EntreContos

Detox Literário.

Depois do Duelo (Leandro Barreiros)

I

Sonny não era um bom pistoleiro.

Ele sempre soube disso, mesmo antes do desbrochar vermelho que agora tomava sua camisa, crescendo, como uma flor, de um pequeno buraco em sua carne, ao lado direito do peito. Sempre fora mais forte com as palavras do que com as pistolas. Suas armas são seus lábios, dissera mais de uma vez para si mesmo. Infelizmente ele fora convencido pelas próprias palavras, e agora a dormência nos membros lhe mostrava as consequências. Ainda que o mundo desvanecesse lentamente, ele sabia o que importava. Sonny errou o tiro; seu adversário, não.

O chão arenoso impedia que seu corpo descesse até o mundo inferior, mas o que seria de sua alma? Fechou os olhos, incomodado com o brilho do Sol. Ainda que estivesse perto de se pôr, nunca o astro pareceu atacar tanto a sua visão. Questionou-se sobre como chegara àquele ponto, os caminhos que o levaram ao combate. Ouvira que a vida passava diante de seus olhos antes da morte, mas as pessoas diziam todo o tipo de idiotices. Antes mesmo de ser capaz de lembrar como começou o dia, Sonny Terrance morreu. Suas últimas lembranças não disseram respeito a sua vida. Somente ao calor abandonando sua pele e ao relinchar dos cavalos, antes nervosos com os sons das balas, desaparecendo com a calmaria que retornava à rua. Houve apenas morte na morte.

A consciência não voltou ao seu corpo, somente ao seu espírito. A princípio, não havia muito no outro lado para se ocupar. Sonny esperou ser abraçado por São Pedro nos portões do céu e, quando nada aconteceu, temeu ser carregado para o mundo de fogo e enxofre. A expectativa, contudo, também se mostrou falsa. Não ouvia, via, ou sentia. Sem calor, sem frio e sem luz. Nada parecido com o que o padre repetia nos sermões da igreja. O mundo, compreendeu, era apenas uma grande mentira atrás da outra. Isso lhe proporcionou certo conforto. Suas armas são seus lábios. Viveu suas próprias mentiras, e morreu por elas.

Lembrou-se. A discussão no bar começou por uma trapaça no jogo de cartas. Inconformado com a sequência de vitórias de Sonny, o velho e carrancudo Morel o acusou de manipular a partida. Sonny respondeu à altura. Dissera que Morel jogava como uma menina e estava inventando desculpas para suas derrotas. O jovem vaqueiro mal era capaz de expor toda a sua indignação perante a acusação infundada de Morel. A bem da verdade, Sonny realmente estava trapaceando, mas Morel era estúpido demais para perceber isso. Acusara o vaqueiro de esconder cartas na manga, quando, na verdade, todas as cartas do jogo estavam marcadas. Morel, portanto, acusava Sonny sem fundamento algum e isso abalava sua honra.

O carrancudo sacou a arma antes que Sonny sequer pensasse em fazê-lo. Todo o saloon prendeu a respiração quando o velho engatilhou a pistola. O vaqueiro se perguntou se Candy temia pela vida dele.

-Você joga como uma menina. Quer matar como uma também? Duele como um homem, se for mesmo um.

As palavras o haviam salvado mais uma vez. Parte da multidão os seguiu para a rua, trocando olhares nervosos. Outros permaneceram dentro da propriedade, temendo que a mira dos homens, influenciada pelas doses de uísque, se revelassem perigosas para os expectadores.

Uma calmaria preencheu o coração do vaqueiro. A acusação infundada lhe trazia alguma segurança transcendental. Ele é uma moça, disse para si mesmo. Uma moça rica e mimada. Joga como uma moça, vai atirar como uma. Antes de andarem em direções opostas, varreu o lugar procurando por Candy, mas ela não havia deixado o Saloon. Tem tanta certeza da minha vitória que não veio dizer adeus. Ou teme demais pela minha vida. Deu as costas ao oponente e então duelaram.

Início. Passos. Giro. Saque. Tiros. Erro. Acerto. Vida. Morte. Fim.

Foi depois de relembrar que sua percepção lentamente surgiu. As estrelas continuavam no céu. O chão ainda ficava sob seus pés. A roupa continuava em seu corpo e a arma ainda estava em seu coldre. De fato, não havia fogo, enxofre ou nuvens. Havia apenas areia. Percebeu que andava para frente, mesmo antes de ser capaz de sentir o chão. Não era como se precisasse empurrar o solo para trás para mover-se, mas a coisa lhe trazia uma nostalgia estranha. Quando deu por si, estava nos limites da cidade. Mais além, o ar parecia puro e a terra intocada guardava uma beleza que nunca antes notara. Podia passar a eternidade para lá da cidade. Podia deixar tudo para trás.

Mas, então, o que Candy pensaria dele? Morel chamara-lhe de trapaceiro na frente da menina e de todos no Saloon. Afastar-se era admitir as palavras do velho. Percebeu que a mão repousava sobre o coldre e que o polegar brincava com o gatilho de sua arma fantasma. Virou-se. Não deixaria que acreditassem naquele mal perdedor.

Sem pressa, caminhou de volta pela areia e pelas próprias palavras.

II

A estrela prateada ainda refletia alguma luz quando o xerife Olsen chegou ao lugar do tumulto. No horizonte, o Sol vermelho logo iria se pôr e não haveria mais brilho para a estrela. As pessoas abriram espaço para que ele e seu assistente se aproximassem do corpo. Do alto de seu cavalo, Olsen reconheceu o rosto do menino, Sonny qualquer coisa. Quando desmontou do animal, sentiu um leve incômodo na lombar. Estava ficando velho. Ainda assim, manteve a pose.

Ajoelhou próximo ao corpo e identificou com muita destreza o local em que a bala o atingira. As mangas de sua camisa tinham sido ferozmente rasgadas. A Colt ainda estava próxima ao corpo. O assassino não havia levado a arma. Tateou com as mãos a calça do vaqueiro. Não encontrou nada. Levantou-se.

-Quem fez isso? –perguntou.

Ninguém respondeu. O xerife ergueu a voz.

-Quem fez isso? –repetiu.

Múrmuros foram trocados.

-Foi o velho Morel –algum anônimo respondeu por fim, e toda a multidão concordou.

-E onde ele está agora? –Olsen indagou autoritário.

Novamente a multidão fez silêncio. Dezenas de rostos, contudo, se voltaram para o saloon. O xerife suspirou cansado. Dirigiu-se para seu assistente.

-Espere aqui.

O lugar estava quase deserto. Billy, o dono, limpava copos vazios por trás do balcão. Ninguém tocava o velho piano e apenas três mesas estavam ocupadas. Sem música, as garotas não faziam show algum, o que era uma pena. Viu que Candy tinha a maquiagem borrada e que apenas ela e outra menina se ocupavam de atender os poucos clientes. As outras provavelmente estavam no segundo andar ou com a multidão do lado de fora.

Reconheceu Morel, sentado sozinho. Quando Olsen atravessou a porta todos o olharam, exceto Morel. Estava ocupado demais encarando algumas cartas dispostas sobre a mesa. O rosto corado indicava que havia bebido demais. O xerife puxou uma cadeira casualmente. Quando sentou-se, retirou o chapéu e colocou-o sobre a mesa, interferindo na meditação de Morel sobre as cartas. Só então sua presença foi notada pelo homem.

-Você pode me dizer por que tem um garoto morto la na rua?

-Eu não sei o que deu em mim, xerife. Eu pensei que o garoto estava trapaceando…

-Pensou? E eu aqui achando que teria que te prender. Mas já que você pensou nisso, tudo bem matar alguém na minha cidade.

Morel ficou desconcertado. As mãos pálidas lhe cobriram o rosto.

-Você pode pelo menos me dar certeza de que o garoto estava roubando?

-Na-não havia… -gaguejou

-Não havia o que?

-Cartas na manga, xerife. Eu podia jurar que ele tinha, mas não havia nada.

Agora era a vez de Olsen levar a mão ao rosto. Pressionou as têmporas.

-Mas foi ele quem me desafiou.

-Foi ele quem te desafiou? –perguntou.

-Sim, para o combate. Disse que eu jogava e atirava como uma menina e que podia acabar comigo num duelo.

-Mais alguém pode confirmar isso?

-Todos viram, senhor! Por Deus, todos que estavam aqui são testemunhas.

Olsen lançou um olhar para o resto do saloon. Todos disfarçavam, Notou com muita facilidade que as poucas pessoas que continuavam ali observavam com muito interesse o interrogatório, ainda que tentassem disfarçar dissimulação. De longe, percebeu que os belos maxilares de Candy se contraíam.

-Billy, o rapaz Sonny desafiou o senhor Morel para um duelo?

Os olhos do barman brilharam. Ele colocou o copo que enxugava sobre o balcão. Morel assentia com a própria cabeça. O xerife sabia o que viria a seguir.

-Ele certamente desafiou, senhor.

-E agora sempre que alguém quiser mata outra pessoa na minha cidade eu devo autorizar que eles duelem?

-Recusar um duelo é pedir para tomar um tiro pelas costas, xerife –respondeu Morel imediatamente.

Olsen acompanhou com os olhos enquanto Candy colocava, de modo bastante descuidado, uma bandeja sobre o balcão e se dirigia apressadamente para o segundo andar. Quase sentiu pena da garota, mas as coisas eram do jeito que eram.

-Talvez seja. Talvez. Quanto você perdeu no jogo?

Morel precisou pensar um pouco.

-Três dólares, xerife.

-Três dólares… –respondeu em eco. –Vou precisar levá-los. Suponho que você os tenha pego de volta.

O homem não protestou. Retirou o dinheiro do bolso de sua calça, entregando-o apressadamente. Havia pequenas manchas vermelhas nas notas. O xerife levantou-se e colocou seu chapéu. Caminhou devagar para fora do Saloon, deixando o lugar vazio para que Morel e Billy se entendessem. O dono do estabelecimento poderia conseguir dinheiro o bastante para abrir um novo negócio ou, quem sabe, contratar mais meninas. Lá fora, diria ao seu assistente a história que lhe fora passada e contaria, com algum desprezo, quantas pessoas se voluntariariam como testemunhas do que ouvira no saloon.

III

Candy sentia o esperma escorrer quente por entre suas pernas. Definitivamente não era uma noite em que queria trabalhar, mas homens precisavam de satisfação e ela precisava do seu dinheiro. Mais do que isso, precisava de respostas. A saliva disfarçava bem o bastante a sua indisposição e o resto do serviço se resumia mais a esperar do que a qualquer outra coisa.

O xerife rolou para o lado e se permitiu algum descanso. Candy reparou que o homem tentava recuperar o fôlego. A disposição de Olsen parecia menor a cada ano que passava. Às vezes Candy se perguntava se ele realmente queria estar ali, ou se a coisa toda não passava de algum tipo de ritual masculino que ele não conseguia abandonar. Homens precisavam foder e, se não o fizessem, não seriam homens. As imbecilidades masculinas eram dignas de pena.

Raramente esquecia o quanto desprezava o outro sexo. Sentia, cliente após cliente, todas as dúvidas e inseguranças que escondiam sob seus rostos, mas que deixavam dominá-los na cama. Às vezes essas inseguranças tomavam uma forma agressiva, outras, fazia com que os homens chorassem durante o ato. Alguns, como o xerife, pareciam simplesmente aliviados por conseguirem cumprir seu papel. Todos estúpidos, decadentes e mal cheirosos. Apenas um menino era capaz de fazê-la relevar os defeitos masculinos. O rosto suave e angelical do rapaz quase compensavam as imperfeições dos outros.

Mas Sonny estava morto.

Nada agora acalmava o desprezo que sentia. Se houvesse qualquer tipo de justiça no mundo, Morel pagaria pelo seu crime.

-Não falava sério, não é? -perguntou com delicadeza.

-Sobre o que, doçura?

-Sobre não prender Morel. Ele atirou em um garoto.

-Até onde eu sei o garoto também atirou nele –respondeu indiferente. –E, pelo o que ouvi falar, foi Sonny quem o chamou para duelar.

Candy ergueu-se da cama, curiosamente puxando o lençol para cobrir os seios desnudos. Estava cansada. Cansada de se oferecer para aqueles imbecis.

-Sim. Depois de ter sido ameaçado com uma pistola. -protestou.

O xerife também se levantou. Procurou suas roupas pelo chão e começou a vesti-las.

-Todas as pessoas testemunharam a favor do homem, doçura. Não posso sair por aí prendendo quem eu bem entender.

-Fodam-se todas as pessoas. Estão se vendendo por uns trocados e você sabe disso! – respondeu irritada.

-Com quem você acha que está falando? –ele perguntou, enquanto colocava a arma no coldre. O sinal fez Candy recuar.

-Sinto muito –disse.

-Tenho certeza que sim. Eu também sinto muito, mas ninguém contradisse o velho. Se serve de consolo, ele vai gastar muito mais dinheiro comprando as pessoas para defenderem sua história do que se tivesse deixado para lá o que perdeu no jogo.

Candy rangeu os dentes. O punho apertou com mais firmeza o lençol que escondia o corpo.

-Não serve de consolo. Se você quer uma testemunha tem uma bem na sua frente.

Olsen suspirou. Colocou sua jaqueta e foi em direção à porta.

-E quem é você, garota? –perguntou, enquanto colocava três dólares manchados de vermelho na vasilha próxima à porta.

IV

Havia cinco balas na arma fantasma de Sonny.

Sempre deixava um dos canhões vazios para evitar qualquer acidente estúpido. A peça mantivera essa característica, bem como a sua ineficiência. Sonny nunca matara ninguém em sua vida e, aparentemente, também não mataria em sua morte. Não por falta de tentativas, claro. Quando voltou para o saloon atirou no peito de Morel. Como nada aconteceu, tentou a sorte novamente, dessa vez mirando na cabeça do homem. Um esforço em vão. Mais tarde, quando viu o xerife subindo com Candy para um dos quartos do saloon, não se controlou, arriscando um disparo no xerife e outro na amante. A insensibilidade de ambos o fez perder o juízo. Depois, ao ouvir Candy defendendo sua honra sentiu-se mal pelo disparo e agradeceu por não haver efeito algum.

Não haver efeito algum. Sonny logo questionou o que ainda fazia ali, incapaz de intervir no mundo dos vivos e sozinho no da morte. Se os lábios eram verdadeiramente suas armas, estavam agora selados para sempre. Em sua volta pela cidade não encontrou uma única alma. Perguntou-se se todos os que morreram ali caminharam para longe, ou se a morte era, de fato, solitária.

Estava na porta do saloon quando Candy e as outras meninas deixaram o estabelecimento. As ruas já estavam vazias e apenas as moças pareciam estar acordadas na cidade. Frente a monotonia que descobrira na morte, decidiu acompanhar Candy para conhecer sua casa. Achava curioso que nunca a tivesse visitado fora do saloon. Uma a uma, as meninas se separaram. Ganhavam ruas e ruelas, caminhando sozinhas na solidão da noite.

Sonny ficou boquiaberto com o tamanho da casa de Candy. A arquitetura combinava com o tamanho burguês da residência. O morto se perguntou se o pai da menina seria algum comerciante abastado, mas logo descartou a hipótese quando a viu caminhar cautelosamente para os muros laterais do lugar. A ideia do que estava acontecendo lhe aterrorizou. Os olhos de Candy vasculharam em todas as direções, se certificando de que ninguém a via enquanto se escondia nas sombras. Com os nervos a flor da pele, Sonny fez o mesmo.

A menina parecia frustrada. Tentara duas janelas, apenas para descobrir que estavam fechadas. Teve mais sorte na terceira. Mesmo quando a abriu, nenhum sorriso tomou conta de seu rosto. Havia cansaço em sua face e, talvez, alguma resignação. Saltou para dentro da casa como uma gata, encostando a janela com cuidado para não fazer barulho.

Lá dentro, Candy andou silenciosamente.

V

Podiam falar o que quisessem dele, mas Morel não era um insensível. Sabia disso. A insônia que se apoderou dele era a mais clara evidência. Acusou erroneamente um garoto de trapaça e agora o infeliz estava morto. Encheu novamente seu copo com uísque e engoliu a bebida. Era triste. Era tudo muito triste.

Claro, não podia também se condenar por isso. No fim das contas, ou atirava no menino ou morria. Mas era uma pena que tudo tivesse que ter acontecido daquele jeito. Se pudesse voltar atrás, deixaria o garoto levar seus três dólares. Mas não podia.

Sentiu um comichão no centro das costas. Quando virou, suas pernas cederam e caiu de joelhos no chão. Havia satisfação nos olhos da garota. Reconheceu-a do saloon, embora não soubesse seu nome. Tentou perguntar o que ela fazia ali, mas o sangue silenciou as palavras na garganta e se espalhou depressa pelo resto da boca. Quando o coração parou de bater, o bêbado Morel ainda não havia entendido o que estava acontecendo.

VI

Sonny esperou por dias, mas nenhum espírito surgira do corpo de seu algoz.

Ele viu quando Candy saltou pela mesma janela que entrara, mas decidiu não segui-la de novo. Sabia que, de alguma forma, a garota fizera aquilo para que ele descansasse em paz e isso significava não persegui-la. Viu quando o xerife apareceu dois dias depois, retirando a faca do corpo frio de Morel. Acompanhou o cadáver até o seu enterro e agora esperava sozinho no cemitério. Mas ninguém apareceu.

Retirou a arma do coldre e a observou. Não matava os vivos, isso estava claro. Mas ainda assim ela estava ali, com ele. Presa em si. Presa no mundo. Verificou o tambor, conferindo se a última bala ainda estava ali. Foi enquanto encarava o túmulo de Morel que a ideia lhe veio à cabeça. Repentinamente, descobriu que sua verdadeira arma ainda estava com ele. Se a pistola o acompanhava, as palavras certamente não fugiriam de seu espírito. Sorriu. Seus lábios nunca seriam selados.

-Vou para um lugar melhor –sussurrou, antes de disparar contra sua cabeça.

24 comentários em “Depois do Duelo (Leandro Barreiros)

  1. Bia Machado
    24 de maio de 2014
    Avatar de Bia Machado

    Acho que é o último conto que comento. E acho que, de certa forma, fechei de uma forma muito boa, pois gostei muito do texto! Acho até que poderia ter durado um pouco mais, mas é só impressão, a leitura fluiu muito bem e não me cansou nem um pouco. Gostei muito das personagens e só posso dar os parabéns. =)

  2. Marcellus
    24 de maio de 2014
    Avatar de Desconhecido

    Ótimo conto! Muito bom! Era disso que eu estava falando: se passa no “clássico Velho Oeste” mas, ainda assim, trouxe novidades ao gênero.
    Apesar de ser um pouco arrastado no início, engrenou com a morte do garoto e ganhou novo ritmo.
    Parabéns ao autor!

  3. vitorts
    24 de maio de 2014
    Avatar de vitorts

    Até agora, um dos melhores! Gostei como fugiu dos clichês batidos. Os detalhes foram um ponto forte do conto (adorei o trajeto das notas dos três dólares sujas de sangue: o vaqueiro as reavendo [mesmo depois do crime], o xerife as “confiscando”, e, por fim, sendo usadas para pagar a prostituta). Senti o final chegando e não errei meu tiro, mas foi uma forma muito sólida de se encerrar o texto.

    Parabéns pelo conto.

  4. Thiago Lopes
    23 de maio de 2014
    Avatar de Desconhecido

    Ótimo conto! O autor mostra que domina o gênero. Claro que cada parte ou episódio tem coesão entre si, mas se o autor um dia resolver publicar, ficaria muito, mas muito legal se cada parte fosse um conto independente. A parte I e a parte III são geniais. Para mim, cada uma dessas partes já seria, de per si, um conto. Parabéns mesmo.

  5. rubemcabral
    23 de maio de 2014
    Avatar de rubemcabral

    Bom conto, boa escrita – só reparei num “la” sem acento e a falta do “r” em “…alguém quiser mata outra pessoa…”.

    Achei a história simples, mas a qualidade visual do texto e a boa construção das personagens deram um upgrade no todo.

  6. Tom Lima
    22 de maio de 2014
    Avatar de Tom Lima

    Não gostei.
    Só isso, questão de gosto mesmo. O conto foi bem escrito, mas não criou emoção alguma em mim.

    Boa sorte.

  7. Brian Oliveira Lancaster
    16 de maio de 2014
    Avatar de Victor O. de Faria

    A trama é muito bem desenvolvida, mas ao contrários dos colegas, não me conquistou. Mas isso é gosto pessoal. No entanto, tem um nível técnico muito acima do “comum”; nota-se.

  8. Felipe Moreira
    15 de maio de 2014
    Avatar de Felipe Moreira

    Gostei muito do conto. Achei sensacional a narrativa, bem competente e na medida certa. No início eu achei o Morel muito frouxo com o Xerife, mas no capítulo da sua morte, entendi perfeitamente a sua cabeça. Gostei também da “fragilidade” humana do Olsen, diferente dos xerifes caricatos que estamos acostumados. A parte em que ele paga Candy com o dinheiro sujo foi muito bem aplicada.

    No geral, achei o conto bem acima da média. O que pegou pra mim foi a narrativa do Sonny já morto, saindo um pouco do estilo que eu esperava, mas a tentativa foi boa, a meu ver.

    Parabéns pelo trabalho e boa sorte.

  9. Thata Pereira
    14 de maio de 2014
    Avatar de Thata Pereira

    Gostei do conto. Estranhei a chegada do fantasma, mas também me impulsionou para continuar a leitura. Fiquei me perguntando onde tudo iria terminar. Aqui temos outra personagem marcante: Candy. O envolvimento dela com o crime me fez lembrar do desafio noir… gostei bastante do final.

    Boa sorte!

  10. Leandro B.
    13 de maio de 2014
    Avatar de leandrobarreiros

    Bacana.
    Não tenho muito o que acrescentar aqui, além dos comentários já feitos pelos camaradas.
    Ainda assim:
    A segunda frase me pareceu excessivamente longa e, como está logo na abertura do texto, talvez valha a pena alterá-la.
    Senti falta de uma parte maior sobre o Morel. Quer dizer, todas as outras partes estão consideravelmente maiores.

  11. rsollberg
    12 de maio de 2014
    Avatar de rsollberg

    Gostei bastante. Ele é narrado pela perspectiva de diferentes personagens, o que te faz criar empatia quase que imediata.

    Candy certamente era a verdadeira “pistoleira” do casal. As elipses funcionaram bem. Os diálogos do Olsen foram claramente os melhores, adoro sarcasmo.
    Em suma, o conto é muito bem escrito e possui um final interessante, ainda que não tenha muito impacto.

    Parabéns e boa sorte no desafio!

  12. Swylmar Ferreira
    11 de maio de 2014
    Avatar de Swylmar Ferreira

    Gostei do conto sr Ricochete.
    Excelentes enredo e narrativa. A escolha dos personagens também muito boa.
    Parabéns! Boa Sorte!

  13. Rodrigo Arcadia
    7 de maio de 2014
    Avatar de Rodrigo Arcadia

    Pois é. Tua história mostra que há pessoas que morrem por bobeira. Mas o conto está certinho na escrita e narrativa e com personagens interessantes, pois cada um tem sua participação, destaque para Candy, uma boa protagonista, que presenteia a boa nota do conto.

    Abraço!

  14. Fabio Baptista
    6 de maio de 2014
    Avatar de Fabio Baptista

    Gostei da escrita , embora ache que algumas frases ficaram longas demais. Também acho que algumas coisas poderiam ser removidas, dando mais agilidade ao texto. Por exemplo:

    “A estrela prateada ainda refletia alguma luz quando o xerife Olsen chegou ao lugar do tumulto.
    No horizonte, o Sol vermelho logo iria se pôr e não haveria mais brilho para a estrela.”

    Na primeira frase já dá pra imaginar que o Sol está se pondo, tornando a segunda desnecessária.

    Mas o texto corre muito bem de um modo geral. A história “terrena” é muito boa.

    Só não consegui mesmo gostar desse final envolvendo o fantasma… achei meio estranho e deslocado.

    Abraço.

  15. Pedro Luna
    5 de maio de 2014
    Avatar de Pedro Luna

    ”O chão arenoso impedia que seu corpo descesse até o mundo inferior, mas o que seria de sua alma?”
    Bacana, viu.
    Gostei das construções com as palavras, e na construção da trama. A melhor cena para mim foi a de Candy com o Xerife, e quando ele se despede a comparando com o nada, foi muito legal. No geral, eu curti muito essa ideia loucona do fantasma ”bizoiar” os acontecimentos. Abraços.

  16. Sérgio Ferrari
    5 de maio de 2014
    Avatar de Sérgio Ferrari

    O que dizer? Legal. Bom conto. Solitário conto.

  17. JC Lemos
    4 de maio de 2014
    Avatar de JC Lemos

    Gostei da história no geral. A trama foi muito bem trabalhada e as cartas foram postas à mesa no momento certo. A narrativa foi suave, sem nenhum trepidação ao longo do percurso. Porém, a única coisa que senti falta, foi de uma ação maior. Acho que um conto desse tipo precisava disso.

    Mas no fim, o resultado foi bem acima da média. Fantasmas e Western fizeram um boa combinação. Claro, que isso se deve mais ao autor, que soube trabalhar da melhor forma.

    Parabéns e boa sorte!

  18. Davi Mayer
    4 de maio de 2014
    Avatar de Davi Mayer

    Gostei bastante do conto. Prendeu-me do inicio ao fim. Teve suas divagações no momento e no tempo certo. O texto flui bem. Estava curioso em saber o final.

  19. Eduardo Selga
    4 de maio de 2014
    Avatar de Eduardo Selga

    Falta.

    O conto é bem escrito, do ponto de vista da carpintaria textual, com boas soluções, como “Início. Passos. Giro. Saque. Tiros. Erro. Acerto. Vida. Morte. Fim.” para demonstrar a rapidez com que a cena se deu. O argumento do conto, um pistoleiro fantasma que acompanha o homicídio de seu algoz e em seguida “se suicida”, é original, e foge de alguns clichês; todos os personagens parecem de fato humanos, pois todos sofrem a parte que lhes cabem nesse latifúndio. E o(a) autor(a) não se furtou ao uso do palavrão, absolutamente cabível.

    O problema está em sua execução. Muito embora eu não seja adepto da ideia que considera que todo conto, obrigatoriamente, precise ser uma dose de adrenalina na veia do leitor a cada parágrafo, existe uma relação entre enredo e ritmo que precisa ser observada. Por que um conto de terror causa medo? Não apenas pelo enredo em si ou os personagens, mas principalmente pelo modo como ele é narrado, no que está incluída a questão rítmica.

    Ele, o ritmo, que é construído por alguns itens importantes como a escolha semântica e a estrutura sintática das orações, neste conto é muito arrastado. Por quê? Entendo que seja pelo mesmo motivo que apontei num outro trabalho aqui, dias atrás: o narrador é tradicional, explicativo em excesso, mais preocupado em fazer uma fotografia realística da cena do que construir uma imagem textual, propriamente. Não obstante haja, sim, alguns bons momentos nesse sentido, como “Sem pressa, caminhou de volta pela areia e pelas próprias palavras.” E com isso não pretendo defender que o texto precise conter bordados e rococós. Não. Trata-se de esculpir a matéria-prima do escritor: a palavra.

    Nesse contexto, o narrador precisaria ser mais ousado. Se o personagem é um fantasma, é excelente momento para romper com a linearidade narrativa e, assim, dar um ganho no ritmo. Considero que a percepção do fantasma do mundo só não ficou melhor por causa da linguagem usada.

  20. Claudia Roberta Angst
    3 de maio de 2014
    Avatar de Claudia Roberta Angst

    Acho que este conto vale para dois desafios: fantasmas e faroeste. Se duvidar leva também um lugar em outro desafio passado. Gostei da abordagem diferenciada do tema, sob o ponto de vista do pistoleiro sem talento, da menina-prostituta, do malvado Morel. Final inesperado e nonsense, muito bom.
    Há dois tons neste conto: um que desliza poeticamente e outro que descreve situações de maneira mais crua e realista.Um não se choca com o outro, mas sim como na música, encontram um meio termo, um semitom.
    Algumas passagens são muito interessantes como: “Sem pressa, caminhou de volta pela areia e pelas próprias palavras.” Identifiquei-me com o tom da narrativa.
    Enfim, a leitura foi agradável e a história prendeu minha atenção. Boa sorte!

  21. mariasantino1
    3 de maio de 2014
    Avatar de mariasantino1

    Teu conto tem clima de romance policial 🙂

    Gostei o ar misterioso mas o final não foi totalmente absorvido por mim (devo ter deixado algo passar. Desculpe, falha minha)

    As passagens de reflexão do Morel pós crime foram as melhores em minha opinião. Boa sorte no desafio.

  22. Anorkinda Neide
    3 de maio de 2014
    Avatar de Anorkinda Neide

    Tudo muito bonito e bem desenvolvido. Parabens!

    Destaco algumas frases especialmente especiais… 🙂 :

    ‘Houve apenas morte na morte.’
    ‘Sem pressa, caminhou de volta pela areia e pelas próprias palavras.’

    Um conto daqueles de fazer pensar por alguns dias.
    Abração

  23. Isabella Andrade
    3 de maio de 2014
    Avatar de Isabella Andrade

    Um conto interessante. Gostei das passagens de como altera de um personagem para o outro sem se perder na narrativa e potencialmente cria esferas excelentes dentro de um contexto. Achei marcante essa sua jogada, que foi muito original. Penso que o final foi muito bom, mas senti falta de alguma coisa, antes do desfecho, bem, obviamente esse é sim um excelente conto. Meus parabéns pelo trabalho e boa sorte no desafio!

  24. Pétrya Bischoff
    3 de maio de 2014
    Avatar de Pétrya Bischoff

    Outro baita conto! Como nada me desagradou, apontarei algumas preciosidades: toda a estrutura que mostra a lei preocupada em resolver o crime (o que foi praticamente ignorado nos textos aqui, em meio a tantos bang-bang); a descrição da cena de Candy com o Xerife, bem como “três dólares manchados de vermelho”; Morel não ser retratado como um pistoleiro desalmado; o suicídio da alma-penada (?!)
    Toda a escrita também está de parabéns. Boa sorte 😉

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Publicado às 3 de maio de 2014 por em Faroeste e marcado .