EntreContos

Detox Literário.

Fobos (Vladimir Ferrari)

— Então?

A testa se franziu, os olhos míopes e verdes se arregalaram, aguardando. O auxiliar entortou os lábios. O exame de Análise Tomográfica de Densidade Cognitiva (ATDC) não apresentou atividade no paciente.

— Nada animador, Doutor Jorge — respondeu ao entregar o tablet ao médico. Não há atividade além do Sistema Nervoso Autônomo. E mínima no Sistema Dopaminérgico Mesocortical Mesolímbico. Um coma não estimulado por lesão cerebral.

—O XR-27 não fez efeito algum nas medições de um quarto de hora, não é? Aumente a dosagem até os 30, ok? Ele deverá reagir.

A mão esquerda espalmada sobre a testa, olhos fixos na tela sobre a mesa. Os números e gráficos expressos ali conectados ao quarto 118, onde Thomas Andersen jazia em suspensão.

— No quadro clínico geral não se apresentam outros danos e…

— Absurdo, Jonas! O homem apagou no posto de operações. Estar ileso é óbvio. O problema, meu caro, é a quantidade de erros em todo o processo. Tinham de prever um substituto. Mas a corda, irá estourar para o lado mais fraco, ou seja: nós da equipe médica. Eu, o controverso cientista.

— A Agência errou? É isso que o senhor está dizendo? — sussurrou o auxiliar.

— Claro! Poupar custos é ridículo. Desviam recursos e colocam a culpa em outros.

Jorge Sotto era um dos mais eminentes e controversos cientistas em matéria de estudo do cérebro das Américas. Respirou fundo, apreciando a vista da cidade. Coletivos deslizavam sobre trilhos entre os edifícios do Centro Social e da Academia de Esportes. Um táxi-drone deslizou pelo ar, pousando na entrada para visitantes.

— Eles deveriam prever a possibilidade de um acidente. Talvez pensem que o “ninguém é insubstituível”, é coisa de séculos passados. Prever uma indisposição ou doença em Thomas, ou outro piloto era o mínimo. Pessoas às vezes “acordam com o pé esquerdo”. Ora bolas!

Seus neurônios vasculhavam todo o seu conhecimento atrás de uma solução reconhecida pela comunidade médica e aplicável para a situação. Tinha uma droga experimental nas mãos, mas a ocorrência era inusitada. O paciente simplesmente apagou sem qualquer ação externa detectável.

Thomas era piloto na Fase 2 do Projeto Ares. Ao longo dos últimos trinta anos, toda a infraestrutura para montagem da estação espacial em Marte foi enviada pelas naves da SPACE-X partindo da colônia lunar. Autômatos já operavam no planeta vermelho, cuidando de montar a estrutura de transmissão e recepção de dados, parte crucial da iniciativa de colonização. Sua função era montar componentes de um dos radiotransmissores no solo, a parte mais delicada.

O engenheiro era um cérebro preparado para isso. Via Interface Cérebro-Máquina (ICM) os robôs em Marte executavam comandos a partir da Terra. Montagens de componentes para a foto-transmissão dependiam de movimentos perfeitos. Seu autômato era responsável pela infraestrutura de suporte a uma nova antena em substituição ao antigo sistema. Por isso, utilizar uma rede similar à da Terra, com satélites geoestacionários para diminuir o tempo de ligação.

A ICM-Mars, formada por trinta profissionais das mais diversas partes da Terra, já sofrera doze baixas por conta de problemas psicológicos ou estresse. O caso de Thomas era muito mais complicado. Era um profissional imprescindível. A simbiose com os autômatos era acima da média dos demais técnicos da América do Sul. Talvez por isso, a Agência nunca considerou a necessidade de substituto. Um jovem de vinte e três anos, aprovado com louvor em todos os quesitos.

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Ficava sempre animado com a tecnologia. Sentou-se no berço ativando a conexão da interface, e viu a velocidade de suas atitudes remotas se alterar substancialmente. Pela antena do Módulo COLONY-13 o delay médio entre seu comando e a resposta visual era de 427 segundos. Enviou as ordens de movimento, obedecendo as medições da IA. A ansiedade de aguardar as ações era o mais complicado de administrar. Viu maravilhado como sempre, a outra ponta da interface em Marte executar o desmonte do pacote, a retirada das placas de circuito, a montagem e as soldas ocorrendo com perfeição.

Liberou a IA para transferir o comando de comunicação de sua interface de uma antena para outra. O teste foi um sucesso. Seu robô acenou para a câmera conforme ordenara. O delay seria bem menor agora: 108 segundos em média. A rede de transmissão entrou em operação contemplando todo o planeta.

Buscou o pacote com os componentes eletrônicos da próxima etapa: o sistema de ventilação. Sua tela foi preenchida pelo olho vermelho de HAL9000, para seu espanto. Na Terra, seus ouvidos captaram um “Hi Dave.”

E ele apagou.

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Jorge relutava em utilizar a nova droga. Desde 1990, quando a humanidade decidiu estudar as neurociências com mais afinco, o conhecimento a respeito do cérebro cresceu bastante. O médico desenvolveu uma terapia alternativa para casos de choque emocional ou reações agudas ao estresse. Uma droga sintética ainda em análise pela FDA. A estimulação ativada por um composto neurotransmissor a base de ergolina, base de um alucinógeno no passado. Uma temeridade para a FDA. Poderia mergulhar o intelecto do piloto em uma espiral descendente. Realidades paralelas. A intenção era trazê-lo de volta, não o afundar ainda mais.

A diretoria da Agência Espacial da América do Sul, sentenciou:

— Não há tempo, doutor. Os prejuízos são incalculáveis. As pressões começam a se anunciar e temos dezesseis horas para ter um piloto a postos. Ou estamos fora!

Sabia que a Agência não queria dar o braço a torcer e perder espaço. Não ter um homem diretamente envolvido no processo de colonização seria uma declaração assertiva do papel de coadjuvante, resultando na perda dos vultuosos investimentos do Fundo Mundial. O trauma repentino de Thomas expunha a fragilidade da América do Sul em operar como membro atuante do Consórcio Colonizador do Espaço Sideral.

Não tinha saída. Precisava arriscar.

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Havia um abismo diante de seus olhos, mas Thomas não intuiu do que se tratava. As imagens se alternavam com rapidez, como se hologramas fossem atirados em sua direção. Viu então pessoas se reunindo num gramado diante do Monólito. Sorriu admirado. “Isso não está no filme” — pensou. Músicos se posicionavam. O som do vento, algumas vozes, um apito de microfonia. Sorrisos.

Uma ruiva linda surgiu em pé à sua frente. O parque, a grama, o palco. Lembrou-se. O dia em conheceu Clarice. Ela procurava alguém na multidão. “Quem é Dave?” — perguntou-lhe. Estava estampado em sua camiseta. Os cabelos emoldurando um rosto claro de olhos verdes e nariz levemente arrebitado. Correu os olhos pelo corpo esguio. Excitou-se. Notou a blusa, se erguendo um pouco, revelando a barriga rosada. O umbigo. “Amei-a desde o primeiro instante.” A imagem se modifica. Estão em um quarto de hotel. “O amanhecer em Zanzibar. Será que ele sabia? Naquele dia um embrião ainda. Saberia? Teria noção que seus pais estavam se amando pela descoberta de sua existência?” No útero da mãe. A pele de Clarice. A felicidade o invadiu ao saber-se pai. “Já senti isso, não?” O movimento do diafragma. Apreciava a barriga se mover devagar e em paz.

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— A atividade se mantém apenas no lobo occipital.

— Desligue. Interrompa a estimulação para a esposa e o filho. O tempo é esse mesmo?

— Cinquenta minutos de XR-27 a 30 ml. Podemos tentar uma segunda dose ou…

As chances diminuíam. A tentativa de estimulação auditiva não resultara em registros de atividade neuronal além do SDMM. O composto já deveria ser uma lembrança em seu metabolismo. Havia comprovação da nulidade de efeitos após a primeira hora em doses de 10 ml. Mas um sujeito de quase dois metros de altura e forte como um touro? Jorge foi até o limite possível.

A expectativa era que o cérebro reagisse como um todo, voltando à atividade no Sistema Ativador Reticular Ascendente (SARA). O coma de Thomas era tal e qual um choque. Semelhante a um impacto psicológico severo, capaz de desligar a pessoa da realidade. Era um mecanismo de defesa natural diante de alguma lesão no cérebro. Mas ele desligou-se quase por completo do mundo.

Sonhos são provocados por sinapses em processo de fixação. Coisas vivenciadas no decorrer do dia são processadas com imagens aleatórias e registradas nas áreas corretas. Necessidades físicas — como, por exemplo, o limite na capacidade volumétrica da bexiga — disparam lembranças já existentes, criando raciocínios que fazem o cérebro despertar e o indivíduo levantar-se no meio da noite para ir ao banheiro. A nova droga apresentada pelo Dr. Jorge agia diretamente no hipotálamo, “vitaminando sonhos” com sensações verdadeiras.

A estimulação é diversa e proporcional. O paciente vê-se “forçado” às sensações. A audição, o tato, o paladar e o olfato são provocados num processo semelhante ao das interfaces cérebro-máquina. Diante da ação dos componentes químicos, a estimulação para despertar o paciente vem da atuação direta dos sentidos em conexão com outras pessoas.

Nomeada de Estimulação Cognitiva Colaborativa, tem como princípio a captação de impulsos coordenados de um ou mais cérebros despertos e transmissão desses impulsos para o paciente inconsciente. A tentativa do Dr. Jorge era despertar uma memória afetiva em Clarice e David e unir isso num impulso direcionado, despertando memória similar no paciente. Thomas era um assíduo pesquisador musical em suas horas vagas. Por isso começou com a audição.

As bibliotecas digitais registravam o acesso e essa informação era usada pela IA para estimular visualmente Clarice e David a rememorarem momentos musicais do dia a dia. Ela e o filho foram submetidos a um bombardeio de imagens preparado pela IA. Seus cérebros foram estimulados para a ECC, gerando a carga de estímulos administrada a Thomas via lobo temporal.

No entanto, ativar a rede neuronal de um indivíduo “despertando” o lobo frontal de forma indireta não surtira efeito. Em pacientes em estado de choque, a estimulação visual tinha eficiência quase perfeita ao visar o SARA. Mas ali seria impossível contar com a visão de Thomas. Restavam tato, olfato e paladar, pois a audição resultou em falha. A pressão por resultados fazia Jorge e sua equipe seguirem tentando.

Um novo arranjo de estímulos visuais foi disponibilizado para a esposa e o filho do piloto e uma nova sessão de ECC começou. Jorge decidiu-se por tentar usar o tato dessa vez. A Inteligência Artificial apurou todo o histórico de interatividade do casal e seu filho em ambientes públicos. Selecionou potenciais estímulos táteis e passou a interagir com os três cérebros.

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Clarice despertou diante dele e pediu: “Volte para casa.” Ela a envolveu num abraço. Os corpos unidos. Os olhos. A boca. “Aquele rosto lindo, a franja vermelha sobre a testa. Adoro beijá-la. Nos encaixamos não é amor?” No meio das pessoas e nus. Ele não se importou com pudor.

— Amo seus cabelos ruivos. Tão finos — disse ao deixá-la.

— David está dormindo — ela respondeu.

Clarice sumiu sob seus dedos. Agora era David dormindo em sua pequena cama. Ressoava. Thomas ajoelhou-se próximo a cabeceira. Esfregou de leve os cabelos do menino. “Chama-se cafuné! É uma prática bem antiga, filhote!” — pensou.

Tinha de ir. Todos chorando. Arrumava as malas. Trabalho. Escondia o medo.

— Não é partir. Minha mente irá viajar, mas fico ali.

Olha para a porta da saída. “O monólito?” Está em campo aberto. Em Marte. Tem certeza disso. Deimos sendo encoberto por Fobos no céu diante dele. O satélite cresce. Seu coração fica apertado.

— Vamos pescar papai?

— David!

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A equipe do Dr. Jorge se animou. Na tela de monitoramento da atividade intracraniana, vários pontos do córtex cerebral se iluminavam com a excitação tátil. Um instante depois, tudo se apagou, retornando ao estado inicial. O médico ordenou novo ATDC. Deixou o monitoramento e foi até a sala onde Clarice e o filho estavam.

— O que passou? — indagou fitando Clarice.

Ela deixou o copo com água sobre a bandeja que a enfermeira segurava e olhou para o filho antes de responder.

— Thomas gostava muito de fazer cafuné em David antes de dormir. Você disse para pensarmos em contato, certo? Poderia pensar em outros tipos de contato, mas… — Torceu a cabeça e apontou para o filho com um sorriso maroto nos lábios.

O médico compreendeu a indireta. Raciocinou a respeito de testar uma estimulação tátil apenas com a esposa sendo o agente indutor. Ganharia uma opção caso não obtivesse sucesso com o olfato. O efeito do composto experimental de ergolina poderia se dissolver em alguns minutos. A dose fora pequena, mas ativara o cérebro de Thomas. Não tinha referências de efeitos em doses maiores.

— Lembrei de uma pescaria certa vez, onde quase caí no rio. Papai me abraçou com tanta força e tinha tanto medo nos olhos naquele dia.

— O medo pode ser um componente interessante. Ele revelou algum para a senhora?

— Não me lembro de nada agora — respondeu com o indicador direito nos lábios e as sobrancelhas franzidas — Espere, eu posso usar isso. É bem recente. Ele viu um filme. Muito antigo. Eu estava dormindo e ele veio para a cama. Ligou o monitor. Despertei e tornei a dormir. Lembro de ele ter dito alguma coisa, não sei. “Não ligue!” é isso. “Não ligue!”, com veemência, sabe? Quando você se envolve tanto na estória e…

— Qual o nome do filme?

— Uma… coisa… espaço. David estava dormindo e pedi para Thomas colocar os fones, pois o volume estava alto. Tinha uma música clássica… orquestra, sabe?

Os olhos de Jorge se arregalaram. Pediu a enfermeira para levar o garoto para a sala de espera com os avós e orientou Clarice a pensar em intimidade.

— Tentaremos a estimulação múltipla. A IA nos trará a música correta ao analisar os últimos acessos de mídia dele. Quero que você priorize sensações táteis, mas também as olfativas. É estranho e invasivo, sei disso. Mas tente momentos íntimos, ok? Ficará sozinha com ele. Qual perfume ele aprecia em você? Referencie o ambiente, o quarto, lençóis, coisas assim se lembrar. Compreende?

A equipe lhe respondeu positivamente. “Danúbio Azul” começou a tocar nos fones e a enfermeira os ajeitou na cabeça de Clarice. Ela sorriu em aprovação. Jorge voltou para a sala ao lado.

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“David!” O pavor o invadiu como uma lâmina perfurando o corpo. Envolveu o filho com os braços, cravando os olhos na correnteza caudalosa ali adiante. “Fobos.” Thomas sentia o medo e o satélite parecia um censor a lhe vigiar. Pressa. Tinha trabalho a fazer. “Ele depende de mim. Todos dependem. Minha família e a Agência.”

O corpo dela. Era Clarisse a quem abraçava agora. A maneira como as formas se encaixavam os contornos dela ao seu redor. “Aquela música antiga que ela descobriu. Amanhecer ao seu redor.” Três meses longe de tudo na Terra. “Estamos dançando.” A valsa ressoou na superfície de Marte e Thomas viu suas formas indistintas. Branco e Preto. Yin e Yang. “Clarice!” Os corpos se enroscavam. O perfume da pele invade suas narinas. “Adoro quando usa xampu de pêssego, amor.” Medo e Terror. Fobos e Deimos. Três meses de distância.

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— Doutor, o paciente — disse a enfermeira assustada.

Jorge estava perplexo. A quantidade de áreas estimuladas no cérebro de Thomas era similar aos modelos captados em pessoas despertas. No entanto, todos os parâmetros físicos e medidores psíquicos indicavam que permanecia inconsciente. A enfermeira insistiu e tocou o braço do médico, apontando com os olhos. Thomas apresentava uma ereção. Por um momento o médico não soube o que dizer. Lembrou-se da esposa na sala ao lado e sorriu sem jeito, dando de ombros. Ele pedira isso.

— A conexão entre eles funcionou bem pelo visto!

A enfermeira corou e desviou os olhos para os monitores. Jorge voltou-se para seus pensamentos. “O que está impedindo a consciência de aflorar? Nunca vi caso similar na medicina.”

— Onde você se enfiou, rapaz? — disse em voz alta.

— Como disse, doutor?

Jorge negou com a cabeça.

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Thomas tinha medo de fazer seu trabalho. Tinha medo de falhar com Clarice e David. “Como me ausentar do convívio deles? Três meses enfurnado naquele berço, trabalhando quase sem interrupção.” Não poderia ver a família, pois a missão assim se apresentava: imersão total. Seria a mente de um robô em Marte. Um corpo inerte, alimentado por fluidos e suplementos.

A confiança depositada em sua perícia era enorme. Ele sabia disso. Se esforçara para alcançar esse patamar de excelência. Suplantara todos os outros pilotos da Agência Sul-americana. Ouvira falar das baixas na Europa e Ásia. Sabia do risco eminente ao oferecer-se para aquela missão. Mas sustentar sua família seria melhor, mais fácil, mais garantido. Sacrificaria seu tempo pelo bem deles. Mas tinha medo.

Seus olhos em Marte vislumbraram Fobos cruzar a frente de Deimos. Uma descarga de acetilcolina alterou o fluxo sanguíneo e seu cérebro desligou. Vagava em sonhos de amor, de felicidade e fuga da realidade.

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Jorge não poderia exigir mais de Clarice. Estava exausta e já apresentava cefaleia pelo esforço. As sessões de ECC tinham esse efeito colateral. Com o menino muito menos. Restava aguardar a Mãe Natureza fazer sua parte. Todos os exames e conclusões advindas deles indicavam algo sobrenatural, impedindo Thomas de sair do coma. Seu prazo de seis horas estava próximo do fim e a diretoria da Agência exigiria sua cabeça.

Após a manifestação física, o cérebro do paciente voltou a apresentar o estado inicial, com atividade apenas no SNA e no SDMM. O XR-27 já não estava em sua corrente sanguínea e muito menos o composto experimental a base de ergolina. O Doutor Jorge requisitou um tablet conectado aos aparelhos de monitoramento e foi para a sua sala. Passou os olhos pelo histórico da internação de Thomas, tentando encontrar alguma falha sua ou de sua equipe. Seu escritório estava na penumbra. Ergueu os olhos para a lâmpada do teto, pensando em pedir luzes. Contudo, foi no seu cérebro que a luz se fez.

Chamou a IA em seu terminal e pediu uma pesquisa. Em instantes, a imagem de Dave Bowman desconectando as placas de circuito no núcleo de HAL9000 do filme de Kubrick surgiram diante dele. A voz mecânica anunciando: “I can’t feel it.” Pediu a equipe para preparar o paciente para uma nova ECC. Dessa vez, o cérebro humano de Thomas se uniria à IA para assistir a um filme antigo. Não custava tentar. Às vezes, era preciso fechar uma porta para abrir outra.

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29 comentários em “Fobos (Vladimir Ferrari)

  1. Felipe Lomar
    14 de dezembro de 2024
    Avatar de Felipe Lomar

    olá

    o conto tem uma intenção boa, mas se perde em termos técnicos e confunde o leitor às vezes. Por mais que isso enriqueça o mundo, precisa ser feito de uma forma fluida para não ser cansativo. No mais, a construção desse mundo foi muito bem elaborada e feita com grande dedicação. Não notei nenhum problema na escrita.

    boa sorte.

  2. MARIANA CAROLO SENANDES
    14 de dezembro de 2024
    Avatar de MARIANA CAROLO SENANDES

    História: Uma ficção científica escrita por alguém realmente fã de Kubrick (poderia ter trocado o Hal9000, uma geração posterior ficaria interessante). Um homem está em coma e um médico usa a sua família para tentar trazê-lo, depois, cinema. A consciência de um homem lembrando 2,5/4

    Escrita: Ficção científica é um gênero difícil. Admito, teve momentos do conto que me senti lendo o Neuromancer- não estava entendendo nada. Assim, fica complicado se conectar. Entretanto, aficcionados devem gostar. A mulher não foi desenvolvida, parecia só uma ideia do marido (e era, já que a maioria da narrativa se passa dentro da cabeça dele) 2,5/5

    Imagem e título – adequados 1/1

  3. Pedro Paulo
    14 de dezembro de 2024
    Avatar de Pedro Paulo

    COMENTÁRIO: Uma leitura inconsistente. O início me pareceu uma escolha arriscada, colocando o leitor já no meio da situação, abusando de siglas e nomes que nesse momento inicial da narrativa não fazem favor nenhum ao entendimento da ocasião em que se encontram os personagens. Ao meu ver, o trecho em que vemos o agente apagar teria servido melhor como introdução. Aliás, o que comentei de siglas é uma escolha da autoria que se repetiu no restante do texto, dedicando parágrafos à explicação da interação entre as drogas e o sistema nervoso do paciente, como alguém que estuda ou estudou o tema e quer exibir o quanto sabe… mesmo à custa do ritmo da narrativa, que brecava nesses pontos e só ganhava fôlego novamente ao retornar ao médico e sua equipe, trechos em que a escrita competente – esse aspecto sim, consistente – nos deixava ver o lado mais humano da obra e caracterizava os seus personagens… mas não o bastante para aprofundá-los para além da situação. Outro aspecto é a abordagem de tema. Conduziu-me a uma reflexão interessante: são as memórias o que o trazem de volta, mas se não é ele que as sente ou as processa, e se ele sequer consegue acessá-las por um sentimento de saudades, conta como nostalgia? Bem, talvez se o personagem tivesse tido mais espaço, eu teria achado uma abordagem mais sólida. A corrida com as repetidas investidas para despertar o sujeito cativou a leitura, mas por um percurso acidentado que, julgando por luzinhas dentro do cérebro, senti-me como um dos protagonistas: ora acendiam, ora apagavam.

  4. Thais Lemes Pereira
    14 de dezembro de 2024
    Avatar de Thais Lemes Pereira

    Bacana! Vamos lá, não sou muito fã de ficção científica. Apenas esse ano assisti Interestrelar (brilhante), então me perdoe qualquer falha.

    Queria saber primeiro se entendi o conto bem: Thomas está em coma, não sabemos o motivo, mas sabemos que ele seria enviado para uma missão em Marte, da qual tinha medo. O cenário que temos é futuristico. Dr. Jorge tenta de tudo para salvá-lo, estimulando ele através de lembranças da esposa, mãe e filho. No final, sua última tentativa foi conectar a mente dele a IA para passar um filme e tentar estimular que ele saia do coma. Será que perdi algo?

    Achei impressionante. Gostei muito mesmo. Li a primeira vez meio sonolenta, foi difícil. O ambiente, época, a situação torta tudo bem complicado como em qualquer ficção científica, precisamos nos entregar 100%. Que bom que li de novo!

    Achei brilhante, interessante e muito bem escrito. Que pena que não conta o que aconteceu, mas pelo menos aqui foi o que o autor ou a autora desejou. Não foi colocado nenhuma peça ou indício para que os leitores fiquem investigando ou imaginando o que aconteceu. Ou o que vai acontecer, porque se Thomas vai acordar ou não é o futuro do conto, e por isso não ter essa informação não me incomodou.

    Mas fiquei procurando o tema e não achei. Nostalgia está ligada a saudade e vontade de voltar ao tempo, mas Thomas está em coma, não está sentindo, apenas sendo estimulado e até o momento em vão.

    Mas é uma fantástica história! Fico feliz, de ler uma FC aqui e gostar!

  5. Victor Viegas
    14 de dezembro de 2024
    Avatar de Victor Viegas

    Olá, David! 

    Okay, Houston… we’ve had a problem”. Não vou negar que textos que exigem muitas explicações para a criação de cenário não são os meus favoritos, e esse certamente entrou nessa categoria. Embora seja interessante a ambientação espacial, com a exploração em Marte, lançamento de satélites e torre de comando; o excesso de termos técnicos, alguns sem a devida importância, me trouxe um distanciamento que atrapalhou a minha experiência com a leitura, pois a história parece não avançar por causa da necessidade de explicar um lugar que foge da nossa realidade usual. Isso prejudica, e muito, a fluidez da narrativa.

    A exemplo refiro o exame de “Análise Tomográfica de Densidade Cognitiva”, o qual tem palavras bonitinhas, mas que soou um tanto abstrato, restando apenas à imaginação do leitor. Que cabógis seria esse bendito exame? Além disso, o texto aparenta exigir um breve dicionário médico, principalmente ao se referir ao “Sistema Dopaminérgico Mesocortical Mesolímbico”. Esses são pequenos detalhes que não precisam necessariamente estar presentes e poderiam ter sido escritos de forma mais acessível, sem alterar a condução do conto.

    Alguns trechos me chamaram a atenção, como a fala de Jorge em “Eu, o controverso cientista”, desculpa, mas achei estranha essa autodenominação. Eu, o pseudo escritor, não acredito que alguém se referiria a si mesmo em uma conotação negativa, por mais que seja verdade. Essa autopercepção torna o diálogo completamente inverossímil. E nas linhas seguintes somos apresentados a “Jorge Sotto era um dos mais eminentes e controversos cientistas”. Ok, meu chuchu. Eu já entendi que o cientista é controverso, embora não tenha uma explicação clara a respeito. Talvez essa repetição tão próxima tenha sido uma falta de inspiração no momento. Mas tudo bem, também passo por isso. Só peço cuidado para os textos seguintes, procure revisar mais detalhadamente.

    O texto peca por ser muito inteligente. Mas, eu não estou falando da estrutura, me refiro aos termos médicos utilizados. Partindo da ideia que o organismo humano nesse texto possui o mesmo funcionamento que o nosso, há algumas inconsistências. Presumindo que Thomas está em coma, possivelmente induzido por toxinas (não há dano cerebral), o sistema nervoso central também estaria trabalhando, mesmo que de forma reduzida, para manter os sinais vitais do piloto. Não há uma função isolada do sistema nervoso autônomo e, mesmo em coma, áreas como o tronco cerebral e o hipotálamo continuam com as conexões sinápticas para manter o corpo minimamente vivo, mesmo que em estado vegetativo. De um modo geral, o nosso organismo é bastante interligado.

    Além disso, não faz muito sentido mencionar o sistema dopaminérgico mesocortical-mesolímbico, pois conecta áreas referentes à recompensa, aprendizado e controle emocional, tanto na região do hipocampo quanto no córtex pré-frontal e um desequilíbrio estaria relacionado à liberação de dopamina, a qual não atinge todas essas habilidades de forma universal, variando em grau de acometimento, e para quantificar isso é preciso de exames específicos que não foram mencionados no texto, não podendo medir com base no coma ou por meio da “Análise Tomográfica de Densidade Cognitiva”, termo bonitinho para um exame que aparentemente não existe, mas gostei da criatividade. Ora bolas!

    “O trauma repentino de Thomas”, trauma e lesão acabam sendo sinônimos em um contexto físico. Afinal, teve dano cerebral ou não? Talvez “acidente” possa ser o termo mais adequado.

    “A atividade se mantém apenas no lobo occipital”, novamente uma frase que fisiologicamente é muito difícil de acontecer. Poderia colocar como uma depressão do sistema nervoso central, pois não há como as regiões do cérebro trabalharem isoladamente. O lobo occipital, que funciona basicamente o nosso campo visual, precisa de outros lobos para passar essa mensagem espacial da nossa visão. A via aferente recebe a informação e repassa para o tálamo que transmite para o lobo occipital, portanto, isoladamente essa região não funciona. Assim, podemos considerar que a visão não foi restabelecida completamente. E, sem a atividade de outras regiões do cérebro, podemos declarar esse paciente como alguém morto, não em coma. Além disso, percebo uma discordância na lógica ao ligar os sinais vitais com o lobo occipital ou outras partes isoladas. 

    “gerando a carga de estímulos administrada a Thomas via lobo temporal”, eu realmente não entendi. A conexão é feita diretamente no cérebro? Oi? Acredito que a frase não tenha sido escrita corretamente e uma reformulação poderia trazer melhor entendimento. Tradicionalmente, a administração de medicamentos pode ser feita via intravenosa por meio de acesso periférico ou acesso central, também existem outros meios, mas esses são os mais comuns. 

    De um modo geral, não há necessidade para todas essas explicações fisiológicas e não vou me aprofundar no tema, a questão é que eu precisei apontar algumas inconsistências porque o próprio texto apresentou, sem um motivo claro, termos médicos e mesmo que estejamos em um mundo distópico, precisamos nos pautar um pouco na lógica da nossa realidade, em como nos comportamos e, principalmente, como o nosso corpo se comporta.

    No final do texto eu fiquei me perguntando “cadê o tema?”. Não posso considerar a alternância dos capítulos como nostalgia, pois não teve a essência do personagem se recordando de algum fato específico. Também não vi nenhuma porta, com exceção da última frase “era preciso fechar uma porta para abrir outra”, mas aí já é tarde demais, foi uma frase vazia sem qualquer desenvolvimento. Infelizmente isso pesou muito na avaliação. 

    Você escreve bem, as cenas ficaram nítidas na maior parte do tempo. Recomendo uma pesquisa um pouco mais aprofundada caso prefira usar termos técnicos, não fuja muito do que nós conhecemos e deixe o tema do desafio explícito no conto. Gostaria de ler outros textos seus. Desejo tudo de bom e boa sorte no concurso!

  6. leandrobarreiros
    14 de dezembro de 2024
    Avatar de leandrobarreiros

    Eu sei que o autor que é competente, eu sei que o texto está cheio de referências e entendi mais ou menos o enredo da história… Mas não entendi nada muito além disso.

    É quase como se no meio de todas as referências, siglas e discussões científicas eu só tenha conseguido me ancorar em alguns elementos que direcionam a trama.

    Então tudo isso me soou como ruídos em torno da história. Eu acho que os amantes de hard scifi vão se deliciar com o conto, mas para mim ficou nichado demais.

  7. Fabio Baptista
    14 de dezembro de 2024
    Avatar de Fabio Baptista

    Ficção Científica das boas… só não se enquadrou muito no tema. Ok, o filme antigo talvez fosse a chave para trazer o rapaz de volta? Sim… mas isso está um pouco longe do conceito de nostalgia.
    O conto demora um pouco a engrenar, a deixar entender o que está se passando ali. Temos muitas frases técnicas com os nomes e dosagens dos medicamentos. Em um conto de FC isso combina e depois que as peças se encaixam passamos a assimilar de modo natural.
    Eu acho bem interessante essa ideia de controlar robôs à distância, escrevi sobre isso no “capitão narigudo”. Gostei do conto no geral.

    BOM

  8. Thiago Amaral Oliveira
    13 de dezembro de 2024
    Avatar de Thiago Amaral Oliveira

    E aí David Bowman, tudo bem?

    Achei seu conto bastante original, tanto em história quanto em execução. A inserção de palavras técnicas, tecnológicas, científicas, no começo me pareceu exagerada e me distanciou um pouco. No entanto, lá pelo meio do conto começou a girar uma chave na minha mente e fui acostumando, até que comecei a gostar. Me lembrou de Neuromancer, que, pelo que me lembro, também abusa de palavreado não necessariamente claro.

    Além disso, acredito que seu uso da nostalgia tenha sido o mais original e certeiro nesse certame. Acho que não captei tudo que acontece, mas ao menos foi interessante e agradável o suficiente para me fazer desejar reler tudo mais vezes, afim de compreender os detalhes.

    Aqui, a nostalgia faz as vezes de prisão, o que não é incomum, mas numa forma totalmente original que eu nunca havia visto.

    Parabéns por sua capacidade inventiva e boa sorte no desafio.

  9. Priscila Pereira
    12 de dezembro de 2024
    Avatar de Priscila Pereira

    Olá, Autor! Tudo bem?

    Então, foi difícil de entender o conto, porque FC não é a minha praia e porque não assisti, ou melhor, assisti Odisseia no espaço há mil anos, então não lembro de nada, só que achei chatíssino.

    Mas… Acho que entendi o básico. Todos estavam aqui na Terra, mas seus”cérebros” ou suas consciências, sei lá, estavam em uma missão em Marte. E aí um dos robôs lá desconectou a mente do Thomas então ele ficou em coma. E o conto todo é o médico usando de todas as formas possíveis e muito técnicas de trazer ele de volta.

    Não saquei se ele vai conseguir ou não depois de colocar o filme pro Thomas assistir, o que foi frustrante. Talvez se eu lembrasse do filme eu soubesse a resposta, ou talvez não. Não dá pra saber pq não vou de jeito nenhum reassistir esse filme.

    Gostei da trilha sonora, coloquei pra ouvir Danúbio azul e já conhecia, é realmente linda!

    De qualquer forma o conto é bem interessante, achei legal as memórias, (aí entra a nostalgia? Ou é pelo filme?) serem usadas pra tentar despertar sua mente. Os personagens estão bem aprofundados e o conto é de um sci-fi muito bem pesquisado e embasado.

    A última frase foi coincidência ou foi para reforçar alguma coisa com o tema…. pq não achei nada sobre portas… mesmo pensando sobre essa frase.

    Bem, mesmo não entendendo tudo, achei um bom conto!

    Parabéns e boa sorte no desafio!

    Até mais!

  10. Fabiano Dexter
    12 de dezembro de 2024
    Avatar de Fabiano Dexter

    Aqui temos um conto muito bem escrito, porém achei um pouco longo e um pouco cansativo. Ficou mais parecido com o capítulo de um livro ou parte de uma história do que um conto independente.

    A história acaba sendo deixada de lado em alguns momentos para que sejam dadas explicações que não agregam muito. Para mim o foco deveria ser a história, ainda que a ambientação ficasse com alguns furos. A busca pelo despertar de Jorge ficou rasa e o objetivo principal que seria a missão pouco claro.

    Não me agradou muito como um conto, mas acho que tem um potencial de se tornar uma pequena história, com o desenvolvimento da ambientação adequado e uma história mais elaborada.

  11. danielreis1973
    9 de dezembro de 2024
    Avatar de danielreis1973

    Fobos (David Bowman)

    Prezado autor(a):

    Para este certame, como os temas são bastante díspares, dificultando quaisquer comparações, vou concentrar mais minha avaliação em três aspectos, e restritos à MINHA PERCEPÇÃO durante a leitura: a) premissa; b) técnica; c) efeito. Mais do que crítica ou elogio, espero que minha opinião, minhas sensações como leitor, possam ajudá-lo a aprimorar a sua escrita e incentivá-lo a continuar.
    Obrigado e boa sorte no desafio!

    DR

    A) PREMISSA: confesso que os textos com essa pegada ficção científica tem uma digestão um pouco mais difícil para mim. Não que não goste do gênero, ao contrário. Só que é uma vertente que exige muito mais explicações sobre aquele universo específico – vou tratar disso abaixo, na técnica. Mas especificamente no conceito, como premissa, veja um pouco menos aderente ao tema, que julgo ser nostalgia. O paciente que está em coma é como eu definiria essa premissa, só que ambientada numa ficção espacial. Mistura de Dr. House com 2001, conforme o próprio texto referencial.

    B) TÉCNICA: o autor demonstra ser bastante acostumado com esse universo, todavia nem todo leitor tem o mesmo fôlego para “aprender” sobre os procedimentos, equipamentos e técnicas do universo em construção no conto. Creio que funcionaria muito melhor numa obra maior, romance ou novela. No entanto, cabe ressaltar a habilidade na alternância entre o universo real e o onírico, bem como a construção da história de fundo do protagonista – os demais personagens me pareceram, obviamente, coadjuvantes de sua situação.

    C) EFEITO: não está entre os meus preferidos, mas isso em nada tira o mérito da escrita nem desmerece o autor, tanto que vai ter uma nota até alta comparado a outros deste desafio, que são mais o meu estilo de leitura mas entretanto tem técnica comprometida, em comparação. Boa sorte no desafio!

  12. Jorge Santos
    9 de dezembro de 2024
    Avatar de Jorge Santos

    Olá, Sr. Bowman. Gosto bastante dos contos de ficção científica. O seu está bem escrito, com pormenores que o complementam. Em momento algum deixamos de visualizar a luta do médico para reanimar o paciente em coma. Só a adequação ao tema do desafio ficou prejudicada. Atirar uma última frase para justificar a adequação ao tema é um recurso excessivamente básico. Por outro lado, o desfecho fica demasiado em aberto. Não se sabe se o paciente vai acordar – sabe-se apenas que os médicos vão desistir de tentar a ligação familiar, preferindo a ligação a um filme. Se vai ter sucesso, só o autor saberá, mas preferia ter também sabido.

    • vlaferrari
      16 de dezembro de 2024
      Avatar de vlaferrari

      Dos comentários que ora leio, o seu foi o primeiro que não relacionou o tema do conto à Nostalgia. Corretamente, aliás. Todo o foco (ainda que eu tenha “reduzido” o conto) foi “portas”. Uma porta para re-alcançar a consciência de Thomas e trazê-lo de volta de onde quer que estivesse. A frase citada, foi um complemento à condução. Como brinquei enquanto fazia parte do grupo do whatsapp, “vocês não entendem a minha arte” kkkkk. Muitíssimo grato pelo comentário, caríssimo!

  13. JP Felix da Costa
    30 de novembro de 2024
    Avatar de JP Felix da Costa

    Este conto não é fácil de comentar, porque não gostei, e isso afeta a minha opinião no global. Eu gosto de FC, e de FC com ciência, mas esta história deu-me a sensação de alguém me estar a atirar ciência para cima à força toda. Por outro lado, tem várias partes em que me parece que estou a ler um relatório e não um conto.

    Provavelmente, enquadra-se num género da FC que não me atrai, e, por isso, a minha opinião é negativa. Também não me apelaram as referências ao 2001. Li o livro e não vi o filme.

    No final, sinto que falta alguma definição, não sei. Não consigo voltar a ler. Lamento.

  14. Luis Guilherme Banzi Florido
    28 de novembro de 2024
    Avatar de Luis Guilherme Banzi Florido

    Bom dia, amigo(a) escritor(a) do(a) Encontrecontos, tudo bem?

    Primeiramente, parabéns por superar a nostalgia do desafio de trios e entrar no portal do novo certame! Boa sorte e bora pra sua avaliação:

    Tema escolhido: nostalgia e um pouquito de porta.

    Abordagem do tema: 100%. Acho que nostalgia domina aqui. Não é escancarado, mas é essencial na história: o cara tá perdido na mente dele, não acorda mais, e os cientistas tentam usar as lembranças e nostalgia na forma de mensagens sensoriais para acordá-lo, simulando o funcionamento do cérebro durante o sono. A porta tem uma menção no final, mas senti mais que foi uma menção honrosa do que o uso do tema, propriamente dito.

    Comentários gerais: cara, esse conto me surpreendeu positivamente. Tinha gente reclamando dele no grupo, e eu tava achando que ia ser uma bomba. Estava enganado. É um conto muito bem escrito, sua técnica é excelente (mas da metade pro final tem alguns erros de revisão, vale destacar — isso não atrapalhou minha experiência). Acho que uma ressalva, algo que me atrapalhou um pouco na leitura, é o excesso de termos técnicos e científicos, que deixaram a leitura um pouco confusa e difícil em algum momento. Pra mim, não foi um entrave, apenas um incomodozinho, mas prevejo uma chuva de reclamações nesse sentido. Acho que você podia facilitar um pouco, não ia atrapalhar se não nos informasse os termos técnicos, mas isso é só minha opinião, no fim você tem que fazer o que acha melhor. Concluindo a parte técnica: um texto muito bem escrito, voce manja muito da escrita e é um veterano, manja muito de ciência e tecnologia, também, e talvez sua paixão tenha vazado um pouco demais no conto, dificultando a leitura pelas pessoas mais leigas no assunto.

    Sobre a história, gostei bastante! É um enredo criativo e inovador, e você o desenvolve bem, enquanto constrói os personagens e a narrativa de forma conectada. Entender os personagens é essencial para navegar pelo enredo, e isso é muito inteligente. O homem perde a consciência, ninguém entende bem o motivo. A galera da América Latina vacilou e não mandou substituto, e agora tá tudo prestes a afundar. O cientista chefe, forçada a tentar tudo para evitar o pior, usa um tratamento controverso e experimental, que simula a forma como o cérebro desperta o corpo durante o sono, utilizando as memórias nostálgicas do homem, sua esposa e filho para tentar despertá-lo por meio de seus órgãos sensoriais, enganando o cérebro. Tudo criativo e bem construído. O final fica aberto, mas dá a entender que o homem vai usar uma última paixão do rapaz: o filme Uma Odisséia no Espaço. Fiquei torcendo para que desse certo e aquela bela família fosse reunida. Ótimo conto, parabéns!

    Sensação final: embarquei numa Odisséia nos confins de Marte, me confundi, me encontrei, e segui acompanhando e torcendo por aquela bela família. Foda-se a política envolvida ali, pois o brilho de Fobos não está nela, e sim nas pessoas.

  15. Elisa Ribeiro
    26 de novembro de 2024
    Avatar de Elisa Ribeiro

    Ambientação envolvente e bem construída. Narrativa igualmente bem construída, com os diferentes momento se alternando sem a desagradável sensação de flashback para os leitores (a leitora). O texto está bem revisado mas eu senti algum desconforto com os verbos, senti falta do mais que perfeito em alguns momentos (por exemplo: Desde 1990, quando a humanidade decidiu(decidira) estudar as neurociências com mais afinco, o conhecimento a respeito do cérebro cresceu (crescera) bastante.) Salto para o final do conto. Adorei! Não sou, não mais, leitora de FC, azar o meu, mas gostei imenso do seu conto. A partir do segundo segmento fui me envolvendo e cheguei ao final feliz em lê-lo. O tema está referenciado de forma inteligente e o final entreaberto me encantaram. Parabéns!

    • vlaferrari
      16 de dezembro de 2024
      Avatar de vlaferrari

      Fico surpreso de mais de uma pessoa ter “sacado” o tema do conto, pois a maioria foi na Nostalgia. Acho que realmente pequei no emprego dos verbos, mas estava em 6500 palavras, quando resolvi perguntar sobre a quantidade e descobri que fazia o inverso kkk. Então “bateu” aquela síndrome de se livrar logo do texto (e todos os problemas particulares que tive, colaboraram bastante). Muitíssimo grato, caríssima.

  16. Mauro Dillmann
    23 de novembro de 2024
    Avatar de Mauro Dillmann

    Conto de ficção científica com altas doses de humanidade real. Um médico faz uma experiência com um paciente e dá errado. Estavam envolvidos na colonização de Marte. Além de Thomas, tem Clarice, David, uma relação amorosa e familiar. Essa conexão ‘humana’ e carnal é que define a salvação de Thomas. Muito bem escrito, correto na língua. Apenas reparei um chavão a ser evitado: ‘sorriso maroto’. O tema ‘porta’ ficou sutilmente subentendido. Não fosse a menção ao final, talvez não passasse pelo tema.

    • vlaferrari
      16 de dezembro de 2024
      Avatar de vlaferrari

      Agora estou definitivamente surpreendido. Estou lendo os comentários em sequência, rolando a página para baixo e encontro a terceira pessoa que “capturou” o tema! Maravilha das maravilhas! Muitíssimo grato, caríssimo.

  17. Gustavo Araujo
    21 de novembro de 2024
    Avatar de Gustavo Araujo

    Achei o conto muito bem escrito. Parece evidente que o autor sabia aonde queria chegar. Apesar da verborragia pseudo-técnica, o que se vê é uma história até simples, em que uma equipe médica tenta reanimar um piloto-avatar, um operador virtual de máquinas que estão em Marte. E nesses atos quase desesperados entremeiam-se cenas da vida mundana desse piloto, Thomas, compartilhadas com a esposa Clarice e o filho David.

    O conto assim alterna essas realidades/lembranças, convidando o leitor a mergulhar nos dramas de uma e de outra. No fim, a reanimação, tentada de diversas formas por meio do estímulo de vários sentidos — audição e tato em especial –, acaba falhando, restando aos médicos a opção de consegui-la mediante a interação com o filme 2001, do Kubrick.

    O entrelaçamento das tramas foi feito com competência, mas devo dizer que me incomodou um tanto o excesso de tecnicalidades. Houve momentos em que eu parecia estar lendo um relatório técnico ou algo do tipo, principalmente nas cenas de intervenção médica. Doses de remédio, efeitos esperados… enfim, ficou exagerado, confuso até.

    E isso se torna ainda mais evidente quando comparado às cenas da vida cotidiana de Thomas. É aí que o conto ganha vida, é aí que a leitura, ao menos para mim, começa a ficar interessante, pois é quando se vê gente como a gente.

    Na verdade, as cenas médicas acabaram me entediando e eu não via a hora de que as cenas da vida ordinária do piloto voltassem.

    No fim, acho que essa sucessão de realidade/memória acabaram tirando um pouco do brilho do conto. Como disse lá no início, está muito bem escrito, mas a alternância de pontos de vista (díspares em suas subjetividades) não permitiu uma conexão do meu eu-leitor com o Thomas.

    Também a alusão ao 2001 ficou só na expectativa. Não dá para saber se funcionou ou se vai funcionar, já que isso fica em aberto no fim. Foi o que ratificou meu sentimento de frustração.

    Enfim, queria ter gostado mais deste conto, mas não consegui. Fãs de Sci-Fi irão apreciar mais, tenho certeza. De todo modo, parabenizo o autor e desejo boa sorte no desafio.

  18. André Lima
    18 de novembro de 2024
    Avatar de André Lima

    Estou muito dividido com esse conto. É muito bem escrito e utiliza uma técnica de “colagens” que eu costumo muito utilizar. Mas, vez ou outra, achei a técnica exagerada.

    Quando falo sobre “colagens”, estou me referindo às diversas imagens que o conto evoca e ao ritmo quebrado por pontos. É um estilo arriscado que pode dar velocidade ou causar confusão. No meu caso, tive que reler alguns parágrafos para compreender.

    Há algumas boas referências a Isaac Asimov. E, para mim, há também referência direta à David Bowie, não só no nome do personagem, mas também em toda a aura que a música Starman possui.

    Tecnicamente, o conto é poderoso e muito bom. No entanto, sinto falta de algo mais poético, mais imersivo, da brincadeira com as palavras num ambiente Sci-Fi que dá muito pano pra manga! Faltou, para mim, me fisgar na beleza poética da narrativa. Será que me fisgar apenas pela técnica é suficiente?

    Daí a minha divisão que citei no início desse comentário…

  19. Kelly Hatanaka
    18 de novembro de 2024
    Avatar de Kelly Hatanaka

    Ola  David.

    Vixe. Começou minha chatice. Desculpe, mas não achei nostalgia aí, não. Achei lembrança, memória, recordação, sacrifício, amor, traição. Mas não nostalgia. No finzinho tem uma “porta”, mas entendi que foi uma brincadeira com o outro tema, somente. Talvez as referências ao filme 2001? Mas não senti nostalgia nessa referência. Talvez por não ter assistido o filme.

    Thomas, um piloto de robôs, entra em coma subitamente pela ação secreta de uma IA. Jorge, cientista, tenta trazê-lo de volta através de um medicamento que desenvolveu e ainda não foi aprovado. Para isso, usa Clarice e David, sua esposa e filho, que estimulam seus sentidos e lembranças. Nada funciona e, por fim, Jorge resolve unir a consciência de Thomas com a de uma IA para assistir um filme antigo, provavelmente, 2001. Essa parece ser a intenção da IA desde o começo.

    No geral, gostei da história, embora ela tenha se tornado confusa em alguns momentos. Pensei em assistir a 2001 para entender melhor, mas achei isso meio demais. A ambientação é boa, não explica tudo tim tim por tim tim e achei isso ótimo. As referências científicas ficaram um tiquinho cansativas, mas entendo que são necessárias, até para elaborar a ambientação.

    Agora, por que juntar Thomas a uma IA para assistir 2001? O que Jorge esperava obter com isso? Será que eu deveria mesmo assistir 2001?

    Minha pitada de achismo: não sei se meu entendimento ficaria melhor se assistisse o filme. Espero que não. Mas, se fosse esse o caso, seria uma decisão arriscada, um conto que só é totalmente compreendido e apreciado se houver o conhecimento prévio de um filme. Ruim? Não. Errado? Com certeza não. Mas um grande risco.

    Gostei ou não gostei: médio.

  20. claudiaangst
    12 de novembro de 2024
    Avatar de claudiaangst

    Olá, autor(a), tudo bem?

    Neste desafio, usarei o sistema ◊ TÁ DITO ◊ para avaliação de cada conto.

    ◊ Título = FOBOS. Não fazia ideia do significado da palavra “fobos”. Descobri que Fobos é a maior lua de Marte.

    ◊ Adequação ao Tema = Tema proposto abordado com sutileza, mas considero missão cumprida.

    ◊ Desenvolvimento = A narrativa está bem construída, trazendo o universo FC para os leitores, o que pode não agradar a todos. Houve momentos em que a leitura me cansou um pouco, mas devido a minha pouca adesão à FC. No entanto, reconheço que o(a) autor(a) soube manter o ritmo ao contar a história, embora talvez tenha estendido o conto um pouco além do necessário.

    ◊ Índice de Coerência = Não encontrei elementos que prejudicassem a verossimilhança dentro do universo futurista de uma narrativa FC.

    ◊ Técnica e Revisão = No geral, o conto está bem escrito, apresentando linguagem clara, apesar do emprego de alguns vocábulos específicos do universo criado pelo(a) autor(a).
    Poucas falhas de revisão encontradas:
    […] a base de ergolina, base de > […] à base de ergolina – deve-se evitar a repetição de palavras quando muito próximas.
    […] próximo a cabeceira > […] próximo à cabeceira
    Clarisse > Clarice

    ◊ O que ficou = Um pouco de cansaço, mas a certeza de que o(a) autor(a) possui habilidade acima da média para desenvolver uma boa história. Percebe-se a segurança com a qual a narrativa foi elaborada e executada.

    Parabéns pela participação e boa sorte!

  21. Givago Thimoti
    7 de novembro de 2024
    Avatar de Givago Thimoti

    FOBOS – (David Bowman)

    Resumo + Comentários gerais:

    FOBOS conta a história de Jorge Sotto, um médico cientista que tenta reverter o coma que um piloto autômato, que viaja da Terra até Marte, sofre. A narrativa foca-se bastante na cientificidade, nos aspectos científicos e racionais, deixando para segundo plano, inclusive, o tema.

    Enfim, é um conto que percebi, de forma palpável, o esforço do escritor/da escritora, em construir o universo dos personagens. Contudo, esse esforço poderia ter sido redirecionado para uma narrativa que casasse melhor com o tema e, talvez, mais preocupada em passar a história para o leitor.

    Frase/Trecho de impacto: Jorge estava perplexo. A quantidade de áreas estimuladas no cérebro de Thomas era similar aos modelos captados em pessoas despertas. No entanto, todos os parâmetros físicos e medidores psíquicos indicavam que permanecia inconsciente. A enfermeira insistiu e tocou o braço do médico, apontando com os olhos. Thomas apresentava uma ereção. Por um momento o médico não soube o que dizer. Lembrou-se da esposa na sala ao lado e sorriu sem jeito, dando de ombros. Ele pedira isso.” – gargalhei bastante.

    Adequação ao tema (0 a 3) – Avalio se o conto aborda o tema proposto de forma coerente, aprofundada e relevante para o Desafio: 1,5

    Por enquanto, esse foi o primeiro conto que não dei menção máxima nesse aspecto. O motivo é simples: nostalgia, enquanto tema, é apenas resvalada pelo conto. Creio que o foco da história está muito mais no esforço e no estresse do cientista em fazer com que Thomas Andersen retorne do que a nostalgia do piloto em si, ou da família. A nostalgia, aqui, foi muito mais meio do que fim.

    Construção de Mundo e personagens (0 a 2) – Avalio a profundidade dos personagens e a ambientação, incluindo o cenário e como tudo interage para fortalecer a narrativa: 2

    Para mim, esse foi o grande ponto positivo desse conto. Tem uma coisa que admirei bastante nesse conto é o esforço do autor/da autora em construir essa história. Quer você tenha “comprado” ou não a história, você pode sentir o cheiro do suor do esforço do escritor em construir a narrativa. Aposto que teve muita pesquisa por trás dessa escrita, e isso é sempre louvável, quer a nota corresponda ou não com esse esmero.

    Ademais, o esforço do escritor em escrever essa FC foi bem realizada e conseguiu ambientar o leitor. Claro, foi desafiador. Não é uma leitura fácil. Não é uma leitura fluída (e esse é um ponto de crítica minha). Mas dentro desse aspecto, construção de mundo e personagens, o conto está perfeito.

    Uso da linguagem (0 a 2) – Avalio a qualidade da escrita, incluindo o estilo, clareza, gramática e fluidez dos diálogos: 1

    É uma escrita descritiva, científica por vezes, que alguns no grupo afirmaram que talvez precisasse de um glossário. É uma escrita difícil que, ao meu ver, poderia sim ter sido simplificada de alguma forma. Talvez não por um glossário, mas sim pela escrita em si. E essa escrita difícil, repleta de tecnicidades, afasta, não flui e, pelo menos a mim, mais afastou do que conquistou.

    Gramaticalmente, a escrita desliza na pontuação, em especial em termos de vírgula.

    Estrutura Narrativa (0 a 1,5) – Examino o fluxo do enredo, a clareza da introdução, desenvolvimento e conclusão, e se o ritmo é adequado. 0,5

    Acho que, diante do que expliquei anteriormente, por mais que eu tenha compreendido a história, sinto que a narrativa ficou travada e obscura. A narrativa, pelo menos para mim, ficou em segundo plano para o cientificismo.

    Impacto Emocional (0 a 1,5) – O quanto a história conseguiu me envolver emocionalmente, provocar reflexão ou cativar: 0,5

    A história, pelo menos para mim enquanto leitor, não tocou. Faltou uma construção menos científica, mais lúdica. E, veja, não acho que seria necessário abandonar a cientificidade, mas simplificar.

    Nota final: 5,5

  22. Thales Soares
    7 de novembro de 2024
    Avatar de Thales Soares

    O que achei deste conto: NÃO ENTENDI NADA!!

    Ao que me parece, este conto explora uma experiência de conexão cerebral e os limites entre tecnologia e medicina. No entanto, a forma como tudo é apresentado ao leitor é extremamente enfadonha….

    Caro autor(a)… vamos conversar. Acredito que você possui uma habilidade surpreendentemente alta para escrever uma história de ficção científica, e sua escrita é de um nível notável. Só que…. faltou criar uma conexão com o leitor. A história toda me parece tão fria que eu senti como se eu estivesse lendo um artigo científico, daqueles bem longos e chatos. Era tanto termo técnico e descrições excessivamente complicadas que o meu cérebro começou a pedir arrego, e eu quase pensei que eu não fosse conseguir ler este conto. Não tive a menor coragem de fazer uma segunda leitura. Acredito que haja formas mais…. suaves…. que você poderia utilizar para apresentar essa história para o leitor.

    Na história, somos apresentados para Thomas (turbando?), que é um jovem de 23 anos, piloto de uma missão interplanetária do Brasil. Ele entra inexplicavelmente em coma enquanto operava remotamente uns robôs em Marte, através de uma tecnologia futurista e esquisita, a qual me foram apresentados muito mais detalhes técnicos do que eu gostaria. Então, Dr. Jorge, um cientista doido, luta ao longo de toda a história para despertá-lo através de um composto experimental em que memórias e estímulos afetivos de familiares são enviados para o paciente. Só que tudo é muuuuuuuuuito enrolado, e a história, por muitas vezes, parece não andar. Mesmo nos momentos em que parece que vai dar uma guinada, e que deveriam ser mais emotivos, a linha narrativa continua fria e linear, como se quisesse evitar chamar a atenção do leitor.

    Aí eles deixam o piloto com o peru duro, através dos estímulos, mas ainda assim ele não acorda. Então o seu Jorge fica desesperado, e acaba lembrando de uma cena de um filme ao qual eu nunca ouvi falar. Aí ele decide expor o cérebro de Thomas (turbando) a essa cena, tentando resgatar sua consciência… e o conto acaba. Espere….. o quê?! Sim, o conto acaba, sem mais e nem menos. Mas e todas as pontas soltas que ficaram? E o final da história? Não importa… FIM! Para mim, isso foi, no mínimo, decepcionante. É como se o autor tivesse cortado os dois últimos parágrafos da história, pois não couberam dentro do limite de palavras.

    Como se isso não bastasse, o conto não tem NADA a ver com o tema do desafio. Na última linha é mencionada a palavra “porta”, mas o cerne do conto não tem relação alguma com este, que deveria ser o tema central da obra. O conto também não aborda nostalgia, o que me faz pensar que a pessoa que escreveu este conto já o tinha pronto, e decidiu enviá-lo, independente do tema. Existe também a possibilidade de eu ter me perdido na leitura, e não ter compreendido absolutamente nada do que foi dito… mas se isso ocorreu, a culpa é mais do autor do que minha.

    Enfim… desejo boa sorte para este conto.

  23. Marco Saraiva
    4 de novembro de 2024
    Avatar de Marco Saraiva

    A leitura deste conto me lembrou a leitura de “Admirável Mundo Novo”. Começa pesada, com muito “tecniquês” que me tira da narrativa. Faz uso de uma linguagem formal demais, sem muita beleza e forma. Mas do meio para o fim, a narrativa ganha força e a história começa a prender… só que acaba antes da hora. Termina no meio mesmo! Parece que o conto foi cortado… não há nem uma conclusão “meia-boca”, ele só termina antes de terminar. Este final foi decepcionante, por quê eu estava finalmente curtindo a leitura!

    A narrativa é um pouco confusa mas acho que isto tem a ver com o estilo do(a) escritor(a). Tive que forçar um pouco para achar o tema do desafio aqui, mas forçando a barra dá para encontrá-lo no conto.

    Enfim, uma leitura que começa interessante mas que perde muito do impacto quando termina cedo demais.

  24. Antonio Stegues Batista
    29 de outubro de 2024
    Avatar de Antonio Stegues Batista

    A exploração de Marte é feita por robôs controlados por um técnico na Terra através da mente. Thomas Andersen é um desse especialista que, por causas desconhecidas, entra em coma, ou seja, a mente dele apagou-se pelo simples fato do robô olhar para Fobos. Essa parte não entendi.

     Quem não assistiu o filme 2001 Uma Odisseia no Espaço, não vai reconhecer as referências, como o monólito, a IA Hall 9000, e o que ele disse quando o astronauta o desligou, porque estava se tornando independente. David seria condenado a vagar pelo espaço sideral. Então, foi essa a ideia do médico, fazer Thomas se lembrar dessa parte e desligar-se da simbiose e voltar ao corpo, ou algo assim. O que tem Fobos a ver com isso? Teria o satélite captura a mente de Thomas? Qual o simbolismo de Fobos, se é que existe algum. Que relação tem com o coma de Thomas. O tema nostalgia e porta no conto, são simbólicas. O médico insere imagens na mente de Thomas para reativar lembranças, a porta é uma metáfora. O que se destaca no texto são os termos científicos que lhe dão uma estética elaborada de alto nível e a narrativa contribui para isso. Parabéns e boa sorte.

    • vlaferrari
      16 de dezembro de 2024
      Avatar de vlaferrari

      Eis que alguém enfim entendeu a bagaça! Yeba! Se entre 25 uma pessoa captou, estou contente. Projetando para 220 milhões de brasileiros, dá uma cacetada de pessoas. O tema era porta. “A” porta de entrada para recuperar o cérebro perdido de Thomas. A nostalgia é apenas um “remédio”. Fobos é (medo) a metáfora para o “cair em si” que Thomas teve de encarar ao saber-se só para fazer o trabalho sem substituto. Como falei na live. Estava em 6500 palavras quando resolvi perguntar sobre a quantidade (era té 3000 e não a partir de 3000). Muitíssimo grato, caríssimo.

  25. andersondopradosilva
    26 de outubro de 2024
    Avatar de andersondopradosilva

    FOBOS (David Bowman)

    Resumo:

    Equipe médica se desdobra para despertar cientista do coma.

    Comentários:

    “Mas a corda, irá estourar para o lado mais fraco” – Não se separa sujeito de predicado com vírgula.

    “Talvez pensem que o “ninguém é insubstituível”, é coisa de séculos passados.” – Não se separa sujeito de predicado com vírgula.

    “Via Interface Cérebro-Máquina (ICM) os robôs em Marte executavam comandos a partir da Terra.” – Faltou vírgula.

    “Pela antena do Módulo COLONY-13 o delay médio entre seu comando e a resposta visual era” – Faltou vírgula.

    Viu maravilhado como sempre, a outra ponta da interface” – Faltou vírgula.

    “um composto neurotransmissor a base de ergolina” – Faltou crase.

    “A diretoria da Agência Espacial da América do Sul, sentenciou” – Não se separa sujeito de predicado com vírgula.

    “Ela a envolveu num abraço.” – Não seria “Ele a envolveu”?

    “Thomas ajoelhou-se próximo a cabeceira.” – Faltou crase.

    Pediu a enfermeira para levar o garoto” – Faltou crase.

    “A maneira como as formas se encaixavam os contornos dela ao seu redor.” – Faltou vírgula.

    “Sabia do risco eminente ao oferecer” – O correto é Iminente, com i.

    “Seus olhos em Marte vislumbraram Fobos cruzar a frente de Deimos.” – Faltou crase.

    No geral, achei que a presença do tema ficou esmaecida. Pouco se discorreu sobre a saudade, sobre a nostalgia. Vimos apenas as memórias sendo utilizadas como estimulantes neurológicos, mas não a ponto de se aprofundar em verdadeira saudade ou, mais fundo ainda, nostalgia. O desfecho não me agradou nadinha, ao trazer referências que me são completamente estranhas.

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Publicado às 26 de outubro de 2024 por em Nostalgia e marcado .