EntreContos

Detox Literário.

Caminhada Fantástica (Roberta Borges)

Era manhã de domingo estival. Madruguei vendo a lua passear, ansiando acompanhar o rito de meu vô.

Barroso levantou, se aprontou, na mesma singeleza em que a maré enche e vaza resignada.

Contemplativa como sou desde que sou, sombreei prontamente aquela excursão avoral, ávida pelas ruas vazias, como se fossem minhas.

Me encantaram: o silêncio, a claridade aconchegante, meu cúmplice grisalho…

Compramos cacetinhos, jornal e retornamos pelo pier espiando as garças.

Manifestou-se subitamente a penumbra do quarto. Despertei sem findar a jornada, nostálgica, sozinha.

Embalei-me cobiçando reencontrá-lo, mas já eram 03:30, hora das bruxas conduzirem os sonhos.

53 comentários em “Caminhada Fantástica (Roberta Borges)

  1. Pedro Paulo
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Pedro Paulo

    COMENTÁRIO: São poucas as vezes em que me vi com esta opinião, mas a minha impressão diante do texto é que houve uma grande preocupação em escolher as palavras que soassem mais sofisticadas. Não por serem vocábulos especialmente incomuns ou de teor mais poético, mas chamar o domingo de “estival” e mais à frente usar “arvoral” me pareceram opções curiosas para um microconto que o próprio enredo não me atraiu de início. Então o conteúdo não cativou, a forma me distraiu e o desfecho não impactou, escolhendo aquela via quase sempre rechaçada de “era tudo um sonho”.

  2. Victor Viegas
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Victor Viegas

    Olá, Alice!

    Gostei do conto. É uma história bonita do personagem com o seu avô em uma rotina típica interiorana. Foi uma boa leitura. Teve um bom começo, desenvolvimento com as atividades, e a rotina de um modo geral, e a conclusão com a passagem do avô e a esperança do personagem reencontrá-lo. Você conseguiu imprimir emoção no conto e ficou com um ar nostálgico. Parabéns! Boa sorte no concurso.

  3. jowilton
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de jowilton

    O conta narra a história de pessoa que sonha com seu pai/avô falecido.

    A escrita parece clássica, com palavras como estival, avoral, me remeteu a contos do Edgar Allan Poe. Só no fim percebemos que era um sonho. O uso de contos que terminam dizendo que só era um sonho estão bem batidos, ao meu ver, o que enfraquece o impacto.. A forma que foi conduzida a história, principalmente a escrita foi o que achei de melhor, isso por conta de ser um micro conto, se fosse um texto mais longo poderia me cansar. Boa técnica, baixo impacto.

    Boa sorte no desafio.

  4. Luis Guilherme Banzi Florido
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Luis Guilherme Banzi Florido

    Bom dia/boa tarde/boa noite e um bom ano pra nós, amigo entrecontista. Bora começar um novo ano arrasando na escrita! Parabéns pela participação nesse primeiro desafio no ano,! Pra mim, escrever micro conto é um macro desafio kkkkkk. Bora pra sua avaliação, mas, por favor, não leve minhas palavras a sério demais, afinal, micro conto é algo muito fora da curva e é difícil até analisar. Pra ajudar, criei um micro sistema que espero que ajude a ser justo com todos os amigos. Bora lá!

    Micro resumo: mulher sonha com avô já falecido.

    Microsensações: é um conto bonito e bem escrito, mas que para mim ficou faltando algo, não sei. Vou tentar explicar por partes. Primeiro, esse conto acerta onde outros não conseguem, não somente nesse desafio mas em vários: falar sobre a dor da perda sem ficar apelativo, sem parecer que está tentando usar uma dor universal pra pegar o leitor no ponto fraco. Aqui, é muito diferente: o tema luto está presente, mas o conto é tão bem estruturado que não fica apelativo. Dá pra sentir o amor dela pelo avô, a saudade, imaginar o tempo em que ela saía com ele de madrugada pra irem caminhando comprar pão juntos (todo mundo tem aquela memória marcante do avô ou avó ou alguém querido que já se foi, aquele ritual, aquela coisa tão simples como comprar um pão mas que marcou pra sempre). Tudo contado em pouco espaço de forma muito eficaz. Por outro lado, teve uma coisa que me incomodou um pouquinho, que foi a linguagem um pouco rebuscada demais. Acho legal quando o conto vai além da linguagem corriqueira e cotidiana, mas achei que aqui passou um pouco do ponto e atrapalhou um pouco o ritmo, precisei parar um pouco pra entender algumas partes e isso não é tão legal num micro quanto num conto mais longo. Isso não é um defeito do conto, mas to relatando minhas sensações, então acho que tudo é válido de mencionar. O que realmente acaba deixando esse conto um pouco pra baixo na minha lista, comparando com outros dramas do desafio, é que achei ele pouco marcante. O conto acaba, eu gostei do que li, mas não me impactou tanto quanto outros. De todo modo, é um conto muito sólido, bem escrito e que trabalha o luto com a sutileza e beleza que o tema merece.

    Impacto:

    Micro

    Médio –> ja explicado acima, como ja falei demais, nao vou repetir aqui.

    Macro

    Uso das pouquíssimas palavras permitidas: muito bom. Muita coisa dita em pouquissimo espaço, uma vida vivida entre criança e avô construída em menos de cem palavras.

    Conclusão de um leitor micro-capacitado a opinar sobre micro contos: todo domingo, seu Barroso vinha comprar pão com a netinha aqui na minha padaria. A menina parecia nas nuvens, feliz da vida de viver esses momentos com o vovô. Hoje ela voltou sozinha, pediu o pão e me deu um sorriso. Sorri de volta e pensei sobre como os momentos que vivemos com quem amamos são preciosos.

    Parabéns e boa sorte no desafio!

  5. Renato Silva
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Renato Silva

    Olá, tudo bem?

    Belo microconto. Ao que tudo parece, é uma pessoa (do sexo feminino) descrevendo um dia de verão passado com seu avô, mas ao final, é visto que tudo não passou de uma lembrança sonhada.

    O horário da 3 horas da madrugada é cheio de mitos, também é a hora em que os gatos ficam “atacados” e derrubam tudo pela casa. Mas a ciência fala algo sobre mudanças de temperatura e pressão atmosférica mais ou menos essa hora. Eu costumo sentir mais frio essa hora, apesar de ser exatos 3h25min no meu relógio e eu estou com bastante calor, mas tanto sonolento, apenas terminando de comentar alguns microcontos antes de deitar.

    Gostei de linguagem utilizada, aprendo palavras novas, mas ainda não sei o que é “avoral”. Nem a I.A. soube me responder. Caso seja um neologismo, eu recomendaria não usá-los sem uma nota de rodapé explicando do que se trata. O livro “Laranja mecânica” é cheio de palavras esquisitas, criadas pelo autor, mas há um glossário para todas elas, senão a leitura ficaria inviável.

    Boa sorte.

  6. Luis Fernando Amancio
    31 de janeiro de 2025
    Avatar de Luis Fernando Amancio

    Oi, Alice,

    Como leitor, agradeço por compartilhar seu texto conosco. Participar de um desafio exige coragem, expor-se de forma cega ao julgamento dos pares. Seu conto é composto por belas sentenças, que se somam numa narrativa simples, mas poética. Uma neta acompanha, em seus sonhos, os movimentos rotineiros de seu avô.

    Perder pessoas queridas, a nostalgia de um tempo que se foi, é um tema que toca a todos nós. Costumo achar frustrante quando, ao fim do texto, descobrimos que a narrativa se tratou de um sonho. No seu caso, isso não prejudicou. Não atrapalha a experiência da leitura.

    Parabéns pelo texto e boa sorte no desafio!

  7. Andre Brizola
    31 de janeiro de 2025
    Avatar de Andre Brizola

    Olá, Alice!

    Um conto sobre um sonho. A personagem relembra, dormindo, uma passagem nostálgica em que acompanhou o avô no caminho matinal até a padaria. Mas, como todo sonho, teve seu fim com o despertar, restando apenas a sensação de ter estado quase lá.

    Há um vocabulário bastante complexo montando todo o cenário. Muito não é coloquial, de forma que o autor se esforçou para compor o que está aqui. E acho que houve um certo exagero. Há uma elegância em criar um texto com termos pouco usuais, mas, para mim, limites foram ultrapassados. O texto não ficou bonito, ficou cansativo, algo forçado, impositivo.

    No final, no quarto, sozinha, a personagem se descobre na faixa das três da madrugada, a tal hora maldita em que a cultura moderna faz orbitar seus filmes e literatura de terror, indicando que não seria capaz de voltar a sonhar com o avô porque seria hora de ter pesadelos, ou algo assim.

    Eu peço desculpas, mas não consegui fazer conexão entre o texto e o enredo. A singeleza, para utilizar um termo do conto, que o enredo pedia foi dispersada em um vocabulário que beira o hermético, afastando a poesia. Compreendo o esforço do autor na composição, mas acho que não funcionou.

    Bom, é isso. Boa sorte no desafio!

  8. Givago Domingues Thimoti
    30 de janeiro de 2025
    Avatar de Givago Domingues Thimoti

    CAMINHADA FANTÁSTICA (ALICE)

    Bom dia, boa tarde, boa noite autor(a)! Espero que esteja bem! Meus critérios de avaliação foram escolhidos baseando-se em conceitos que encontrei sobre o gênero microconto na internet. São eles: utilização do espaço permitido, subtexto, impacto, escrita. Nesse desafio em específico, não soltarei minhas notas no comentário. E, por fim, mas não menos importante, gostaria que você tivesse em mente que microcontos são difíceis de escrever e difíceis de avaliar; logo, não leve tanto para o lado pessoal se o meu comentário não estiver bom o suficiente, por qualquer motivo que seja. Garanto que li com o cuidado e a atenção que seu conto merece, dando o meu melhor para tanto contribuir com a minha opinião quanto para avaliar de uma forma justa você e os demais colegas.

    É isso! Chega de enrolação e vamos para o meu comentário:

    Ø  Breve resumo:

    Uma neta (suponho pelo pseudônimo, embora seja irrelevante para a história) sonha/relembra com um passeio diurno com o seu avô.

    Ø  Utilização do espaço permitido:

    Muito bom! O micro está bem delimitado, naquela estrutura tradicional que conhecemos.

    Ø  Subtexto:

    Hum, não percebi uma história nas entrelinhas. Temos aqui a lembrança de uma neta, que revive um passeio diurno com o seu avô pelo verão. É uma lembrança singela (que pessoalmente gostei porque lembrei dos meus momentos com o meu avô).

    No mais, o arremate é interessante; medo de voltar a dormir já que, considerando a hora, quem conduz o sonho serão as bruxas. Achei poético esse momento; quem sabe, retomar a dormir seria lembrar a dor da morte de Barbosa.

    Ø  Escrita:

    A escrita é complexa. Tanto por ser um português de Portugal quanto por ser uma escrita refinada. É um choque linguístico. Nesse campo minado entre autor/autora, texto, leitor e interpretações, para alguns leitores, o impacto do conto é dinamitado por isso.

    Não encontrei quaisquer erros gramaticais. Ora a escrita é poética, ora ela é bem rebuscada.

    Ø  Impacto:

    Médio para alto!

    Pessoalmente, para mim, esse conto me tocou. Meu avô foi uma pessoa especial, assim como foi para a narradora. Literatura é isso; conectar com as pessoas, através de suas palavras e histórias.

    Neste caso em específico, mais pela historia do que pelas palavras em si.

    Parabéns pelo micro! Boa sorte no Desafio!

  9. Amanda Gomez
    30 de janeiro de 2025
    Avatar de Amanda Gomez

    Oi, tudo bem?

    A ambientação do seu conto ficou muito boa, quase como se tivesse textura e cheiros, sabe? Acho que um conto com nostalgia causa esse efeito.

    No sonho, a neta lembra de um momento que viveu com o avô falecido. O nascer do sol, as ruas vazias… Ela acompanhava a rotina daquele homem que claramente admirava. Era um instante só deles, que ficou gravado na memória. Não dá para saber quanto tempo passou ou qual era a idade da menina, mas dá para sentir a saudade que ele deixou nela.

    Fiquei com a sensação de que ela pode não estar passando por uma fase boa e se agarrou a essa lembrança antes de dormir. A parte em que tenta permanecer no sonho, já desperta, é muito fácil de se identificar. Quem nunca se frustrou ao sair de um sonho bom e tentou voltar para ele sem sucesso?

    A passagem sobre o horário das bruxas ficou bem interessante. Às vezes, depois de um sonho bom, vem o vazio ou um pesadelo.

    Parabéns pelo trabalho!Boa sorte no desafio.

  10. Gustavo Araujo
    30 de janeiro de 2025
    Avatar de Gustavo Araujo

    Acredito que para funcionar bem um microconto precisa de camadas diferentes. Para além da história literal que é contada pelas palavras, é preciso haver tramas subjacentes, dilemas e dramas escondidos nas entrelinhas, algo que se revele somente ao fim da leitura, ou até mesmo em uma segunda ou terceira leitura.

    Temos muito disso aqui. Um conto melancólico e onírico sobre a menina que sonha com o avô, provavelmente há muito partido. Em poucas linhas, resgata-se o convívio, a nostalgia, os melhores momentos. É um sonho vívido, mas ainda assim um sonho e só. Ao despertar, essa menina — que pena dela — tenta recuperar o devaneio, engatar-se novamente naquelas imagens, ainda que saiba ser isso impossível.

    Quantos de nós já nos vimos despertados de um sonho envolvente e tentamos, em vão, nos reinserir naquele mundo desfeito? Mais dramático ainda, quantos de nós não sonhamos com pessoas que amávamos, há muito partidas, e ao acordar nos vemos decepcionados porque queríamos continuar ao lado dele/dela?

    O conto mexe muito bem com esse tipo de anseio e o faz com muita competência. Assim como o sonho, bate uma tristeza ao vê-lo terminar.

    Parabéns!

  11. Universo de Contos
    29 de janeiro de 2025
    Avatar de Universo de Contos

    Não entendi nada desse conto. O vocabulário é muito estranho… as construções de frases parecem bem feitas, mas não parecem conversar entre si, formando uma maçaroca com gosto de poesia, mas que não entra de forma alguma em minha mente. Sei que deve ser mais falha minha, como leitor, do que sua, como escritor(a).

    Me parece que após a compra do… cacetinho… a garota acordou e viu que todos esses parágrafos anteriores e estranhos foram só um sonho. Era madrugada… hora das bruxas? Parece que o conto apresente um quê mágico, não sei ao certo. Por sorte, é apenas um microconto de menos de 100 palavras, pois caso fosse algo maior, minha mente entraria em pane literária de tanta densidade.

    Tenho certeza que muita gente vai adorar este conto. Boa sorte no desafio!

  12. Mariana
    29 de janeiro de 2025
    Avatar de Mariana

    Eu não sou a maior fã de texto poético, mas esse me acertou em cheio. Também tive um avô, também sinto a falta dele. Me deixou nostálgica, funcionou comigo. É bem escrito, não encontrei problema com o uso de palavras mais “rebuscadas”. Há começo e final amarrados, ponto que estou avaliando. Me deu uma saudade do velho Carolo… Enfim, parabéns e boa sorte no desafio.

  13. Leo Jardim
    29 de janeiro de 2025
    Avatar de Leo Jardim

    📜 Conteúdo (⭐▫▫): mulher sonha com um passeio com um homem grisalho, que pode ser um pai ou avô falecido. Acorda, tenta dormir novamente, mas é a hora das bruxas, ou seja, dos pesadelos

    📝 Técnica (⭐⭐⭐): texto muito poético e com algumas palavras pomposas, que tive que pesquisar, mas sou do time que gosta de aprender palavras novas. É muito bonito de se ler.

    💡 Criatividade (⭐⭐▫): tem o clichê do sonho, mas nesse caso, como é um microconto, não ficou ruim

    🎭 Impacto (⭐⭐▫): é bom sonhar com alguém que já não está mais entre nós. Não é um conto de muito impacto, mas me deixou bastante nostálgico

  14. Rodrigo Ortiz Vinholo
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de Rodrigo Ortiz Vinholo

    Bela história! Essa é uma daquelas que aproveita o formato curto muito bem, porque não precisava ser maior do que isso para ter o nível de impacto.

    A autora domina muito bem os aspectos técnicos de escrita também, e tem um vocabulário amplo. Algumas estruturas de frases, porém, acabaram ficando um pouco artificiais para mim justamente por isso. Creio que seria possível ter um efeito ainda melhor com algumas frases menos rebuscadas em forma, que acabam atravancando um pouco o andamento que flui melhor na maior parte do texto.

  15. Sabrina Dalbelo
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de Sabrina Dalbelo

    Olá, Entrecontista,

    Um micro com informações completas sobre o enredo: a pessoa sonha com o avô, vive o sonho, acorda e tenta dormir de novo, mas tem medo, devido a algum tipo de mito do mal em relação ao horário. Eu escrevi em linhas gerais o que tu narrou com palavras elegantes e ataviadas.

    Todas as formas de narrativa nascem de nossas escolhas, a tua foi elevar o tom da formalidade das palavras e contar tudo o que aconteceu.

    Obrigada por me ensinar “estival” e “avoral”, nunca as tinha lido.

    Valeu pelo texto.

  16. Fernando Cyrino
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de Fernando Cyrino

    Olá, Alice, puxa que caminhada mais legal essa em que me conduziu através do seu conto. Trouxe-me lembranças dos queridos avós e das caminhadas reais que realizamos, não beira-mar mas pelos sertões. Bacana também, Alice, reparar no seu sotaque de além mar. Interessante perceber essa presença portuguesa cá entre nós. Parabéns.

  17. bdomanoski
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de bdomanoski

    Embora o conto tenha se apoiado no cliochê máximo de “era tudo um sonho”, acabou me agradando. Gostei da formulação das frases (embora tive que acionar o gugou em certo momento). A menção ao horário das 3 e 30 am também me agradou, deu a entender que naquele momento só haveriam pesadelos. De fato, é a hora do maligno, essa. Conto leve, embora a temática seja pesada de luto. Parabéns,.

  18. Bia Machado
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de Bia Machado

    Plot: Mulher sonha e revive momento importante da infância ao lado do avô.

    Desenvolvimento: Achei interessante devido à linguagem empregada, com construções que ficaram bem bacanas (ávida pelas ruas vazias, contemplativa como sou desde que sou, jornada nostálgica…) Em 99% do texto usa ênclise, mas usou próclise no “Me encantaram”, nesse caso destoou do que estava escrevendo. Gostei do final, se era hora das bruxas conduzirem os sonhos quer dizer que não haveria como voltar a sonhar com lembranças felizes, por ser hora daqueles sonhos meio doidos que temos às vezes?

    Destaque: Para a estrutura da narrativa, com o uso de palavras que poderiam atrapalhar a leitura, mas que a meu ver foram um toque diferencial.

    Impressões da leitura: Gostei, foi uma leitura tranquila, imaginando a cena narrada pela mulher. Acabei pensando no meu próprio avô, o único que conheci, pai da minha mãe, não tive muito tempo com ele, trago apenas a lembrança de quando ele visitava a gente rápido e comprava material escolar, não tinha estudo, mas dizia que eu tinha que estudar…

  19. leandrobarreiros
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de leandrobarreiros

    Chamo de “técnica” a facilidade com que o autor carrega o leitor pela narrativa, e/ou transmite subtexto, e/ou faz (bom) uso de figuras de linguagem que tornam a leitura agradável.

    Chamo de “interesse” o quanto o texto me fisgou enquanto leitor, o quanto de impacto senti pela leitura.

    Chamo de “objetivo do autor” um palpite do que o autor queria com o texto. É mais um esforço criativo e uma tentativa de fazer leituras mais enquanto escritor do que leitor.

    Não sei bem se o conto expressa uma lembrança ou um desejo, mas a narrativa é envolta em uma linguagem poética bem agradável. Aqui, a personagem sonha sobre um tempo passado com seu avô.

    Técnica: Muito alta. Tenho insistido que possuo certa dificuldade em absorver linguagem poética. Aqui, ao menos, ela é bem bonita e agradável. Apesar da pegada lírica, ela não parece excessiva e o texto flui bem.

    Interesse: Médio. Apesar da beleza do texto, narrativamente ele não despertou tanto assim o meu interesse. Voltei algumas vezes na leitura para apreciar as palavras e foi isso.

    Objetivo do autor: Conquistar pelo lirismo e pelas passagens oníricas, que ganham mais forma ao entendermos que tudo não passou de um sonho.

  20. danielreis1973
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de danielreis1973

    À parte da exuberância vocabular, a bela história de uma neta que reencontra o avô em sonhos também me pegou em cheio. Bem narrada, também, soube me conduzir ao momento experienciado por ela e me emocionou. Parabéns!

  21. André Lima
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de André Lima

    É um conto poético, bonito, com neologismos e brincadeira com as palavras. É um estilo que muito me atrai (E que eu mesmo utilizo), embora eu ache que aqui tenha passado um pouquinho do ponto.

    Talvez a maré tenha vazado mais do que o previsto nesta noite.

    Eu entendo a estratégia, gosto de lutar com as palavras pra entender os reais significados, mas entendo que esse texto não agradará a todos… Nem todos gostam de James Joyce ou de Guimarães Rosa.

    Dito isso, o texto é belíssimo, apesar da superdosagem.

    Gostei da atmosfera e da escolha de palavras. Estará entre meus favoritos, certamente.

  22. THAIS LEMES PEREIRA
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de THAIS LEMES PEREIRA

    Olá, Alice.

    Análise pessoal

    Fiquei bastante envolvida com o seu conto. Li no final de semana, mas não tive oportunidade de comentar. Estava lendo em voz alta, para meu namorado ouvir e terminei com a voz tremula e os olhos cheios d’água. Imaginei que realmente fosse a descrição de algo que estava acontecendo e não de uma lembrança que surgiu através dos sonhos. Raramente sonho com os avós desde que partiram e isso me traz muita tristeza.

    Análise do conto

    A linguagem é bastante diferenciada. Gosto os contos mais simples, mas aqui tudo combinou. Avoral, ávida, penumbra… somaram bem e trouxeram ainda mais beleza para construções frasais tão poéticas como “Contemplativa como sou desde que sou” e “hora das bruxas conduzirem os sonhos”. O “me” no começo da frase é um erro gramatical, mas sinceramente, em histórias como essa fico irritada tendo que usar “Encantaram-me”, porque quebra o ritmo. Acho que foi uma escolha sua e, sinceramente, uma boa escolha.

    Conclusão

    Um belíssimo conto. Ainda não terminei de ler, mas diria que é um dos que merece o pódio. Com certeza estará na minha lista de indicados.

    Desejo um bom desafio!

  23. JP Felix da Costa
    25 de janeiro de 2025
    Avatar de JP Felix da Costa

    Este conto trabalha as palavras de uma forma que me agrada bastante, em especial o “Contemplativa como sou desde que sou”.

    O meu primeiro pensamento era que estávamos perante um avô falecido, agora fantasma, que todos os dias repetia o mesmo rito, e uma neta que o vê e o continua a acompanhar, como fazia antes. Só depois é que percebi que era um sonho. Provavelmente um sonho recorrente que, desta vez, não terminou como das outras.

    Achei muito interessante a construção de todo o texto e a imagem que nos faz criar, assim como o sentimento de saudade que exala.

    Aguardo para saber o significado de avoral. Só encontrei uma criatura mítica dos Forgotten Realms, de D&D com esse nome.

  24. claudiaangst
    25 de janeiro de 2025
    Avatar de claudiaangst

    O conto apresenta um universo onírico, alimentado pelas ternas lembranças da narradora. Em seu sonho, reencontra o avô e caminha junto a ele como acontecia antes da sua partida. O encontro é interrompido pelo seu despertar, bem na hora das bruxas.

    A linguagem empregada é um pouco mais rebuscada do que o usual, mas não chega a atrapalhar a leitura. A narrativa não chega a surpreender, mas é bastante agradável de se ler.

    Não percebi falhas de revisão a não ser o Me em começo de frase.

    Parabéns pela participação e boa sorte no desafio.

  25. Kelly Hatanaka
    25 de janeiro de 2025
    Avatar de Kelly Hatanaka

    Uma mulher sonha com a caminhada rotineira de seu avô, cheia de saudades.

    Gostei da linguagem poética e rebuscada, que, se por um lado dificultou o entendimento, por outro tornou a leitura mais prazerosa. Foi como seguir um caminho tortuoso e cheio de idas e vindas para atravessar um jardim. Uma linha reta teria sido mais clara e prática. Mas não é para isso que caminhamos por jardins.

     Eu só trocaria o “me encantaram” por “encantaram-me”.

    Parabéns pela participação e boa sorte.

    Kelly

  26. Rogério Germani
    25 de janeiro de 2025
    Avatar de Rogério Germani

    A saudade diminui um pouco quando a lírica toca a escrita e aproxima os corações.

    Nem sempre podemos estar perto de quem amamos… Daí a necessidade dos sonhos. É o único abrigo que temos.

    Boa sorte!

    Rogério Germani

  27. Elisa Ribeiro
    25 de janeiro de 2025
    Avatar de Elisa Ribeiro

    Alguns recursos da linguagem poética — rimas toantes, repetições, metáforas — dão graça ao texto, inclusive há uma palavra inventada – avoral – que não encontrei no dicionário, mas gostei. Afinal nós escritores (ou aspirantes a)  estamos aí pra isso: inovar no léxico e na sintaxe. O twist acontece quando descobrimos que o que parecia real  é na verdade um sonho. Gosto do sentimento de nostalgia que atravessa seu conto e do desejo que aparece no final, de que o sonho bom continue, frustrado porque o personagem, tal como tantas vezes acontece conosco, não tem controle sobre o que deseja quando tem os olhos fechados. 

  28. Mauro Dillmann
    24 de janeiro de 2025
    Avatar de Mauro Dillmann

    Conto representa o afeto entre uma pessoa e seu avô. Essa memória do amor. Nesse sentido, muito bonito.

    Na colocação pronominal usaria apenas ênclise (como fez nos últimos parágrafos, “Manifestou-se”, “Embalei-me”) e não a próclise no início de frase (“Me encantaram”).

    No lugar de “vô” diria “avô”. Creio que combinaria mais com o estilo de escrita desse conto.

    “Excursão avoral”. O que é avoral ?

    03:30. A correta abreviação é 3h30min.

    Parabéns !

  29. cyro fernandes
    24 de janeiro de 2025
    Avatar de cyro fernandes

    Travei com avoral e estival, além do Barroso e da hora das bruxas.

    Tirando as minhas dúvidas, sente-se a perda de um ente querido, num texto lírico.

    Cyro Fernandes

    cyroef@gmail.com

  30. Felipe Lomar
    24 de janeiro de 2025
    Avatar de Felipe Lomar

    o texto é bem lírico e estético, quase um poema, só falta a métrica. Se utiliza de palavras rebuscadas e descrições. Mas a história é difusa, não tem clareza. Tive que reler algumas vezes para fazer algum sentido. Isso é ruim porque tira o impacto do conto. O que eu entendi é que a pessoa sente saudade do avô e sonha com ele, acorda e tenta voltar ao sonho, em vão..

    boa sorte

  31. Juliana Calafange
    23 de janeiro de 2025
    Avatar de Juliana Calafange

    Oi Alice!

    Confesso que tive que ler várias vezes para compreender a história que vc conta. A história visível mesmo, que para mim está muito difusa, talvez pelo uso de palavras menos cotidianas. Claro é que a protagonista está sonhando. Mas não vi no sonho a protagonista criança, que outros leitores aqui viram. Mas isso importa menos. É um conto poético, etéreo e efêmero como são os sonhos. Parabéns.

  32. toniluismc
    23 de janeiro de 2025
    Avatar de toniluismc

    Olá, Alice, estou torcendo pra que seu nome real não seja de outra moça que também começa com A, pois o que vou comentar pode ser demais para pessoas sensíveis. Então se já quiser ignorar desde aqui, fique à vontade.

    Como em poucos contos até agora (estou chegando na metade do total), tive que ler os comentários pra ver se alguém compartilhava das minhas impressões, e igual às outras vezes em que fiz isso, vou ter que discordar da maioria, pois não gostei da sua história, e nem foi pelo uso de palavras rebuscadas, que pra mim foi a única coisa interessante no fim das contas. A seguir vou descrever o que entendi, da forma mais técnica possível para não ofender, até porque não é essa a intenção.

    A narrativa explora a simplicidade de um passeio matinal, transformando-o em uma experiência rica em significado. O foco está na menina que acompanha o avô, estabelecendo com ele um vínculo profundo que remete à figura paterna. Acredito que o objetivo foi evocar a nostalgia da infância e a importância de momentos compartilhados, então talvez o fato de não ter me agradado seja mais uma questão minha a ser tratada em terapia do que problema na sua escrita, só acho que a forma como você escolheu tratar desse tema não é compatível com a linguagem do público que pode apreciá-la.

    De todo modo, parabéns pela iniciativa e boa sorte!

  33. Thiago Amaral Oliveira
    23 de janeiro de 2025
    Avatar de Thiago Amaral Oliveira

    Gostei do texto. Bastante atmosférico. Junto com a imagem, consegue nos transportar para o mundo cheio de natureza, calmo, pacífico. Aqui o final “era tudo um sonho” realmente funciona, pois o próprio conto trata desse tipo de frustração. Além de ser um microconto, e por isso não construir muita expectativa.

    Apenas achei que a autoria usou muita linguagem rebuscada para soar mais literária ou poética. Acho que não é necessário. Talvez um medo de que a simplicidade não gere impacto ou não seja interessante? Se estiver viajando, autoria, releve… foi apenas uma impressão, e talvez uma projeção. O importante é ser natural e que o resultado seja bom pra você.

    No fim das contas, ótimo conto. Obrigado pela contribuição e boa sorte no desafio.

  34. Marco Saraiva
    23 de janeiro de 2025
    Avatar de Marco Saraiva

    Nota: perdao pela falta de acentos no texto, estou escrevendo em teclado gringo =)

    Conto escrito de forma belissima, um lindo sonho com o avo, que termina cedo demais. Gostei de como voce nao cita a idade da sonhadora – tanto enquanto acordada, quanto no sonho. A imagem sugere que, no sonho ao menos, ela se via como crianca. Mas eh bem verdade que, ao acordar, poderia muito bem ter-se visto adulta, lembrando-se de uma epoca mais simples e bonita da vida.

    Excelente conto, que evoca muitas emocoes, e que eh extremamente bem escrito. Parabens!

  35. Juliano Gadêlha
    22 de janeiro de 2025
    Avatar de Juliano Gadêlha

    Bonito conto, me conectou com minhas próprias saudades. Como é bom passear com elas e como dói voltar. O texto é bem escrito, linguagem de altíssimo nível, e o mais importante: tem alma. Parabéns!

  36. fcaleffibarbetta
    22 de janeiro de 2025
    Avatar de fcaleffibarbetta

    Oi, Alice

    Seu texto é muito bonito, poético.

    Gostei da forma como nos fez acreditar que aquele sonho fosse uma verdade, somente no final nos revelando que ela sonhava.

    Barroso levantou – quem é Barroso? Talvez fosse melhor apresentar logo de cara que é o avô, de quem falou no parágrafo anterior.

    Avoral – ?

    Tiraria a palavra “sozinha”, informação desnecessária, óbvia, mostra que não confia no entendimento do leitor.

    hora das bruxas – hora de as bruxas

    Muito boa a ideia de as bruxas comandarem os sonhos a partir daquele horário.

    Parabéns pelo texto.

  37. Diego Gama
    22 de janeiro de 2025
    Avatar de Diego Gama

    Tive que reler algumas vezes pelo vocabulario, mas acredito ter captado a ideia. Gostei da forma que escreveu e as cenas narradas, talvez eu trouxesse maior proximidade de vocabulario com o publico em geral. Gostei

  38. andersondopradosilva
    22 de janeiro de 2025
    Avatar de andersondopradosilva

    Caminhada Fantástica é um microconto sobre perda e saudade. Construído em prosa poética, apresenta a figura do velho Barroso, caminhando disciplinado e rigoroso à beira-mar, observado pela netinha. A imagem é bela, melancólica, mas desvanece no despertar da garota, que apenas rememora, através dos sonhos, a figura do falecido avô. O micro contém muita beleza e muita competência, contornando com eficiência o lugar comum era-tudo-um-sonho.

  39. Sidney Muniz
    22 de janeiro de 2025
    Avatar de Sidney Muniz

    Boa noite, Caro autor(a)!

    Tudo bem?

    Era manhã de domingo estival. Madruguei vendo a lua passear,

    Gostei do início do conto, não gostei da sonoridade de estival, mas isso é chatice minha.

    Barroso levantou, se aprontou, na mesma singeleza em que a maré enche e vaza resignada.

    Bonito esse trecho.

    Contemplativa como sou desde que sou, sombreei prontamente aquela excursão avoral, ávida pelas ruas vazias, como se fossem minhas.

    Muito bonito e eficiente esse trecho, fala da persona, apresenta o ambiente, e isso é difícil para um micro.

    Me encantaram: o silêncio, a claridade aconchegante, meu cúmplice grisalho…

    É claro que encantaram!

    Compramos cacetinhos, jornal e retornamos pelo pier espiando as garças.

    não conhecia este termo para o pão francês que não é francês.

    Manifestou-se subitamente a penumbra do quarto. Despertei sem findar a jornada, nostálgica, sozinha.

    Que dó! Ah nem, estava tão bom o sonho.

    Embalei-me cobiçando reencontrá-lo, mas já eram 03:30, hora das bruxas conduzirem os sonhos.

    Achei um texto bonito, gostei principalmente aqui da ambientação, das descrições, de como as palavras nos levam a um determinado lugar em nossa mente, isso achei incrível, mas penso que para um micro, talvez este tenha me deixado a sensação que poderia ser melhor escrito como um conto maior. Ainda assim é um lindo texto e o autor(a) tem obviamente muito talento, isto é nítido!

    Meus sinceros parabéns e boa sorte!

  40. Raphael S. Pedro
    22 de janeiro de 2025
    Avatar de Raphael S. Pedro

    Curiosamente esse é o segundo conto que paro para ler e falam (de forma distintas) sobre a passagem do tempo e idas e vindas nessa encarnação. Impossível não pensar em pessoas queridas, acho que o trecho “Despertei sem findar a jornada, nostálgica, sozinha.” reforça esse sentimento de perda/saudade, perdão caso tenha entendido errado. No mais, foi um bom texto. Parabéns!

  41. Fabiano Dexter
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de Fabiano Dexter

    Um microconto muito bonito e delicado, mas que para mim precisaria de mais algumas poucas palavras para ficar perfeito, culpa do limite de 99 palavras.

    E impressiona que a história chega a ser longa dentro dessas poucas palavras, com muitas descrições e detalhes, difíceis de serem feitas em tão pouco espaço.

    Uma história poética, de nostalgia e perda. De um sonho que é como uma lembrança, mas que conseguimos viver.

    Gostei bastante!

  42. José Leonardo
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de José Leonardo

    Olá, Alice.

    Um conto com a cara e o cheiro da saudade (aliás, neste desafio vemos vários textos nesse sentido, das boas recordações com as pessoas que partiram). O sonho é um território de possibilidades infinitas, e alguns autores apostam nisso para transmitir seu lirismo, reflexões e sensações.

    A poesia é acentuada e ajuda a aprofundar no leitor a nostalgia e as cores dessa madrugada.

    Parabéns e boa sorte neste desafio.

  43. Vítor de Lerbo
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de Vítor de Lerbo

    A prosa é muito bonita, poética, com palavras lindamente encaixadas e que nos levam exatamente ao ponto em que a pessoa que escreveu gostaria: nostalgia, saudade, amor, carinho e, por fim, solidão.

    Confesso que empaquei na leitura do nome, Barroso. A personagem menciona o avô e, logo em seguida, cita esse nome. Na primeira leitura, que foi fluída ao longo de todo o conto, esse ponto me causou estranheza. Um detalhe, apenas.

    A imagem fortaleceu a história ainda mais.

    Boa sorte!

  44. Antonio Stegues Batista
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de Antonio Stegues Batista

    A personagem sonha com o avô e acorda relembrando o tempo em que saía com ele para comprar pão na padaria. A autora tece uma poesia sobre esse momento na vida da personagem, que acorda no meio da noite pensando no avô, na ida e vinda pela beira do rio Guaíba. Mas é hora das bruxas conduzirem os sonhos e ela mergulha num mundo de Fantasia sem o seu companheiro de a venturas. Bom conto nostálgico poético. Só não entendi o “avoral”.

  45. Marcelo
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de Marcelo

    Conto terno e delicado.

    Se não há impacto, há um convite ao imagético e à calmaria.

    Excelente escrita.

  46. Afonso Luiz Pereira
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de Afonso Luiz Pereira

    A propósito, esqueci de comentar, a imagem que ilustra o conto é muito bonita.

  47. Afonso Luiz Pereira
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de Afonso Luiz Pereira

    Tenho percebido, nas leituras dos minicontos até aqui, que há, nos textos, bastante prosa poética, refletindo a sensibilidade de seus autores. Muito bom. Tenho dificuldades em comentar e escrever poesia, mas, quando ela está inserida de forma sutil e funcional nos enredos, considero muito positivo. Cada autor tem o seu estilo e suas abordagens para expressar suas criações.

    Este texto, em particular, transborda lirismo, evocando uma atmosfera nostálgica e quase onírica. A conexão entre o personagem e as pequenas coisas do cotidiano com o avô é profundamente humana e cativante, enquanto o despertar interrompe a jornada com um toque de melancolia e saudade. Achei muito bom.

    Embora marcado por esse tom melancólico e saudoso, é um texto que captura, com competência, a fragilidade das memórias e dos sonhos que se dissolvem ao amanhecer. Parabéns ao autor pela delicadeza e pelo encanto transmitido com suas palavras.

  48. geraldo trombin
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de geraldo trombin

    Boa carga emotiva. O texto me convidou a entrar nesse sonho e caminhar junto com a autora, com a neta e seu “cúmplice grisalho”. Parabéns!

  49. Nilo
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Nilo

    Um pouco melancólico. Quase fiquei triste por ela. Não é sempre que um conto nos inspira sensações. História singela, transmitiu bem o sentimento da neta. Belo conto. Parabéns e boa sorte

  50. Nelson
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Nelson

    Bonito. Texto-homenagem a um ente que se foi, fazendo uso de elementos da natureza e ampliando a densidade das sensações nostálgicas com eles. Interessante a passagem onde se revela o sonho e a citação desse temido horário das 3 da manhã.

  51. antoniosodre
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Antonio Sodre

    Um conto que usa um sonho muito bem e fala da saudade: a memórias do passado, aqueles que foram. Tudo em uma construção correta, com um ritmo (ritmo é não é algo fácil em um miniconto). O final que joga com a ideia de “agora o que vem é ruim” ficou bem bacana. Quem nunca teve um sonho e quis voltar para ele?

  52. Evelyn Postali
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Evelyn Postali

    Delicadeza, nostalgia, melancolia… A saudade é algo surpreendente. As palavras criam um laço entre o personagem e a memória viva – os detalhes da manhã, as ruas vazias, as garças. Gosto desse ritmo lento, onde tudo vai sendo traçado com graça, devagar, com palavras elaboradas, linguagem contemplativa. Poético. A ‘hora das bruxas’ dá um tom diferente no final, como se os sonhos fossem – e creio que sejam – portais para outros espaços-tempos, para outras viagens, outras vivências além da realidade física. Algumas palavras têm influência do português de Portugal, não é – mera observação.

  53. Priscila Pereira
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Priscila Pereira

    Olá, Alice! Tudo bem?

    Esses sonhos com pessoas queridas são maravilhosos, né! Pena que são tão fugazes e não obedecem a nossa vontade.

    O conto é muito sentimental, traz uma nostalgia doa dos tempos mais simples. Está escrito de forma poética e com um tomzimnho de mistério, deixando o enredo levemente enevoado.

    Gostei do final, que dá a entender que dali pra frente a protagonista terá pesadelos, mas pelo menos já teve o sonho que queria. Gostei do seu texto!

    Parabéns! E boa sorte no desafio!

    Até mais!

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Informação

Publicado às 19 de janeiro de 2025 por em Microcontos 2025 e marcado .