EntreContos

Detox Literário.

Universo em Branco (Thales Soares)

A manhã se arrastava, escorrendo sobre os azulejos gastos da Escola Estadual Clara Aurora, um edifício de concreto cuja tinta descascava à medida que o tempo tentava despir suas memórias. As janelas emperradas permitiam apenas a passagem de um fio magro de sol, enquanto ventiladores giravam com a indolência de bois exaustos, ruminando o tédio no ventre abafado da sala.

Na turma do quinto ano B, a infância fervilhava em sua forma mais pura e caótica. Cadeiras se arrastavam em duelos imaginários, estojos voavam em missões secretas, e caixas de giz escondiam lendas sobre dragões invisíveis, investidas da aura sagrada das verdades infantis. E foi no epicentro dessa algazarra mágica que a professora Célia entrou, trazendo consigo uma alma fragmentada e um corpo ajustado ao modo de sobrevivência.

Seus ombros cediam ao peso do desânimo, a bolsa descosturada pendia resignada e uma xícara térmica balançava esquecida em seu braço. Por trás dos óculos retangulares, os olhos revelavam um cansaço que ultrapassava o físico. Era abril, e Célia já contava os dias para as férias. Seu “bom dia” soou mais como um suspiro de rendição do que como um cumprimento real. Respirou fundo, apoiou-se na mesa e lançou o olhar sobre vinte e sete pequenas criaturas, inquietas, famintas por algo que não conseguiam nomear. Talvez sentido, talvez caos, talvez apenas atenção. Ensinar, no entanto, era a última coisa que ela desejava naquele momento.

Era a hora da aula de matemática. Isso ela sabia bem. Na semana anterior, para conquistar alguns minutos de paz, incumbira a turma de somar os números de 1 até 100. À primeira vista, uma tarefa trivial. Contudo, em sua repetição tediosa, era extensa o bastante para manter as crianças presas à monotonia. Ainda assim, um daqueles diabinhos resolvera o problema em menos de um minuto, destruindo seu breve momento de sossego. Célia desconhecia, e nem se interessava em saber, que aquele ato repetia a anedota de Gauss, o menino que séculos atrás vencera aquele mesmo problema com astúcia e elegância.

Hoje, porém, sua mente vagueava exausta, esvaziada, estafada. Entre o torpor e a necessidade básica de sobreviver a mais um dia letivo, uma ideia lhe ocorreu.

— Bom, crianças, hoje faremos algo diferente. Quero que cada um pegue uma folha e comece a desenhar!

— É pra desenhar o quê, professora? — perguntou Gabi, com sua voz suave, segurando o crucifixo que pendia do cordão.

— Quero que desenhem… Ahm, vejamos… — Célia ficou em silêncio por um instante, tateando ideias no fundo da memória, até que um lampejo lhe atravessou o rosto. — Ah, sim! Crianças, quero que desenhem o universo!

A sala acolheu o pedido com um misto de surpresa e animação. Olhos arregalados, sorrisos espontâneos e alguns cochichos curiosos. Mas Maria, sempre vigilante e atenta às incongruências do mundo adulto, ajeitou os óculos e questionou:

— Mas, professora, não era pra ser aula de matemática?

— Sim, querida. Você tem toda razão. Mas veja bem, a matemática está em tudo! Nas folhas das árvores, na espiral das conchas, na curva das galáxias. Até na maneira como respiramos existe um padrão, uma lógica. O universo nada mais é do que um grande cálculo. Desenhá-lo é… ahm… de algum modo… tentar entender essa ordem! Compreende?

A garota assentiu, mas não inteiramente convencida. João, seu irmão gêmeo, sorriu discretamente. Havia nela um espírito questionador que o fascinava. Desviou o olhar dela e tomou a folha em branco e os lápis. Foi o primeiro a começar. Mas em vez de traçar o universo, ficou contemplando o vazio do papel, imóvel.

Após um breve instante, levantou a mãozinha firme e anunciou:

— Terminei!

Sua voz ecoou, chamando a atenção até mesmo de Fabrício, seu parceiro de videogames, que lá do fundo da sala ergueu uma sobrancelha em silenciosa descrença.

A professora sentiu um leve estremecimento ao reconhecer aquela voz. Novamente ele. O mesmo menino que, na semana passada, frustrara seu breve descanso ao resolver rapidamente aquele problema da soma dos números, utilizando uma fórmula que ela jamais ouvira falar. Algo envolvendo progressões aritméticas. Ou teria sido uma possessão matemática? Agora estava ali, novamente de braço erguido e voz desinibida, sabotando sua tentativa de ter paz.

— João, meu querido, você mal começou…

— Mas está tudo aqui, professora. O universo inteirinho!

Maria inclinou-se sobre a carteira do irmão para conferir. Sua folha estava vazia, desoladamente branca, uma vastidão de papel intocado.

— Maninho, sua folha não tem nada. Nadinha mesmo!

— Eu sei. Mas pensa bem, Maria. Por que deveria existir alguma coisa ao invés de nada?

Maria franziu o cenho e refletiu por um momento. Até que respondeu:

— Acho que é porque existem infinitas coisas possíveis. E o nada é só uma delas. Provavelmente a mais chata.

Nesse instante, a porta rangeu, com o som áspero de um pergaminho sendo desenrolado no meio do deserto. Um homem atravessou o limiar da sala, vestindo uma túnica antiga e com cabelos enrolados em cachos vindos de tempos distantes. Trazia consigo uma sombra mais nítida que ele próprio, como se fosse ela quem, de fato, caminhasse.

A professora arregalou os olhos.

— Ah, não! Outro mendigo entrou na escola! Vou chamar o inspetor. Já volto, crianças.

E saiu, resmungando, sem paciência.

O homem permaneceu quieto, aguardando que o tempo o reconhecesse.

— Quem é o senhor? — perguntou Maria, dividida entre fascínio e suspeita.

— Chamem-me Platão. Vim porque pressenti, neste espaço de carteiras e sonhos, uma brecha por onde o pensamento pode florescer.

João ergueu os olhos da folha ainda em branco e observou o excêntrico visitante sem qualquer tipo de estranhamento. Sua expressão, antes curiosa, tornara-se estranhamente solene.

— Às vezes acho que vejo coisas que ainda não existem. Isso é normal? — perguntou.

— Eu também as vejo — respondeu Platão. — E vejo também o cansaço das sombras que fingem ser reais.

Maria franziu o cenho.

— Que sombras? Do que vocês estão falando?

Platão olhou ao redor. As carteiras enfileiradas, o quadro manchado de giz, o chão encerado. Tudo parecia sólido, exato, inofensivamente comum. Por um instante, menos de um segundo, a luz que entrava pela janela quebrou-se em ângulos impossíveis, e o mundo vacilou. As formas se tornaram borrões, mas logo voltaram ao normal.

— Vivemos num teatro de reflexos — respondeu o filósofo. — A escola, os ponteiros do relógio, até a professora de vocês… São apenas sombras de algo mais verdadeiro, mais inteiro, que ainda não se dignou a tocar este chão.

— E onde está esse algo mais verdadeiro? — perguntou Maria, cruzando os braços.

Platão olhou para a folha em branco de João.

— Tudo o que vemos, tocamos e nomeamos, esse mundo de matéria e som, é apenas reflexo, sombra, cópia. Esse é o mundo sensível. Mas há, por trás do véu, um outro plano, invisível, eterno, imóvel, onde vivem as essências, puras e completas, aguardando serem lembradas. É o mundo inteligível.

João pousou o lápis ao lado da folha, como se desenhar agora fosse profanar.

— Então essa folha talvez esteja esperando que o mundo se lembre de si mesmo.

Platão assentiu, e por um instante que pareceu se estender para além da lógica dos relógios, o tempo pareceu conter a própria respiração. Foi nesse silêncio denso e suspenso, nessa dobra imperceptível entre dois batimentos, que algo se manifestou. Na folha ainda intacta sobre a mesa, surgiu um ponto. Não um resquício de lápis ou uma falha do papel, mas um ponto pleno, dotado de uma presença que se fazia sentir mais do que ver. Era como se a própria ideia de começo, nascida no mundo das essências, houvesse encontrado um caminho estreito para escorrer até a matéria, insinuando-se entre as dobras frágeis do mundo sensível. E ali, naquele ponto imóvel, pulsava a realidade de todas as formas possíveis, o germe mudo de uma vastidão por vir, o primeiro gesto do universo antes que ele tivesse nome ou forma.

— E-eu… Eu não fiz isso! — disse João, com os olhos arregalados.

— Talvez a folha tenha se lembrado de ser universo — sussurrou Maria.

— O ponto é a semente da Forma — disse Platão. — Toda realidade que já foi começa por um ponto que não se sabe a origem.

De repente, o ponto começou a crescer. Espalhava-se como se quisesse ocupar tudo, mas sem pressa, sem ruído. Uma expansão gentil. João, atônito, agarrou o lápis. Seus dedos, antes hesitantes, agora pareciam guiados por algo maior. Começou a traçar órbitas, linhas curvas que se abriam em galáxias de grafite, nebulosas em espiral, constelações que nasciam do nada.

— Não vai caber tudo aqui! — disse, olhando as bordas da folha, que agora representavam os limites do universo.

Maria já estava de pé, sem alarde, com sua própria folha nas mãos. Aproximou-se do irmão e, em silêncio, pousou o papel ao lado do dele.

— Agora cabe mais um pedacinho do infinito.

Platão observava tudo, intrigado.

Outras crianças, movidas por instinto, começaram a fazer o mesmo. Folhas se uniam como placas tectônicas de papel. Em poucos minutos, o chão da sala desapareceu sob uma imensidão de universo desenhado, onde não havia mais linóleo gasto, mas constelações em formação. E à medida que cada traço surgia, não como criação, mas como recordação, uma antiga memória cósmica se reerguia. Um cometa reencontrava a ternura de sua cauda. Um planeta reconhecia o próprio eixo e voltava a girar. Uma estrela piscava, tímida, despertando de um sono de bilhões de anos.

— Quando o Ser reencontra sua Forma — disse o filósofo, sorrindo —, até o tempo se curva. Vocês, pequenos, realizaram aquilo que os grandes há muito esqueceram. Permitiram que a ideia renascesse.

E então, o silêncio se estabeleceu. Não um silêncio comum, mas aquele que se derrama pelas frestas do tempo. As crianças, cúmplices da criação, olharam ao redor. O universo estava ali, completo e vasto, mas ainda assim pairava uma ausência incômoda.

— Está tudo tão bonito — observou João. — Mas tão quieto.

— Não há ninguém vivendo aí — completou Maria. — Ninguém para olhar tudo isso e dizer: “uau!”.

Platão se aproximou da borda do desenho. Fitou uma galáxia em espiral, perfeitamente esboçada.

— Um universo sem olhos é apenas uma forma. Um quadro sem quem o admire. Uma canção sem que haja ouvidos para apreciarem.

— Acho que o universo não tenha se criado para existir — disse Maria —, mas sim para ser sentido!

— Então falta vida! — concluiu João, apertando firme o lápis entre os dedos.

Com cuidado, desenhou um pequeno círculo, seguido por um traço delicado para o corpo, duas pernas e dois braços simples, rudimentares. Mas havia algo ali, uma presença que transcorria além dos traços.

— Temos aqui uma coisa! — anunciou. — Uma pessoa que quer saber por que ela existe.

— Mas se ela quer saber — disse a irmã —, então ela já pensa!

— E se ela pensa — Platão completou —, então ela sente. E se sente, já é parte do todo.

Todos na sala contemplaram aquela figura ingênua e singela. Sem perceber, João repetira um ato ancestral: criara um ser à sua imagem e semelhança, não em feições, mas no simples ato de dar forma ao que antes era somente intenção.

Agora, sentados ao redor do grande desenho que cobria o chão da sala como um mapa enorme, todas as crianças olhavam para a criaturinha.

— Ele parece estar meio deslocado — disse Gabi. — João, desenhe um jardim bonito pra ele morar, com flores azuis dançando ao vento!

O garoto assentiu e, ao deslizar o lápis, fez nascer sob os pés da criatura um jardim de sonhos.

— Cara, ele tá muito sozinho — disse Fabrício, aproximando-se. — Desenha uma amiga bem bonita pra ele. E um videogame!

João desenhou ao lado da primeira figura uma segunda, semelhante, porém distinta, com cabelos compridos. E, com um sorriso, desenhou também um pequeno videogame.

Gabi, com a mão fechada sobre seu crucifixo, sugeriu:

— E se agora você desenhasse uma árvore? Mas não uma árvore comum, e sim aquela dos frutos proibidos!

Confusas, as crianças viraram-se para ela.

— Frutos proibidos?! — questionou João.

— Sim! E aí você diz que eles podem fazer tudo o que quiserem. Tudo mesmo! Menos comer daquela árvore.

— Mas por quê? Por que eu faria isso com eles?

— Só pra deixar o universo emocionante. Pra ter o certo e o errado, o bom e o mau, e ver o que eles vão escolher.

Maria observava aquelas frágeis criaturinhas, pensativa.

— Maninho, talvez não seja justo dar o mal como presente de boas-vindas para eles. Que tal, no lugar disso, darmos lápis e papel? Assim eles vão poder criar, errar e sonhar por conta própria.

— Mas eles têm um videogame, poxa! — exclamou Fabrício. — Por que perderiam tempo com lápis e papel?

— Talvez porque eles não têm TV, e muito menos energia elétrica — argumentou Maria. — Com lápis e papel, poderiam desenhar isso tudo e muito mais!

— Mas Maria — disse João —, você acha que eles entenderiam esse poder?

Platão respondeu por ela:

— Quem tem a centelha da criação, uma hora compreende o fogo.

Um silêncio reverente pairou sobre a sala. A criaturinha, agora segurando um lápis recém-desenhado, encarava com uma solenidade quase mística a nova folha. As crianças formaram um semicírculo em torno dela, prendendo a respiração. Era o instante em que a criação criaria.

Com mãos trêmulas, a pequena criatura traçou um círculo, uma linha curva e comprida, mais um detalhe e, por fim, outro círculo, de mesmo tamanho do primeiro. As crianças franziram o cenho, inclinando as cabeças como um grupo de galinhas.

Maria arregalou os olhos.

— Espera… Ele desenhou um…

— Um pinto! — completou João, atônito.

Os dois irmãos se dobraram em gargalhadas e logo a sala inteira se deixou contagiar por aquele riso desgovernado. O universo recém-criado vibrava, e ali, entre filosofia, símbolos, cosmogonias e ideias eternas, havia também uma risada infantil, o sopro final que faltava para dar plenitude àquele mundo, outrora sem vida.

Platão, com um sorriso resignado, fechou os olhos.

— A liberdade sempre começa pela irreverência.

— Catapimba! — exclamou Maria, limpando uma lágrima do riso. — Ainda bem que não demos a eles a árvore de frutos proibidos. Com essa irreverência toda, devorariam sem pensar duas vezes!

Mas então, como um trovão artificial, o sinal do fim da aula ecoou, metálico e abrupto, convocando todos à realidade cotidiana. No mesmo instante, o universo desenhado estremeceu, não no chão, mas no plano da ideia, sendo tragado de volta ao não-ser. Sem alarde, sem apocalipse anunciado, foi embora sem se despedir. O desenho, a criatura, o jardim, as galáxias… Todo aquele universo recém-construído navegou num barco invisível rumo à inexistência, vítima silenciosa do problema da indução. Nada restou, exceto o desenho jocoso e obsceno feito pela criatura que ali habitava.

Foi então que a professora Célia reapareceu na sala, equilibrando um pequeno copo plástico de café, secretamente satisfeita por ter enrolado o suficiente para que o fim da aula a aguardasse.

— Muito bem, crianças, entreguem a atividade antes de sair!

João permaneceu quieto enquanto a professora recolhia as folhas. Sobre sua carteira restava apenas o desenho satírico, uma zombaria final do universo. Levou as mãos à cabeça e se perdeu nos próprios pensamentos. E se tudo aquilo que chamamos de realidade, este universo de regras e formas, de cores, gravidade e silêncio, não passasse de um esboço traçado por uma criança entediada, durante uma manhã qualquer? Uma manhã de matemática, conduzida por uma professora exausta demais para ensinar, que, vencida pelo cansaço de um sistema de ensino falho, distribuiu folhas em branco e mandou que desenhassem… apenas para que o tempo, e não o saber, passasse.

Assim, começou a desconfiar de que o universo talvez não fosse tão sólido quanto aparentava. Talvez fosse apenas um costume, uma insistência da existência em repetir-se, dia após dia, sem motivo certo, apenas porque ainda não falhou. Um teatro que      prosseguia porque as cortinas, por alguma razão, ainda não fecharam. A qualquer instante, tudo poderia colapsar, dissolver-se no nada ou, pior, assumir a forma grotesca de um escárnio, uma obscenidade cósmica, risível e indecorosa, como se o universo inteiro, no fim, revelasse ser apenas uma piada de mau gosto.

Talvez o erro tenha sido trazer à luz o invisível, arrancar o universo do seu abrigo ideal e lançá-lo ao mundo sensível, esse palco de formas frágeis, onde tudo nasce fadado a fenecer. Pois o sensível é um lugar de impermanência, onde até mesmo os deuses podem ser apagados com o toque de uma borracha ou o soar de um sinal. No entanto, o universo de João possivelmente não tivesse sido destruído, e sim retornado à sua morada primeira, o mundo das ideias, onde tudo é eterno, embora inalcançável aos olhos. Mas será que mesmo o que é eterno precisaria ser lembrado? Que destino aguardaria as ideias quando não há mais ninguém para pensá-las?

— João! — exclamou a professora, num tom agudo o bastante para arrancá-lo do transe em que mergulhara. — O que significa isso?! Por que desenhou algo tão… indecoroso?

O garoto olhou para a folha. Depois, seus olhos subiram devagar até o teto da sala, e em seguida para seus colegas, que estavam guardando o material. Por fim, fitou a porta, por onde Platão desaparecera como quem jamais estivera ali. Até que respondeu:

— Não sei, professora. Tava tudo indo bem, sabe? Mas, do nada, meu universo virou um caralho!

As crianças explodiram em gargalhadas. Célia, por um breve instante, quase deixou escapar um “o meu também!”, mas conteve-se. Respirou fundo para manter a cabeça no lugar. Chegou a cogitar uma punição, mas isso exigiria preencher formulários no diário de classe digital e, pior, correria o risco de ter que agendar reuniões com responsáveis ultrajados. Optou então por fingir que nada aconteceu e apenas recolheu a folha com um gesto contido. Assim, liberou a sala e encerrou a manhã escolar.

O cosmos, afinal, já era caótico o bastante.

Sobre Fabio Baptista

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21 comentários em “Universo em Branco (Thales Soares)

  1. Bia Machado
    25 de setembro de 2025
    Avatar de Bia Machado

    Uma história que mistura filosofia, fantasia e cotidiano escolar, um jeitinho de crônica. Eu gostei, não tanto quanto achei que gostaria, mas foi uma boa leitura, que me fez pensar na vida de professor e… Sabe que vou dar esse exercício para os meus alunos? Só espero que nem um deles desenhe um pinto haahah! A minha turma do vespertino esse ano é o 5°B. ☺️ E o 5°A, do Matutino, muito mais imaturo, diria “Plat… Quem?” Parabéns pelo trabalho, mas ainda prefiro o rei e a velhinha vagabunda!

  2. Priscila Pereira
    18 de setembro de 2025
    Avatar de Priscila Pereira

    Oi, Thales! Li seu conto faz um tempo e vou comentar baseado no que ele me fez sentir. Então, achei meio chato em algumas partes, como todas as altas literaturas, algumas partes bem interessantes, uma piadinha com pinto que só podia ser sua… um conto filosófico, mas que pretende trazer um frescor, um ar menos sério para esses pensamentos filosóficos, não curti muito, mas te parabenizo pelo pódio!

  3. Mauro Dillmann
    13 de setembro de 2025
    Avatar de Mauro Dillmann

    O texto já começa com inúmeras imagens e metáforas: “a manhã escorrendo”, “o tempo tentava despir”, “ventre da sala”.

    Um texto bem escrito e com grande formalidade, expressa na escolha do vocabulário. Uma escolha por vezes demais erudita.

    O conto estava num ritmo até surgir Platão. A partir daí ganha dimensão mágica, imaginação ficcional, e, principalmente, filosófica. Fui me dispersando na leitura.

    O chavão “franziu o cenho” é chato pra caramba e aparece duas vezes.

    Parecia o final do conto o parágrafo que termina com essa passagem “apenas para que o tempo, e não o saber, passasse”. Aliás, seria um ótimo fim. Mas o conto continua e se torna repetitivo e explicativo demais.

    O lance “surpresa” do caralho destoou e parece ter sido algo incluído para contemplar debates ocorridos no grupo de whatsapp do Entrecontos.

    A personagem Maria se difere completamente do universo infantil que representa, indicado pelo próprio narrador como o dos “diabinhos”.

    Enfim, um conto com lição de moral e pretensão de comédia.

    Parabéns!

  4. Rodrigo Ortiz Vinholo
    13 de setembro de 2025
    Avatar de Rodrigo Ortiz Vinholo

    Excelente! Muitas referências, ótimo andamento e ótima escrita. É aquele tipo de história difícil de classificar em um gênero específico, mas que consegue a missão de fazer pensar, de divertir e de gerar identificação. Parabéns!

  5. leandrobarreiros
    12 de setembro de 2025
    Avatar de leandrobarreiros

    Lúdico foi a palavra a que a história me remeteu enquanto eu lia. 

    Não sei se o autor é professor(a). Senão, emulou bem um nos dias de cansaço/burnout batendo. 

    O que me incomodou um pouco no conto foi o fato da opção de retirar a professora de cena para o avanço das questões mais filosóficas, onde entra a parte mais lúdica. Não senti que houve um debate realmente profundo sobre qualquer coisa, ao passo em que uma das melhores coisas do conto, a professora, foi removida para dar espaço a essa dinâmica. 

    Platão não diz realmente a que veio, porque acho que o autor conseguiria tocar o debate levantado de maneira muito melhor justamente no conflito entre joão e a professora.

    No mais, gostei das piadas no conto. Da menção ao mendigo ao caralho no final.

    Uma curiosidade, o último conto que estava tentando escrever para o desafio também envolvia o plano das ideias.

    Enfim, achei que o texto se sabota um pouco. Cria personagens interessantíssimos e, ao invés de me dar mais deles, tira-os de cena. Gostei do conto, mas fiquei incomodado com isso, pq queria mais desses personagens o que, no fim, não deixa de ser um elogio, acho.

    Foi a sensação que tive, pelo menos, sendo que, tenho certeza, o autor conseguiria levantar discussões semelhantes nas interações entre professora e aluno. 

    Acho que fica com 8.5/10

  6. Thaís Henriques
    12 de setembro de 2025
    Avatar de Thaís Henriques

    Embora tenha achado um pouco fora do tema, me diverti muito com esse conto.

  7. claudiaangst
    11 de setembro de 2025
    Avatar de claudiaangst

    Olá, autor(a), tudo bem?

    Um conto que se encaixa em alta literatura. Muito bem escrito, abordando filosofia, educação, mistérios do universo e a eterna 5a série que habita a maioria de nós.

    A linguagem adotada é clara, bem cuidada, sem erros de revisão (pelo menos, não encontrei nada que prejudique o texto), com passagens em prosa poética.

    O desfecho construído como alívio cômico surpreende e amarra bem toda a trama. Por esse detalhe, todos atribuíram a autoria ao Thales. Será? Se for, estou encantada com a evolução da escrita e a habilidade ostensiva em prender a atenção do(a) leitor(a).

    Dito isso, acredito que este conto estará no pódio.

    Parabéns e boa sorte.

  8. Fabiano Dexter
    8 de setembro de 2025
    Avatar de Fabiano Dexter

    História

    Um texto diferente e imprevisível, onde alunos de uma professora exausta recebem a visita de Platão que os ajuda a descobrir mais sobre o Universo e suas facetas, criando um pequeno universo em suas mentes que some com o fim da aula.

    Tema

    Alta Literatura que além de fazer pensar diverte.

    Construção

    Alguns momentos do texto ficaram um pouco arrastados, mas quebras na narrativa e mesmo na história, de forma inesperada, acabam ajudando (e muito) o desenvolvimento do Conto.

    Impacto

    Um dos meus favoritos e certamente levará alguma das indicações, já que é dos últimos que estou lendo. Peço até desculpas pelo comentário mais pobre, mas é mais fácil falar de textos que não nos agradam muito.

  9. Mariana
    7 de setembro de 2025
    Avatar de Mariana

    História: Começamos com Célia, uma professora da rede pública extremamente cansada (mulher, eu te entendo) que inventa uma atividade para matar o tempo de aula – desenhar o universo. Então, João, aquele aluno bastante esperto, pensa no papel em branco como o universo… Do nada, surge Platão e as crianças acabam tendo uma aula com ele. Porém, foi tudo uma invenção da cabeça fértil de João? Ou o filósofo resolveu se aventurar no sistema público brasileiro? Parece uma história simples, o mote é singelo, mas é o conto com mais camadas que li até agora. Bem bom 2/2

    Escrita: É difícil dar conta de tantos aspectos e a crianção quase roteirizada do fato. Eva, você fez isso bem. O seu narrador em terceira pessoa é cinematográfico, não interfere e apresenta com competência os seus personagens. Entendo que você queria apresentar as ideias platônicas, mas a exposição filosófica acabou ficando um tanto arrastada. 1,7/2

    Impacto: Um conto divertido e que parece simples, mas não é. Foi uma grata surpresa. 0,8/1

  10. Gustavo Araujo
    5 de setembro de 2025
    Avatar de Gustavo Araujo

    Achei o texto interessante pelo conteúdo, mas não pela forma. As ideias trazidas aos alunos pelo Platão a respeito da criação do universo são bem instigantes, misturando conceitos filosóficos, matemáticos e cosmológicos, brincando ainda com os teatros de sombras. Há bastante espaço para o leitor preencher as lacunas, imaginar, compor as cenas, o que é ótimo.

    Por outro lado, não comprei a ideia de que um Platão imaginado ou mesmo surgido do nada pudesse passar conceitos tão abstratos e profundos a simples crianças e, mais improvável, que essas crianças pudessem reagir à altura, ora indagando, ora contestando, ora propondo novas abordagens. Não sei, me pareceu um tanto forçado… Talvez se o público fosse de adolescentes, essa mistura de assombro e questionamento funcionasse melhor.

    Outra coisa que me incomodou é que não há exatamente uma história aí, mas uma aula de filosofia. Isso não é ruim, claro, mas eu esperava que um contexto subjacente em que os conceitos filosóficos seriam aproveitados. Além disso, a quantidade de “franziu o cenho” também me tirou do prumo.

    Em todo caso, caro(a) autor(a), não desgostei do conto no geral. É sempre bom ler um texto provocativo, que faça pensar. De repente, dá para repetir a experiência com um pessoal mais apto a absorver a lição.

  11. marco.saraiva
    5 de setembro de 2025
    Avatar de marco.saraiva

    Um conto ousado, que tenta explorar filosofia existencial em um tom de fábula e até cômico. Acompanhamos João e a sua genialidade – comparada à de Gauss! – e mergulhamos nos caminhos que a sua mente percorre quando tenta resolver os mais simples dos problemas. Um exercício tedioso de matemática vira uma nova equação, e um desenho inicialmente simples vira uma questão existencial.

    O conto parece acontecer quase todo na mente de João, o que é uma escolha interessante. Sugere que dentro da cabeça de uma criança acontece muito mais do que julgamos acontecer, o que nos faz considerar que eles assimilam e entendem além do que achamos. Ali ele questiona a própria existência, o sentido da vida, a origem do universo. No final, porém, deseja apenas um pênis na folha, o que em fez rir. Apesar de toda a genialidade, João ainda era criança.

    De quebra, o conto também critica o sistema de ensino, mostrando como a professora não tem a energia nem o incentivo de identificar crianças prodígio como ele, ou mesmo de identificar o talento de qualquer outra criança na sala de aula. Cansada e desmotivada, Célia só quer ver o dia passar. É uma pena que o conto não foge muito da realidade.

    O conto é bem escrito, convida o leitor a uma viagem curta no mundo das questões filosóficas, levanta questões interessantes sem tirar muito os pés do chão, e fecha com um tom cômico. Legal!

  12. Jorge Santos
    4 de setembro de 2025
    Avatar de Jorge Santos

    “— Está tudo tão bonito — observou João. — Mas tão quieto.”

    Esta afirmação da sua personagem quase que resume o seu texto, que é belo, mas de quieto tem pouco. Como eu gosto, afinal. Uma ideia impactante, a invasão de um filósofo grego numa sala de aula, a discussão de ideias que nascem daí, uma quase utopia nos dias que correm, onde as ideias originais e libertadoras nas escolas parecem condenadas ao esquecimento e à condenação. Não é à toa que muitos dos génios saíram do caminho tradicional do sistema educativo. Creio não existir um génio moderno, ligado às altas tecnologias, que tenha concluído a formação universitária.

    Mas estou a variar. Achei o seu texto sublime, bem escrito, de uma forma simples, mostrando que a palavra não precisa ser complexa para transmitir ideias, o belo só precisa de ser belo para sobressair – e o seu texto sobressai, merecendo uma existência que transcende o contexto deste desafio.

  13. Luis Guilherme Banzi Florido
    2 de setembro de 2025
    Avatar de Luis Guilherme Banzi Florido

    Bom dia! Tudo bem? Tô lendo os contos na ordem de postagem do site, sem ter conferido quais são minhas leituras obrigatórias. Bom, vamos lá pro seu conto.

    Esse conto é espetacular! Gostei demais. Você espertamente subverte a alta literatura ao mesmo tempo em que a emprega muito bem, não podendo, assim, ser acusado de fugir do tema. Em outras palavras, você enfiou a jeba na alta literatura (literalmente), e nem pode ser condenado por isso! Genio! kkkkkk

    Mas, tirando o aspecto caótico que a jeba insere no conto (é claro que esse não é seu unico merito nessa historia), voce tem um contaço aqui. Eu adoro historias que ensinam algo profundo ou complexo para crianças, de modo ludico e ilustrativo. Claro que seu conto nao poderia ser lido numa escola, pois vc escolheu dar uma zoada no final, mas a forma, o jeito como voce ensina sobre filosofia, sobre os ideais de Platão, são muito ludicos e facilmente compreensiveis. Caso nao houvesse a parte da jeba, esse conto poderia facilmente ser usado para estudar filosofia com crianças. Isso é sensacional, e bastante dificil de fazer.

    Alem disso, a escrita tá impecável, otima tecnica. Gosto das metaforas, das construções muito visuais, das brincadeiras com as palavras. Para mim, tudo funcionou perfeitamente. É um contaço, uma leitura deliciosa, tem bons personagens, um tom bem humorado, filosofia, reflexões, e tudo isso brincando no limiar da alta literatura.

    Se eu fosse reclamar de algo (afinal, é pra isso q a gente ta aqui kkkkk), acho que seria de algum momento perto do final, quando existem explicações talvez demasiadas sobre conceitos filosoficos. Acho que ali o conto ficou um pouco didatico demais. Mas não é nada q atrapalhe a experiencia. No geral, excelente.

    Parabens e boa sorte!

  14. sarah
    1 de setembro de 2025
    Avatar de sarah

    Olá! Conto com questionamentos sobre o universo, existência, ideias, essências, tudo colocado de forma inteligente. Gostei da ambientação entediante, a menção aos ventiladores, o caos, turma de quinta série, dá pra compreender o cansaço da professora. (minha professora de ciências chamava os alunos de  capetinhas, kkkkkk, me identifiquei), todos os personagens ali, a menina com o crucifixo, o garoto do videogame, gostei deles serem citados e depois participarem das sugestões do que desenhar para a criaturinha do universo recém criado.

    Acho que refletiu muito bem todas essas questões existenciais, a aparição do Platão foi muito interessante, gostei muito do trecho que diz que a sombra dele era mais nítida do que o próprio homem! Fiquei com dó dele quando a professora achou que ele era um mendigo. kkkk.

    E achei genial que no final tenha restado apenas o desenho, digamos, duvidoso do João. Bom, nem era dele mesmo não é? risos. Um conto bem interessante, ao mesmo tempo que ele é sério e trata de temas mais abstratos, no final ele fica divertido.

    Toda a construção do Universo do João, vindo de um ponto que apareceu sozinho na folha, para as crianças juntando as folhas com a dele e no final o chão ficou tomado por folhas, isso ficou tão legal de imaginar sabe, visualmente falando.

    Eu não tenho pontos negativos pra citar. Se eu for falar em questão de gosto, achei o início do conto um pouco chato, mas eu imagino que o início meio tedioso seja pra refletir o clima da própria classe, porque depois a gente é envolvido pelo conto e fica muito bom!

  15. toniluismc
    27 de agosto de 2025
    Avatar de toniluismc

    O texto demonstra boa maturidade de linguagem. Há ritmo, imagens bem construídas (“ventiladores giravam com a indolência de bois exaustos”, “o som áspero de um pergaminho sendo desenrolado”) e domínio narrativo. A ambientação escolar, marcada pelo tédio e cansaço da professora, é muito bem contraposta à vitalidade infantil.

    Ainda assim, alguns pontos podem ser lapidados:

    • O conto é longo e, em certos trechos, a densidade filosófica corre o risco de pesar demais para o tom inicial da narrativa.
    • Alguns diálogos poderiam ser mais naturais; Platão, por exemplo, fala de modo que beira a caricatura em certos momentos, embora isso não invalide o efeito alegórico.
    • Há leves repetições (“universo”, “ideias”) que poderiam ser podadas em revisão.

    O ponto forte do conto é a criatividade. A fusão entre sala de aula, filosofia platônica e cosmogonia infantil é muito inventiva. A escolha de transformar a atividade de matemática em um exercício de desenhar o universo abre caminho para discussões profundas de forma lúdica. O uso da folha em branco como símbolo é poderoso, culminando no gesto irreverente da criança que desenha um pinto — um recurso ousado que quebra solenidade com humor infantil.

    A mistura de mito da criação, alegoria das ideias platônicas e humor escrachado é incomum e memorável.

    O conto provoca reflexão e riso, alternando entre solenidade filosófica e irreverência infantil. O clímax (o desenho obsceno) tem função dupla: descontrói a seriedade e mostra que até o sublime precisa da irreverência para existir. O final, com a reflexão do garoto (“meu universo virou um caralho”), dá ao texto uma força satírica que amplia seu alcance.

    Talvez não seja “Alta Literatura” em sentido estrito — porque a comicidade vulgar pode afastar parte dos leitores mais conservadores —, mas o impacto é grande: tanto pelo riso quanto pela inquietação filosófica.

    Parabéns pelo texto!

  16. Kelly Hatanaka
    19 de agosto de 2025
    Avatar de Kelly Hatanaka

    Eu não avalio esta série, então, me permito avaliar como leitora, de forma mais livre e bem pelo meu gosto pessoal. Desculpe alguma coisa.

    Tema

    Não é romance, então é alta literatura. A forma é irreverente, até pela ação das crianças, mas a presença de Platão é a justificativa para referências filosóficas

    Considerações

    Uma professora cansada, uma sala de aula com crianças cheias de energia e Platão. As crianças questionam, Platão direciona, explica e elas brincam de criar um novo universo e seres a sua imagem. E este ser, de posse de papel e caneta desenha… um pinto. Oh, de quem será este conto?

    Um conto interessante, uma vibe Mundo de Sofia. Como eu disse em tema, Platão é a justificativa para referências filosóficas. Mas, acho que o conto ficaria melhor sem ele. Seus apartes dão um tom pedagógico que, na minha opinião, enfraquece a história. E se fossem somente as crianças, descobrindo as coisas, percebendo seu papel na criação e no universo? Uma das minhas partes favoritas foi a Maria dizendo que talvez a folha tenha se lembrado de ser universo.

    Muito bom!

  17. Antonio Stegues Batista
    18 de agosto de 2025
    Avatar de Antonio Stegues Batista

    Vou falar mais dos acertos do que dos erros. Falar do mote que é interessante. Descreve a lógica do universo, a física dos elementos, da poesia que embeleza, até aqui tudo bem. Esqueceu de mencionar sobre o Tempo que começa com aquele simples ponto na folha branca e o que se segue, porque o tempo nada mais é do que uma sucessão de eventos. Há uma crítica sobre o trabalho na educação. Só não entendi o caralho. Aquilo estragou tudo, filosofia e poesia. De certa forma esculachou o Universo. Parece que o autor despreza o próprio talento e todo o resto. Nem se importa com a nota baixa. Nota 1.

  18. Anderson Prado
    16 de agosto de 2025
    Avatar de Anderson Prado

    Olá, autor.

    Gostei medianamente do seu conto. Ele é correto, embora empregue um número um pouco excessivo de lugares comuns (franzir o cenho, som áspero, limiar da sala, silêncio denso, por um breve instante etc.). Também é um conto coeso, fluido.

    Porém, no contexto do desafio (tão somente!), julguei que você, da mesma maneira que o autor de Cabeça de Palha, seguiu um caminho um pouco óbvio, pouco criativo, para transformar seu texto em profundo, em alta literatura: trouxe a filosofia, trouxe um filósofo, trouxe uma sala de aula para o texto. Para além disso (e ainda no contexto do desafio, tão somente!), embora o humor seja caro à alta literatura, a piada nem tanto, e seu texto descamba para uma piada quase de mau-gosto. O sexo não é estranho à alta literatura, desde que ele se preste ao retrato de uma faceta relevante da vida, não apenas a uma piada infame, entretiva, por certo, mas o entretenimento por vezes se apõe à alta literatura.

    Nota 3.

  19. Léo Augusto Tarilonte Júnior
    15 de agosto de 2025
    Avatar de Léo Augusto Tarilonte Júnior

    Tema alta literatura.

    Enquadrei seu conto nessa categoria porque ele fala sobre a vida, o universo e tudo o mais. 

    Foi uma das histórias de que mais gostei. Um delicado equilíbrio entre ciência, filosofia, religião e irreverência.

  20. cyro eduardo fernandes
    13 de agosto de 2025
    Avatar de cyro eduardo fernandes

    Conto agradável, com boa técnica, criatividade e uma maneira interessante de explorar filosofia. Achei o final lúdico muito bom.

  21. Pedro Paulo
    7 de agosto de 2025
    Avatar de Pedro Paulo

    Nos primeiros parágrafos levantei uma sobrancelha. Achei um pouco pomposos, embora bem redigidos, construindo com perfeição o interior de uma sala de aula agitada. Todo o movimento é captado, uma imagem familiar representada com construções ousadas e criativas. A primeira impressão que tive foi se aquilo se pagaria, mas os parágrafos seguintes não só me provaram uma autoria segura de um estilo textual elaborado como, também, surpreendeu-me pelo rumo fantástico da narrativa. A partir desse momento, a técnica segue brilhante. A forma. Entretanto, o conteúdo também deslumbra, pois os personagens têm suas caracterizações desenvolvidas na dosagem certa, revelando um controle narrativo excelente quando se percebe que alguns traços de personalidades e relações entre os alunos já são sinalizados mais cedo no conto, retomados e consolidados por meio dos diálogos. Assim, existe um quê de ensaio que foi uma das formas de se abordar o tema de alta literatura, mas não perde a organicidade. Em certo ponto até ameaça se tornar, mas não fica didático. Dá suas voltas, reencontra a primeira personagem proeminente e conta a sua história com o encantamento da pureza da imaginação das crianças, envolvendo sua personagem exausta e desacreditada que, à sua maneira, também assoma ao lindo momento. Ótimo conto!

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Publicado às 2 de agosto de 2025 por em Liga 2025 - 3A, Liga 2025 - Rodada 3 e marcado .