Navio sem Sombra (Rafael Sollberg)
Nenhum dos aparelhos de navegação funcionava. O Capitão Marcado guiava por instinto. O negror completo fazia pensar que não existiam estrelas, planetas, nem mesmo um céu. Tampouco Plutão ou seu astro irmão. Mas existia um mar, pois ondas indóceis explodiam sem parar no casco quebradiço da embarcação sem sombra.
O homem coberto por cicatrizes era um pirata sem tesouro, sua sede sempre fora de sangue e não de brilho. Não carregava uma moeda sequer, mas trazia escalpos, dentes e orelhas dentro do baú revestido de pele. Seus comandados eram os piores desgraçados da face da terra, psicopatas que tratavam o submundo como o maior dos paraísos. Homens que não tinham certidões – sicários, estupradores, ladrões – conhecidos apenas pelas condenações, crimes e mortes. Feitos doentios cantados aos quatro ventos, soprados em alto e bom som no meio da nuvem de rum, saliva e pus. Criaturas que nunca temeram nada na vida, exceto a crueldade daquele que bradava ordens no convés da embarcação.
***
Este conto faz parte da coletânea “Devaneios Improváveis“, Segunda Antologia EntreContos, cujo download gratuito pode ser feito AQUI.
33 comentários em “Navio sem Sombra (Rafael Sollberg)”
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EntreContos 
Olha, gostei mesmo apenas do desfecho, a real intenção do Capitão de tomar o lugar de Caronte.
Mas não curti o conto todo.. aff que chata eu.. rsrsrs
Que tanta piada sobre dentes.. o autor é dentista?
As cenas de luta não me convenceram, mas acho q isso deve-se ao fato de nao gostar de cenas de luta, de qq maneira, mas tb acho q foram descritas de uma maneira um tanto quanto escrachada, o q achei que nao se encaixava na ocasião… o embate era sério, afinal!!!
Enfim, nao curti o tom da narrativa, ainda q ela fosse interessante se narrada de outra maneira, ao menos me apeteceria melhor, sorry…
Abraços
Yay, Capitão!
É um dos melhores contos que eu li no desafio. A narrativa é envolvente, se destaca, brilha. O capitão foi construído com maestria, a personalidade dele é construída a cada palavra ou ato que este protagonista. Usar os próprios marujos como arma? Genial.
A descrição da batalha ficou muito boa, o tumulto gerado… além disso, a carga dramática, que veio por conta da visão de ‘mundo’ do Caronte também é muito legal: ainda não havia visto por essa perspectiva. No mais, os colegas comentaram.
Parabéns, capitão, e boa sorte!
Capitão Marcado.
O enredo de seu conto é muito bom. A linguagem usada foi bem clara facilitando a leitura. Confesso meu encanto com visão de Cérbero e Hades na praia observando a batalha Dantesca.
O conto é excelente assim como a conclusão.
Parabéns!
= ESTÉTICA/ TEMA = 4/5
Muito bem escrito, só reparei em alguns momentos que não precisavam de vírgula (ex Fulano, caiu…) e outros que precisavam, mas nada de mais. É uma escrita característica, recheada de adjetivos e metáforas (como o parágrafo do lobo). Geralmente essa estética cai nos floreios, que não sou muito fan, mas aqui ficou interessante. Em relação ao tema, me lembrou God of War, principalmente por poder matar uma divindade grega. Como sugestão, acho que ficaria melhor se desde o início o leitor soubesse que se trata de uma embarcação grega, pois a história foi caminhando pra um lado (meio 20 mil Léguas) depois dá uma volta.
= PESSOAL = 3/5
Gostei bastante do final, a ideia de trocar as pessoas para o mesmo cargo de “barqueiro”, isso foi interessante. Só achei que o meio ficou confuso (com as brigas), houve momentos que não sabia nem a quem estavam atacando, pensei que fosse um navio pirata de início.
Obs: vi que bastante gente gostou, fico meio na contra-mão kkkk Talvez eu tenha criado uma outra expectativa. Quando o navio bate na água, imaginei que eles estivessem em cima de um Monstro do Lago Ness que finalmente mergulhou o.O
Caro Bucaneiro, era um navio pirata mesmo! Em nenhum momento defini a nacionalidade dos tripulantes, assim como também não apontei o período histórico. A mitologia é grega, o resto é apenas delírio.
Gostei muito do conto, a ideia me pareceu bastante original. Há apenas alguns erros de revisão e no uso das crases, além de alguns parágrafos terem ficado, além de longos, um tanto enfadonhos. Afora isso, porém, gostei muito da maneira como você utilizou a mitologia, e também do objetivo do capitão, tão diferente dos de outros piratas.
Olá, autor(a). Primeiro, segue abaixo os meus critérios:
Trama: Qualidade da narrativa em si.
Ortografia/Revisão: Erros de português, falhas de digitação, etc.
Técnica: Habilidade de escrita do autor(a), ou seja, capacidade de fazer bons diálogos, descrições, cenários, etc.
Impacto: Efeito surpresa ao fim do texto.
Inovação: Capacidade de sair do clichê e fazer algo novo.
A Nota Geral será atribuída através da média dessas cinco notas.
Segue abaixo as notas para o conto exposto:
Trama: 8
Ortografia/Revisão: 8
Técnica: 9
Impacto: 7
Inovação: 8
Minha opinião: Gostei. Mas achei que o autor tem que medir um pouco o tamanho de seus parágrafos, em alguns momentos me distrai um pouco pois parecia que o paragrafo não acabava mais. A trama me agradou, achei criativa a mistura entre piratas e mitologia. Além disso, a descrição da batalha foi muito bem desenvolvida, “coisa profissa”.
Parabéns e boa sorte no desafio.
Sobre a técnica.
Excelente! Narrou, contou, nos levou pelo balançar das ondas negras do Estige, Gostei de como narrou, da diversidade de palavras usadas para driblar as repetições. Tudo trabalhou perfeitamente nessa embarcação, e cada “tripulante” cumpriu sua função com maestria.
Sobre o enredo.
Que história, hein. Confesso que o começo me instigou mais do que o fim, porém você fez um trabalho e tanto aqui. Gostei muito da ideia de ele ter matado a morte (alá Dante’s Inferno). A criação dos personagens também ficou sólida. Realmente consigo imaginar Capitão Marcado e sua tripulação realizando uma proeza dessa. O fim, mesmo não sendo tão magnífico quanto o início, não diminuiu a qualidade do texto. Está entre os melhores que li até agora.
Parabéns pelo ótimo trabalho!
Boa sorte!
Uma mistura de Piratas do Caribe e mitologia grega. Gostei. Leitura sem percalços e fluente. Parabéns.
Gostei
O tema! Piratas+mitologia grega. Um grande acerto e você tirou algo diferenciado daí.
A tripulação desses navios piratas são sempre interessantes.
A narrativa do combate derradeiro. Não faltou sangue e acho que não foi gratuito. Afinal, era um embate contra Caronte, e você não poupou a brutalidade desse enfrentamento.
Você me fez torcer para Capitão, apesar dele ser um escroto.
Não Gostei
A chegada de Caronte ao barco me causou confusão, por momentos fiquei perdido pela descrição da ação. Quando ele chegou ao barco, ”voltei” a me situar.
Acho que, em alguns momentos, você carregou nas figuras de linguagem…poucos momentos.
Valeu pela diversão e Boa Sorte!
Abraços
Fiquei meio confusa lendo o conto. Não é meu tipo preferido. Não entendi algumas referências, mas não julgarei o conto por isso. A escrita é boa, acho apenas que exageraste nos adjetivos, mas isso é um estilo que agrada a muitos. Enfim, não sei o que dizer mais e pra falar a verdade não me sinto em posição de julgar o conto. Não posso dizer que gostei, mas é um conto bom. Parabéns.
Ahoy!
Bem, meu bem, achei curiosa sua narrativa. Adaptou piratas à mitologia grega, e o fez sem parecer muito grego, nem pirata. Parabéns!
Senti falta de mais ação durante o combate principal, um pouco mais de descrições de espadadas e visceralidade. Talvez combinaria. Foi interessante a abordagem, e não sei pensar em alguma crítica, de fato, à história. Talvez as descrições meio “em bloco”, ou seja, quando você para de desenvolver a narrativa para descrever alguma coisa, ao invés de fazê-lo, o tempo todo, concomitantemente à narrativa bruta, impeçam um pouco a dinâmica do seu escrito.
Boa escrita!
Um texto bem escrito, com um ritmo e métrica legais. A leitura é cativante, obra bem ambientada e bem construída. Parabéns ao autor (a) e boa sorte.
Adorei o conto!
A ideia é muito original, gostei disso!
A gramática me agradou, muito cuidadoso
Há de se destacar a narrativa, empolgante na maioria das vezes.
O que me perturbou um pouco foi a batalha em si, algumas partes ficaram muito cansativas, e a queda do gordo sobre o Caronte não me agradou. Esperava um pouco mais disso.
Um detalhe que me incomodou foi a presença de Hades, achei desnecessária. Ficaria melhor sem ele, na minha opinião.
Gostei muito de alguns personagens. Ponto para você, que conseguiu nos transmitir essências, algo muito complicado.
No mais, desejo sorte e um feliz ano novo!
Cara, tu tens noção do que acabaste de criar? Personificaste um personagem que matou Caronte! Todos os elementos desde a escrita, ambientação, narrativa e estória estão perfeitos. A descrição nos conduz por todas as imundícies e bizarrices que permeiam o conto que, ao meu ver, está em um nível que eu identifico como profissional.
Cheguei a imaginar uma saga do Capitão Marcado e sua malfadada tripulação. O meu favorito até o momento. Parabéns e boa sorte.
Então, como um pirata velejando totalmente contra a maré, eu tenho de declarar que senti que faltou algo neste conto. As palavras são belíssimas, eu concordo, e como já pontuado pelos colegas Maria Santino, Marco Piscies e outros, há construções lindas e fantásticas no sentido literal da palavra; contudo, para mim há um ar tão rebuscado na forma e fala que o enredo às vezes deixa a desejar – óbvio que não é nada tão assim forte, mas que aumentaria ainda mais a minha preferência pelos contos. Pessoalmente, sou um fã exacerbado de Caronte, o barqueiro do Tártaro, e neste conto foi modificado sem trazer muitas surpresas no quesito “barbaridade”. Traduzindo, o Capitão Marcado foi sim uma boa substituição. Ademais, sugiro trazer menos adjetivos, como já foi salientado, e abusar um pouco mais no humor, quem sabe, ou então no terror, que cairia muito bem em um barqueiro do submundo. Sendo assim, desejo sucesso e dou-lhe meus parabéns!
Mas isso, já é uma outra estória…Lembrou-me do Conan 😀
Olá, autor!
Sinistro imaginar chegar do outro lado e encontrar esse bucaneiro sem sombras ao invés do cara das moedinhas. Parabéns autor, seu conto está cheio de ação, sangue e …uma garrafa de rum! hehe- Brincadeirinha. Foram muitas as passagens que achei bem construídas — Sobrava lâmina e faltava carne […] um remo riscando a água […] Abocanhado pelo negrume […] Ri disso: precipitou o cantil para o seu dentista inescrupuloso […] carpinteiro megalomaníaco com muito tempo livre. E do Cérbero esperando em terra firme. Achei muito bom o diálogo do capitão com Caronte e a parte do flashback pós batalha me fez visualizar a cena: “foram engolidos pela nuvem de água, jogados na garganta do fenômeno terrível. Ricochetaram nas entranhas límpidas e transparentes do monstro natural, lutando por algo além da sobrevivência” Gostei do seu vocabulário rico, são diversas palavras para denominar as penumbras que permeiam a ambientação do conto: penumbra, trevas, negror… Digno de mérito. Pra não dizer que só te elogiei, diria para retirar o pronome pessoal em algumas sentenças cujo verbo já dá conta do recado: ele* disse, antes de agarrar o indivíduo… ele* disse para o subordinado Ele* respondeu para o homem…
Parabéns, boa sorte e forte abraço!
O texto é realmente impecável, muito bem escrito. Embora não faça meu estilo, soube me cativar.
Boa sorte!
O texto, além de impecável, prende a atenção e desperta a curiosidade. Não aprecio muito tanta ação e cabeças rolando, e o único pirata que conheço é Jack Sparrow. Mas a história é muito boa, o primeiro parágrafo já me prendeu, não pelo negror da noite, que já causou arrepios ali, mas porque fala de mar, que eu adoro (claro que com céu azul, muito sol, enxergando tudo, e de preferência em águas calmas e transparentes). Então, dadas as minhas preferências marítimas e temáticas, só posso dizer que o autor cativou uma leitora que foge ao seu estilo de narrativa.
Parabéns e boa sorte!
Gostei bastante: muito criativa a história e muito competente a narração, com ritmo e várias construções de frases interessantes.
Eu mudaria talvez algumas coisas no primeiro parágrafo: “aparelhos” me deu uma ideia de modernidade, feito um GPS. “Nenhum dos aparelhos” também soou estranho, pois o que havia disponível naquele tempo? Bússola e astrolábio, não? O segundo, com o céu negro, certamente não poderia ser usado.
Citar Plutão (planeta anão) e Caronte (sua lua) – que são invisíveis a olho nu – numa época anterior a sua descoberta também ficou um tanto deslocado…
Perfeito Marujo! Irei alterar o “aparelho” por “instrumento”, ficará bem melhor. A bússola não funcionava em razão de uma possível alteração do campo magnético. Os outros como Astrolábio, Sextante, Quadrante de Davis, Nocturlábio… não prestavam justamente por não haver um céu, e por isso ele guiava por instinto.
Aliás, na minha cabeça até a ampulheta parou, mas infelizmente não explorei isso no conto.
Obrigado por todas as dicas!
Muito bom o conto!
Adorei, a imersão é total. Somente aos poucos vai percebendo-se que estão no rio Styx. A luta contra o barqueiro e os motivos do capitão são demais. Sim, tenho um gosto por vilões.
A construção do personagem (Marcado) ficou super rica.
Parabéns.
Boa sorte!!!
Um conto sobre piratas que não é pirata, mas original…rs. Bem escrito, cheio de ação e bons personagens. Fiquei com pena do pirata perdendo os últimos dentes e sendo atirado ao mar. Que deselegante!
Narrativa bem desenvolvida, com o elemento fantástico presente, apesar de não ser o tipo de enredo que eu aprecie, valeu a leitura. Bom trabalho! Boa sorte!
A ideia é legal. Adoro mitologia grega. Mas, para ser sincera, achei muito muito muito chato. Maçante. Os parágrafos pareciam se estender para sempre. Na parte da luta melhorou um pouco, mas ainda havia aquela confusão de porque aquilo estava acontecendo. O que eles tinham ido fazer ali. Com tudo explicado, ainda ficou a pergunta: foram em direção à tempestade para morrer e lutar? Porque o navio foi com eles? E Hades permitiria mesmo que seu servo de tanto tempo fosse substituído por um pirata? Não me parece coisa do senhor do submundo.
Não sei, não caiu nas minhas graças.
História muito bem escrita e muito criativa. Parabéns!
Gostei bastante. Ação pura e uma narrativa de encheu os olhos. O escritor demonstra um vasto vocabulário e um fôlego impressionante para manter em alta velocidade as ações do conto. Caronte é um personagem interessantíssimo da mitologia e ele aparecer combatendo com piratas e usando uma foice foi uma ótima sacada. Não gostei de como Caronte foi imobilizado, mesmo o Quebra-Quadril pesando mais de duzentos quilos, penso que ele não conseguiria deter com seu peso uma criatura de mais dois metros e meio de altura, achei que a barra forçada aí. No mais ótimo conto. Parabéns, boa sorte.
correção gramatical – 8
impacto – 8
inovação – 10
trama – 10
impacto – 9
eu terminaria com a frase Afinal, haviam conquistado um mar nunca dantes navegado.”
esse rabinho terminal no conto não acrescenta nada para a história.
excelente tema, muito bem desenvolvido, com um toque de humor negro.
Parabéns.
======== TÉCNICA
Muito boa.
A imersão foi perfeita. Fiquei o tempo todo com a sensação que estava dentro do navio pirata, flutuando nas águas escuras do rio dos mortos.
Tem alguns (pouquíssimos) desvios gramaticais e algumas frases que se repetem com proximidade em alguns parágrafos. Coisas que desaparecem facilmente numa revisão mais apurada (li o conto no trabalho, agora só me recordo de uma crase inapropriada em à última).
======== TRAMA
Olha, até o meio do conto estava achando que seria algo no estilo “Michael Bay”… só pancadaria desenfreada, sem justificativa.
Seria legal também, mas depois que entendemos o plano do pirata a coisa melhora bastante. Foi uma ideia bem criativa, sem dúvida.
Parabéns!
======== SUGESTÕES
– Polir os pequenos deslizes apontados na “técnica”.
– Eu tiraria esse finalzinho.
======== AVALIAÇÃO
Técnica: *****
Trama: ****
Impacto: ****
“algumas frases que se repetem com proximidade em alguns parágrafos”
Leia-se:
“algumas PALAVRAS que se repetem com proximidade em alguns parágrafos”
Abraço!
Muito legal! Misturou com um brilho incrível piratas com mitologia grega. A parte que mais gosto nesses mitos é o mundo dos mortos e, sem dúvidas, o Barqueiro e Cérebros estão dentre os meus preferidos.
Na parte técnica, encontrei um ou outro errinho pequeno, mas não atrapalharam nem um pouco (outros comentaristas os enumerarão com mais eficácia) e não vi nenhum problema que me incomodou na trama, que funcionou muito bem. Um registro importante é que a luta foi muito bem desenvolvida e a forma como os tripulantes foram usados pelo capitão foi muito interessante (e cruel… rs). Fiquei com um gostinho de “quero mais” para saber como será a travessia (pensei em negociações bem macabras) com esse terrível pirata no lugar do Caronte.
Parabéns por esse fantástico conto e boa sorte!
Fazia tempo que não lia nada relacionado a piratas. Gostei de várias partes do texto. O autor conseguiu repassar muito bem a imagem geral do ambiente e tripulação. Achei que Moby Dick apareceria, mas foi “outra” criatura mais mitológica. Sim, precisa de revisão em algumas partes, mas no geral conseguiu entreter, jogando-nos direto no ocaso dos mares sem fim de A Odisseia (lembrei do filme na passagem da criatura dentada).
Gostei do pirata malvadão… um substituto à altura. O autor tem bom domínio da técnica, sabe prender a atenção e até fazer rir. A luta foi descrita com habilidade e a história foi muito bem pensada. Parabéns e boa sorte !
TRAMA: 5/5
Muito bom! Início, meio e fim, e até uma ideia de continuação, hahah! O Comandante é um personagem interessante, sem amor nenhum por seus comparsas, usando-os como escudo e arma. Um anti-herói incômodo, em uma história onde não há o cômodo ou mesmo o conceito de “bom”.
O personagem foi muito bem trabalhado, e os coadjuvantes também. A batalha foi épica. Gostei muito deste conto. Parabéns!
TÉCNICA: 5/5
A narrativa tem um quê poético, incluindo algumas rimas bem legais, que não sei se foram propositais, rs. O autor também usa de diversas alegorias interessantes, do tipo “…uma vã esperança de receber parte da relíquia de cálcio” ou “…contemplou a queda perfeita de um dos seus malfadados pilares”.
Essa frase foi genial: “Sobrava lâmina e faltava carne – muito fio e pouca resistência”.
A escrita está impecável. Tudo está sensacional.
Algumas notas quanto ao que encontrei para possíveis revisões:
==>”fosse à última” = Aqui acho que não tem crase.
==> “Pela primeira vez, avistaram com certa clareza o mar que os cercava, a água era viscosa e rubra”. A última vírgula parece fora de lugar. Talvez ficasse melhor substituindo-a por um ponto final?
==>”Outros, apenas ouviam o zumbido terrível que repercutia do barco macabro” – A primeira vírgula me parece desnecessária.
==>”Caronte, acusou o golpe, cambaleou e retrocedeu um pouco” – A primeira vírgula aqui também me parece desnecessária.
==> “pois o corpo de seu comparsa já jazia sem alma” A repetição do “jája” ficou estranha de ler.
Excelente conto! Boa sorte no desafio!