EntreContos

Detox Literário.

A Sétima Trend (Rodrigo Vinholo)

A Morte não se importou que ele fizesse uma live da partida. Depois de tantas regras e proibições, o jovem surpreendeu-se com a permissão para mostrar aos seus fãs aquele último momento de sua vida.

— Não é a primeira vez — explicou a Morte, impassível como sempre.

— A primeira vez que você aceita um jogo desses, ou que você deixa que alguém registre? — perguntou o influenciador.

— As duas coisas — disse a morte.

Isso era estranho para o jovem, porque ainda que soubesse de um tanto de conteúdo snuff escondido em cantos obscuros da internet, nunca tinha ouvido falar de uma partida de xadrez pré-morte. Tirando naquele filme velho que conheceu em um vídeo no TikTok, claro. Sabia que a ideia roubada seria reconhecida por alguém e lhe daria aquele ar de inteligente que sempre tinha com seu público.

Com a câmera no lugar, confirmou com o espectro sinistro e começou a gravar.

— Galera, tudo bem? Já deixem aí o like, que esse vai ser minha última transmissão, hein? Essa aqui na minha frente, ó, é a Dona…

Hesitou. Falar “morte” poderia derrubar o vídeo.

— …a Dona Arrasta! Ela vai me levar de arrasta pra cima e eu consegui mais alguns minutos com essa partidinha de xadrez!

A Morte não olhou para a câmera. Ela seguiu encarando o jovem influenciador sem piscar, sem se mover, com uma expressão que talvez fosse o menor dos sorrisos.

— Eu perguntei se não tinha como negociar, e se ela não aceitava um X2 em algum outro jogo, mas ela é totalmente analógica. Pelo menos eu gosto de xadrez, né?

O tom era amigável, cômico, mas era tudo verdade. Desde que se anunciara, a Morte não se mostrara impositiva, visto que era inevitável, e ouviu todas as ofertas feitas, recusando uma após a outra e explicando por que tinha que negar.

O rapaz voltou-se para a ceifadora, mas não conseguiu encará-la de frente. A expressão que usava para a câmera falhou, então escondeu o choque encarando as peças.

— As brancas começam — disse a morte, indicando as peças do influenciador com a palma da mão para cima.

— Certo — respondeu o jovem, por um instante com a voz baixa. Depois, recuperando a compostura, brincou com o público. — Chat, eu não consigo acompanhar vocês direito, hein? Tô tentando me concentrar!

Peão, peão, peão, peão, bispo, peão, cavalo, cavalo, bispo. Os dois foram se espalhando pelo tabuleiro, tentando ocupar o centro, mas formando defesas cuidadosas. O influenciador tentava manter o sorriso, mas tinha dificuldade de fingir que não estava com medo de perder, e de sofrer uma derrota precoce.

Se ganhasse, ele não conseguiria nada mais do que uma glória final, a vantagem efêmera de poder dizer que vencera a Morte… só para perder para ela no jogo em que todos são destinados à derrota.

A Morte fazia suas jogadas calmamente, depois voltava a encará-lo. Não havia malícia, crueldade ou provocação. Ela era paciente, respeitosa e silenciosa. Tinha a postura de uma desportista.

Aquilo não deixava de ser uma pequena surpresa. O reflexo do jovem era de esperar que ela fosse atormentá-lo, mas depois pensou bem que esse era o clichê do Diabo, não da Morte. Refletiu que poderia demorar-se deliberadamente, degustar aqueles últimos segundos de desespero antes que não sentisse mais nada, ou que sentisse coisas que não tinham mais relação com essa vida… mas se viu jogando seriamente. Seria desrespeito com ela, com o jogo e consigo mesmo arrastar as jogadas além do tempo que precisava para tomar uma decisão.

Ela lhe tomou um peão, e ele retribuiu. Outro, e mais um. Um cavalo pegou um bispo, depois um bispo pegou um cavalo. Era um jogo equilibrado. Ele não sabia dizer o quanto sua adversária estava brincando com ele, e o quanto era sua própria habilidade que o mantinha seguro. Encarou-a, decidindo sua próxima jogada, e viu a expressão vaga o encarando de volta. Mentalmente agradeceu por não estar jogando cartas com ela, caso contrário enlouqueceria com aquela poker face.

Foi quando fez o Roque e viu sua adversária replicar a jogada que se deu conta de que não haviam falado nesses poucos minutos desde o começo da partida. Esqueceu-se de seu público, esqueceu-se da transmissão… pela primeira vez em muito tempo se viu fazendo algo pelo prazer de fazer, e não pela possibilidade de que isso fosse conteúdo.

Olhou para o celular que filmava a cena e sentiu-se deslocado. Parte de sua mente queria ver o chat, mas outra parte se conteve. Virou-se para a Morte.

— O que acontece depois que acabarmos aqui? — perguntou, antes de seguir para a próxima jogada.

— O mesmo que acontece para todos — disse a ceifadora.

— Eu vou me lembrar disso tudo? Eu vou estar vivo, consciente, algo assim?

— Descobrir isso também faz parte do processo que todos passam. Você encontrará essa resposta por conta própria.

O influenciador franziu a testa, consciente da ironia que existiria nessa frase caso sua consciência se acabasse para sempre. Ao mesmo tempo, a Morte parecia tão sincera o tempo todo que quis acreditar que deixara subentendido que teria ao menos algum tipo de consciência.

— E eles? — disse, indicando o celular e o computador logo ao lado.

— Eles irão viver, e um dia irão morrer — respondeu a Morte, sem se virar para encarar o que o jovem apontava.

— Não, eu digo… o que eles farão? O que dirão de mim? Como vão ficar sem mim?

A Morte pausou por um instante, e o influenciador achou que ela ia sorrir.

— Eles irão viver, e um dia irão morrer — explicou ela, repetindo pausadamente as palavras que dissera momentos antes.

O influenciador ia protestar, perguntar se aquilo era uma brincadeira sem graça, mas parou. De fato, era uma brincadeira. Talvez não sem graça. Fez sua jogada.

A Morte pausou, analisou o tabuleiro, e fez seu movimento. Por mais alguns instantes, os dois seguiram jogando, acirrando a partida, mas sem grande vantagem de nenhum dos lados.

O jovem se lembrou que anos antes havia tentado apresentar aos seus seguidores sua paixão por xadrez. Jogava desde criança, era realmente bom nisso, mas o público das redes sociais queria coisas mais dinâmicas. Trocou o tabuleiro por videogames, filmes, e um tanto de sua vida e o público foi crescendo. É fato que também gostava dessas coisas, mas em algum momento notou que mesmo em suas paixões vivia dentro de um filtro de expectativas. Dependia da aprovação de uma audiência faminta.

Começou a partida mostrando aquele último momento de sua vida porque aquilo também era conteúdo. Era a realização suprema de material de lifestyle, e poderia render todo tipo de publi se não fosse o fato de que não estaria lá depois da partida.

Pensando nisso, sentiu um leve incômodo, que cresceu para uma sensação de nojo. Era aquilo que desejava? Era aquilo que sua vida significava, no fim? Queria tanto ser importante que virou reflexo do público e do algoritmo, fazendo o que não queria ter feito, ou ao menos não do jeito que preferia.

“Eles irão viver, e um dia irão morrer.” Pensou nas palavras da Morte, encarando-a antes de fazer sua próxima jogada. O que estava fazendo? O que aquelas pessoas estavam fazendo?

Moveu uma torre para atacar um dos peões que avançava. A Morte fez um movimento suave e anunciou:

— Xeque-mate.

O influenciador demorou alguns segundos para entender o que havia acontecido. O movimento da rainha, com apoio próximo de uma torre, havia selado seu destino. Encarou o tabuleiro, tentando entender como foi que chegou àquela situação.

— Eu… me distraí.

— É o que geralmente acontece — explicou a Morte, com um tom que talvez fosse o mais perto que conseguisse chegar de gentileza. — Os mortais se distraem com a vida por algum tempo, até que o fim chega como uma surpresa.

A ceifadora então estendeu a mão por cima do tabuleiro.

— Bom jogo.

— Bom jogo — disse o influenciador, cumprimentando-a.

Aqueles que assistiam a transmissão viram então o rapaz tombar por cima do tabuleiro e por algum tempo pensaram que fosse alguma piada, ou uma nova trend, até que ficou claro que algo estava errado a moderação derrubou a live.

Nos dias seguintes, ele foi o assunto da vez. Ninguém havia visto a Morte, claro. Aos olhos de todos, era ele mesmo que movimentava as peças dos dois lados, e falava sozinho. Muitos tentaram explicar o caso, inventando teorias de conspiração, diagnósticos e explicações místicas. O vídeo do momento de seu falecimento, que havia sido gravado por vários dos que assistiam à transmissão, foi repostado e compartilhado por milhares de pessoas.

Confirmada a morte, outros influenciadores fizeram elaborados conteúdos com mensagens de condolências, ele passou a ser assunto de vídeos explicativos e homenagens, e outros personagens de sua bolha social ganharam mais algumas doses de fama surfando na onda da aparente tragédia.

A situação toda acabou por inspirar algumas trends de gosto duvidoso, com destaque para uma chamada de “A sétima trend”, em uma homenagem questionável ao jovem e ao filme “O Sétimo Selo”.

Duas semanas depois, ele deixaria de ser assunto. Seus vídeos seguiram online, e por algum tempo ainda seguiram gerando um tanto de renda passiva, até que nem isso o algoritmo daria, porque só remunerava novidades.

Sobre Fabio Baptista

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23 comentários em “A Sétima Trend (Rodrigo Vinholo)

  1. Mauro Dillmann
    13 de dezembro de 2025
    Avatar de Mauro Dillmann

    Um rapaz, influenciador, em diálogo com a morte, em jogo com a morte.

    Esse conto tem algumas camadas interessantes, embora o narrador explicite muito os pensamentos do personagem.

    Tem certa lição moral e ironia, a relação entre a distração no jogo e a distração na vida. E uma crítica à relação que a juventude mantém com as mídias em geral e com as redes sociais.

    Parabéns!

  2. Thales Soares
    13 de dezembro de 2025
    Avatar de Thales Soares

    Esse conto é muito bacana!!! Um dos melhores da B, com toda certeza. É divertido, criativo, bem escrito, e a linha narrativa prende o leitor do início ao fim.

    Ele também é bastante atual. Tudo começa com um digital influencer que recebe a visita da Morte! Ela tá de bom humor, então dá pra ele uns minutinhos extras de vida, aceitando jogar uma partida de xadrez com ele. Mas o que achei engraçado aqui é que: se o protagonista perder, ele morrer, ele morre… e se vencer da Morte, ele morre. Ou seja, é uma disputa em que ele meio que perdeu antes mesmo de começar… talvez seja assim na vida de todo mundo kkk.

    O cara então decidi filmar a partida e começa a transmitir ao vivo na internet. Ele apresenta a Morte pros espectadores (mas de um jeito meio censurado, pra não tomar ban na plataforma)… e o legal é que as pessoas não a veem, e acham que ele tá jogando sozinho.

    O cara joga de brancas, e a Morte de pretas. A Morte é meio quieta enquanto joga, e bastante calma. O cara estranha de ela não ficar enchendo o saco e atormentando ele (ué….. mas ele está jogando contra a Morte, e não contra o Diabo!). No inicio o cara até faz uma pergunta ou outra, mas depois ele fica quieto e concentrado, até esquecendo que está numa live. Ele começa, pela primeira vez em muito tempo, a fazer algo por prazer, sem pensar no algoritmo da plataforma.

    O cara então começa a refletir, percebendo que mudou sua vida e se transformou para poder agradar seu público, e aqui há uma crítica desses vendidos, escravos do algoritmo, mostrando que o protagonista transformou até sua própria morte em conteúdo pro canal. Enquanto ele tá pensando nisso, ele acaba perdendo o foco no jogo. A Morte aproveita que ele deu mole, e taca logo um xeque-mate.

    O protagonista perde… mas o resultado seria o mesmo caso ele tivesse ganhado. Então ele morre diante da câmera, tombando no tabuleiro. A live é derrubada. Depois disso, o video viraliza, surgem algumas trends feitas por outros influencers oportunistas, e várias pessoas começam a fazer teorias sobre o caso.

    Depois de duas semanas, todo mundo se esquece dessa porra. Os videos do cara permanecem online euqnato geram algum lucro residual… mas ele acaba, por fim, sendo completamente esquecido.

    Esse conto me prendeu e me divertiu bastante!! Parabéns!!!

  3. Thaís Henriques
    13 de dezembro de 2025
    Avatar de Thaís Henriques

    Puxa vida, que reflexão! Confesso que no início, no modo como a estória for apresentada, não me senti conquistada. Não sou fã de influencers. Entretanto, o desenrolar foi brilhante, e o final com certeza vai ocupar um enorme espaço na minha mente, em reflexão. Parabéns pela escrita!

  4. Bia Machado
    13 de dezembro de 2025
    Avatar de Bia Machado

    Olá, Sr. Hype, tudo bem? Seguem alguns comentários sobre a minha leitura do seu texto.

    Desenvolvimento (1,0/1,0) : Por enquanto o meu preferido. Gostei muito de como o autor/a autora conduziu o texto. Só acho que esperava mais do final, mas foi uma conclusão coerente mesmo.

    Pontos fortes (1,0/1,0): Criatividade ao misturar redes sociais e xadrez. Até assusta um pouco, porque talvez seja algo totalmente possível de acontecer, se a Morte pudesse vir ter assim com a gente esse tipo de combinação. E o outro ponto forte são as personagens. Poderia, inclusive, ser adaptado para um roteiro de curta-metragem.

    Adequação ao tema (0,5/0,5): Sim, adequado, o xadrez é o motor da trama.

    Gramática (0,5/0,5): Sem erros que eu pudesse notar, a não ser um “encarar de frente”, redundante, né, já que não teríamos como encarar de costas etc… Mas não me atrapalhou a leitura.

    Emoção (2,0/2,0): Humor e crítica social bem dosados, com impacto. Personagens que só agregaram. Meu preferido até agora.

  5. Sarah S Nascimento
    12 de dezembro de 2025
    Avatar de Sarah S Nascimento

    Olá! Eita xadrez com a morte? Mas se o jovem ganhar o jogo ele fica vivo? risos. Caraca, me lembrou a menina que roubava livros, to curiosa pra ler o conto inteiro, vamos nessa!
    aaah a Morte não aceitou um x 2 em outro jogo? kkkkk, ri demais com essa fala! Mas a Morte é analógica, kkkkk, jogar ao vivo mesmo, nada de videogames ou coisa assim né? aah mano, muito bom!
    Kkkk, ainda bem que não jogavam cartas! Ah, imagina? A Morte saberia blefar cara, kkkk, perigoso mesmo.
    Terminei o conto agora. Isso que é conto dá hora! Tem reflexão, tem verdade e tem humor ao tratar de temas delicados e muito importantes sabe. Achei sua escrita muito fluida, leve e divertida. Gostei do final, pois é um retrato do que acontece mesmo. Outros influenciadores ganhando fama por causa da tragédia de umas, trends malucas e perigosas inspiradas em algo. Foi um ótimo uso do xadrez no conto, ficou excelente! E olha que não conheço esse tal sétimo selo. rs.
    Gostei bastante dos diálogos, a Morte parece mesmo indiferente e não má.

  6. danielreis1973
    10 de dezembro de 2025
    Avatar de danielreis1973

    A Sétima Trend (Sr. Hype)

    Nesses tempos de snuff nas redes sociais e tal, achei o conto bastante pertinente e aterrador. Apesar de aparecer repetidamente nesse desafio, o jogo com a Morte (ou com o mal) teve aqui um tratamento criativo e inovador.

    PONTOS POSITIVOS

     Premissa forte e irônica: Xadrez com a Morte + live stream é uma combinação contemporânea, crítica e criativa.

    Crítica social clara – O conto aborda vício em audiência e a lógica predatória das redes.

    Boa caracterização da Morte: serena, respeitosa, quase esportiva, fugindo do clichê diabólico de outros contos do desafio.

    Virada introspectiva eficaz: o influenciador abandona o “conteúdo” e vive um momento autêntico minutos antes da morte.

    PONTOS A MELHORAR

    Texto um pouco longo para a ideia. A execução é boa, mas algumas frases poderiam ser mais concisas.

    Repetição temática: A obsessão por audiência e algoritmo é reforçada várias vezes.

    Influenciador meio genérico: ele funciona mais como arquétipo do streamer genérico do que como personagem único.

    Pós-morte previsível: a exploração midiática após o falecimento segue um caminho esperado; talvez falte um detalhe mais absurdo. Lembrei de uma música da Legião: “é sangue mesmo, não é mertiolate, e todos querem ver e comentar a novidade, é tão emocionante um acidente de verdade, estão todos satisfeitos com o sucesso do desastre…”

  7. Fabio Baptista
    9 de dezembro de 2025
    Avatar de Fabio Baptista

    Influencer faz uma última transmissão ao vivo, jogando xadrez contra a morte. Ele perde o jogo, morre, o vídeo viraliza para logo ser esquecido.

    O conto aborda um conceito bem atual, essa busca pelo cálice sagrado da viralização que todos nós, de um jeito ou de outro, acabamos fazendo. Fato curioso: tenho dedicado boa parte dos últimos meses a crescer um canal no YouTube e Tik Tok e essa neura por geração de conteúdo é real. Em um bom momento do conto, o influencer se esquece da plateia e joga apenas pelo gosto de jogar, um sentimento que é impossível não se identificar.

    Não há muita (na verdade nenhuma) explicação de como esse encontro se originou, as motivações da Morte e tal. O fato de não haver prêmio algum além da satisfação de vencer a partida acabou tirando um pouco do peso da trama, mas o foco não era esse de qualquer forma.

    A escrita é dinâmica e “moderna”, casando bem com o enredo.

    MUITO BOM

  8. Fabiano Dexter
    9 de dezembro de 2025
    Avatar de Fabiano Dexter

    História

    O Conto em questão é relativamente simples, na máxima da partida de Xadrez contra a Morte, mas bem interessante e atual. Ela traz a ideia da vida dos influenciadores digitais e uma reflexão em como a suas vidas são focadas naquilo que os outros pensam e querem, e não naquilo que realmente os traz prazer.

    Tema

    Jogo de Xadrez com a Morte. Totalmente dentro.

    Construção

    Na ideia de um influenciador jogar uma partida de Xadrez com a Morte, sua última partida, e repensar a sua vida e prioridades é bem interessante e os diálogos e ideias são bem desenvolvidas e escritas.

    Algumas das falas e palavras utilizadas ficaram um pouco fora do resto do texto, destoando um pouco do resto, mas nada que atrapalhasse.

    Impacto

    Acho que o conto poderia ser mais profundo, trazer uma reflexão maior. A ideia é muito boa e poderia trazer mais reflexões sobre a diferença entre o mundo físico e o digital. Gostei bastante do conto.

  9. Jorge Santos
    8 de dezembro de 2025
    Avatar de Jorge Santos

    Olá, sr Hype. Vou dar nota máxima a este seu conto. Pegar num tema hermético como o tema deste desafio e partir para o sobrenatural, de uma forma natural e perfeitamente atual é obra. O texto é fluído, as ideias são fortes. A narrativa é linear, mas o leitor fica satisfeito. O elemento sobrenatural é cliché (precisava da alusão à ceifadora?), mas a forma elegante como foi elaborado faz esquecer. Faz parte de uma analogia. Algo bastante real: o perigo que os “so-called” influenciadores passam para conseguir audiência e que tem causado vítimas. Tudo isso está patente neste texto, até mesmo a ideia da banalização da morte, que rapidamente deixa de ser novidade.

  10. Pedro Paulo
    7 de dezembro de 2025
    Avatar de Pedro Paulo

    Eu imaginei que alguém traria a cena do famoso filme de Bergman (nunca assisti) para uma abordagem. Só não imaginei que seria assim e a criatividade dessa apropriação já alavanca o próprio conto, confrontando a demanda por atenção do xadrez às mazelas da era digital, tão relacionadas com ansiedade, distração e banalidade algorítmica. Achei que o texto foi desenvolvido no tamanho apropriado à sua ideia, com os dois personagens bem caracterizados em ações, trejeitos, mas, sobretudo, em diálogos. Bem orgânico e irritante o vocabulário internetê do influencer, assim como a Morte é direta e precisa em suas assertivas. A progressão da partida é também o ensimesmamento de seu personagem e a percepção da gravidade daquele jogo e do descaminho silencioso de uma identidade própria pela venda de si ao que o mercado virtual pede. Essas nuances são o que diferencia o conto de uma apropriação superficial do tema, realocando a partida com a Morte do filme no contexto da atualidade. O plano de fundo é novo e o drama deverá ser reconhecível em cada leitor.

  11. marco.saraiva
    7 de dezembro de 2025
    Avatar de marco.saraiva

    Gostei de como você pegou um dos maiores dilemas contemporâneos e, para criticá-lo, enrolou-o em um envelope extremamente conhecido: o quase clichê de “jogar xadrez com a morte”. A diferença aqui é que a coisa toda é claramente proposital: o autor deixa claro em todas as referências que faz ao Sétimo Selo. A ideia aqui é trazer o tema para o presente, questionando esta fixação que temos hoje com os tais influencers, com validação online, com trends e, em geral, com viver uma vida de distâncias e conexões ilusórias.

    O conto faz isso muito bem ao mergulhar na cabeça do influenciador. Vemos como ele, inicialmente, tinha sinceridade no seu conteúdo, mas teve que se adaptar para ser visto pelo todo-poderoso algoritmo. A fim de agradar as massas, tornou-se uma sombra de si mesmo. E ali, no final da vida, perguntou-se sobre o valor de tudo aquilo. No final do conto, por outro lado, vemos como tudo isso é efêmero, como uma vida inteira termina e o final não dura mais do que uma ou duas semanas antes que o povo migre a sua atenção para outras coisas. Os tempos modernos são, de fato, corridos demais, com conteúdo demais para ser consumido e pouco tempo para todos os cliques, swipes e views.

    Tudo isso abordado com uma escrita que, em primeira vista, parece simples. Porém, o estilo aqui é perfeito: você trocou longos trechos de poesia por frases simples e diretas, optou por focar nas reflexões e mensagens ao invés da forma e da prosa mais teatral. O resultado é um conto sucinto mas impactante, que me fez pensar quando terminei a leitura. A morte é um excelente personagem, e foi muito bem trabalhada. Cada linha de dialogo dela foi gostoso de ler, algumas falas ate me fazendo sorrir, quase cômicas. Até isso tem valor no conto: o tom levemente cômico do texto mostra o absurdo de tudo aquilo. Ele traz questões existenciais em um meio leve. Muito interessante.

    Se tenho algo para criticar aqui, talvez seja o fato de que você deixou pouco espaço para o leitor pensar, e explicou demais onde talvez o silêncio seria a melhor opção. Trechos como os que destaco abaixo poderiam ser deixados de lado, as conclusões tiradas pelo leitor ao invés disso:

    Era aquilo que desejava? Era aquilo que sua vida significava, no fim? Queria tanto ser importante que virou reflexo do público e do algoritmo, fazendo o que não queria ter feito, ou ao menos não do jeito que preferia.

    Os mortais se distraem com a vida por algum tempo, até que o fim chega como uma surpresa.

    Quando o autor se explica tanto assim, vejo quase como uma insegurança do mesmo, ou talvez falta de confiança no seu público: “será que eles vão entender a mensagem?”

    Mas, tirando esta pequena crítica, gostei muito do conto. Muito legal de ler, parabéns!

    PS: Acho que quando você colocou “X2” ali você queria dizer “X1”, não? hahahahaha

  12. Amanda Gomez
    4 de dezembro de 2025
    Avatar de Amanda Gomez

    Gostei do seu conto, você soube levar a história por caminhos conhecidos e isso é bom por causar identificação. Um conto sobre a realidade atual, sobre a epdemia de dopamina mediante videos, trends e etc. Fiquei pensando em como resolveria a questão… afinal as pessoas viam alguem jogar com ele?

    A ” loucura” do jovem influence foi a resposta esperada. Um texto curto que combina com a mensagem que ele passa, agradavel de ler e com uma boa escrita que conduz muito bem até o desfecho.

    Não tem muitos alardes, tem comeco meio e fim, e todo ele meio que é sem surpresas.

    Parabéns pelo trabalho, boa sorte no desafio!

  13. cyro eduardo fernandes
    18 de novembro de 2025
    Avatar de cyro eduardo fernandes

    Ótimo conto! A referência ao Sétimo Selo está presente desde o início. A crítica aos influencers e à monetização trazem contemporaneidade. De alguma maneira me remeteu ao livro “A Náusea” talvez a desesperança e a falta de sentido na vida. Parabéns, faria bonito na série A.

  14. Gustavo Araujo
    17 de novembro de 2025
    Avatar de Gustavo Araujo

    A homenagem à obra de Bergman é evidente desde o título. O(A) autor(a) não pretende, em momento algum negá-la. Antes, a usa como inspiração para criticar a dinâmica criada por redes sociais, a ânsia por likes e trends de que sofrem os influenciadores, reféns de uma cultura de pão e circo rasa e que pouco acrescenta. A morte é de fato impassível e, a despeito do fim trágico, surgido depois de um momento de clarividência do protagonista, nada se modifica. O ocaso ao vivo é apenas combustível para novos fios. Vida que segue…

    Gostei da maneira fácil com que o conto foi escrito. É fluido, ágil e bem característico desse universo de consumo acelerado. Podia até figurar em um livro didático para levar os alunos a algum tipo de reflexão. Não creio que fosse mudar muita coisa, mas, pelo menos seria uma semente da discórdia aí lançada.

    Como crítica cito apenas o excesso do verbo “encarar”, seguida do pleonasmo “encarar de frente”. De resto, um bom conto, que se não provoca arroubos emocionantes, que se não encanta pelo uso imagético ou metafórico das palavras, faz pensar. E no fim é o que importa.

    Parabéns e boa sorte no desafio.

  15. Givago Domingues Thimoti
    16 de novembro de 2025
    Avatar de Givago Domingues Thimoti

    Olá, autor(a)! Nesse desafio, considerando que estou participando como comentarista apenas, vou me permitir  compartilhar minha impressão pessoal sobre o conto de uma forma mais sucinta, sem aqueles textões intermináveis e revisões gramaticais.  

    A sensação que tive foi a que li mais uma crônica do que um conto. linguagem clara e informal, tom crítico ou humorístico, e a presença de reflexões sobre fatos banais. Geralmente, apresenta poucos personagens, que são descritos de maneira rápida. 

    Em termos de narrativa, achei bem concatenada e bem pensada.

    No geral, achei um bom texto. Bem escrito (quase sem erros gramaticais, exceto por uma questão de paralelismo) e bem conduzido por boa parte. O início é lento, mas assim que o personagem passa a se concentrar na partida, a leitura flui que é uma beleza.

    Críticas? Tenho. Primeiramente, eu senti um grande tom professoral durante boa parte do texto. Quase como se o narrador me dissesse como eu deveria interpretar as cenas. 

    Por exemplo: “A Morte fazia suas jogadas calmamente, depois voltava a encará-lo. Não havia malícia, crueldade ou provocação. Ela era paciente, respeitosa e silenciosa. Tinha a postura de uma desportista.” = acho que todo o contexto já levava a entender isso. Era um tanto desnecessário.

    O problema disso é que limita a interpretação do leitor, tornando o texto mastigado. 

    Note mais uma vez como isso acontece conforme a morte se aproxima da vitória e consequentemente do streamer:

    “Começou a partida mostrando aquele último momento de sua vida porque aquilo também era conteúdo. Era a realização suprema de material de lifestyle, e poderia render todo tipo de publi se não fosse o fato de que não estaria lá depois da partida.

    Pensando nisso, sentiu um leve incômodo, que cresceu para uma sensação de nojo. Era aquilo que desejava? Era aquilo que sua vida significava, no fim? Queria tanto ser importante que virou reflexo do público e do algoritmo, fazendo o que não queria ter feito, ou ao menos não do jeito que preferia.

    “Eles irão viver, e um dia irão morrer.” Pensou nas palavras da Morte, encarando-a antes de fazer sua próxima jogada. O que estava fazendo? O que aquelas pessoas estavam fazendo?” = cuidado com essas repetições!!!

    Tudo isso deveria ser algo que o leitor, naturalmente, interpretaria. Uma semente de reflexão plantada. Mas, através dos pensamentos do personagem, a árvore já está lá firme, forte e com frutos. 

    Aliado a isso, eu achei que o conto se esticou muito. Depois da morte do streamer, não tinha muita história. Penso que o impacto seria muito maior se fosse a descrição dos espectadores vendo ele partir e uma frase final do tipo “Duas semanas depois, ele deixou de ser assunto.”

    PS: “— Eu perguntei se não tinha como negociar, e se ela não aceitava um X2 em algum outro jogo, mas ela é totalmente analógica.” O termo correto seria X1! X1 vem de 1 vs/x 1

  16. Kelly Hatanaka
    12 de novembro de 2025
    Avatar de Kelly Hatanaka

    Considerações

    Uma versão de O Sétimo Selo transposta para os dias atuais. Em lugar de Antonius Block, o cavaleiro, temos um influenciador digital, ele também, séculos depois de Block, tenta ganhar tempo e buscar um sentido para a vida. Mas, enquanto Block encontra sentido em um gesto de bondade, ao distrair a morte para que a família de Jof fuja, o influenciador busca sentido em um momento de introspecção, reflexão íntima e presença verdadeira. Coisa rara nesses dias frenéticos e em que tudo é tão público e ensaiado.

    Logo no começo, o protagonista se surpreende com a permissão da morte para a realização de uma live. Ao longo do texto, ele exprime preocupação com o uso de determinados termos, como “morte”, temendo ser prejudicado pelo algoritmo. É engraçado como a Morte parece menos assustadora e controladora do que o algoritmo. No entanto, quem nós tememos?

    Gostei ou não gostei

     Gostei muito!

    Um tema profundo e atual, sendo abordado de maneira despretensiosa e crítica. Gosto do filme O Sétimo Selo e apreciei muito ver que ele não foi usado somente como gatilho, mas que há um paralelo muito bem feito.

    O texto é bastante filosófico e cheio de detalhes. Apesar da aparente simplicidade, e de eu já ter lido três vezes, fico com a impressão de que, se lesse mais vezes, pegaria ainda mais detalhes e significados escondidos. O que é sinal de um texto rico.

    Aquela parte em que o influenciador pergunta o que vai acontecer com seus seguidores depois que ele morrer foi ótima. A gente se imagina tão importante para o mundo, ne?

    Pitacos não solicitados

    Quem gosta do filme O Sétimo Selo muito provavelmente vai amar este conto. Porém, quem não conhece ou não curte muito, certamente não vai conseguir apreciá-lo como poderia. Minha sugestão seria a de fornecer algum contexto. É, porém, uma sugestão questionável. Ela poderia “resolver” um “problema”. Mas poderia também eliminar parte da graça do seu conto.

    Enfim, são escolhas do autor. Eu, particularmente, gostei muito de como está.

  17. andersondopradosilva
    8 de novembro de 2025
    Avatar de andersondopradosilva

    Olá, autor.

    Autor, gostei do seu conto e da sua crítica a um problema social contemporâneo. Trazer a morte para uma partida de xadrez poderia soar óbvio, mas você superou a dificuldade colocando-a em uma live. A prosa é simples, leve, funcional, fluida, correta. A nota só não foi ainda maior porque valorizo uma prosa mais elaborada, mais sofisticada, mais poética, mais desafiadora, tudo o que, de qualquer forma, provavelmente soaria incompatível com o personagem simplório que protagoniza seu conto. Enfim, foi a escolha que você fez. Comparativamente, saiba que meu conto favorito e minha única nota 5 foi O JOGO DA VIDA.

    Nota 4,6.

  18. Antonio Stegues Batista
    8 de novembro de 2025
    Avatar de Antonio Stegues Batista

    O conto tem uma leve referência ao filme de Ingmar Bergman, O Sétimo Selo. Leve porque no filme o ambiente é a Peste Negra, e o diálogo com a morte é cheio de simbolismo e filosofia, no conto, o diálogo do personagem com a morte é simples, aliás, ela fala o essencial e mais nada. No filme, provavelmente o protagonista pegaria o vírus da peste e a Morte o levaria, no conto não há um motivo explicito para a Morte levar o rapaz, mas pode ser que ele tenha sido diagnosticado com alguma doença fatal e que ele teria poucos dias de vida, por isso faz a última live para seus seguidores. O jogo do xadrez é apenas descrito com alguns lances e não se pode replicar a partida, que seria interessante. O conto está bem escrito. Não encontrei erros.

  19. claudiaangst
    6 de novembro de 2025
    Avatar de claudiaangst

    Olá, autor(a), tudo bem?

    O título sugere algo relacionado às redes sociais, ao mundo da internet, essas temáticas do mundo digital. Qual é a tendência da vez?

    O conto está bem escrito, emprega uma linguagem simples e clara, e o vocabulário abarca expressões usadas nas mídias dirigidas pelos algoritmos.

    Percebi poucos lapsos de revisão:

    • — disse a morte > — disse a Morte
    • […] assistiam a transmissão > […] assistiam à transmissão
    • […] ficou claro que algo estava errado a moderação derrubou a live > faltou pontuação, o que deixou o texto confuso > […] ficou claro que algo estava errado: (ou vírgula, ou um travessão) a moderação derrubou a live

    O desfecho é o esperado e traz uma espécie de lição de moral moderna: no mundo atual nenhuma notícia dura muito, por mais impactante que possa parecer, pois logo se torna ultrapassada.

    Parabéns pela participação e boa sorte!

  20. Luis Guilherme Banzi Florido
    5 de novembro de 2025
    Avatar de Luis Guilherme Banzi Florido

    Bom dia, Sr. Hype! tudo bem?

    Adorei o conto. Muito bom! Aqui, você anda perigosamente num limiar, ao fazer uma crítica social à cultura da hype, do like. Digo que é um limiar tênue pois é muito facil errar a mão e cair no brega ou no prepotente, e em nenhum momento isso acontece aqui. Você conduz com maestria um enredo interessante e dinamico, com personagens cativantes e vivos (com o perdão do trocadilho nao intencional), enquanto entrega a mensagem de forma natural. Muito bom!

    O texto tá muito bem escrito e a tecnica é elevadissima. O ritmo é intenso e frenetico, dando uma fluidez e agilidade incriveis à leitura! Eu ate assustei quando acabou, pq parecia que tinha acabado de começar a ler.

    Por fim, as mensagens aqui são muito importantes. Gostei muito da passagem “Os mortais se distraem com a vida por algum tempo, até que o fim chega como uma surpresa.”, gostei muito da curva do personagem, da sua mudança, de como percebe a futilidade de tudo que tem vivido. Gostei especialmente do trecho onde ele percebe que não olhava para a camera já há algum tempo, e que se sentia melhor assim.

    Enfim, um contaço, gostei muito de ler, absorvi as mensagens, pensei a respeito, e terminei o conto tão rápido que queria mais. Parabens e boa sorte!

  21. Leandro Vasconcelos
    4 de novembro de 2025
    Avatar de Leandro Vasconcelos

    Opa! Um texto bacana. Gostei mesmo. Leitura fluida, corre fácil sem deixar de discutir questões bem profundas. Utiliza-se do tema do concurso (xadrez) e da releitura de “O Sétimo Selo” para guiar-nos através de uma narrativa contemporânea. Esta dialoga com aspectos do nosso tempo: a efemeridade e banalidade da vida online; o culto ao próprio ego, vício passageiro de alguns indivíduos (principalmente influencers); a velocidade com que assuntos, tendências, objetos e pessoas são descartados. A era das relações líquidas. A morte como mais um factoide com o qual ninguém se importa; ou, se importa, o faz por pouco tempo. Mas, como bem disse a senhora Morte: vivemos nossas vidinhas sem sentido e, em determinado momento, todos vão encontrar o seu fim. É a sentença da qual ninguém pode fugir e todos parecem esquecer. Não adianta levar nada desta vida, que tudo vai passar. Para que se apegar à fama? Em breve, a pessoa estará debaixo da terra e, senão esquecida, então sem a possibilidade de gozar desse prazer passageiro. Enfim, são as reflexões que o texto me trouxe, e fê-lo de forma bem humorada. Muito bom!

    Do lado da crítica, queria apenas observar algumas questiúnculas formais. Seria bom atentar para a padronização do nome da “Morte” (com letra maiúscula), que às vezes aparece com inicial minúscula. Achei que ia haver uma diferenciação entre os termos, representantes de ideias diferentes, mas ao cabo não se percebe isso. Por fim, há algumas frases que poderiam ser reformuladas, para melhorar a estética mesmo. P. Ex.: “Ao mesmo tempo, a Morte parecia tão sincera o tempo todo que quis acreditar que deixara subentendido que teria ao menos algum tipo de consciência”. Queísmo à vista! Mas é coisa pequena, sublinho.

    Enfim, parabéns pelo excelente escrito!

  22. Mariana Carolo
    3 de novembro de 2025
    Avatar de Mariana Carolo

    Para a avaliação ficar bem explicada, organizei os tópicos que construíram a nota

    História: 

    Há começo, meio e final (0,75)? Sim, a história apresenta um arco com começo, meio e final. Aliás, o final é muito bem construído e, apesar de amargo, condizente com os tempos atuais. 0,75

    Argumento (0,75): Eu confesso que, quando soube do tema, já estava esperando um texto revisitando o xadrez co a morte. No entanto, apesar de não ser uma ideia nova, foi muito bem construída. A ideia de acontecer a partida em um live é tão simbólica dos nossos tempos. 0,75

    Construção dos personagens (0,5): Inicialmente, pensei que ambos seriam rasos. Porém, o influencer se desdobra em seus gostos e consciência. Já a morte, no final, não tem como ser diferente do que aqui foi apresentado. É algo inacessível para nós. 0,4

    Técnica:

    A capacidade da escrita de prender (0,75): Li o texto no celular, indo fazer as compras do mês. Foi rápido e gostoso de ler, apesar das questões metafísicias do conto. 0,75

    Gramática, ortografia etc (0,75): Tudo correto, nenhum erro que eu tenha percebido. Vocabulário bem aplicado 0,75

    Impacto 1,5: Eu gostei deste conto muito mais do que eu achei que fosse gostar, foi uma releitura muito boa do filme do Bergman. 1,5

  23. Priscila Pereira
    2 de novembro de 2025
    Avatar de Priscila Pereira

    Olá, Sr Hype! Tudo bem?

    Gostei bastante do seu conto! Me chamou a atenção logo no começo, e prendeu minha atenção até o fim. Gostei da leveza com que o tema foi tratado, tanto da morte, quanto do jogo e muito mais quanto as conclusões que o protagonista tira no fim, sobre o estilo de vida que ele escolheu. Tudo sem pesar e deixar planetário.

    A escrita está muito boa, sem firulas, direta e simples, do geito que eu gosto! 😁 Notei algumas falhas na revisão, coisas bobas, lendo em voz alta você encontra e arruma.

    Única coisa que tirou um pouco o brilho do conto foi o final. Achei desnecessário e anticlimático 😆 pq depois do parágrafo onde ele morre e a Live termina, o conto passou a ser apenas informativo, quase jornalístico o que quebrou muito o clima e o tom do conto. O título foi explicado de forma forçada e sem aprofundamento. Poderia ser qualquer outro. Não estragou o conto, mas eu realmente gostei do começo e queria que o final fosse mais satisfatório 🫠, desculpe…

    Parabéns pelo conto e pela participação!

    Boa sorte no desafio!

    Até mais!

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Publicado às 2 de novembro de 2025 por em Liga 2025 - 4B, Liga 2025 - Rodada 4 e marcado .