Com apetite e desespero no semblante, ele se alinhava aos demais naquela pista de quadris largos. Árvores muito verdes cercavam-lhe as vistas. Sob os pés pulsavam calor e glória. Quando o estampido soou, ocorreu-lhe apenas disparar e mexer os braços.
Seus adversários pareciam correr para trás, derrotados. Ele já preparava a sua redenção por meio do prêmio, o discurso visando a soar os clarins da paz, dar o largo abraço na humanidade imaginando lágrimas de perdão e harmonia universais –
Espantado e se esvaindo, caiu no vazio.
Era a última bronha.
A pequena mancha morreu no chão gelado do bunker.
É um plot gigantesco, ou seria minúsculo?
Um conto que chama a atenção mais pela originalidade. Interessante.
bronha não é uma palavra muito usada na minha região kkk Lembrei do filme “Olha só quem está falando” tem meio que uma cena do espermatozoide em uma corrida pela vida, aqui vemos algo diferente, sim, a frustração kkkk, é um desfecho impactante, mas não é o tipo de conto que me chama a atenção, ainda que muito bem escrito.
Parabéns e boa sorte!
Achei criativa a comparação da luta exaustiva pela vida com a masturbação. Foi sem dúvidas uma ideia bem original e inesperada. O conto foi bem escrito e fluido. Mas não achei impactante nem muito interessante.
Boa sorte.
COMENTÁRIO: Fui até os comentários para confirmar, mas é isso mesmo: um espermatozóide lidera a corrida sem alcançar o destino imaginado. A perspectiva antropomorfizada e a solenidade com a qual encara seu caminho fazem para mim o conto ser ainda mais engraçado, com todos esses ares de grandeza caindo por terra quando a banalidade da punheta se revela como “cenário” do conto. Boa!
gostei de como a história foi conduzida e de toda a temática de guerra de plano de fundo pra algo muito mais visceral
Olha, fiquei tentando entender a intenção do conto. Foram boas metáforas mas o final… Esse final me quebrou, não sei se era pra ser algo cômico, se foi, não colou. Caso não fosse, perdão, mas talvez eu não seja o destinatário perfeito rs
No mais, contos ousados, onde o autor escreve sem querer agradar a todoas merecem sempre exaltação. Parabéns!
Olá, Cominho!
Esse conto me deixou confuso. Entendo que você está fazendo uma associação de uma corrida esportiva, motivo que temos a imagem, com uma relação sexual, principalmente pelos “corredores” correrem para trás. Porém, a escolha das palavras não gerou muito impacto e a última frase me deixou um pouco confuso. É um texto inteligente, mas faltou mais relação entre as mensagens com duplo sentido. Boa sorte no concurso!
Olá, tudo bem?
Não é o primeiro comentário que tento escrever, pois não sei o que dizer. Eu realmente não entendi bem o sentido deste microconto. Primeiro, me pareceu se tratar de uma relação sexual e breve descrição do corpo feminino. Depois, pareceu ser a corrida dos espermatozoides que encontraram seu triste fim no chão gelado do bunker (seria um banheiro comum?)
A “última bronha” seria no sentido literal? Por que “última”? Entendo que por se tratar de um texto de até 99 palavras, os microncontos vão apresentar muitas ideias vagas, figuras de linguagem e gerar muitas interpretações. Estou longe de achar que o autor é obrigado a explicar as origens, motivações e ainda presentar um “plot twist” em 99 palavras. Isso parece exigência de diretor de empresas com escala 6X1, não é mesmo?
Sua escrita é boa e o microconto conseguiu prender minha atenção até o final, ainda que estranho.
Boa sorte.
Gostei da “pista de quadris largos”, dando-nos uma pista (Sem trocadilhos) do que se trata o conto. Depois, o autor brinca com nossas expectativas, citando árvores e outros elementos, para nos despistar.
Por fim, o plot twist.
O paralelo de um espermatozóide com um corredor de maratona foi bem feito. Não é o tipo de conto que mais me agrada, mas a técnica é boa.
Olá, Cominho,
Como leitor, agradeço por compartilhar conosco seu texto. Participar de um desafio exige coragem, expor-se de forma cega ao julgamento dos pares. Seu microconto parece descrever uma corrida (o título também induz a isso), mas, no fim, descobrimos se tratar de masturbação. “Bronha”, como você diz. É possível imaginar que se trata da corrida dos espermatozoides em busca da fecundação do óvulo, mas alguns termos utilizados (“pés” e “braços”) não condizem exatamente com a fisiologia da célula reprodutora masculina.
No fim, descobrimos que a cena se passa em um bunker, então podemos pensar em um cenário de guerra.
Brincadeiras sobre a frustração dos espermatozoides gastos numa punheta não são incomuns. Há até um trecho de um filme do Wood Allen que tematiza algo parecido (lá, o desfecho é frustrado por uma camisinha).
Seu microconto é interessante, mas um pouco confuso. Acho que sua determinação em induzir o leitor a pensar numa corrida “esportiva” acabou prejudicando o resultado final.
Parabéns pelo conto e boa sorte no desafio!
Olá, Cominho!
Seu conto tem uma ideia interessante. O enredo abordando a corrida da evolução, o espermatozoide que tem que vencer seus pares para receber o grande prêmio, gerar uma vida em comunhão com o óvulo, não é novidade, e sempre aparece revisitada de alguma maneira. Acho que o contexto em que o colocou funcionou, mas o desenvolvimento do texto não colaborou.
Em primeiro lugar, temos um texto de construções metafóricas cercando a antropomorfização do espermatozoide, que corre, vence, espanta-se e morre em forma de mancha no chão gelado. Tudo formatado para funcionar como um conto com um tipo de características. Mas, perdido lá no meio, tem a última “bronha”, um termo que, para ficar feio, teria que ter sido utilizado pelo Machado de Assis e pelo Fernando Pessoa em suas obras máximas. Um balde de água fria, e que de, de forma alguma, não é coerente com as características que o conto vinha demonstrando.
Não digo que esse seja o único problema do conto. Algumas das construções utilizadas me pareceram um tanto exageradas e seus significados me pareceram irrelevantes para o entendimento do texto (pista de quadris largos, por exemplo). Mas a verdade é que o contraste criado entre o que o conto queria ser e o que o elemento explicativo do texto apresentou foi tão drástico, que é meio difícil de não passar por isso sem ficar incomodado. É a minha sensação aqui. Não sei para outros leitores, mas, para mim, o conto acabou não funcionando muito bem.
Bom, é isso, boa sorte no desafio!
Kkkkkkkk PQP. Achei bem bom. O plot é muito bem feito e surpreende. No caso, o cinto narra a história de um espermatozóide na corrida desesperada para fecundar o óvulo, mas, só era uma bronha. Existe uma piada mais ou menos assim, logicamente , logicamente escrita com outras palavras, se não me engano, na piada um dos espermatozóides grita, volta, volta, que é só punheta
Enfim, um bom conto
Boa sorte no desafio.
Olá, Cominho.
Contexto pessoal
Pois é, não queria eu bancar a menina inocente, mas é a primeira vez que eu leio a palavra BRONHA nos meus 31 anos 😂 E ainda me vem em seguida a palavra bunker, que só entendi por ser uma grande fã de Supernatural rs (lá tinha um bunker).
Análise do conto
Entende que sem o significado da palavra “bronha” tudo perde o sentido para mim? Terminei o conto pensando “cadê a corrida”? Precisei ler os comentários para entender que se trata de uma corrida de espermatozoides.
Conclusão
Não é culpa sua eu não ter o contexto. Se tivesse, acredito que ia gostar bastante do conto. Mas precisei buscar ajuda para compreender e por isso seria injusto te colocar na lista dos meus possíveis indicados. Espero que compreenda!
Desejo um bom desafio!
Mas que forma confusa de contar sobre uma punheta e uma gozada. O autor, na tentativa de despistar, inclui a gloriosa em um contexto bélico. Mas acredito que não funcionou muito bem e ficou deveras confuso. O rebuscamento escolhido para a escrita também pesou para isso. A escrita deceptiva acabou errando a mão e com isso não acertou o alvo. Me desculpe, mas esse conto me brochou.
boa sorte.
Eu geralmente não leio comentários para entender o conto – acho que, se o conto não se faz entender, o autor deveria ser mais claro. Aqui, porém, senti que eu talvez estivesse perdendo algum detalhe. Ainda bem que li os comentários, pois não havia mesmo entendido o significado.
Ainda acho o conto um tanto confuso. Tem uma escrita bem rebuscada, com palavras e construções muito belas, mas a verdade é que a brincadeira com o espermatozoide e a sua corrida para a vida é tão vagamente referida que não sei se eu teria a paciência de reler o conto outras vezes para entendê-lo. Ele fala de pernas e braços, árvores muito verdes, estrada de quadris largos. Fala também de perdão, harmonia… tudo parecendo um esforço do autor em despistar a brincadeira escondida no texto. Bem confuso!
Acredito que para funcionar bem um microconto precisa de camadas diferentes. Para além da história literal que é contada pelas palavras, é preciso haver tramas subjacentes, dilemas e dramas escondidos nas entrelinhas, algo que se revele somente ao fim da leitura, ou até mesmo em uma segunda ou terceira leitura.
Há muito disso neste conto – talvez até em demasia, já que nem mesmo leituras continuadas conferem com clareza o que ocorre. Isso não é necessariamente ruim, já que a multiplicidade de interpretações coerentes é um atestado da boa escrita.
Para mim, trata-se da história de um espermatozoide, devidamente humanizado, que na corrida para o óvulo vê-se frustrado porque não havia relação sexual, mas simples masturbação. Logo, em vez do santo graal da fecundação o que ele encontra é o abismo ou, como diz o conto, o chão gelado do bunker.
Interessante, aliás, o uso da palavra bunker. Levado pela literalidade, pode revelar um cenário de guerra, onde tudo o que resta àquele que perpetra o ato é a felicidade efêmera do gozo. Mas prefiro pensar que o bunker, no caso, pode ser qualquer lugar isolado, onde o homem que leva a efeito o auto prazer se encontra num banheiro, num quarto, numa sala, enfim, em qualquer local em que se sente seguro.
Em suma, é um conto bem construído, com alta dose de dubiedade, mas que se revela simples, talvez até simplório, em sua mensagem. Não é o tipo de conto que faz pensar, ainda que cative pelo bom uso das palavras.
Chamo de “técnica” a facilidade com que o autor carrega o leitor pela narrativa, e/ou transmite subtexto, e/ou faz (bom) uso de figuras de linguagem que tornam a leitura agradável.
Chamo de “interesse” o quanto o texto me fisgou enquanto leitor, o quanto de impacto senti pela leitura.
Chamo de “objetivo do autor” um palpite do que o autor queria com o texto. É mais um esforço criativo e uma tentativa de fazer leituras mais enquanto escritor do que leitor.
Um conto que permite muitas interpretações ainda que possivelmente apenas uma esteja certa. Infelizmente acho que errei meu tiro. Achei se tratar de um homem no fim do mundo, sonhando com a possibilidade de ter salvo o planeta durante uma guerra inominável e tendo um orgasmo com o pensamento. Outros colegas imaginaram um homem se preparando para a guerra. Finalmente, muitos mencionam se tratar de um espermatozoide e, agora, devo concordar com eles.
Técnica: Alta. Ainda que algumas passagens pareçam um pouco estranhas na releitura, assumindo que se trata de um espermatozoide, o conto produz diversas imagens e a leitura é fluida e agradável.
Interesse: Alto. A história permitiu inúmeras releituras e teorias e o autor nitidamente tinha algo específico como subtexto.
Objetivo do autor: Subverter completamente a leitura com a última frase, possibilitando uma ressignificação do todo.
Um conto interessante, com um homem “relaxando” em um bunker enquanto passam imagens em sua cabeça.
Mas para se honesto, mesmo após algumas leituras, não entendi muito bem a proposta do conto.
Parece que ficou faltando aalguma coisa (ou algumas coisas) para dar um pouco mais de peso para o conto.
Plot: Homem sonha com a liberdade e a glória, enquanto “se alivia” dentro de um bunker.
Desenvolvimento: Muito curioso e complicado de entender, pelo menos na minha compreensão. Desculpe, mas a impressão que tenho é a de que não entendi muito o que o autor quis aqui, que a forma como interpretei está errando em algo (ou em muita coisa)…
Destaque: Neste conto também não sei o que destacar, alguns trechos não entendi, como essa parte de “pista de quadris largos”, meu senhor, que xou da xuxa é esse? Talvez destaque para a coragem de escrever um texto com esse plot, que talvez possa até ser considerado como “plot twist”? Ou não? Não sei! Socorro, deus!
Impressões da leitura: Pra mim foi muito confuso e peço mil desculpas por não ter conseguido compreender suas ideias. Detesto quando isso acontece. Depois você me explica, por favor?
Parei duas vezes na “pista de quadris largos”. Que seria isso? Depois, no fim do conto, entendi. Era um soldado na trincheira, rendendo-se – mas aos seus desejos carnais. E, depois disso, sendo morto. Interessante a comparação entre a corrida (enfatizada pela foto) e a pressa em “se aliviar”. De qualquer forma, um pouco de improbabilidade ficou no ar. Boa sorte no desafio.
PHOTO-FINISH (COMINHO)
Bom dia, boa tarde, boa noite autor(a)! Espero que esteja bem! Meus critérios de avaliação foram escolhidos baseando-se em conceitos que encontrei sobre o gênero microconto na internet. São eles: utilização do espaço permitido, subtexto, impacto, escrita. Nesse desafio em específico, não soltarei minhas notas no comentário. E, por fim, mas não menos importante, gostaria que você tivesse em mente que microcontos são difíceis de escrever e difíceis de avaliar; logo, não leve tanto para o lado pessoal se o meu comentário não estiver bom o suficiente, por qualquer motivo que seja. Garanto que li com o cuidado e a atenção que seu conto merece, dando o meu melhor para tanto contribuir com a minha opinião quanto para avaliar de uma forma justa você e os demais colegas.
É isso! Chega de enrolação e vamos para o meu comentário:
Ø Breve resumo:
Os últimos instantes de uma pessoa. Ou os últimos instantes de um espermatozoide.
Ø Utilização do espaço permitido:
Huuum, acho que o microconto utilizou bem o espaço, criando duas interpretações possíveis.
Ø Subtexto:
Photo finish é uma tecnologia que registra a imagem da linha de chegada de uma corrida esportiva para determinar o vencedor. É usada em corridas de cavalo, automobilismo, atletismo e remo. Bom, a partir daqui, fui levando a concluir que esse microconto aborda os últimos momentos de uma pessoa, presa num bunker.
O sonho tem um quê de poético; o personagem sonha com liberdade, sonha em poder correr e vencer, uma vitória tão épica que é capaz de trazer a humanidade de volta a paz.
Ele acorda abruptamente do sonho. No bunker gelado, resta a ele se masturbar. Imagino que tenha sido uma daquelas que envergonham ao invés de aliviar o prazer.
Por fim, o autor encerra o microconto encerrando também, pelo menos, a vida do personagem, vitima de uma bomba (talvez nuclear).
Preferi essa interpretação que a história zoada de um espermatozoide…
Ø Escrita:
Escrita boa e competente. Sem pontos negativos.
Ø Impacto:
Bom, há dois impactos. O primeiro foi médio. Achei criativo o conto, de uma forma geral. Claro, depois de uma boa reflexão sobre a história. Num primeiro momento é uma história muito estranha. Mas é um bom conto.
Depois, quando eu fui ler os comentários na hora de postar o meu comentario e vi que tinha um pessoal interpretando como a história de um espermatozoide, fiquei surpreso (e achei péssimo). Melhor minha interpretação.
No mais, seja o sonho de um recluso no bunker, seja o relato do espermatozoide vencedor, não vai concorrer pelo meu TOP 15… Boa sorte no restante do Desafio! Parabéns pelo trabalho!
Bom dia/boa tarde/boa noite e um bom ano pra nós, amigo entrecontista. Bora começar um novo ano arrasando na escrita! Parabéns pela participação nesse primeiro desafio no ano,! Pra mim, escrever micro conto é um macro desafio kkkkkk. Bora pra sua avaliação, mas, por favor, não leve minhas palavras a sério demais, afinal, micro conto é algo muito fora da curva e é difícil até analisar. Pra ajudar, criei um micro sistema que espero que ajude a ser justo com todos os amigos. Bora lá!
Micro resumo: o esperma vencedor descobre que era apenas uma punheta, e é despejado no chão de um… bunker?
Microsensações: um conto bastante estranho, sei lá. Parece aquelas piadas clássicas que já tiveram centenas de releituras… lembro até quando o casseta e planeta fez uma sketch onde o esperma rubinho barriquelo quer ganhar a corrida, mas o esperma schumaker (sei la como escreve) avisa ele que é uma cilada, que o cara tá sozinho no banheiro. Enfim, não é uma piada nova, ainda que aqui tenha ganhado uma roupagem mais complexa e literária. Sendo sincero, não gostei. Não funcionou como humor, e eu fiquei perdido lendo e relendo sem entender nada, até que acho que entendi. MAs o cara tava num bunker? E o esperma tava cercado de árvores verdes? Pode ser incapacidade minha, mas não peguei as ideias. No fim, acho que era um homem batendo uma ultima punheta antes de o bunker ser destruido. Que coisa estranha pra fazer como a ultima coisa da vida kkkkkkkk.
Impacto:
Micro –> como já explicado, não funcionou pra mim como piada, pois não dei risada. Talvez pela dificuldade de entender, o que vai contra a ideia de piada, que é algo que te pega rapido e arranca um riso imediato. Se voce começar a pensar muito sobre uma piada, ela vai perdendo a graça.
Médio
Macro
Uso das pouquíssimas palavras permitidas: razoavel… acho que o conto ficou rebuscado e acabou sendo mais longo do que precisava.
Conclusão de um leitor micro-capacitado a opinar sobre micro contos: tava assistindo um programa de humor, e vi uma sketch um pouco complexa sobre punheta num bunker. A punchline passou, eu fiquei refletindo, e quando entendi o timing já tinha passado.
Parabéns e boa sorte no desafio!
Não me convenceu. não percebi nada, e não posso perceber através dos comentários de outros. Se calhar o meu cérebro não está configurado para este tipo de textos. Não sei. Passo ao próximo.
Esse foi um conto que precisou de ajuda coletiva para ser entendido.
Imaginei várias coisas, todas por causa do bunker. Que podiam ser judeus escapando de campos de concentração, os últimos momentos do Hitler (imaginando-se sendo perdoado ao vencer uma corrida???), um cara se masturbando ao imaginar-se vencendo a São Silvestre… até ler os comentários.
Então vi que se tratava de um espermatozoide descrevendo sua corrida. Faz sentido, deve ser isso mesmo. Ainda assim, várias coisas não se encaixam. Por que redenção, perdão? Talvez a autoria tenha apenas se empolgado com as palavras, exagerando o sentimento de vencer maratonas. Deve ser isso…
Gostei do clima extremamente irônico e de humor negro do texto. O problema é que não entendi nada com várias leituras, o que tirou meu prazer. Estava estranho demais, e não de um jeito bom. Parecia mais hermético que misterioso. Como um mistério que eu suspeito que não consigo resolver, então não é tão divertido. Talvez ficasse melhor se as metáforas se alinhassem mais com a ideia do esperma. Acho que a ideia é boa, mas falhou na execução.
É isso. De qualquer forma, parabéns pela ousadia. Boa sorte no desafio.
O que pareciam ser os pensamentos de um corredor são, na verdade, os pensamentos de um espermatozoide que ficou na mão.
Interessante e tem uma dose de humor agridoce. Pois, se o pobre espermatozoide morreu no chão do bunker, quer dizer que algo deu errado, e bem errado, com a humanidade.
O conto é bem escrito e bem construído, mas algumas palavras causam estranheza. Árvores verdes? Pés? Braços? Espermatozoide esquisito, esse.
E essa tal redenção? Por que um espermatozoide precisaria de redenção?
Agora, saindo da mente do narrador, o que temos? O último humano, abrigado num bunker, sabe que está só e seus dias estão contados. Já que o fim é certo, resolve bater umazinha pela última vez.
Gostei!
Parabéns pela participação e boa sorte.
Kelly
Caríssima, se de um certo caule pode sair a rosa branca do desespero segundo Nassar, para mim foi como uma rosa alegre, pelo fato de você gostar. Uma alta e bondosa saudação a você e a esse sobrenome do Japão.
O protagonista do conto é o espermatozóide que ia vencer a corrida, mas, destino triste, acabou sendo uma vitória inútil e ele foi relegado ao nada?
É uma ideia curiosa e não pode ser acusada de falta de originalidade. Não sei se gostei ou não, mas admiro o fato de que a história surpreende. Há o final, algo que considero. Parabéns e boa sorte no desafio.
Correu demais e morreu antes da chegada, esse também é o efeito que seu conto teve pra mim, bem aquém do esperado. Vou tentar fazer uma análise fria a seguir pra não perder a compostura, mas a verdade é que essa história está indo direto pro fim da lista.
Houve uma tentativa de quebrar as expectativas do leitor, mas não ficou claro se era pra ser engraçado, pois o que foi escrito antes não leva ao destino de fato. Talvez tenha sido a frase das árvores que tenha estragado tudo.
Finalmente, há também uma tentativa de transmitir uma experiência vívida e sensorial, trazendo a ideia de uma corrida em uma competição, contudo a transformação disso em uma bronha não foi capaz de trazer a energia e a tensão do momento.
De toda forma, parabéns pela iniciativa e boa sorte!
Caríssimo, você deu um destino justo para o micronto, e dele essa é a sina, mas para não perder a compostura, quem sabe uma dose de Maracujina??. Até.
Li seu texto umas dezoito vezes tentando achar um sentido que não encontrei. Mas qual o problema? A vida também não faz sentido, portanto, eis que temos uma historia verdadeiramente realista! Sucesso, autor!
Olá, Entrecontista,
No mínimo, muito criativo pensar em uma última bronha de um cara em um bunker. Se entendi, foi isso que aconteceu. Às vezes o personagem parecia o próprio cara, às vezes o espermatozoide. ok.
Usou metáforas, deixou algumas pistas, tudo ok.
Novidade? Impacto? Talvez para alguns leitores, para outros não.
Valeu pelo texto.
Aviso: este comentário contém alta dose de raciocínio tortuoso, que pode ser facilmente confudido com o resultado de alterações alucinógenas.
Photo Finish = tecnologia que reproduz a imagem da linha de chegada, ajudando assim a saber quem foi o vencedor.
Para Cortázar, o conto equivale a um flash fotográfico, a captação de um momento impactante. O contista sente a necessidade de escolher e limitar um acontecimento que seja significativo o suficiente para merecer ser narrado. No caso de um microconto, a captação do momento tem que ser muito mais precisa e limitada, por isso há necessidade de se utilizar do photo finish.
Cominho = Os antigos egípcios usavam-no como um agente de embalsamamento para preservar os seus faraós mortos. Pessoalmente detesto tanto cominho quanto coentro. Além desse aspecto de embalsamento, cominho pode ser visto (a viagem é minha, me deixa) como diminutivo do verbo COME (que também significa gozar)
pista de quadris largos > A imagem nos remete ao corpo de uma mulher. Dizia-se antigamente que uma mulher de quadris largos era uma boa parideira.
As palavras estampido e bunker me fizeram pensar no suicídio de Hitler em um bunker subterrâneo. Aí, nesse contexto, os quadris largos seriam de Eva Brown?
Árvores muito verdes > o bunker ficava sob uma área de jardim, provavelmente ladeada de árvores…
apenas disparar e mexer os braços = ergueram os braços em saudação ao Füher (aqui, exagerei com certeza). Ideia fixa devido às manifestações durante a posse do presidente de tez alaranjada.
Seus adversários pareciam correr para trás, derrotados > o monstro imaginou que seus adversários estariam derrotados…
redenção (salvação) >prêmio > paz > abraço na humanidade > lágrimas de perdão > harmonia universal (fim da guerra?)
Espantado e se esvaindo, caiu no vazio. > Morreu, caindo no vazio da história mundial. E como não era mesmo um nada de pessoa, como uma pequena mancha morreu no chão gelado do bunker.
Veja só, espantado(a) autor(a), o trabalho que tive só para não deixar que o seu texto acabasse em porra [nenhuma]. Segundo Gabriel, o Pensador: “A vida é muito curta pra ficar nessa punheta“. Ou seja, o seu conto é muito curto para terminar em bronha.
Não encontrei falhas de revisão, só de bom senso mesmo (meu, no caso).
Parabéns pela participação e boa sorte no desafio.
Caríssima, apesar da falta de habilidade deste escrivão, você desvendou muito da alma do que está em questão. Em sua honra, uma larga saudação. Até.
Confesso que precisei recorrer aos comentários para entender esse. Na primeira leitura, tive convicção de que deveria ser “broma” em vez de “bronha”, mas já entendi que me equivoquei. Dito isso, história bem original e curiosa, ainda que confusa. Parabéns pela ousadia!
Conto bem escrito, apesar de ter um travessão sobrando.
As três últimas frases trazem outra direção ao conto.
O que seria ‘bronha’? Fui buscar no google. Se o leitor não sabe o significado de ‘bronha’, o conto não tem sentido.
Seria uma competição de masturbação? Mesmo assim, anteriormente fala em discurso, em abraço na humanidade. Ficou meio desconexo, na minha leitura.
Parabéns!
Cominho, me perdoe, mas eu não consegui alcançar a intenção do conto.
Imaginei de início, como outros colegas, uma corrida de espermatozóides, mas as “Árvores muito verdes” em volta do protagonista me fizeram achar que eu estava enganada, ainda mais seguido de “Sob os pés pulsavam calor e glória”, não consegui visualizar os pés num espermatozóide, nem com licença poética. Em seguida o texto me levou a concluir que se tratasse talvez de um atleta em dia de prova, talvez em uma competição importante. E então… você me joga na bronha. Rsrs
Mesmo com a surpresa, esperada e desejada em um desfecho, o conto me fez sentir enganada. Na verdade a leitura acabou sendo para mim uma experiência de tentar desvendar a história visível, no melhor estilo “Onde está Wally?”. Então, a meu ver, o propósito do conto se perdeu nesse vai e vem, que não acrescenta nada à história visível e menos ainda à história oculta, só afasta o leitor da proposta do texto. O jogo de esconde-esconde confunde a gente mais do que engaja, não provoca nenhuma reflexão nem gera significado.
Seria interessante poder ler de novo, depois que você desse uma revisada com isso em mente. Parabéns.
Sendo bem sincero… não gostei.
Claro, eu entendo que a quebra de expectativa gera o humor, mas acredito que as comparações, jogos de palavras e outros foram longe demais em frequência e flexibilização de significados. Não deu muito certo.
Olá, Cominho
Achei seu texto um pouco confuso. Depois de ler, reler e ir ao google pra saber se não havia outra sugestão para a palavra bronha além daquela que eu conhecia, acho que entendi alguma coisa. Seria a corrida dos espermatozoides?
Na tentativa de desviar a atenção do leitor, nos enganar, você acabou deixando o texto muito confuso. Achei difícil imaginar um cenário, compreender as cenas.
Acho que o conto tem que fazer sentido tanto no cenário “mentiroso” que vc cria, como no que realmente se revela ao final do texto.
Alguns trechos ficaram estranhos: “pista de quadris largos”, “Árvores muito verdes cercavam-lhe as vistas “, “redenção por meio do prêmio”
“disparar e mexer os braços” – Mexer os braços como?
“Ele já preparava a sua redenção por meio do prêmio, o discurso visando a soar os clarins da paz, dar o largo” – tiraria o “dar”. Entende-se nessa construção que seria já preparava “o largo abraço”.
Mancha morreu? Não foi bem a mancha.
A ideia foi boa, mas precisa ser trabalhada.
O interessante deste conto é notar que , por mais que o lado “racional” da humanidade crie guerras, conflitos, isolamentos, o instinto animal é o responsável pelos últimos sonhos e sorrisos.
Tudo bem que, desta vez, não houve medalha, mas, aos olhos do bunker, a última foto foi divertida.
Boa sorte!
Rogério Germani
Tentei encontrar no título do conto uma relação com o texto. Photo Finish, acabamento fotográfico, ou, uma fotografia que identifica o vencedor de uma corrida. Os colegas identificaram espermatozoides numa corrida em direção ao óvulo que não tinha e caem no chão seco do bunker. Sim, tive que ler os comentários para entender. Desisti fazer conexões frasais nesse pequeno emaranhado de sentidos figurados sem sentido para mim. Acho inútil tal esforço pra entender tal decisão de praticar o ato solitário num bunker de um mundo pós apocalíptico.
História curiosa. Muito se fala da última refeição dos condenados ao corredor da morte. Nunca ouvi sobre a última masturbação.
Baseado no primeiro parágrafo, que cita quadris largos e grandes árvores, intui que se tratava de um conto erótico. Curiosamente, o segundo parágrafo me afastou dessa ideia, propositalmente ou não.
Por fim, descobrimos que estávamos acompanhando um diferente ponto de vista. O do espermatozoide, talvez? Honestamente, não consegui encontrar grandes correlações ao longo do conto que indiquem quem, de fato, vivenciou esta jornada (se é que houve).
Boa sorte!
Photo Finish é uma anedota, uma piada, mas talvez haja algum elemento mais sóbrio no conto. Em primeiro, o autor ludibria o leitor o fazendo acreditar se tratar de uma corrida atlética. Depois, revela se tratar de um outro tipo de corrida, uma pela ovulação. É uma cena de masturbação, e quem corre é um espermatozoide. Na cena final, onde a anedota se revela e a piada se descortina, há elementos que fazem supor algo de mais sóbrio no conto. Aparentemente, a punheta foi batida num bunker, uma estrutura tipicamente de guerra, e, como se trata de uma última bronca, talvez esse soldado esteja diante de uma batalha sangrenta. Quiçá bateu essa última punheta pensando na amada deixada em casa ou nos amores não vividos.
Olá, Cominho! Tudo bem?
Numa primeira leitura não entendi nada de nada, aí reli e fui procurar o significado da palavra bronha, que nunca tinha visto, aí tudo fez(+/–) sentido.
Então imaginei que como o sujeito estava em um bunker e com toda a história de redenção, perdão e harmonia universal, provavelmente ele era o último homem da terra e tudo tinha se acabando e a espécie humana estava perdida, então ele se masturba pela última vez, pensando em tudo o que poderia ter sido e como o texto fala que foi a última, provavelmente ele estava para morrer ou se matou em seguida.
Não gostei muito do conto em si, mas achei legal o exercício de criatividade que ele me inspirou.
Parabéns e boa sorte no desafio!
Até mais!
Uma corrida de espermatozoides (li os comentários)? Sério isso? Mas vá lá, se tem que comentar… Pego as últimas duas linhas da ‘piada’. Ironia trágica. Um último ato solitário em completo isolamento emocional. A inutilidade dos sonhos, da ilusão de grandeza, na frieza de um bunker, em mundo decadente. É uma imagem triste do ser humano. É isso.
Caríssima, só resta ao autor se desculpar pelo tempo que fez você desperdiçar para a obrigação de comentar. Luz e paz.
Eu só não comentei sobre os espermatozoides porque não sei quem venceu a corrida de fato (brincadeirinha).
Mas comentei as duas últimas linhas do micro porque essas fizeram sentido pra mim. O micro poderia ter somente essas duas últimas frases.
Texto curioso de transformar uma piada batida em algo com cara de narrativa épica. A forma como o autor descreve o protagonista, com todo aquele drama de “redenção” e “abraço na humanidade”, é tão exagerada que já dá pra sacar que tem algo fora do comum vindo no final. E aí, quando a reviravolta chega, o contraste entre a grandiosidade do tom e o desfecho completamente grotesco funciona… até que bem.
Trata-se, a meu ver, de uma brincadeira literária bem executada. Mesmo sendo uma piada manjada, ela ganha um frescor pelo jeito como foi escrita. Vale a leitura e o bom humor. Parabéns ao autor!
Na primeira leitura, fiquei c cara c tacho, Na segunda, que surpresa! O personagem era um espermatozóide. Muito bem imaginado. E no fim, ele foi enganado pelo seu emissor, não estava disputando pra entrar em óvulo nenhum. Achei bem criativo e bem humorado o seu conto. Num mar de previsibilidade e histórias iguais, a sua se destaca. Parabéns. Pensou fora da caixa.
Conto corajoso, pois poderia cair no descrédito. Porém, pela boa escrita, acabou sendo bem interessante com metáforas inteligentes.
Parabéns pela ousadia.
Não consegui capturar o sentido de “pista de quadris largos” e de “Árvores muito verdes”. Creio que eu tenha perdido algo.
Acho que a expectativa do prêmio pela personagem estava um pouco superestimada.
Vale pela ousadia e pelo inusitado.
Cyro Fernandes
cyroef@gmail.com
Olá, Cominho.
Meio batido esse aí, não? Perdão por isso.
Ainda assim, mesmo se revelando num plot razoavelmente conhecido, pensei que você estava levando o leitor para um lado e terminou em outro. Foi uma jornada solitária (um fim solitário, na verdade), mas se eu entendi corretamente, literalmente um fim.
Quero dizer que as suas últimas palavras deram sentido a todo o conto. Nisso ele valeu a pena.
Parabéns e boa sorte neste desafio.
Oi, bem?
Nossa, eu imaginei tanta coisa nesse conto, menos o que ele realmente é… Zero familiaridade com a palavra bronha. Imaginei que eram pessoas lutando por sobrevivência, em uma realidade tipo o filme Corra, onde eram caçadas, ou algo distópico… Enfim, viajei.
Então, quando a ficha caiu de que se trata do percurso do espermatozoide durante a masturbação… fiquei meio… hehehe ops, sabe? Igual o pobre, no chão e sem chão.
Méritos do autor, de toda forma! Só acho que o autor quis tanto despistar que acabou usando em abundância elementos que, pra mim, não fizeram muito sentido, tipo: “Árvores muito verdes cercavam-lhe as vistas, pés, braços…” Bom, licença poética, não é mesmo? O conto era pra confundir e depois surpreender. Ponto pra você.
Parabéns pelo trabalho, boa sorte no desafio!
Essa me parece a viagem total de alguém que está tirando sangue do cérebro e direcionando direto pro membro de baixo e, enquanto espanca o palhaço It, vai divagando como se estivesse numa competição que, ao final, torna-se uma mancha solitária no solo. Interessante conto, original. Masturbação existencial.
Ola Cominho. Eu também não tinha entendido o conto. Me pareceu um concurso de punhetas (rssss), só depois de ler os comentário que percebi o erro. Conto bem escrito. Boa sorte
Meio gozado esse texto: a gente pensa que é uma coisa, mas no fim é bem outra… Não é um tema novo, mas está bem escrito. Pau na máquina: boa sorte!
O conto descreve uma corrida em meio a um lugar bonito, cheio de árvores. O corredor está preparado, e sabe que vai vencer. Seu desempenho é ótimo, ele vai mesmo ganhar! No final… BLAM! Plot twist! O corredor era um espermatozoide, e o conto inteiro não passava de um punhetão. Que porra, ein (literalmente).
Não sei exatamente o que achei do conto. A ideia, em si, é um tanto manjada… mas a forma como foi escrita, conquistou. O autor possui muita habilidade na escrita. Só não entendi o título, Photo Finish. Seria essa aquela foto do final da corrida para mostrar quem atravessou primeiro a faixa?
Aliás, inclusive, devo admitir que em minha primeira leitura, não entendi “porra” (coloquei até entre aspas, para homenagear o conto) nenhuma. Aí li o comentário do Leo Jardim, e compreendi. Na segunda leitura, tudo fez mais sentido.
Enfim… boa sorte no desafio!
📜 Conteúdo (⭐⭐▫): uma corrida de um espermatozoide que se esvai numa bronha. É uma anedota já conhecida, mas escrita com estilo.
📝 Técnica (⭐⭐▫): ok, sem problemas
💡 Criatividade (⭐▫▫): é boa, mas já conhecia uma parecida
🎭 Impacto (⭐⭐▫): gostoso de ler e me tirou um risinho no fim 😉
O conto tem uma reviravolta bem curiosa, que deixa bastante margem para o leitor/a buscar interpretações. Esse é um mérito – deixar o leitor especular as várias possibilidades interpretativas.