EntreContos

Detox Literário.

O Mestre (Leandro Cefali)

mestre

Estou extremamente perturbado com esta maldita situação, não entendo absolutamente nada do que está acontecendo comigo.

Olho, não enxergo e sinto apenas um frio infernal que domina todo o meu corpo transformando-o em um verdadeiro chocalho humano. Parece como se ele estivesse num processo de congelamento! Debato-me dos pés à cabeça e não enxergo nada, nem sequer um palmo a minha frente. Que mil demônios seria isto!

Não entendo, isto é uma verdadeira loucura! Como vim parar neste lugar e que diabos querem de mim? Há quanto tempo devo estar aqui?

Devo estar num processo de decomposição ou já devo estar morto e nem mesmo consigo entender o que se passa comigo.

E este maldito frio, por que estão me mantendo neste gelo ou que putrefato objeto é este que está tirando toda minha vida e harmonia de viver?

Sinto-me como algo que será servido a qualquer instante, como aquelas comidas que ficam conservadas em cima de gelos, só aguardando friamente o seu predador vir se servir do vosso banquete.

Que miserável é o meu fim e o responsável por ele! Penso em tudo que fiz nos meus últimos dias e lembro-me de como eles foram bons!

Caramba, este djavú não está nada bom, é como se tivessem implantado algo bom em mim, como uma memória temporária para o meu auto conforto antes do meu óbito. A minha mente me leva para dimensões onde eu não estou evoluído plenamente para entender o significado de cada item.

Como pode-se confortar algo que está prestes a morrer? Qual seria ou, teria uma razão para isto?

A atmosfera está gelada em algum campo de concentração onde o Glamour, a Excitação, o Ápice Humano encontra-se de uma forma, na qual a vítima caminha, da maneira mais obscura, diretamente para a imaginação do seu assassino. Algo novo há de acontecer para que sintam o prazer da destruição em vossos corações! O batimento flui como uma arma em disparo, a cada queda um novo batimento restaurador, renovando o processo anterior com um sentimento mórbido de prazer, que só encontra-se em algo sujo, algo que seja poderoso e proibido.

Tiros de bala para a conquista de uma nova emoção. Como comprar algo desconhecido, já com um manual indicando as possíveis emoções? Tudo o que se descreve aqui, são sentimentos únicos que serão vivenciados de formas extremamente diferenciadas por cada ser.

Estou caminhando em um lindo campo e observo toda aquela vista com a maior paciência do mundo. Sinto o cheiro puro que emana a natureza e vejo aquela imensidão de cores que chocam e misturam a minha visão, como um arco-íris no final da tarde. O Sol se põe, fico com aquela lembrança e a única certeza de que o amanhecer do próximo dia chegará, breve, breve. Após isto a minha lembrança começa a ter conflitos e diferentes pontos de começo e fim de onde eu possivelmente poderia estar. Isto é tão bom, mas ao mesmo tempo tão vazio! Isto seria uma verdadeira heresia coloquial, de uma prepotência existencial, na qual somente um único homem interage com toda esta imensidão natural. Pode ser que nem ao menos percebi os demais a minha volta e por isso encontro-me em total solidão.

Sei que não sou somente isso e quero ser lembrado por algo mais grandioso! Creio que há muitos anos luz, passei e já vivenciei algo dentro deste corpo que me foi concebido. Preciso lembrar-me de mais e mais para partir de uma forma menos frustrante. O que contarei quando perguntarem-me o que de bom realmente vivi?

Isto está um verdadeiro desastre mental.

– Acendam esta maldita luz!

Digam-me logo o que quero ouvir: que isto não se passa de uma enorme brincadeira e que sou uma pessoa como as demais. Tenho esta lembrança cravada em minha mente, mas não sei o que realmente fiz em toda minha vida. O porquê então desta vaga lembrança de como se vive, se nem sequer lembro-me de como vivi? Este frio que nem me deixa sentir eu mesmo, como podes habitar um lugar onde nem ao menos podes sentir?

Deem-me uma espada que eu mesmo faço este maldito serviço de me enviar para o inferno, o lugar de onde eu mesmo vim. Agora é a hora! Não contarei pra ninguém se me deixarem sair neste exato momento. Não irei dar parte e muito menos quero saber quem fez isto de mim. Vamos lá, vamos acabar com toda esta eloquência. Estou contando de 10 a 1 e peço que considerem este momento, como a reflexão mais importante de todas as vossas vidas:

10-Você tem a chance de sair ileso desta!

9-Vamos companheiro! Deixe-me ir e nunca mais iremos nos encontrar novamente.

8-Lembre-se de todos aqueles que você ama e faça algo caridoso, libertando-me!

7-Não iremos a lugar nenhum com este impasse, seja razoável consigo mesmo.

6-Dê a única chance de mudar algo em sua vida, só você pode fazer isso.

5-Eu sei que você gostaria que isso não estivesse acontecendo, então vamos lá, acabe logo com isso, da melhor maneira.

4-Tudo tem um começo, deixa disso, transforme este final em algo bom e memorável.

3-Eu entendo que você possa ter uma vida difícil, que literalmente te foderam em um determinado momento da sua linda e magnífica vida, mas vamos pensar positivo: você pode dar um final diferente e começar ela de novo.

2-Seu puto! Estou começando a acreditar que você é um deformado e está totalmente estuporado por dentro, que de você só se pode esperar o que se espera de um urubu. Não, me desculpe! Estou confiante em ti, vamos lá amigão, acabe com isto agora, para que eu possa ser o seu melhor amigo a partir de agora.

1-Seu cornudo! Esqueça de tudo que eu disse e escute somente isto que irei te dizer: você sempre será……… thhhhhhhaaaaaaaaaaaaaá.

A porta se abre, fico aterrorizado pelo o que poderei enfrentar. Não vejo absolutamente nada!

– Quem é você? Diga alguma coisa! O que é isso seu arrombado? Me deixa ir embora, onde estou?

Agora consigo ver e nem acredito onde diabos me encontro. A cada passo entro em um poço cada vez mais fundo e obscuro. Estou derrubado em um lugar totalmente refrigerado, como se fosse uma câmara fria de carnes.

– Seu depravado! Eu sou um ser humano, me deixe ir. Está pensando em me comer, seu louco?

Estou acorrentado pelos pés e pelos braços, não sinto nada! Percebo que meu corpo está inteiro, porém totalmente congelado.

– O que se passa com você seu louco? Desligue este ar, derreta este gelo, por favor!

Não vejo nada além daquela fumaça de gelo, está por toda parte aqui e não sobra nenhuma brecha para enxergar unzinho sequer sinal de onde eu possa sair!

– Eu posso te ajudar em qualquer coisa que você quiser, me diga o que você quer para me soltar?

De repente escuto outro estouro e este vem bem perto de mim! Um som que começa bem baixinho e vai aumentando aos poucos, como se fosse um passarinho bicando um tronco de uma árvore. Cara me solta logo daqui e aparece de uma vez! Vamos acabar logo com isso! Que barulho é este meu? Pode ter certeza que você já conseguiu o que você queria, estou cagado por inteiro! Como posso estar passando por isso? Bem que poderia ter sido um sonho, que loucura é isto meu! E eu aqui pensando em um monte de coisa, como se eu tivesse sido enviado para outra dimensão ou ter morrido, ou algo assim. Isto aqui é surreal, nem em meus piores pesadelos eu conseguiria imaginar isto!

Aos poucos a fumaça vai baixando e começo a entrar em um pânico total. Quero ir embora logo deste lugar, isto aqui é uma cadeia, sem direito algum e eu estou sentenciado as ruínas da minha destruição.

– Não imaginava isto nem em uma vida de ficção, vamos, me deixa sair daqui!

– Você poderá sair, mas quero algo em troca pra que isto aconteça! (mestre=M)

– Vamos me diga logo! Eu quero saber se levantarei e sairei daqui da mesma forma que entrei: inteiro!

– Cala sua boca seu fruto da desonra humana, a tua existência é nada além de um pedaço de carne e te mostrarei na prática, logo, logo, o porquê disto tudo. (M)

– O que você está me dizendo pouco me importa, o que eu sei é que você não passa de um maluco com propósitos próprios fundados em um nada.

– Cada boca se movimenta de uma forma, mas a sua está em total domínio neste instante. Eu mando quando e o que você irá dizer seu suíno, você irá aprender a partir de agora que não passa de um pedaço de carne. (M)

– Para com isso, por favor, eu não falarei mais nada do que eu penso. Eu prometo!

– Agora está melhor suíno. Logo implantarei um rabo em você e deixarei tu como um porco de estimação, mas com uma única diferença: Você só se alimentará dos meus desejos. Sua ração será a minha imaginação, trarei toda a sua família e faremos um banquete, onde a cada refeição irei servir uma parte deles pra você! (M)

– Para com isso eu prometo que farei tudo o que senhor me pedir. Vamos, pode pedir, me diga. Faço qualquer coisa para sair daqui.

– Você será o meu executor. A cada semana trarei uma carne fresca pra nos divertirmos e quando eu achar que você realmente está à altura, que aprendeu a lição que lhe foi dada, você estará finalmente livre! (M)

– Mas por que você faz isso? Qual é a sua e por que eu fui o maldito do escolhido?

– Quanto mais eu ouço a sua voz, sem que eu a instrua sobre a sua fala, mais eu te mostrarei como você deve respeitar o seu mestre. Você será descongelado somente no tronco, para que aprenda a manusear bem as suas mãos nos preparos de suas rações. (M)

– Tudo bem, não digo mais nada Mestre. Vamos acabar logo com isso!

– Me diga como está o seu corpo, já sente as suas mãos? Estou aumentando a temperatura, vai se soltando para que eu possa te ajeitar na posição certa. Você vai ficar por um longo período em uma única posição. (M)

– E como irei fazer as minhas necessidades pessoais?

– Acho que escolhi o porco errado, não é possível! Acabei de dizer seu porco, que somente fará o meu desejo! Cala-te e faça somente o que eu ordeno. O que há de errado em fazer só isso? Me diga? (M)

– Estou sentindo sim meu mestre.

– Ok. Então feche os olhos, pois se em algum determinado momento você abri-los, nem sequer por um segundo, eu acabo com você! Você quer ser mais um amontoado no meio deste gelo ou quer sair daqui? Estou entrando, feche os malditos olhos! (M)

– Estão bem fechados mestre.

– Estou bem na sua frente suíno, está sentindo agora perante você, o poder de algo maior que tudo que você já vivenciou na merdinha da sua vida? (M)

– Sim, meu mestre.

– Então você não passa de um suíno mesmo que não serve para nada! (M)

– Sim meu mestre, sou seu suíno de estimação!

– Agora estou começando a gostar do que sai pelas suas entranhas, tudo se aprende escravo e você não será o melhor discípulo, mas não seja o pior também. Estou soltando as suas patinhas agora. A partir de agora elas só manusearão as ferramentas que deixarei no seu alcance. Com elas você irá fazer os seus lanchinhos diários, a sua ração, meu caro. (M)

– Tudo bem mestre, que assim seja.

– Agora teste as suas mãos! (M)

– Estão ok mestre, me dê logo a minha primeira ordem! Quero começar e terminar isto o quanto antes.

– Voltamos a nos falar amanhã! (M)

– Ok, mestre.

Que maldição devo ter feito da minha vida para merecer este final monstruoso?  Não sei nem por onde começar. Procurei por toda a minha vida ter uma religião e acreditar que estas aberrações não existissem em uma vida real. Tratei a todos com o melhor de mim, caminhei no caminho dos corretos e ajudei os que estavam ao meu alcance a serem pessoas melhores e dignas de se ajoelharem em frente ao seu Deus com tamanha dignidade.

Não entendo no que errei! Não discordo da sua decisão meu mestre, mas o por que eu? Como sairei daqui depois de tudo que acontecerá comigo? Não consigo nem me imaginar depois disto. Se sempre achei que fui uma pessoa normal e fui levado a este fim, o que pensar de mim após disto? Me dê uma luz, pra que eu possa entender tudo isto! Não posso mais viver nesta total soberba indecisão. Tudo que sei e que venho a pensar, não tem respostas para minhas perguntas. Como escolher alguém para suportar isto?

Quais critérios foram usados meu Pai?

E todos que viviam ao meu redor, como irei ser para eles e como irei enxergá-los? Estava melhor com as dúvidas do destino, mas quando as enxerguei, acabei cego por flechas de luz, onde a escuridão apossou o meu ser. Estou direcionado ao total fracasso, se ao menos pudesse ter a chance de tirar a minha própria vida! Sei das consequências, mas do que elas me servem nesta hora? Merda, não passo de um nada. Sempre falei, ouvi e sempre tive respostas para tudo, mas isso é uma total desilusão para mim. Não tenho controle nenhum de nada! Estou resumido a um pedaço de gelo. E este maluco, o que passa pela cabeça deste retardado em me deixar deste jeito?

Tento me enforcar, mas até nisso este canalha pensou! A minha mão não tem forças, só consigo gesticular, estou fadado a este fim de suposições inconcretas, de algo que quero ser, mas não posso. Isto é a charada da minha vida agora. Não sei que horas são e quando terei que fazer algo, estou em um túnel sem a famosa luz no fim. Ouço barulhos de passos que estão vindo em minha direção. Logo a porta se abre, consigo ver um pouco de claridade e aquela névoa que sai de dentro de onde estou. Fico de olhos atentos e logo tomo uma bordoada na cabeça que me apaga por alguns instantes.

– O por que destes olhos tão espertos? (M)

– Me desculpe Mestre, eles já estão fechados.

– Quando eu disser pode abri-los, seu rato. Você vai aprender tudo direitinho comigo. No local certo e na hora certa, você sairá daqui mais evoluído de que quando entrou. É por esses motivos que você se encontra aqui, sempre esteve no local errado, na hora errada e veio direto para as minhas garras. Pode abri-los! À sua frente está a sua lição, pegue as suas ferramentas e toque com elas a sua nova companheira. (M)

– Estou sentindo Mestre!

– Então me diga o que sentes? (M)

– Sinto algo que nunca havia sentindo, é como se ela fosse a extensão do meu ser! Quando passo a faca em sua pele, sinto que absorvo todas as suas energias e sinto-me como se tivesse adquirindo algo que realmente preciso para continuar vivo. Que loucura, meu Mestre!

– Cala a boca seu verme e puxe o que está sendo arrancado para sua frente, comesse a comer! (M)

Como e sinto aquilo querer voltar de dentro do meu estômago direto para fora. Se eu vomitar isto na frente do Mestre, com certeza serei eu o próximo a ser comido aqui! Empurro goela abaixo e vou comendo até não sentir mais nenhum sabor, é como deixar cair algo que não se importa. A carne só passa por mim, pouco importa, o gosto ou de quem quer que seja.

– Pare agora! A partir de amanhã você servirá de cobaia para uma nova experiência minha. Você perderá toda a sua memória. De onde veio, como foi a sua vida, tudo o que você conhece por vida será extinto de você, para que assim você seja de verdade o meu melhor discípulo. (M)

– Eu prefiro a morte seu maldito!

– Fique tranquilo que este desejo será realizado com requintes de um verdadeiro mestre! (M)

Acordo em um lugar totalmente estranho. Algo que nem sequer acreditasse que existisse neste planeta! Não consigo me mexer, nem ao menos operar e coordenar as partes do meu corpo. Vejo tudo com uma visão bem maior do que de costume. Me sinto vivo novamente, com alguns fleches de memória de tudo que havia passado nas mãos daquele patife miserável.

Sinto vozes entrando na minha cabeça, aquilo que eu conhecia como ouvido, parece não mais funcionar da forma que conheço. Estou transmitindo tudo que sinto numa forma de onda. Não falo mais “respondo”! Não ouço mais “entendo”!

A cada momento, estou adquirindo cada vez mais informações, como se eu tivesse uma placa de memória para armazenar tudo isto. Não imaginava um humano com tamanha habilidade, mas sempre suspeitei que algo parecido existisse escondido em alguma parte do mundo. Várias formas diferentes de vida estão sendo criadas aqui nesta sala, umas estranhas pelo seu exterior e acredito já ter visto algo parecido, mas não botava tanta fé que realmente existissem!

Tubos e luzes de lasers entram dentro do meu corpo, injetando e removendo partes do meu interior. Estou me sentindo cada vez mais forte e preparado para enfrentar qualquer tipo de adversidade que se pôr à minha frente. Sons estranhos me rodeiam, totalizando a minha existência como algo vivo, aqui onde estou. Não pareço mais uma cobaia e sinto que sou algo ainda maior do que os responsáveis por minha mutação.

Não ouço mais nada, me encontro em uma total escuridão e aquela leve esperança que a pouco me apossou, abandona-me de uma forma ainda mais devastadora do que no início.

Entro em transe com meus pensamentos, pois além deles, mais nada possuo!

Como acabarei com isto de uma vez por todas? Não sou digno nem ao menos sequer de escolher a forma e a hora do meu fim?

Logo toda essa erupção de pensamentos se esvai e o entendimento começa lentamente a se apossar do meu ser. Sinto o meu corpo por inteiro novamente, meus pés não estão mais cobertos de gelos e todo o meu corpo está deitado sobre uma desconfortável maca.

Sinto uma amarra bem rígida, bem no meio do meu corpo, onde trava e ao mesmo tempo se fixa, como se eu fosse proibido de sair daqui. Olho tudo a minha volta e já começo a entender tudo o que se passa, os objetos já não são mais estranhos, as pessoas já começam a me olhar de uma forma mais respeitosa e assim eu começo a sentir aquele recomeço de esperança, de uma melhora que se inicia a partir de já!

Este momento poderia durar toda a minha existência daqui por diante. Depois de tudo que passei, é melhor isso, do que qualquer outra surpresa ou outro maluco na minha vida.

Avisto uma pessoa com uma vestimenta inteira branca, com algumas escritas em um dos bolsos, olho, forço a minha vista, mas não consigo entender o que está escrito ali. Ele se aproxima e a cada passo, fico mais apreensivo pelo que há de vir. No inferno já habitei, no paraíso já passei, sobre entranhas já entrei e sobre fogos já andei, mas sobre isso nada sei!

Quando estou diante dele, fico atento a qualquer movimento e ouço algo ser dito:

– Mestre tenha……aaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh……………..!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

– Agora você não é mais um PORCO! Levante-se, agora você é um de nós!

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Este conto foi publicado originalmente no site http://verfault.com/ no menu Philosophic Horror.

4 comentários em “O Mestre (Leandro Cefali)

  1. Fabio Baptista
    5 de maio de 2015
    Avatar de Fabio Baptista

    Fala, Leandro! Tudo bom?

    Cara, infelizmente tenho que dizer que não gostei de muita coisa aqui.

    A parte técnica ficou mediana. Sem erros grosseiros, mas confusa em muitos pontos, com um excesso de informações/reflexões colocados muitas vezes em frases que poderiam ser melhor trabalhadas. Exemplos:

    – “Parece como se ele estivesse”
    >>> Esse tipo de rima involuntária atrapalha a leitura, tente evitar

    – “Sinto-me como algo que será servido a qualquer instante, como aquelas comidas que ficam conservadas em cima de gelos, só aguardando friamente o seu predador vir se servir do vosso banquete.”
    >>> Sentença muito grande e que não alcançou o impacto desejado. Não imagino um predador vindo comer um banquete servido sobre gelo…

    – Tiros de bala para a conquista de uma nova emoção
    >>>Tiros de bala?

    – Quanto mais eu ouço a sua voz, sem que eu a instrua sobre a sua fala, mais eu te mostrarei como você deve respeitar o seu mestre
    >>> Concordância. “ouço” deveria ser “ouvir”, ou “eu te mostrarei” deveria ser “vou te mostrar”.

    Sobre a história, achei que ficou obscura por tempo demais, por muito tempo. Às vezes é legal esse negócio do leitor descobrir o que está acontecendo aos poucos, mas aqui o segredo se estendeu além do necessário.

    Também não gostei do tom agressivo, me lembrou a cena do Theon Greyjoy sendo torturado pelo bastardo do Bolton… que é um dos arcos mais chatos de Game of Thrones.

    Enfim… aguardo pelo seu próximo conto.

    Abraço!

    • Leandro Cefali
      5 de maio de 2015
      Avatar de Leandro Cefali

      Oi Fabio, tudo bem! Concordo com a sua análise, porém se o leitor não entrar na história, toda a reflexão ou situação não terá sentido. É como você destrinchar um pedaço de carne e analisar somente a gordura, rsrsrsrsrsrs, reflexões a parte…. Agradeço peça crítica e espero te surpreender positivamente no próximo conto, valeu!

  2. Anorkinda Neide
    3 de maio de 2015
    Avatar de Anorkinda Neide

    Olha, não gostei desse tom tão agressivo dos ETs, chamando o cara de suíno.. achei este comportamento um tanto humano.
    Tenho pra mim que as reações deles seriam outras, mais pra indiferença, pelos relatos que se tem quanto a abduções.
    Mesmo que o autor tenha liberdade de fazer o ET como ele bem entende, mesmo assim, acho que humanizar a truculência do ser extraterrestre é puxado…rsrsrs

    Mas a ideia é boa em transformar o humano em mais um deles.
    Valeu! 😉

    • Leandro Cefali
      4 de maio de 2015
      Avatar de Leandro Cefali

      Interessante interpretação Anorkinda! Eu tentei abordar vários temas mascarados no conto e um deles, foi exatamente este que gerou o seu comentário. Estamos preparados e informados para aceitarmos que não somos a única e melhor forma de vida pensante? Ou simplesmente estereotipamos tudo que não sabemos, para gerar um auto conforto e nos mantermos numa posição de superiores, controladores de nós mesmos. O tom agressivo foi mais para impactar e dar uma dimensão de poder para uma possível outra forma de ser! Valeu pelo comentário!

E Então? O que achou?

Informação

Publicado às 2 de maio de 2015 por em Contos Off-Desafio e marcado .