EntreContos

Detox Literário.

Sabino (Thiago Amaral)

A porta entreaberta parecia viva, como se esperasse por ele. Sabino parou, sentindo o impulso. Mais um passo e estaria dentro. Perdido ou salvo, ele não fazia ideia.

Fazia pouco tempo desde que tudo começou no happy-hour do escritório, tradição obrigatória nas sextas. Quase todo mundo comparecia. Ele normalmente ia direto pra casa depois do expediente, mas naquela noite decidiu que talvez fosse hora de se conectar.

Porém, ao chegar, confirmou com temor suas piores expectativas. Jovens excitados se apoiavam uns sobre os outros com palavras exibicionistas, um tentando brilhar mais que o outro, tal qual pavões em cortejo – não diferente do que via no escritório ou nas salas de tribunal todos os dias. Diante daquele circo, Sabino era mero espectador constrangido, agarrado ao balcão de bebidas e sem ousar levantar-se de seu banco alto.

A bebida descia amarga pela garganta, arrepiando o corpo todo, mas ele precisava de alguma atividade. Não podia ser flagrado olhando para o nada. Com a bexiga cheia, dirigiu-se ao banheiro. Foi quando a viu pela primeira vez.

Sentada em uma mesa, sozinha e estonteante, estava Lorena, uma das poucas diretoras do escritório, admirada profissionalmente, mas cuja vida íntima era sussurrada nos bastidores como intensa e ousada. E, naquele momento, ela o observava, com olhar penetrante como o de uma cobra. Seu corpo, volumoso e sensual, agitou o coração de Sabino, que parecia desejar escapar do corpo caso o rapaz ousasse continuar em terreno tão perigoso.

A mulher puxou uma cadeira ao seu lado, sem quebrar contato visual. Sorriu com dentes brancos impecáveis. O rapaz sentiu seu corpo tremer, mas mesmo assim aquiesceu.

– Sabino, né? Li algumas das suas peças. Você tem uma escrita bem diferente dos outros advogados. Suas ideias são muito claras, sem floreios. Consigo entender perfeitamente o que você quer. Eu gosto disso.

Sua voz era forte, elegante e ritmada, cortando o mar de xavecos medíocres e ruídos vazios.

– Obrigado, doutora Lorena. Também já ouvi falar muito sobre você. Parece que se tornou coordenadora do escritório em tempo recorde. E que suas peças são também muito bem escritas, apesar de eu ainda não ter lido nenhuma. Mas tenho certeza que são muito notáveis.

– Quanta formalidade! Não precisa me chamar de doutora, oras. Está querendo brincar de médico comigo? – Sorriu novamente, enquanto as bochechas de Sabino queimavam – Estou brincando, claro! Você é um rapaz bastante sério, eu posso ver. Me conte, o que mais ouviu falar de mim?

– Não muita coisa, na verdade. Só que você sempre tem bastante controle das situações, e sabe sempre o que dizer e como agir…

– Isso é verdade, mas você não está sendo completamente sincero. Aposto que ouviu dizer muito mais do que isso, e que as histórias atiçaram sua curiosidade, e talvez até um fogo nessa sua cabecinha aí…

Tocou na têmpora de Sabino, se divertindo. Ele desviou de leve, o que a fez rir mais ainda. Só pelo dedo dela, Sabino sentiu: aquele corpo era uma fornalha de energia, prestes a se espalhar.

Desviando o olhar, notou a pulseira que ela usava. Um círculo dourado com uma cruz embaixo, refletindo luz forte em seus olhos, como se o provocasse.

– Engraçada sua pulseira! – ele disse, engrossando a voz. Agora, era ele quem sorria, demonstrando escárnio. – O símbolo de Vênus. Mas você não é muito feminina, é? Pelo contrário, é bem agressiva. É algum truque? Um jeito de enganar antes de devorar?

Lorena levantou as sobrancelhas, repuxou a bochecha direita e soltou uma risada curta, surpresa pela ousadia do rapaz.

– Não preciso enganar ninguém para devorar. Minhas intenções são sempre muito claras – inclinou-se para mais perto dele – Você ainda não percebeu?

Sabino encarou aquele rosto perfeitamente esculpido, a maquiagem irretocável – obra-prima de um artista mestre na dissimulação. Era tentador ficar ali, sucumbir àquele jogo de poder, como tantos provavelmente haviam feito em noites iguais.

– Na verdade, eu percebo que essas diversões noturnas são nada mais que as mesmas maquinações realizadas todo dia ao raiar do sol – disse, se afastando dela – E, a julgar pelo comportamento de meus nobres colegas, talvez eu tenha escolhido a profissão errada.

– Curioso, muito curioso. Sabe que eu vejo algo totalmente diferente? Vejo pessoas simplesmente seguindo seus desejos, algo bem comum e natural. Talvez seja você quem tenha algum problema, sem saber como agir, todo escondido no balcão do bar. Talvez todos os seus colegas apenas saibam correr atrás do que querem, ao invés de parados, bem longe, esperando alguém chegar. Talvez seja por isso que você não evolui muito no escritório, inclusive. E talvez, afinal, você tenha razão em uma coisa: essa pulseira não deveria ser minha, mas sua.

Retirou o objeto do próprio pulso e colocou sobre o dele.

O fogo subiu pelo corpo de Sabino, queimando-lhe a pele e acelerando seu coração. Não era apenas ela que ria, ele ouvia na própria cabeça o riso de todo o escritório, talvez de cada advogado do país, num desdém que tentava diminuí-lo. Direcionou o olhar mais penetrante a ela, e respondeu:

– Eu acredito em algo mais verdadeiro que esfregar o corpo numa vagabunda.

No momento em que as palavras saíram de sua boca, o ambiente se converteu completamente. Os sons dos copos, as risadas, tudo ficou frio, sombrio, sonho tornando-se pesadelo. Lorena, pela primeira vez, estava séria. A brincadeira havia acabado, as cortinas se fecharam.

– Muito bem. Vou deixá-lo com sua “verdade profunda”.

E partiu.

Sabino permaneceu sentado, o corpo fundido à cadeira. Apesar de ter sido sincero, não se sentia melhor. Muito pelo contrário. Sentia náuseas, talvez pela conversa, talvez pela bebida.

Antes de se forçar para fora do bar, encarou a pulseira por longos minutos.

Durante o fim de semana, não pensou em outra coisa. Um incômodo estranho apertava suagarganta, e ele não sabia exatamente por quê. Tentou assistir televisão, ler, mas nem suas atividades favoritas afastavam a cabeça daquela imagem dela – perfeita, intensa. Nunca imaginou que uma mulher pudesse olhar para ele. Era sua chance, e ele teve coragem de dizer não. Mas então por que ainda se sentia tão mal?

No trabalho não foi diferente. As monótonas palavras na tela do computador se tornavam as palavras trocadas no bar, carregando o calor que ele ainda podia sentir. Tentava escutar a conversa dos colegas, na esperança de ouvir seu nome.

Ao voltar à sua mesa após o almoço, um papel róseo se destacava das outras tralhas. A letra cursiva perfeita e redonda dizia “Eu te perdoo”. Vários coraçõezinhos estavam desenhados ao redor, feitos de caneta.

Ela conseguia incendiar seu corpo até mesmo à distância. Porém, já estava decidido: não iria mais aos happy-hours. Não enfrentariam o constrangimento de se verem novamente.

Na terça-feira, contudo, Lorena apareceu em seu andar pela primeira vez. O motivo parecia ser profissional, já que ela nem demonstrou notar que ele trabalhava ali. Sabino tentou se ocupar com a redação que tinha diante de si, mas não podia deixar de notar a aura que brilhava em torno dela – o universo inteiro a havia elegido como o ser mais importante do cosmos. Seus olhos queriam abandonar o trabalho e focar nela, somente nela, que retornou àquele andar todos os dias da semana, apontando para si cada holofote imaginário do mundo.

Assim foi até sexta-feira, quando os colegas, comentando sobre a noite vindoura, não conseguiam segurar seus risinhos infantis. Sabino, naturalmente, foi direto para casa. No caminho, comprou uma garrafa de vinho.

Engoliu o jantar morno e, enquanto saboreava o vinho na poltrona, o celular vibrou. De alguma forma, Lorena havia descoberto seu número. Sentiu um frio na barriga, mas mesmo assim conseguiu responder à mensagem.

– Não está se divertindo no bar, doutora Lorena?

– Não fui hoje. Você tem razão, é programa de gente falsa e sem graça. Eu mesma, depois de tanto tempo indo, já estava cansando daquele papo vazio. Que tal fazermos companhia um pro outro, por aqui mesmo, num papo estritamente intelectual? (emoji de piscadela)

Sabino hesitou, mas não conseguia resistir. Apesar das mãos suadas, sua cabeça lhe dizia que estava em segurança, já que fisicamente distante. Decidiu ver onde a conversa daria.

Foi surpreendido. Ela cumpriu a promessa e o acompanhou por conversas longas sobre ser advogado, sobre as pessoas, sobre suas irritações. Riram e concordaram. Após algumas horas de conversa, começaram uma chamada de vídeo, por onde falaram por mais várias horas. Ela ouvia em silêncio, os olhos apoiados no queixo, o olhar fixo na tela e parecia se interessar de maneira genuina aos pensamentos do rapaz. Quando respondia, era com tiradas rápidas, bem colocadas, que em momentos o faziam repensar o que havia dito.

Continuaram madrugada adentro, mas Sabino não sentia sono. O rosto dela, iluminado pela luz do celular, adquiria contornos que o deixavam inquieto. Se lembrou dela se aproximando no bar, seu toque quente…

Como se captando os pensamentos dele no ar, ela disse:

– Nossa conversa está maravilhosa, Sabino. Mas tenho que confessar, estou pensando agora quando a gente vai finalmente entrar na parte picante (emojis de foguinho)? Eu queria te conhecer melhor, sem a distância do celular, ou essas suas barreiras…

A sensação de segurança fugiu completamente. Estava acuado, e precisava agir. Ela o havia pego novamente, mesmo à distância. Idiota! Já foi mais esperto. Colocou a cabeça para funcionar, e percebeu que, apesar de tudo que seu corpo lhe dizia, havia muitos motivos para não continuar aquela conversa.

– Lorena, se não queria apenas conversar comigo, queria o que? Relacionamento sério? Acho que não, né? A verdade é que somos colegas de trabalho. Isso nunca termina bem, e não é nada profissional. Existem outras pessoas por aí, no mundo. A gente nem se conhece direito. Por que teria de ser alguém do escritório?

– Você sempre fala isso, “a verdade é que”, mas essa verdade sempre muda, não é mesmo? Agora a questão é o trabalho? A gente nem se vê lá, você sabe que eu tenho ido pro seu andar só por sua causa.

– Lorena…

– Acho que a verdade é outra, bebê. A verdade é que você tem medo e mim.

O peito de Sabino incendiou. Sentiu-se nu, exposto. Quis gritar, listar todas as coisas que já havia feito com uma mulher. Mas, ao invés disso, respirou fundo e respondeu:

– Você é muito boa de papo, sabia? Me enganou direitinho, me agradou, mas no fim você sempre quer conquistar os homens, não é isso? Sempre competindo, ou seja lá o que for. Agora tira sarro de mim? Você tem problema. Acho que não me entende, e é melhor encerrar essa conversa.

– Não, eu entendo, e não tem problema! Eu não quero te fazer se sentir mal, mesmo que não tenha muita experiência–

Sabino saiu da chamada e desligou o celular, quase afundando o dedo na tela.

Após poucas horas mal-dormidas, se levantou junto do sol, exausto. Decidiu sair para uma caminhada, na esperança de esquecer a conversa da noite anterior. Como suspeitava, não aconteceu.

A certa altura da caminhada, passou por uma academia. Por detrás do próprio reflexo, se imaginou ali, ganhando massa, seu corpo esquelético crescendo. Se imaginou conversando com os colegas, se oferecendo para pegar mais trabalho. Se imaginou aparecendo na sala de Lorena, tirando a mesa dela do caminho com força, se aproximando cada vez mais…

Até que lembrou-se do próprio pai chegando em casa, os músculos saltando do uniforme de futebol, a voz poderosa, a maneira com que sacudia o filho, perguntando-lhe como havia sido seu dia. Lembrou-se de como fedia a cerveja.

Lembrou-se da mãe chorando escondida no quarto enquanto o pai ia embora, e de tudo que não queria ser.

Por trás do reflexo, viu lá dentro os halterofilistas, mostrando os dentes em caretas, se esforçando para tornarem-se mais do que realmente eram. Patético. Pensou em Lorena.

Naquele exato instante, o celular vibrou novamente, destruindo sua linha de pensamento.

Era ela.

“Reservei um quarto na estalagem Oásis essa noite. Número 15. Se você ainda quiser falar comigo… é a sua chance.”

Em meio àquele redemoinho de memórias, dores e pensamentos, Sabino não sabia se era para ficar com ela ou terminar tudo. Apenas uma coisa conseguia enxergar com clareza: queria muito vê-la àquela noite. Apesar do medo. Apesar de sua inexperiência. Apesar de tudo.

De noite, na estalagem, encarou aquela porta entreaberta. Louca desvairada! E se outra pessoa entrasse…

Respirou fundo e entrou.

Era menor do que ele havia imaginado. Claustrofóbico, até. A cortina, a mesinha, o lustre, todos elegantes, silenciosos, à sua espera, conspirando para sua chegada. No centro do universo, Lorena, vestida de onça, sorrindo ante sua presença. Sabino sentia o magnetismo puxá-lo até a cama, mas conseguia se segurar.

– Você veio! – Soava bastante satisfeita. Sabino, por outro lado, estava sério.

– Preciso saber se você está só brincando comigo.

Lorena riu.

– Você é o cara mais estranho que eu já peguei, sabia?

– Você não me pegou ainda.

– Sim. Ainda. Pra um rapaz sensível, você não está sendo muito romântico agora. Quer discutir a relação? Sério?

– Talvez eu apenas vá embora.

– Meu deus do céu, isso é por causa das histórias? Sim, eu transei com vários caras, de vários lugares, mas isso não quer dizer que eu vou apenas te cuspir fora e seguir em frente, se é isso que você tem tanto medo!

– Eu não quero perder meu tempo me enganando com alguém, só por umas sensações no meu corpo! – Sua voz ficava cada vez mais alta, perdendo o controle – Sim, é verdade, eu quero te agarrar, te pegar, me jogar sobre você, te beijar a noite inteira, mas não quero ficar perdido nisso, pensando que amo, quando na verdade nós não temos nada em comum. E um dia você simplesmente que sou um cara chato e acha outro mais forte, rico, inteligente, interessante e dá um pé na minha bunda! Por que é isso que eu vi e ouvi de você até agora, uma linda e perfeita encantadora de homens, que fica com todos e qualquer um, cheia de charme, que é impossível de saber o que pensa de verdade por trás da maquiagem perfeita e dos jogos com palavras.

Ambos ficaram quietos por um momento, diante daquela metralhadora de verdades.

– Eu estou tentando ser a sincera aqui! – Ela também erguia a voz cada vez mais –  Você é que tem todas essas dificuldades pra ficar com alguém! Por que diabos acha que de uma hora pra outra vou te achar chato…?

– Por que é o que sempre acontece comigo! – lágrimas começaram a escorrer – E imagine então se eu estiver com alguém como você! – Seu corpo todo tremia. Fazia tempo que não tinha uma explosão tão sincera – Além disso, se você queria apenas me conhecer melhor como pessoa, por que não falou isso desde o começo, ao invés de ficar com brincadeiras de duplo sentido? Por que tem que se fazer de poderosa no escritório, no bar, sempre tentando estar no controle da situação, mostrando segurança? Por que tem que agir o tempo todo como se fosse um homem?

– Porque eu não sou um! – Lorena gritou, finalmente. – Justamente porque eu não sou um. – Se acalmou, ainda sorrindo, mas dessa vez um sorriso fraco. Um riso se soltou de sua boca, como um espasmo. Com os braços protegendo a barriga, ela agora parecia tão desarmada quanto ele.

O silêncio pairou por longos momentos, e a atmosfera intensa de sexo se transmutou aos poucos para algo difícil de traduzir. Sabino se sentia mais desprotegido que nunca. Sabia que podia sair pela porta, se demitir e nunca mais encontrá-la, mas era a última coisa que queria fazer. Apesar de todos os medos, de não saber como agiria, de não saber o que diria, sabia que tinha que ficar.

Olhou para Lorena, que parecia tão despida de suas máscaras quanto ele. As palavras, seus tão preciosos aparatos de dominação e controle no dia a dia, pareciam vãs naquele momento. Se aproximou daquela mulher, tão parecida, tão íntima dele naquele momento, e finalmente se entregou a todos os impulsos.

Permitiu que seu corpo o guiasse, e se surpreendeu ao não sentir dificuldade ou insegurança no que fazia. Pelo contrário, seu corpo lhe dizia tudo e logo o tranquilizou de que aquele era o caminho perfeito. Nessa tranquilidade, descobriu sua própria firmeza ao segurar o corpo de Lorena, olhando-a fixamente e explorando ambos os corpos ali, ávidos, animados, ardentes.

Lorena, despida de sua máscara de controle, e admirando e conhecendo profundamente com quem ali estava, pôde pela primeira vez se entregar totalmente a um homem, e finalmente relaxar ao ser mulher.

Epílogo

– E então, quem manda em quem nesse casal? – Perguntou a mãe de Sabino, atrevida, diante da mesa farta e do riso dos convidados.

Lorena e Sabino se olharam, sorrindo. Ele respondeu primeiro:

– Com certeza é ela, desde o início.

– Nah, ele consegue tomar muitas decisões, também. Garoto esperto!

Riso geral na mesa.

Ao chegarem em casa, se entreolharam. O sentimento ainda era tão forte quanto o daquela noite, na estalagem.

– Você usa hoje, ou eu?

– Pode usar hoje – respondeu Sabino, já quase impossível de se entender, fechando os zíperes da máscara de couro.

Sobre Fabio Baptista

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40 comentários em “Sabino (Thiago Amaral)

  1. Priscila Pereira
    18 de setembro de 2025
    Avatar de Priscila Pereira

    Oi, Thiago! Li seu conto faz um tempo e vou comentar baseado no que ele me fez sentir. Então, olha, não gostei do conto… não consegui ler como comédia, como alguns sugeriram, e achei muito estanho e completamente nonsense as reações dos personagens… tipo, o cara chama a chefe de vagabunda e ela fica obcecada por ele… bem acredito que sua intenção com o conto era a de subverter mesmo o tema, mas EU não gostei, acontece… isso não quer dizer que o conto é ruim, só que não sou o público alvo dele.

    • Thiago Amaral
      18 de setembro de 2025
      Avatar de Thiago Amaral

      Tudo bem, Priscila, faz parte. Obrigado pelo comentário.

  2. Mauro Dillmann
    13 de setembro de 2025
    Avatar de Mauro Dillmann

    Um conto que traça a relação e o contato entre Lorena e Sabino, ele aparentemente mais novo e inocente, ela mais velha e bastante sexualizada. O texto se desenvolve nessa constante, sem reviravoltas e com algum peso para o potencial sexual da personagem feminina. 

    Tem alguns equívocos na redação, embora muito bem escrito. E alguma supressão nessa passagem: “E um dia você simplesmente que sou…”.

    Na voz do personagem Sabino, uma mulher que se apresenta forte e sexualizada deseja agir como homem. Achei bem escroto esse pensamento do personagem.  Ao final, a repetição da palavra ‘máscara’ e seus diferentes sentidos ganham força e alguma dubiedade.

    Um bom conto, embora um tanto prolixo e repetitivo nas ideias centrais.

    Parabéns!

    • Thiago Amaral
      14 de setembro de 2025
      Avatar de Thiago Amaral

      Obrigado pelo comentário, Mauro.

      Concordo sobre a escrotice de Sabino, principalmente quanto ao comentário à sexualidade da Lorena. A intenção era mostrar que o comportamento dele não fazia mal apenas a ele.

      Até a próxima.

  3. Rodrigo Ortiz Vinholo
    12 de setembro de 2025
    Avatar de Rodrigo Ortiz Vinholo

    Divertido e envolvente, leva boas dinâmicas e personagens interessantes. Gosto de como a discussão se desdobra naturalmente, dentro das dores e dificuldades dos dois personagens. Parabéns, ótima escrita!

    • Thiago Amaral
      14 de setembro de 2025
      Avatar de Thiago Amaral

      Muito obrigado pela leitura e comentário, Rodrigo.

  4. leandrobarreiros
    12 de setembro de 2025
    Avatar de leandrobarreiros

    Peço desculpas ao autor se fiz a leitura errada, mas interpretei o texto como uma comédia, embora não seja uma muito explícita. Não seria a primeira vez que cometo o engano, mas depois que a obra está posta, a interpretação não é mais exclusividade do autor.

    E, como comédia, gostei do texto. 

    Ri absurdos quando Sabino chamou a superiora de vagabunda, meio que do nada, dando um 180 completo nas tiradas “inteligentes” que estavam rolando. Seguindo o caminho do texto, vemos que a atitude do Sabino é recompensada com a chefe se jogando ainda mais em cima dele, enquanto ele mantém sua posição de bom moço. 

    Sabino é extremamente bonito? Parece que não. É o ápice da inteligência? Não parece o caso, apesar de sua peça ter sido mencionada. É particularmente engraçado ou bom de lábia? Muito menos. Ainda assim, a superiora hierárquica fica caidinha pelo sujeito. 

    Parece uma inversão do tropos em que uma menina normal de repente balança o mundo de um desses CEOs bilionários. Todo conto, aliás, é uma inversão dos papéis comumente vistos nessas leituras de “romance” mais “hot”, como os jovens chamam hoje em dia.

    Ao inverter os gêneros, o autor ampliou os absurdos já existentes nesse tipo de literatura. 

    Comigo funcionou bem. Mal pude esperar para ver o que o Sabino ia aprontar no próximo parágrafo e como a diretora mostraria ainda mais seu afeto. 

    Se a intenção era, de fato, comédia, acho que o autor fez um bom trabalho, embora, creio, será castigado nos votos por não ter explicitado mais o que estava tentando fazer. Eu, de todo modo, saúdo o esforço em jogar além da zona de segurança. 

    Se não era nada disso do que eu falei, bem, criou um conto que tem mais de uma leitura, o que é bacana também. 

    8,5/10

    • Thiago Amaral
      14 de setembro de 2025
      Avatar de Thiago Amaral

      Leandro, primeiramente obrigado por tentar defender o conto jhahuaj

      Sim, eu queria que fosse uma comédia. Não tão comédia quanto foi pra você, mas tentei exagerar as emoções com minha ideia do que seria um sabrinesco (apesar de eu nunca ter lido um, o que acho que foi um problema nesse certame).

      Fico feliz por ter curtido e que tenha sido algo diferente e original pra você. Sempre tento isso com todos os meus textos.

      Até a próxima!

  5. Thaís Henriques
    12 de setembro de 2025
    Avatar de Thaís Henriques

    Muito bem escrito e desenvolvido, mas a trama não me agradou.

    • Thiago Amaral
      14 de setembro de 2025
      Avatar de Thiago Amaral

      Obrigado pela leitura e comentário, Thaís

  6. claudiaangst
    11 de setembro de 2025
    Avatar de claudiaangst

    Olá, autor(a), tudo bem?

    Temos aqui um conto sabrinesco? Acredito que sim, uma vez que se estabelece entre Lorena e Sabino uma tensão que pode ser considerada além da questão social, erótica.

    O receio, a desconfiança e um certo pudor se mescla com o desejo.

    O desfecho apresenta a opção pelo jogo da submissão e controle. O aparato máscara funciona tanto para o prazer sexual quanto para mostrar como as máscaras sociais podem cair de repente.

    Optou-se por uma linguagem simples, mas a extensão do conto, com descrições muito explicativas, poderia ser diminuída a fim de não cansar o leitor.

    Não prestei muito atenção a possíveis erros de revisão. Cito só aqueles que me saltaram aos olhos:

    • genuina > genuína
    • suagarganta > sua garganta
    • você tem medo e mim > você tem medo de mim
    • repetição excessiva do verbo sentir

    Parabéns pela participação e boa sorte.

    • Thiago Amaral
      14 de setembro de 2025
      Avatar de Thiago Amaral

      Obrigado pelo comentário e leitura, Claudia.

      O símbolo da máscara realmente é importante… queria ter desenvolvido melhor esse conto pra deixar isso melhor. Fica pra próxima.

      Até mais!

  7. Mariana
    9 de setembro de 2025
    Avatar de Mariana

    História: O relacionamento de Sabino, um advogado sério e franzino, e Lorena, a sua chefe voluptuosa. Inicialmente resistente, Sabino e Lorena se entregam a paixão e passam a se relacionarem de um modo particular. Um conto que busca ser divertido, em uma pegada sabrinesca com papéis de genêro trocados. 1,4/2

    Escrita: Há uma tentativa do conto ser divertido, além de um leve toque de fábula moral. Sabino e Lorena superam preconceitos e passam a ficar juntos, depois de se aceitarem. A parte da ofensa do vagabunda foi bem gratuita, além de que não houve um aprofundamento das motivações. Tudo parece muito esquemático para contar a história. 1,2/2

    Impacto: Você escreve bem, só realmente o desenrolar dos fatos não me pegou. 0,4/1

    • Thiago Amaral
      14 de setembro de 2025
      Avatar de Thiago Amaral

      Obrigado pelo comentário, Mariana. Realmente, tentei ser divertido kkk Tentei várias coisas, mas ainda tenho muito a aprender.

      Vou pensar sobre o que aconteceu e como melhorar os pontos que você mencionou.

      Até a próxima.

  8. Fabiano Dexter
    8 de setembro de 2025
    Avatar de Fabiano Dexter

    História

    Um texto diferente onde é explorada a relação entre Sabino e Lorena, uma diretora na empresa em que ele trabalha. São descritas as suas inseguranças e aflições enquanto ele lida com um assédio ao qual não está acostumado.

    Essa luta é parte interna e parte externa, caracterizada nos diálogos dos dois personagens. E a partir daí uma história de sedução acaba se mostrando muito mais intelectual do que carnal, com diálogos profundos e uma análise não apenas dos interesses reais de Lorena como os medos profundos de Sabino.

    Tema

    Para mim foi Alta Literatura disfarçada de sabrinesco.

    Construção

    Um texto muito bem construído e elaborado, com uma história que se desenrola de forma fluída mesmo sendo uma disputa intelectual entre dois personagens. O desenvolvimento da trama e dos dois vai se desenvolvendo até o clímax, que retorna à primeira frase que possui, inclusive, um duplo sentido muito bem pensado e alinhado com a trama.

    Impacto

    O final do conto estava interessante e, para mim, termina com os dois se entregando aos seus medos e instintos no motel. O epílogo acabou desnecessário e a tentativa de chocar ao final nem precisava estar ali.

    Gostei bastante do resultado!

    • Thiago Amaral
      14 de setembro de 2025
      Avatar de Thiago Amaral

      Fico muito feliz que tenha gostado e visto profundidade na história, Fabiano.

      De fato, acabo pendendo pra levar as coisas mais pro intelectual, assim como o Sabino… seria alguma proteção? kkk

      Valeu, até a próxima.

  9. Gustavo Araujo
    5 de setembro de 2025
    Avatar de Gustavo Araujo

    Caro(a) autor(a), devo ser honesto. Não gostei do conto. Ele se baseia numa premissa difícil de aceitar, do garoto que não quer se deixar seduzir por uma mulher confiante, mas que depois a conquista e a faz se redimir. Poderia ter se parecido com “A Primeira Noite de um Homem”, o clássico com o Dustin Hoffmann e Anne Bancroft, mas não funcionou. Sabino é um personagem raso, desculpe dizer, sem atrativos. Lorena também é estereotipada. Nenhum deles parece lutar contra os próprios fantasmas, nenhum deles questiona os próprios princípios. Talvez tenha sido sua intenção apresentá-los assim, por acreditar que o gênero sabrinesco pressupõe esse tipo de abordagem. Fato é que o conto não decolou. O leitor passa um tanto incólume pelos fatos, eis que os personagens não despertam afeição ou ódio. Indiferença quanto a eles é o que se impõe.

    Não está mal escrito, ao contrário, mas a opção por esse estilo de narração terminou servindo como repelente para quem, como eu, prefere abordagens mais profundas, filosóficas e com questionamentos psicológicos.

    De todo modo, espero que outras pessoas possam gostar da história.

    • Thiago Amaral
      14 de setembro de 2025
      Avatar de Thiago Amaral

      Sem problemas, Gustavo, entendo sua visão e faz parte. Não consegui te passar tudo que havia pensado. Acontece.

      Ainda não vi o filme que você citou, mas está no meu radar há algum tempo, vou conferir algum dia.

      Valeu e até a próxima.

  10. marco.saraiva
    5 de setembro de 2025
    Avatar de marco.saraiva

    Um conto interessante pela inversão de papéis. Sabino age e pensa de forma extremamente feminina, e Lorena age e pensa de forma masculina. Com os papéis tradicionais invertidos desta forma, a leitura soa estranhamente desconfortável e quase artificial, mas acredito que esta tenha sido a intenção do(a) autor(a). O conto inteiro brinca com a designação de papéis baseados em sexo na sociedade, com os dois personagens quase que falando por um grupo inteiro de pessoas, criticando as sensibilidades e culpas um do outro, trazendo para fora a sinceridade e, dali, finalmente, abraçando quem eles são de verdade. No final isso fica claro, com todas as inibições deixadas para trás, o casal se encontra em uma relação de sadomasoquismo – o que vem quase como uma metáfora cômica ao tema do conto, como se o texto dissesse ao leitor que, no fundo, todas estas interações entre homem e mulher são masoquismo disfarçado. Não se perde também na ironia que Sabino veste uma máscara no final, mas esta, pela primeira vez, é uma máscara vestida voluntariamente, que fala mais sobre ele do que o esconde.

    A escrita no geral é boa. Ao meu ver, os diálogos são um pouco caricatos demais, pouco naturais, mas talvez seja apenas opinião pessoal. Notei uma série de problemas de revisão – palavras faltando, palavras que foram escritas sem espaço entre elas. Mas no geral o conto tem uma escrita fluida, um ritmo bom e mantém o ritmo da leitura até o final, sem barrigas ou momentos desnecessários.

    • Thiago Amaral
      14 de setembro de 2025
      Avatar de Thiago Amaral

      Obrigado pelo comentário, Marco! Sua observação sobre a máscara é muito boa, e fico feliz que tenha notado.

      Acho que as suas críticas foram pertinentes, e vou levá-las em conta no futuro.

      Até mais!

  11. Jorge Santos
    4 de setembro de 2025
    Avatar de Jorge Santos

    Olá Danielle. O seu foi o penúltimo dos contos obrigatórios da série que tenho de ler, e foi aquele no qual encontrei mais erros. É necessário rever bem os textos antes de enviar. Fora isso, estamos perante um texto atrevido, um relacionamento que começa de uma forma “morna”, para desenvolver e acabar em casamento. Aqui é revelado que o casal gosta de apimentar a relação, mesmo depois de casados, o que faz adivinhar uma longa relação. Aqui, o casaram e viveram felizes para sempre aplica-se e torna-se expectável. Deveria ter havido um desenvolvimento que pusesse ainda mais em risco a relação. Vícios, diferença de temperamento, qualquer coisa que provocasse o conflito, que os fizesse lutar pelo que desejavam. Pelos diálogos, fiquei sem saber o que os prendia um ao outro, e não consegui ver que eram pessoas com formação superior, advogados. Os diálogos seriam os mesmos se fossem pessoas sem formação, o que me deixou algo dececionado.

    • Thiago Amaral
      14 de setembro de 2025
      Avatar de Thiago Amaral

      Oi Jorge, tudo bem?

      Concordo quanto à revisão. Foi um conto escrito às pressas, e eu pago por esse pecado.

      Quanto à jornada dos personagens, considero que teve atribulações, tanto que quase não se frutifica um romance no final kkk mas se você não sentiu isso, culpo o texto por não ter entregue mais emoções. De fato, acho que peco nesse sentido.

      Quanto à linguagem dos personagens, acho que eles argumentam e falam demais, o que está adequado à profissão kkk mas entendo o seu ponto.

      Obrigado pelo comentário.

  12. Luis Guilherme Banzi Florido
    2 de setembro de 2025
    Avatar de Luis Guilherme Banzi Florido

    Bom dia! Tudo bem? Tô lendo os contos na ordem de postagem do site, sem ter conferido quais são minhas leituras obrigatórias. Bom, vamos lá pro seu conto.

    Esse conto causou uma baita polêmica no grupo, ein? Parece que deixou uma galera um pouco irritada até hauahauah. O que me surpreendeu foi que algumas pessoas interpretaram esse texto como misógino, machista, com o protagonista como uma espécie de virjao incel. Isso me deixou um pouco confuso, pq eu interpretei exatamente o contrário.

    Para mim, o conto mostra como um homem frustrado corre o risco de se tornar um incel, reagindo com raiva e ódio às mulheres às suas próprias frustrações internas. Para mim, um incel é isso: o ódio, ressentimento, rancor que ele manifesta pelas mulheres é um mecanismo de defesa para camuflar o próprio sofrimento, a sensação de impotência, a frustração de não conseguir se dar bem com as mulheres. Ele reage explodindo e atacando para não olhar para dentro de si e ver a própria sombra. Não entendam mal, não estou passando pano pra incel. São uma comunidade horrorosa e perigosa em crescimento. Só tô dizendo que, psicologicamente, me parece que a raiva é uma máscara das próprias frustrações. Já que não consegue olhar para si mesmo e tratar das suas feridas, projeta a frustração no alvo que o “impede de se sentir um homem pleno”, sabe?

    Me parece que esse conto é exatamente sobre isso. Sabino, frustrado, ferido, impotente, corre o sério risco de cair no incel. Ele fica na beira disso. Na minha opinião, o momento em que ele a chama de vagabunda é o momento em que ele está à beira do abismo, em que, caso dê mais um passo, seguirá um caminho sem volta de projeção das próprias frustrações como ódio pelas mulheres. Acho que é oq acontece com muitos (cada vez mais) homens na sociedade atual (e muitos meninos, adolescentes. A série Adolescência mostra o quanto precisamos nos preocupar com isso e dialogar com os mais jovens). Acho que ali, no momento da ofensa, e no momento em que ele desaba e desabafa, é a virada de chave do personagem. É quando ele finalmente olha pra dentro de si e admite seus sentimentos. É quando ele para de projetar a frustração e olha pra ela. E assim, da um passa para trás, para longe do abismo.

    Concordo que a mudança, o desfecho do conto possa ter soado brusco, acho que o conto falha um pouco aqui, mas para mim a mensagem está toda lá.

    Enfim, esse é meu pitaco sobre o tema. Um conto com profundidade de personagem, profundidade narrativa, discussão social e que fala, especialmente, sobre a importância de encarar a própria sombra, senão ela nos domina por completos e leva por caminhos, claro, sombrios. Sabino chegou perto, mas ao se abrir e liberar os sentimentos, escapou desse caminho desgracado.

    Parabéns e boa sorte!

    • Thiago Amaral
      14 de setembro de 2025
      Avatar de Thiago Amaral

      Valeu pelo comentário e pela defesa, Lu. Você e o Leandro foram os que leram o conto de maneira mais original, e fico feliz por ter proporcionado visões distintas.

      Acho que tem conexões mesmo com a questão incel, apesar de eu não estar pensando nisso na hora de escrever. Estava mais focado mesmo na repressão auto-inflingida pelo medo, mas de fato é isso que acontece com os membros desse movimento também, na minha opinião. Você notou bem que o comportamento do Sabino era um retrato trágico, e não algo que eu estava tentando enaltecer. Ainda bem kkk

      Quanto à parte técnica, concordo, e tentarei melhorar da próxima (nem percebi que estava sendo brusco, mas muita gente comentou)

      Valeu, até a próxima.

  13. sarah
    1 de setembro de 2025
    Avatar de sarah

    Olá! Gostei do seu pseudônimo, risos. A Daniele Still tem uns livros bastante… digamos adequados para o tipo de tema desse desafio de contos aqui. kkkk. Eu já li uns dez livros dela, e apesar de ter aprendido bastante coisa e gostar de todo o romance, de fato romântico, bem, eu cansei do jeito dela escrever. Enfim, desculpe o desvio.

    Acho que seu conto exemplifica bem como as relações humanas são no mínimo complexas. O Sabino parece inseguro, centrado, resistente. A Lorena provoca, insinua e apesar de controlar tudo e gostar de estar no controle, só quando os dois tem esse pequeno confronto na estalagem, é que eles conseguem se conectar de verdade.

    Sua construção do relacionamento deles também foi muito bem feita. O encontro no bar, as ligações e mensagens de texto e depois o encontro mais decisivo, a coisa vai escalonando sabe? Da pra ver a sequência ali acontecendo na nossa frente, ficou muito legal isso.

    Eu gostei daquela parte mais no início quando ela coloca a pulseira nele e fica dizendo que ele é todo certinho, puro e tal, risos. Pra mim foi a melhor das provocações.

    Gostei bastante do final do conto onde mostra que os dois ficaram juntos, provavelmente se casaram e tudo. Só não entendi as últimas duas linhas do conto. Mas foi um conto muito bem escrito.

    • Thiago Amaral
      14 de setembro de 2025
      Avatar de Thiago Amaral

      Sabe que eu estava a dois minutos de perder o prazo e o nome Danielle Steel era o único que tinha na minha cabeça? Aí no desespero foi o que eu escrevi… kkkk

      Você foi a única pessoa que notou a pulseira, que eu achei um símbolo importante na história. Fico feliz de ter gostado do tema e da estrutura.

      Sarah, obrigado pela leitura e nos vemos nos próximos desafios (se eu não procrastinar demais)

  14. toniluismc
    27 de agosto de 2025
    Avatar de toniluismc

    O conto é escrito de forma clara e estruturada, com boa divisão entre ambientação, diálogos e ação. O texto apresenta poucos erros de escrita, o que mostra cuidado na revisão. Entretanto, há problemas de ritmo: algumas passagens se alongam além do necessário (especialmente nas reflexões internas de Sabino), o que enfraquece a intensidade da narrativa.

    Os diálogos são funcionais, mas poderiam ser mais naturais e consistentes. Muitas falas soam explicativas demais, como se os personagens falassem para o leitor, e não entre si. Ainda assim, o autor consegue manter a coesão narrativa do início ao epílogo, com uma curva bem definida (encontro → tensão → confronto → entrega → desfecho).

    A ideia de um jovem advogado inseguro em confronto erótico-psicológico com uma mulher mais experiente e poderosa não é nova, mas aqui ganha algum frescor pela forma como o autor mistura:

    • O cenário profissional (escritório, tribunal, colegas) com a intimidade.
    • O jogo de poder que alterna entre Lorena e Sabino, culminando numa inversão de máscaras.
    • A ironia do epílogo, em que ambos assumem a dinâmica sadomasoquista de maneira aberta e quase cômica.

    A força criativa está menos na originalidade da trama e mais na tentativa de mesclar erotismo, drama psicológico e crítica social (machismo, insegurança masculina, jogos de poder corporativos). A execução, no entanto, oscila entre momentos realmente interessantes (como a explosão de sinceridade de Sabino) e outros mais caricatos (como a resolução súbita, seguida pelo epílogo com máscara de couro).

    O impacto maior vem do confronto emocional no quarto da estalagem. Esse trecho, de fato, tem intensidade e transmite a vulnerabilidade dos dois personagens, despindo-os de seus papéis. Porém, o efeito acaba diluído pelo epílogo, que tenta dar leveza/humor, mas soa artificial e deslocado, quase como um “fan service” ao gênero sabrinesco/hot.

    Há cenas que se aproximam do registro da Alta Literatura (quando Sabino confronta seus medos, memórias do pai, reflexões sobre autenticidade), mas o texto prefere terminar com um sabor mais sabrinesco erótico, o que tira parte da profundidade conquistada antes. Ainda assim, é um conto que pode marcar o leitor pela tensão psicológica entre desejo e medo.

    Parabéns pelo texto!

    • Thiago Amaral
      14 de setembro de 2025
      Avatar de Thiago Amaral

      Antônio, agradeço pela leitura profunda e pelos pontos levantados. É um dos comentários que mais vão agregar ao meu futuro.

      Nos vemos nos próximos desafios! (espero)

  15. Kelly Hatanaka
    19 de agosto de 2025
    Avatar de Kelly Hatanaka

    Eu não avalio esta série, então, me permito avaliar como leitora, de forma mais livre e bem pelo meu gosto pessoal. Desculpe alguma coisa.

    Tema

    Não é alta literatura. Romance? É, talvez. Mas um romance bem esquisito. Um romance sem clima romântico. Uma mocinha direta e sem firulas e um mocinho complicadinho, todo errado e muito, muito, mas muito chato mesmo.

    Considerações

    Por algum motivo misterioso, Lorena se interessa por Sabino e insiste em ficar com ele. Ele, por outro lado, quer mostrar que não é “desses”, é rapaz de família e está se guardando. Mas Lorena insiste porque… por que mesmo? Bom, ela insiste, eles ficam juntos e parecem estar curtindo uma coisa BDSM.

    Acho que o autor quis fazer uma espécie de inversão de papeis. Com um rapaz hesitante, como costumavam ser as moçoilas de outrora, procurando o amor verdadeiro, e uma mocinha audaciosa e pragmática como eram os heróis de antanho.

    Mas, isso acabou resultando em um mocinho chato, choraminguento e caga-regras e uma mocinha esquisita e com motivações incompreensíveis. Impossível entender o que ela quer com o Sabino.

    Fiquei pensando de que forma isso poderia funcionar. Acho que o mais importante seria que os personagens fossem gostáveis. Para isso, o leitor teria que entender por que o rapaz é como é, teria que simpatizar com ele. Idem a mocinha. Por que ela é como é?

    • Thiago Amaral
      14 de setembro de 2025
      Avatar de Thiago Amaral

      Pois é, Kelly, as coisas que você mencionou estavam na minha cabeça, mas foi falha na execução. Sabe como é… infelizmente.

      Minha intenção não era fazer Sabino parecer casto, mas acabou acontecendo. Fazer o quê.

      Entendo sua reação, e agradeço o comentário.

  16. Anderson Prado
    18 de agosto de 2025
    Avatar de Anderson Prado

    Olá, autor.

    Autor, não se chateie, mas não consegui gostar do seu texto. Não me impactou. Pra comentar, tive de reler, tão pouca impressão ele inicialmente me causou. Não se registrou ou fugiu da memória. Puro entretenimento. Mesmo para um sabrinesco, julguei pouco. Nossos Sapatos Não Combinam e O Conde Que Me Amava também se aventuraram no tema sabrinesco, mas ambos causaram uma forte impressão, tendo o primeiro sido minha única nota cinco.

    Este seu conto é uma história de conquista que não me convenceu. Não me convenceu que uma mulher com fama de conquistadora tenha se deixado finalmente conquistar. Não me convenceu a inserção de um epílogo posto ali de maneira um tanto despropositada, descontextualizada, deslocada, jogada, como se todo o conto fosse dividido em partes, quando, na verdade, não é.

    Nota 2.

    • Thiago Amaral
      14 de setembro de 2025
      Avatar de Thiago Amaral

      Oi, Anderson. Entendo que tenha parecido puro entretenimento pra você, apesar de não ser essa minha intenção. Nunca é. Mas é um efeito compreensível, e que devo trabalhar para eliminar.

      Quando você gostar de um conto meu, será porque minha escrita mudou radicalmente kkk Quem sabe isso acontece? Não me encontrei como escritor ainda, com certeza.

      Enquanto isso acontecer, pode ter certeza que não me chatearei. Estarei esperando, na verdade. E extraindo ajuda dos seus comentários, na parte que fizer sentido para mim.

      Obrigado e até os próximos desafios.

  17. Antonio Stegues Batista
    17 de agosto de 2025
    Avatar de Antonio Stegues Batista

    Pareciam desconhecidos se encontrando pela primeira vez. No início o rapaz se comporta como uma pessoa educada e tímida, no momento seguinte, se torna rude e até xingou a mulher sem motivo aparente. Me pareceu que cada um tinha um problema psicológico. Uma hora ele sente atração pela mulher, outra hora sente náusea. A princípio penei que Lorena fosse um travesti, o rapaz até xinga ela por se comportar como homem. Talvez eles, na intimidade trocam os papéis, as máscaras indicam isso. Talvez eu tenha entendido errado e não é culpa da autora, o rapaz é bipolar. O conto está com os dois temas, embora a escrita seja simples. Quandom li o título, achei que a história se passasse na Idade Média, o nome Sabino lembra um monge misterioso andando pelas ruas de Veneza, em uma missão secreta, ou algo do tipo.

    • Thiago Amaral
      14 de setembro de 2025
      Avatar de Thiago Amaral

      Antonio, você entendeu várias coisas. Eles eram desconhecidos mesmo, eles tinham problemas psicológicos, eles trocam papéis. Isso mesmo kkk Ele a xingou por um motivo, mas não ficou claro. Faz parte.

      O nome Sabino coloquei porque é um nome que existe e Sabrino ficaria absurdo demais (apesar de eu nunca ter conhecido um Sabino). Mas acho ue dá um ar de alma velha que o personagem tem, também (apesar de ser um pouco inexperiente na vida, verdade).

      Obrigado pela leitura e comentário.

  18. Léo Augusto Tarilonte Júnior
    15 de agosto de 2025
    Avatar de Léo Augusto Tarilonte Júnior

    Tema sabrinesco.Enquadrei seu conto nessa categoria porque ele fala sobre a maneira como Lorena seduz Sabino.Achei a história um tanto seca, com pouca ênfase nas emoções dos personagens.Confesso que não entendi o lance da máscara de couro no final do conto.

    • Thiago Amaral
      14 de setembro de 2025
      Avatar de Thiago Amaral

      Léo, agradeço o comentário.

      De fato, eu sou uma pessoa meio seca e tenho dificuldade em colocar emoções na escrita. Tenho que ver isso melhor, soa importante pra um escritor hahahaha

      O final destoou porque escrevi às pressas, um pecado que também reconheço.

      Até a próxima!

  19. cyro eduardo fernandes
    13 de agosto de 2025
    Avatar de cyro eduardo fernandes

    Romance tórrido, bem escrito. Os personagens bem definidos, mulher forte, sensual e dominadora; homem inseguro, tímido e sensível. Final Sabrinesco, onde os opostos se despem das armaduras e se entregam.Pequenas falhas de revisão: Um incômodo estranho apertava suagarganta /A verdade é que você tem medo e mim.

    • Thiago Amaral
      14 de setembro de 2025
      Avatar de Thiago Amaral

      Cyro, obrigado pelo comentário. Você pegou bem as ideias que eu queria passar. Nos vemos nos próximos desafios.

  20. Pedro Paulo
    12 de agosto de 2025
    Avatar de Pedro Paulo

    Eu não gostei. Admitidamente, concebo que há algo de visão de mundo influenciando as impressões que comentarei abaixo, aspecto de que falaria menos se fosse obrigado a dar nota. Ainda assim, há elementos que criticarei a um nível mais técnico.

    Achei que a adjetivação não foi tão bem dosada, como nos parágrafos em que Lorena é caracterizada. Cabia descrição, é claro, mas “sozinha e estonteante” não combinam, “volumosa e sensual” parecem genéricos assim como me pareceu dispensável dizer que seus dentes eram brancos. Os diálogos fluem melhor, embora remetam a uma caracterização rasa das duas personagens, já que sempre que soubemos do que falam, apenas reforçam seus papéis na narrativa – talvez o que mais achei negativo no conto, logo deixado para ser comentado adiante. Fala-se de eles terem conversado por horas e terem se gostado, por exemplo. Mostrar um pouco esse diálogo talvez inspirasse quem lê a gostar dos personagens também.

    Narrativamente, o tom moralista do texto obsta a diversão que era de se esperar de um sabrinesco. A princípio, pareceu-me que o conto seria mais um genérico em que o deslocado conquista a superior bonitona. E teria sido melhor que fosse. Por um instante me pareceu que fosse algo mais interessante, em que o personagem masculino se faria de difícil e a tensão dirigisse a trama. Pode ser lido dessa forma, mas não é só isso. Logo na primeira conversa todo o diálogo caracteriza a protagonista como uma predadora e o outro personagem como um homem atormentado entre a insegurança e o desejo, mas o qual desde o princípio compartilha o seu medo na forma de misoginia – insultando Lorena – e sexismo – sendo reiterado como, para o protagonista, o que é fora do lugar é o comportamento dela em relação a ser uma mulher e “”agir como homem””. Assim, embora os diálogos estejam bem escritos, são funcionais em caracterizar os personagens na superfície de suas funções na narrativa: moralizar.

    A grande catarse é o encontro no quarto do hotel, mas antes de chegarmos lá há um trecho em que o protagonista rememora a sua infância sob um pai que aparenta detestar e também reflete sobre si mesmo em contraposição a fisiculturistas na academia. Por um lado, há verossimilhança nesse retrato de um indivíduo inquieto diante da imagem de si mesmo… mas senti acentuar o quanto genérica é a caracterização do personagem, além de ser uma pessoa intragável que não consegue afirmar a si mesmo sem desdenhar de outros. E sim, há pessoas assim, mas como esse é o que predomina no texto, talvez seja compreensível o quanto enfadonho tenha sido e como não se tem envolvimento com o personagem, querendo mais é que a outra protagonista busque algo melhor para fazer ou alguém mais simpático com quem estar…

    Mas então chegamos na última conversa antes da entrega. Nesse ponto é onde o diálogo se sobressai mais profundamente moralista e o conto revela o seu ápice ao dobrar a personagem da Lorena como mostrando sua verdadeira face ao equalizar a sua assertividade e sexualidade como apenas uma performance masculina. O próprio Sabino questiona a qualidade do trabalho dela e o seu porte seguro no bar como uma tentativa de “agir como homem”. E ela admite que é uma tentativa de compensar por não ser. Aparentemente, o masculino é o que detém a virtude nessa história e todo o recato, a cautela e a relutância de Sabino são virtuosos e redentores, a ponto que após essa linha de diálogo, os dois estão vulneráveis e podem realmente se conectar. O último parágrafo da seção arremata:

    “Lorena, despida de sua máscara de controle, e admirando e conhecendo profundamente com quem ali estava, pôde pela primeira vez se entregar totalmente a um homem, e finalmente relaxar ao ser mulher.”

    Sabino é reafirmado como homem, enquanto todo o texto parecia sugerir, por meio de Lorena, uma suposta emasculação. Ela, por sua vez, agora é mulher, pois aceitou que apenas dissimulava masculinidade quando… bem, trabalhava de modo competente e flertava, ao que parece atributos somente possíveis de serem associados ao masculino.

    Desculpe, mas esse último trecho trazido aqui entre aspas foi difícil de engolir. Li em voz alta e senti a boca azedar.

    E tem um epílogo. Até antes, ao menos havia uma consistência na fábula sexista, em que o virgem virtuoso redimiria a travestida tarada. Mas, ao final, os dois estão resolvidos e uma pequena reviravolta é apresentada aludindo ao BSDM, como se a autoria dissesse: pois, na verdade, Sabino era sim safadinho e Lorena o acompanhou… senti o BSDM incluído para redimir a virgindade do personagem com uma faceta mais travessa, o que, por sua vez, pareceu-me bastante juvenil por aludir a essas práticas como uma ousadia secreta…

    Enfim, o conto tem a sua mensagem bem clara e formulada. Meu diálogo com essas ideias é este comentário.

    • Thiago Amaral
      14 de setembro de 2025
      Avatar de Thiago Amaral

      Pedro Paulo, tudo bem?

      Seu comentário era o que eu mais queria ler, pelos seus teasers no grupo. Estava curioso pelas suas impressões, já que parecia ter tido grande aversão pelo texto. Levantei teorias que explicassem isso, e posso dizer que acertei: a sua reação é bem próxima do que eu pensava. Vou respondê-la nos próximos parágrafos.

      Primeiramente, queria dizer que entendo completamente sua leitura. Na verdade, depois que eu já havia escrito o texto, dei uma relida nele e, ao passar os olhos pelo mesmíssimo parágrafo que você mencionou, soltei um “urgh” ao notar a desgraça que havia resultado das minhas horas de escrita desesperada e despreparada. De fato, soa como um autor conservador defendendo os papeis de gênero tradicionais, o que não era minha intenção. Na verdade, eu estou surpreso de só você ter concluído isso!

      Na minha visão para esse conto, há uma inversão de papeis, mas eu não queria colocar pontos positivos na inversão. Eu queria mostrar Sabino com uma feminilidade tóxica (se guardando e esperando por medo), e Lorena com masculinidade tóxica (criticando-o por não agir, sendo provocadora demais). No fim, virou uma bagunça, admito, tanto por parágrafos mal explicados e desenvolvidos (como o que você mencionou, que foi o ápice) quanto por eu não ter desenvolvido Lorena como deveria, não parecendo que ela foi errada e nem compreendendo-se suas motivações. E também por ter escrito tudo de uma vez, como se para salvar minha vida.

      Também não ajuda ser esse um assunto espinhoso e complicado, e que mexe com as pessoas.

      Portanto, minha intenção não era pintar Sabino como virtuoso, muito pelo contrário. Mas talvez deixar mais claro o erro dele no clímax também seria imperativo para evitar ainda mais essa confusão.

      Quanto à cena de sexo e à questão BDSM, meu plano era mostrar mais transcendência do que afirmar papéis tradicionais, tentando sugerir a troca constante desses papéis. Isso diz muito sobre as disparidades entre o que tem na nossa cabeça e o que de fato vai pro texto kk Mas não descarto o caráter juvenil que você comentou: tenho um lado assim, com o qual flerto bastante ao evitar ser pretensioso na escrita. Ainda estou me achando nesse ofício (como pode ver kkk).

      Bom, porque expliquei tudo isso? Acho que tem vários motivos, e talvez o principal seja porque valorizo sua opinião e gosto de seus textos. Queria mostrar por que o que você disse faz sentido, mas também mostrar meu lado, por mais imperfeito seja. Acho super válida sua resposta e posicionamento sobre o texto, e fiquei me perguntando: por que você não falaria tanto se tivesse que dar nota? Ainda bem que não tinha, pois gostei de dialogar e pensar sobre o contraste entre o que eu queria escrever e o que você leu. Apesar de eu ter me arriscado parecer algo que não quero ser, gostei da experiência.

      Agradeço o comentário e nos vemos nos próximos desafios (espero!)

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Publicado às 2 de agosto de 2025 por em Liga 2025 - 3A, Liga 2025 - Rodada 3 e marcado .