Ritual (Antonio Stegues Batista)
Sobre uma mesa encostada na parede, está um pequeno altar de madeira pintado de verde. Da cobertura pendem cabelos trançados sobre a pequena imagem. Em frente, no chão, sobre um tapete de tecido grosso, azulado, a mulher se ajoelha junto a feixes de beladona e mandrágora, duas pombas mortas, contas de ametistas e rubis, signos do zodíaco, um punhal e um medalhão de prata. Ela sacode o incensório fazendo a fumaça envolver a pequena imagem de Ísis, deusa da juventude. Coloca o medalhão no pescoço e pega o punhal.
A criança soltou um leve gemido.
55 comentários em “Ritual (Antonio Stegues Batista)”
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EntreContos 
Realmente um bom conto! É obscuro sem ter um suspense tão grande, o final te deixa tendo o que pensar.
Ainda assim o que me faltou mesmo nesse caso talvez tenha sido algo que fizesse criar alguma conexão, não sei, talvez para este caso não foi a melhor escolha ter essa história num micro, ou a forma que ela foi contada não transmitiu o suficiente.
Com um pouco mais de espaço acredito que seria chocante!
Parabéns e boa sorte!
Achei muito rica a descrição do cenário, criando uma atmosfera mística e intrigante. O texto todo me pareceu uma foto, apenas a exposição de uma cena que terminou com uma crueldade feita por um protagonista doente.
Criativo, bem escrito, mas estático.
Boa sorte.
COMENTÁRIO: Talvez um microconto possa ser tomado como pegar uma chave em uma bacia de água congelante. É preciso mergulhar a mão rápido e localizar a chave com apalpadelas, resgatando a mão antes que o gelo faça o seu estrago. Aqui, senti que o parágrafo quase inteiramente dedicado à descrição da cena foi como ficar apalpando o fundo da bacia sem encontrar a chave que, ao final, era o bebê sacrificado. Uma cena brutal como essa não ter efeito significa que, para além da minha insensibilidade, a construção do momento não foi tão efetivo em trazer o choque.
Um dos meus filmes favoritos, “A Bruxa”, tem essa cena do sacrifício do bebê e é algo similar em omitir o que acontece ao mesmo tempo que deixa claro do que se trata. Mas ali o efeito foi maior, eu acho.
gostei da descrição e da ambientação como um todo! Bem escrito e estruturado mesmo em um parágrafo
Acho que num espaço tão restrito de palavras o conto acabou detalhando demais a parte inicial, o que limitou o desfecho. Da mesma forma, fico imaginando que esse desfecho “seco” tenha sido intencional, portanto, não é qualquer demérito ao autor(a). Curioso quanto ao pseudo do autor(a) João (Jon) Lannister.
Olá, tudo bem?
A descrição de um ritual que envolve sacrifício humano. Nenhuma surpresa até aí, mas gostei das descrições. Formou uma imagem bem detalhada e macabra na minha mente. Lembrei do caso de uma progenitora que decapitou o próprio filho num ritual, flagrada por policiais em flagrante. Foi uma cena tão hedionda que teve policial passando mal com a cena.
Suas descrições me causaram repulsa, isso significa que fez um bom trabalho.
Boa sorte.
É um conto legal, embora eu sinta que a técnica tenha vacilado em alguns pontos, como na vírgula mal colocada logo no início.
Acho que caberiam imagens e frases mais bem-elaboradas. Me parece que é um texto que precisa ainda ser melhor lapidado.
A ideia é ótimo, o(a) autor(a) demonstra que possui grande criatividade. Gostei do desfecho e da atmosfera criada, mas faltou uma formação de imagens mais potentes e impactantes.
Olá, João
Gostei do seu conto. Todas as informações estão ali.
“A deusa da juventude” – poucas palavras que dizem muito, desvendam o conto.
Não costumo gostar muito de microcontos descritivos de cenário pq na maioria das vezes são informação que não contribuem muito com a narrativa e comem muitas das poucas palavras. No caso do seu, a descrição me coloca na cena e me faz entender muita coisa. Você usou muito bem a descrição do cenário para dizer o que estava acontecendo.
Cuidado com a repetição de palavras, “pequeno” e “pequena”.
Algumas palavras poderiam ser cortadas:
“tapete de tecido grosso” – tapete grosso já daria conta do recado.
“Em frente, no chão, sobre um tapete” – sobre o tapete ajoelhada, a gente já entende estar no chão.
O altar ser verde, pode querer dizer alguma coisa, não sei, mas dizer que o tapete azulado é uma informação importante?
O final é muito bom. Só não entendi pq a narração vai para o passado. Sugiro colocar “A criança solta um leve gemido”. Além de seguir a coerência do texto todo no presente, você nos mantém na ação, é como se presenciássemos o gemido.
Parabéns pelo conto.
Olá, João,
Como leitor, agradeço por compartilhar conosco seu texto. Participar de um desafio exige coragem, expor-se de forma cega ao julgamento dos pares.
O miniconto cria uma atmosfera densa ao descrever, com riqueza de detalhes, um cenário ritualístico. A narrativa é bastante visual e leva o leitor até o momento final, que sugere algo macabro sem explicitar.
Seu texto impressiona pela atmosfera e pela carga simbólica, mas para mim, enquanto leitor, o ponto forte é seu ponto fraco. De fato, é um miniconto muito visual, o que é o ideal para muita gente. Mas a carga descritiva também deixa o texto pesado, cansativo. O conto é uma grande descrição até o ponto final, em que temos uma ação. Seria o equivalente a ficar descrevendo o terraço de um prédio com detalhes e, na última frase, dizer: “por fim, um homem pulou dali”. A gente parece perder o mais interessante.
Mas é minha opinião. Sua escrita é bem desenvolvida. Parabéns e sucesso no desafio!
Olá, João! Tudo bem?
A melhor coisa do seu conto é a ambientação muito bem feita. Dá pra visualizar tudo, como se estivéssemos vendo um filme.
E apenas na ambientação dá pra entender tudo o que está acontecendo e vai acontecer. Imaginamos todo um contexto, e isso é muito difícil de fazer.
Porém, o conteúdo do seu conto não me agradou. (Imagino que sacrifício humano ainda mais de criança não agrade a quase ninguém).
Gostaria de ler mais contos seus com outra temática.
Parabéns e boa sorte no desafio!
Até mais!
Olá, João Lannister.
Contexto pessoal
O conto não me trouxe nenhuma história ou lembrança marcante que já vivi. Gosto disso, já que consigo ler sem esse viés e isso não é critério para minha análise.
Análise do conto
Ontem li um conto que não tinha nenhuma descrição sobre o ambiente/local que a história se passa e acho que o autor falhou nisso. Aqui, por outro lado, temos uma preocupação forte com o ambiente, que acabou não me preparando para o final. Aqui, o que acho que faltou foi um pouco de história sobre o motivo. A pessoa que faz o ritual, é a primeira vez? Já faz isso há anos? O que a motiva? Acho que o motivo vai trazer força para a surpresa no final.
Conclusão
Acredito que esses ajustes ajudarão para que o leitor chegue preparado para o final. Aqui, como está, pelo menos para mim, o ambiente chamou mais a atenção do que a presença da criança.
Desejo um bom desafio!
Conto de terror que fica realmente macabro no final com o sacrifício de uma criança. Bem, eu acho que o impacto poderia ser maior, o final não foi bem preparado. Até a surpresa precisa ser preparada para funcionar.
boa sorte.
Olá, João Lannister, cara, cá estou eu às voltas com esse estranho e (tão terrível) ritual. Para encontrar o elixir da juventude uma criancinha será imolada? Foi isto realmente que entendi? Há toda uma preparação, um altar, as plantas, as pombas mortas, o incenso mas a história não me envolveu, não me abraçou. Senti falta de algo mais que nem sei explicar bem o que seria. Fica com o meu abraço, votos de sucesso no desafio e parabéns pelo microconto apresentado no certame.
Conto que na verdade é a descrição de uma mesa de ritual com uma surpresa no final.
Penso que para poder depender tanto assim da descrição para fazer o cocnto funcionar, essa deve ser interessante de alguma maneira que crie a história. Algumas coisas foram explicadas, como o motivo do ritual. Mas, pelo que vi, nada além disso. Talvez uma poesia a mais, ou se mais fragmentos do altar nos dessem pistas de uma história maior, poderia ter ficado mais interessante. O final tenta chocar, mas não achei forte o suficiente, diante da que foi construído antes até que seria esperado.
JP sugeriu que a descrição, cheia de elementos diversos, poderia dizer que a pessoa não sabia o que estava fazendo. Esse tipo de significado tornaria o conto interessante. Mas não acho que tenha sido intencional. Pelo menos, eu não captei isso.
Obrigado e boa sorte no desafio.
A criancinha não será poupada, e isso é dito na última linha do conto. Toda uma ambientação é criada para dar ao(à) leitor(a) uma sensação de incômodo, mantendo a tensão e o suspense.
O texto está bem escrito, linguagem apresenta um vocabulário mais rico, com fortes referências ao tema abordado. A menção à “imagem de Ísis, deusa da juventude” revela a intenção da mulher e a razão do sacrifício da criança (imagino que seja um bebê). Macabro, mas não é uma ideia muito original.
Não encontrei falhas de revisão.
Parabéns pela participação no desafio e boa sorte.
Feiticeira faz um ritual com criança para uma pretensa juventude eterna, não entendi muito bem essa magia , mas pelos elementos no conto essa é a ideia.. A ambientação parece situar num passado distante e não nos dias de hj. Conto bem escrito, com descrições interessante e um final impactante. Um drama sinistro, bem pesado. Tipo de terror que gosto de ler.
Plot: Uma mulher faz um ritual e um inocente é sacrificado.
Desenvolvimento: Texto estruturado em dois parágrafos. No primeiro, toda a ação do ritual descrita. E realmente é isso: uma descrição. No segundo, com apenas uma frase, algo como o que houve a partir da ação do parágrafo anterior.
Destaque: A forma de descrever o ambiente, pude visualizar bem o local, talvez o motivo de não ter uma imagem seja esse, de deixar pela nossa mente a formação de um cenário, a partir do texto.
Impressões da leitura: Não gostei muito pelo desfecho. E não tem nada a ver com você, mas comigo. Pra mim não funcionou totalmente por conta de me levar a imaginar o sacrifício de uma criança, do que gostei foi a riqueza da descrição, no primeiro parágrafo.
Esso conto nem uma cena, é praticamente um teaser! Aqueles trailers que a gente quer saber como acaba o filme. Bem construída na descrição do cenário, falta alguma coisa na construção das personagens (seria o “porquê?). Mas a premissa promete. Talvez, com mais umas centenas de palavras? Boa sorte no desafio!
Este conto descreve um ritual que termina com a alusão a uma criança. O texto em si não revela que ritual é que está a ser realizado e qual o papel da criança no mesmo. Procurei referências a Isis, mas nada encontrei que a relacionasse com o texto. Também está patente no conto uma panóplia de elementos aleatórios presentes no ritual, o que leva a concluir que a pessoa que o está a realizar não tem a mínima noção do que está a fazer. Provavelmente alguém mentalmente instável. Como Isis era a deusa que facilitava a passagem para o outro mundo e também estando conectada com feitiços para curas (pelo que li) pode ser que quem está a fazer o ritual o faça, não sacrificando a criança, mas procurando uma cura para ela, podendo mesmo sacrificar a própria vida para o conseguir.
O texto não é claro e, como outros, parece parte de algo maior. Há textos que são abertos, que desafiam a interpretação, e há outros que parecem mais uma excerto de um texto maior. Aqui tenho essa sensação. Ao não dar referências, no ritual, a qual o seu objetivo eou finalidade, ou referências pesquisáveis de rituais reais, toda a interpretação não passa de especulação, o que frustra, para mim, a essência do micro-conto.
Apesar de bem escrito, não me convenceu e deixou-me com a sensação que precisa de mais conteúdo para ser devidamente compreendido.
Acredito que para funcionar bem um microconto precisa de camadas diferentes. Para além da história literal que é contada pelas palavras, é preciso haver tramas subjacentes, dilemas e dramas escondidos nas entrelinhas, algo que se revele somente ao fim da leitura, ou até mesmo em uma segunda ou terceira leitura.
Aqui temos um conto plano, direto, que retrata um (auto) sacrifício. Há dubiedade sobre onde está a criança sacrificada. Está diante do altar (provavelmente) ou está no corpo da mulher (improvável mas não impossível).
De todo modo, a menção a Isis leva a crer que a protagonista é alguém que busca restabelecer a juventude. Na falta dos filtros do Instagram, tinha que apelar para algo mais dramático mesmo, rs Esse aspecto pode até lançar luzes sobre os limites da busca da juventude eterna, da beleza perene, do que se chama “auge”.
Mas não me parece ter sido essa a intenção do(a) autor(a). Antes, a história busca a surpresa pura e simples: depois de uma longa introdução em que prevalece a descrição do ambiente, segue-se a imagem da criança, algo feito para pegar o leitor desavisado, tipo uma pegadinha.
Boa execução, mas eu preferia algo mais profundo, mais poético até.
Oi, bem?
Temos aqui um microconto. Uma descrição muito bem feita do ambiente, fazendo o leitor passar por cada detalhe, como se estivesse lá. Ele observa tudo: a parede verde, a mulher ajoelhada, todas as geringonças. Mas ele não vê o mais importante. Pelo menos, eu não esperava pelo final, apesar de obviamente se tratar de um ritual.
Com uma frase, o conto se fecha, e o que já estava muito visível se torna ainda mais. Acho que é isso que eu definiria como um microconto: quando o autor pega na mão do leitor, o leva a um lugar e o surpreende.
Gostei do seu texto. Bem pensado, sem firulas.
Parabéns, boa sorte no desafio!
O conto narra a história de um ritual de sacrifício de uma criança. provavelmente para conseguir o rejuvenescimento do assassino. A narrativa é boa, com algum suspense, nos conduzindo até o final, que não é tão inesperado. Boa técnica, impacto médio.
Boa sorte no desafio.
Olá, João!
Fiquei preocupado com a criança, não que a história tenha me prendido. De fato, não! Pensei no estresse dela, o porquê de não ter resistido, chorado, espernaeado. Não faz sentido. O texto não fala a idade, mas suponho que não seja um recém-nascido. Se for mesmo o ritual, como supõe o título, deveria ter um conselho tutelar cuidado deste infanto. Pareceu algo forçado, incompleto, negligente. Boa sorte no desafio!
RITUAL (JOÃO LANNISTER)
Bom dia, boa tarde, boa noite autor(a)! Espero que esteja bem! Meus critérios de avaliação foram escolhidos baseando-se em conceitos que encontrei sobre o gênero microconto na internet. São eles: utilização do espaço permitido, subtexto, impacto, escrita. Nesse desafio em específico, não soltarei minhas notas no comentário. E, por fim, mas não menos importante, gostaria que você tivesse em mente que microcontos são difíceis de escrever e difíceis de avaliar; logo, não leve tanto para o lado pessoal se o meu comentário não estiver bom o suficiente, por qualquer motivo que seja. Garanto que li com o cuidado e a atenção que seu conto merece, dando o meu melhor para tanto contribuir com a minha opinião quanto para avaliar de uma forma justa você e os demais colegas.
É isso! Chega de enrolação e vamos para o meu comentário:
Ø Breve resumo:
Um microconto no qual a bruxa vence…
Ø Utilização do espaço permitido:
Um conto bem ambientado, uma cena bem descrita. Não tem muita história, mas meio que deixa para o leitor imaginar.
Ø Subtexto:
Bom, não há muito nas entrelinhas. É uma cena bem ambientada na qual mostra uma bruxa num ritual de adquirir a juventude da criança raptada. A intenção é demonstrada claramente para o leitor.
Acho que digno de nota mesmo, não sei se a referência à Ísis, deusa grega da juventude, combine tanto com a fantasia medieval… Não sou especialista em fantasia, mas não me parece que combina.
Ao mesmo tempo, foda-se, né? É fantasia…
Ø Escrita:
Acho que faltou revisar um pouco o texto. Tem algumas repetições de palavras que comeram novas ideias, infelizmente.
Ø Impacto:
Médio para bom.
Não sei dizer, eu gostei do conto. Acho que é um fragmento de uma história maior, de fantasia. Conseguiu me inserir na história. Infelizmente, acho que deixou a desejar um tiquinho na escrita, poderia ter ficado mais redonda…
Boa sorte e parabéns no desafio!
Bom dia/boa tarde/boa noite e um bom ano pra nós, amigo entrecontista. Bora começar um novo ano arrasando na escrita! Parabéns pela participação nesse primeiro desafio no ano,! Pra mim, escrever micro conto é um macro desafio kkkkkk. Bora pra sua avaliação, mas, por favor, não leve minhas palavras a sério demais, afinal, micro conto é algo muito fora da curva e é difícil até analisar. Pra ajudar, criei um micro sistema que espero que ajude a ser justo com todos os amigos. Bora lá!
Micro resumo: a descrição de um ritual para recuperação da juventude com sacrifício infantil.
Microsensações: o micro resumo que fiz acima descreve algo que me enche os olhos. Esse é justamente o tipo de sinopse que eu quero encontrar num conto do EC, e fiquei empolgado quando comecei a ler e percebi (com ajuda do titulo), que vinmha provavelmete um terror bizarrão. Porém, infelizmente, o bizarro não chegou a aparecer, e o conto focou mais na construção do ambiente e da tensão, explicando por meios das descrições o andamento do ritual. Por mais que toda a situação apresentada seja sinistra por si só, achei que faltou espaço ou um uso melhor das palavras pra entregar algo mais impactante. acho que voce apostou todas as fichas na frase final, onde nos é revelado que uma criança é vitima do sacrificio. Porém, acho que acabou sendo pouco, e infelizmente, o conto nao chegou ao maximo do seu potencial. De todo modo, um conto ousado, bem descrito e com uma otima intenção. Só faltou ir alem, até porque um ritual onde uma criança é executada nao chega a ser uma historia, e sim um elemento de uma historia maior, acho.
Impacto:
Micro
Médio –> conforme explicado acima, o conto causa um certo impacto pelo ar profano da descrição e pela cena final com a criança, mas falta algo mais concreto que criasse uma historia mais impactante e marcante.
Macro
Uso das pouquíssimas palavras permitidas: acho que aqui foi o problema maior do conto, que usa todo seu limite na descrição (muito bem feita), e acaba ficando sem espaço pra nos entregar algo mais catartico.
Conclusão de um leitor micro-capacitado a opinar sobre micro contos: li no jornal a historia da criança que foi executada num ritual satanico. Isso por si só é impactante e horrivel, mas em meio a toda a desgraça que o jornal contava aquele dia, faltou algo que mantivesse aquela historia na minha cabeça por mais tempo.
Parabéns e boa sorte no desafio!
Vejo aqui um esforço para estabelecer uma certa ambientação, mas ela não traz uma recompensa. A cena está perfeitamente estabelecida: o altar pagão, o misticismo, um clima de tensão, a mulher de joelhos. A presença da criança é um contraste com o resto da imagem: uma figura inocente no que parece uma ambientação macabra. Vemos um punhal, e sabemos o que vai acontecer.
Mas o conto termina e é isto. É uma cena. Engraçado, antes deste eu li “Knock”, que também uma cena, de certa forma parecida com esta: ambientação sem conclusão. Mas enquanto em Knock há um trabalho para colocar o leitor no lugar do personagem e criar uma certa empatia, aqui o leitor é removido da cena, vendo tudo de longe.
Enfim, bem escrito mas, ao meu ver, falta justificativa ou motivação.
Olá, João!
Conto que versa sobre um ritual. Bom, o título é Ritual, e utiliza o limite de palavras inteiro, praticamente, descrevendo exatamente esse ritual. Então tudo parece bem normal. Não há nenhuma surpresa no enredo que crie alguma tensão de informações. O foco é na descrição. O conto é o que é.
Não há problema nenhum num conto focado em descrição. Mas num limite de palavras pequeno como o deste desafio, a descrição pura e simples, por melhor que seja feita, não vai despertar no leitor uma reação mais emocional, ou de maior interação, por não estar sendo provocado a isso. A descrição vai dar ao leitor tudo o que ele precisa saber. E, no seu enredo, a menção à criança no final, que seria a surpresa, o plot twist em saber que o ritual é um sacrifício, fica sublimada, por não termos tido tempo de criar esse laço. E, um ritual, para quem conhece a premissa, já espera mesmo um sacrifício, então acaba que não é bem uma surpresa.
Se você me permite, como uma sugestão, eu teria aproveitado o título para dar uma informação extra, algo que provocasse o leitor a extrair mais do seu conto, algo como “através do coração”. Não sei se mudaria muito, mas uma expectativa teria sido criada, e ela seria cumprida com a informação de que seria através do coração de uma criança, dando uma interagida com o leitor, que extrairia mais da experiência da leitura. Mas, como eu disse, é apenas uma sugestão.
É isso, boa sorte no desafio!
O destaque aqui é a descrição do cenário, elemento costumeiramente essencial nas narrativas de terror/horror, que é o caso do seu micro. O impacto está no fecho, suave na descrição, brutal no sentido. Estranhei um pouco o uso do passado no parágrafo final, uma vez que o parágrafo anterior está narrado no presente. Mas isso não é um problema.
Parabéns!
Descreveu minuciosamente a cena de um ritual e foi isso. Impacto? Muito sutil. Tirando o fato de colocar uma criança na situação, o que torna tudo macabro, não há nada demais.
Houve uma tentativa de criar uma atmosfera de mistério e suspense ao descrever um ritual obscuro, no qual uma mulher realiza um sacrifício em nome de uma deusa pagã.
Muita informação, algumas até boas, mas mal configuradas. O resultado acaba sendo frustrante, lamento.
Independente disso, parabéns pela iniciativa e boa sorte!
Olá, Entrecontista,
Cenário: tu é bom nisso. Ótimo: a gente vai até esse lugar, diante dessa mesa e desses trecos todos utilizados por essa mente doentia para oferecer a criança como oferenda para a deusa da juventude. Fé, loucura, sacrifício…
Tu me deu o cenário de forma correta e eu, leitora, pude construir TODA A HISTÓRIA na minha cabeça. É isso.
Isso é escrever um bom micro.
Obrigada pelo texto.
O microconto apresenta detalhes visuais e simbólicos – beladona, mandrágora, pombas mortas e a fumaça do incenso. Gostei de como tudo foi sendo descrito para dar o tom místico. Isis tem a ver com juventude e renovação, mas o final é perturbador, não é? Talvez porque existe a presença de uma criança e isso provocou em mim um impacto inesperado e, não sei, talvez perturbador. Eu fiquei imaginando o que viria depois.
Chamo de “técnica” a facilidade com que o autor carrega o leitor pela narrativa, e/ou transmite subtexto, e/ou faz (bom) uso de figuras de linguagem que tornam a leitura agradável.
Chamo de “interesse” o quanto o texto me fisgou enquanto leitor, o quanto de impacto senti pela leitura.
Chamo de “objetivo do autor” um palpite do que o autor queria com o texto. É mais um esforço criativo e uma tentativa de fazer leituras mais enquanto escritor do que leitor.
Um conto que tenta balancear descrições detalhadas com uma reviravolta ao final. Artisticamente uma escolha ousada, embora comigo não tenha funcionado tanto.
Técnica: Competente. A opção do autor(a) pela ênfase em descrição é um pouco arriscada. Das 95 palavras da história, 89 são utilizadas para descrever a sacerdotisa e o altar. A descrição é perfeita e bonita, mas a reviravolta no final de algum modo não parece sustentar todo o peso do conto em si. Ao menos, foi minha impressão.
Interesse: Médio. Ritualismo é sempre uma coisa interessante, por outro lado sinto que tem pouca coisa acontecendo. Fiz algumas releituras, mas não pesquei nada de novo que reforçasse o texto.
Objetivo do autor: Permitir que o leitor visualizasse a cena do ritual, inclusive esteticamente belo, para surpreendê-lo com o sacrifício no final.
Que descrição impecável. O autor demonstra domínio das palavras e cria uma ambientação com uma riqueza de detalhes impressionante. Por outro lado, termos narrativos, creio que o conto carece de acontecimentos impactantes. Não que toda história precise de um plot twist, mas aqui senti falta de elementos que vão além do que o leitor já tinha como expectativa ao ler o título. Ainda assim, um bom texto, muitíssimo bem escrito. Parabéns!
Olá João.
Achei seu conto muito descritivo. Você se ocupou mais em descrever o ambiente do que em criar tensão e significado para a sua história.
A tensão surge da eliminação de detalhes supérfluos e do foco exclusivo no essencial, no que você quer realmente dizer com o conto, a tal história oculta (significado).
Então acho que você podia ter usado menos palavras para descrever o ambiente e mais para construir a personagem por dentro. Aos poucos, iríamos percebendo que ela deseja juventude e fará qualquer coisa para conseguir, até mesmo matar um bebê. Como não foi criada essa tensão, a sua frase final não causa surpresa no leitor. Pelo menos, em mim não causou.
Senti falta mesmo da intenção do seu conto. Aquilo que se esconde nas entrelinhas, o não-dito, o mais importante que nunca se conta.
Boa sorte e parabéns.
Ei, eu gostei do imagético do conto e o curioso é que ele não possui ilustração nenhuma. Imaginei o altar e a ambientação é bem no estilo de terror que aprecio – poderia aparecer em um filme do Eggers. O final dá um bom arremate, trabalhando bem com o curto espaço do desafio. Entrará na lista, com certeza. Parabéns e boa sorte no desafio.
Texto bem escrito.
Uma mulher realiza um ritual místico.
A criança geme. O leitor não sabe o motivo. Poderia ser pelo ritual, poderia ser por qualquer outro motivo.
Um conto simples, previsível, direto.
Parabéns!
Mulher ajoelhada diante de um altar, cercada de símbolos místicos, culminando com o sacrífico de uma criança. Temos aqui uma resolução clara para o enredo na forma de um plot twist que, se não impacta muito por causa do clichê ritualístico, funciona bem e entrega uma história fechada, sem espaço para dúbias interpretações. Acho que isso é um ponto positivo, principalmente para quem, como eu, prefere histórias com finais conclusivos.
Sobre a leitura, concordo com quem sugeriu substituir algumas vírgulas por pontos finais. Isso ajudaria a deixar o texto ainda mais fluido e fácil de acompanhar. No geral, é um miniconto bem redondinho, daqueles que correm lisos, sem tropeços. Parabéns pelo trabalho!
Black metal. Esse microconto daria uma letra excelente de Black metal, pois é pesado, tem descrições de elementos da natureza, e termina com uma conclusão de fazer o coração parar, inclusive o do leitor. Achei interessante por ser descrito de maneira bem direta, mesmo com esse termino desgracento
Ritual é um microconto de terror. Estamos diante de uma cerimônia macabra. Há um altar e uma fiel. Ela quer juventude, quer beleza, a qualquer preço. Preparou o ritual. Cada detalhe do altar foi cuidadosamente preparado. Não há retorno. Agora é erguer o punhal e cravar na vítima indefesa. Não podemos cometer o erro de torcer pela vítima. Dela, só podemos esperar um leve gemido. É puro terror.
Que pena! Estava torcendo pela criança. Até revisitei o meme do “Morre Diabo”, Mas, não deu. rsrs
Ritual, vindo de longa data, é algo complicado até para peru na véspera de Natal.
Rogério Germani
Por mais que a resolução deste conto gere comoção, a ambientação estava fluindo bem até que se estendesse demais. Há consideravelmente mais explicações acerca do local, com elementos não tão fundamentais assim à narrativa, do que ações das personagens.
A ideia é muito boa, impactante, inclusive. Mas, ao meu ver, a execução poderia ter sido melhor, o que elevaria as chances desta história.
Boa sorte!
o/ o/ o/
Boa sorte!
📜 Conteúdo (⭐⭐▫): descrição de uma cena de um ritual com muitos detalhes. A última frase salva o conto.
📝 Técnica (⭐⭐▫): boa, capricha das descrições. Sendo um microconto, porém, creio que possa ter se excedido em algumas.
💡 Criatividade (⭐⭐▫): na média do desafio
🎭 Impacto (⭐⭐▫): enquanto lia, eu estava entendendo que se tratava de um ritual, provavelmente de juventude. Mas não esperava o sacrifício infantil, que veio seco e doloroso. Nada exagerado, mas achei bom.
Boa ambientação, mas não gostei tanto porque sinto que a história não vai muito além. Fica a sensação muito mais de uma cena do que um conto. Claro que podemos especular sobre a personagem, sobre a vítima, mas não muito além, então a questão fica muito localizada. Me incomoda também a mudança de tempo verbal entre os dois parágrafos.
Um microconto bem pensado.
Basta a descrição do ambiente e o gemido do final e já sabemos o que vai acontecer e o porquê. É curto, econômico e, mesmo assim, conta uma história.
Do lado negativo, a narrativa não tem surpresas. A gente sabe o que vai acontecer e acontece mesmo. O conto aponta para uma direção e vai pra lá mesmo. Isso é ruim? Nem sempre. Melhor uma narrativa previsível e bem feita do quem uma sucessão de plot twists difícil de seguir. É apenas uma observação.
Parabéns pela participação e boa sorte.
Kelly
Olá, Lannister. (De que gente você é? Rochedo Casterly ou Lannisporto?)
Digamos que temos aqui um ritual para uma dona voltar a ser a Rainha da Beleza. É tiro curto como o desafio manda, mas mesmo assim gostei do modo como descreve o altar e os instrumentos. Como é um microconto, a gente meio que se apega a toda palavra ou expressão que possa relevar alguma coisa. Espero que essa criança só tenha suspirado e pronto.
Não houve impacto ao meu ver porque a cena fora finalizada como a proposta inicial demonstrava. Ainda assim, parabéns pela escrita!
Boa sorte neste desafio.
Texto denso e que cumpre o objetivo do tema. A escrita é muito boa e detalhada, levando-se em conta o pouco espaço para desenvolvimento. O final esperado.
Texto rebuscado e enredo bem desenvolvido, contudo o tema não me agradou.
Cyro Fernandes
cyroef@gmail.com
Muito bem descrito o ritual. O final não é bem um plot twist, pois um sacrifício podia ser esperado num ritual, talvez não esperado a brutalidade, mas foi um final surpreendente. Bom conto. Parabéns.
Gostei do texto, que soube usar bem a ideia do Microconto, resumindo muito bem toda uma história à descrição de um pequeno ritual para a juventude e um final que traz um impacto.
A ideia de sacrificar a criança em troca da juventude foi muito bem trabalhada.
Gostei!
O plot twist no final marca bem o texto, pois a primeira parte tem uma descrição muito bem feita de uma cena. O miniconto tem ritmo, que é bem quebrado na última frase. Está bem construído.
Muito bom! História rica em detalhes, texto conduzido com perfeito alinhamento, e um final inesperado e assustador. Parabéns. Boa sorte!
Muito bom. Se entendi bem, a criança representava a deusa Ísis (embora nunca tenha ouvido falar de uma associação dela com a juventude). Foi bem denso, tenso e dark seu conto. Me agradou. Utilizou bem o número de palavras pra descrever a cena, e deixar o final explicando todo o contexto da história, juntamente com o título. Nada ficou confuso ou aberto. Bem criado.
Um texto com bastante potencialidade. Recorre-se a elementos comuns para indicar um ritual pagão, possivelmente para indicar magia de rejuvenescimento.
O elemento surpresa está presente e é funcional dentro da proposta. Deixo duas observações, chatices minha.
Não quero fazer daqui o Twitter, mas a gente vive num mundo cheio de preconceito religioso e misoginia, que sempre recomendo pensar nisso ao escrever. Explico melhor, essa ideia de associar as religiões pagãs à prática de infanticídio e sacrifício foi muito explorada pelas religiões monoteístas (tanto na bíblia quanto na Idade Média) e quase nunca condizia com a realidade. Ok, na ficção isso pode aparecer, claro. Mas me parece correr o risco de reforçar esses estereótipos.
O mesmo com a figura da mulher, a sacerdotisa pagã, exalando sensualidade e que se recusa a envelhecer. Isso aparece em dezenas e dezenas de textos, desde a bíblia com a Jezabel até os contos de fadas com a Madrasta da Branca de Neve. Tudo bem, militância é chato… É, mas estereótipos também são.
Quanto aos critérios objetivos do texto, ele funciona. Está bem escrito. Eu botaria uns pontos no lugar de vírgulas para facilitar a leitura, mas do jeito que fez está excelente. Boa sorte!
Aqui temos uma pequena descrição sobre uma mesa de ritual. Aí uma mulher se ajoelha e começa fazer o esquema dela aí, com incenso, mandrágora, e coisas de rituais. Então ela coloca uma medalhão no pescoço e pega um punhal. Pra fechar a história, ela dá uma facada numa criança, que solta um gemidinho.
Bem escrito, mas….. não foi muito o meu estilo. Tipo, não houve surpresa alguma, e nem significados ocultos. É apenas uma mulher fazendo um ritual macabro.
Boa sorte no desafio.