Sem Silenciador (Jowilton Amaral)
Um homem mascarado, de gorro e sobretudo azul entra silenciosamente na sala. A mulher na cadeira se assusta ao percebê-lo. Os olhares se cruzam. Ela tenta falar, o pânico não deixa. Ele senta-se ao lado dela e rasga um envelope de papel deixando à mostra uma enorme seringa. A mulher esperneia no instante que a agulha é introduzida
O mascarado segura a peça na mão e pensa que deveria ter um silenciador para aquele tipo de serviço. Olha para a mulher, aponta o ferro e aperta o pedal. O motorzinho faz seu som apavorante enquanto desgasta o dente cariado.
54 comentários em “Sem Silenciador (Jowilton Amaral)”
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EntreContos 
COMENTÁRIO: Um texto que brinca magistralmente com a expectativa de quem lê, sugerindo um enredo completamente até a sua última linha. Num micro, esse domínio de narrativa é admirável, pois constrói duas histórias no espaço de uma, revelando o verdadeiro sentido no arremate. Com este participou uma autoria que sabe construir suspense.
Olá, tudo bem?
A narrativa vai criando um clima de tensão crescente, prendendo o leitor até o “plot twist” na última linha. Conseguiu me enganar na primeira leitura, pois minha mente me enganou de tal forma que fez “ler” que as mãos da mulher estavam amarradas à cadeira, exatamente por eu presumir que aquilo fosse uma sala de tortura. Até pensei numa reviravolta onde não seria nada daquilo, mas não me passou pela cabeça que era a sala do dentista.
Boa sorte.
Olá, Maníaco!
A história apresenta uma forma muito criativa de falar sobre uma consulta odontológica. No começo parece um cenário de invasão domiciliar, principalmente por influência do pseudônimo escolhido. Em poucas palavras, você cria uma tensão gigantesca para no final perceber que é apenas um dentista fazendo o seu trabalho. Não que isso possa diminuir o impacto, mas eu falo que poderia ter uma imagem, algo que pudesse continuar com esse duplo sentido. Gostei muito da história. Parabéns! Boa sorte no concurso.
Olá, Maníaco!
O conto tem o claro objetivo de divertir, fazendo o paralelo entre um assassino e um dentista. E, em sã consciência, quem nunca fez essa associação e pensou que o assassino é menos sádico? Sobretudo quando sentado naquela cadeira mecânica.
O texto atinge seu objetivo, pois é divertido. Mas, se me permite fazer alguns comentários, eu teria optado por espaçar melhor as informações, dividindo o conto em mais parágrafos. A construção em parágrafos mais densos, ou seja, agrupando mais frases, aglutinando informações, tende a deixar a leitura mais truncada e, num conto de humor mais leve, a intenção é que as informações sejam passadas de forma mais ágil. Não há problema em deixar uma frase curta compondo um parágrafo único, e acho que “os olhares se cruzam”, por exemplo, teria feito uma excelente divisão entre as informações com esse tipo de formatação. Mas isso não é um erro, é uma escolha estilística. Minha sugestão é baseada apenas em uma outra escolha possível. Aqui, o conto funciona. Mas acho que ele poderia funcionar de forma mais efetiva.
Mas eu gostei do que li. Num mar de dramas, é muito bom pegar algo assim para ler. Parabéns!
Boa sorte no desafio!
Olá, Maníaco,
Como leitor, agradeço por compartilhar conosco seu texto. Participar de um desafio exige coragem, expor-se de forma cega ao julgamento dos pares. Sua proposta é nos confundir, deixando que pensemos estar presenciando um crime quando, na verdade, é uma consulta odontológica. O que, de fato, pode também ser aterrorizante.
Não sei sobre os colegas (não leio os outros comentários). Mas minha experiência foi de desconfiança. São tão óbvias as alusões a um crime, assalto ou assassinato, desde o princípio, que eu li o texto sabendo que você queria nos enganar. E tudo bem. Acho, porém, que esse tipo de surpresa, com mais sutileza, é mais efetivo.
Ainda assim, seu texto é divertido e bem construído. Na releitura, quando a gente sabe do que se trata, tudo faz bastante sentido.
Parabéns pela participação e sucesso no desafio!
Um dos primeiros contos que li. Agora, o comentário. É um conto com uma surpresa utilizando os elementos de criação literária, que tanto podem servir para descrever um assassinato, como uma operação dentária. Como conto, não gostei muito, achei que poderia ter carregado mais no humor ou no absurdismo, como nos bons microcontos de Daniil Kharms. No mais, parabéns e boa sorte.
SEM SILENCIADOR (MANÍACO)
Bom dia, boa tarde, boa noite autor(a)! Espero que esteja bem! Meus critérios de avaliação foram escolhidos baseando-se em conceitos que encontrei sobre o gênero microconto na internet. São eles: utilização do espaço permitido, subtexto, impacto, escrita. Nesse desafio em específico, não soltarei minhas notas no comentário. E, por fim, mas não menos importante, gostaria que você tivesse em mente que microcontos são difíceis de escrever e difíceis de avaliar; logo, não leve tanto para o lado pessoal se o meu comentário não estiver bom o suficiente, por qualquer motivo que seja. Garanto que li com o cuidado e a atenção que seu conto merece, dando o meu melhor para tanto contribuir com a minha opinião quanto para avaliar de uma forma justa você e os demais colegas.
É isso! Chega de enrolação e vamos para o meu comentário:
Ø Breve resumo:
O maior terror de algumas pessoas; uma tarde no dentista…
Ø Utilização do espaço permitido:
Muito boa. A história toda bem delimitada e conduzida, fluindo com naturalidade entre o terror e o humor.
Ø Subtexto:
Não há. E, dentro dessa narrativa, nem era preciso ter.
Ø Escrita:
A escrita é simples e, assim como o título e o pseudônimo, fazem parecer que se trata, de fato, de um maníaco. Que dó do dentista, no final das contas; era só mais um loiro-odonto querendo garantir o pãozinho de cada dia lidando com uma paciente que tem medo..
Ø Impacto:
Médio.
Foi um bom micro de humor, que brincou com uma boa capacidade com as expectativas do leitor utilizando o título e o pseudônimo para simular o terror. Não irá figurar na minha lista de favoritos, mas foi um trabalho bem digno e divertido de humor. Parabéns pelo micro! Boa sorte no Desafio!
Acredito que para funcionar bem um microconto precisa de camadas diferentes. Para além da história literal que é contada pelas palavras, é preciso haver tramas subjacentes, dilemas e dramas escondidos nas entrelinhas, algo que se revele somente ao fim da leitura, ou até mesmo em uma segunda ou terceira leitura.
Há bastante disso neste conto divertido sobre um dentista sádico — já ouvi dizer que todos os dentistas o são.
A trama é bem construída, com uma atmosfera de suspense crescente, fazendo crer que se trata de um conto policial, desses com morte e mistério, mas não. É algo mais aterrorizante ainda kk
Na mudança de parágrafos cheguei a imaginar que o tal mascarado era um médico. Quando vi que era um dentista não pude evitar um sorriso. Mas um sorriso discreto… Não quero expor demais os meus dentes.
Divertido! Vários microcontos marcam pela similaridade com piadas, e esse não fica atrás. De fato, os horrores de um dentista, para muitas pessoas, são comparáveis com torturas e crimes de todo tipo, e o clima é construído muito bem.
Me arrancou muitas risadas, pois compartilho do mesmo pânico. Estava falando um dia desses sobre a minha fuga constante desses carniceiros. Achei a história muito bem desenvolvida e as analogias feitas ficaram perfeitas! O título foi muito bem escolhido também, foi uma quebra de expectativa bem engraçada. Sem dúvidas, estará no meu pódio.
Parabéns pela participação! Boa sorte.
Muitas pessoas dizem que como a ilustração de capa de um conto é opcional, ela não faz diferença alguma em um conto. Eu discordo completamente. E aqui, o que mais prejudicou este microconto, foi justamente a falta de imagem. A ilustração serve para que possamos vê-la na página principal do EC e nos lembrar do conto. Só o título não basta. Devido a isso, eu QUASE me esqueci completamente deste daqui na hora que elaborei minha lista de 15 melhores (e este está presente nela). Mas claro que a escolha da imagem tem que ser feita de forma muito cuidadosa… se fosse a imagem de um dentista, teria estragado completamente o plot twist aqui apresentado, fazendo com que este conto perdesse o impacto.
Enfim… sobre o conto em si… ele brilha por sua narrativa que guia o leitor induzindo-o a pensar em uma coisa, mas, no fundo, sendo algo completamente diferente. Os microcontos que induzem o leitor ao erro de forma proposital e tão habilidosa quanto este, são muito divertidos, tornando este conto charmoso.
Boa sorte no desafio.
Olá, Entrecontista,
Bah, super legal, baita reviravolta.
A gente aqui pensando se tratar de um bandido, pela criação da atmosfera inicial, mas o micro revela ao final que se trata de um consultório dentário, logo antes da obturação.
Taí, poderia ter silenciador mesmo, ótima ideia.
Tudo na medida, boa escrita, boa condução.
Obrigada pelo texto.
Bom dia/boa tarde/boa noite e um bom ano pra nós, amigo entrecontista. Bora começar um novo ano arrasando na escrita! Parabéns pela participação nesse primeiro desafio no ano,! Pra mim, escrever micro conto é um macro desafio kkkkkk. Bora pra sua avaliação, mas, por favor, não leve minhas palavras a sério demais, afinal, micro conto é algo muito fora da curva e é difícil até analisar. Pra ajudar, criei um micro sistema que espero que ajude a ser justo com todos os amigos. Bora lá!
Micro resumo: mulher em panico no dentista. Autor(a) sapequinha que engana seu leitor.
Microsensações: você me enganou direitinho, ao ponto de, quando li a ultima frase, eu pensei “dente careado? de que porra vc ta falando?” ahuahuahua. Alias, quando foi chegando no final, eu ja tava com a sensação de “pootz, esse conto nao tem NADA pra me dizer, o cara vai matar a mulher e é isso, que paia”. Dai pensei “ué, mas se ele ia atirar nela, pra que a seringa? Isso é um furo de roteiro dos brabos”.
No fim, quando terminei de ler e entendi tudo, dei uma gargalhada de mim mesmo. Me senti pego numa pegadinha huahuahuahua.
Dito tudo isso, posso afirmar que esse é o melhor plot twist do desafio até agora (devo ter lido uns 35 ou 36 contos acho). Depois de entender tudo, reli o conto e fui pegando todos os indicios que voce deixou. Voce fez o plot twist perfeito: ele surpreende o leitor, mas não vem do nada.. quando o leitor relê o conto, ele encontra todos os indicios que foram deixados. Adorei. Isso sem duvida vai colocar seu conto na minha lista, só nao sei em que posição ainda (provavelmente bem alta).
Impacto:
Micro
Médio
Macro –> até 80% do conto: “impacto baixo, que conto sem graça, nao tem nada pra contar”. Os 20% finais: “caraio meu, que contaço, me pegou legal (gargalhada)”.
Uso das pouquíssimas palavras permitidas: excelente. Tudo funciona, o espaço é bem preenchido e voce o utilizou para deixar as pistas que na segunda leitura vão sendo encontradas pelo leitor.
Conclusão de um leitor micro-capacitado a opinar sobre micro contos: tava vendo um filminho suave na tv relaxadão… comi uma pipoquinha, dei uma bitoca na minha morena que tava sentada junto vendo o filme e falei pra ela “esse filme tá obvio, ta na cara o final”. Só sei que de repente o plot twist veio, eu com aquela cara de surpreso e a Vero me fala: “toma, troxa”.
Parabéns e boa sorte no desafio!
Que legal a sua história. O desespero da mulher na cadeira do homem mascarado, o dentista. Eu confesso que já tive muito medo dele. Hoje o meu é grande amigo e nossos encontros são gostosos bate papos, com ele, obviamente, falando muito mais do que eu. Gostei da forma como você conduziu a história e me foi levando através dela. Narrativa bem construída, as palavras todas no seu devido lugar. Você tem as manhas do texto. Parabéns.
Olá, Maníaco! Tudo bem?
Seu conto é bem legal. Claro que funciona melhor pra quem tem pavor de dentista. Eu não tenho pavor, mas não gosto nada de precisar ir ao dentista (quem gosta???) inclusive, já fui auxiliar de dentista, e presenciei esse momento muitas vezes.
O clima de suspense e tensão foram muito bem feitos e o final fica dúbio pq para as pessoas que realmente tem fobia de dentista, continua aterrorizante, mas para os outros se torna divertido, uma quebra de expectativa.
Imaginei que pudesse ser um tatuador, antes de ler a última frase, mas aí não seria tão impactante pq temos opção de fazer ou não uma tatuagem, mas não de tratar um dente.
Parabéns e boa sorte no desafio!
Até mais!
Plot: Um conto em que uma mulher sofre uma das piores dores, porém há suspense de sobra para não descobrirmos logo de início que dor é essa.
Desenvolvimento: Na primeira leitura, o conto é interessante, com o jogo que o autor/a autora faz com quem lê de parecer outra coisa e logo a mulher está com a vida em perigo. O desenvolvimento funciona então nessa primeira leitura, noc caso o suspense que se desejou. Na segunda leitura, que já sabemos o que aconteceu de verdade, certamente o efeito nem de longe será o mesmo.
Destaque: Para o plot escolhido, será que esse conto é do participante que bem poderia ser esse homem mascarado, de gorro e sobretudo azul? Pois se for ele é sacanagem, porque sabe como ninguém o pavor dessa agulha hahaahha.
Impressões da leitura: Eu gostei do impacto da primeira leitura. Quando surgiu a palavra agulha, pensei que pudesse ser um costureiro, mas aí a seringa não se encaixaria… Enfim, até chegar a parte do ferro e pedal, tinha mais de uma opção para o que poderia ser. Valeu a leitura.
O conto começa exatamente como eu gostaria de ter começado uma das ideias que não desenvolvi: uma situação limite, onde carrasco e vítima estão frente a frente. E não é que a inversão de expectativa sobre a situação (não sobre os papéis) me surpreendeu? Parabéns!
Oi, bem?
Esse é um ótimo exemplo de conto com plot twist que deu muito certo. Em nenhum momento percebi as intenções do autor. Você conseguiu criar uma excelente atmosfera de suspense e perigo iminente.
É aquele tipo de conto com uma cartada única: você tem apenas uma chance de pegar o leitor, e comigo funcionou.
É um conto de primeira leitura. A segunda é só para perceber o quanto foi enganado. É divertido, bem descrito e sem pontas soltas. Eu não tenho medo de dentista, então funcionou pra mim apenas na comédia. Terror não.
Mas tem um risco: o leitor lê, se diverte, mas pode acabar não ficando na memória por muito tempo.
De qualquer forma, li esse conto faz tempo, reli agora, e ainda considero um ótimo trabalho.
Parabéns e boa sorte no desafio!
Maníaco construiu inicialmente o conto com suspense e concluiu com humor com maestria.
Realmente o silenciador poderia reduzir o pânico de alguns pacientes.
Cyro Fernandes
cyroef@gmail.com
Um conto bacana, tem uma dinâmica peculiar. O leitor só consegue entender que a mulher está no dentista ao final. Ainda assim, tive que reler. Não entendi o que seria o ‘pedal’.
O pseudônimo contribui com o suspense do início do conto.
Parabéns!
Tensão e suspense mantidos em boa parte do conto.
Só relaxei quando a seringa surgiu antes de “aponta o ferro e aperta o pedal”. Revelada a identidade, o algoz clareou o juízo.
Boa sorte!
Rogério Germani
Olá, Maníaco
O texto é bom, a ideia é boa, é criativo, mas alguns ajustes precisam ser feitos para funcionar nas duas leituras possíveis.
É aquele tipo de micro que se você lê sem saber o que vai acontecer (que é a intenção do escritor), fica estranho, as informações não se encaixam perfeitamente. Sem saber que ela está no dentista, “o mascarado segura a peça na mão”, nos faz perguntar: que peça?, visualizar a mulher esperneando na cadeira tb fica difícil. Silenciador, é uma boa ideia pq o motorzinho faz mesmo um barulho assustador, mas você já falou sobre seringa, não conseguimos relacionar com uma arma de fogo, se é que era essa a intenção.
Depois que lemos tudo, fica legal, mas aí é meio tarde.
Nos microcontos acontece muito isso, queremos que o leitor entenda uma coisa e forçamos essa compreensão, o que nos faz abrir mão de certa coerência.
“no instante que” – no instante em que
Parabéns pelo texto.
É uma ideia muito bem executada, apesar de algumas falhas técnicas. As frases poderiam ter uma construção melhor. Falta uma vírgula após a palavra “azul”, por exemplo. Outras frases são simples demais.
Tirando esses errinhos, a ideia geral do microconto é bem acertada. A reflexão acerca do “silenciador”, para mim, é o ápice de criatividade do texto. Sim, de fato o barulho da máquina assusta mais do que os efeitos que ela causa. E isso foi um bom paralelo (com armas de fogo) para construir o suspense.
A construção em frases curtas interrompidas com ponto é muito boa.
Acho que esse microconto merecia mais atenção à técnica para ser um grande candidato. No mais, fico com a criatividade do autor, mas com uma sensação de que é uma obra que poderia ser melhor lapidada.
Gostei do conto. No começo, parecia algum torture porn que descambaria em chatice, mas estava linear demais pra ser verdade. Antes do último parágrafo, senti cheiro de plot twist. E era mesmo.
Você construiu bem o texto para chegar onde queria. Tanto é que muitos se surpreenderam. Parabéns! O pseudônimo também contribuiu para o efeito de enganação.
Só achei estranho a menção ao gorro. Será que teria palavra melhor pra descrever a toquinha? Não sei.
No mais, bom trabalho e boa sorte no desafio.
Olá, Maníaco.
Contexto pessoal
Juro que no final eu consegui até ouvir e sentir a maquininha do dentista. Mérito seu e aqui embaixo vou explicar o motivo.
Análise do conto
Assim que comecei a ler algo me impressionou: a simplicidade da escrita. Frases curtas, palavras conhecidas, não tem uma descrição rebuscada do ambiente ou sentimentos, mas o sentimento tá ali. A gente consegue sentir o que a mulher está sentindo. E não foi preciso nada, absolutamente nada muito elaborado. Foi preciso apenas simplicidade.
Conclusão
E não entenda que por simples disse que o conto é ruim. Inclusive, imaginei que não diria isso nas minhas conclusões, mas ele com certeza estará no meu TOP 15.
Desejo um bom desafio!
Primeira vez que li os comentários antes de escrever o meu e aparentemente a maioria discorda de mim rs então não leve a mal o meu comentário, pois apesar de tentarmos, é impossível agradar a todos.
Sem sombra de dúvida, você esbanjou técnica ao redigir esse texto. O nível de tensão gerado no início é alto, principalmente pela falta de diálogo entre as personagens, e a quebra de expectativa no final foi cômico.
O problema é que esse texto pode ser considerado “descartável” (essa não é a melhor palavra, mas não consigo lembrar de outra agora, perdão). Digo isso porque o efeito desejado só é causado na primeira leitura, pois se a pessoa ler de novo fica até um tanto ridículo, a não ser que ela compartilhe do terror em ir ao dentista.
De toda forma, tenho que parabenizá-lo pelo trabalho realizado. Boa sorte!
Confesso que não fui tão impactado pela surpresa no final, mas reconheço que toda ambientação que precede o desfecho foi bem construída. Parabéns!
HAHAHAHA Incrivel como o plot twist chegou forte no final do conto! Adorei! 10/10 ! Se imagina mil coisas no caminho das 99 palavras mas não se adivinha jamais! Otimo conto
📜 Conteúdo (⭐⭐▫): o que parece ser um filme de terror se transforma, ao fim, numa consulta ao dentista. Para muitos, isso não tem muita diferença mesmo e o autor foi eficiente em usar essas coincidências.
📝 Técnica (⭐⭐▫): boa, sem percalços, levou a narrativa fazendo parecer uma coisa que na verdade era outra
💡 Criatividade (⭐⭐⭐): a ideia de fazer uma consulta dentária um filme de terror é muito boa, realmente
🎭 Impacto (⭐⭐⭐): a ótima reviravolta no fim criou um impacto bom para o conto. Do nível dos melhores filmes do Shyamalan. Voltei e reli tudo de novo para pegar cada detalhe que deixei passar. Muito bom, parabéns!
Obs.: tenho uma história com dentista ao tirar meu ciso que mais parece filme de terror gore.
Uma boa história construída em poucas palavras, com um excelente uso também do título e do nome do autor para ajudar no desenvolvimento da história e na surpresa no final do conto.
As descrições foram muito bem feitas e ajudaram a criar um clima de suspense e tensão, para o climax.
Muito bom!
um conto que realmente sabe falsear, omitir para revelar um impacto surpreendente. É até um pouco Cômico no final. Quem diria que o mascarado seria um dentista? A seringa parece um pouco fora do lugar de inicio, mas não chega a atrapalhar o impacto.
boa sorte!
Chamo de “técnica” a facilidade com que o autor carrega o leitor pela narrativa, e/ou transmite subtexto, e/ou faz (bom) uso de figuras de linguagem que tornam a leitura agradável.
Chamo de “interesse” o quanto o texto me fisgou enquanto leitor, o quanto de impacto senti pela leitura.
Chamo de “objetivo do autor” um palpite do que o autor queria com o texto. É mais um esforço criativo e uma tentativa de fazer leituras mais enquanto escritor do que leitor.
Um trabalho misterioso se desenrola na narrativa, ao final descobrirmos se tratar da temida visita ao dentista.
Técnica: Alta. O autor escondeu de maneira convincente o plot twist do final. A omissão de passagens da ação deixa o texto fluido e a história coesa. A mudança de tensão para alívio cômico de forma tão sutil demonstra uma boa maestria.
Interesse: Acima da média. O esmero e cuidado com as palavras me conduziu bem e a revelação final foi divertida. É um dos contos que mira na ressignificação e é bem executado.
Objetivo do autor: Gerar mistério/tensão e ressignificar ao final, mudando o clima de tensão para diversão.
Acho que o autor foi bem. Particularmente que existem alguns caminhos específicos para escrever um bom micro conto. Mirar na ressignificação com o plot twist no final é um deles.
Bom trabalho.
Boa noite, caro autor(a)!
Tudo bem?
Rapaz, gostei do conto, achei original e a sacada é muito boa, tem um plot bom também e o início realmente consegue nos enganar.
Um homem mascarado, de gorro e sobretudo azul entra silenciosamente na sala. – Nesse instante temos uma introdução criando um bom suspense.
A mulher na cadeira se assusta ao percebê-lo. Os olhares se cruzam. Ela tenta falar, o pânico não deixa. – A tensão cresce nessas linhas e isso se intensifica logo em seguida.
Ele senta-se ao lado dela e rasga um envelope de papel deixando à mostra uma enorme seringa. – nesse ponto pode ser qualquer coisa. Maldição!
A mulher esperneia no instante que a agulha é introduzida. Quem tem medo do lobo-mal, quem tem… Ah, era um maldito dentista, né? hehe
O mascarado segura a peça na mão e pensa que deveria ter um silenciador para aquele tipo de serviço. – Esse silenciador, haha… O miserável é um gênio!
Olha para a mulher, aponta o ferro e aperta o pedal. – Esse pedal me quebrou um pouco, para falar a verdade.
O motorzinho faz seu som apavorante enquanto desgasta o dente cariado.
No final o plot é excelente!
Parabéns e boa sorte!
Me pegou nessa. O micro engana o leitor até o último segundo, literalmente, quando então descobrimos do que se trata. E é, sempre ouvi dizer q muita gente tem medo de dentista, quem sabe foi daí que o autor tirou a ideia? Ver um dentista como alguém “te atacando”? Muito bom. Aprovado.
O texto apresenta um desfecho que frusta a expectativa do(a) leitor(a). No bom sentido, é claro. A princípio, achamos que se trata de um bandido que pretende silenciar sua vítima com uma droga qualquer. No entanto, é apenas um dentista tratando de uma cárie.
O “sobretudo azul” não me desceu muito bem. Talvez pudesse deixar a descrição mais sutil como, por exemplo: vestia uma espécie de capa azul. Mas entendo que o limite de palavras atrapalhou um pouco a caracterização do personagem.
O conto está bem escrito, com linguagem clara e coloquial. Não encontrei falhas de revisão.
O desfecho é uma boa surpresa e torna tudo mais leve afinal.
Parabéns pela participação e boa sorte no desafio.
Nota: perdao pela falta de acentos no texto, estou escrevendo em teclado gringo =)
Ok, esse conto me pegou desprevinido, soltei uma risada involuntaria quando li o final. Ja tinha que ter suspeitado quando o maniaco entrou na sala com um sobretudo AZUL.
Gostei muito do dentista exibido como ele verdadeiramente eh: um MONSTRO! Desculpem-me, dentistas deste grupo, mas eh verdade! hahahahah.
A escrita esta bem feita, talvez possa ser um pouco mais refinada, mas sinceramente nao sei se vale a pena destrinchar cada pedaco do conto para analisar as palavras usadas. Talvez a escolha de uma narrativa mais informal seja, inclusive, uma forma de enriquecer a comedia e o absurdo do texto.
Excelente conto, parabens!
Conto divertido sobre o terror que todos sentimos quando temos que ir ao dentista, o que garante a nossa empatia.
Gosto da maneira como o conto é estruturado, de forma a nos dar pistas aos poucos, para que a gente construa a história na nossa cabeça. Talvez vc tenha forçado um pouco a barra com “gorro e sobretudo azul”, que traz uma imagem muito diferente da toca e jaleco azuis que os dentistas usam. A mesma coisa quando vc diz “segura a peça na mão”: em “peça” o leitor não visualiza um “aparelho”, ou uma “máquina”.
Mas no todo é um bom conto, com ritmo e coesão, desfecho impactante. Parabéns!
A ideia é ótima, e a construção do início do conto, aliado ao título e ao pseudônimo, nos induz exatamente ao ponto que a pessoa que escreveu gostaria.
A punchline foi muito boa; ali pelo meio do conto, entretanto, começa a se notar uma certa estranheza, na medida em que é necessário manter a ideia de que se trata de um assaltante sem deixar de lado os elementos inerentes a um dentista.
Aponto isso apenas por se tratar de um microconto e por estarmos nos apegando a detalhes. No geral, é um conto muito bom.
Boa sorte!
Olá, Maníaco.
Muito bom mesmo, um texto que se revela nas últimas palavras depois de descrever a tensão de uma suposta vítima em face de seu algoz. Ainda que saibamos que se poderia utilizar apenas 99 palavras (portanto, textos já muito enxutos), percebe-se que o autor se esmerou em dividi-lo em pontos que geram agonia/expectativa no leitor até a quebra no final.
Parabéns pelo plot e boa sorte neste desafio.
O micro conduz o leitor a um entendimento e, no final, revela uma surpresa. Gostei, achei o suspense bem construído e também achei hábil a revelação na última linha. O conto começa com suspense e termina com um toque de humor.
Uma boa ideia bem executada.
Esse conto foi bem pensado. Uma ótima ideia. Comecei a ler e vi um bandido armado com pistola com silenciador para matar uma mulher prisioneira dele. Antes de atirar ele injetou nela uma droga torturante. Mas a realidade se apresenta assustadoramente aliviada, desfazendo minhas conjecturas angustiantes e eu respiro aliviado ao descobrir que a ação se passa no consultório de um dentista, onde o próprio aplica anestesia na boca de uma mulher para tratar um dente cariado. Boa.
Muito bom ! Inversão de expectativa surpreendente: de terror a humor em pouquíssimas palavras. Achei muito crítico também. O título não foi muito feliz. Parabéns!!
gostei muito, o paragrafo de início sombrio. achei estranha a seringa dentro de um envelope. final totalmente inesperado, bom plot twist. parabéns pelo conto e boa sorte
É um microconto engraçado, na pegada Luis Fernando Veríssimo. Tem uma boa quebra de expectativa, tira um sorriso (todo mundo deve concordar com o final). Há um final redondo, completando a jornada do conto. Achei bem legal. Eu só não entendi a relação do pseudônimo, o que talvez não tenha.
Que maravilha de micro! Amei. Eu ri, porque, afinal, comecei o que me parecia ser uma história de tensão e suspense e tádá! Vem uma reviravolta cômica, irônica. O começo sugere um cenário de crime ou violência (o que não deixa de ser, frente ao medo que algumas pessoas têm da ação do dentista – é um terror diferente, dependendo da experiência que o leitor possui com relação a consultórios odontológicos), mas reverte para alívio, afinal, cuidar da saúde bucal em um procedimento simples, considerando que é apenas uma cárie. Um conto criativo, bem construído e de humor inesperado.
O conto apresenta uma surpresa final, e a escolha das descrições com elementos comuns tanto ao matador como ao dentista foi uma artimanha esperta. No mais, o conto parte dessa premissa de que, para ser interessante ao leitor, há essa necessidade de surpreender, o que não concordo muito, mas vários textos foram feitos assim no desafio.
ehhhh! Me enganou! Legal! Bacana o desenvolvimento do caminho para chegar ao desfecho. Atônito, me deixei levar pelo medo: ainda bem que era somente o motorzinho do dentista… Ufa! Já estou acostumado! Bom trabalho!
Sem Silenciador se propõe a surpreender o leitor. Desde o título, passando pelo pseudônimo e chegando às primeiras cenas, o leitor é induzido a pensar numa história policial. Nesse mister, a construção é competente e é surpreendente chegar à revelação final.
No entanto, há defeitos técnicos que não seriam de se esperar em um texto tão curto. Na primeira frase, falta uma vírgula após “azul” e falta um ponto ao final do primeiro parágrafo.
Também fiquei me perguntando se existe o tal silenciador para o equipamento odontológico. Creio que não. Já que tal equipamento não existe, o correto seria substituir o verbo “ter” por “existir”, caso em que a anedota perderia totalmente sua graça. Assim sendo, já que não existe silenciador para esse tipo de equipamento odontológico, a piada me soou estranha.
O plot convenceu. Suspense na medida certa, sobretudo considerando o espaço curto para o desenrolar. Partilho dos comentários anteriores quanto ao uso das palavras, porém nada que prejudique a narrativa.
Um dos poucos contos a usar o momento da virada de forma eficiente. Embora tenha alguns detalhes que poderiam ter sido melhor explorados, falarei abaixo, é essa a imagem mais comum para mim de um microconto. Um golpe que muda a direção da história. Grade parte aqui, perdeu-se nesse ponto.
Agora os pontos que imagino poderiam ter sido melhor explorado. Primeiro o ponto de vista. Talvez se tivesse focado no ponto de vista da paciente, a sensação de pânico funcionaria melhor. Alguém vendo um estranho mascarado vindo em sua direção transmite mais pavor do que dizer um homem entra etc. Acho que no lugar de descrever a enorme seringa, queria-se falar da agulha, pois, em geral, elas vem separadas. Talvez tenha trocado para evitar a repetição da palavra, que aparece na frase seguinte, mas ali ela poderia ter sido substituída por um pronome.
Bom, de qualquer modo, para mim, você foi um dos que realmente escreveu um microconto. Sua história é clara, objetiva e tem a virada que tanto gostamos. Parabéns
O objetivo foi atingido ao relacionar o tratamento odontológico como algo de terrível. Achei o clima de tensão bem criado. Como adendo, fica a observação do lugar comum ao colocar o dentista como vilão.
Acredito que a proposta do miniconto foi transmitida de forma satisfatória. A tensão criada entre o mascarado e a mulher é uma cena que prende a atenção do leitor. O título sugere que o mascarado seja uma espécie de assassino, o que aumenta a expectativa. O texto está bem construído até o desfecho, onde o plot twist revela uma situação trivial que causa surpresa. Claro, como é um miniconto, todo a preparação para o desfecho parece não ter grande impacto, mas tem.
Este conto cria uma situação, para nos induzir num raciocínio, para depois inverter, por completo, a trama. Eu sou um grande amante de plot twists, mas também um forte crítico. Neste caso parece-me um pouco forçado a forma como está estruturado o enredo para despoletar o twist. O espaço é curto, é verdade, mas alguns elementos, para mim, parecem-me estranhos. Sobretudo, envelope, silenciador? Não percebi o enquadramento destes elementos, na verdade. Se calhar os dentistas trabalham de forma diferente do lado de cá. Não sei, a ideia é boa, mas não me convenceu.
Um plot twist bem legal no final para um miniconto. A sensação de horror foi bem construída no primeiro paragráfo, assim como o suspense no segundo. Só sabemos o desfecho na última parte da última frase. Um belo uso da técnica do suspense.