca ter entrado, mas, já que estava dentro, procurei extrair dele algum gosto. Me lambuzei tanto quanto possível, procurando, embora, preservar algo de minha pudicícia. Falhei. Simsalabim trabalha nos limites da metalinguagem, palavra que contém em si o prefixo “meta”, “meta” que é também a terceira pessoa do singular do imperativo afirmativo do verbo meter, o que não tem nada a ver com metalinguagem, mas que acaba sendo um efeito inconveniente da leitura de Simsalabim no leitor. Enfim, Simsalabim é metalinguístico porque versa sobre o próprio fazer literário.O universo do personagem é o próprio conto. O texto flerta com o vulgar, mas é divertido. Gargalhei.

  54. Evelyn Postali
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Evelyn Postali

    Gargalhei!

    Que tristeza… Tadinho do Fabinho. Quem mandou ter desejos imaturos e egoístas? Riqueza e prazer acabaram sendo confrontados com ironia na verdade sobre o universo. Que desilusão!

    Gostei da estrutura cômica através da linguagem. Deu um ar descompromissado e divertido, mas serviu para se contrapor ao desejo de sabedoria ou transcendência. Ele ficou sem nada, como se o universo tivesse sido consumido pelas próprias demandas. Além disso, o texto brinca com o absurdo, afinal, o texto era mesmo um texto e o Fabinho era a personagem (uma delas) que estava no texto sem saber.

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Publicado às 19 de janeiro de 2025 por em Microcontos 2025 e marcado .