EntreContos

Detox Literário.

Presença (Claudia Roberta Angst)

Foi de repente: tomava o ar, embriagando os sentidos, roubando a presença de tudo ao redor. Estava nos móveis, na roupa, nos lençóis, em toda parte, a reivindicar posse imediata. Seu corpo inundou-se de terror. Arrancou a camisola, flores esmaecidas em seda. O tecido se desfez em suas mãos. Correu para o banho, esfregou-se com desespero. Mas já era tarde. Estava impregnado, tatuado em sua pele. Cheiro de morte.

74 comentários em “Presença (Claudia Roberta Angst)

  1. SY
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de SY

    🌼Jojozinho querido do meu ❤️

    Estou impressionada como vocês leitores levam a sério essa coisinha de impacto. Talvez meu continho seja provido de sistema Air bag só para não ferir ninguém durante a leitura.

    Ao contrário do que você diz, não farei nenhuma cena só porque você não me colocou na sua listinha. Menino mau.

    Beijinhos

    🌼SY

  2. Renato Silva
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Renato Silva

    Olá, tudo bem?

    Bacana as descrições no microconto, o uso da sinestesia para criar imersão e fazer o leitor sentir o mesmo que a pessoa descrita no texto.

    Como muitos microcontos neste desafio tentam trazer mensagens subliminares, utilizando de metáforas para contar algo em breves palavras, ao que me parece, a mulher pode ter sido vítima de uma violência sexual dentro de sua própria casa. O sentimento de repulsa é tão grande, que a fez sentir um mal cheiro por todo o cômodo, além de sentir-se bastante suja também, a ponto de querer logo retirar a roupa que vestia naquele momento (provavelmente foi atacada enquanto estava deitada para dormir) e correu para se lavar. Ou mesmo poderia se tratar de um surto de quem sofre de esquizofrenia. Não li os demais comentários, não sei o que os outros comentaram. Também não sou muito bom com essas análises.

    Parabéns pelo texto e boa sorte.

  3. Pedro Paulo
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Pedro Paulo

    COMENTÁRIO: O texto sucede em criar a sensação de que um agouro crescente se fecha sobre o personagem, transmitindo a mesma claustrofobia que deve sentir diante da inevitabilidade do que o assombra, bem ilustrado pelo banho intenso que não o alivia desse destino. Apesar do investimento do texto em criar essa sensação, pareceu-me que é onde o texto se encerra. Não se sabe quem é o personagem, não se entende por que o sentimento o acomete, se por uma fobia, por uma possibilidade real de morte ou pelo falecimento de pessoas próximas… não se estabelece uma conexão para que a empatia seja também a nível de identificação. Então é um micro com qualidade técnica, ao nos passar essa sensação do sinistro nos cercando, mas sem um enredo consistente para instigar a leitura.

  4. Raphael S. Pedro
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Raphael S. Pedro

    Aqui o texto foi bem desenvolvido mas senti que faltou o “algo mais”. O desfecho não me cativou e confesso que não sou daqueles que cobram um final ou reviravolta mirabolante. Pode ter sido a intençaõ do autor deixar assim “aberto” e eu não tenha conseguido captar.

  5. jowilton
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de jowilton

    O conto narra a história de uma pessoa que sente uma presença ruim, tenta se livrar, mas já era tarde demais.

    O clima de tensão e terror foi bem feita, mostrando uma boa técnica. Só me pareceu mais uma cena de algo maior do que realmente um micro conto. O impacto não foi muito grande.

    Boa sorte no desafio

    • SY
      1 de fevereiro de 2025
      Avatar de SY

      🌼 Jojozinho querido do meu ❤

      Estou impressionada como vocês leitores levam a sério essa coisinha de impacto. Talvez meu continho seja provido de sistema Air bag só para não ferir ninguém durante a leitura.

      Ao contrário do que você diz, não farei nenhuma cena só porque você não me colocou na sua listinha. Menino mau.

      Beijinhos

      🌼 SY

  6. Victor Viegas
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Victor Viegas

    Olá, Sandman!

    Não sei o que falar desse conto. Achei bastante confuso, muito aberto a interpretação. Talvez seja a minha compreensão limitada, mas eu realmente não entendi o significado da sequência das cenas. Desculpa. Boa sorte no concurso.

    • SY
      1 de fevereiro de 2025
      Avatar de SY

      🌼Vitinho sem ❤️

      Não entende o que escrevo e ainda troca meu nominho? É muita maldade num só corpinho.

      Sem beijinhos pra você

      🌼SY

  7. Andre Brizola
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Andre Brizola

    Olá, Sy!

    Neste desafio surgiram muitos contos com essa linha de desenvolvimento. Pouca informação objetiva, muita imagem, sinestesia, formando um enredo que pode, ou não, existir, a depender da interpretação do leitor. Alguns autores conseguiram bons resultados em suas composições, mas acho que não foi o caso aqui.

    Não espero que o autor me entregue um enredo simples, direto, sem exigir nenhum tipo de reflexão de mim, leitor. Mas em alguns casos, o conto tem vindo recheado de construções que são, de fato, bonitas (e que poderiam funcionar facilmente num texto mais amplo, de desenvolvimento mais tradicional), mas meio abandonadas de modo que só há enredo se o leitor o encontrar. Se não, problema do leitor.

    Acho que essa é uma saída muito fácil para o autor. Deixar o texto lá, com um enredo cifrado, que faz sentido em sua cabeça, entremeado com um monte de frases que parecem bonitas e poéticas e, caso o leitor não compreenda, o problema é com o leitor. Não vejo como isso possa funcionar e não concordo, absolutamente, com tal posição.

    Dito isso, entendo que esse conto apresenta esse problema. Embora pudesse acrescentar mais informações, já que o limite não foi atingido, o autor preferiu deixar seu significado aberto. E, desse significado, pouco tenho a retirar do texto, apenas que o/a personagem aparentemente desperta tomado pela urgência em se libertar das sensações que as lembranças de um (provável) evento traumático (talvez a morte de alguém próximo) trouxeram, talvez em um sonho/pesadelo. É pouco, mas da forma como foi colocado, o texto não me provoca a ir além.

    Esse conceito do cheiro de morte, entretanto, é muito bem explorado na música, em uma canção dos norte-americanos do Lynyrd Skynyrd chamada That Smell. E, quando ouvimos hoje Ronnie Van Zant cantar “consegue sentir esse cheiro? esse cheiro de morte ao seu redor”, a música nos faz arrepiar, porque Ronnie parecia sentir o cheiro, que estava ao redor dele. Dias depois do lançamento do disco com That Smell em seu tracklist, o avião com o vocalista e outros músicos da banda caiu e o cantor faleceu.

    Mas, voltando ao conto. Perdão, mas a experiência com ele não me foi boa. Não me senti impelido a buscar mais significados do que aqueles que encontrei e, tampouco, fiquei satisfeito com o que consegui. Espero que tenha funcionado para os outros leitores, entretanto.

    Boa sorte no desafio!

    • SY
      1 de fevereiro de 2025
      Avatar de SY

      🌼Dedezinho

      Então você acha que sou uma mulher de saída fácil? Nunca fui tão ofendida.

      “quando ouvimos hoje Ronnie Van Zant cantar “consegue sentir esse cheiro? esse cheiro de morte ao seu redor”, a música nos faz arrepiar” Ou seja Ronnie era capaz de sentir o cheirinho da morte, já você…deve estar com o narizinho congestionado.

      Beijinhos

      🌼SY

  8. Thales Soares
    31 de janeiro de 2025
    Avatar de Thales Soares

    Este conto na verdade não conta uma história, mas mostra uma cena. É uma descrição muito bem feita, de alguém se deparando com uma pessoa morta. A escrita está incrível… mas acho que em conteúdo, para mim, faltou alguma coisa.

    Não sei se teve algo que eu perdi na leitura… se de repente, houvesse um plot twist onde a protagonista é a pessoa que matou o corpo, talvez fosse mais interessante. Mas a única revelação que temos aqui, é o descobrimento do corpo… eu acho.

    Enfim, desejo boa sorte no desafio.

    • SY
      1 de fevereiro de 2025
      Avatar de SY

      🌼Thalezinho, meu queridinho sem noção

      Entendi que o meu texto está muito bem escrito, mas falta algo….o que seria? A transformação de pintinhos em jebas gigantes ou um truque de mágica que te fizesse entender meu continho?

      De qualquer forma, você foi muito fofinho tomando cuidado em não magoar meu coraçãozinho.

      Beijinhos,

      🌼 SY

  9. Luis Fernando Amancio
    31 de janeiro de 2025
    Avatar de Luis Fernando Amancio

    Oi, Sy,

    Como leitor, agradeço por compartilhar conosco seu texto. Participar de um desafio exige coragem, expor-se de forma cega ao julgamento dos pares. No seu caso, não há o que temer: seu microconto é sólido, apesar do tema abstrato que está em seu centro. A narrativa vem numa crescente, a linguagem é poética e o final, ainda que em aberto, é impactante.

    Construir uma atmosfera com o limite de 99 palavras requer habilidade e você se saiu bem aí. O final aberto demais pode fazer alguns estranharem, mas acredito ser um recurso valioso.

    Sei que as imagens não estão sendo julgadas aqui, porém achei que sua escolha foi boa. Pensei que o tal “cheiro de morte” poderia ser o cheiro do cigarro. Mas sei bem que seu texto não se resume a uma mera campanha antitabagista.

    Parabéns pela participação, boa sorte!

  10. Gustavo Araujo
    31 de janeiro de 2025
    Avatar de Gustavo Araujo

    Acredito que para funcionar bem um microconto precisa de camadas diferentes. Para além da história literal que é contada pelas palavras, é preciso haver tramas subjacentes, dilemas e dramas escondidos nas entrelinhas, algo que se revele somente ao fim da leitura, ou até mesmo em uma segunda ou terceira leitura.

    Há um tanto disso aqui, já que o texto clama por uma releitura. Isso porque se sabe apenas ao fim que o cheiro da morte – provocado pelo odor do cigarro, tendo em vista a imagem que ilustra o conto – é que impregna tudo. Por isso a necessidade de ler outra vez, para conferir se tudo se encaixa. Sim, óbvio que sim. O conto flerta com o terror na medida em que cria suspense. Mesmo em poucas linhas o medo se instala no ar, obrigando o leitor a prosseguir e, de certa forma, agradecer pelo fato de saber que a história é curta.

    É evidente a habilidade na construção dessa atmosfera, mas também é evidente que o conto só funciona de maneira eficiente quando cotejado com a imagem. Sozinho é um bom texto, mas com a imagem fica completo. Interessante ver que este é o segundo conto que leio a respeito do vício em cigarros. Mas, enfim, coincidências do certame…

    Parabéns pela participação!

  11. Rodrigo Ortiz Vinholo
    30 de janeiro de 2025
    Avatar de Rodrigo Ortiz Vinholo

    Gosto da técnica e do conceito do cheiro de morte que se espalha, mas no fim fica a sensação de pouca “recompensa”.

    O que quero dizer: o microconto não precisa oferecer uma reviravolta, mas a revelação de algo que quebre as expectativas geralmente funciona melhor no formato. O conceito do cheiro de morte é realmente bem diferente, mas não me parece o suficiente para surpreender e é tão terrível quanto o início sugere, então seguimos de algo talvez terrível para algo certamente terrível, então o que poderia ser uma evolução não nos deixa muito longe do início do conto.

    Não só isso, a questão toda pode ser tão literal ou metafórica quanto quisermos, e acaba ficando com uma ambientação e contextualização vaga. Podemos ir por vários caminhos, o que é bom… mas também dá ao leitor menos com o que se envolver.

  12. Luis Guilherme Banzi Florido
    29 de janeiro de 2025
    Avatar de Luis Guilherme Banzi Florido

    Bom dia/boa tarde/boa noite e um bom ano pra nós, amigo entrecontista. Bora começar um novo ano arrasando na escrita! Parabéns pela participação nesse primeiro desafio no ano,! Pra mim, escrever micro conto é um macro desafio kkkkkk. Bora pra sua avaliação, mas, por favor, não leve minhas palavras a sério demais, afinal, micro conto é algo muito fora da curva e é difícil até analisar. Pra ajudar, criei um micro sistema que espero que ajude a ser justo com todos os amigos. Bora lá!

    Micro resumo: alguém de camisola se depara com o odor fétido da morte e nao consegue aceitar.

    Microsensações: que delicia ver mais contos de terror nos desafios, especialmente se tratando de micro conto. Se já é difícil aceitar na dose do terror num conto de 3 mil palavras, a capacidade de condensar uma historia de terror ou suspense em menos de 100 palavras, com impacto, suspense, duvida, medo, ansiedade, é um desafio bem grande, falo por experiencia propria como eu dos amantes de terror do grupo. E aqui voce foi muito feliz! O conto possui aquela sensação de suspense, de que tem algo errado acontecendo, aquela sensação que precede o caos. Isso é merito total seu! A leitura é toda carregada com um o suspense de que algo pode acontecer a qualquer momento. E voce nos deixa com esse gosto ruim na boca (no bom sentido, entenda): voce nao entrega nada, nos deixa ali, remoendo as poucas informações de que dispomos. Quem morreu? Quem matou? O cheiro da morte impregnou minhas sensações. Parabens.

    Impacto:

    Micro

    Médio

    Macro –> muito alto. ME senti tenso lendo. Queria ter escrito esse.

    Uso das pouquíssimas palavras permitidas: excelente. Cada palavra é bem escolhida e bem posicionada, tudo funciona para deixar o leitor na ponta da cadeira, temendo o pior. Como disse antes, me senti impregnado pelo cheiro da morte: otimas descrições.

    Conclusão de um leitor micro-capacitado a opinar sobre micro contos: acordei no escuro, o cheiro de morte impregnado no ar, em cada lufada de vento, cada movel, cada respiração. Uma sensação de desolação e ansiedade me corroendo. Depois de chegar até o banheiro, pois ouvi barulho de chuveiro, voltei correndo pro quarto e só me senti seguro quando cobri os pés.

    Parabéns e boa sorte no desafio!

  13. Roberta Andrade
    29 de janeiro de 2025
    Avatar de Roberta Andrade

    Foi uma cena muito bem descrita, bem sinestésica e detalhada. Li algumas vezes tentando entender do que ela tratava, mas no final me contentei com as informações que estavam ali e que o conto é sobre isso, a descrição de uma cena traumática.

    Não me agradei muito com esse estilo, acho que a falta de contexto e de ápice pesaram, apesar da exposição muito bem feita.

    Parabéns pela participação! Boa sorte.

    • SY
      30 de janeiro de 2025
      Avatar de SY

      🌼Robertinha, Robertinha do meu ♥️, tudo bem?

      Quem disse que você precisa se agradar do meu estilo? Ele é que tinha de te agradar, docinho.

      A falta de contexto foi a culpada pelo desgaste da relação? Sem ápice, não há possibilidade de reatar o relacionamento texto/leitora? Que triste, mas sigamos sem traumas.

      Beijinhos,

      🌼 SY

  14. Givago Domingues Thimoti
    29 de janeiro de 2025
    Avatar de Givago Domingues Thimoti

    PRESENÇA (SY)

    Bom dia, boa tarde, boa noite autor(a)! Espero que esteja bem! Meus critérios de avaliação foram escolhidos baseando-se em conceitos que encontrei sobre o gênero microconto na internet. São eles: utilização do espaço permitido, subtexto, impacto, escrita. Nesse desafio em específico, não soltarei minhas notas no comentário. E, por fim, mas não menos importante, gostaria que você tivesse em mente que microcontos são difíceis de escrever e difíceis de avaliar; logo, não leve tanto para o lado pessoal se o meu comentário não estiver bom o suficiente, por qualquer motivo que seja. Garanto que li com o cuidado e a atenção que seu conto merece, dando o meu melhor para tanto contribuir com a minha opinião quanto para avaliar de uma forma justa você e os demais colegas.

    É isso! Chega de enrolação e vamos para o meu comentário:

    Ø  Breve resumo:

    Huuuuuum, não sei resumir isso, vou jogar palavras tipo ementa de julgado. DENSO. ABERTO. ALGUMAS MÚLTIPLAS INTERPRETAÇÕES (?). CÍUMES. FEMINICÍDIO. POSSESSÃO. FANTASMA?

    Ø  Utilização do espaço permitido:

    Nesse aspecto, uma aula de microconto. Do ponto de vista de contos abertos, muito bem articulado.

    Ø  Subtexto:

    Pessoalmente, fico na dúvida onde o conto brilha mais; nesse ou na escrita.

    O que consegui interpretar dessa história: “Foi de repente: tomava o ar, embriagando os sentidos, roubando a presença de tudo ao redor.” => aqui, algo domina essa pessoa de uma forma muito forte; pode ser um sentimento, sim, ciúmes. Pode ser um monstro, um espírito, sei la. Fico mais satisfeito, do ponto de vista da literatura, com o primeiro.

    “Estava nos móveis, na roupa, nos lençóis, em toda parte, a reivindicar posse imediata.” => esse trecho destaca o ciúmes aflorando na pessoa.

    A parte do terror eu interpretei como aquele forte temor em ter perdido o amor da pessoa. Conjugada com a próxima parte, temos a reação violenta da pessoa, afinal, medo/terror pode levar a esse movimento brusco de reação (Arrancou a camisola, flores esmaecidas em seda. O tecido se desfez em suas mãos.) Camisola, temos uma pessoa sexo feminino.

    Enfim, a morte e o arrependimento de quem matou.

    É um microconto aberto que retrata um feminicídio. Não há informações sobre a vítima, o contexto no qual se deu, o que levou àquele momento… Perigoso, eu diria.

    No geral, achei muito boa a construção desse cenário todo, considerando o pequeno número de palavras disponível. Isso evidencia a perícia da autora/ do autor. Minha única questão talvez seja as informações não ditas por trás.

    Ø  Escrita:

    Sublime. É uma escrita densa, carregada e bem executada. Opta por focar nos sentimentos ruins do personagem e suas ações bruscas. Correta gramaticalmente, ao meu ver. Brinca dantescamente com as palavras ao final de um jeito poético, similar ao “Respingos de um negro desespero”.

    Ø  Impacto:

    Alto.

    Esse conto me fez refletir um bocado. Desafio passado, eu fui extremamente duro com um conto escrito que guarda algumas semelhanças com este. A razão foi a maneira como o feminicídio foi retratado; em terceira pessoa (salvo engano), do ponto de vista do assassino, com uma visão focada nele, arrependido após muitos anos, e ainda sem compreender como aquilo aconteceu. Na oportunidade, aquilo me desceu mal, indigesto. Achei de mal gosto e perigoso. Percebi quase uma vitimização do protagonista. Claro, cada texto é um texto. E o leitor se transforma conforme o tempo e o conto.

    A pessoa que escreveu pediu para retirar o conto do site e acabou que, pelo tempo, eu nem pude conversar com ela sobre. Talvez o meu tom não tenha sido o mais apropriado, mas ainda penso da mesma forma; quando tratamos sobre temas sensíveis que retratam uma violência, precisamos ter um mega cuidado em como vamos retratar, especialmente se formos abordar o lado que realiza a violência. Eu não percebi isso nesse conto em questão.

    Bom, esse micro de certa maneira vai no mesmo sentido, com uma escrita bem mais metafórica e menos aprofundada, com menos detalhes. Como fica aberto, exige do leitor, além da leitura atenta para compreender a narrativa, o senso crítico.

    E talvez tenha sido justamente os detalhes (menos aqui e mais naquele) (junto com uma escrita, em termos de técnica, mais apurada) que tenha mudado completamente minha recepção entre os dois textos. Veja bem, ainda acho perigoso escrever uum microconto sobre feminicídio focando no autor do crime. Mas é um micro tão aberto que permite múltiplas interpretações. Eu li como feminicídio, contudo, pode ser uma outra interpretação completamente diferente. Tanto, que penso que os demais comentários mostram isso.

    Portanto, esse micro é bem aberto, bem misterioso, bem intrigante. Tudo isso me pareceu pensado e calculado. Um conto difícil de ler, mais difícil ainda de interpretar e que, magicamente, revela mais da essência do leitor. Não lembro de ter lido algo assim antes.

    Enfim, não sei se me fez ser entendido. Talvez eu tenha viajado na maionese. Espero que, ao fim, eu tenha me feito capaz de ser entendido. Parabéns pelo microconto excepcional! Boa sorte no Desafio!

  15. Mariana
    29 de janeiro de 2025
    Avatar de Mariana

    Um conto de suspense e que deixa a decisão para a imaginação do leitor. Uma mulher, talvez um homem de camisola, desespera-se por sentir em si “cheiro de morte”. O texto parece um fragmento de algo maior, mas funciona enquanto cena. O cheiro de morte significava que ele/a estava morto/a? Que matou alguém e está sentindo culpa? Merece menção hoonrosa, parabéns e boa sorte no desafio.

    • SY
      30 de janeiro de 2025
      Avatar de SY

      🌼Mari-Mari, adoradinha, tudo bem?

      Não sou mesmo dadivosa? Deixei a decisão todinha para a imaginação do leitor.

      Mereço menção honrosa? O que isso quer dizer? Meu texto está legalzinho, mas não entra pra sua listinha?

      Beijinhos,

      🌼 SY

  16. Sabrina Dalbelo
    29 de janeiro de 2025
    Avatar de Sabrina Dalbelo

    Olá Entrecontista,

    Interessante a descrição dos elementos que vão se somando para a confirmação do que está desde o início posto no micro, a morte.

    A reviravolta não é circunstância elementar de microconto. Causa impacto e surpreende também a confirmação crua do anúncio inicial, como tu fez aqui.

    Boas imagens.

    Obrigada pelo texto.

    • SY
      30 de janeiro de 2025
      Avatar de SY

      🌼Sabrininha, tudo bem?

      Ficou impactada com aquela senhorinha – a indesejada das gentes? Ela é bem metidinha, não é? Sempre se infiltrando onde nem foi chamada.

      Fiquei até emocionadinha por você ter me chamado de entrecontista. Não estou acostumada a essas delicadezas.

      Beijinhos,

      🌼 SY

  17. Fernando Cyrino
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de Fernando Cyrino

    Ei, Sy, caramba, um conto tenso e isto é bem legal. Você consegue gerar um suspense em pouco tempo. A mulher que no meio da noite (está de camisola) se sente aterrorizada com a presença da morte em sua volta e, pior ainda, nela mesma. Caramba, repito. Um conto forte e bem escrito. Parabéns.

  18. Bia Machado
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de Bia Machado

    Plot: Algo se dá conta de que não está mais entre os vivos. Um conto de terror em menos de 100 palavras. 

    Desenvolvimento: O conto não precisava ter a palavra “terror” no texto para essa sensação. Parece que cada palavra foi escolhida de forma muito especial na tentativa de causar esse terror em quem o lesse. Bem, para mim funcionou, inclusive com a imagem. E aliás, no meu caso, funcionou muito ler primeiro o conto e depois se atentar à imagem. Eu cheguei a arrepiar, como se sentisse a tal da presença.

    Destaque: Para a estrutura narrativa do texto, dando ao leitor um conto de terror deixando o óbvio totalmente de lado. 

    Impressões da leitura: Só posso dar os parabéns. Para mim funcionou muito bem, como já disse em item anterior. Não foi uma leitura tranquila e isso é o que se espera de um tipo de texto como esse.

  19. danielreis1973
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de danielreis1973

    Um conto-cena, ou seja, um momento só levado ao extremo. Pela extensão e narrativa, só ficamos sabendo “o que”, e não ficamos sabendo o por quê  – principalmente do cheiro de morte. Era dela mesmo? De alguém que ela matou? A conferir…

  20. leandrobarreiros
    26 de janeiro de 2025
    Avatar de leandrobarreiros

    Chamo de “técnica” a facilidade com que o autor carrega o leitor pela narrativa, e/ou transmite subtexto, e/ou faz (bom) uso de figuras de linguagem que tornam a leitura agradável.

    Chamo de “interesse” o quanto o texto me fisgou enquanto leitor, o quanto de impacto senti pela leitura.

    Chamo de “objetivo do autor” um palpite do que o autor queria com o texto. É mais um esforço criativo e uma tentativa de fazer leituras mais enquanto escritor do que leitor.

    Um conto que transmite incômodo. Incômodo pelas palavras utilizadas, pela falta de informação, pela concatenação competente e por essa maldita impressão de que eu deveria ter certeza do que aconteceu, mesmo não tendo. Enfim, é provocativo, em um sentido muito bom. Cada releitura fortaleceu meu interesse.

    Há uma leitura de que o fodo está lambendo tudo e as palavras metaforizam um evento concreto. Mas não sei. Tenho a impressão de que se trata de alguma histeria. Não é fogo nos móveis, na cama ou na camisola, mas apenas o medo da morte, ou talvez a culpa por ter matado alguém. A perda de ar se dá pelo pânico e o cheiro seria só uma forma dos sentidos processarem o medo.

    Técnica: Alta. Poucas palavras, mesmo no limite do desafio, mas com uma projeção forte de sentido e sensação.

    Interesse: Aqui foi engraçado. Começou baixo, depois médio e alto, tentando desvendar o que diabos aconteceu.

    Objetivo do autor: Só pode ter sido me fazer sofrer.

  21. Leo Jardim
    26 de janeiro de 2025
    Avatar de Leo Jardim

    📜 Conteúdo (⭐⭐▫): um conto que demanda da interpretação do leitor. No caso, uma pessoa está sentido o “cheiro de morte” tentando remover de qualquer forma, sem sucesso. Fica a interpretação de qual morte se trata e de quem.

    📝 Técnica (⭐⭐▫): boas escolhas das poucas palavras

    💡 Criatividade (⭐⭐▫): na média do desafio

    🎭 Impacto (⭐⭐▫): tentando entender o impacto que tive. Não foi nulo, mas também não foi demasiado. Fica o lado racional tentando completar as lacunas, mesmo sabendo que isso talvez seja em vão. Além daquele “cheiro de dúvida” que não sai mesmo tomando banho ou lendo outro conto. Fica pra sempre.

  22. cyro fernandes
    26 de janeiro de 2025
    Avatar de cyro fernandes

    Conto aberto que permite ao leitor voar na busca pelo sentido do texto. Alta carga dramática e bem escrito.

    Cyro Fernandes

    cyroef@gmail.com

  23. Mauro Dillmann
    25 de janeiro de 2025
    Avatar de Mauro Dillmann

    O conto deixa para o leitor preencher os vazios.

    O que estava em todo lugar? Na respiração e na casa? Seria uma droga? Alguma substância que leva à morte? O que poderia estar na pele tatuado?

    Ficou tão em aberto, que não consegui compreender.

    Bem escrito.

    Parabéns!

    • SY
      25 de janeiro de 2025
      Avatar de SY

      🌼Oi, Mauro, tudo bem, mocinho?

      Vocês, leitores, são mesmo difíceis de agradar. Tudo tem que ser explicadinho, tintim por tintim, tudo plausível, palpável, cheio daquela besteirinha de verossimilhança.

      Cadê a imaginação de vocês? Não há lugar para o misterioso? O que não se pode provar pela ciência? Tudo tão preto no branco, nem um cinzinha para completar as lacunas…

      Bem escritinho o meu continho está, não é mesmo?

      🌼Beijinhos

      SY

  24. Rogério Germani
    25 de janeiro de 2025
    Avatar de Rogério Germani

    Confesso que sou mais do cheiro do amor devorando meu peito, mas, no conto, a sinestesia , as pegadas deixadas pela morte por todo o cenário, foram sentidas por meus olhos.

    Boa sorte!

    Rogério Germani

  25. Priscila Pereira
    25 de janeiro de 2025
    Avatar de Priscila Pereira

    Olá, Sy! Tudo bem?

    Sabe a primeira coisa que me veio na mente quando li seu conto foi que a moça já estava morta. É, tipo um zumbi mesmo.

    Imagine que ela por qualquer motivo que seja, volta para casa depois de meses de sua morte e então ela se dá conta de que alguma coisa não está certa e que o cheiro de morte está por todos os lados. Então ela arranca a camisola (então provavelmente alguém a matou e enterrou no quintal, do jeito que estava mesmo) e a camisola se desfaz (estou baseando toda essa teoria nisso).

    Então ela vai para o banho, mas já era tarde demais, pq o cheiro vinha de dentro dela mesma, tatuado na pele.

    Obviamente que essa viagem foi longe demais, 😅 mas gostei bastante desse exercício de imaginação! Mérito do seu conto!

    Parabéns e boa sorte no desafio!

    Até mais!

    • SY
      25 de janeiro de 2025
      Avatar de SY

      🌼Pri, minha zumbizinha perfeita, tudo bem?

      Ah, que lindeza de imaginação você tem, garotinha. Até encaixou minha camisola cheia de florzinhas na sua teoria. O cheirinho não tava bom, não, viu…. mas era linda por demais da conta.

      Siga imaginando o que quiser de mim, cada um sabe de SY.

      Beijinhos mil

      🌼SY

  26. Kelly Hatanaka
    25 de janeiro de 2025
    Avatar de Kelly Hatanaka

    Uma mulher sente a presença da morte.

    Um conto que conta pouco. É quase que só uma descrição de um momento.

    O que acontece? A morte realmente veio busca-la? Ela tem algum transtorno, de pânico, ansiedade, algo assim? Ou há um elemento sobrenatural?

    Não sabemos e acho que este não é o foco.

    O conto deixa possibilidades abertas. Conta pouco, mas abre possibilidades.

    Parabéns pela participação e boa sorte.

    Kelly

    • SY
      25 de janeiro de 2025
      Avatar de SY

      🌼Oi, Kelly, tudo certinho?

      Uma mulher sente a presença da morte = ah, menininha, eu sinto tudo. Nem te conto.

      Foi falar que não contava e você…

      Um conto que conta pouco. = Você é daquelas que gostam de fazer brincadeirinhas com as palavras. Acho fofo isso, bem fofinho, viu.

      Não sabemos e acho que este não é o foco. = Não me fale em foco, que logo vão dizer que o foco do incêndio foram as minhas palavras. Que fogo é esse do pessoal, hein?

      mas abre possibilidades. = Melhor não tocar nesse assunto, né, queridinha? As pessoas maldam, tão cretininhas….

      Beijinhos

      🌼SY

  27. JP Felix da Costa
    25 de janeiro de 2025
    Avatar de JP Felix da Costa

    Admito como sendo uma característica pessoal, mas quando um texto é demasiado dúbio, demasiado aberto a interpretações, quando não dá uma referência que apoie a interpretação, por muito dissimulada que seja, não me prende. Este texto, para mim, é uma parte de algo maior. Dá azo a especulação, acaba, não por liderar o leitor, mas por o pôr a fazer um exercício de criatividade apenas para não dizer que o texto não é claro,. E não é claro no sentido de que é incompleto, omisso. Não me agradou em nada este texto. Para mim é como ler algo numa folha rasgada. Falta o resto, antes ou depois.

    • SY
      25 de janeiro de 2025
      Avatar de SY

      🌼Como vai, JP (João Paulo? Jonas Pedro? Joaquim Patrício?)?

      Larguei a louça na pia, deixei o gato sem ração, abandonei a leitura, e isso tudo pra quê? Para responder ao seu comentário, queridinho do meu ❤️.

      demasiado dúbio, demasiado aberto = até aqui concordo com o senhor. Sou mesmo DEMAIS.

      Não dou referências, nem apoio a interpretações = Tá louco? Já falam de mim por aí, imagine se eu fornecer informações comprometedoras!

      Dissimulada? Acha mesmo que vou me ofender com isso? Sou uma esfinge, todos acham que sabem de SY, mas não sabem nada de mim.

      Não me prende = Nem tentaria fazê-lo. Sou a favor de deixar as pessoas livres, sobretudo os meus leitores. Fique à vontade, jamais o deterei.

      Calma, que me perdi no Por o Pôr. Sigamos. Não entendo quando reclama que o texto não é claro. Por que essa fixação em claridade, por que não podemos ser obscuros, protegidos por uma penumbra de possibilidades? Essa coisa de tudo às claras parece cena com holofote em sala de interrogatório.

      é incompleto, omisso = A vida também é assim, não é mesmo?

      Não me agradou em nada este texto = Nossa! Que surpresa, nem imaginava uma coisa dessas. Chocada.

      é como ler algo numa folha rasgada = ah, espera lá, meu queridinho. Isso não. Sou muito cuidadosa com as minhas coisinhas e nunca entregaria um trabalho em uma folha rasgada.

      Falta o resto = Tem razão. Não sou mesmo uma mulher de restos.

      JP, acredito que a nossa relação florescerá como a camisola… ah, não, talvez… deixa pra lá.

      Beijinhos,

      🌼SY

      • JP Felix da Costa
        28 de janeiro de 2025
        Avatar de JP Felix da Costa

        Olá SY (Silvana Yolanda? Susana Yvete? Sandra Yracema?)? 🤪

        Gostei mais da resposta do que do conto! 😁 Acredito que seja a minha forma de ser que me leva a não entender, e gostava de, no final do desafio, coversar sobre o significado do mesmo.

        (nada, no meu comentário, foi escrito com intenção de ofender, pelo contrário)

        A ver se termino a leitura e comentário de todos. Depois ainda vou regressar a este… Quem sabe?…

        Abraço

        JP

  28. fcaleffibarbetta
    24 de janeiro de 2025
    Avatar de fcaleffibarbetta

    Olá, Sy

    Que medo desse seu microconto. Gostei da aura misteriosa, do suspense criado.

    Linguagem bastante poética.

    O final deixou um pouquinho a desejar. O cheiro tomava o ar, estava em tudo, impregnar o corpo, ela querer se lavar, blz, mas o tecido se desfazer já não faz muito sentido. E fiquei pensando se cheiro de morte foram as palavras tatuadas na pele pq cheiro tatuado na pele não poderia ser.

    Parabéns pelo texto.

    • SY
      24 de janeiro de 2025
      Avatar de SY

      🌼Fê, tudo bem? Tenho muitas perguntas para você:

      Por que tudo tem que ser real? Por que as sensações têm que ser coerentes? Por que tudo não pode ser fruto da imaginação da protagonista? Por que se prender apenas ao que se conhece como possível?

      “…se cheiro de morte foram as palavras tatuadas na pele pq cheiro tatuado na pele não poderia ser.” Por que não?

      Sinestesia é uma figura de linguagem que associa dois ou mais sentidos humanos, criando uma experiência sensorial única. No caso: Olfato/Tato (até mesmo a Visão). Desprenda-se da reles realidade, querida. Permita-se voar rumo ao desconhecido, confiar no abismo, entregar-se ao absurdo. Beijinho.

      SY 🌼

  29. André Lima
    24 de janeiro de 2025
    Avatar de André Lima

    Achei interessante. A imagem nos dá pistas de que se trata de fogo/incêndio.

    A técnica é boa, há uma poética que empresta uma boa estética ao trabalho. Gosto de textos assim. É um conto quase que num formato de colagens, nos dando imagens que temos que juntar na mente para formar a narrativa.

    Há boa qualidade literária aqui, muito porque instaura um fato novo (Não ficamos na sensação de mais do mesmo), aliado à boa técnica do(a) autor(a).

    • SY
      25 de janeiro de 2025
      Avatar de SY

      🌼Oi, André, tudo bem com o seu coracãozinho?

      Não se apegue tanto a imagens, metade delas nem existe de verdade, tudo ilusão, meu docinho.

      Onde há fumaça, há fogo? Será mesmo? Eu nem reclamei do calor, o do cheiro de queimado… O cheiro era da coisinha lá, a tal da morte.

      Gosto de textos assim. É um conto quase que num formato de colagens = Estou começando a achar que você aprecia álbuns de figurinhas, daquelas colantes, sabe? Gosta disso, gosta daquilo, mas ia gostar muito mais de SY, digo, de mim.

      instaura um fato novo = Sou tão criativa, amorzinho. Além de revolucionária. Rebelde que chama, né?

      Não ficamos na sensação de mais do mesmo = Comigo, nunca!

      Beijinho,

      🌼 SY

  30. Thata Pereira
    23 de janeiro de 2025
    Avatar de Thata Pereira

    Olá, Sy.

    Contexto pessoal

    Você me coloca em uma situação muito difícil, Sy. Não gosto de histórias com finais abertos, imagine só uma história com tantas possibilidades como a sua rs’.

    Análise do conto

    No começo até parece que vamos tendo algumas ficas. Mas tirar a camisola e entrar no banho acabou com as minhas suspeitas. Minha primeira suspeita foi ela matou alguém em sua casa. Mas não tem nada que reforce essa ideia, o que me deixa bastante incomodada.

    Conclusão

    Mas no final eu acho que é sobre isso. Tem pessoas que vão gostar de contos, finais abertos e outras não. E está tudo bem. Não tira seu mérito como autor(a). Inclusive no final do desafio quero saber mais sobre a criação do seu microconto, por favor.

    Desejo um bom desafio!

    • SY
      24 de janeiro de 2025
      Avatar de SY

      🌼Thata, como vai?

      Tem pessoas que vão gostar de contos, finais abertos e outras não. E está tudo bem.

      Não, para mim, não está tudo bem, não. Quem lê o conto determina se ele é aberto ou não, depende da sua mente. Ela é aberta ou fechada?

      Por que não se abrir a novas experiências? Por que tudo tem que ser tão definido para ser rotulado e catalogado conforme padrões?

      Expanda seus horizontes antes que o cheiro, aquele lá, sabe, atinja sua imaginação.

      Beijinho.

      SY🌼

       

  31. Amanda Gomez
    23 de janeiro de 2025
    Avatar de Amanda Gomez

    Oi, bem?

    Nossa, esse conto me deixou satisfatoriamente confusa. São tantas possibilidades. E, mesmo que nenhuma delas seja a “certa” a história não perde a força. Mérito da escrita e da construção alegórica dele.

    A primeira coisa que pensei foi em algo espiritual. Nesse sentido, até imaginei aquelas teorias de demônios abusadores (pois é, fui longe). Mas algo me puxou mais para a questão psicológica.

    Este microconto é intenso, com um clima quase sufocante, mas tem uma sutileza, especialmente na cena que descreve a camisola. Você pensou em cada detalhe. Mesmo que a gente não saiba exatamente do que se trata, a gente vê… e sente.

    A personagem pode estar lutando internamente contra um desejo… o desejo de morte. Imaginei (também) que ela pudesse estar enfrentando uma vontade avassaladora de tirar a própria vida. E essa luta é tão árdua, e muitas vezes ela chega tão perto, que o cheiro se torna quase material, embriagando… sufocando-a… ao ponto do desespero. O cheiro é descrito de uma forma que se assemelha à posse. A morte a ronda, ela sente e até deseja.

    Ela também pode ter matado alguém, ou ter sido culposamente responsavel e o cheiro nada mais é que um eco de culpa… A consciência se torna um inimigo, e, sempre que ela revive isso, acontece esse arrebatamento de desespero.

    Enfim, um texto aberto sempre pede muitas possibilidades. É divertido imaginar quais são elas, mas estou curiosíssima com a versão do “diretor”. 

    Parabéns pelo trabalho, e boa sorte no desafio!

  32. Juliano Gadêlha
    22 de janeiro de 2025
    Avatar de Juliano Gadêlha

    Um conto que constrói imagens e descreve sensações, uma abordagem muito válida quando se trata de microcontos, devido à limitação de quantidade de palavras. Achei fascinante a ideia de tentar “lavar a morte do corpo”. Dentro do que se propõe, o texto cumpre muito bem. Parabéns!

  33. Diego Gama
    22 de janeiro de 2025
    Avatar de Diego Gama

    Gostei da suspense, gostei do clima, achei muito bom. Acho que até então um dos meus favoritos. Parabens! O final foi bem massa pois no começo imaginei que era saudade, depois amor, e no final morte!

  34. Thiago Amaral Oliveira
    22 de janeiro de 2025
    Avatar de Thiago Amaral Oliveira

    Aqui, vou na contramão de todos os outros comentários dizendo que o conto não me impactou muito.

    Talvez seja questão de gosto, já que o foco são as sensações e sugestões mais que as ideias em si. Acredito que não haja elementos o suficiente para causar muita reflexão ou um “tcham” a mais.

    Apesar disso, a escrita está bem feita.

    Boa sorte no desafio.

  35. Felipe Lomar
    22 de janeiro de 2025
    Avatar de Felipe Lomar

    um conto de terror muito impactante, e, que pelos outros comentários, pode ter vários sentidos. Pra mim, inicialmente, era a morte chegando. Mas a interpretação do incêndio também faz muito sentido. A ambientação realmente cria uma tensão, mesmo com o espaço reduzido. Parabéns, ficou ótimo!

  36. bdomanoski
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de bdomanoski

    Conto muito forte, sobre alguém que acorda e se vê em meio a um incêndio a sua volta,e o fogo já havia tocado ele. Achei intenso, bem descrito e forte seu micro. Aprovado. Soube utilizar as palavras a fim de descrever a cena, ao mesmo tempo carregando-as de impacto.

  37. claudiaangst
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de claudiaangst

    Conto que apresenta um tom poético para abordar um tema tabu: a presença próxima da morte. Pelo menos, o cheiro sentido pela protagonista era da finitude da matéria. Vinha dela ou a alcançou de repente? A camisola se desfez por ser velha ou era na verdade uma mortalha? A mulher era a vítima da Morte, ou algoz de alguém? Enfim são muitas as interpretações que se pode fazer deste texto.

    A linguagem empregada é clara, embora apresente metáforas e sutilezas nada objetivas. Não encontrei falhas de revisão.

    Também me veio à mente a possibilidade da moça/senhora ter herdado a tal camisola de alguém que já morreu. Então por vesti-la, o cheiro da morte impregnou seu corpo feito tatuagem. Viagem minha, né?

    Parabéns pela participação e boa sorte no desafio.

  38. Marco Saraiva
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de Marco Saraiva

    Nota: perdao pela falta de acentos no texto, estou escrevendo em teclado gringo =)

    Eh um texto um tanto aberto. Por que de repente, o cheiro de morte? Ela matou alguem agora? Estava gravida, e sentiu o filho morrer dentro de si? Morreu ela mesma, por dentro, ao receber uma horrivel noticia?Gostei da escrita, especialmente na frase “Arrancou a camisola, flores esmaecidas em seda. O tecido se desfez em suas mãos”. A imagem funciona bem, imaginei o movimento liquido da seda escorrendo pelas maos da personagem.Mas infelizmente, ao meu ver, a falta de contexto para o tal cheiro de morte me afastou um pouco do texto. Entendi o sentimento, acompanhei a personagem na sua angustia mas… nao entendi a razao da mesma.

  39. Fabiano Dexter
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de Fabiano Dexter

    Achei o texto bem interessante. Como microconto conseguiu criar uma tensão e dar um climax ao final, sem revelar tudo.

    Pode ser um crime cometido ou (o mais provável) a morte inevitável chegando, seja pela doença ou pela idade.

    Para mim a autora (por conta da camisola) foi muito feliz. A imagem que se formou na minha cabeça foi de uma senhora já no leito de morte tentando, a sua maneira, evitar o inevitável.

  40. Juliana Calafange
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de Juliana Calafange

    Pra mim, esse texto é uma pedra preciosa. Está tudo aí, todas as características estéticas do conto levadas ao limite. Não há nenhuma palavra sobrando, tudo que está no texto é exatamente o necessário para compreensão da história que está sendo contada. O ritmo impõe sua presença, apresentando ao leitor uma nova informação a cada frase. “O tecido se desfez em suas mãos” é o chute preciso para o gol que vem logo a seguir. Com um número pequeno de palavras, há uma explosão de significados. O desfecho carrega toda a força desse impacto, uma beleza mesmo. Parabéns!

  41. Vítor de Lerbo
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de Vítor de Lerbo

    O tipo de conto que lemos diversas vezes. Em cada uma delas, tive uma interpretação diferente.

    A protagonista acabou de matar alguém? Acabou de fumar um cigarro após anos de luta contra o vício (a imagem me levou a esse pensamento)? Um espírito buscava dominar o corpo da protagonista (o título vai nesse caminho)?

    Diversas possibilidades. Gosto de contos abertos à interpretação, e o caminho aqui foi bem feito.

    Boa sorte!

  42. toniluismc
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de toniluismc

    Esse conto chegou tomando conta de mim assim como o personagem principal dessa história, o cheiro. No fim das contas, a pessoa que está com ele não passa de um mero detalhe, como um manequim exibindo a peça de um artista.

    A sensação de invasão e incapacidade de se livrar desse odor evoca sentimentos de angústia e impotência. Que riqueza de escrita com tão pouco espaço, está realmente de parabéns 👏🏻

    Esse é um texto que consigo me identificar bastante, pois sou muito sensível a cheiros, e essa ideia de um odor quase como tatuagem que não dá pra se livrar cria um verdadeiro terror psicológico.

  43. José Leonardo
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de José Leonardo

    Olá, Sy.

    Acredito que possamos entender/interpretar de duas maneiras, pelo menos: pela certeza do que a “presença” causou ao personagem ou pela ameaça.

    No caso, o que seria a ameaça? Seria uma atmosfera, uma iminência do que será (ou do que inferem ser), uma espécie de bruma ou fumaça (e isso me remeteu à ilustração do conto) que nos deixa em estado de alerta permanente. Ou guerra contínua (grosso modo, evocando George Orwell). O problema da certeza é a inexorabilidade; mas a ameaça nos deixa na ponta dos dedos persistentemente. E nesse sentido, parabéns pelo o que seu conto me fez sentir.

    Boa sorte neste desafio.

  44. Nilo
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Nilo

    o suspense do conto foi bem instigante. e o final inconclusivo nos levando a raciocinar. as roupas se desfazendo me levaram a pensar em ficção cientifica, algo destruidor como um virus ou uma substancia toxica . muito bom. a escrita perfeita. boa sorte

  45. Elisa Ribeiro
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Elisa Ribeiro

    O segredo de uma boa história de terror está na atmosfera criada. Aqui o autor foi muito eficiente em construir essa atmosfera num crescendo e com poucas palavras. Gostei em especial do contorno sensual que a morte ganhou no texto. Bom trabalho! Desejo sorte 🍀

    • SY
      30 de janeiro de 2025
      Avatar de SY

      🌼Elisa do trevinho, tudo bem?

      Parece que estamos no mesmo jardim. Você é mais minmalista, veste um básico como ninguém, e eu toda exibidinha… mas somos mais do que sementes atiradas ao vento.

      Acho que você foi a única que notou esse toque pequeninho de sensualidade no texto. Será que não foi um reflexo do que vê no seu espelhinho?

      Beijinhos,

      🌼 SY

  46. Evelyn Postali
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Evelyn Postali

    Ah… uma perfeição! É impactante. Captura pela intensidade e pela atmosfera de terror psicológico. A escolha das palavras e a construção das imagens sensoriais criam uma sensação ruim, de claustrofobia e impotência. No final, o ‘cheiro de morte’ amarra tudo com força, mas deixa uma abertura: é um evento literal, psicológico ou sobrenatural?

    A ausência de um contexto definido, de detalhes, me deixou querendo mais, porque me pareceu incompleto, mas só pela vontade de ler mais disso tudo. Eu gostei demais!

  47. Sidney Muniz
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Sidney Muniz

    Boa noite, Sy!

    Vim ler seu conto e gostei!

    Foi de repente:

    Esse início para mim foi perfeito, isso abre e fecha o conto na verdade.

    tomava o ar, embriagando os sentidos, roubando a presença de tudo ao redor.

    Falo que o início foi perfeito, pois – de repente – na verdade não é tão repente assim, eu quase morri afogado uma vez, e em outra oportunidade um acidente de carro onde capotamos três vezes, e digo com total clareza que a vida da gente passa em nossos olhos e segundos viram minutos, é impressionantemente real.

    Essa sensação de embriaguez dos sentidos, o vazio ao redor como se o que importasse fosse apenas a sensação dessa dor, apreensão ou desespero.

    Estava nos móveis, na roupa, nos lençóis, em toda parte, a reivindicar posse imediata.

    Sim, é bem assim, está em todos os lugares como se estivéssemos assistindo ao filme Premonição, onde tudo parece estar cheirando a morte!

    Seu corpo inundou-se de terror.

    Esse trecho é apenas um aviso do que vem a seguir. Impactante!

    Arrancou a camisola, flores esmaecidas em seda. O tecido se desfez em suas mãos.

    Perfeito, parece que foi suave e ao mesmo tempo agoniante, tem a leveza e o terror aqui.

    Correu para o banho, esfregou-se com desespero.

    Aqui temos um deslumbre que pode ser um aviso de um plot ou não.

    Mas já era tarde. Estava impregnado, tatuado em sua pele. Cheiro de morte.

    Eis que para mim fica a dúvida gostosa do conto, será que é a morte chegando?

    Mas e se na verdade nosso personagem por acaso tenha matado alguém e daí se justifica todo esse terror dele, toda esta reação em cadeia.

    Imaginei diversas possibilidades, alguém que atropelou alguém.

    Um acidente?

    Pode ser tanta coisa e isso me fez gostar demais desse conto!

    Meus parabéns por fazer a alegria deste leitor com esse excelente micro!

    boa sorte!

  48. andersondopradosilva
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de andersondopradosilva

    Presença é um conto de suspense, de terror. Emula a aproximação, a presença do que causa medo, sem apontar precisamente o que seja. Uma entidade, um espírito, um demônio, a morte? A vítima é um sujeito indeterminado, incerto, talvez cada um de nós leitor – por vestir camisola, podemos supor uma mulher. Apesar da crueza da linguagem que seria de se esperar em um conto de suspense ou terror, é possível notar que o autor tem uma verve poética: “flores esmaecidas em seda”.

    Quanto à técnica, nenhum reparo.

    Quanto ao conteúdo, talvez eu tenha ficado com uma sensação de incompletude, mas não vou me queixar disso, porque foi mérito e intenção do autor, como se, ao final, eu sentisse um pouco do desespero da vítima por saber o que espreita na escuridão do quarto.

  49. geraldo trombin
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de geraldo trombin

    O suspense sempre pega a gente de surpresa. Pensei: Será “haboob”? Ou um gás tóxico liberado no ar por uma indústria. Ou, então, um novo vírus? Nada! Era a “dama de preto” mostrando que sempre tem, na manga, uma nova forma de “colar” na gente. Bom micro!

  50. Antonio Stegues Batista
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Antonio Stegues Batista

    O conto é feito de figuras de linguagem; Na atmosfera de terror há uma certa poesia. Mas não há elementos concretos, claros sobre o que está acontecendo com o personagem. Suponho que ele acordou com falta de ar e dor no peito, sinais de infarto. Tenta respirar e o que respira é o ar seco do vazio das coisas ao redor, a realidade que desvanece, que não tem mais cheiro nem textura. Sente no corpo a sensação estranha do desfalecimento. Só resta aceitar o fim.

  51. Marcelo
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Marcelo

    Sempre muito bom quando o escritor consegue fazer o leitor sentir as sensações que o texto descreve. O imagético é fundamental.

  52. Afonso Luiz Pereira
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Afonso Luiz Pereira

    O miniconto procura trazer uma experiência sensorial intensa, com uma narrativa de atmosfera sufocante. A descrição do “cheiro de morte” como algo que invade, reivindica e se impregna é forte, criando um sentimento de horror psicológico. A escolha de detalhes como as “flores esmaecidas em seda” e o desespero no banho reforçam o contraste entre a fragilidade humana e a força opressora do fim que se aproxima. A questão do cheiro da morte, se literal ou metafórico, é um ponto interessante para se interpretar de formas diferentes. Um bom miniconto.

  53. antoniosodre
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Antonio Sodre

    A descrição da morte, inescapável como o próprio conto coloca via uma metáfora (tatuado na pele) é bastante rica. O conto não entrega tudo de cara, deixa o leitor/a em suspense, o que é um truque de escrita sempre muito interessante.

    • SY
      25 de janeiro de 2025
      Avatar de SY

      🌼 Oi, Antonio, como vai?

      Estou sendo educada, apesar de você ter me chamado de truqueira (não confundir com tranqueira), enganadora de leitores incautos. Sou truqueira, mas interessantes, não é mesmo?

      Beijinho,

      🌼SY

  54. Nelson
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Nelson

    Gostei. A impressão primeira foi de que seria algo relacionado ao amor de maneira telepática. Me frustrei com o final em um primeiro momento, mas depois vi que a ideia da morte impregnada em tudo fazia muito sentido, sendo que dela não se escapa.

    • dantès
      19 de janeiro de 2025
      Avatar de dantès

      me agradou a sensação de suspense. A tensão foi bem explicada no final.

      • SY
        25 de janeiro de 2025
        Avatar de SY

        🌼Oi, dantès (no quartel de Abrantes?)

        Seu comentário foi tão breve que o suspense nem teve tempo de se instalar. Ela, a “indesejada das gentes” te pegou antes, dantès? Rezarei por sua alma.

        Beijinho.

        🌼SY

    • SY
      25 de janeiro de 2025
      Avatar de SY

      🌼Nelson, tudo bem?

      Já está na hora de aprender a lidar com as frustrações, queridinho. A vida está cheinha delas, viu? Pelo menos, a inevitabilidade da morte você aceitou, isso já é um avanço.

      Beijinho,

      🌼SY

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Publicado às 19 de janeiro de 2025 por em Microcontos 2025 e marcado .