EntreContos

Detox Literário.

Catarse (Givago Thimoti)

I – Revelação 

A janela ao lado da tela do computador refletia uma imagem mentirosa de Betina. Parecia tão plena e segura em meio à concentração típica de uma pessoa iniciante em seu trabalho. Embora, não fosse exatamente sua primeira experiência profissional; quando adolescente, Betina começou a trabalhar na loja de jardinagem do tio Antônio, na parte do financeiro como estagiária. Formou-se em Administração, trabalhou em duas empresas transnacionais na mesma área econômica. 

Por dentro, Betina sentia-se uma fraude; uma chefe indigna de estar no cargo, a sobrinha problemática do dono do negócio, que causou o próprio divórcio e a demissão num cargo melhor do que o atual com o seu comportamento tóxico. Atormentada, os números da planilha a impeliam para fugir dali. Já havia pedido para o contador o balanço financeiro referente ao último trimestre do ano anterior. A resistente má-vontade do funcionário diante de uma chefe foi o motivo que Betina precisava para justificar sua revisão, tomando para si a responsabilidade. Odiava a tarefa com todas as forças, mas devia ser feita logo. 

A ansiedade tomava o seu corpo enquanto os dedos realizavam a tarefa, perdendo uma vez outra a tecla certa, escrevendo fórmulas impossíveis no programa do computador; pensamentos iam e vinham aceleradamente por sua cabeça, fazendo com que suas têmporas latejassem. Responsabilidades, preocupações, anseios, dúvidas e angústias acumulavam-se naaltura do pescoço, nos ombros e nas costas. O pulmão operava com menos ar, a respiração ofegando como se Betinaandasse depressa, preocupada em chegar no destino. O coração acelerava seu ritmo como se precisasse prepará-la para a necessidade de fugir dali com vida.

Não adiantava enganar-se e dizer que era por conta dos cafezinhos que tomou para desempenhar a tarefa, embora as três xícaras pela tarde pudessem ter contribuído. Aquela sensação era conhecida, assim como o supetão de sucumbir à principal rota de fuga que optava.

“Betina, eu sei que nem sempre podemos controlar o fluxo de ansiedade que passa por nós. E quando temos hábitos negativos que usamos para fugir desse estado, parece ainda mais incontrolável. Mas, invariavelmente, o que temos controle são nossas ações. Tenha em mente que uma pequena boa ação para si, por menor que possa parecer, que te faça bem, é o melhor caminho a seguir.” De olhos fechados, repetiu como um mantra as falas de Sérgio, terapeuta da clínica de reabilitação, até que a vontade instintiva de procurar pela garrafa de uísque escondida no fundo da gaveta da escrivaninha,tal qual na época da transnacional, diminuísse em sua mente.

Betina trocou o computador pelo celular, largando o trabalho pela metade, solicitando uma corrida por aplicativo para o encontro dos Alcoólicos — Anônimos mais próximo, saindo apressada antes que lembrasse que a garrafa de uísque era um hábito antigo.

(…)

II – Culpa

Como padrinho de Édson, a principal missão de Fabrício era auxiliar o noivo ao máximo. Por isso, desde que os dois chegaram na igreja uma hora antes, Fabrício quase não largou o lado do amigo.

Fabrício a enxergou de longe, enquanto o frenesi pelo casamento tomava conta de todos os presentes. Em qualquer instante, Elizabeth chegaria e a cerimônia começaria. Como de costume, Betina chegou um pouquinho antes da hora certa. Estava linda, usando um vestido vermelho longo e solto, leve e marcante como a maquiagem e o penteado.

Édson trocou um olhar rápido com o amigo. Era difícil não perceber o impacto da chegada da ex-esposa nele. Ambos sabiam que ela viria para cumprimentar o noivo. 

— Ei, relaxa! Pode ir. Sei que não é fácil para você. — Édson o tranquilizou.

Constrangido, Fabrício limitou-se a assentir, os maxilares travados pelo súbito nervosismo. Assim como no dia que assinou o divórcio, questionou-se se não deveria ser mais forte, resistir e fazer mais. Afastou-se logo depois, com a desculpa para procurar Adriana, uma das madrinhas, para que ambos entrassem pela igreja. Sabia que durante a cerimônia teria tempo suficiente para reavaliar mais uma vez o seu casamento.

(…)

Ao passo que os pares de padrinhos e madrinhas entraram pelo corredor principal da Igreja, Betina acompanhou com pesar. A música que embalava o ritual a fazia lembrar dolorosamente da sua própria cerimônia de casamento. Dentre tantas coisas, Betina sentia falta das expectativas de começar uma vida em conjunto com uma pessoa realmente especial, aos olhos de seus amigos, familiares, conhecidos e desconhecidos. Honestamente, a vida ideal dela não envolvia o matrimônio. Não achava que era feita para aquilo. Mas quando se t alguém ideal (ou pelo menos, a que mais próximo se encontra do ideal), é natural trocar seus sonhos, encaixar seus objetivos nos dos outros.

Betina esteve nesse exato lugar, anos antes. Lembrava do caminhar até o altar, com passos firmes diante da próxima etapa da vida, um sorriso de orelha a orelha. Até mesmo o frio na barriga diante dos múltiplos caminhos que se apresentariam, em meio às decisões do dia a dia, ressurgiram nela. Talvez porque era isso mesmo, vivia agora seu recomeço. Mais experiente, Betina compreendia um pouco melhor a revelação do passar dos anos que a realidade apresenta; uma dualidade cruel entre o presente e a (in)tangibilidade das hipóteses futuras que surgem pelo caminho. A potencialidade de tudo que poderia acontecer jazia escondida ali na cerimônia, encoberta pelo manto da fé, da esperança, do amor, do otimismo. Betina enxergava bem o peso de cada escolha e suas consequências.

Fabrício cruzou o seu olhar com o de Betina, lembrando-se da época que ambos eram os protagonistas do dia, aos olhos da comunidade e de Deus. Não era para ele ter entrado pela igreja com uma madrinha desconhecida, e sim com ela. Trocaram um raríssimo sorriso de constrangimento, disfarçados para não manchar a felicidade da festa. Fabrício arriscava que Betina sentia o mesmo sabor agridoce do errôneo que ele buscava disfarçar com uma balinha de menta e uma pitadade esperança empática pelos noivos.

Quando Betina sentiu o olhar de Fabrício repousar no seu, ela congelou. A expressão do ex-marido era uma incógnita. O quer que fosse que ele sentia, Betina considerava ser justo. Mal reparou o início da entrada de Elizabeth na Igreja.Levantou-se atrasada em relação aos convidados, um tanto desconcertada. A marcha nupcial não a embalou com esperança. Um calor incômodo tomou seu corpo, o peso do passado entre os dois irrompendo nela uma comichão.Afloraram em Betina o amor, as mágoas, a culpa e o arrependimento diante do que poderia ter acontecido e não aconteceue, principalmente, diante de tudo de ruim que aconteceu e não deveria ter ocorrido.

Elizabeth passou ao lado da amiga, tirando-a momentaneamente de seu calvário. Betina esboçou um sorriso diante do deslumbrante vestido.

“Com sorte, vocês serão bem mais felizes do que nós fomos.” Betina desejou em seu íntimo, enquanto assistia os noivos juntando-se, finalmente, no altar da igreja. 

(…)

III – Amolação 

A excruciante dor de cabeça fez com que ela tateasse sua nuca de levinho, checando se seu crânio estivesse afundado de alguma forma. Nunca sofreu traumatismo craniano, mas imaginava que deveria doer dessa maneira. Como se não fosse suficiente a enxaqueca, que latejava a cada bip da máquina, Betina sentia um enorme vazio frio em seu estômago.

Aliás, os sons da máquina e alguns tubos de soro inseridos nas veias de Betina entregavam que ela estava num hospital. O quarto de internação dela mais parecia o de um hotel; paredes cinza-chumbo, um sofá de couro marrom, bastante espaço para o acompanhante, um quadro bem pintado retratando um vaso de girassol. 

“Como parei aqui?” 

Betina praguejou silenciosamente diante da falta de memória. Os pequenos flashes resumiam-se a alguma discussão acalorada com Fabrício e, logo após isso, encontrar algumas amigas no bar. Dali, a vontade dela era esticar a noite, mesmo que tivesse trabalho na manhã seguinte.

“Como se eu estivesse em condições!”

Aquela sensação de vergonha consciente era conhecida. Por experiência própria, às vezes era melhor não saber o que você havia feito, enganando-se como se suas atitudes ilógicas não fossem suas. Pouco antes de surgir o incômodo por estar sozinha ali com a sua consciência, Betina ouviu primeiramente os conhecidos passos pesados de seu marido. Mesmo que soubesse que Fabrício, com razão, iria amolar sua latejante cabeça, Betina sentiu-se segura, como se o pior já tivesse passado. O rosto inchado do marido estampava os efeitos da preocupação. O médico veio logo atrás dele, com uma expressão séria. 

— Boa tarde, Betina! Sou o Dr. Wagner Leite, o gastro de plantão quando você chegou aqui. Como você está?

— Confusa, com dor de cabeça e uma sensação estranha na barriga. Como eu vim parar aqui?

O médico olhou para Fabrício, o qual permaneceu em silêncio. Então, o gastroenterologista resumiu o quadro médico de Betina. Ela havia dado entrada no hospital no final madrugada com um quadro de coma alcoólico grave, com suspeita de mistura com ansiolíticos. Por conta dos remédios, foi feita uma lavagem estomacal para minimizar os danos da ingestão exagerada dos remédios. O procedimento foi um sucesso, embora Betina tenha demorado para acordar.

— Fizemos alguns exames para verificar o seu estado de saúde. O fígado e os rins estão sob estresse. Nada que um repouso e soro não façam um efeito. E claro, evitar o álcool por um tempo e manter-se muito bem hidratada pelos próximos dias. Bom, você vai ficar sob observação médica por hoje. 

— Obrigada, doutor! — A vergonha de Betina engoliu algumas palavras, fazendo-a que olhasse para baixo. Isso não foi suficiente para evitar a chamada do experiente médico.

— Betina, você é uma mulher jovem, trabalhadora e, para estar num hospital como esse, com certeza teve sucesso na vida. Nenhuma vida é perfeita, mas, independentemente das questões que você está tentando combater com o álcool, eu prometo para você que a saída não é essa. Recomendo que você busque terapia, caso não faça, e retorne no seu psiquiatra.Espero que seja a última vez que eu te veja aqui. 

Fabrício acompanhou o médico até a porta do quarto, agradecendo-o. Quando voltou, permaneceu em silêncio por alguns minutos, evitando o olhar de Betina ao máximo. 

— Como parei aqui?

— Depois que brigamos, você saiu de carro por aí. Parou num bar, conversou um tempo com umas amigas. Elizabeth me ligou às 3h da manhã, acho, dizendo que você havia saído dirigindo de novo, que iria voltar para casa e avisaria quando chegasse. Ela ficou preocupada porque não achava que você estava em condições, mas ninguém conseguiu te convencer disso. Como você não ligou dizendo que chegou em casa e não deu sinal de vida, eu procurei você. Encontrei você desacordada no caminho, o seu frasco de remédio vazio e o carro ligado, com uns amassados novos. Você deu muita sorte.

— Desculpa, eu…

Fabrício cortou a fala da esposa. Sua voz embargada mantinha-se firme, apesar das lágrimas magoadas.

— Você sabe o quanto eu te amo?

— Sei…

— Mas talvez não saiba o quanto não estou gostando de você, especialmente agora. O quão difícil e desafiador está sendo amar você quando você mesma se faz tão mal. Ou quando me faz mal, começando brigas comigo sem o menor sentido. — Fabrício revestiu-se de seriedade e firmeza para o seu ultimato. Havia tanto amor quanto dor e raiva nos olhos dele. A convicção das palavras do marido transpassou pelo seu peito, calando-a. — Eu já falei da sua questão com a bebida algumas vezes, e você não me escutou. Seus amigos falaram. Seus pais falaram. Agora um médico falou. Se você não escutar… Eu não vou assistir você se autodestruir e levar o nosso relacionamento para o buraco.

A memória do hospital era a que mais assombrava Betina. Primeira vez no hospital por conta do álcool, primeira vez que se viu de frente para um transtorno. Ela prometeu nunca mais beber. O ultimato do marido somou-se à sua lista de preocupações. Sem ele, Betina não conseguiria viver. Então, se esforçou para mudar de estio de vida. Buscou terapia, onde foi diagnosticada como uma alcoólatra funcional. A funcionalidade foi suficiente para convencê-la de que foi um episódio isolado e que, agora, ela teria controle.

Depois de algum tempo, ela recaiu no ciclo vicioso.

(…)

IV – Cortar 

Não podendo fugir de si, ela encontrou refúgio num cômodo qualquer da mansão que o casal de amigos alugou. Ao longe, ouvia a felicidade de uma cerimônia do casamento. Sentia-se uma intrusa despercebida ao ambiente leve e descontraído. Momentos antes, passou na fila dos drinques e pediu uma novidade, um tal de Moscow Mule, feito com espuma, gelo,gengibre, hortelã, suco de limão e vodka. 

Bastava fechar os olhos, ignorar o forte amargor culpado de álcool nacional barato que imita o russo e focar no sabor deum chá tranquilizante de hortelã e gengibre. Um chá gelado e milagroso com gengibre e hortelã, com uma pitada de limão, que condensava numa xícara de cobre. Apenas uma dose e Betina ficaria bem, sociável, amável, engraçada. Quem sabe, com um ou dois drinques a mais, ela seria uma mulher divorciada, menos suscetível de pena e sim de olhares quentes e ousados. 

Mais algumas doses, com certeza ela esqueceria da dor que sente o dia inteiro, todos os dias, desde sua internação. Demissão, divórcio, vergonha, culpa, arrependimento. Afinal, tudo foi responsabilidade dela. Não havia mantra que a sustentaria. Senão sucumbir agora, numa festa, num momento de felicidade, poderia sucumbir no trabalho, o que seria mil vezes pior.

Betina cedeu primeiramente à sensação de cheirar, aproximando a caneca às narinas, confirmando todos os ingredientes. Por um breve instante, aquilo a satisfez. O cheiro a distraía fracamente das memórias. Uma distração tão fugaz, resolveu demorar-se um pouco. Quem sabe, a memória olfativa lembraria de algum porre causado por vodka que a repelisse dali. 

— Não faz isso. 

A voz conhecida, de tom grave e machucado, a despertou do transe. Betina encarava Fabrício como se o ex-marido tivesse materializado no recinto a partir das lembranças reprimidas. Ele, por sua vez, caminhou até Betina, tomando para si a bebida. 

— Eu juro que eu não tomei, eu…

— Pior que eu acredito, Bê. — Fabrício assistiu, em silêncio e resignado a seu papel de espectador, a batalha interna de Betina. Mesmo que não tivesse visto, Fabrício acreditou, como no dia que decidiram por se afastar. Foi nesse momento que Fabrício percebeu a sinceridade da impotência do amor da esposa por ele diante de sua luta. Ele precisou acreditar, ainda que as atitudes da esposa apontassem o contrário.

         Em todo o caso, deu as costas brevemente para ela, regando uma planta decorativa com o drinque. 

— Eu sei que você resistiu o máximo que deu. Agora tô aqui.

Betina finalmente sucumbiu às memórias, a catarse em forma de um abraço em busca de refúgio e um choro copioso, enterrado no peito de Fabrício. Pediu perdão por tudo. Ele deitou a cabeça em cima da ex-esposa, fechando um ninho-cásulo. Ali, os dois compartilharam o peso da culpa, da mágoa, do arrependimento e, especialmente, daquilo que tudo que sonharam e não realizaram. 

Apesar de tudo, Betina e Fabrício compartilharam amor também.

Sobre Fabio Baptista

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38 comentários em “Catarse (Givago Thimoti)

  1. Andre Brizola
    11 de março de 2024
    Avatar de Andre Brizola

     Olá, Givago!

    Seu conto trata de uma maneira bastante densa e realista o drama do alcoolismo e de como ele afeta não só o viciado, mas também as pessoas ao seu redor. Como comentei em alguns contos, com o tema escolhido para o desafio eu já via alguns enredos de antemão e o do alcoolismo marca mais um quadradinho na minha cartela do bingo do recomeço. Isso faz dele um clichê? Acho que faz sim. Mas acho que 85% dos contos do desafio foram por esse caminho, então não vejo como demérito.

    Tenho que confessar que o drama puro e simples não é muito a minha praia, mas acho que a honestidade e a crueza com que a trama foi montada contribuíram bastante para que eu conseguisse montar um panorama do quão drástica e desesperadora é a situação do alcoólatra. Betina é uma personagem muito bem construída, e sua jornada é bem dolorosa. Mérito do autor.

    Eu achei que o ritmo do conto ficou um pouco arrastado para o meu gosto. A opção por ter longos períodos em parágrafos grandes, com poucos diálogos, aliado à densidade do tema, deixou tudo bastante difícil de absorver com uma leitura apenas. E, como se trata de um enredo razoavelmente simples, deveríamos ter um entendimento mais rápido dos acontecimentos. Acho que a segunda parte do conto, sobretudo, ficou bastante complicada, e eu demorei a entender a relação entre os quatro personagens, e não porque o enredo é complexo, e sim porque as informações estão comprimidas em um texto muito denso.

    Com relação à parte gramatical, eu realmente não gosto muito de ficar apontando, pois acho que isso é uma questão de revisor, e não de comentarista. Mas acho que você teve algum problema de conversão de arquivo, ou no envio via e-mail, pois algum as palavras ficaram juntas. Fora isso, acho que o texto está ok.

    No geral achei que o texto é profundo e carismático ( denso, veja que escrevi isso diversas vezes aqui), mas um tanto dramático demais para o meu gosto pessoal. Mas é bem escrito e bem montado. Se estivesse na minha lista sua nota teria sido 8,0!

    • Givago Thimoti
      11 de março de 2024
      Avatar de Givago Thimoti

      Boa noite, André! Muito obrigado pela atenção e pelo cuidado com o seu comentário!

      Eu me considero um escritor dos clichês. Gosto deles, mas tento não cair no grande problema do clichê; a mera repetição de uma história já contada mil vezes. Por isso, fico feliz com a sua observação em relação a mostrar como o problema de Betina afetou não somente ela, mas também o marido. Foi um desafio pessoal tentar equilibrar Betina enquanto alcoólatra; nem uma coitada nem uma demônia.

      Também fico feliz que o conto, na sua visão, foi denso e realista. Talvez denso até demais em alguns momentos.

      Geralmente, eu abandono os contos que envio para o desafio depois do resultado, seja bom ou ruim. Acho que seu comentário foi a gotinha que faltava para eu mudar isso.

      Obrigado!

  2. Felipe Lomar
    9 de março de 2024
    Avatar de Felipe Lomar

    olá,

    bem, o seu texto tem problemas de revisão graves. Geralmente não ligo tanto pra isso, mas aqui chegou ao ponto de atrapalhar a leitura. Por favor, seja mais cuidadoso na revisão

    no mais, a história é um pouco óbvia e panfletário demais. O tema do alcoolismo é importante, mas um texto que parece uma cartilha não chama a atenção

    Alem disso, a transição entre os capítulos e a temporalidade no geral são um pouco confusas.

    boa sorte!

  3. Marco Aurélio Saraiva
    8 de março de 2024
    Avatar de Marco Aurélio Saraiva

    Um excelente conto. A divisão em atos foi boa, especialmente do ato II ao III, e de volta à festa no IV. A narrativa foi escrita com habilidade, e o conto é cheio de emoção. Betina tem personalidade, tem conflitos internos interessantes. Os personagens são reais. O conto me trouxe para dentro dele, com uma excelente ambientação. A luta de Betina contra o alcoolismo foi muito bem descrita e mostrada, incluindo todas as consequências que o alcoolismo trouxe para a sua vida. Achei incrível como quase pude sentir o aperto no peito que ela sentia ao ver o copo de bebida, ao pensar na garrafa de uísque, e ao ver o ex-marido.

    Conto muito bem escrito, um dos melhores do desafio!

    Destaque para os trechos abaixo:

    “O coração acelerava seu ritmo como se precisasse prepará-la para a necessidade de fugir dali com vida.”

    “Mal reparou o início da entrada de Elizabeth na Igreja. Levantou-se atrasada em relação aos convidados, um tanto desconcertada”. Achei este trecho incrível. É simples! Mas descreve tanta coisa em tão poucas palavras… muito bem feito!

    O que não gostei: faltou só revisão. Tem um monte de erros de digitação. Coisa boba, mas que em quantidade dá uma atrapalhada.

    • Givago Domingues Thimoti
      10 de março de 2024
      Avatar de Givago Domingues Thimoti

      Olá, Marco!

      Primeiramente, agradeço o comentário elogioso em relação ao meu conto. Talvez, não merecesse, mas com certeza fico feliz que ele tenha tocado você de alguma forma. Depois de um tanto tempo parado, foquei muito mais em tocar os leitores do que qualquer outra coisa. Embora, em minha defesa, não era o meu objetivo ser esdrúxulo na questão de revisão gramatical. Um infeliz erro resumido a enviar o arquivo não corrigido quando o corrigido estava logo acima rs.

      Estarei mais atento na próxima vez.

      Mais uma vez, obrigado pelo comentário elogioso!

  4. Jorge Santos
    7 de março de 2024
    Avatar de Jorge Santos

    Olá. Acabei de ler o seu conto que fala do recomeço de uma relação complicada, como são todos os recomeços de relações complicadas. O vício da bebida é, no conto, um dos aspetos fundamentais. É um relato que já vi acontecer na vida real. Raramente dá certo, porque os vícios sempre regressam, normalmente de forma mais acentuada. Esperava um desfecho menos glorioso, um texto mais fluído e, certamente, menos erros. Encontrei problemas com a pontuação e com um misterioso “t” que surge a meio do texto. Reitero o que já disse em outros comentários de textos onde encontrei erros: qualquer que seja o objetivo do texto, a revisão é fundamental. Se o comentador investe o seu tempo a ler, o mesmo comentador espera, no mínimo, que o escritor tenha investido tempo na revisão do texto, o que nitidamente não foi o caso.

    • Givago Domingues Thimoti
      10 de março de 2024
      Avatar de Givago Domingues Thimoti

      Olá, Jorge Santos!

      Agradeço o seu comentário no meu conto. Foi duro, mas como eu mesmo disse num conto, não há muito o que dizer quando o próprio escritor não contribui para um comentário. Infelizmente, concordo inteiramente com sua crítica.

      Espero ser melhor na próxima vez.

      Obrigado!

  5. Fernanda Caleffi Barbetta
    5 de março de 2024
    Avatar de Fernanda Caleffi Barbetta

    Olá, Cage

    Um texto bonito de redenção, de noivas chances, recomeços.

    Seguem minhas sugestões Use o que fizer sentido para você.

    Desculpe se é falha minha, mas não entendi esta frase:  “Parecia tão plena e segura em meio à concentração típica de uma pessoa iniciante em seu trabalho”. Em meio à concentração típica? Estava ou não plena e segura? Seria em contradição ao que se espera de uma pessoa iniciante?

    “Por dentro, Betina sentia-se uma fraude” – sugestão, eliminar o “Por dentro”

    Pessoas iniciante no seu trabalho é chefe indigna?

    causou o próprio divórcio – Causou divórcio?

    “demissão num (de um) cargo melhor”

    Ela primeiro era uma pessoa iniciante, que na verdade já tinha trabalhado em duas outras empresas, que atualmente é chefe e que foi demitida de um cargo ainda melhor do que o atual… acho que nçao entendi.

    “perdendo uma vez outra a tecla certa” – uma vez ou outra?

    “assim como o supetão de sucumbir à principal rota de fuga que optava.” – pela qual optara?

    “o que temos controle são nossas ações.” – do que temos controle é de nossas ações

    Na parte I, em nenhum momento cita o alcoolismo – sugiro dar algumas pistas antes.

    “quase não largou o lado do amigo” – acho melhor não largou o amigo

    “ resistir e fazer mais” – aqui parece que faltou alguma coisa. Fazer mais o quê? Fazer mais pelo casamento, por eles?

    “Mas quando se t (tem) alguém”

    “sorriso de orelha a orelha” -0 clichê

    “Talvez porque era isso mesmo, vivia agora seu recomeço” -esta parte pareceu a voz do autor querendo incluir o tema no conto rsrs.

    “Trocaram um raríssimo sorriso de constrangimento” nçao faz sentido com o que vem logo depois: “Quando Betina sentiu o olhar de Fabrício repousar no seu, ela congelou”

    “tateasse sua nuca de levinho, checando se seu crânio estivesse afundado de alguma forma” – tateia a nuca para ver se o crânio está afundado?

    “resumiam-se a alguma discussão acalorada com Fabrício e, logo após isso, encontrar (o encontro com) algumas amigas no bar”  

    “enorme vazio frio” – vazio frio?

    “Aquela sensação de vergonha consciente era conhecida!” – acho que vergonha sempre é consciente.

    “Nada que um repouso e soro não façam um efeito” – façam um efeito é estranho

    “— Betina, você é uma mulher jovem, trabalhadora e, para estar num hospital como esse, com certeza teve sucesso na vida” – como o médico sabe que ela trabalhadora? Estar ali nçao necessariamente significa que teve sucesso na vida. O seu personagem médico pode ser como você quiser, mas me incomodou esta fala.  

    “Espero que seja a última vez que eu te veja aqui” – depois, vejo que ele a conhece de certa forma, mas achei estranho porque ele se apresentou como “Dr. Wagner Leite, o gastro de plantão quando você chegou aqui”

    Demorei a entender que o III era uma volta ao passado.

    “Senão sucumbir agora” – se não sucumbisse

    “tivesse (se) materializado no recinto”

  6. Priscila Pereira
    4 de março de 2024
    Avatar de Priscila Pereira

    Olá, Cage! Tudo bem?

    Seu conto retrata uma alcoólatra que teve a vida destruída pelo vício que está tentando recomeçar. Gostei do conto dividido em partes não lineares no tempo, indo e vindo, mostrando o que aconteceu ao invés de só contar.

    O enredo é bom, os personagens são bem desenvolvidos, e a escrita é boa, tirando alguns (não tão poucos) lapsos de revisão e algumas frases meio travadas.

    O final é tocante, com o ex marido reconhecendo que Betina tinha um problema maior e que a força de vontade não ajudaria a superar. Que não era falta de amor, nem de vontade, era uma doença então ele ficaria ao lado dela e a ajudaria a se curar. E o melhor foi que não precisou que você escrevesse tudo isso, ficou subentendido.

    Boa sorte no desafio!

    Até mais!

    • Givago Thimoti
      11 de março de 2024
      Avatar de Givago Thimoti

      Olá, Priscila!

      Parabéns pelo primeiro lugar! Merecidíssimo. Obrigado pelo comentário! Fico extremamente feliz que tenha gostado.

  7. Vladimir Ferrari
    4 de março de 2024
    Avatar de Vladimir Ferrari

    Faltou uma última revisão, erros simples. A narrativa nos primeiros parágrafos é um tanto “colcha de retalhos” e, a meu ver, prejudicada por frases muito longas. O conselho de Sérgio, tem a palavra “controle” como central. Mas pareceu-me uma fala “descontrolada”. Parece “embromation”. Há personagens demais para um conto. Alguns pronomes a mais. A narrativa, no geral, parece mais próxima de um panorama do que pode ser uma reconciliação, pode ser um acerto de contas entre Fabrício e Betina. Mas, figura-se na minha opinião, um processo. Não entendi como atende a premissa de recomeço. Sucesso.

  8. Gustavo Castro Araujo
    1 de março de 2024
    Avatar de Gustavo Castro Araujo

    Um conto sobre segundas chances, mais até do que recomeços. Gostei da maneira como a trama foi concebida (ou urdida, para usar o termo clichê da moda). Isso porque não se trata de uma contação linear. A imagem do conto, aliás, colabora positivamente para com esse quebra-cabeça, ao tratar do casamento de Edson e Elizabeth, personagens que na verdade são secundários.

    De fato, a história recai sobre o drama de Betina, sua luta contra o alcoolismo e a dependência afetiva que ela tem com Fabrício, seu ex-marido. As cenas são bem montadas e têm uma atmosfera que me trouxeram à mente trechos de filmes franceses, aqueles em que os diálogos carregam toda a força do que se pretende contar, muito mais pelo que não é dito do que pelo que é, no fim, proferido.

    É uma história madura, concebida, arrisco, por um(a) autor(a) já com certa experiência de escrita. Ainda assim há o que acertar em alguns parágrafos, mormente pelo uso de palavras em excesso. Digo isso porque em determinados pontos, a ideia que se quer passar já se encontra clara, mas mesmo assim opta-se por usar mais e mais descrições, causando certo fastio na leitura.

    Alguém já disse que escrever é a arte de cortar palavras. Acho que se aplica bem aqui. Com um pouco de paciência e desapego, é possível chegar a um ótimo resultado.

    De todo modo, é uma história muito interessante e que, em verdade, poderia render ainda mais, já que várias subtramas podem ser desenvolvidas. Algo a se pensar. Um romance mais adulto, do tipo rodrigueano, imagino, mas confesso que estou divagando. É que, vista como embrião, como uma sinopse, realmente instigou-me a saber mais sobre os protagonistas e até sobre os personagens coadjuvantes.

    Parabéns e boa sorte no desafio.

    • Givago Domingues Thimoti
      10 de março de 2024
      Avatar de Givago Domingues Thimoti

      Olá, Gustavo!

      Obrigado pelo tempo e paciência investidos em ler meu conto. Agradeço muitíssimo seus apontamentos.

      Pessoalmente, concordo que menos é mais. Infelizmente, um instinto meio arrogante me fez pensar que cada palavra ali estava bem colocada.

      No mais, fiquei feliz com o comentário, especialmente naquela parte que diz “parece um conto de um escritor experiente”. Enganei você direitinho.

      Obrigado pelos apontamentos!

      • Gustavo Araujo
        10 de março de 2024
        Avatar de Gustavo Araujo

        Meu amigo, não vejo isso como questão de arrogância. Todos nós julgamos inserir as palavras adequadas, nas quantidades adequadas, para que o conto surta o efeito desejado. Mas, de dentro, a visão é uma e quando o conto ganha asas, perdemos esse controle. Como consequência, os leitores destinatários acabam tendo uma experiência diferente daquela que imaginamos. No fim, cabe a nós analisarmos com paciência (e não com o fígado kkk) aquilo que nos foi dito e aproveitar o que consideramos relevante. Você já faz isso. É um escritor em franca evolução porque sabe discernir entre a crítica gratuita e aquela que te ajuda a evoluir. Mantenha o entusiasmo!

  9. Emanuel Maurin
    29 de fevereiro de 2024
    Avatar de Emanuel Maurin

    Betina é ansiosa e cachaceira. Isso a faz perder o emprego, o marido e a autoestima. Ela tenta largar de beber, mas sempre recai. No casamento do seu ex-cunhado, ela quase bebe novamente, mas é impedida por seu ex-marido. Depois os dois se abraçam e relembram o amor e a dor que viveram juntos.

                   Seu conto é interessante e fala sobre dependência do alcoolismo, a linguagem é clara, mas um pouco amarrada, tem alguns erros de ortografia e os personagens secundários não são bem desenvolvidos. Boa sorte no desafio.

  10. claudiaangst
    28 de fevereiro de 2024
    Avatar de claudiaangst

    Oi, Cage, tudo bem?

    Sim, parece que o seu conto abordou o tema proposto pelo desafio. Pelo o que entendi, Betina e Fabrício recomeçaram uma história de amor.

    Sei lá, fiquei meio perdida com tantas informações, personagens, encontros, desencontros…Na segunda leitura, já me achei. Dois casais (eu é que os multipliquei com minha imaginação fértil): um se casando e outro tentando superar o divórcio.

    Só acho, palpite mesmo, que o conto poderia ter uma versão reduzida, tornando a narrativa mais enxuta.

    Não sei se foi a divisão adotada, mas o conto me fez pensar em capítulos de uma novela. Bom, pelo menos teve final feliz!

    A escolha do seu pseudônimo = CAGE = me fez questionar o significado que o(a) autor(a) quis dar ao tema “casamento”. Seria o compromisso uma jaula? Ou era Betina que se sentia enjaulada pelo vício e solidão? Ou nada procede?

    Algumas falhas de revisão:

    • O médico olhou para Fabrício, o qual permaneceu em silêncio. > O médico olhou para Fabrício, que permaneceu em silêncio.

    • […] era por conta dos cafezinhos que tomou > era por conta dos cafezinhos que havia/tinha tomado

    • Mas quando se t alguém > Mas quando se TEM alguém

    • […] mudar de estio de vida > mudar de ESTILO de vida

    • […] um ninho-cásulo > um ninho-casulo

    Parabéns pela participação no desafio. Boa sorte na hora de pegar o buquê da noiva (não sei se é melhor pegar ou não, viu)

    • Givago Domingues Thimoti
      10 de março de 2024
      Avatar de Givago Domingues Thimoti

      Oi, Claúdia! Tudo bem?

      Enfim, nem sei se você vai ler esse comentário, mas agradeço muitíssimo pelo seu comentário.

      A escolha pelo pseudônimo CAGE é baseado num questionario de 4 perguntas que alguns psicólogos utilizam em pacientes com sinais de alcoolismo. Cada ato representa uma pergunta:

      C – (cut down)– Alguma vez sentiu que deveria diminuir a quantidade de bebida ou parar de beber?

      A – (annoyed) – As pessoas o (a) aborrecem porque criticam o seu modo de beber?

      G – (guilty) – Se sente culpado (a) pela maneira com que costuma beber?

      E – (eye opened) – Costuma beber pela manhã (ao acordar), para diminuir o nervosismo ou a ressaca?

      Dei o meu melhor para responder essas perguntas com cada ato e a história de Betina.

      Talvez Betina pensasse que o seu casamento poderia ser uma prisão/uma jaula, mas ela nunca falou nada nesse sentido para mim.

      Mais uma vez, obrigado pelo feedback

      • Givago Domingues Thimoti
        10 de março de 2024
        Avatar de Givago Domingues Thimoti

        PS: nem Betina nem Fabrício deveriam pegar um buquê. Apenas um número de terapia e uma rede de apoio para superarem os problemas

      • claudiaangst
        12 de março de 2024
        Avatar de claudiaangst

        Obrigada pelo esclarecimento, achei bem interessante o questionário CAGE. Desconhecia completamente.

  11. mariainezsantos
    26 de fevereiro de 2024
    Avatar de mariainezsantos

    Um texto que apresenta a luta entre a vida e a morte do vício o qual assombra muitas pessoas. A dificuldade em manter uma sequência de vida pensando no bem do outro, naquilo que o outro quer. Não se permitindo ser apenas um ser humano repleto de dúvidas e em busca de respostas para seus conflitos internos. Uma extrema necessidade de agradar ao outro sem se importando com seus próprios sentimentos . A fuga para lugar nenhum, tentando esquecer a dor.

  12. Leda Spenassatto
    25 de fevereiro de 2024
    Avatar de Leda Spenassatto

    Catarse (Cage)

    Betina e sua dependência com o álcool.
    Um tema muito bom para ser explorado, mas ficou à mercê de um pouco de suspense ou algo que instigasse o leitor a continuar com a leitura.
    Seu texto carece de uma boa revisão gramatical, o que deixaria ele mais leve.

    Ex: ‘Mas quando se t alguém ideal’

    ‘ofegando como se Betinaandasse depressa, preocupada em chegar no destino’ , entre outros mais ….

    Há contradições bem relevantes, o texto inicialmente fala que Betina e Fabrício são divorciados, porém , mais adiante você se refere a Betina como a esposa e não ex-esposa.

    O final ficou fraco , sem nenhum impacto.

    Sorte, muita sorte!

  13. Simone
    25 de fevereiro de 2024
    Avatar de Simone

    O conto, já nos primeiros parágrafos, mostra muito bem a relação de Betina com o álcool, a tentativa de figura da vontade de não pensar, abrir a gaveta e beber o uísque. A solução gostosa e imediata para a ansiedade do trabalho sem prazer. Foi ótimo perceber no capítulo seguinte, no casamento dos amigos, que o casamento de Betina não acabou por falta de amor. Havia o vício entre eles, a autodestruição de Betina, mas o amor do marido é precioso, ele não desiste dela. Muito bom o encaminhamento para o final. Com focalização onisciente, sabemos o que os personagens pensam e suas verdades e torcemos por eles. A história faz refletir sobre os valores da vida, sobre a facilidade de sair por atalhos que não levam a lugar nenhum. Impossível não torcer pelo final que representa apoio, amor, recomeço. Muito boa a verossimilhança. A divisão dos tempos, a clareza, a concentração no tema. Excelente.

  14. Pedro Paulo
    24 de fevereiro de 2024
    Avatar de Pedro Paulo

    RESUMO: Betina e Fabrício eram casados até o matrimônio ser consumido pelo vício dela. Após uma recuperação acidentada, um reencontro em um casamento trouxe de volta novas emoções e uma revanche do amor e do vício na vida desses dois.

    COMENTÁRIO: É uma história muito bonita e cativante, as personalidades e sentimentos dos personagens são verossímeis e se trata de uma situação igualmente crível e referenciada na vida real, uma abordagem sobre a invasão do vício na vida das pessoas. Conforme ia se contextualizando o histórico dos dois e o reencontro ia se tornando mais iminente, o interesse na resolução foi me tragando linha à linha. Apesar disso, há alguns pontos que critico. Do lado da revisão, vi muitos erros de digitação e palavras engolidas. Na construção do texto, também vi trechos que poderiam ter sido suprimidos ou cortados, como a apresentação do noivo e da noiva (acredito que havia formas mais interessantes de contextualizar o reencontro como ocorrido em um casamento) ou, por exemplo, quando o médico se apresenta (apesar de reconhecer que as palavras dele tem peso na narrativa). Um ponto no qual o texto se equilibra entre o bom e o ruim é que é uma história bastante convencional e já esperada em um desafio de tema “recomeço”, de modo que, uma vez que entendi do que se tratava, reconheci logo que seria esse tipo de história. Talvez, lendo os demais contos eu perceba que me enganei quanto à recorrência dessa abordagem, mas ainda assim é um clichê. Entretanto, apontei como equilíbrio porque é um clichê muito bem executado e é por isso que eu fiquei cativado na leitura. Boa sorte!

  15. Kelly Hatanaka
    24 de fevereiro de 2024
    Avatar de Kelly Hatanaka

    Estou avaliando os contos de acordo com os seguintes quesitos: adequação ao tema, valendo 1 ponto, escrita, valendo 2, enredo, valendo 3 e impacto valendo 4.

    Adequação ao tema
    Atende ao tema. Betina tenta recomeçar sua vida após ter perdido tudo para o vício.

    Escrita
    Bem escrito, porém com alguns erros de digitação/revisão.
    Os sentimentos e o clima de cada cena são muito bem desenvolvidos.

    Enredo
    Betina luta contra o vício enquanto lida com a culpa e o arrependimento. O casamento de seus amigos e a visão de Fabrício alimentam sua angústia, ela quase cede à tentação de um Moscow Mule e é salva por Fabricio.

    Impacto
    Uma bonita história de amor. O conto não deixa certezas a respeito do destino de Betina. Será que ela conseguirá se manter longe do vício? E é essa falta de certeza que torna a história tão interessante. A personagem está sempre sobre o fio da navalha, seu sentimento de culpa e a consciência de seus erros parecem, em muitos momentos, esmagadores. Ela, porém, resiste. O final traz alguma esperança. Ela não estará sozinha.

    Parabéns e boa sorte.

    Kelly

  16. Leda Spenassatto
    23 de fevereiro de 2024
    Avatar de Leda Spenassatto

    Catarse (Cage)

    Betina e sua dependência com o álcool.
    Um tema muito bom para ser explorado, mas ficou à mercê de um pouco de suspense ou algo que instigasse o leitor a continuar com a leitura.
    Seu texto carece de uma boa revisão gramatical, o que deixaria ele mais leve.

    Ex: ‘Mas quando se t alguém ideal’

    ‘ofegando como se Betinaandasse depressa, preocupada em chegar no destino’ , entre outros mais ….

    Há contradições bem relevantes, o texto inicialmente fala que Betina e Fabrício são divorciados, porém , mais adiante você se refere a Betina como a esposa e não ex-esposa.

    O final ficou fraco , sem nenhum impacto.

    Sorte, muita sorte!

  17. Antonio Stegues Batista
    23 de fevereiro de 2024
    Avatar de Antonio Stegues Batista

    Na primeira parte do conto, vemos Betina em seu local de trabalho com ansiedade, provavelmente pela crise de abstinência, pois ela abandona o trabalho e se dirige a um grupo de alcoólicos anônimos. Na segunda parte, vemos Fabrício, padrinho de casamento de Edson, ajudando-o a se preparar para o casamento com Elisabete. Fabrício fica constrangido ao ver Betina, sua ex-esposa. Os dois se casaram naquela mesma igreja. Na quarta parte, que parece ser um flashback, Betina está num hospital, ferida, ela bebeu demais e sofreu um acidente. O conto tem uma história do cotidiano, os problemas de um casal e o vício em bebidas, conflitos sentimentais, etc. O enredo é simples, sem grandes mistérios e reviravoltas surpreendentes, nem elementos fantásticos, ou algo mais marcante e original. A escrita é correta, coerente. Há alguns erros de digitação, mas que não atrapalham o entendimento da história. Boa sorte.

    …………………………………………………………………………………………

  18. Antonio Stegues Batista
    22 de fevereiro de 2024
    Avatar de Antonio Stegues Batista

    Na primeira parte do conto, vemos Betina em seu local de trabalho com ansiedade, provavelmente pela crise de abstinência, pois ela abandona o escritório e se dirige a um grupo de alcoólicos anônimos. Na segunda parte, vemos Fabrício, padrinho de casamento de Edson, ajudando-o a se preparar para o casamento com Elisabete. Fabrício fica constrangido ao ver Betina, sua ex-esposa. Os dois se casaram naquela mesma igreja. Na quarta parte, que parece ser um flashback, Betina está num hospital, ferida, ela bebeu demais e sofreu um acidente. O conto tem uma história do cotidiano, os problemas de um casal e o vício em bebidas, conflitos sentimentais, etc. O enredo é simples, sem grandes mistérios e reviravoltas surpreendentes, nem elementos fantásticos, ou algo mais marcante e original. A escrita é correta, coerente. Há alguns erros de digitação, mas que não atrapalham o entendimento da história boa sorte.

  19. Fabio Baptista
    19 de fevereiro de 2024
    Avatar de Fabio Baptista

    Com um pouquinho mais de capricho na escrita e na revisão, esse teria sido um conto acima da média. Essa história de queda, redenção e quase queda de novo foi boa. A divisão em “capítulos” indo e voltando no tempo ficou legal também. Na trama eu estranhei um pouco a tolerância de Elisabeth com Betina… ok, eram amigas e tal, mas sei lá. E Fabrício também se mostrou bem indeciso (aqui não é uma crítica, mas um elogio ao traço de personalidade marcante do personagem). No início é citada a personalidade tóxica de Betina, mas, com exceção ao alcoolismo e um trecho onde Fabrício menciona brigas, nós não vemos isso. Sugiro explorar um pouco mais esse passado tóxico, para que o dilema final beber ou não beber, eis a questão, tenha mais peso. (Off: estou assistindo “The Good Place” e meio que imaginei Betina no lugar da protagonista)

    Algumas anotações que fiz no caminho:

    – “uma chefe indigna de estar no cargo, a sobrinha problemática do dono do negócio, que causou o próprio divórcio e a demissão num cargo melhor do que o atual com o seu comportamento tóxico”

    Sim, é possível entender. Mas na literatura só isso não basta. Esse é um exemplo de frase que poderia ser muito melhor trabalhada para deixar a leitura mais fluída, sem que o leitor faça pausas mentais para processar ambiguidades e ligar pontos. Exemplo só mudando um pouco a ordem das palavras: “uma chefe indigna do cargo; a sobrinha problemática do dono do negócio; a mulher que, com seu comportamento tóxico, causou o próprio divórcio e a própria demissão de um emprego muito melhor do que o atual.” Trocar cargo por emprego evita a repetição de palavras próximas, isso também deixa a leitura mais gostosa.

    – Naaltura, Betinaandasse (…), quando se t alguém

    Alguns exemplos de palavras que ficaram grudadas, ou incompletas, demonstrando falta de cuidado com a revisão (fui até conferir o arquivo original pra ver se não tinha algo errado no momento da postagem)

    – “saindo apressada antes que lembrasse que a garrafa de uísque era um hábito antigo.”

    Essa frase fica meio solta se o leitor não completar mentalmente “são difíceis de morrer”. Bom, pelo menos eu completei “Old habits die hard”. Enfim… melhor não deixar essa responsabilidade para o leitor.

    – “Nunca sofreu traumatismo craniano, mas imaginava que deveria doer dessa maneira.”

    Seria melhor trocar esse “sofreu” por “sofrera” ou “havia sofrido”.

    – “O médico olhou para Fabrício, o qual permaneceu em silêncio”

    Melhor evitar “o qual”, “cujo”, “o mesmo”…

     – “Por conta dos remédios, foi feita uma lavagem estomacal para minimizar os danos da ingestão exagerada dos remédios.”

    Leia essa frase e tente perceber o leve incomodo causado pela repetição próxima de “remédios”.

    No geral, um bom conto, prejudicado por deslizes na escrita e revisão. Esse final deixou uma boa impressão, a frase de impacto me pegou desprevenido.

    NOTA: 7,5

    • Givago Domingues Thimoti
      10 de março de 2024
      Avatar de Givago Domingues Thimoti

      Olá, Fábio!

      Obrigado pelo comentário! Um sabor agridoce me tomou: saber que talvez eu tenha acertado no tom, mas não nas palavras (com certeza NÃO nas palavras)

      Sobre os erros de revisão, eu consegui enviar a versão errada para vocês 🤡. A versão corrigida tava do lado o tempo todo e o infeliz aqui não viu.

      Parabéns pela organização do desafio!

  20. Sílvio Vinhal
    17 de fevereiro de 2024
    Avatar de Sílvio Vinhal

    O conto Catarse traz a história de Betina e sua dificuldade com o álcool, com a ansiedade, com os relacionamentos, e do zeloso e fiel amor do ex-marido, Fabrício.

    Durante a leitura, tem-se a impressão de estarmos diante de um romance, e não de um conto. O texto não prima por trazer alguma novidade ou criar impacto, talvez fosse interessante que o autor tentasse recontar a história com economia de palavras.

    Faço um alerta quanto à necessidade de evitar o “julgamento” e os sermões, do médico, do Fabrício. Seria mais producente mostrar a situação, e deixar que o julgamento, se houver, seja feito pelo leitor. Da forma como está, o texto fica panfletário, o que o impede de ser visto como boa literatura.

    Vejo, na forma de contar a história, o desenvolvimento de alguns “clímax”, porém, em lugares desnecessários, sem contribuir muito com a narrativa, sem que o autor busque criar alguma expectativa, guarde algum “trunfo”, alguma “carta na manga”.

    Há, ainda, problemas com a pontuação, principalmente com o mau emprego (ou a falta) das vírgulas, e a necessidade de ter um pouco mais de cuidado com as frases, com as conjunções, ou seja, um empenho maior na revisão.

    Trata-se, entretanto, de um escritor em crescimento, que carece de aprimorar a ferramenta que tem nas mãos – como todos nós – porém, que revela potencial, pois conseguiu estruturar personagens robustos e uma história conexa.

    • Givago Domingues Thimoti
      10 de março de 2024
      Avatar de Givago Domingues Thimoti

      Boa noite, Sílvio!

      Primeiramente, obrigado pelo comentário e pelo tempo e paciência investidos em avaliar meu conto.

      Como trata-se de uma questão pessoal, talvez eu não devesse responder, mas vou ousar fazer considerando que o EC trata-se de um espaço de comunicação, discussão e aprimoramento. Particularmente, fiquei um pouco incomodado com os termos panfletário e boa literatura, especialmente quando relacionados aos julgamentos dos personagens, seja o médico, seja o Fabrício. Talvez se fosse relacionados à história em si, eu teria ficado menos incomodado.

      A interpretação, sim, cabe ao leitor. Na minha humilde opinião, cabe aos personagens serem como eles são. Pode ser que alguns médicos simplesmente dariam as costas à Betina depois de tratá-lá e seguir o seu plantão no hospital. Assim como cônjuges também não diriam um “a” sobre o acidente de Betina causado pela mistura álcool e remédios contra a ansiedade, por qualquer motivo que achem justificáveis.

      Entretanto, existem as pessoas que falariam algo, sendo da conta delas ou não. Assim como haveriam pessoas que tomariam um caminho X, Y ou até mesmo Z.

      De qualquer forma, não penso que os “julgamentos” dos personagens em questão sequer sejam julgamentos. São ações, como qualquer pessoa tomaria.

      Mas, como você mesmo disse, cabe ao leitor interpretar da forma como lhe surgir.

      Obrigado pela contribuição!

  21. rsollberg
    14 de fevereiro de 2024
    Avatar de rsollberg

    Fala, Cage

    Antes de tudo gostaria de deixar claro sou apenas um leitor entusiasmado e meus comentários dizem mais sobre gosto do que qualquer outra coisa.

    O conto apresenta uma boa história de amor, com uma construção pretérita subsidiando o presente com informações para a redenção da protagonista em busca de uma nova chance. O tema está bem marcado. A imagem serve muito bem ao conto, instigando o leitor.

    Penso que as divisões funcionaram. O início tem algo de roteiro audiovisual, criando uma cena cinematográfica. Apresenta ao passo que descreve o ambiente. Em suma, situa bem o leitor.

    Porém, infelizmente a execução técnica, na minha opinião, deixou muito a desejar,

    Há certa prolixidade nas descrições das ações. Alguns termos não combinam com o teor da ação que se passa, tipo “checando se seu crânio estivesse afundado”.  “O pulmão operava com menos ar”, ela estava ofegante? Ela sentia que “o pulmão…”.

    O texto também padece de paralelismo “ela esqueceria da dor que sente o dia inteiro”, os tempos se alternam demais em várias passagens.

    Muitos trechos são confusos, acredito que o autor tem uma necessidade de florear a escrita e abandonar o objetivo primal tipo: “Aquela sensação era conhecida, assim como o supetão de sucumbir à principal rota de fuga que optava.”. Se sucumbe, não opta. Se é a principal existe uma secundária, quem sucumbe ao “principal” faz bem dentro da lógica. “iria amolar sua latejante cabeça”, iria amolá-la e sua cabeça estava latejando, ou iria amolá-la pq sua cabeça estava latejando?

    Outro trecho: “Fabrício arriscava que Betina sentia o mesmo sabor agridoce do errôneo (o que é o errôneo?) que ele buscava disfarçar com uma balinha de menta e uma pitadade esperança empática pelos noivos.”

    “Quando Betina sentiu o olhar de Fabrício repousar no seu, ela congelou”, mas eles já tinham trocados “raros sorrisos constrangidos”, já tinham “cruzados olhares” ou seja, um congelamento retardatário.

    Aqui outra passagem sem sentido na construção da personalidade da protagonista: “Elizabeth passou ao lado da amiga, tirando-a momentaneamente de seu calvário. Betina esboçou um sorriso diante do deslumbrante vestido.”. Betina está sofrendo poucas e boas, revivendo o passado e seus problemas com Fabricio, ai ao invés dela sorrir pela noiva, ela sorri por um vestido? Há certa futilidade nessa emoção que não combina com a personagem, Ou seja, enfraquece suas emoções.

    Faltou uma boa revisão, há paralelismo, junção de palavras, ausência de letras e conectivos: “Mas quando se t alguém”, “uma pitadade esperança “, “ter acontecido e não aconteceue” “ intrusa despercebida ao ambiente”, “ sabor deum chá”. Enfim, isso tudo pode parecer chato, mas acredito que essa é a melhor parte do desafio. Receber dicas e apontamento dos erros para melhorarmos enquanto escritores. Lembro-me que no primeiro desafio tomei muita pancada, mas hoje percebo que foi a melhor coisa que poderia ter acontecido.

    Há potencial, mas precisa ser lapidado. O início é sempre árduo, depois tudo fica mais tranquilo.

    De todo modo, parabéns e boa sorte!

    • Givago Domingues Thimoti
      10 de março de 2024
      Avatar de Givago Domingues Thimoti

      Olá, Rafael, tudo bem?

      Dos vários comentários que apontaram meus óbvios erros de revisão, escolhi o responder o seu porque eu conheço seus comentários de outros carnavais e pessoalmente penso que você tem uma visão literária apurada e concatenada com o que está escrito.

      Infelizmente, nem eu sei o que aconteceu kakakakaka. Aparentemente tem 2 versões do meu conto no IPad, uma que corrigi e revisei e outra que não revisei. O gênio aqui enviou a versão errada.

      No mais, sobre a parte de tentar escrever de uma forma arrojada literariamente e falhar, também concordo. Errei nisso, e tentarei ser mais sucinto nas minhas ideias.

      Obrigado pelos apontamentos pertinentes e pelo tempo que investiu no seu comentário!

  22. Angelo Rodrigues
    11 de fevereiro de 2024
    Avatar de Angelo Rodrigues

    Catarse

    Por Cage.

    O conto não me pareceu atender plenamente ao pedido do desafio. Não vi necessariamente um recomeço, mas uma sequência de fatos que perpassaram a vida de Betina.

    O conto se construíu por meio de quatro estágios, sendo um deles em flashback, o terceiro, Amolação. 

    Como o conto assim se estruturou, vou dar à análise a mesma sequência.

    Em ‘I – Revelação’, o autor procura centrar na personalidade de Betina, a parte relativa ao trabalho que realiza e não gosta. Na formação da personalidade da personagem, o autor fixa que ela tem problemas com o álcool e inadaptabilidade ao trabalho que realiza.

    Em ‘II – Culpa’, não há culpa necessariamente. O que há é uma longa descrição – um tanto confusa – de quem casa ou é madrinha ou padrinho de um casamento. Fiquei confuso quanto a quem se casava, se Édson ou Fabrício, sendo este último ex-marido de Betina. Não vi muita relevância neste segmento, dado que longo e impreciso, mais confundindo do que ajudando na trama.

    Em ‘III – Amolação’ o autor fez uma escolha regressiva, onde Fabrício ainda está casado com Betina, e Elizabeth é uma amiga comum. O problema é que essa revelação – flashback – só ocorre depois de o leitor estar bem adiantado na trama e haver erroneamente compreendido que ‘Amolação’ seria uma sequência de ‘Culpa’, o que não se mostra verdadeiro, dado que o texto em ‘Amolação’ antecede ao casamento de Fabrício com Elizabeth. 

    Betina encontra-se em um hospital, saída de uma grave alcoolemia que a leva a ficar em coma alcoólico. Nesse ponto, há uma queda forte da necessária verossimilhança necessária ao conto: o médico passa a dar conselhos de comportamento à Betina, dizendo isso e aquilo para que tudo fique bem, o que não me pareceu necessário, dado que soa um pouco piegas o médico dar conselhos morais à paciente. Acho que isso até poderia acontecer, mas em circunstâncias bem especiais, o que não me parecer ser o caso.

    Em ‘IV – Cortar’, a sequência final, esta amarrado o local onde tudo se resolve com a lembrança do compartilhamento do mesmo amor entre Betina e Fabrício. A vida segue. 

    Acredito que falte ao conto uma amarração, uma tonicidade junto ao tema. Deixando ao leitor conhecer uma série de fatos soltos na vida das personagens sem que elas estejam estritamente amarradas ao fecho temático: Recomeço.

    Betina não recomeça, não no texto. Talvez na vida real ela tenha tomado uma outra atitude não reportada no conto.

    Ousando, recomendaria amarrar um pouco mais as personagens, limpando o que não é relevante ao texto, evitando o flashback – sempre muito perigosos – e permitindo ao leitor perceber um pouco mais de drama em direção ao desfecho.

    Parabéns pelo texto e boa sorte no desafio.

    • Givago Domingues Thimoti
      10 de março de 2024
      Avatar de Givago Domingues Thimoti

      Olá, Ângelo, tudo bem?

      Primeiramente, agradeço o seu comentário no meu conto, pois certamente posso aprender algo com ele.

      O motivo de responder seu comentário é pontuar que discordo da sua fala em relação à pertinência com o tema do desafio. A personagem sofre de um alcoolismo disfuncional e após um tempo numa clínica de reabilitação, ela retorna ao mercado de trabalho e à vida em sociedade. Há uma Betina antes da clínica; trabalhava numa transnacional, era casada, provavelmente tinha uma condição econômica saudável e privilegiada. Há uma Betina depois; voltou a trabalhar na empresa da família, culpa-se pelo divórcio provocado, na sua visão, pelo vício no álcool. Não é uma nova Betina, em que pese o tempo na clínica. É uma personagem que busca retomar sua vida e reconstruí-la, a partir da sua consciência em relação ao peso de sua doença, suas dificuldades enquanto Betina, a mágoa e a culpa que carrega.

      Sinceramente, creio que há elementos suficientes para se caracterizar o recomeço, como proposto pelo desafio.

      Mais uma vez, agradeço o comentário!

      Boa noite

      • Givago Thimoti
        10 de março de 2024
        Avatar de Givago Thimoti

        Olá, Fernanda!

        Primeiramente, gostaria de agradecer você pela atenção e pelo tempo investidos em comentar o meu conto. Decidi responder seu comentário apenas em dois pontos que penso que São importantes de serem esclarecidos.

        Sobre a primeira parte, há sim uma referência ao alcoolismo de Betina => “De olhos fechados, repetiu como um mantra as falas de Sérgio, terapeuta da clínica de reabilitação, até que a vontade instintiva de procurar pela garrafa de uísque escondida no fundo da gaveta da escrivaninha,tal qual na época da transnacional, diminuísse em sua mente.

        “Ela primeiro era uma pessoa iniciante, que na verdade já tinha trabalhado em duas outras empresas, que atualmente é chefe e que foi demitida de um cargo ainda melhor do que o atual… acho que nçao entendi.” = Eu escrevi um parágrafo quase descrevendo o currículo profissional dela. Ela era experiente (tanto que era a chefe do departamento financeiro da empresa do tio).

      • Givago Thimoti
        10 de março de 2024
        Avatar de Givago Thimoti

        Na verdade, eu errei a resposta ao comentário, Ângelo, direcionando-o como se fosse para a Fernanda.

        Outra coisa que preciso destacar. A imagem do meu conto é um convite de casamento da Elizabeth e do Édson. Não tem nada de casamento do Fabrício com a Elizabeth. Inclusive, eu tentei deixar destacado que Fabrício era padrinho do casamento do casal de amigos. Betina deveria ser a madrinha, mas pelas circunstâncias da vida, não o foi.

  23. Mauro Dillmannn
    11 de fevereiro de 2024
    Avatar de Mauro Dillmannn

    O conto lembra histórias clássicas de amor, com afastamentos, reencontros e final feliz.

    Na trama, o simples fato da melhor amiga casar com o ex-marido de Betina, já demonstra que a ‘pobre’ Betina estava com dificuldade até mesmo de escolher amizades.

    O narrador assume a trajetória da personagem Betina com afetividade e, embora diga e reconheça os percalços (“Demissão, divórcio, vergonha, culpa, arrependimento”), há uma linha contínua, harmônica e explicativa para as experiências da personagem. 

    Como contribuição, digo que, na minha leitura, haveria de constar o descontínuo, as incógnitas, a humanidade da personagem Betina no seu lado “sombrio”. Não a humanidade no seu lado “solar”, compreensivo e compassivo. Betina soa como “boazinha”, com erros, mas em busca de redenção, fazendo dela quase uma heroína.

    O narrador relata os mínimos detalhes não apenas das ações de Betina, mas também de seus sentimentos (“sentia-se uma fraude”, “frio na barriga”, “sentia um enorme vazio”, “Sem ele, Betina não conseguiria viver”, “com certeza ela esqueceria”) e, muitas vezes, assume um tom de compaixão pela personagem. Esse aspecto merece atenção.

    O título do conto “Catarse” traz pouca luz ao conto, além de ser palavra bastante desgastada hoje, porque repetida à exaustão.

    Em algumas passagens o texto do conto poderia adotar um modo mais seco e direto. Por exemplo, ao dizer “Responsabilidades, preocupações, anseios, dúvidas e angústias acumulavam-se”. Nessa passagem, ‘preocupações’ e ‘angústias’ são praticamente sinônimos no contexto do conto.

    A imagem que ilustra o conto é significativa, mas tem um erro gramatical impossível de passar despercebido: o uso do acento agudo no lugar do acento grave. Lá está ás 19 horas, quando deveria ser às 19 horas.

    Escaparam uns errinhos de digitação/revisão: “naaltura do pescoço”, “como se Betinaandasse depressa”, “Mas quando se t alguém ideal”, “uma pitadade esperança”, “O quer que fosse”, “poderia ter acontecido e não aconteceue,”, “mudar de estio de vida”, “no sabor deum chá”,

    Outro errinho evidente está aqui (ou foi erro gramatical ou a frase ficou ambígua): “Era difícil não perceber o impacto da chegada da ex-esposa nele”. Seria a “ex-esposa dele” ou o impacto causado nele? Se for a última opção, a frase deve ser revista/reescrita.

    Em outra passagem: “para procurar Adriana, uma das madrinhas, para que ambos entrassem pela igreja”. Ora, esse ‘entrassem pela igreja’ não é evidente? Eles entrariam por onde? Ou quis dizer “entrassem na igreja”?

    No conto a palavra igreja aparece ora com letra maiúscula, ora com letra minúscula. Importante dizer que com minúscula refere-se ao prédio e com maiúscula refere-se à instituição religiosa. Nesse caso, deveria ser utilizado sempre com minúscula.

    Na passagem “Fabrício quase não largou o lado do amigo”, confesso que nunca ouvi essa expressão “largar o lado”, o que me soou estranho na leitura.

    Pode cuidar no uso de advérbios terminados em “mente”. Cansa o leitor e fragiliza o texto. Exemplos: Francamente, dolorosamente, honestamente, primeiramente, independentemente, especialmente, brevemente,…

    Meus comentários são apenas minha opinião de leitor.

    Parabéns pela escrita !

E Então? O que achou?

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Publicado às 10 de fevereiro de 2024 por em Recomeço e marcado .