EntreContos

Detox Literário.

Autômato (Fabiano Dexter)

— Venham! Venham! Maravilhem-se com os Espetaculares Autômatos de Mitrovic! — gritava o homem de voz rouca, barba feita e longos cabelos brancos, apesar da pouca idade. Ele vestia um fraque vinho e uma cartola da mesma cor, em pé sobre o primeiro de três vagões de madeira escura e completamente vedados, tendo escritas em cores vibrantes apenas as últimas palavras gritadas por ele. Os cavalos que os puxavam não relinchavam, mas chiavam, cuspindo vapor por bocas de ferro e olhos incandescentes. O som de seus cascos metálicos reverberava nas pedras das ruas enquanto adentravam a pequena vila.

Enquanto os adultos espiavam pelas cortinas, as crianças corriam acompanhando o lento passo dos cavalos. Os cães latiam para os animais, que eram incapazes de escutá-los. Até mesmo os ratos saíam dos becos para observar o que se passava, ainda que se mantivessem sempre às sombras.

A vila estava acostumada a receber circos mambembes, ciganos ou trupes teatrais, mas era a primeira vez que presenciava um cortejo como aquele. As casas eram todas muito próximas, baixas e feitas de madeira, em sua maioria. As pedras eram reservadas para as ruas e seu alto fluxo de carroças, as casas maiores dos grandes fazendeiros e a Igreja, na praça da qual os vagões enfim pararam.

O homem que gritava de cima do vagão desceu para receber as crianças e os poucos adultos que começavam a se posicionar ao redor dos vagões, quando, de repente, aos gritos, crenças e com um crucifixo de prata na mão, o padre surgiu pela porta da igreja exigindo que aquela blasfêmia saísse dali imediatamente. Mitrovic ficou completamente sem ação enquanto os adultos se afastavam e as crianças corriam num misto de susto, medo e diversão.

Ele então retornou para cima da carroça, mas no lugar do cocheiro, e guiou lentamente seus cavalos mecânicos para longe da praça, indo para as proximidades da cidade, ocupando uma pequena clareira onde enfim pôde descansar.

Ainda que os curiosos se aproximassem dos vagões, agora soltos e dispostos em um semicírculo, com uma lona semelhante à de circo cobrindo a área interna, nada eram capazes de ver. Os cavalos ficavam postados, cada um de um lado, como gárgulas em uma catedral. Os adultos olhavam desconfiados enquanto iam para as plantações que cercavam a vila e passavam rápido no retorno, vendo as luzes que saíam hora de uma das carroças, hora de outra. As crianças, por outro lado, faziam incursões em grupo para explorar e tentar descobrir o que estava acontecendo ali, mas embora ouvissem sons estranhos e, algumas vezes, assustadores, não viam nada.

No domingo, quem se aproximava da praça central da vila tinha uma surpresa. Um dos vagões estava ali parado e, à sua frente, algo que se assemelhava à estátua deum mágico em tamanho real, com traços árabes e um turbante na cabeça, parecia surgir de dentro de uma grande caixa. Suas pernas e quadril estavam dentro do que seria a caixa e a parte que estava a mostra possuía uma pele metálica semelhante ao bronze, engrenagens à mostra e os olhos vazios. À sua frente a caixa tomava a forma de uma mesa, onde havia um baralho completo, com as imagens para baixo. Ao seu lado, Mitrovic, com seu fraque e cartola vinhos, aguardava os curiosos que começavam a se aglomerar.

— Venham! Aproximem-se! Conheçam o Grande Mágico de Mitrovic! — disse, olhando para as pessoas que estavam ao redor.

Depois de ter o que considerava um número suficiente de pessoas, pegou o baralho que estava diante do mágico e começou a explicar:

— Preciso de um voluntário! Essa pessoa irá pegar este baralho, escolher uma carta e mostrar a todos os presentes. Em seguida, irá devolver a carta ao baralho, embaralhar e deixar o baralho na mesa, dentro da área marcada. Então, o Mágico de Mitrovic irá pegar o baralho e, sozinho, adivinhar a carta escolhida! — falou em seguida.

Um jovem tomou a frente e recebeu o baralho nas mãos. Escolheu o sete de copas, mostrou para a pequena multidão, devolveu ao baralho e seguiu as instruções dadas pelo homem. Pouco depois de colocar o baralho no local marcado, todos levaram um susto quando o mágico começou a se mexer. Seus movimentos buscavam imitar os movimentos humanos e, com a mão direita, que estava espalmada, ele esparramou o baralho sobre a mesa; em seguida, com a mão esquerda, que estava fechada e tinha apenas o indicador se destacando, apontou para uma das cartas. Mitrovic indicou que o jovem pegasse a carta indicada.

Era o sete de copas.

As pessoas ficaram impressionadas e, então, começaram a querer também fazer parte da apresentação. A cada rodada, uma carta era escolhida. A cada rodada, o mágico acertava a carta. E como os adultos tomavam conta da apresentação, Mitrovic foi até o vagão que estava parado e trouxe um pequeno cachorro mecânico, que ganhou vida assim que tocou o solo, para surpresa e alegria das crianças. O apresentador então pegou um graveto e o arremessou. O pequeno cachorro disparou e retornou com ele entre os dentes, colocando-o no chão à sua frente. A partir daí, as crianças se alternavam jogando o graveto enquanto os adultos se divertiam com o baralho, até a hora do almoço, quando Mitrovic recolheu suas criações para dentro do vagão, sob protestos, e foi embora.

No dia seguinte, por volta do meio-dia, Mitrovic entrou na única taverna da pequena vila, vestindo suas roupas tradicionais. O cheiro do cozido que havia sido preparado o estava convidando e, ao entrar, notou um garoto sentado em uma das mesas, concentrado, jogando xadrez com os presentes. Enquanto comia, percebia, um a um, os oponentes do garoto se levantarem, derrotados. O garoto permanecia concentrado, olhos fixos no tabuleiro, como se aquele fosse o seu mundo.

Após terminar sua refeição, Mitrovic se aproximou, observou duas partidas e pediu para jogar. O garoto, ao levantar os olhos e ver quem estava ali, não conseguiu esconder seu espanto. Certamente havia visto o mágico e talvez até mesmo brincado com o cachorro na véspera. Aceitou com um aceno. O garoto iniciou com as brancas, avançando o seu Peão do Rei duas Casas, como sempre começava. Mas a primeira partida foi rápida. Mitrovic venceu com certa facilidade, mas havia algo na forma como o garoto pensava, como antecipava movimentos, que o intrigou.

— Desculpe incomodar, mas onde aprendeu a jogar, meu jovem? — ele perguntou.

— Com meu avô. Ele vivia viajando e um dia trouxe o tabuleiro e as peças da capital. Mas eu fui o único que se interessou e, desde que ele morreu, venho jogar aqui. — respondeu o garoto, que não tinha mais do que dez anos.

– E sempre inicia avançando o seu Peão do Rei duas Casas por algum motivo? – Ele perguntou.

– Acho que sim. – respondeu o garoto, dando de ombros.

Os curiosos começaram a se aglomerar em torno da mesa à medida que jogavam. O garoto, até então imbatível, dava trabalho para o visitante, mas seguia perdendo as partidas independente das estratégias que traçava. Mas, à medida que jogavam, conversavam, Mitrovic aproveitava as oportunidades para também ensinar. E, a cada partida, o garoto aprendia. Até que enfim Mitrovic foi derrotado, deixou uma moeda de bronze para ele em cima da mesa e se levantou, sorrindo:

— Até amanhã?

— Sim. Com certeza! — respondeu o garoto, estudando a moeda estrangeira em sua mão.

O homem, Mitrovic, passou a ser visto pelas ruas da cidade durante o dia na semana seguinte, sempre vestindo seu fraque e cartola vinho. Chamava a atenção, naturalmente, e tratava a todos de forma cortês, explicando e prometendo novas surpresas para o próximo domingo, no mesmo local. E todos os dias, na hora do almoço, encontrava o garoto para jogarem xadrez. Ele estava cada vez mais impressionado com a capacidade e o potencial do menino, de modo que dedicava mais e mais horas do seu dia para ensiná-lo, até que nem mesmo ele era capaz de vencer o jovem prodígio, que seguia iniciando as suas partidas com o avanço do Peão do Rei.

— Me pesa o coração ver tamanho talento escondido — disse Mitrovic no final da semana. — Meu trabalho, minha vida, é justamente mostrar a todos aquilo que temos de melhor. Amanhã você se apresenta comigo!

E assim foi.

No dia seguinte, além do mágico e do cachorro, Mitrovic apresentou seu novo amigo a todos os presentes e os desafiou a vencê-lo em uma partida. Muitos tentaram, afinal nem todos da vila o conheciam, mas não foi surpresa quando, até mesmo visitantes de povoados próximos, que haviam ouvido histórias dos autômatos e foram prestigiar o mágico, foram derrotados sem que o garoto parecesse se esforçar.

E como havia mais pessoas dessa vez, as apresentações duraram o dia todo e, ao final, Mitrovic anunciou:

— Meus amigos! Na próxima semana estarei me despedindo de vocês. Mas não antes de mostrar aquilo que tenho de melhor! Venham todos, chamem seus familiares e conhecidos, pois no próximo domingo irei apresentar a todos os Autômatos de Mitrovic!

Nos dias seguintes, seguiram se encontrando, e o garoto parecia evoluir ainda mais. Mitrovic observava, até que foi visitá-lo em sua casa e conversou com o pai do garoto. O seu objetivo era claro, convidar o garoto a lhe fazer companhia em suas viagens, inclusive querendo levá-lo até a capital. Era uma oportunidade única para o garoto fugir da vila, da vida na fazenda que seu futuro aguardava. E o pai, com muitos filhos e poucos sonhos, aceitou. Tudo o que pediu em troca foi um dos cavalos mecânicos, que certamente seria de grande valia na fazenda.

Enfim, o dia da apresentação final chegou. Todos se aglomeraram em frente ao palco que havia sido montado no semicírculo dos vagões, próximos à vila. Havia pessoas de todas as idades ali, aguardando ansiosamente a apresentação. O mágico, o cachorro e o garoto distraíam aqueles que iam chegando enquanto o show final não começava, até que um grande rugido no palco fez todos os presentes ficarem em silêncio.

Sobre o palco surgiu um leão, mecânico como os cavalos, com olhos em chamas e que parecia ameaçar a plateia, quando Mitrovic apareceu com um chicote na mão e começou a domá-lo, sob urros e aplausos de todos os presentes. Um grande urso apareceu em seguida e os dois, sob ordens do domador, realizaram saltos, deitaram-se no chão e até mesmo passearam entre os espectadores. Tudo movido por engrenagens e uma energia que não se via, mas se sentia.

Fez-se silêncio e no centro do palco surgiu uma bailarina, envolta em tule e ferragens delicadas. Seus movimentos eram perfeitos, cada pirueta executada com precisão, uma leveza que parecia não combinar com o peso de suas estruturas. Quando girava, o leve som de engrenagens se misturava ao da música, e quando parava, o silêncio era absoluto, como se o mundo prendesse a respiração.

Os acrobatas vieram a seguir e subiam às alturas sem rede, sem cordas, sem medo. Saltavam no vazio, cruzando o ar com elegância. Não havia margem para erro. Seus corpos se chocavam com precisão, como peças de um relógio. Quando um deles caiu, despencando como um peso morto e permaneceu no chão, o público se assustou, mas os demais seguiram com sua performance sem alteração e, ao final, recolheram o companheiro antes de retornar aos vagões.

O palhaço, favorito das crianças, encerrou o show. Pintado em cores vibrantes, realizava pequenos truques e brincadeiras. Ao fim, quando se curvava para agradecer às palmas, sua cabeça caía e ele seguia correndo pelo palco como que em busca dela, para deleite de todos. E então a recolocava virada ao contrário, arrancando ainda mais risadas, até se recolher para os vagões.

Ao final do espetáculo, Mitrovic chamou o garoto ao palco e, juntos, agradeceram a presença de todos. Foi uma noite mágica e inesquecível para todos os que estiveram ali e, na manhã seguinte, não passava de uma memória e o único sinal de que não havia tudo sido um sonho eram os sulcos das rodas dos vagões no solo. Os autômatos e o garoto haviam partido, em direção à capital.

Já na manhã seguinte o cavalo deixado para ajudar na fazenda do pai do garoto não passava de uma estátua, parado à frente do estábulo onde passou a noite, completamente sem vida. Seus olhos estavam vazios, nenhum som era emitido e nenhuma das pessoas que ali estiveram conseguiu descobrir como recarregar o carvão ou movê-lo.

Já na Capital, chegando com seus três vagões e novamente com dois cavalos, Mitrovic apresentava seus autômatos a quem tivesse interesse. À sua coleção se incluía uma nova criação, que se assemelhava a um garoto e que jogava xadrez, capaz de vencer qualquer oponente. Sua estrutura física era semelhante à do mágico, com a pele de bronze e pequenas engrenagens a mostra e a maior parte dos mecanismos escondidos debaixo do que seria uma mesa com um tabuleiro de xadrez em cima. Apenas a parte superior do corpo aparecia, com o braço esquerdo imóvel sobre a mesa e o direito com o indicador a indicar cada uma das jogadas que eram então realizadas pelo seu criador, que estava postado ao seu lado.

O único outro movimento que ele fazia era mexer a cabeça, parecendo observar a plateia e aqueles com quem jogava. E sua principal característica, além da habilidade no jogo, eram os olhos, concentrados no tabuleiro como se aquele fosse o seu mundo, e tão vivos que pareciam querer dizer algo. Ou gritar.

E pediu para avançar o Peão do Rei duas Casas.

Sobre Fabio Baptista

Avatar de Desconhecido

19 comentários em “Autômato (Fabiano Dexter)

  1. Andre Brizola
    13 de dezembro de 2025
    Avatar de Andre Brizola

    Olá, Mitrovich!

    Seu conto me chamou a atenção por utilizar o xadrez de uma maneira menos tradicional e corriqueira do que vi na maior parte dos seus concorrentes. Aqui ele é tratado de fato como um embate, um jogo, e não uma ferramenta de interação humana, ou desculpa para criar um ambiente social. Não, aqui, o fato do garoto jogar xadrez é o que dá motivação, o que dá causa para o ápice do enredo.

    Técnica – Trata-se de um conto bastante descritivo, em que os elementos são todos meticulosamente detalhados, deixando pouca margem para o leitor criar sozinho. Talvez esse aspecto tenha deposto contra o enredo, uma vez que algo que pode ser caracterizado dentro do gênero fantástico precisa deixar algo para a imaginação. Além disso, o excesso de descrições criou parágrafos densos e, por vezes, com repetições de termos muito frequentes e próximos. Em determinado momento os termos “cartas” e “baralho” se repetem tantas vezes que o ruído é inevitável, afetando a experiência da leitura. Gosto de textos descritivos e com ambientações bem detalhadas, mas achei que aqui o equilíbrio não ficou legal, pois a leitura foi dificultosa.

    Enredo – Um dos melhores do desafio, em minha opinião. Como comentei acima, a utilização do xadrez é realmente importante para o conto, e essa utilização do tema, pra mim, dá cores e sons ao texto. Mitrovich é um personagem muito bem caracterizado, e foi possível vê-lo caminhando elas ruas da cidade, com suas roupas chamativas e cabelos esbranquiçados. A história me recordou brevemente a do disco The Puppet Master, do King Diamond, que tem enredo parecido. Há, inclusive, uma música que retrata um momento muito semelhante ao final de seu conto, quando menciona que o garoto, agora autômato, parecia querer gritar.

    Impacto – Adotei esse tópico no último desafio que participei, e gostei do resultado. Aqui meço o quanto o conto me impactou após ter lido. E escrevo esse item dias depois, justamente para saber se relembro o conto, se penso em alguma parte em especial, e se quando lembro, o faço gostando ou não. E aqui o impacto foi positivo. Cheguei a recomendá-lo para outros participantes do grupo de whatsapp, inclusive, quando perguntaram qual conto deveriam ler.

    Conclusão – Não é um conto perfeito. Acho que você apresentou um enredo muito interessante e simpático àquilo que busco numa história, mas com um texto que não obteve um resultado tão bom no que diz respeito à fluidez e agilidade adequadas para conta-la. Penso que o saldo é positivo, entretanto.

    É isso, boa sorte no desafio!

  2. Rodrigo Ortiz Vinholo
    13 de dezembro de 2025
    Avatar de Rodrigo Ortiz Vinholo

    Gostei da escrita e dos personagens, mas para mim o final enfraqueceu a obra. O clichê do mágico/inventor/charlatão que converte pessoas em máquinas ou criaturas já é bastante usado, e depois de um desenvolvimento tão interessante, pareceu uma solução que, ainda que não de todo súbita (já que a trama permitia prever isso, por um lado ou outro), pareceu o caminho mais fácil. 

  3. leandrobarreiros
    13 de dezembro de 2025
    Avatar de leandrobarreiros

    Está entre os meus contos favoritos.

    Eu sei que muita gente comentou que viu a surpresa do final em meados do texto, e esse é um texto que meio que se constrói para ter um impacto no final, mas, independentemente disso, teve muitos elementos que eu curti na história.

    Ah, eu não antevi o final, a propósito.

    Eu curti demais a cena do Mitrovic chegando à cidade, especialmente ele preparando a tenda e as pessoas tentando ver o que tá acontecendo. Essa cena, por um lado, ajuda a vender aquela ideia do homem misterioso chegando em algum lugar. Mas além disso ocupa um puta lugar de criatividade. Tipo, já vi textos com propostas parecidas, mas eles sempre focam na chegada e nas apresentações. Essas cenas de “preparação” foram inéditas para mim e ainda adicionam uma espécie de realismo super interessante.

    O enredo está redondo e o cenário meio steampunk, meio desolado, funciona super bem.

    Enfim, não tem nada que não gostei nesse texto. Sou obrigado a dar um dez.

  4. Kelly Hatanaka
    12 de dezembro de 2025
    Avatar de Kelly Hatanaka

    Considerações

    Um conto com uma ótima ambientação fantástica e que, surpreendentemente, se torna uma história de terror. Mitrovic parece, à primeira vista, um homem excêntrico, talvez um inventor habilidoso, que criou autômatos surpreendentes.

    A reação do padre, logo no início, parece exagerada, mas não estranha. Facil de justificar-se como desconfiança diante das novidades. Mas no final, fica a ideia de que o sacerdote, talvez, intuísse ou soubesse de algo mais.

    A cena do show, com todos os autômatos se apresentando é mágica, uma maravilha, um espetáculo encantador. Até o final do conto, que transforma o encantamento em horror

    Gostei ou não gostei

    Gostei muito! Uma história que vai da fantasia para o terror de forma muito hábil. O final foi totalmente inesperado, ao menos para mim, e transformou toda a história, o que achei incrível.

    Gostei também de como nada neste conto é dispensável. Todos os elementos e cada detalhe são relevantes para a trama. O show, que parecia uma cena de mero deleite narrativo ganha outro significado, muito mais terrível, quando sabemos do destino do menino que jogava xadrez. E, mais do que significado, ela conta a história de Mitrovic e mostra quem ele realmente era.

    Pitacos não solicitados

    Como disse acima, gostei muito do conto. Minha crítica, ou nem sei se posso chamar isso de crítica, é que achei difícil de engrenar na leitura. Não sei especificar o motivo. Demorei para “pegar” a leitura, talvez pelo excesso de descrições, ou talvez tenha faltado alguma revisão, para tornar a leitura mais fluida no começo, realmente, não sei dizer.

    Acontece que a história é boa, e depois de algum tempo, ela te conquista.

  5. Pedro Paulo
    10 de dezembro de 2025
    Avatar de Pedro Paulo

    Uau! Este conto engana. É muito bem escrito pelas imagens vívidas que conjura. A vila remota e prosaica faz contraste com o espetáculo steampunk do passante. Seus olhar sobre o potencial do garoto parece emancipador. A parceria dos dois anima o que parece ser uma história de aventuras, crescimento e amadurecimento… mas nada é o que parece. Eu também caí no feitiço.

    Aposto que vai ganhar acréscimos de impacto.

  6. Fabio D'Oliveira
    10 de dezembro de 2025
    Avatar de Fabio D'Oliveira

    Buenas!

    Gostei muito do conto.

    Os autômatos, o Mestre de Cerimônias, a caravana misteriosa. Grande parte dos elementos deste conto despertam a curiosidade do leitor, fazendo-o ficar grudado na tela, tal como os moradores da vila. A cena de despedida, com o espetáculo final, é um dos pontos altos do conto. Encanta o leitor. E o desarma para o plot twist. Não é um conto de terror, mas o final é aterrorizante. O autor sabe preparar o leitor para o gran finale, como todo bom Mestre de Cerimônias. Um verdadeiro showman,, rs.

    O conto me perdeu em apenas uma coisa… Foi uma leitura agradável, a escrita é ótima e redondinha, mas não consegui me conectar com nenhum personagem. No final, não senti nada além da surpresa do plot twist. Foi um “nossa, me pegou desprevenido”, mas queria que fosse “caramba, coitado do garoto”. Com a falta de conexão, não me importo com os personagens. E isso diminui o impacto que o conto tem em mim. Se o texto fosse narrado a partir do ponto de vista do menino, tudo mudaria. E sei que o autor tem cacife literário para executar a ideia sob qualquer ponto de vista.

    O conto é muito bom, um dos melhores, para mim. É apenas nessa parte que me perdeu, mas me ganhou em todas as outras. Parabéns!

    Boa sorte no desafio!

  7. toniluismc
    29 de novembro de 2025
    Avatar de toniluismc

    Olá, Mitrovic!

    Confesso que a frustração com o seu conto é grande. Não sei se porque vim com altas expectativas devido aos comentários ou simplesmente porque esperava algo fantástico com uma ideia tão promissora. Para evitar maiores constrangimentos (da minha parte, no caso), serei técnico nas observações:

    1. Técnica (escrita, estrutura, coesão)

    a) Problemas de revisão e consistência

    Notei alguns erros de digitação e gramática:“estátua deum mágico” – junção de palavras.

    Oscilação de maiúsculas que não parece intencional: “Peão do Rei duas Casas”, com iniciais maiúsculas de forma meio aleatória; isso quebra a fluidez e dá cara de texto pouco revisado.

    Alternância entre “vila” e “cidade” sem parecer uma escolha estilística, mas sim descuido (“pequena vila”, depois “pelas ruas da cidade”).

    Não é nada que torne o texto ilegível, mas, para um conto que quer passar um clima bem trabalhado, esses tropeços tiram um pouco da credibilidade.

    b) Parágrafos longos e ritmo arrastadoOs parágrafos são muito extensos e cheios de enumerações (descrição da vila, dos vagões, dos animais, depois dos números do espetáculo final). Isso cria um efeito de: Leitura cansativa; Sensação de “relato” mais do que de “drama”. É o tipo de texto que funcionaria melhor se tivesse mais respiros: cenas quebradas, focos pontuais, cortes mais secos. Em vez disso, o narrador abraça tudo ao mesmo tempo, o que dilui a tensão.

    c) Excesso de descrição pouco funcional

    Há várias descrições bonitas, mas que não rendem dramaticamente:

    • O padre surge furioso, crucifixo na mão, grita blasfêmia… e aí some da história. Isso parece uma “arma de Tchekhov” que não dispara: cria expectativa de conflito (religião vs tecnologia) que nunca é explorado.
    • A apresentação do leão, do urso, da bailarina, dos acrobatas, do palhaço: cada número é descrito com certo cuidado, mas narrativamente todos servem basicamente ao mesmo propósito: “olhem como esses autômatos são incríveis”. Isso poderia ter sido condensado em um ou dois exemplos fortes. Do jeito que está, é um desfile de atrações que quase não afeta o enredo.

    Esse excesso de “ornamento” contribui para uma sensação de que o núcleo da história (Mitrovic + garoto + xadrez) só volta a importar no final.

    d) “Contar” em vez de “mostrar” nos momentos-chave

    Há trechos em que o narrador afirma coisas em blocos fechados, sem dramatizar:

    • “Foi uma noite mágica e inesquecível para todos os que estiveram ali…”
    • “Ele estava cada vez mais impressionado com a capacidade e o potencial do menino…”
    • “Era uma oportunidade única para o garoto fugir da vila…”

    Essas frases dizem o que deveríamos sentir, em vez de construir cenas que nos façam sentir isso. Para um conto que quer causar impacto, esse excesso de explicação esvazia a emoção.

    2. Criatividade (ideia, originalidade, uso dos elementos)

    a) Ideia central previsível

    A combinação “inventor de autômatos + garoto prodígio + desaparecimento + novo autômato igual ao garoto” aponta para uma conclusão bem previsível: o menino foi, de algum modo, transformado em automato (ou copiado, ou usado como base).

    O problema não é ser previsível em si (muitos bons contos são), e sim:

    • Não há tentativa de subverter essa expectativa.
    • O texto não aprofunda o horror, a ética ou o drama dessa transformação.
      O final é mais um “ah, ok, entendi” do que um “meu Deus, que choque”.

    b) Originalidade superficial dos autômatos

    O mundo de autômatos é simpático, mas fica só na superfície:

    • Cavalos, mágico, cachorro, leão, urso, bailarina, acrobatas, palhaço…
      É muita invenção “de catálogo”, mas pouca consequência dramática de ter essas criaturas existindo.
    • Não há quase exploração da lógica desse universo: ninguém tenta desmontar, ninguém se revolta com a ideia de máquinas tomando espaços humanos, o conflito com o padre não vai a lugar nenhum.

    Ou seja: há criatividade visual, mas pouco uso narrativo dessas ideias.

    c) Falta de unidade temática com o xadrez

    Do ponto de vista de criatividade aplicada ao tema proposto, o conto falha em integrar o xadrez:

    • O xadrez não estrutura o enredo: a história não é um “partida” em três atos (abertura, meio-jogo, final), não há metáforas claras de sacrifício, gambito, xeque-mate etc.
    • O jogo serve mais como justificativa para o truque final (autômato que joga xadrez) do que como eixo temático real.

    Dava para fazer algo muito mais criativo se você usasse o xadrez como linguagem narrativa (e não só como “talento especial do menino”).

    3. Impacto e uso do tema Xadrez

    a) Impacto emocional baixo

    Em teoria, a história tem material para ser perturbadora:

    • Um garoto pobre, talentoso, “resgatado” da vida na fazenda.
    • Um pai que o entrega em troca de um cavalo mecânico.
    • Um inventor meio dúbio, que transforma/ou reproduz o garoto em máquina.

    Mas, na prática, o impacto é pequeno porque:

    • Não temos quase nada da subjetividade do menino: não sabemos o que ele sente sobre sair da vila, sobre Mitrovic, sobre a apresentação, sobre ir para a capital. Ele é mais um “recurso de enredo” do que um personagem.
    • O pai decide rápido demais, sem conflito interno, sem hesitação. A troca “te dou meu filho, você me dá um cavalo” que poderia ser trágica, passa quase batida.
    • A própria transformação do garoto em autômato é mostrada só como constatação fria no final, sem cena, sem confronto, sem descoberta.

    O resultado é que o conto se lê mais como um “caso curioso” do que como uma história que marca ou dói.

    b) Xadrez como tema: aparição tardia e periférica

    • O xadrez surge na metade da narrativa.
    • Ocupa uma sequência relativamente curta (algumas partidas, ensino, evolução do menino).
    • Sai de cena durante todo o show final, que é sobre leão, urso, bailarina, acrobatas, palhaço.
    • Só volta na última frase, com o Peão do Rei avançando duas casas.

    Essa estrutura dá uma sensação de “tema colado”:

    • O símbolo do Peão do Rei é interessante, mas mal explorado.
    • O conto não cria paralelos entre a trajetória do garoto e a de um peão (que atravessa o tabuleiro, que pode ser promovido, que é sacrificado etc.).
    • A frase final tenta amarrar tudo, mas parece mais um truque de encerramento do que a consequência natural de uma história sobre xadrez.

    Se o objetivo era escrever algo com o tema “Xadrez”, a história deveria colocar o xadrez mais perto dos pontos de virada (conflito com o pai, decisão de partir, o “plano” de Mitrovic, o próprio clímax).

    Vou encerrar por aqui para não ser muito repetitivo. Acredito que deixei claro o que achei de negativo. De todo modo, acredito que você será bem avaliad@, então parabéns pelo texto e boa sorte no desafio!

  8. claudiaangst
    26 de novembro de 2025
    Avatar de claudiaangst

    Olá, autor(a), tudo bem?

    O tema proposto pelo desafio foi abordado com sucesso, trazendo à tona um universo futurístico, mesclando FC a uma realidade distópica? Ou exagerei na minha interpretação?

    O conto fez com que eu me lembrasse de um livro de Carlos Ruiz Zafón – As Luzes de Setembro – A trama ocorre em uma cidade da França onde são encontrados bonecos mecânicos (autômatos) que têm um papel crucial e assustador na história, criando uma atmosfera gótica e de mistério típica do autor. Observação: Zafón é um dos meus autores preferidos da vida.

    O desfecho foi construído com muita habilidade, apresentando um final melancólico para o garoto jogador de xadrez: ele se tornou também um autômato – “[…]eram os olhos, concentrados no tabuleiro […] tão vivos que pareciam querer dizer algo. Ou gritar.” O novíssimo autômato, atração do circo, não possui energia (vida) própria — depende da maniupulação de Mitrovic para “funcionar”. Mórbido, hein?

    A leitura flui facilmente, sem entraves que dificultem a compreensão. O ritmo é cinematográfico, forte carga imagética.

    No geral, o conto está bem escrito, só aponto pequenas falhas que podem ser facilmente corrigidas:

    • quando, de repente, aos gritos, crenças e com um crucifixo > a palavra “crenças” parece estar perdida aí.
    • Repetição seguida (4x em um parágrafo) de “baralho”
    • Repetição seguida de “foram”

    Um ótimo conto que, certamente, agradará a muitos leitores.

    Parabéns pela sua participação nesta última rodada. Boa sorte!

  9. Sarah S Nascimento
    25 de novembro de 2025
    Avatar de Sarah S Nascimento

    Olá! Seu conto tá muito bem escrito, bem construído, instigante com todo esse espanto do pessoal da vila vendo os animais mecânicos. Achei maravilhosas as descrições, principalmente do protagonista. A repetição da cor das roupas dele foi muito bem colocada pra gente lembrar direitinho quem ele era.
    A estranheza dessas criaturas e o espanto das pessoas é bem perceptível, mas eu desconfiei que o Mitrovic não era assim tão bonzinho. Talvez eu estivesse esperando algo mais de terror, porque nos filmes essas criaturas sempre tem um espírito por trás, ou eram vivos antes e tal. Só sei que desde o início eu fui lendo e não me senti surpreendida em parte alguma.
    Talvez tenha sido esse o problema pra mim. Não teve nada que eu já não estivesse esperando sabe? Ainda assim, o xadrez foi muito bem colocado no conto. Mitrovic ajudou o garotinho a se desenvolver no jogo, ser imbatível, pra que ele próprio pudesse fazer a bruxaria dele lá e usar o menino nas apresentações futuras. Maquiavélico.
    Eu sinto que outro problema foi não me conectar com ninguém no conto. Senti pena do garoto? Sim, mas nem tanto também. Não consegui me conectar tanto com ele pra sentir muita coisa. Mesmo assim, achei as cenas e o decorrer da história bem escritos. É tudo tão misterioso desde o começo, gostaria de saber como o safado do Mitrovic transforma as pobres vitimas dele. Afinal, até animais ele tinha. Uma excelente pergunta que ficou no ar e talvez nem deva ser respondida. Porque tem coisas que são melhores quando são assim misteriosas.

  10. Suzy D. B. Pianucci
    23 de novembro de 2025
    Avatar de Suzy D. B. Pianucci

    O texto gira em torno de poucos elementos, inicialmente a descrição do povoado e o circo que movimenta inicialmente a vila, depois cai num marasmo e assim termina. Senti falta de profundidade na história e desfecho, ao término da leitura fiquei imaginando outras possibilidades para contar e concluir a história.

  11. cyro eduardo fernandes
    17 de novembro de 2025
    Avatar de cyro eduardo fernandes

    O autor abordou o tema de maneira criativa e com boa técnica. O jovem enxadrista tem um final triste, num bom conto de ficção.

  12. Alexandre Parisi
    15 de novembro de 2025
    Avatar de Alexandre Parisi

    Gostei bastante da ambientação — o clima meio steampunk rural funciona bem e o texto flui com leveza. A relação entre Mitrovic e o garoto é o ponto mais forte: dá gosto acompanhar o aprendizado e a evolução dele. O conto também usa o xadrez de forma elegante, sem forçar a metáfora, revelando excelente técnica.

    Mas confesso que o final, embora impactante, me deixou com aquela sensação de “puxa, queria mais construção antes da virada”. A transformação do garoto em autômato é poderosa, só que chega rápido demais. Alguns trechos ficam repetitivos, especialmente na descrição das apresentações. Há também erros pontuais (“estátua deum mágico”), e às vezes as frases são longas demais.

    Senti fascínio e melancolia ao mesmo tempo — esse contraste é ótimo. No geral, é um conto envolvente, com boa escrita, mas poderia lapidar ritmo e aprofundar temas.

  13. Léo Augusto Tarilonte Júnior
    15 de novembro de 2025
    Avatar de Léo Augusto Tarilonte Júnior

    Eu achei seu conto fantástico. A ideia do steampun que me fascina profundamente. O controlador dos autônomos me pareceu muito parecido com Melquíades de 100 anos de solidão. O elemento fantástico da narrativa também é fascinante. Fiquei com a impressão que a colocação do menino jogador de xadrez só está presente para satisfazer ao desafio. Ele pode ser trocado por qualquer outro tipo de jogo ou situação. Mas ainda assim ficou bastante interessante.Espero que você não se ofenda com minha pequena crítica. Foi um ponto que percebi que poderia ser melhorado de alguma forma. Eu agradeço por você dividir um pouco de seu universo literário comigo. Quero muito ler outros contos seus nos próximos desafios.

  14. Roberto Fernandes
    14 de novembro de 2025
    Avatar de Roberto Fernandes

    Ótimo texto, impossível nao associar a Edgar Allan Poe.

    leitura envolvente e bem fluída, remete aos grandes textos de mistério

    Parabéns

  15. Antonio Stegues Batista
    11 de novembro de 2025
    Avatar de Antonio Stegues Batista

    Geralmente, circos, teatro ambulantes e mágicos em contos e filmes, tem um mistério envolvido, um segredo escondido. Então, quando comecei a ler o conto achei que havia algo sinistro no magico dos autômatos, mas não imaginei que ele fosse transformar o garoto em um boneco de metal. Bom conto.

  16. leila patricia de sousa rodrigues
    11 de novembro de 2025
    Avatar de Leila Patrícia

    O “Autômato” me prendeu desde o início. O texto tem uma atmosfera bem forte, quase claustrofóbica, e um domínio narrativo que me impressionou. A tensão entre o humano e o mecânico é bem construída, sem precisar de grandes explicações — está tudo ali, nas entrelinhas, nas imagens e no ritmo da escrita.

    A linguagem é precisa, direta, mas ainda assim carregada de significado. Gosto de como o autor não se perde em adjetivos ou floreios, e ainda assim consegue criar um clima potente. O final é bem amarrado, provoca e deixa aquele incômodo bom, de história que continua ressoando.

    Talvez pudesse ir um pouco além na exploração sensorial — sentir mais o atrito entre carne e engrenagem, emoção e automatismo. Mas isso é detalhe. É um conto sólido, maduro e coerente do começo ao fim.

  17. marco.saraiva
    8 de novembro de 2025
    Avatar de marco.saraiva

    Contaço. Gostei muito. Escrita perfeitamente lapidada, sucinta, cada palavra pensada e colocada ali com perfeição. O conto tem bem esse tom de história fantástica, como uma fábula contada justamente por algum viajante que pede, em troca, um pouco de dinheiro e um lugar para passar a noite. A maior parte do conto prende o leitor pelo fantástico e aquela pergunta que carrega silenciosa: qual era, afinal, o segredo de Mitrovic? Como ele fazia para animar os seus autômatos?

    Mas, secretamente, no âmago do texto uma outra trama se desenrolava. E o garoto, que surgiu pequeno e inocente, quase como uma subtrama, traz consigo o triste final. E o conto, nas últimas linhas, torna-se um conto de terror.

    Excelente trabalho. Gostei demais, um dos melhores que li até agora. Bem autoral, bonito, bem escrito, inteligente. Parabéns!

  18. Martim Butcher Cury
    3 de novembro de 2025
    Avatar de Martim Butcher Cury

    Fico pensando que o início do conto poderia ser suprimido ou fundido ao trecho que lhe segue. Refiro-me ao trecho que antecede a expulsão de Mitrovic por parte do padre. Qual é a função dessa primeira parte, se haverá nova apresentação das atrações de Mitrovic logo em seguida? Talvez, me ocorre agora, sirva para antecipar o caráter nefasto de Mitrovic, que o padre teria antevisto. Pode ser, mas isso poderia ter sido solucionado de maneira mais sintética. E, de todo modo, isso nos conduz a outro problema, que diz respeito ao sentido do final do conto. O menino virou um autômato, ok. Mas… e daí? Se supõe algum sentido transcendente, tipo um moralismo fabular, para essa conclusão?

  19. Kauana Kempner Diogo
    3 de novembro de 2025
    Avatar de Kauana Kempner Diogo

    O ritmo lento combinou perfeitamente com a atmosfera gótica. O personagem principal é fascinante. Pelo texto misturar mistério e um terror sutil, a prosa lirica, alternando com o horror do subtexto, faz o texto fluir perfeitamente, o estilo de escrita visual e equilibrada faz o leitor imaginar os cenários. Um conto coeso do início ao final, com uma progressão dramática clara e a repetição simbólica é consistente.  

Deixar mensagem para Fabio D'Oliveira Cancelar resposta

Informação

Publicado às 2 de novembro de 2025 por em Liga 2025 - 4A, Liga 2025 - Rodada 4 e marcado .