EntreContos

Detox Literário.

O Dia Em Que o Sítio Parou (Thales Soares)

Era tarde da noite quando uma luz estranha surgiu entre as estrelas, faiscando como se fosse um vaga-lume desnorteado. Dona Benta estava sentada em sua cadeira de balanço, tricotando calmamente, enquanto Tia Nastácia permanecia na varanda, resmungando baixinho sobre o tempo.

— Que céu esquisito! Mais parece que tá cheio de olhos espiando a gente. Ave Maria…

De repente, um zumbido grave e crescente ecoou pela noite, parecendo uma cigarra. A mulher deu um salto! A luz, que antes era só um pontinho distante, agora iluminava o quintal com a intensidade de um farol. Nastácia tentou correr, mas seus pés pareciam grudados no chão. Antes que pudesse gritar, foi envolvida por aquele brilho e… — pluft! — desapareceu!

Alguns minutos depois, ouviram-se passos pesados e desajeitados. Tia Nastácia surgiu cambaleando da escuridão, com o olhar vidrado e uma movimentação esquisita, como se suas articulações estivessem enferrujadas. Ela entrou na sala, onde Dona Benta continuava tricotando.

— Nastácia, que cara é essa? — perguntou a senhora, franzindo a testa. — Parece até que viu assombração!

A mulher deu um sorriso torto, com um olhar vago e um jeito desengonçado.

— Assom… assombração? Não, não! — disse ela, piscando os olhos com um pouco de atraso. — Que bobagem… Eu só… tava… pensando…

— Pensando em quê, criatura? Que jeitão mais esquisito!

— Pensando, sim… sobre umas… defesas, sabe? Tipo, se… se a senhora, assim, tivesse os planos de… defesa… do governo do Brasil… e do planeta inteiro?

Dona Benta arregalou os olhos e soltou uma gargalhada.

— Que ideia mais sem pé nem cabeça! Desde quando eu, uma velhota, ia ter os planos de defesa do governo do Brasil, Nastácia? Que conversa fiada é essa?

— É… claro! — respondeu a mulher, tentando manter o sorriso, mas ficando com a cara igual a uma máscara desfigurada. — Mas, se tivesse, por acaso… só de curiosidade… onde a senhora guardaria esses planos?

Dona Benta balançou a cabeça, achando tudo aquilo uma grande maluquice, mas achou graça no jeito atrapalhado de Nastácia e decidiu brincar.

— Ora, ora… se eu tivesse, estariam na minha gaveta de calcinhas. Afinal, quem pensaria em procurar uma coisa séria como essa entre as roupas íntimas de uma senhora?

Tia Nastácia assentiu, mas claramente não entendeu, piscando repetidamente enquanto tentava processar a resposta.

— Calcinhas… sim… muito inteligente! Muito espertas essas suas… táticas! — disse, como se tivesse descoberto um grande segredo.

***

“Senhoras e senhores, interrompemos esta transmissão para trazer uma notícia alarmante! Estranhas luzes foram avistadas no céu, descendo em direção à Terra como raios vindos do além. Temos confirmações de testemunhas que viram gigantescos objetos metálicos voadores surgindo através de portais misteriosos em várias partes do mundo. Parece inacreditável, mas cientistas de renome confirmam que tais objetos não são deste planeta!”

Narizinho acordou assustada, e prestou atenção no rádio.

“Esses objetos voadores, cilíndricos e reluzentes, estão emitindo um som estranho… algo como um zumbido, vibrante, como se algum tipo de energia desconhecida estivesse sendo liberada. Testemunhas descrevem figuras altas e magras emergindo desses cilindros, com olhos que brilham no escuro.”

A garota olhou aflita para Emília. O Visconde de Sabugosa ajeitou os óculos, tentando manter a compostura, mas sem conseguir esconder sua preocupação.

“Há rumores de que esses seres não estão aqui em missão de paz. Dizem que eles estão extraindo energia dos lugares por onde passam, deixando tudo estéril e desolado. Fontes próximas aos locais afetados relataram que… essas criaturas são perigosas e agressivas!”

O rádio emitia um chiado sinistro, e a voz do narrador voltava, mais grave e pausada.

“Essas criaturas… têm fome! E parece que seres humanos são seu prato favorito! Que Deus nos proteja!”

Emília deu um pulo e quase caiu da cadeira, agarrando-se a Narizinho com força.

— Seres humanos?! — disse, com os olhinhos de botão arregalados. — Esses bichos estão vindo pra comer a gente?!

— Não pode ser, deve ser um engano — disse o Visconde, tentando se acalmar. — Certamente, seres de outro planeta teriam intenções mais científicas. Talvez estejam aqui para explorar e fazer trocas, como os europeus na época das Grandes Navegações!

— Pense bem, Visconde! — exclamou a boneca. — A vaca come a grama… a gente come a vaca… e agora esses alienígenas vêm aqui para… para comer a gente! Tudo não passa de um grande come-come!

— Mas por que esses bichos esquisitos decidiram que a gente é o lanche deles? — indagou Narizinho, desacorçoada. — Ai, que desgraça!

Em seguida, ela e Emília procuraram por Pedrinho para pedir sua opinião sobre o assunto. Mas o garoto estava muito ocupado participando de um campeonato de peidos debaixo do cobertor junto com Rabicó. Emília, ao ver a cena, fez uma expressão de repugnância.

— Às vezes eu me esqueço do quão nojentos os meninos podem ser — disse ela. — Não dá para contar com eles em situações sérias como esta.

— O que faremos, Emília? — perguntou Narizinho. — Por acaso você tem algum plano?

A boneca, que sempre tinha um brilho audacioso nos olhos quando ouvia a palavra “plano”, ergueu o dedinho no ar e disse:

— Um plano? É, pode apostar que sim!

***

Narizinho caminhava pelo terreiro do sítio, observando a cena mais estranha e inacreditável que se possa imaginar! Criaturas de todos os tipos e tamanhos estavam reunidas, algumas cochichando, outras ajeitando suas armas improvisadas — pedaços de pau, pedras brilhantes, até galhos e ossos. Mas o que mais lhe chamou a atenção foi a presença da Cuca, com seu rosto de jacaré e capa esvoaçante, parada ali, ao lado de Emília, como se fossem amigas de longa data. Aquilo era demais para sua cabecinha.

— Cuca?! — gaguejou a menina, segurando a boneca pelo braço. — O que essa bruxa está fazendo aqui? Desde quando estamos do mesmo lado?

Emília, sem nem olhar para a amiga, continuou gritando com sua vozinha aguda:

— Próximo! — e, voltando-se para Narizinho, respondeu: — É o que dizem: tempos desesperados exigem medidas desesperadas! Vamos precisar de toda a ajuda que conseguirmos para darmos uma lição nesses ETs atrevidos!

— Mas a Cuca sempre foi nossa inimiga! Ela aprontou mil e uma com a gente, e agora você acha que ela vai lutar do nosso lado?

— Enquanto os alienígenas forem uma ameaça maior, estamos todos no mesmo barco! Ou no mesmo galho, ou no mesmo… ah, você entendeu! Agora, se me permite: próximo!

Um vulto rápido pulou para frente, fazendo um redemoinho de folhas secas. Era um homem de gorro vermelho, girando em uma perna só, com um sorriso largo e travesso.

— Saci Pererê, ao seu dispor! — disse, tirando o gorro e fazendo uma mesura exagerada.

— Saci, você será perfeito pra sabotagens! — exclamou a boneca, batendo palmas. — Sua missão será bagunçar as máquinas dos alienígenas. Quebre as engrenagens, mexa nos fios, faça o que você faz de melhor!

— Pode deixar! Por você eu até ando de patinete! — respondeu o Saci, dando uma piscadela e saindo com um giro no ar.

— Próximo! — gritou Emília, com um ar militar.

A próxima criatura a se aproximar tinha cabelo de fogo e pés virados para trás.

— Curupira, protetor das florestas — disse com um tom sério, cruzando os braços.

— Humm, você vai ser o chefe de defesa das matas! Vamos colocar umas armadilhas por aí. Que tal?

Curupira assentiu com uma expressão solene.

— Esses alienígenas não vão dar um passo na minha floresta sem perder o rumo. Pode contar comigo!

Narizinho, ainda confusa, observava tudo aquilo sem saber se ria ou se chorava.

— Emília, você realmente acha que um monte de criaturas de folclore vai dar conta de uma invasão alienígena?

— Narizinho, minha querida, não precisa se preocupar. Esses alienígenas podem ser muito avançados, mas eles não conhecem o poder do Faz-De-Conta. Então, sem mais perguntas. Próximo!

Um homem barrigudo e de meia-idade se apresentou. Tinha olhos penetrantes e uma barba por fazer. Quando Emília o encarou, perguntou com uma sobrancelha levantada:

— Quais são os seus poderes, exatamente?

O homem coçou a cabeça e deu um sorriso torto.

— Bom, dona boneca de pano, nos dias normais, sou só um caboclo. Mas na lua cheia eu ganho um aspecto… feroz. Sacou?

Emília bateu palmas, entusiasmada.

— Perfeito! Vamos usar você para assustar os invasores à noite! Nada como um bom uivo de lobisomem pra fazer qualquer ET se borrar todinho! Você vai ficar no setor de intimidação.

Narizinho balançava a cabeça.

— Emília, você não acha que está exagerando?

— Exagerando, eu?! — protestou a boneca, perdendo a paciência. — O futuro do planeta depende de mim! Se os humanos não têm coragem de lutar, então o folclore vai dar um jeito! Agora me deixe trabalhar. Próximo!

Um brilho verde atravessou o ar e uma cobra de fogo deslizou até ela, com o corpo ondulando e olhos que pareciam brilhar como chamas.

— Boitatá, ao seu dispor, senhorita — sibilou a criatura, com um tom respeitoso.

— Ah, Boitatá, você vai ser nosso especialista em destruição! Quero que você derreta qualquer arma alienígena que encontrar. Use suas chamas e queime tudo!

O Boitatá concordou, com um semblante maléfico.

— Isso parece mais um circo do que uma resistência — murmurou Narizinho.

Mas Emília era teimosa como uma mula. E assim, continuou o recrutamento, esfregando as mãozinhas enquanto dizia:

— Esses ETs vão se arrepender de ter nos colocado no cardápio!

***

Rabicó comia tranquilamente sua abóbora, de olhos fechados de satisfação enquanto mastigava cada pedacinho, até que uma estranha luz brilhou à sua frente, fazendo o ar vibrar. Um portal se abriu ali mesmo, e dele surgiu uma criatura alta, de pele acinzentada e olhos enormes que brilhavam no escuro. Tentáculos metálicos se agitavam ao redor do alienígena, prontos para agarrar qualquer coisa que cruzasse seu caminho.

Tremendo dos cascos à ponta do rabo, Rabicó deixou a abóbora cair e, em pânico, ficou de joelhos, “porquinhando-se” diante daquele temível invasor.

— Por favor, por favor! — guinchou, juntando as patinhas em um gesto de súplica. — Não me coma! Eu não sou nada nutritivo. Mas posso ser muito útil, sabe?

O alienígena, aparentemente confuso, inclinou a cabeça, emitindo um zumbido que ecoou como se estivesse analisando o porco. Rabicó, em seu desespero, tomou aquilo como um sinal para continuar.

— Escute, grande e poderoso ser de outro mundo. Eu conheço todos os planos do Sítio! Sei de toda a estratégia de Emília e conheço seus esconderijos. Sei até das armadilhas que o Curupira preparou! Posso contar tudo, tim-tim por tim-tim! Basta me deixar vivo.

Os olhos do alienígena brilharam de forma intensa, como se estivesse compreendendo a proposta. O porco, vendo ali uma oportunidade, continuou com mais ousadia:

— Mas não precisa me tratar como um simples subordinado, sabe? Afinal, eu já sou o Marquês de Rabicó por essas bandas. E nessa nova ordem mundial que vocês vão criar — ele pausou, com uma risadinha nervosa —, eu poderia ser o “Duque de Rabicó”! Ah, sim! Duque soa mais imponente do que marquês, não acha?

O alienígena emitiu um ruído baixo, que o porco interpretou como aprovação.

— Muito bem, senhor! Duque de Rabicó, ao seu dispor! — guinchou, satisfeito, já se imaginando desfilando com um traje digno de um nobre, sendo tratado com toda a pompa que, em sua opinião, ele tanto merecia.

***

Narizinho entrou na sala, e a cena que encontrou a deixou novamente perplexa. Emília estava sentada no meio do tapete, com o rosto quase colado a um pedaço de papel, onde rabiscava furiosamente com uma pena. A cada palavra que escrevia, murmurava algo para si mesma, como uma cientista louca em pleno experimento.

No canto da sala, Tia Nastácia estava amarrada a uma cadeira, como se fosse uma refém. Suas mãos e pés estavam bem presos com cordas, e ela tinha um olhar de confusão e irritação. À sua frente, o Visconde de Sabugosa fazia anotações minuciosas em seu caderninho, observando cada reação dela.

— Mas o que é isso? — perguntou Narizinho, indignada. — Por que Tia Nastácia está presa como se fosse um bicho?

Emília levantou os olhos por um segundo, como se a garota fosse uma distração irritante, e respondeu com um tom impaciente.

— Ah, não enche, Narizinho! O Visconde está estudando ela.

— Estudando? Mas estudar o quê, pelo amor de Deus? É a Tia Nastácia! O que ele acha que vai descobrir?

Visconde respondeu com sua voz acadêmica:

— Minha cara, estou observando os efeitos de uma possível influência externa. Há evidências irrefutáveis de que Tia Nastácia está sob controle alienígena, e, como cientista, é meu dever documentar qualquer anomalia comportamental. Inclusive, já descobri que ela está emitindo um tipo muito peculiar de radiação… algo que nunca vi antes.

Narizinho cruzou os braços, bufando.

— Que absurdo! Tia Nastácia não é nenhum rato de laboratório! — protestou, olhando para a tia, que murmurava entre dentes algo como “Ai, se eu saio daqui… vou ensinar a esses dois mocorongos uma lição que nunca vão esquecer!”

Só então a menina reparou no estado de Emília: olhos arregalados, cabelos desgrenhados e a língua de fora enquanto continuava rabiscando algo no papel. Parecia uma doida varrida.

— Emília… o que está escrevendo aí? Parece que perdeu o juízo!

— Estou resumindo tudo o que precisamos numa única frase. É uma mensagem que, quando lida pelo adversário, vai expulsar esses alienígenas do nosso planeta e derrotá-los de uma vez por todas!

Narizinho piscou, confusa.

— Quanta asneira! — disse, inconformada. — Uma frase? Você acha que vai derrotar os alienígenas com… palavras?

A boneca estufou o peito, com ar de superioridade.

— Exatamente! É uma frase poderosa! Quando eu a completar, este bilhete vai ser o nosso golpe final.

Nesse momento, Rabicó entrou na sala, caminhando com uma expressão metida e pomposa. Os olhos semicerrados de curiosidade mostravam que tinha escutado a conversa enquanto espiava pela porta. E agora se aproximava devagar, tentando parecer casual.

— Ei, Emília — disse, com um sorrisinho. — Será que eu poderia dar uma olhadinha nesse… bilhete? Apenas para… ahn… para corrigir possíveis erros gramaticais, entende? Não podemos correr o risco de que um erro de ortografia comprometa… ahn… nossa estratégia.

Emília deu uma risadinha debochada e virou-se para ele com um olhar de desdém.

— Rabicó, você corrigir algo? Ora essa, não me faça rir! Se tem alguém aqui que não entende nada de estratégia, muito menos de gramática, é você. Agora vai ver se eu estou na esquina, que eu tenho que terminar meu plano para salvar o mundo!

O porco engoliu em seco, sentindo o orgulho ferido. Mas antes que pudesse retrucar, Narizinho tomou a dianteira:

— Emília, se você acha que vai derrotar os alienígenas com um bilhete, então por que reuniu o exército de criaturas folclóricas?

— Você não entende nada de guerras, né? A batalha entre criaturas folclóricas e alienígenas vai ser por puro entretenimento. Afinal, que graça teria uma guerra se não tivesse batalha alguma? Sem falar que eu sempre quis montar na Mula Sem Cabeça.

Narizinho revirou os olhos.

— Mas o que vai brecar a invasão — continuou a boneca — é este bilhete, que eu acabei de terminar!

***

Rabicó havia passado direitinho a informação para os invasores: a verdadeira arma secreta de Emília não era o exército formado pelo folclore brasileiro, mas sim aquele bilhete misterioso escrito por ela. Assim, os alienígenas, com suas tecnologias avançadas e mentes de calculadoras, começaram a concentrar todos os seus esforços em prever qual poderia ser o conteúdo do tal bilhete.

Enquanto eles desperdiçavam tempo e esforços quebrando a cabeça para tentar decifrá-lo, o exército folclórico avançava cada vez mais, destruindo e esmagando as forças extraterrestres. O Boitatá queimava tudo o que via pela frente com suas chamas; a Cuca lançava feitiços, deixando os alienígenas completamente desnorteados; o Saci andava de patinete, feito um louco; e o homem de meia-idade gritava, jurando que na Lua cheia viraria um poderoso lobisomem.

Com os cabelos coloridos esvoaçando ao vento, Emília surgiu imponente, montada na Mula Sem Cabeça, como uma verdadeira líder guerreira. Ao seu lado, Narizinho e Pedrinho vinham montados em javalis, guiados pelo Caipora.

Quando avistou o rei dos alienígenas, a boneca cavalgou em sua direção, segurando o bilhete entre os dedos como se fosse a arma mais poderosa da Terra. O rei, já encurralado e sem saída, estendeu um tentáculo para pegá-lo — afinal, ele era o destinatário. Ativou seu aparelho tradutor, não conseguindo deixar de sentir medo, enquanto sua tropa observava, num clima de suspense e tensão.

Abriu o bilhete com cuidado, como se ali se ocultasse o maior segredo do universo. Quando o conteúdo finalmente apareceu no visor do aparelho tradutor, ele leu, atônito:

“Quem escreveu isso saiu correndo.

Beijinho no ombro de quem tá lendo.”

Todos ficaram no mais absoluto silêncio. Narizinho e Pedrinho trocaram olhares, segurando o riso. O rei dos alienígenas olhou para Emília, decepcionado, e um de seus tentáculos caiu ao lado do corpo, como se ele tivesse perdido toda a energia e a vontade de lutar.

— Enganei o bobo, na casca do ovo! — disse a boneca, caindo de rir. — Eu sabia desde o início que o Rabicó era um traidor. Além de pouco confiável, o Visconde percebeu que ele tinha uma radiação parecida com a de Tia Nastácia.

— Desculpa aí, gente — disse o porco, todo sem jeito. — É que eu… ahn… estava sob efeito de hipnose alienígena, sabe?

— Pedrinho, faça as honras — ordenou a boneca, apontando com a cabeça para Rabicó.

— Nem precisa pedir duas vezes — respondeu o menino, aplicando um chutão caprichado no traseiro daquele porco traidor.

Com o rei derrotado, as tropas extraterrestres ao redor do mundo começaram a recuar, fugindo por diversos portais no céu. Emília, descendo da Mula Sem Cabeça, dava pulinhos de alegria enquanto todos ao seu redor comemoravam.

De repente, ouviu-se o estrondo de uma voz que dizia:

— Narizinho, Pedrinho, vovó tá chamando!

Era Tia Nastácia. A turminha correu de volta para casa e quando chegaram foram surpreendidos por uma deliciosa cocada preparada com carinho pela Dona Benta.

— Emília — disse Narizinho, enquanto se servia —, ainda não acredito que você derrotou o rei dos alienígenas. Você é mesmo uma danada!

— Foi tudo graças ao poder do Faz-de-Conta. Não há nada que a gente não consiga quando usamos esse truque.

— Pessoal — interrompeu Pedrinho —, vocês repararam que Tia Nastácia ainda está agindo de forma estranha?

— Apenas faça de conta que ela voltou ao normal, e vamos comer cocada! — disse Emília, encerrando o assunto.

Sobre Fabio Baptista

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25 comentários em “O Dia Em Que o Sítio Parou (Thales Soares)

  1. Victor Viegas
    14 de dezembro de 2024
    Avatar de Victor Viegas

    Olá, Lúcia!

    Finalmente um conto com humor rs. Estava faltando algo assim nesse desafio. A escrita se apresenta de forma bastante cômica e criativa, com elementos fantásticos e personagens do folclore brasileiro. A mistura de elementos lúdicos com situações inusitadas, como a invasão alienígena e a participação das figuras mitológicas, é uma estratégia muito inteligente. Um ponto alto é a interação entre os personagens, especialmente a maneira como as personalidades distintas se complementam. Tenho quase certeza que a escrita é de um escritor experiente. Adorei o ritmo fluido do texto, que mistura a comicidade com um climinha de tensão, acabou criando momentos divertidos de forma inesperada rs. Um exemplo disso é o trecho em que a Tia Nastácia, após ser envolvida por uma estranha luz, volta com um comportamento completamente diferente. Ela tenta enganar Dona Benta com uma conversa absurda sobre “planos de defesa” do Brasil. A escrita capta perfeitamente o espírito daquelas conversas casuais típicas do interior do Brasil. Você também explora muito bem o contraste entre o real e o surreal, como na reação dos outros personagens à ameaça alienígena. 

    Outro ponto interessante é o tratamento dos personagens folclóricos, como o Saci Pererê, Curupira e Cuca. Eles não são simplesmente recursos mitológicos, mas elementos vivos que interagem com a narrativa e os outros personagens de maneira muito interessante. Emília se vê à frente de uma resistência improvável, composta por essas criaturas. A fala de Emília: “Esses alienígenas podem ser muito avançados, mas eles não conhecem o poder do Faz-De-Conta.”, é uma demonstração de como a autora utiliza o “faz-de-conta” para inserir humor e também uma camada de magia na história. É uma leitura incrível para passar o tempo. Parabéns! recomendo bastante. De modo geral, você escreve bem. Gostaria muito de ler outros textos seus. Desejo tudo de bom e boa sorte no concurso!

  2. Pedro Paulo
    14 de dezembro de 2024
    Avatar de Pedro Paulo

    COMENTÁRIO: “Se os humanos não têm coragem de lutar, então o folclore vai dar um jeito!”. Esse trecho me conquistou em absoluto, ainda mais com cada uma das figuras que foi compondo o que depois seria designado como “exército folclórico”, movido pelo poder do “Faz-de-Conta”, em letras maiúsculas. Brilhante! Meu coração aqueceu durante a leitura, fui logo transportado à minha infância, quando acompanhava episódio a episódio da série da Globo. Adorei as caracterizações de cada personagem, Sabugosa e Emília abrilhantam o texto, mas mesmo os personagens de menor participação no conto ainda parecem fiéis às suas versões originais, além das várias figuras folclóricas que aparecem. A escrita é bem comedida, equilibrando a ameaça alienígena com um bom-humor jovial que permeia todas as interações do texto, fazendo uma delícia ler, querendo mesmo que mais aventuras do Sítio fossem escritas pela autoria. Minha única crítica é que o conto remete ao sentimento de nostalgia de quem lê, operando a abordagem temática de forma metalinguística a partir dos leitores, mas não como um motor do desenvolvimento do enredo, ao que atribuirei desconto de pontuação. Mesmo assim, texto magnífico!

    P.S.: Seu conto me remeteu a dois desafios: teria sido um grande candidato ao desafio “Fanfic” e, no desafio “Amazônia” escrevi um dos contos de que mais me orgulho, em que figuras do folclore se reúnem para determinar uma defesa à invasão humana da floresta.

  3. Mariana
    14 de dezembro de 2024
    Avatar de Mariana

    História – admito que eu pensei que ia sair um horror cósmico, com criaturas tomando o sítio. Mas Lucia manteve-se no tradicional e foi original, já que escreveu o único conto de literatura infantil do desafio. Acredito que a nostalgia seja pelo sítio, o que toca no tema indiretamente 3/4

    Escrita – A técnica fez a história soar como uma fofura. Fluída e bonitinha sem ser piegas. 4,5/5

    Imagem e título – adequados 1/1

  4. André Lima
    14 de dezembro de 2024
    Avatar de André Lima

    Eu gostei do conto. É uma boa fábula infantil.

    É também, convenhamos, uma boa gambiarra para se encaixar no tema! kkk

    Mas deixando de lado, achei um resultado muito satisfatório. Há aqui todos os elementos que são necessários para uma boa história infantil. A suspensão de descrença é flexível nesse universo das crianças, deixando o trabalho do autor mais fácil…

    … porém ao mesmo tempo mais difícil. Como se destacar das outras diversas histórias infantis com “pegada” parecida? Bom, aqui há uma premissa bem original, até. Uma invasão alienígena numa história de Monteiro Lobato. Mas na execução, em si, não consegui encontrar na que destacasse a história.

    Os diálogos às vezes são expositivos demais, até mesmo para um conto infantil. A resolução é simples, insossa. Senti falta de algo mais bem elaborado, uma trama que tivesse uma construção um pouco melhor e que nos levasse a um final mais impactante.

    O conto é bem escrito e, de certo modo, bem executado. Mas não há nada que realmente nos surpreenda. É um bom trabalho e um bom entretenimento, no fim das contas.

  5. leandrobarreiros
    14 de dezembro de 2024
    Avatar de leandrobarreiros

    Achei fantástica a ideia de abordar a nostalgia não através dos personagens, mas do próprio leitor. O único problema da estratégia é caso o leitor não seja lá um grande conhecedor dos livros e do seriado do sítio do pica pau amarelo. Como eu.

    Lembro de algumas poucas coisas, como a Emília, o Visconde e a Cuca. O resto é uma grande mistureba da qual eu mal reconheço as personalidades. Ainda assim, gostei da história. Mas sinto que teria curtido muito mais se tivesse uma sintonia maior com os personagens.

    Eu acho que o autor fez um brom trabalho com uma linha mais infanto juvenil. As piadas não ficaram agressivas e a moral da história parece condizente com o que eu acho que seria o sítio do pica pau amarelo.

    É óbvio que a solução, em si, não faz muito sentido de um ponto de vista frio, mas é condizente com o que se espera de uma história infanto-juvenil, ou infantil.

    É um trabalho sólido. Não está entre os meus favoritos, mas tem bastante mérito.

  6. Fabiano Dexter
    12 de dezembro de 2024
    Avatar de Fabiano Dexter

    Eu vou dizer que tenho até dificuldade de falar algo em relação a esse conto por dois motivos principais: o primeiro é que não vi onde o tema do desafio se encaixa nele e o segundo é que eu achei ele Excelente!!!

    Uma história do Sítio do Pica Pau Amarelo não era algo que eu esperava ver nesse desafio e me surpreendeu positivamente.

    A ideia da força do faz-de-conta, os personagens com suas características, talvez causem uma Nostalgia em quem cresceu lendo esses personagens, como é o meu caso, mas não sei se vale como tema.

    De todo modo temos um conto mais longo onde não temos nem uma linha para pensar ou respirar e o conto já acabou. Fácil de ler, dinâmico e criativo. Parabéns!

  7. Givago Thimoti
    12 de dezembro de 2024
    Avatar de Givago Thimoti

    O Dia em que o Sítio Parou – (Lúcia Encerrabodes)  

    Resumo + Comentários gerais:

    “O Dia em que o Sítio Parou” é uma fanfic, que tenta recriar o universo do Sítio do Pica Pau Amarelo, num encontro com alienígenas que invadem a Terra para tomar o planeta.

    A abordagem do tema foi uma tentativa válida. Plantar a semente da nostalgia no coração do leitor. Infelizmente, não deu certo. A semente não germinou. O foco, para mim, não estava no humor e sim no lúdico.

    Frase/Trecho de impacto:

    — Saci, você será perfeito pra sabotagens! — exclamou a boneca, batendo palmas. — Sua missão será bagunçar as máquinas dos alienígenas. Quebre as engrenagens, mexa nos fios, faça o que você faz de melhor!

    — Pode deixar! Por você eu até ando de patinete! — respondeu o Saci, dando uma piscadela e saindo com um giro no ar.

    Adequação ao tema (0 a 3) – Avalio se o conto aborda o tema proposto de forma coerente, aprofundada e relevante para o Desafio: 2

    Particularmente, eu achei pouco adequado ao tema. A forma como o tema nostalgia é abordado dentro do conto foi uma aposta ousada e não tão bem executada, pelo menos para mim. A intenção do autor, pelo menos para mim, pareceu ser despertar no leitor a nostalgia. Em mim, por outro lado, não teve esse efeito. Esse é o preço da aposta.

    Como eu consegui perceber, por fim, eu acho que o mais justo seria dar o 2.

    Construção de Mundo e personagens (0 a 2) – Avalio a profundidade dos personagens e a ambientação, incluindo o cenário e como tudo interage para fortalecer a narrativa: 1

    Bom, nesse aspecto, eu acho que o conto fanfic falhou um pouco com a história criada pelo Monteiro Lobato e consagrada posteriormente por meio dos seriados da Globo. Ao mesmo tempo que a Emília está bem fiel, penso que alguns outros personagens, como por exemplo Pedrinho, Rabicó, Cuca… não estão fieis. Quero dizer, Pedrinho preferia ficar peidando do que participar da organização da resistência? Ele não ficaria matutando com o Saci Pererê (sim, um Saci obediente inclusive)? E Cuca, nem mesmo tentou provocar Emília durante a organização? E Rabicó é o traíra, logo com a Cuca na história???

    Pelo menos para mim, creio que para além dessa falta de fidelidade aos personagens, também faltou construiu melhor a história. No sentido de desenvolver melhor, debruçar melhor tanto sobre o universo do Pica Pau Amarelo quanto do folclore brasileiro. Acho que são tantos personagens, tantas aparições, que elas ficaram bem mais a título de citação do que de construção propriamente dita.

    Por fim, também preciso destacar que a história está com um desfecho xoxo. Bem ruinzin… Mas eu volto nesse assunto no impacto emocional.

    Uso da linguagem (0 a 2) – Avalio a qualidade da escrita, incluindo o estilo, clareza, gramática e fluidez dos diálogos:  1,5

    A linguagem está boa. É simples, típica de um conto infantil (Que foi o gênero que mais encaixa com as múltiplas caixinhas dos gêneros literários). Como um fã de uma escrita mais regionalista, penso que poderia teria sido utilizada, encaixando melhor.

    No mais, acho que o conto teve alguns errinhos de revisão pequenos e repetições de palavras.

    Acho que 1,5 está de bom tamanho.

    Estrutura Narrativa (0 a 1,5) – Examino o fluxo do enredo, a clareza da introdução, desenvolvimento e conclusão, e se o ritmo é adequado: 1,5

    Creio que não há nenhum problema na história. Está clara a narrativa, simples como deve ser um conto infantil.

    Impacto Emocional (0 a 1,5) – O quanto a história conseguiu me envolver emocionalmente, provocar reflexão ou cativar: 0

    Eu não gostei do conto. Claro, tem um quê de infantil, então precisa ter um certo de jogo de cintura. Mas infelizmente, achei chato/enfadonho. Achei pouco criativo. Achei sem graça e um tanto insosso. O que é péssimo/frustrante, especialmente quando levamos em conta os lúdicos universos que esse conto esbarra; Sítio do Pica Pau Amarelo e o Folclore Brasileiro.

    O foco do conto pareceu focar demais no humor (o que pode ter sido a tentativa do autor/ da autora de apostar no seu ponto forte enquanto escritor[a]) e na irreverência de Emília, transformando-o num texto leve. E creio que a grande joia não lapidada do conto estava no universo lúdico, aquele que nos encanta e nos faz imaginar.

    E aí, com o enfoque no humor, a história perde total o seu encanto. Com o desfecho do bilhete da Emília, seu jeito de enfrentar a invasão alienígena, foi difícil não revirar os olhos e pensar “que constrangedor!”. Eu até imaginei e fiquei pensando “será que quando criança eu ia gostar disso?”.

    A resposta? Definitivamente não

    NOTA FINAL: 6

  8. Felipe Lomar
    12 de dezembro de 2024
    Avatar de Felipe Lomar

    olá

    bem, o texto até que tá bem escrito, parece algo que sairia mesmo do Monteiro Lobato. Quase uma fanfic. Mas assim… onde está o tema??? A nostalgia é o Sítio do pica-pau amarelo? Os portais dos alienígenas são uma parte muito pequena da história para ser temática. Então, não sei. Para mim está fora do tema

    Boa sorte

  9. claudiaangst
    11 de dezembro de 2024
    Avatar de claudiaangst

    Olá, autor(a), tudo bem?

    Neste desafio, usarei o sistema ◊ TÁ DITO ◊ para avaliação de cada conto.

    Título = O Dia Em Que o Sítio Parou – Não me lembro em que dia pararam de passar na TV O Sítio do Pica-pau Amarelo…

    Adequação ao Tema = Tema proposto abordado de forma muito sutil, eu diria que é um conto que desperta a nostalgia em alguns leitores, mas não em todos. No final, há menção a portais no universo, algo assim.

    Desenvolvimento = Há mescla de FC, humor, talvez fantasia, já não sei, no desenvolvimento da trama. Tia Nastácia me fez pensar em um zumbi. Ou foi abduzida e substituída por um clone radiativo? A narração é bem construída, com criatividade, elencando boa parte dos personagens do nosso folclore.

    Índice de Coerência = Dentro da situação inusitada criada, não encontrei elementos que atrapalhem o entendimento ou coerência do texto.

    Técnica e Revisão = Linguagem clara, sem rebuscamentos desnecessários, mas fazendo bom uso das palavras, com vocabulário satisfatório.

    Não sei se me distrai demais com as aventuras do pessoal do Sítio, mas não encontrei falhas no quesito revisão.

    O que ficou = Saudade do tempo que via Sítio do Pica-pau Amarelo na TV e gostava! Hoje já não tem o mesmo apelo para as crianças. Tudo mudou.

    Parabéns pela participação e boa sorte!

  10. Priscila Pereira
    11 de dezembro de 2024
    Avatar de Priscila Pereira

    Olá, Autor! Tudo bem?

    Primeiro tenho que dizer que seu conto está muito bem escrito, gostoso de ler, divertido, cheio de tiradas ótimas, muito imaginativo.

    Mas… Não vi nostalgia. É claro que isso é culpa minha, não sua. Eu não li nenhum dos livros do Monteiro Lobato, acredita?? Quando era criança era avessa à literatura nacional 🤷🏻‍♀️

    Não assistia também ao seriado, acho que não é uma história que me chame a atenção… Então não senti nostalgia no conto, mas entendo que a maioria vai sentir, e de qualquer forma não estou tirando pontos pelo tema.

    Achei o conto perfeito para o público infantil, está bem leve, criativo e cheio de imaginação. As figuras folclóricas foram bem utilizadas e o perfil dos personagens está muito bem delineado.

    Gostei do conto!

    Parabéns e boa sorte no desafio!

    Até mais!

  11. Jorge Santos
    9 de dezembro de 2024
    Avatar de Jorge Santos

    Olá, menina Encerrabodes. Embora seja português, seguia a série do Sítio do Picapau Amarelo e foi com alguma nostalgia que li o seu conto. É curioso que a ligação ao tema Nostalgia resulte do sentimento que provoca no leitor, porque não se encontra em mais lado nenhum no texto, que é simples e fluído. Por outro lado, tem alguma semelhança com o Geraldine do desafio anterior, que versa sobre uma invasão extraterrestre num meio rural. A diferença é que no Geraldine somos invadidos por um extraterrestre que é um porco, e neste texto somos invadidos por um povo extraterrestre liderado por um burro. Terá sido escrito pela mesma pessoa? Vamos ver.

    Em conclusão: foi bom retornar a este universo, embora esperasse uma conclusão menos simplista.

  12. Mauro Dillmann
    8 de dezembro de 2024
    Avatar de Mauro Dillmann

    Ficção dentro da ficção, além de utilizar de personagens e elementos de Monteiro Lobato. Logo, quem escreveu já leu as histórias do autor ou já assistiu ao “Sítio do Pica Pau Amarelo”. O conto, então, carrega algo de teatral, diversas cenas e diálogos dinâmicos.

    Um texto muito bem escrito. E longo. Algumas passagens do diálogo entre Narizinho e Emília são repetitivas, ou excessivas.

    O conto é uma brincadeira de criança. Tem humor.

    Parabéns!

  13. Elisa Ribeiro
    8 de dezembro de 2024
    Avatar de Elisa Ribeiro

    Adorei seu conto-homenagem ao Sítio do Pica Pau Amarelo. Ganhou meu ponto de me surpreendeu. O texto está muito divertido, criativo e bem escrito. Só acho que o tema ficou um pouquinho forçado: o portal só aparece para cumprir tabela. Para mim é um texto com apelo ao infanto que existe em nós, que funcionou muito bem na minha leitura.

  14. danielreis1973
    7 de dezembro de 2024
    Avatar de danielreis1973

    O Dia Em Que o Sítio Parou (Lúcia Encerrabodes)

    Prezado(a) autor(a):

    Para este certame, como os temas são bastante díspares, dificultando quaisquer comparações, vou concentrar mais minha avaliação em três aspectos, e restritos à MINHA PERCEPÇÃO durante a leitura: a) premissa; b) técnica; c) efeito. Mais do que crítica ou elogio, espero que minha opinião, minhas sensações como leitor, possam ajudá-lo a aprimorar a sua escrita e incentivá-lo a continuar.
    Obrigado e boa sorte no desafio!

    DR

    A) PREMISSA: mistura de Guerra dos Mundos com a obra clássica de Monteiro Lobato, esse conto tem como mérito justamente o inesperado, tanto na premissa, quanto no desenvolvimento. A princípio, pelo título, eu esperava um Raul Seixas na parada… só que vieram alienígenas que tomam controle dos personagens, seres do folclore, planos mirabolantes, tudo a serviço de uma história que não tem em si o tema proposto da nostalgia, mas que é nostálgico, ao resgatar esses elementos que fizeram parte da lembrança de gerações.

    B) TÉCNICA: o conto parece improvisado, que o autor foi decidindo enquanto escrevia. Não tem nada de cerebral ou de entrelinhas, apenas um episódio do Sítio desenvolvido como fanfic.

    C) EFEITO: não me agradou, apesar de ter méritos da originalidade e surpresa. Também parece ter sido aproveitado para o desafio, com sua pouca conexão com os temas propostos para o desafio – e por isso sai prejudicado, pois não pode ser comparado aos demais que seguiram a proposta do certame. De qualquer forma, parabéns pela participação.

  15. Kelly Hatanaka
    2 de dezembro de 2024
    Avatar de Kelly Hatanaka

    Oi Lucia.

    Uma aventura no Sitio do Pica-pau Amarelo. A Nostalgia fica por conta das recordações do leitor que assistia ao Sítio quando criança. Agora, se o leitor nunca assistiu…

    Trata-se de uma história infantil, que emula o estilo dos personagens criados por Monteiro Lobato. O enredo é similar ao tipo de enredo dos episódios também.

    Na verdade, não tenho muito a dizer. Como gostava do Sitio, gostei da história. Mas senti falta de originalidade. Foi como ler uma fanfic. Divertido, mas não acrescentou muito.

    Outro problema é que, em matéria de literatura infantil, sou bem difícil de agradar. Com, isso, quero dizer que eu certamente não sou o público desta história.

    Minha pitada de achismo: um conto bonitinho.

    Gostei ou não gostei: gostei, mas não amei.

  16. JP Felix da Costa
    30 de novembro de 2024
    Avatar de JP Felix da Costa

    Embora estando do lado de cá do oceano, também fui ávido “cliente” do sítio do pica-pau amarelo, que passou na nossa TV. Tive de recuperar os personagens (quando, finalmente, percebi o que se estava a passar) para compreender a história. Avenges versão Faz-de-Conta brasileiro VS invasão Alien. Curti a história e conclui que este conto, que força as portas no seu enredo, ganha pela nostalgia que sente quem viu o sítio na televisão na sua infância, como eu. O meu preferido foi sempre o Saci. A história, em si, está bastante engraçada, e usa vários elementos típicos da FC, misturados com as características próprias dos personagens do sítio (do que me lembro). Depois de ler alguns contos desanimadores, este foi uma lufada de ar fresco. Gostei.

  17. Marco Saraiva
    29 de novembro de 2024
    Avatar de Marco Saraiva

    Não sei se algum dia cheguei a ler aqui, no Entre Contos, uma história infantil. Está certo que aqui o objetivo era resgatar a nostalgia no leitor por narrar uma história que permeou a infância da maioria dos leitores. Mas, ainda assim, o texto é muito interessante pelo estilo: a narrativa e a estrutura são inegavelmente infantis, mas eu me diverti lendo mesmo assim! A comédia está na medida certa, e é uma comédia inocente, nada apelativa, e que acredito que funcione tanto para crianças quanto para adultos!

    O conto está muito bem escrito. Será que você escreveu este script para o programa de TV do sítio do pica-pau amarelo e ele nunca foi aceito? rs rs rs

    Acho que a única coisa a reclamar aqui é o tema. Não estou tirando tantos pontos assim por que entendi a intenção do autor de abordar o tema nostalgia através de uma história sobre um livro (ou programa de TV) que remonta a infância do leitor. Porém, esta estratégia torna o conto bem nichado, focado no Entre Contos, esperando que o leitor entenda que o conto tem o tema “nostalgia” só por que o leitor se identifica com a história do Sítio. Ainda assim, acho um pouco forçação de barra.

    O conto não “fala sobre” nostalgia. Ele despertará a nostalgia em alguns, talvez, se estes alguns estiverem familiarizados com o Sítio. Por outro lado, houve outros contos neste desafio que, apesar de não abordarem o tema diretamente, possuem uma atmosfera e uma narrativa que evocam esta sensação de nostalgia de forma mais abrangente e eficiente.

    De certa forma, este conto foi quase uma aposta. Eu gostei da leitura, mas a questão de adequação ao tema é algo se levar em conta.

  18. Fabio Baptista
    27 de novembro de 2024
    Avatar de Fabio Baptista

    Por algum motivo, o sítio do pica pau amarelo nunca me atraiu, não devo ter assistido a um episódio inteiro sequer, então não senti a nostalgia do antigo seriado que certamente vai bater para quem acompanhava.

    Isso não seria problema se o conto funcionasse por si só, tendo as referências do sítio como um “plus”, personagens que conseguissem ter características próprias sem um conhecimento prévio da obra. Infelizmente isso não aconteceu, pelo menos não para mim.

    Sim, é possível identificar algumas características mais óbvias, mas isso não foi o suficiente para eu me afeiçoar a ninguém… talvez ao porquinho fia da puta, por nostalgia do desafio anterior.

    Outra coisa que me desagradou foi o “efeito Neil Gaiman”… sempre acabo citando isso nos desafios, mas é inevitável. Tipo, uma premissa boa e criativa é construída, e vão se adicionando mais elementos criativos e mais e mais… até que a criatividade perde a força, fica banal, porque tira o chão do leitor. O “tudo” do “tudo pode acontecer” vira tudo mesmo, fica muito amplo e, via de regra, quando a solução criativa chega para salvar o dia, ela e decepcionante. Foi o que ocorreu aqui com o bilhete.

    Como história infanto-juvenil e releitura de um clássico, cumpre o papel. Mas terminei a leitura com aquela sensação de “putz…”.

    MÉDIO

  19. Thata Pereira
    25 de novembro de 2024
    Avatar de Thata Pereira

    Tenho uma relação muito próxima com os personagens do Sítio do Pica pau Amarelo. Na 4ª Série conheci a biblioteca municipal da minha cidade e lá busquei e li toda a coleção dos livros do sítio. Isso me agradou e me incomodou em diversas partes do conto.

    Captei a essência da Emília, da Narizinho, da Anastácia, da Benta, do Visconde, do Rabicó… mas o Pedrinho do conto me decepcionou bastante. O Pedrinho dos livros é um menino aventureiro e caçador. Não tê-lo no plano ou como um personagem importante da batalha tirou um pouco os créditos do conto para mim. Da forma como ele apareceu, não faria falta se não tivesse aparecido, entende?

    Outra parte que me incomodou um pouco foi quando a Emília disse:

    “— Seres humanos?! — disse, com os olhinhos de botão arregalados. — Esses bichos estão vindo pra comer a gente?!”

    Emília não é um ser humano e ela sabe disso.

    Outro ponto foi que não achei o tema aqui. Nem nostalgia e nem porta. Não considero que um desenho da nossa infância se encaixe no tema nostalgia, porque me questiono: se eu não conhecesse o sítio do pica pau amarelo, se enquadraria?

    Adorei a criatividade, história e reviravolta. É uma história que seria facildade contada em um dos livros.

  20. Antonio Stegues Batista
    23 de novembro de 2024
    Avatar de Antonio Stegues Batista

    O conto usa os personagens de O Sitio do Pica Pau Amarelo, para contar uma história de humor sobre invasão alienígena.  Emília, Narizinho e todos os outros, inclusive Boitatá, Cuca, Saci, se reúnem para enfrentar os aliens. Tudo começou quando tia Nastácia é abduzida por uma nave alienígena e depois ela aparece sendo controlada pelos invasores para descobrir quais eram as defesas militares do Brasil. No final, um simples bilhete escrito por Emília, põe os aliens em fuga. A história está bem escrita, mas não consegui rir das situações que deveriam ser engraçadas, se é que houve essa intenção. Acho que faltou uma comicidade maior ou igual a do porco Geraldine do desafio passado. Faltou originalidade, algo diferente para se destacar como arte literária. Os personagens criados por outra pessoa, também não ajudaram na minha opinião, mas podemos considerar o conto uma fanfic, uma homenagem a Monteiro Lobato. Parabéns e boa sorte.

  21. Thiago Amaral Oliveira
    16 de novembro de 2024
    Avatar de Thiago Amaral Oliveira

    Oi Lúcia, tudo bem contigo?

    Gostei de mais do conto, está de parabéns!

    Está bem escrito e extremamente divertido. A leitura é leve, limpa. Dá a impressão que cada palavra está perfeitamente nos lugares certos. Seue bem a tradição das melhores histórias estilo Sítio ou Mágicco de Oz, mas com uma pegada pós-moderna. Mandou muito bem!

    O que eu mais gostei foi do trecho:

    “— Pense bem, Visconde! — exclamou a boneca. — A vaca come a grama… a gente come a vaca… e agora esses alienígenas vêm aqui para… para comer a gente! Tudo não passa de um grande come-come!”

    Esse tipo de conclusão lógica tão simples, mas que ao mesmo tempo faz sentido é algo que realmente poderia estar nas histórias do Monteiro Lobato!

    A única coisa que eu posso encontrar que não gostei (e tenho que ser um pouco chato pra isso, por que o texto tá bom) foram alguns elementos da história que parecem conveniência para que ela saia do jeito que a autoria quis.

    Por exemplo: a dona Benta não faz nada na história além de cocada? Ela não se alarma com as notícias dos ets, nem ao menos enxerga o clarão de luz do lado de fora da casa, que parece um farol? Não participa dos planos pra vencer os ets, sendo a mais sábia do pessoal ali? Onde ela tava? Cuidando da gaveta de calcinhas?

    E o Pedrinho, que também parece que não participa da guerra, fica só olhando? Acho que ele ia gostar de dar uns tiros de espingarda, nem que fosse de chumbinho. Você tentou dar uma desculpa que ele não participou dos planos porque tava numa competição de peidos, mas não foi convincente. O que parece é que há muitos personagens no sítio pra você cuidar, e não cabiam todos nos seus planos.

    Também não sei onde os ets estavam acampados, por que estavam acampados, e como o pessoal sabia que estavam lá. Por que os ets não atacaram com as naves, sei lá? Mas também, eles eram burros de acharem que guardariam planos de defesa do Brasil no sítio, né, então vai saber. De qualquer forma, só parece que tudo isso foi conveniente para que você tenha uma cena de guerra no final e tudo se resolva.

    Me alonguei na crítica, mas saiba que, mesmo que não pareça mais, está muito bom e esses detalhes não tiram o mérito da sua ótima escrita. Repito: está muito divertido.

    Parabéns e boa sorte no desafio!

    PS: a traição do Rabicó foi mesmo copiada da Liga Extraordinária? Deu um toque legal, realista e subversivo ao conto. Muito bom.

  22. Luis Guilherme Banzi Florido
    15 de novembro de 2024
    Avatar de Luis Guilherme Banzi Florido

    Bom dia, amigo(a) escritor(a) do(a) Encontrecontos, tudo bem?

    Primeiramente, parabéns por superar a nostalgia do desafio de trios e entrar no portal do novo certame! Boa sorte e bora pra sua avaliação:

    Tema escolhido: hmmm, acho que nostalgia, né?

    Abordagem do tema: 50%. Acredito que o tema seja nostalgia, pois não temos muitas portas nem portais como tema central, apesar de um portal aparecer para Rabicó. O problema é que acho que esse conto apostou que o leitor sentiria nostalgia, mas eu particularmente nunca fui muito chegado no sítio, então não senti nostalgia, e a nostalgia não é tema do conto, tampouco. Ainda assim, estou dando 50% pois entendo a ideia do autor.

    Comentários gerais: esse conto possui um grau de insanidade que eu gosto muito e que me deixou preso à leitura. Usar personagens pré-estabelecidos e coloca-los em um cenário totalmente diferente do original é uma otima ideia para um conto, pois, com os personagens já previamente construídos, você não precisa perder tempo trabalhando o desenvolvimento deles. Como falei antes, nunca fui muito ligado no sítio, mas ainda assim, como todo mundo, conheço o básico e entendo as personalidades dos personagens. Desse modo, foi muito divertido acompanhar personagens que eu já conhecia, mas que só havia visto em situações mais “normais” lidando com uma invasão alienígena. Esse conto lembra bastante Geraldine, do desafio passado, tanto no tom quanto em elementos da história, como o porco fia da puta e os aliens. No entanto, acho que não chega ao nível do Geraldine, que foi mais engraçado e divertido no geral.

    Claro que isso não é um defeito, só estou comentando. O conto todo entretém e é super gostoso de ler, muito bem escrito e fluido. O mistério sobre como a Emília vai vencer os aliens prende e me deixou pendurado nas palavras. O desfecho, no entanto, não é tão bom quanto o restante. A revelação no clímax (do conteudo do blhete) funciona e faz sentido com a personagem da Emília que conhecemos, mas depois disso senti que o conto perdeu um pouco a força e não conseguiu manter o nível para encerrar. Esse trecho final, para mim ao menos, é o ponto mais fraco do conto. Ainda assim, é trabalho muito bom, divertido e cativante. Parabéns!

    Sensação final: senti para assistir um episodio do sitio achando que seria como qualquer outro, mas nao sabia que o Hermes e Renato tinham assumido o roteiro desse episódio. Divertido!

  23. vlaferrari
    14 de novembro de 2024
    Avatar de vlaferrari

    Parou mesmo. Duas coisas muito interessantes aconteceram ao final da leitura. A primeira foi perceber que narrativas que se propõem a utilizar personagens de outros livros que tanto lemos e apreciamos, acabam por transcorrer/ler-se rapidamente, como um texto conhecido. Algo como: é difícil ler o volume 1, mas ali pela página 100, o texto dança em velocidade acelerada entre os olhos e a mente em compreensão. A segunda coisa que passou foi que, apesar do “beijinho no ombro” (grande sacada), ficou xôxo e parecendo mesmo ser um texto de Monteiro Lobato para crianças. Claro que as expectativas para um grande conto do EC podem funcionar de maneiras diferentes para esse ou aquele leitor. E quando digo xôxo, quero dizer que as expectativas eram grandes. E, após digerir o texto e começar a escrever o comentário, percebo que apesar disso, a intenção é válida, pois ficou um belo texto similar a um original de “Reinações de Narizinho”, por exemplo. Mas não é lá grandes coisas, na minha modesta opinião. Tem lá suas virtudes, claro. Não gostei também se sempre sobrar para a Tia Anastácia, na hora do vamos ver. Porque não o Rabicó abduzido e o Jabutigrama como lacaio dos ET’s? Sempre sobra para a cozinheira, a empregada, os lacaios. Politicamente incorreto isso. Mas, no geral, ficou na média. Boa sorte no certame, Encerrabodes.

  24. Gustavo Araujo
    13 de novembro de 2024
    Avatar de Gustavo Araujo

    O conto me fez lembrar do desafio fanfic, que fizemos aqui há alguns anos. Um sentimento nostálgico, devo dizer, rs Pelo que percebo, este conto busca nas memórias da infância em geral a inspiração para contar uma história que soe ao mesmo tempo criativa e tradicional. Quer dizer, usa um universo e personagens que habitam a memória coletiva brasileira em um contexto diferente de tudo o que se viu nos livros ou mesmo na TV. É uma aposta arriscada.

    Querendo ou não, quem leu ou assistiu ao Sítio — que é o meu caso — tem opinião formada sobre as características dos personagens e sobre o ambiente das histórias. Esse pessoal pode achar estranha uma releitura onde Dona Benta se refere às próprias calcinhas e onde Pedrinho disputa campeonato de peido com o Rabicó (não consigo imaginar isso num livro do Monteiro Lobato e muito menos na TV).

    É de se reconhecer como positiva, por outro lado, a alusão ao folclore e a algumas características dos personagens que de fato foram respeitadas, como a erudição do Visconde e a teimosia da Emília.

    A ideia dos aliens, porém, acabou fazendo a balança pender para a frustração. Foi criativa, é verdade, mas pecou pela solução fácil e, porque não dizer, pela burrice enervante dos invasores.

    Creio que uma das qualidades da obra de Monteiro Lobato foi falar de história, cultura e entretenimento num contexto conflituoso, inteligente e de fácil compreensão, sem jamais apelar para saídas fáceis – veja-se aí o famoso exemplo do Minotauro.

    Aqui, o que se tem é uma história fluida e em alguns pontos agradável de ler, mas que no geral não acrescenta muita coisa. Apela para um arremate pretensamente engraçado em vez de focar em algo surpreendente ou bem sacado, como seria típico da Emília. Acho que foi isso o que faltou: um fim que não fosse tão simplista, tão simplório. Enfim, um entretenimento raso, que não leva o leitor a pensar. Tem seu público, claro, que eu respeito e compreendo. Porém, aqueles que enxergam a literatura como ferramenta de enlevo podem acabar desapontados. Foi meu caso.

    De qualquer forma, parabenizo o autor e desejo boa sorte no desafio.

  25. andersondopradosilva
    11 de novembro de 2024
    Avatar de andersondopradosilva

    O Dia Em Que o Sítio Parou (Lúcia Encerrabodes)

    Resumo:

    Aliens invadem o Sítio do Pica-Pau Amarelo.

    Comentários:

    O conceito de fan-fic está intimamente ligado à admiração ou à nostalgia. Se a obra está em curso, em andamento, é admiração. Se a obra está finalizada, é nostalgia. O Sítio do Pica-Pau Amarelo é uma obra acabada, pronta, tanto na literatura quanto na televisão. Nesse sentido, O Dia Em Que o Sítio Parou pode ser um conto sobre nostalgia, como consequência imanente do conceito de fan-fic.

    Mas uma fan-fic é sempre um risco. O leitor pode não ser tão fã quanto o autor, o leitor pode não conhecer a obra original, e isso pode gerar um grande ruído na comunicação.

    Embora uma fan-fic possa estar relacionada à nostalgia, talvez o tema do conto seja portal, já que é através de um portal que os alienígenas invadem o universo do Sítio. De qualquer maneira, julguei que o tema, tanto portal quanto eventual nostalgia, foi apenas tangenciando.

    Por um instante, pensei que o autor iria representar o fim da exibição do Sítio na televisão. Os alienígenas seriam a nova programação. Mas, no final, não foi este o caso.

    Este conto é o mais bem revisado do desafio.

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Informação

Publicado às 10 de novembro de 2024 por em Nostalgia e marcado .