EntreContos

Detox Literário.

Busca no infinito (Leonardo Jardim)

Sem vida social desde o divórcio, Almeida passava as noites insones no observatório, buscando respostas nas estrelas.

Certa noite, o aparelho emitiu um chiado estranho, como um sussurro distante. Ajustou as antenas até que o som ficou constante.

A tela piscou e revelou em meio a estática uma imagem intrigante: um homem mais velho, barbado, com um olhar desesperançado.

Almeida tentou, por anos, compreender aquela projeção do infinito ou mesmo alcançá-la novamente.

Até que, finalmente, tornou-se aquilo que buscava.

53 comentários em “Busca no infinito (Leonardo Jardim)

  1. Sidney Muniz
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Sidney Muniz

    A busca incessante por respostas pode nos levar a perguntas muito maiores.

    É um conto que mostra como o personagem se prendeu a algo e esqueceu tudo que o cercava, esqueceu até de si mesmo por um propósito que talvez não tenha valido a pena.

    A obstinação pode ser algo bom, mas também pode nos levar a nada.

    Parabéns pelo conto e boa sorte!

  2. Pedro Paulo
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Pedro Paulo

    COMENTÁRIO: O ponto de destino encontra o ponto de partida, iniciando um ciclo decadência. Essa premissa de observar a própria queda é um ponto comum e aqui não é apresentada com nenhum elemento especialmente novo que a enriqueça. O microconto funciona, mas não se sobressai.

  3. Diego Gama
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Diego Gama

    eu como astrofotografo amador devo salientar, muito bem escrito e ambientado! Parabens

  4. Roberta Andrade
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Roberta Andrade

    Achei interessante a atmosfera de solidão e obsessão do personagem, e o final foi surpreendente e poético.

    Achei que a escrita fluiu bem, me mantendo interessada até o desfecho.

    Parabéns e boa sorte!

  5. Raphael S. Pedro
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Raphael S. Pedro

    O início me remeteu ao livro “O problema dos três corpos”, com um final melancólico. O personagem aqui se dedicou ao trabalho (?) e acabou se limitando a isso. Quantas vezes não passamos por isso. Inclusive vi que esse tema homem-trabalho foi trazido em alguns outros contos, demonstrando que não só o “Almeida” vive tal drama. No mais, parabéns, conto forte para estar entre os primeiros.

  6. André Lima
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de André Lima

    Um conto muito interessante, com muita influência de Interestelar. Gosto de como a narrativa se encerra. Achei uma abordagem original a um tema não tão original assim.

    A técnica é muito boa. Embora prefira textos mais poéticos, a linguagem aqui se mostrou suficiente.

    Parabéns pelo trabalho!

  7. Renato Silva
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Renato Silva

    Olá, tudo bem? Almeida se divorciou e caiu de cabeça no trabalho. Partindo da ideia de que ele realmente estava buscando sinais “alienígenas”, entendo que ele teve uma visão dele mesmo do futuro, um tipo de contato, como em um certo filme que não direi para não dar spoiler. Só que ele envelheceu sem entender a mensagem, agora ele é o velho que irá enviar uma mensagem (sem muito entusiasmo) ao seu “eu” mais jovem, provavelmente num looping infinito. Esse microconto é daqueles que fazem a gente pensar no seu real significado. Eu acabei optando por algo mais literal… devo estar redondamente enganado.

    Boa sorte.

  8. Felipe Lomar
    1 de fevereiro de 2025
    Avatar de Felipe Lomar

    o conto tem uma ideia interessante. O homem vê seu futuro em seu próprio trabalho, em uma busca incessante e inalcancavel. Acho que tem algumas coisas que ficaram meio deslocadas, tipo o termino do relacionamento, não encaixa na história. É desnecessário

    boa sorte!

  9. Luis Fernando Amancio
    31 de janeiro de 2025
    Avatar de Luis Fernando Amancio

    Olá, Carlos Sagão,

    Como leitor, agradeço por compartilhar conosco seu texto. Participar de um desafio exige coragem, expor-se de forma cega ao julgamento dos pares. Seu conto explora a solidão e a busca por sentido, utilizando uma atmosfera enigmática e elementos de ficção científica para envolver o leitor. O desfecho poético, onde Almeida “se torna aquilo que buscava”, reflete a inevitabilidade do envelhecimento e a autorreflexão. Também aborda um pouco as mazelas do isolamento: de tanto tentar compreender uma imagem de um homem triste, ele se torna o tal homem triste.

    A narrativa é bem desenvolvida. É uma obra que intriga e convida à reflexão. Por outro lado, embora o espaço de 99 palavras seja um limite, não consigo ver uma transição significativa no texto. Almeida já começa solitário e triste no texto e, no fim, ele continua assim – só que mais velho.

    Desejo sucesso no desafio e o parabenizo pelo conto.

  10. THAIS LEMES PEREIRA
    31 de janeiro de 2025
    Avatar de THAIS LEMES PEREIRA

    Olá, Carl Sagan.

    Contexto pessoal

    Adorei a referência do pseudo. Não tinha sacado até ver a imagem. Isso fez com que eu lesse o conto com muita empolgação.

    Análise do conto

    Eu acho que entendi seu conto, pelo que li nos comentários, mas, para mim, uma palavrinha atrapalha. Se o que ele vê na tela é o seu próprio reflexo, entendo que, depois de anos, ele não pode tornar-se aquilo, porque ele já é aquilo. Como a gente se torna, algo que a gente já é? Fui aceitando e compreendendo todo o conto até a última frase:

    “Até que, finalmente, tornou-se aquilo que buscava.”

    Então, se quando ele viu o reflexo anos atrás, ele ainda não era aquilo, o que ele viu foi a sua imagem do futuro? Imaginação, viagem no tempo…

    Lembrei do brilhante filme Interestelar.

    Conclusão

    Essas possíveis interpretações estão martelando aqui a minha cabeça. Quero muito ouvir o lado do autor sobre sua história.

    Desejo um bom desafio!

  11. leandrobarreiros
    31 de janeiro de 2025
    Avatar de leandrobarreiros

    Chamo de “técnica” a facilidade com que o autor carrega o leitor pela narrativa, e/ou transmite subtexto, e/ou faz (bom) uso de figuras de linguagem que tornam a leitura agradável.

    Chamo de “interesse” o quanto o texto me fisgou enquanto leitor, o quanto de impacto senti pela leitura.

    Chamo de “objetivo do autor” um palpite do que o autor queria com o texto. É mais um esforço criativo e uma tentativa de fazer leituras mais enquanto escritor do que leitor.

    Um micro interessante não por camadas escondidas na história, mas pela quantidade de reflexões que consegue inserir em um texto curto. Se fosse resumir todas em uma única, talvez a mais potente seja: “cuide-se”.

    Sem críticas ou moralismo, é uma boa mensagem. Quando a vida te arrebenta de jeito, tenha seu luto, mas faça um esforço em buscar contato humano, ainda que profissional.

    Enfim, estou saindo do mérito da questão da escrita. Vamos lá;.

    Técnica: Muito boa. As palavras são diretas sem uso de lirismo desnecessário. O conto parece poético ainda que não apele muito para figuras de linguagem.

    Interesse: Acima da média. É uma história, em certa medida, simples. Mas a qualidade da escrita e a fluidez sugerem releituras apenas para ver as imagens de novo. As estrelas, a imagem na estática, o homem velho…

    Objetivo do autor: Construir uma história reflexiva através da ficção científica.

  12. jowilton
    29 de janeiro de 2025
    Avatar de jowilton

    É um conto bem reflexivo. Narra a história de um homem que está isolado do convívio social, aparentemente em depressão após o divórcio, num dia em seu observatório vê uma imagem que o intriga, provavelmente o reflexo dele mesmo. Me lembrou um pouco a música do Nando Reis Não vou me Adaptar, no verso que diz: “Quando me toquei achei tão estranho, a minha barba estava deste tamanho.”.

    O final deixa uma boa abertura, talvez um pouco grande demais, que ele se transformou naquilo que ele buscava. O que ele buscava? Ele se tornou numa estrela? Isso seria uma metáfora para a morte? Enfim, bem reflexivo. Bom conto, bom impacto.

    Boa sorte no desafio.

  13. Victor Viegas
    29 de janeiro de 2025
    Avatar de Victor Viegas

    Olá, Carlos!

    A separação pode ser um evento traumático e esse texto explora bem esta situação, a ponto do personagem não perceber o quanto envelheceu ao ficar remoendo o mesmo sentimento e não seguir com sua vida. É um texto bem escrito que consegue transmitir a tristeza do personagem. Boa sorte!

  14. claudiaangst
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de claudiaangst

    Um homem, isolado socialmente após o divórcio, busca no infinito do universo respostas. Ao invés de procurar se conhecer, voltando-se para dentro, ele extrapola e só quer enxergar o infinito… e sua busca é tão cega que não se reconhece quando vê sua imagem envelhecida.

    De tanto procurar lá fora, perdeu-se no tempo e o reencontro só ocorreu muitos anos depois.

    Não encontrei falhas de revisão. Linguagem clara, palavras escolhidas com cuidado para aproveitar bem o limite imposto.

    Parabéns pela participação e boa sorte.

  15. Fabiano Dexter
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de Fabiano Dexter

    Gostei do conto, diferente e bem descrito fala sobre a solidão e aa busca por respostas nos lugares mais improváveis. E que mesmo quando a conseguimos muitas vezes não entendemos, já que tudo o que o protagonista viu foi o seu futuro.

    Leitura leve e agradável. E bônus pelo nome do autor, muito criativo!

  16. Fernando Cyrino
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de Fernando Cyrino

    Olá, Carlos Sagão, então, cá estou eu também visitando no observatório astronômico a busca do nosso protagonista à procura de sinais do universo, ou do multiverso. Sabe, seu conto me lembrou o romance de ficção científica O Problema dos Três Corpos. Gostei de como você me apresentou a solidão e o encontro do homem, na velhice, com ele mesmo, com aquilo que ele deveria ser mais adiante. Parabéns e boa sorte no desafio.

  17. bdomanoski
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de bdomanoski

    “Carlos Sagão”, berro. Ri demais imaginando que foi uma piada com o nome Carl sagan (acho que é). Seu conto pra mim um pouco “morreu na praia”. Estava bom, mas o fim foi um pouco bruto. “A tela piscou e revelou em meio a estática uma imagem intrigante: um homem mais velho, barbado, com um olhar desesperançado.” Nesse momento imaginei que ele pode ter visto Saturno/deus, mas em seguida, parece q ele viu apenas ele mesmo – o que foi um final menos interessanter do que se tivesse visto Saturnu. Sobre a história de vida do personagem, eu achei interessante ele ser divorciado e entediado, e passar o tempo olhando o céu. Chamar-se “Almeida” também deu um tom de humor. Enfim, apenas o final não foi muito “uau, adorei”. Percebo a tentativa de uma frase de efeito “tornou-se aquilo que buscava”, mas acho que a história tinha potencial pra algo um pouco mais tcham.

  18. fcaleffibarbetta
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de fcaleffibarbetta

    Olá, Carlos

    Seu micro é muito bom. Criativo, bem escrito.

    Gostei da ideia e da forma como conduziu a narrativa. O final não surpreende, mas é ótimo. Muito legal a relação que você faz entre ele tentar alcançar aquela imagem, como uma busca por uma explicação, e o fato de realmente alcançá-la, sem esforço, apenas aguardando a passagem do tempo.

    Só ficou aquela perguntinha na cabeça: mas ele não se reconheceu na imagem alguns anos mais velho? Você deixa claro que a imagem era nítida, pois dá detalhes “ um homem mais velho (inclusive aqui vc faz uma comparação entre a imagem e o personagem… mais velho, e não um homem velho), barbado, com um olhar desesperançado”. Fiquei pensando que talvez não seja exatamente ele, seja apenas uma imagem que represente o que ele será dentro de alguns anos. Nem sei se deveria explicar, só colocando o que passou pela minha cabeça ao ler o texto.

    “em meio a estática” – à

    Gostei do seu pseudônimo rsrs.

    Parabéns pelo conto.

  19. Gustavo Araujo
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de Gustavo Araujo

    Acredito que para funcionar bem um microconto precisa de camadas diferentes. Para além da história literal que é contada pelas palavras, é preciso haver tramas subjacentes, dilemas e dramas escondidos nas entrelinhas, algo que se revele somente ao fim da leitura, ou até mesmo em uma segunda ou terceira leitura.

    Há muito desses aspectos neste conto. Muitas vezes solitários, procuramos aquilo em que está em nós. E não raro, embora visualizemos as respostas, não as reconhecemos como tais. É mais ou menos como diz aquele ensinamento oriental: a felicidade não é o fim, mas sim o caminho.

    Em suma, um conto bastante filosófico, bem ao meu gosto. Só não vai para as cabeças por conta do eco em algumas expressões “distante-constante”, “piscou-revelou”. Com uma pequena revisão há de ficar ainda melhor. Parabéns!

  20. Thiago Amaral Oliveira
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de Thiago Amaral Oliveira

    Olá, Carlos.

    Pra mim, a melhor forma de ver o conto é como uma parábola. O homem, desesperançoso, mergulha seus dias numa busca, como que um propósito de vida, para realizar uma grande descoberta, talvez tornar-se alguém especial. No fim, estava buscando a si mesmo e não sabia.

    Apesar de ficção científica, funciona bem como metáfora espiritual. A mensagem é antiga: você já é o que busca. Porém, a roupagem é moderna. De qualquer forma, não sei se a autoria estava pensando nesse significado na hora de escrever…

    Apesar de ter gostado desse lado que comentei, a história em si, lida literalmente, não me trouxe grandes surpresas. Está ok, boa como está.

    Boa sorte no desafio.

  21. Elisa Ribeiro
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de Elisa Ribeiro

    Um ótimo conto que se abre a muitas leituras, inclusive à minha que imaginei uma versão feminina do personagem buscando nas borras restantes no fundo da xícara  de café (ou no tinder) o rosto do próximo homem da sua vida e encontrando o vazio, ou a cara de um cão, como resposta. Parabéns!! 

  22. Marco Saraiva
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de Marco Saraiva

    Vejo este conto como uma metáfora mais do que a história que é contada na superfície. Um homem que, após o divórcio, torna-se vazio. Vê o próprio futuro mas não tem o poder de alterá-lo. Um homem perdido que busca a solução da sua vida nas estrelas, mas só encontra a própria apatia. Me faz pensar que ele deveria estar olhando para dentro de si, ao invés de para fora do planeta.

    Gosto dos pensamentos que este conto evoca. A escrita aqui é simples e eficaz. Talvez um pouco simples demais, com um certo tom de ingenuidade, mas ainda assim, uma boa leitura.

  23. Bia Machado
    28 de janeiro de 2025
    Avatar de Bia Machado

    Plot: Homem encontra com ele mesmo depois que acontece uma situação estranha ao observar as estrelas. Esse é um plot que gosto bastante, lembro de um conto do Verissimo, chamado “Uma História Estranha”, até trabalho com esse conto com os meus alunos, em sala de aula. Não tem nem uma página, deve ter na internet para ler.

    Desenvolvimento: Depois do primeiro parágrafo, eu gostei da história. Com relação a esse início, achei que ficou muito explicativo e essa história de “sem vida social desde o divórcio”, sei lá, acho que não precisava disso. Depois achei que foi se desenvolvendo bem, contando o necessário e deu para entender bem o que aconteceu. O título, “Busca no infinito”, não sei, mas parece que ficou dizendo mais do que mostrou no conto. Fiquei pensando: o homem barbado tinha a face “desesperançosa”… será que ele melhorou depois? Quando se tornou aquele homem que viu no passado, estava do mesmo jeito, ou mudou alguma coisa?

    Destaque: Apesar de ter gostado da leitura, não posso dizer que teve algo que se destacasse tanto. Está bem escrito no sentido da coesão e da coerência. Amei esse pseudônimo, parece coisa de Maurício de Sousa, quando usava os nomes de pessoas reais alterando algo pra ficar engraçado…

    Impressões da leitura: Um conto ok, mas minha leitura foi afetada pelo que expliquei nos itens anteriores.

  24. danielreis1973
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de danielreis1973

    Um conto “científico”, estilo Interestellar, jogando com o espaço-tempo, presente e futuro. O observado é o observador (inicialmente pensei que o barbado era Deus, mas não, só sua imagem e semelhança…). O toque fica por conta de que, ao invés de buscar outro relacionamento, o homem busca a si mesmo depois do divórcio. E acaba encontrando na distância das estrelas. Um bom conto, ainda que não seja dos meus favoritos. Boa sorte no desafio.

  25. Amanda Gomez
    27 de janeiro de 2025
    Avatar de Amanda Gomez

    Oi, bem?

    Almeida, um homem divorciado, provavelmente falido (uma coisa leva à outra, né? rs) e antisocial, busca nas estrelas algum sentido para sua vida vazia. Ele se fecha nessa redoma de autoconhecimento e, nela, acaba se perdendo completamente. O tempo que ele gastou olhando para as estrelas devia ter usado para olhar para dentro de si. Com certeza, teria se encontrado em metade do tempo.

    Ele vê a si mesmo… do mesmo jeito que começou, perdido… só que agora no final da vida.

    É um ótimo texto, com uma crítica certeira e uma mensagem que abrange muita coisa. Não é um conto super elaborado, já li coisas parecidas, mas o autor acerta dentro daquilo que se propôs. Sem reparos.

    Parabéns e boa sorte no desafio!

  26. Sabrina Dalbelo
    26 de janeiro de 2025
    Avatar de Sabrina Dalbelo

    Olá Entrecontista,

    Escrita, tema, tudo certo. Inclusive, um micro de IA bem criativo, diga-se.

    Talvez para alguns mais, para outros menos, de final previsível. Mas acho que isso não vem ao caso, pois cai no gosto pessoal – que não interessa aqui, ainda que vários coleguinhas detonem um micro “porque não se identificaram” – o que não faço.

    Sobre o micro, especificamente chama a atenção o nível de desespero do personagem, a meu ver, tão absorto em seus pensamentos tristes, que nem mesmo se reconhece no “homem mais velho” e ainda fica preso nisso. Isso é mais triste ainda.

    Por isso, a última frase: “Até que, finalmente, tornou-se aquilo que buscava.” é um ponto alto. Lá no início, o texto nos conta que ele buscava respostas nas estrelas.

    E aí fiquei pensando, ele se viu (ele mesmo) velho no futuro; ou ele se viu uma estrela; ou ele encontrou uma estrela (metaforicamente a morte) e encontrou a paz. Bah, muito legal. A viagem, agora a minha, foi muito legal.

    Obrigada pelo texto.

  27. JP Felix da Costa
    26 de janeiro de 2025
    Avatar de JP Felix da Costa

    A história de um astrónomo que, ficando sozinho, se entrega ao trabalho. Acaba por captar uma imagem que o intriga. Um velho com ar de desanimado. A partir desse momento dedica-se a procurar a imagem, durante anos, até, eventualmente, acabar por se tornar, ele próprio, um velho de ar desanimado.

    A minha primeira impressão foi de que esta história tinha falhado pelas palavras que lhe faltavam para realmente ser contada. No entanto, pensando um pouco no que representa, acabei por a interpretar de forma diferente. A imagem que ele vê não é do futuro, não é ele, mas, por outro lado, é quase como que um “aviso” que recebe sobre o destino que o espera. No entanto, em vez de compreender a mensagem que recebeu, em vez de a procurar interpretar, ficou obcecado por a encontrar de novo. E assim acaba por consumir a própria vida, funcionando o “aviso” com o efeito contrário.

    Há algumas ilações interessantes que podem ser retiradas desta história. Por vezes não estamos devidamente atentos aos sinais que nos rodeiam, ou podemos mesmo fazer uma interpretação inversa do seu significado. Mais um para nos deixar a pensar sobre o que nos rodeia.

  28. Givago Domingues Thimoti
    26 de janeiro de 2025
    Avatar de Givago Domingues Thimoti

    BUSCA NO INFINITO (CARLOS SAGÃO)

    Bom dia, boa tarde, boa noite autor(a)! Espero que esteja bem! Meus critérios de avaliação foram escolhidos baseando-se em conceitos que encontrei sobre o gênero microconto na internet. São eles: utilização do espaço permitido, subtexto, impacto, escrita. Nesse desafio em específico, não soltarei minhas notas no comentário. E, por fim, mas não menos importante, gostaria que você tivesse em mente que microcontos são difíceis de escrever e difíceis de avaliar; logo, não leve tanto para o lado pessoal se o meu comentário não estiver bom o suficiente, por qualquer motivo que seja. Garanto que li com o cuidado e a atenção que seu conto merece, dando o meu melhor para tanto contribuir com a minha opinião quanto para avaliar de uma forma justa você e os demais colegas.

    É isso! Chega de enrolação e vamos para o meu comentário:

    Ø  Breve resumo:

    Um recém divorciado astrônomo tem sua noite de trabalho interrompida por sua imagem do futuro, a qual ele não reconhece.

    Ø  Utilização do espaço permitido:

    Bom, o conto é dividido direitinho, início, meio e fim. Está bem escrito, mas acho que desenvolvimento deixou um pouco a desejar.

    Ø  Subtexto:

    Não há muito comentar nesse aspecto do conto. A história é clara e direta. Ainda assim, permite a alguns leitores múltiplas interpretações.

    Sobre a interpretação da narrativa, entendo que se trata de ficção científica e drama. Durante a leitura, do ponto de vista da FC, a questão que mais me pegou nesse conto foi a estranheza do personagem principal não se reconhecer na imagem. OK! A imagem devia estar péssima, é coisa é tal. E foi algo que simplesmente não me possibilitou comprar a história, sabe? O microconto se desenrola com o protagonista obcecado com aquela imagem de si próprio (que ele não reconhece)… Por quê?? Assim, foi algo que não entendi legal, sinceramente.

    Do ponto de vista do dramático, penso que a linguagem clara e direta não me despertou tanto as emoções. É um protagonista que, após o divórcio (o qual provavelmente deveria ser uma de suas obsessões, junto com as estrelas), fica obcecado com uma imagem e ele não entende o porquê. Nem eu…

    Mas enfim, talvez seja mais defeito do leitor do que do texto propriamente dito.

    Ø  Escrita:

    A escrita está correta. É clara e direta, como falei algumas vezes. Acho que minha observação é a seguinte: do jeito que ela está, não provoca tanto o leitor no sentido de drama. Acho que faltou um pouco de floreio nessa escrita…

    Ø  Impacto:

    Baixo.

    Enfim, não foi um dos micros que me conquistaram. Tampouco desgostei. Acho que faltou um pouco mais de “tempero”, por assim dizer. Pelo menos elucidar melhor essa imagem e o que despertou no protagonista a curiosidade.

  29. Andre Brizola
    26 de janeiro de 2025
    Avatar de Andre Brizola

    Olá, Carlos!

    Conto sobre a solidão, isolamento, com um viés crítico, mas com uma construção poética. Interessante, bem construído e tecnicamente perfeito. Ritmo muito bem desenvolvido, gostei particularmente por ter separado tudo em diversos parágrafos pequenos, de modo que a leitura fica fácil, a mancha no papel é leve e agradável.

    Mas, não sei se foi a intenção, o texto carrega uma crítica bastante contundente à solidão opcional, ou com potencial de derivação de alguma doença psicológica nascida do divórcio (no caso do personagem do conto). E não sei se essa crítica é algo “saudável”. Talvez não tenha sido intencional, mas é um efeito que extraí do texto por se aproximar demais a uma experiência minha. Vemos que Almeida se afastou da vida social após o divórcio e, no observatório, que entendi ser seu trabalho, algo solitário por natureza, ele se viu no futuro, sem sabe-lo. E, de forma inconsciente, buscou aquilo a vida toda, sem ter poder para mudar.

    Se Almeida se isola por opção própria, ainda vá lá, ele buscou aquilo a vida toda. Mas a questão do divórcio, ali no começo, pode dar a entender que ele tenha entrado em depressão. Pode ter sido um trauma. É um elemento no texto que temos que abordar e analisar. E, num caso de depressão, ele realmente poderia estar doente. E me pareceu que ele não tem saída no conto. Ele se vê no futuro e busca aquilo de forma solitária, como se fosse opcional. Nessa análise, o conto é muito frio e insensível. E, sinto, não gostei dessa análise. E não consigo ignorar que ela existe. Acho que faltou habilidade em não deixar o conto enveredar por esse caminho.

    Bom, é isso. Boa sorte no desafio.

    • Carlos Sagão
      26 de janeiro de 2025
      Avatar de Carlos Sagão

      André,

      Não costumo responder comentários, mas dessa vez precisei vir aqui dizer que não foi minha intenção com o texto criticar a solidão causada por depressão. Convivo com essa doença na família desde sempre e respeito muito seus sintomas.

      Não quero, nesse momento, expor minha interpretação do texto. Portanto, ao fim do desafio, te procurarei para conversarmos à respeito, se desejar.

      De qualquer forma, sinto muito que o conto tenha causado esse sentimento. Depois que eles nascem, infelizmente não temos mais o controle de como ele será interpretado. Ainda mais em microcontos e nesse que eu preferi (ou tentei) deixar aberto para mais de uma interpretação.

      Abraços, do amigo,

      Carlos Sagão

  30. Evelyn Postali
    24 de janeiro de 2025
    Avatar de Evelyn Postali

    Obsessão, isolamento, busca por respostas nas estrelas… Almeida é incompleto. Eu entendo, mas a culpa não é das estrelas e nem está lá, junto delas. O encontro dele consigo mesmo talvez tenha tirado a possibilidade de um desfecho mais satisfatório e envolvente. Talvez. É só meu ‘achismo’ mesmo.  

  31. Juliano Gadêlha
    24 de janeiro de 2025
    Avatar de Juliano Gadêlha

    “O meu fim evidente era atar as duas pontas da vida…”

    Esse conto me remeteu a tantas referências, especialmente ao paradoxo da viagem no tempo, no qual a busca por evitar um futuro inexorável acaba justamente ocasionando aquele futuro. Achei que o autor fez suas 99 palavras renderem bem, de maneira que nada parece ausente nem apressado. O desafio era precisamente esse. Parabéns!

  32. Juliana Calafange
    24 de janeiro de 2025
    Avatar de Juliana Calafange

    Uma versão de 2001 – Uma odisseia no espaço, do grande Kubrick. Um dos filmes que mais amo na vida. O encontro de um homem consigo mesmo no futuro. Pelo menos foi isso que eu captei da sua história.

    Acho, no entanto, que você poderia ter lapidado melhor a linguagem, a escolha das palavras, para trazer mais precisão e mais coesão para o conto. Por exemplo, no começo, quando vc diz que Almeida não tem vida social desde o divórcio, dá a entender que as respostas que ele procura (oração que aparece em seguida) têm relação com casamento, solidão e vida social. Mas, no desenrolar do conto essa ideia é abandonada e partimos para um caminho diferente, um contato imediato com alguma inteligência do espaço captada pelas antenas do observatório. Em seguida a história dá um salto no tempo, e Almeida passou toda a vida tentando entender a mensagem enviada através das antenas. E só quando Almeida finalmente envelhece, se reconhece no velho que viu na tela do computador tempos antes. Então veja que a história dá muitas voltas para um microconto. Acho que você poderia reescrever pensando em dar mais foco para o significado do seu conto, aquilo que fica não-dito, mas que o leitor compreende, sente, reflete e se identifica de alguma forma. Qual a intenção do conto, sobre o que ele fala de verdade, nas profundezas da história oculta? Esse é o foco que acho que você deve tentar trabalhar.

    Parabéns e boa sorte no desafio.

  33. Antonio Stegues Batista
    24 de janeiro de 2025
    Avatar de Antonio Stegues Batista

    Almeida buscava respostas, resposta de quê? Do significado da vida, do seu casamento fracassado, da sua vida simples? Isso e muito mais e no final de tanta procura, Almeida encontra a imagem de si mesmo num futuro não tão distante. Almeida viu sua imagem no futuro e com o tempo passando tornou-se na imagem que apareceu anos antes. Claro, o tempo não tem mistérios, mas o autor pretendeu expor uma visão diferente sobre o tema.

  34. Mauro Dillmann
    23 de janeiro de 2025
    Avatar de Mauro Dillmann

     O homem buscava respostas e tornou-se o que buscava. O que buscava, afinal, era um encontro consigo, um autoconhecimento.

    Quando diz “um homem mais velho, barbado”, o que significa aqui ‘barbado’ ?

    O conto está bem escrito, mas sinto que poderia ser mais sucinto para o que se propõe. Parece-me que sobram palavras.

    Parabéns!

  35. andersondopradosilva
    23 de janeiro de 2025
    Avatar de andersondopradosilva

    Busca No Infinito nos põe em contato com Almeida, um homem condenado à solidão após o divórcio. Sem saber lidar com a perda, ele mergulha no trabalho. É astrônomo ou profissão similar que não sei nominar. Trabalha em um observatório. Um dia, se depara com uma imagem. É um homem velho, triste. Segue, por anos, tentando reaver essa imagem. Por fim, ao cabo da busca, ele acaba encontrando a si mesmo. Ao leitor, fica a pergunta: qual o sentido desse encontro? O autor não fornecer respostas. Talvez seja apenas um conto surrealista ou de realismo mágico, talvez não. De qualquer maneira, a solidão desse homem nos contamina. E a inutilidade de sua busca nos comove.

  36. Kelly Hatanaka
    23 de janeiro de 2025
    Avatar de Kelly Hatanaka

    Um microconto intrigante. Almeida busca resposta nas estrelas e, das estrelas, vem uma imagem de seu futuro. Obcecado pela visão, acaba por se transformar nela.

    São muitas as interpretações possíveis e, na minha opinião, elas coexistem. Este é o tipo de coisa que faz um microconto ser rico.

    . A resposta que Almeida busca está nele mesmo.

    . Buscar por alguma coisa o transforma na coisa.

    . A busca por respostas externas é uma perseguição ao próprio rabo.

    . Almeida precisava mesmo era ir pro boteco.

    Gostei muito.

    Parabéns pela participação e boa sorte.

    Kelly

  37. Priscila Pereira
    23 de janeiro de 2025
    Avatar de Priscila Pereira

    Olá, Carlos! Tudo bem?

    Seu conto é bem filosófico… As estrelas mostraram o futuro de Almeida enquanto era tempo de ele muda-lo, mas o efeito foi contrário, ele ficou mais obcecado ainda até materializar aquele futuro. É uma ótima reflexão.

    Muitas vezes temos um vislumbre do nosso futuro olhando para nosso passado e antepassados e não fazemos nada para mudar, só continuamos no que é mais conveniente, confortável, satisfazendo os vícios do DNA e quando o futuro chega, nos espantamos da semelhança.

    Deixando as divagações de lado, o conto está bem escrito, cada palavra tem o peso certo para instigar o leitor. Um conto bem interessante.

    Parabéns e boa sorte no desafio!

    Até mais!

  38. Afonso Luiz Pereira
    23 de janeiro de 2025
    Avatar de Afonso Luiz Pereira

    Mais um conto de ficção científica, e este apresenta todos os elementos de um bom conto: início, meio e fim bem definidos, um conflito claro (a misteriosa aparição da transmissão estática no computador) e uma resolução intrigante, porém aberta (Almeida se descobrindo na imagem). O destaque fica para as interpretações que o conto provoca.

    Como gosto de ficção científica, prefiro interpretar que, de alguma forma, ele estava se vendo no futuro, já envelhecido. E por que não se reconheceu? Penso que isso pode ter sido causado pela interferência da imagem, misturada à transmissão estática, ou “ruído branco” (chuviscos) das interferências magnéticas, ou algo desse tipo. Quem sabe? (só o próprio autor)

    O texto é bem escrito, com um tom intimista e reflexivo, e o fato de deixar espaço para interpretações pode ser algo positivo, embora eu prefira algo conclusivo. Mas gostei do conto num todo.

  39. Vítor de Lerbo
    22 de janeiro de 2025
    Avatar de Vítor de Lerbo

    O pseudônimo me arrancou um sorriso e, automaticamente, esperei um conto de comédia (erro meu).

    A história traz pensamentos intrigantes. Quando o velho barbado apareceu, não pude evitar a ideia de que Almeida tinha vislumbrado a face (caricata) de Deus.

    Por sorte, a pessoa que escreveu a história seguiu um caminho ainda mais interessante, transmitindo a mensagem de que, muitas vezes, aquilo que procuramos está mais próximo do que parece. No caso de Almeida, era ele mesmo, apenas à distância no tempo (ou também no espaço)? Esse raciocínio pode nos levar ainda mais longe. Considerando que a visão de Almeida não tenha sido apenas um ilusão, o observador pode ter testemunhado uma prova do multiverso. O que não faz um divórcio dolorido, não é mesmo?

    Boa sorte!

  40. Mariana
    22 de janeiro de 2025
    Avatar de Mariana

    Tempo e espaço, no final, é tudo sobre amor…

    O conto é redondinho, que coisa bonita de se ler em 99 palavras! Bem escrito e trabalha bem a ficção, me deu um gosto do ótimo filme “O Homem do Futuro”. Estará na minha lista dos 15 melhores, com certeza.

    E eu adoro o Sagan. Parabéns e boa sorte no desafio

  41. Rodrigo Ortiz Vinholo
    22 de janeiro de 2025
    Avatar de Rodrigo Ortiz Vinholo

    Gostei! Acho interessante essas reflexões que misturam ficção científica. A busca implícita que de tão obsessiva não deixa clara que ela se referia a ela mesma de um modo inseparável. Ao mesmo tempo, o modo como Almeida parece predestinado a se tornar a figura da sua visão adiciona uma nova camada interessantíssima. Muito bom!

  42. Nelson
    22 de janeiro de 2025
    Avatar de Nelson

    Muito bom. A simples escolha de um personagem que está a refletir sobre a sua vida, sua perda, em um observatório, já é muito poética, muito bonita, por assim dizer. E então ocorre essa obsessão em descobrir o infinito que está desenhado nesse rosto de barba triste, no infinito do céu, e que acaba por se tornar o próprio observador. Ah, gostei demais.

  43. Rogério Germani
    22 de janeiro de 2025
    Avatar de Rogério Germani

    Nem sempre a zona de conforto irá nos confortar no final dos tempos. Cabe neste conto a reflexão sobre, de vez em quando, andar descalço sobre a grama em meio à tempestade pode salvar nossa sanidade.

    Boa sorte!

    Rogério Germani

  44. Marcelo
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de Marcelo

    Solidão e desesperança. Talvez ele tenha se tornado aquilo que já estava sendo. O final deixa algo em aberto à interpretação do leitor. Mais reflexivo do que impactante.

    Parabéns!

  45. Luis Guilherme Banzi Florido
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de Luis Guilherme Banzi Florido

    Bom dia/boa tarde/boa noite e um bom ano pra nós, amigo entrecontista. Bora começar um novo ano arrasando na escrita! Parabéns pela participação nesse primeiro desafio no ano,! Pra mim, escrever micro conto é um macro desafio kkkkkk. Bora pra sua avaliação, mas, por favor, não leve minhas palavras a sério demais, afinal, micro conto é algo muito fora da curva e é difícil até analisar. Pra ajudar, criei um micro sistema que espero que ajude a ser justo com todos os amigos. Bora lá!

    Micro resumo: homem passa por término e nunca (nem mesmo no futuro) consegue superar.

    Microsensações: um conto muito bem escrito e com uma ideia boa, mas achei que pecou um pouco na execução. Deixe-me explicar melhor: eu gostei da ideia, o cara toma um pé na bunda, tenta encontrar as respostas nas estrelas, mas o tempo passa e ele não sai do lugar. Envelhece amargurado e desesperançoso. As entrelas talvez tenham dado as respostas, ao mostrar seu próprio rosto no futuro. Mas ele não aproveitou a dica e acabou se tornando aquilo que podia ter evitado. Gostei de como tudo isso fica nas entrelinhas. MAs algo na forma como vocÊ passou do ato 2 pro ato 3 (se é que dá pra falar disso em um conto tão curto, mas enfim, a transição do meio pro fim), me pareceu falhar em algo, e o momento do clímax parece que se perdeu pra mim pois eu meio que deduzi o final por algum motivo e não senti o impacto final. De todo modo, é um conto bom, com uma boa ideia, mas que infelizmente pra mim falhou em algo ali no meio e quebrou o impacto final.

    Impacto:

    Micro

    Médio –> a boa história e a boa conclusão, como já falei, por algum motivo difícil de explicar não funcionaram pra mim, tirando o impacto final que podia ser muito maior. Acho que o problema é que já no meio fica muito explícito que o homem velho é ele mesmo. Se, de alguma forma, você tivesse camuflado isso melhor, acho que o impacto aumentaria.

    Macro

    Uso das pouquíssimas palavras permitidas: um bom uso, é uma história bem contada e que funciona bem no pouco espaço disponível.

    Conclusão de um leitor micro-capacitado a opinar sobre micro contos: olhei no microscópio e vi um homem barbado me olhando de volta. O problema é que eu peguei um spoiler, então quando vi o homem já pensei: nossa, que barba maneira vou ter no futuro!

    Parabéns e boa sorte no desafio!

  46. José Leonardo
    21 de janeiro de 2025
    Avatar de José Leonardo

    Olá, Carlos Sagão.

    Uma desesperança em loop, possivelmente, ainda que o final do microconto dê a impressão de um final aberto a várias interpretações. Para mim restou só a desesperança, a busca de um sentido que pode não existir ou, se existir, aniquilar o seu persecutor aos poucos. E no final, acabar à la Roberta Sparrow.

    Será que ter se tornado aquilo que buscava lhe proporcionou algum tipo de satisfação, ainda que mínimo, durante esses anos todos?

    Parabéns pelo texto e boa sorte neste desafio.

  47. Nilo
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de Nilo

    Bom conto. Escrito com maestria. Almeida tem um vislumbre do futuro (?) onde se vê sem se reconhecer?

    Já que o final foi explícito, acho que carecia melhor explicação. Ele tornou-se o que? Uma projeção do infinito? Valeu pela habilidade na escrita. Boa sorte.

  48. antoniosodre
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de Antonio Sodre

    Que texto interessante para um microconto. A ideia de autoprofecia bem marcada, as sentenças em ordem, com um ritmo bom ritmo. Desfecho ao mesmo tempo que esperado, acaba sendo surpreendente.

  49. geraldo trombin
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de geraldo trombin

    Pelo transcorrer da narrativa, deu logo para sacar que, de observador, o Almeida ia acabar assumindo o lugar do observado. Texto bem escrito. Parabéns e sorte no final.

  50. cyro fernandes
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de cyro fernandes

    O texto começa muito bem descrevendo a solidão de maneira brilhante.

    A busca por compreender o sinal pula rapidamente para o desfecho, deixando a sensação de ter faltado algo.

    Cyro Fernandes

    cyroef@gmail.com

  51. toniluismc
    20 de janeiro de 2025
    Avatar de toniluismc

    Esse conto pode ser interpretado sob diversos ângulos, por mais que o autor tenha se esforçado pra oferecer uma narrativa completa. Em um nível mais superficial, podemos considerar a questão da conexão humana. No entanto, a descoberta do sinal cósmico e a transformação de Almeida sugerem uma dimensão metafísica e existencial.

    Confesso que a ideia da conexão entre um homem solitário e uma figura desconhecida através do cosmos é algo bastante intrigante, porém a conclusão acabou ficou ficando um tanto abrupta, o que me deixou frustrado. De toda forma, entendo que seja a limitação do formato solicitado aqui. Obrigado e parabéns 😸

  52. Thales Soares
    19 de janeiro de 2025
    Avatar de Thales Soares

    Esse conto é o meu estilo!! Agora sim, li algo do tipo que me agrada. Temos aqui uma história de ficção científica, com uma viagem no tempo discreta.

    Tudo aqui é apresentado de forma bem sucinta, e a linha narrativa conduz o leitor com bastante maestria… e isso é impressionante, pois mesmo com tão poucos palavras, esse conto tem um começo, um meio e um fim, propõe um mistério, faz o seu suspense, e no final ainda dá a resposta!

    Começa com aquela situação bem cotidiana, para o conto se aproximar do leitor… Almeida acabou de se divorciar. Ele parece ser um astrônomo, aí ele fica durante dias observando as estrelas. Aí tem uma noite que ele capta uma imagem! Ele vê um véio fracassado, com a maior cara de otário. E só. Depois disso, o Almeida fica durante vários anos tentando entender aquilo, desejando encontrar aquele véio novamente. Mas nada.

    Até que um dia… ele se torna o véio trouxa…

    Achei divertido, apesar de simples! Este conto certamente estará na minha lista de favoritos.

Deixar mensagem para Nelson Cancelar resposta

Informação

Publicado às 19 de janeiro de 2025 por em Microcontos 2025 e marcado .