EntreContos

Detox Literário.

Perspectiva (Luís Guilherme)

O homem acorda num sobressalto, com a impressão de estar sendo
observado. Agora, ouve uma voz ecoar no quarto escuro. Um timbre sombrio,
como uma mistura de gemidos estranhos, ruídos baixos e guinchos agudos: o
som das profundezas do oceano. Ele não sabe disso, claro, mas eu sei.
Move-se lentamente, tentando não acordar a esposa. Engole seco.
Procurando a fonte da voz, perscruta as sombras, apertando os olhos. Não
pensou ainda em olhar para o alto. Ao ouvir isso, congela e ergue a cabeça
lentamente. Um grito morre em sua garganta. Eu olho de volta, sorrindo com
malícia.

57 comentários em “Perspectiva (Luís Guilherme)

  1. jowilton
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de jowilton

    O conto narra a história de homem que acorda ouvindo ruídos sinistros de uma criatura que o observa pendurada no teto.

    A condução do conto é bem feita. Tem um bom clima de terror, gera tensão e expectativa. Boa técnica. O final é bom, com um impacto bem legal.

    Boa sorte no desafio.

  2. Pedro Paulo
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Pedro Paulo

    COMENTÁRIO: A narração da vítima pelo algoz instiga, mas é um micro que cai em algo que deve ser comum a quem escreve esse tipo de narrativa: acaba no clímax. É mais o que seguiria a partir dali o que parecia ser o mais legal.

  3. Roberta Andrade
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Roberta Andrade

    A ideia de explorar a sensação de ser observado foi muito interessante. Mas foi difícil visualizar algumas partes, ficou um pouco denso e confuso. Ainda assim, a ambientação foi muito bem construída. Parabéns e boa sorte!

  4. Raphael S. Pedro
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Raphael S. Pedro

    Aqui temos um micro bem ousado, esse realmente conseguiu prender minha atenção até o final que foi bem surpreendente, inclusive.

    Muito bom, parabéns!

  5. Diego Gama
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Diego Gama

    adorei o clima de tensão crescente! Gostaria de ver mais coisas que escreveu! De verdade! Boa sorte

  6. Sidney Muniz
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Sidney Muniz

    Boa tarde, caro autor!

    O homem acorda num sobressalto, com a impressão de estar sendo observado. – Esse sentimento é comum né? Ás vezes acontece do nada!

    Agora, ouve uma voz ecoar no quarto escuro. Um timbre sombrio,
    como uma mistura de gemidos estranhos, ruídos baixos e guinchos agudos:
    – Vixe, o que estaria acontecendo? Não curti esse “Agora”, mas vamos prosseguir.

    o som das profundezas do oceano. Ele não sabe disso, claro, mas eu sei. – Aqui temos a mistura entre narrador e persona, quem é quem?

    Move-se lentamente, tentando não acordar a esposa. Engole seco.
    Procurando a fonte da voz, perscruta as sombras, apertando os olhos.
    – medo!

    Não pensou ainda em olhar para o alto. Ao ouvir isso, congela e ergue a cabeça lentamente. – Não sei se ergueria de fato lentamente a cabeça, isso me suou forçado demais!

    Um grito morre em sua garganta. Eu olho de volta, sorrindo com
    malícia.
    – É um conto que tenta assustar, impressionar, mas a mim, pessoalmente, não consegue. Falha totalmente. Mas é um texto bem escrito, só não tem o ritmo adequado a perspectiva que propõe.

    Parabéns e boa sorte!

  7. Renato Silva
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Renato Silva

    Olá, tudo bem?

    O que seria tal criatura? Um espírito obsessor? Um shinigami? Lembrando de Death Note, tanto ao anime quanto aquele live action vergonhoso. Ryuk, sem dúvida, o personagem mais carismático da obra, ainda sim, ficaria bastante assustado em ser visitado por ele à 3 horas da manhã.

    Gostei do microconto, da ambientação e sensação de terror do homem que perde a voz ao avistar tal criatura, que parece se regozijar com o pânico da sua vítima. Este é o tipo de terror que gosto, o que explora o medo e deixa o leitor também apreensivo, por apenas supor o que pode ser, mas sem nunca ter a certeza do que é e de onde vem. Muito bom, mesmo.

    Boa sorte.

  8. Luis Fernando Amancio
    31 de janeiro de 2025
    Avatar de Luis Fernando Amancio

    Oi, Alguém que Te Observa,

    Como leitor, agradeço por compartilhar conosco seu texto. Participar de um desafio exige coragem, expor-se de forma cega ao julgamento dos pares. Seu texto possui um ritmo interessante, é um suspense que vai crescendo, até o momento final. Gostei da sua descrição do som das profundezes do oceano.

    A narrativa é simples e envolvente. A ideia é fazer o leitor se perguntar o que está acontecendo, se preparar para uma surpresa e, bom, da minha parte, não se surpreender tanto assim. Acho que há muitas descrições aí, você poderia se empenhar em deixar para o leitor, em alguns momentos, completar a cena. Mas nada que prejudique, apenas meu gosto pessoal.

    Parabéns pelo texto e boa sorte no desafio!

  9. Victor Viegas
    30 de janeiro de 2025
    Avatar de Victor Viegas

    Olá, Alguém que te observa!

    É um bom conto, inteligente, porém o pseudônimo quebra a surpresa no final. Seria um spoiler que talvez não esteja bem posicionado. Na metade do próprio conto, a ideia final é formada, como em “Ele não sabe disso, claro, mas eu sei”, e continua sem uma reviravolta até a última linha. Acredito que se não fosse pelo spoiler, o impacto seria muito maior. Boa sorte no concurso!

  10. Andre Brizola
    29 de janeiro de 2025
    Avatar de Andre Brizola

    Olá, Alguém!

    Mais um conto abordando a metalinguagem. Dos desafios que participei, esse aqui está batendo o recorde de contos com o tema. E gosto muito do estilo, acho que exige coragem do autor, que expõe uma obra que é difícil de ser compreendida, e não encontra, no EntreContos, um público muito receptivo, normalmente.

    Neste enredo temos um personagem que se vê rompendo a barreira entre seu mundo e o de seu criador, o autor, aquele que o observa. Interessante ver que o autor vai além de mero elemento narrativo, e adquire personalidade. A junção disso tudo nos entrega um clima de suspense, algo tétrico. Uma mistura que ficou interessante.

    Por outro lado, a narração não me “pegou”. A cena pede um senso de urgência que se perde um pouco em termos que dispersam essa urgência. Termos como “perscruta”, por exemplo, podem fazer leitores interromperem a cena para tentar entender o que o personagem está fazendo. Outro detalhe é o excesso de clichês do gênero, engolir seco, timbre sombrio, gemidos estranhos, grito morre na garganta. Tudo isso já foi utilizado demais na literatura a ponto de já não surtir mais o efeito que deveria, sabe? Seria legal ter explorado um pouco mais outras combinações de termos.

    Mas eu aplaudo a iniciativa. Gosto do estilo. Mas esse conto, especificamente, não conseguiu me atingir como deveria.

    É isso, boa sorte no desafio!

  11. André Lima
    29 de janeiro de 2025
    Avatar de André Lima

    Aqui há uma quebra da quarta parede muito bem elaborada. Dos contos do desafio que utilizaram a tal “metalinguagem”, este foi o que mais me agradou, sem sombra de dúvidas.

    As descrições são primorosas, coisa de cinema. Aliás, aliado com O Navio e Máquina do Tempo, estes contos são os que mais se destacam nessa valência. As frases são muito bem escolhidas. “O som das profundezas do oceano” foi uma escolha muito acertada, sonora, passando o sentimento de agonia que o conto descreve.

    Colocar a si mesmo como vilão, como um escritor sádico, rompendo as dimensões do conto em si, foi uma estratégia muito boa e criativa.

    Parabéns pelo belo trabalho!

  12. Felipe Lomar
    29 de janeiro de 2025
    Avatar de Felipe Lomar

    um conto de horror cósmico pela perspectiva do monstro. Interessante a ideia, mas em um microconto acho que fica faltando espaço para desenvolver e para o leitor “digerir” o terror. Fica muita coisa em aberto também, o que não dá muito medo.

    boa sorte.

  13. Thais Lemes Pereira
    29 de janeiro de 2025
    Avatar de Thais Lemes Pereira

    Olá, Alguém Que “me” Observa.

    Contexto pessoal

    Já escrevi contos com plots parecidos para os desafios. Destaco meu conto no desafio Noir, por isso não tive dificuldades de entender.

    Análise do Conto

    Em uma primeira leitura o conto parece confuso e a gente fica pensando que se trata de mais um conto aberto que não releva quem é a danada da criatura. Mas a danada da criatura é o escritor, interagindo com a sua criação em “tempo real”. Interessante trazer isso em uma história de terror.

    Conclusões

    Conto interessantíssimo, mas que pode gerar dificuldades de compressão. Você realmente decidiu se desafiar enviando esse conto. Vai para a minha lista de possíveis indicados.

    Desejo um bom desafio!

  14. leandrobarreiros
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de leandrobarreiros

    Chamo de “técnica” a facilidade com que o autor carrega o leitor pela narrativa, e/ou transmite subtexto, e/ou faz (bom) uso de figuras de linguagem que tornam a leitura agradável.

    Chamo de “interesse” o quanto o texto me fisgou enquanto leitor, o quanto de impacto senti pela leitura.

    Chamo de “objetivo do autor” um palpite do que o autor queria com o texto. É mais um esforço criativo e uma tentativa de fazer leituras mais enquanto escritor do que leitor.

    Achei um trabalho competente de terror, onde o ponto mais alto da história é a tensão e o suspense. Isso é algo difícil de se fazer, especialmente se o pov não é o da vítima e sim do agressor. Na parte negativa, fica o fato do conto não ir além disso.

    Técnica: Acima da média. Como mencionei é difícil construir esse suspense e alguém pode mesmo argumentar que o texto usa um pouco de meta-linguagem (teria a vítima ouvido a criatura narrar a história pouco antes de olhar pra cima?).

    Interesse: Acima da média. Gosto de histórias de terror e acho difícil encontrar as que realmente constroem tensão. Essa é uma das raras. Gostaria de ver o autor tentando algo no estilo com mais palavras.

    Objetivo do autor: Prender o leitor pelo senso de suspense.

  15. Fernando Cyrino
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de Fernando Cyrino

    Olá, caro Alguém que te observa. Puxa, você me traz um conto de terror para o nosso Desafio. Que legal a sua escolha. O homem que acorda, sons estranhos são ouvidos por ele. Esforça-se para não acordar a esposa, mas com os ruídos provocados pelo ser a observar do teto poderiam também fazer isto, a menos que o terror seja só dele. Só ele é capaz de observar a tétrica cena. Bem, o conto é interessante. Ele olhar para o alto e o narrador sorri para ele. Puxa. Que louco. Boa sorte, parabéns.

  16. Gustavo Araujo
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de Gustavo Araujo

    Acredito que para funcionar bem um microconto precisa de camadas diferentes. Para além da história literal que é contada pelas palavras, é preciso haver tramas subjacentes, dilemas e dramas escondidos nas entrelinhas, algo que se revele somente ao fim da leitura, ou até mesmo em uma segunda ou terceira leitura.

    Não vislumbrei esses elementos neste conto. Parece tratar-se de uma história, ou melhor, uma micro-história de terror sobre um homem que acorda de madrugada porque escutou ruídos estranhos e tals, e que, de repente se vê surpreendido por uma criatura sobrenatural, algo que, ao que tudo indica, está prestes a atacá-lo.

    As descrições são boas e criam um clima de suspene. É bacana perceber essa habilidade em tão poucas linhas. Mas a narrativa é plana. Cheguei a pensar que, no fim, haveria um plot twist dizendo que a tal criatura era um gato ou qualquer outro bicho. Mas essa virada não veio e no fim era só o bicho papão mesmo…

    Não me entenda mal, caro(a) autor(a). Está bem escrito, bem descrito e bem posto, mas para marcar como micro conto, a menos ao meu ver, é preciso um tantinho mais de subtrama.

  17. Marco Saraiva
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de Marco Saraiva

    Um microconto de terror que, como a maioria dos contos aqui, resume-se a uma rápida cena. O principal aqui é justamente o título: a perspectiva. Gostei de como o conto é narrado não apenas no tempo presente, como também pelo ponto de vista da criatura, que está empoleirada no teto, pronta para o abate.

    A tensão é muito bem trabalhada. Há alguns problemas nas descrições, em especial dois:

    • “Um timbre sombrio, como uma mistura de gemidos estranhos, ruídos baixos e guinchos agudos”. Acho que detalhes tão minuciosos assim às vezes tiram um pouco da atmosfera de tensão. O leitor gasta tempo tentando entender o que leu, e perde a urgência da cena.
    • “Ao ouvir isso, congela e ergue a cabeça lentamente”. Aqui, o que o personagem ouve que o faz olhar para cima? Relendo o conto, dá a entender que a própria criatura falou “Ainda não pensou em olhar para o alto“. Mas isto não ficou tão claro.

    Enfim, um conto interessante, que trabalha bem o horror e a tensão, mas que não vai muito além disso.

  18. Priscila Pereira
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de Priscila Pereira

    Olá, Alguém que “me” observa! Tudo bem?

    Não sei bem o que falar sobre o seu conto… Eu gostei, está na minha lista de talvez, mas parece que falta alguma coisa… Que não sei bem o que é.

    O clima de suspense e estranhamento está aí, bem feito, e a narração do ponto de vista do “monstro” ficou muito boa, mas a escrita parece não fluir bem, pode ser questão de estilo, mas pra mim ficou estranha. Tipo na frase: Não pensou ainda em olhar para o alto, pra mim ficaria melhor se tivesse uma marcação que era uma fala, se tivesse entre “” .

    De qualquer forma é um bom conto de terror e suspense.

    Parabéns e boa sorte no desafio!

    Até mais!

  19. Bia Machado
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de Bia Machado

    Plot: Criatura observa um homem, esperando ele se dar conta de que alguém o observa, enquanto narra o conto.

    Desenvolvimento: Gostei. Um conto de terror bem dosado, brincando com os sentidos, talvez um recurso para trazer o efeito desejado em espaço limitado. Sobrou espaço até para um “perscruta”, hein? Que audácia, rs.Embora o clima de terror, a criatura é na verdade nada mais que o criador do conto. Sendo um conto de terror, imagina o que o autor pode fazer com o personagem. 

    Destaque: Para o ritmo empregado à narrativa, que ajudou no clímax. E para a ideia de transformar o autor como personagem/criador.

    Impressões da leitura: Gostei bastante. Me fez lembrar o filme “Hereditário” no trecho “Não pensou ainda em olhar para o alto”. Não é o tipo de tema do qual gosto de ler atualmente, mas funcionou pra mim.

  20. danielreis1973
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de danielreis1973

    Conto de terror, que justamente me pegou por ser narrado pelo Maligno. Vai num crescendo de tensão e quando chega ao final… termina. Sem respostas nem explicações. Mas é bem eficaz em construir o ápice. Parabéns!

  21. Givago Domingues Thimoti
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de Givago Domingues Thimoti

    Perspectiva (Alguém que te Observa)

    Bom dia, boa tarde, boa noite autor(a)! Espero que esteja bem! Meus critérios de avaliação foram escolhidos baseando-se em conceitos que encontrei sobre o gênero microconto na internet. São eles: utilização do espaço permitido, subtexto, impacto, escrita. Nesse desafio em específico, não soltarei minhas notas no comentário. E, por fim, mas não menos importante, gostaria que você tivesse em mente que microcontos são difíceis de escrever e difíceis de avaliar; logo, não leve tanto para o lado pessoal se o meu comentário não estiver bom o suficiente, por qualquer motivo que seja. Garanto que li com o cuidado e a atenção que seu conto merece, dando o meu melhor para tanto contribuir com a minha opinião quanto para avaliar de uma forma justa você e os demais colegas.

    É isso! Chega de enrolação e vamos para o meu comentário:

    Ø  Breve resumo:

    O Aquaman tá diferente; ele agora espreita pelas sombras tipo o Drácula para matar pessoas.

    Ø  Utilização do espaço permitido:

    Acho que o conto se esticou demais, além de abusar de referências claras que entregaram o desfecho. Vale lembrar: é um conto de terror, logo, entregar o desfecho via de regra é receita para o desastre.

    Além disso, penso que esse conto poderia cortar algumas frases e reduzir outras: Ele não sabe disso, claro, mas eu sei./apertando os olhos/  o

    som das profundezas do oceano.

    Ø  Subtexto:

    Não há um subtexto, propriamente dito. Temos um conto direto, retratando uma cena; um monstro assassino paira na cabeça de um casal, esperando sadicamente o homem perceber sua presença.

    No geral, embora seja uma cena que conseguiu me inserir dentro da história, eu acho que desde o pseudônimo, o leitor ia sabe o que irá acontecer. Confesso que não sou fã de terror para conhecer a fundo, mas a impressão que tenho é a que existem muitas histórias que abordam a visão do monstro. O pseudônimo entrega totalmente isso.

    Ø  Escrita:

    A escrita deixa um pouco a desejar. Embora esteja correta do ponto de vista gramatical, a opção pelo tempo verbal no presente deveria ter sido mantida o tempo todo durante a ação. É uma opção segura, considerando que o foco do conto é o monstro, o observador que está prestes a fazer sua vítima.

    De resto, penso que também seria interessante revisar alguns termos/algumas. Estão corretos, mas eles podem levar a uma confusão na leitura. Ou também, tem algumas repetições de palavras (por exemplo, olhos/olho)

    Ø  Impacto:

    Baixíssimo!

    Bom, de positivo no conto, eu ressalto a capacidade de inserir o leitor dentro da história. Contudo, creio que faltou um trabalho melhor em desenvolver a história, deixando-a menos óbvia, já que desde o início eu já tinha deduzido o que iria acontecer.

    Também acho que a escrita deixou um pouco a desejar. 

    Talvez seja o trabalho de um escritor/uma escritora iniciante… O que posse dizer de consolo é que há espaço para melhora!

    Boa sorte no Desafio!

  22. Amanda Gomez
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de Amanda Gomez

    Oi, bem?

    Autor, parabéns pela originalidade do texto! Não digo isso pelo terror ou pela cena de um homem confuso acordando de um pesadelo, mas pelo fato de você ser quem o observa. O narrador onisciente, que por si só controla toda a situação.

    Na primeira leitura, confesso que foi uma tragédia pra mim. Não entendi a mudança de tempo verbal de imediato. Mas, quando percebi essas nuances, como “Agora”“Ele não sabe disso, claro, mas eu sei”“Ao ouvir isso”, tudo se encaixou. Essas peças do quebra-cabeça montam a estrutura do seu texto. Achei bacana.

    Quando saímos da perspectiva do personagem e entramos na mente do observador, tudo fica claro e ainda mais perturbador.

    Não há muitas explicações sobre o “porquê” ou o “como”, mas nem acho que isso seja necessário. Fiquei pensando no filme Coração de Tinta (em que os personagens entram numa história fictícia e o escritor é o grande controlador), e imaginei como seria legal sua história expandida, com o personagem refém do escritor.

    Parabéns

    boa sorte no desafio!

  23. Thiago Amaral Oliveira
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de Thiago Amaral Oliveira

    Sua imagem me fez aumentar o brilho da tela do notebook rsrs

    O ponto alto do conto é a menção aos sons do onceano, apesar de algumas pessoas não terem gostado. Pra mim, é justamente o ponto de criatividade e que me faz ficar imaginando depois que a história acaba. Ótimo que o monstro não é descrito e nem mostrado na imagem, nesse caso. Se quiser me divertir, penso num homem-golfinho com um quê de homem-aranha. Se quiser entrar no clima da história, um ser abissal lovecraftiano. Um mini-cthulhu solto nos subúrbios?

    De resto, infelizmente, o conto não traz nada de muito novo ou interessante. Foi feito para causar sensação de desconforto no leitor, mas é uma situação muito comum nas histórias de terror. Fico apenas com o mistério quanto às origens da criatura.

    Obrigado e boa sorte no desafio!

  24. claudiaangst
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de claudiaangst

    O conto inicia com uma cena comum, típica do despertar de um pesadelo, um episódio de insônia, angústia noturna. No entanto, a mudança de foco narrativo desencadeia uma sucessão de sensações que atinge o clímax no terror. Mas afinal quem era o ser que aterrorizava o homem, pairando acima dele?

    Não encontrei falha de revisão. Houve apenas uma única mudança de tempo verbal, mas está justificada e não me pareceu um erro.

    “Não pensou ainda em olhar para o alto. Ao ouvir isso […]” > Esta passagem me passou a impressão de que quem causa terror ao homem é o narrador/autor, alguém que o observa de cima porque é o seu deus e criador, manipulando seus pensamentos e ações.

    Parabéns pela participação e boa sorte no desafio.

  25. Sabrina Dalbelo
    26 de janeiro de 2025
    Avatar de Sabrina Dalbelo

    Olá Entrecontista,

    Que legal, baita suspense.

    Inicialmente, parece um micro em terceira pessoa, mas a voz em primeira aparece em seguida e se revela aos poucos. O centro está na voz que narra, a do elemento/ser assustador que apavora o homem. E os leitores.

    Gostei muito, achei criativo e achei a ideia muito feliz.

    Se me permite uma questão, a pensar, veja aí: Quando tu escreve “Ao ouvir isso”, a gente volta para a frase anterior, que é “Não pensou ainda em olhar para o alto.” Aí eu pensei, será que a voz do ser sinistro disse/sussurrou isso?

    Pergunto porque a voz do oceano profundo o homem já ouvia. Enfim, só pra tu pensar aí, pra alinhavar, conforme tua convicção.

    Obrigada pelo texto!

  26. Leo Jardim
    26 de janeiro de 2025
    Avatar de Leo Jardim

    📜 Conteúdo (⭐⭐▫): uma criatura lovecrafitiana ataca um homem num quarto escuro.

    📝 Técnica (⭐▫▫): não curti tanto a forma e o tempo verbal do conto. Tem verbo no presente (acorda, ouve) e outros no passado (pensou). Parece uma descrição, um roteiro.

    💡 Criatividade (⭐▫▫): achei um pouco batida a ideia, uma cena comum em filmes de terror. Faltou algo para tirar essa sensação.

    🎭 Impacto (⭐⭐▫): excluindo aquilo que me incomodou e já disse acima, o conto passa bem a tensão e o medo escondido no escuro, escondido no teto do quarto.

    • Alguém que te observa
      27 de janeiro de 2025
      Avatar de Alguém que te observa

      Ei, sr. Leonardo Jardim. Estou te observando. Será que estou atrás de você agora? Você olhou pra trás? hehehehe

      Obrigado pelo comentário, meu velho. Sempre bem vindo!

      Só queria dizer que existe um motivo pros tempos verbais. A Amanda e a Clau pegaram, heheheh.

      Abraço!

  27. JP Felix da Costa
    26 de janeiro de 2025
    Avatar de JP Felix da Costa

    Sinceramente, achei o texto muito confuso. A ideia é interessante, apesar de não trazer nada de novo ao não se vincular com uma necessidade de conclusão. A execução, no entanto, não me convenceu.

  28. Kelly Hatanaka
    25 de janeiro de 2025
    Avatar de Kelly Hatanaka

    Um conto de terror com jumpscare.

    Uma criatura maligna observa um homem que dorme em sua cama.

    A ambientação é boa e a tensão é bem construída.Ficam muitas questões. Quem é o ser no teto? Por que ele persegue o homem? Eles se conhecem? Talvez desenvolver algumas dessas questões melhor pudesse dar um algo mais ao seu bom texto.

    Parabéns pela participação e boa sorte.

    Kelly

  29. Elisa Ribeiro
    25 de janeiro de 2025
    Avatar de Elisa Ribeiro

    Um perfume de Gonçalo Tavares evola do seu texto, ao menos na minha leitura. Com a diferença de que aqui o narrador, além de observador, é um personagem do texto. 

    Achei interessante o conto, é bem escrito, mas esse reconhecimento da estratégia do Gonçalo na sua escrita diminuiu um pouco o impacto na minha leitura. É o prejuízo que a leitura nos traz: uma sensação sem dúvida desgostosa de mais do mesmo e eu sinto muito, nem por você, mas por mim mesma.

    • Alguem Que Te Observa
      25 de janeiro de 2025
      Avatar de Alguem Que Te Observa

      pior que eu não sei nem quem é Gonçalo Tavares! kkkkkk

      obrigado pela leitura e pelo comentario, Elisa!

      • Elisa Ribeiro
        26 de janeiro de 2025
        Avatar de Elisa Ribeiro

        Então recomendo. Ele é português e escreve muitas coisas em gêneros variados. Foi ao livro Short Movies que me remeteu o seu conto. ☺️

      • Alguem Que Te Observa
        26 de janeiro de 2025
        Avatar de Alguem Que Te Observa

        Legal, obrigado pela recomendação!

  30. toniluismc
    24 de janeiro de 2025
    Avatar de toniluismc

    Juro que a primeira coisa que pensei foi que se tratava de uma barata kkkkkk que pena que ela não apareceu. Daí tive que ler novamente levando seu texto com a seriedade que ele merece. Ainda acho que ficou faltando um TCHAN pra causar de fato o impacto que você gostaria, mas foi muito bem escrito, parabéns!

    Entendi que o conto trata da sensação de ser observado e a fragilidade da mente humana, criando uma atmosfera de suspense e terror psicológico. A perspectiva da narração oscila entre o homem, que se sente ameaçado, e uma entidade desconhecida, que o observa com malícia.

    O fato da entidade ter sido revelada apenas ao protagonista me deixou um pouco frustrado, culpa da minha curiosidade.

    Os temas que você escolheu abordar são um tanto comuns, como o medo do desconhecido, a solidão e a fragilidade da mente humana. A figura da entidade desconhecida pode ser interpretada de diversas formas, representando desde um pesadelo até uma metáfora para os próprios medos e inseguranças do homem.

    Boa sorte no Desafio!

  31. Juliano Gadêlha
    24 de janeiro de 2025
    Avatar de Juliano Gadêlha

    O autor vai muito bem na construção da cena, na ambientação e na criação do suspense. Senti falta de elementos que diferenciassem essa história de outras tantas do mesmo gênero. Talvez a limitação de palavras não tenha permitido. Mas, no geral, bom trabalho. Parabéns!

  32. Rodrigo Ortiz Vinholo
    24 de janeiro de 2025
    Avatar de Rodrigo Ortiz Vinholo

    Muito bom! Gosto como a forma do monstro vai sendo descrita indiretamente, e sua participação como narrador se revela aos poucos, até culminar no momento final. Um excelente exemplo de microterror, que diz e constrói muito com um espaço curto.

    Em outras avaliações eu fiz a distinção de microcontos que são cenas soltas, e outros que contam histórias. Este pode até ser uma cena, mas é uma estrutura que usa todos elementos tão bem que se permite ir muito além ao contar muito a partir do que deixa implícito.

  33. Antonio Stegues Batista
    24 de janeiro de 2025
    Avatar de Antonio Stegues Batista

    Eu nunca gostei de deixar o pé descoberto quando estou deitado pra dormir, não sei parece um medo antigo de que alguma coisa vai me pegar. É o que acontece neste conto de terror, que não trás nenhuma novidade mas é bem sinistro, certamente nos causa medo, principalmente na hora de apagar a luz pra dormir.

  34. Mauro Dillmann
    24 de janeiro de 2025
    Avatar de Mauro Dillmann

    Conto em escrito.

    Um terror típico de filmes e histórias mais tradicionais e assustadoras da infância.

    O narrador é o ser que assusta.

    Parabéns!

  35. Fabiano Dexter
    24 de janeiro de 2025
    Avatar de Fabiano Dexter

    Interessante o Micro conto, que nos dá uma perspectiva de um ataque de uma criatura sobrenatural a um pobre homem, em seu quarto, durante a noite, pelos olhos da criatura.

    Eu gosto de Terror, leio muito, e talvez por isso ache que faltou alguma coisa aqui, ainda que não saiba muito bem o que. A descrição é boa, o som das profundezas do oceano (Cthulhu, é você?), as reações do homem são factíveis, o final mesmo não sendo surpreendente é bom. Mas de alguma forma não me pegou.

    Se depois eu ver o que achei faltando aviso aqui, mas pode ser apenas síndrome de leitor chato mesmo.

  36. Juliana Calafange
    23 de janeiro de 2025
    Avatar de Juliana Calafange

    Olá, Alguém.

    Um conto macabro, muito bom. Tenho a impressão de já ter visto essa cena em alguns filmes de terror. O sombrio, umbroso, é sempre algo que me assusta, pessoalmente. Vc sabe construir o suspense até o clímax, num trabalho primoroso.

    Só empaquei numa coisa – a voz. Uma voz que diz o que? É difícil imaginar uma voz apenas que misture gemidos, guinchos e ruídos. Mais ainda uma voz que pareça “som das profundezas do oceano”.

    Mais adiante, em “Não pensou ainda em olhar para o alto. Ao ouvir isso, congela e ergue a cabeça”, fiquei confusa de novo. Então a voz que o homem ouve disse isso? Estava dizendo antes, mas o homem não entendia? Acho que você podia dar uma trabalhada melhor nessa passagem, porque, pelo menos para mim, essa confusão me afasta da história, corta o clima do conto, não me deixa fluir direto para o ótimo desfecho que vc criou.

    Fora isso, parabéns pelo trabalho, poucas coisas me dão arrepios em literatura e esse conto deu.

  37. Rogério Germani
    23 de janeiro de 2025
    Avatar de Rogério Germani

    Quem já jogou resident evil na madrugada sabe, com o coração acelerado, o que é encontrar um Licker saltando do teto…rsrs

    Ponto, aqui, para o monstro lovecraftiano que narrou todo o suspense e manteve a malícia.

    Boa sorte!

    Rogério Germani

  38. fcaleffibarbetta
    22 de janeiro de 2025
    Avatar de fcaleffibarbetta

    Olá, Alguém

    A ideia do conto é muito boa. Gostei do clima de mistério e suspense.

    “Não pensou ainda em olhar para o alto. Ao ouvir isso, congela e ergue a cabeça
    lentamente” –  gostei desta parte em que o narrador é percebido pelo personagem. Boa sacada.

    Acho que houve muitas tentativas de se descrever um único som. É uma voz, um timbre sombrio, uma mistura de gemidos estranhos, ruídos baixos e guinchos agudos e é enfim resumido como o som das profundezas do oceano.

    Não sei se entendi a parte do fundo do oceano. Oceano?

    Não gostei muito do final… sorrindo malicia parece bobo. Pararia em garganta. Já entendemos que o narrador o olha para ele de cima.

    Parabéns pelo microconto.

  39. Afonso Luiz Pereira
    22 de janeiro de 2025
    Avatar de Afonso Luiz Pereira

    Esse miniconto acerta em cheio no tom de tensão e no clima sombrio, puxando o leitor para uma cena que, desde o início, já sugere que algo está profundamente errado. A ideia de uma “voz ecoando” no quarto escuro e a sensação de ser observado criam uma inquietação que é mantida até o final, quando o narrador revela ser a própria ameaça. Muito bom.

    Por outro lado, há alguns trechos que podem causar certa confusão. Por exemplo, na frase “move-se lentamente, tentando não acordar a esposa”, não fica imediatamente claro quem está se movendo: o homem que acordou ou o narrador (que depois se revela ser o “observador”). Essa ambiguidade pode ser resolvida com um pequeno ajuste na frase, especificando o sujeito, para que o leitor não precise interromper a leitura para reler ou interpretar.

    Outro ponto de ressalva é sobre “o som das profundezas do oceano”. É uma imagem interessante, mas pode soar um pouco vaga ou desconectada do contexto, já que não há outros elementos no conto que remetam ao oceano ou a algo marítimo. O final é top, quando o narrador se revela como a ameaça no quarto.

    Embora eu tenha feitos estes apontamentos sobre a falta de um pronome pessoal em uma frase e a falta de contexto para o oceano, mesmo assim, gostei muito do que li. Parabéns.

  40. Vítor de Lerbo
    22 de janeiro de 2025
    Avatar de Vítor de Lerbo

    O clima misterioso é bem construído. Cheguei a pensar que era um meta-conto, daqueles que nós mesmos somos um personagem, agindo de acordo com as palavras do narrador. O que me afastou desse pensamento foram alguns elementos bem específicos, que não se enquadrariam para qualquer leitor, como a menção ao homem e à sua esposa.

    O suspense se mantém; na minha opinião, ficou faltando um final arrebatador para arrematar o conto, que ao menos nos desse uma pista do que está acontecendo. Gosto de finais abertos, como é o caso, em que podemos apenas imaginar se o narrador é um vampiro, um espectro não material ou algo do tipo. Mas acho que seria enriquecedor ao menos termos uma noção desta personagem.

    A menção às profundezas do oceano me confundiu um pouco.

    Boa sorte!

  41. cyro fernandes
    22 de janeiro de 2025
    Avatar de cyro fernandes

    Conto bem construído. Misterioso, explora o suspense e o terror apesar do limite de palavras.

    Fica no ar o próximo passo do observador, deixando a sensação de um desfecho melhor.

    Cyro Fernandes

    cyroef@gmail.com

  42. Nelson
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de Nelson

    A forma com que foi escrito o microconto deixa em off um protagonista observador que descreve a cena onde os personagens estão subjugados por ele, ele narra as decisões e não decisões desses personagens tamanho é o seu poder sobre a situação, é uma figura trevosa psicopata observando para agir como bem entende. Embora eu gostei desse tipo de construção, achei o microconto um pouco confuso, não consegui entender muito bem onde acabava o pensamento da vítima e começada o do observador, precisando ler novamente para ordenar isso.

  43. bdomanoski
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de bdomanoski

    Era um monstro marinho que estava no ar? Ou era um pesadelo? Confesso que achei o final pouco surpreendente. Provavelmente devido ao título e ao pseudônimo, que acabaram estragando a “surpresa” final. Achei sua ideia boa, mas a execução poderia melhorar. Fica em aberto o que aconteceu com o personagem.

  44. José Leonardo
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de José Leonardo

    Olá, Alguém que Te Observa.

    Sua estória é muito bem escrita, e por mais que estejamos manjados de saber que é um desafio de microcontos, é o tipo de texto que pode ser lido numa respiração e angústia.

    Além disso, passei por uma paralisia do sono bem parecida com essa em 2005, de modo que o conjunto soa para mim ainda arrepiante. Certamente um dos meus quinze eleitos.

    Parabéns e boa sorte neste desafio.

  45. andersondopradosilva
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de andersondopradosilva

    Perspectiva é um microconto de terror que cumpre seu objetivo: arrepia. Não deve ser lido à noite, especialmente sob pouca luz. Durante a leitura, convém evitar ambientes que tenham teto, porque um olhar de soslaio, temeroso e assustadiço, para o alto é quase inevitável. É como se nos sentíssemos observados de cima. Perspectiva tem um bom título para um texto de terror. A história poderia ser contada de diversos ângulos, inclusive a partir da terceira pessoa, mas, aqui, a história é contada e a vítima é observada a partir da perspectiva do demônio, em primeira pessoa, o que é bem interessante – e do teto, né?

  46. Marcelo
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de Marcelo

    Boa construção desse suspense. O final nada conclui, deixando a missão para o leitor. O maior mérito está no modo como o autor “amarra” as ações em frases curtas. Boa descrição.

  47. Nilo
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de Nilo

    Conto de suspense/terror, muito interessante e principalmente por não estar fechado, deixando a dúvida de quem é o agressor. Não sei se foi proposital ou não, o som do oceano. Remeter a um demônio marítimo? Eram varias entidades (uma mistura de gemidos estranhos, ruídos baixos e guinchos agudos)? Apesar disso, gostei bastante e a escrita estava perfeita. Parabéns

  48. geraldo trombin
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de geraldo trombin

    O suspense está no ar. Quem é o observador? De quem são e de onde vêm os gemidos, os ruídos, os guinchos? Do Além, do Aquém? Temor bem construído. Parabéns!

  49. Thales Soares
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de Thales Soares

    Um continho de terror bem aplicado, gostei! Tudo parece se basear naquela famosa paralisia do sono. No entanto, o que dá um charme especial aqui é que o próprio narrador é a criatura assustadora!

    A história começa com um homem (sem nome) acordando com a sensação de estar sendo observado. Ele está no escuro, e está ouvindo uma voz (que é a voz do narrador, nos contando a história, mas o protagonista não sabe disso). Então vem uma parte que me deixou um pouco confuso, que é quando surge uns sons de gemidos e guinchos, que o narrador explica ser o som do oceano. E o narrador ainda nos diz que o protagonista não sabe disso, mas que ele sim (começando a fazer a mescla de um simples narrador omnisciente com personagem ativo na história).

    O clímax da história acontece neste trecho:

    “Não pensou ainda em olhar para o alto. Ao ouvir isso, congela e ergue a cabeça lentamente.”

    É aqui que o personagem escuta, de fato, o narrador, e até consegue vê-lo. O narrador, por sua vez, olha de volta para ele, sorrindo, todo sacana.

    Muito bom! Este conto estará entre os meus favoritos do certame. Eu sempre me divirto com continhos de terror como este, que são eficazes, carregam suspense, e ainda conseguem se desenvolver mesmo num espaço tão curto.

  50. antoniosodre
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de Antonio Sodre

    Microcontos em primeira pessoa são bem desafiadores e esse foi executado. Temos um suspenso no primeiro momento, uma revelação que não é completa ao final, deixando margens para interpretação. Uma construção sólida.

  51. Mariana
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Mariana

    Ah, a maravilhosa paralisia do sono… É um dos meus contos favoritos, até agora. Eu gostei da lógica, parece um começo de creepy pasta, pela perspectiva da entidade ou o que quer que seja. Há um começo e um final, o que é mais difícil que parece em micro contos. E o principal, a narrativa é segura e bem escrita. A imagem casou bem com a proposta, o sombrio e o íntimo reunidos. Parabéns!

  52. Evelyn Postali
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Evelyn Postali

    O ponto forte do micro está na construção da atmosfera de suspense e mistério. O início me envolveu porque as descrições me fizeram sentir medo do desconhecido. A ideia de uma presença que observa é intrigante. É uma força ameaçadora e sobrenatural. Fato.

    O desfecho, porém, não me satisfez. Faltou impacto. Foi diminuindo a minha expectativa, talvez pela ausência de uma reviravolta ou de um final mais memorável.

    Está bem escrito e escrever em primeira pessoa não é fácil, pelo menos para mim.

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Publicado às 19 de janeiro de 2025 por em Microcontos 2025 e marcado .