EntreContos

Detox Literário.

Pantanal GO: Captura Real (Antonio Luis Mendes)

O ar denso e úmido do Pantanal grudava na pele de Nathan – um choque térmico e sensorial em comparação ao ambiente climatizado e previsível de São Paulo. Férias escolares na casa do Tio Jonas, um biólogo imerso naquele mundo selvagem completamente afastado da área urbana, eram para ser uma desintoxicação digital. Todavia, o garoto se agarrava ao celular como a uma bóia salva-vidas. A tela exibia Pokémon GO, uma versão do famoso jogo adaptada especialmente para o público brasileiro. No entanto, os sons reais da mata ao seu redor – o piar estridente de uma arara-azul, o zumbido insistente de mosquitos – deixavam-no tenso. Animais de verdade, com dentes e garras, eram bem diferentes dos pixels amigáveis.

— Cuidado por onde pisa, Nathan — a voz grave do Tio Jonas o alcançou da varanda, onde limpava uma lente de câmera. — A seca deixa as sucuris mais ousadas perto da água, e nunca se sabe quando um jacaré está só “descansando” na margem.

Nathan apenas murmurou um “uhum”, mais focado na notificação vibrante:

— Olha só! Um Capispike Lendário apareceu no radar! — murmurou para si mesmo, os olhos grudados na tela.

O tio suspirou, balançando a cabeça. Aquele sobrinho precisava aprender a olhar para cima, para a vida real pulsando ao redor – bela, sim, e que não perdoava distrações.

Ignorando o conselho e o instinto que gritava para não se afastar, Nathan seguiu o radar virtual. A silhueta da capivara estilizada o atraía para perto da linha da vegetação mais densa. O cenário era de uma beleza crua: ipês ainda ostentavam flores roxas teimosas, garças brancas pontilhavam o verde-escuro da vegetação aquática… mas as marcas das queimadas recentes eram visíveis – troncos enegrecidos como fantasmas e aquele cheiro persistente de fumaça pairando no ar, uma tensão silenciosa sob o sol forte.

Foi quando a realidade atropelou o virtual. Encolhida sob a sombra de uma figueira antiga, tremendo, estava uma capivara. Não um amontoado de pixels, mas um ser vivo, de pelos marrons e olhos assustados. Havia um corte em sua pata, e algo em sua pelagem parecia… diferente. Um brilho, uma textura quase irreal. Era assustadoramente parecida com o Capispike do jogo.

Nathan hesitou, o coração martelando. Nunca tinha chegado tão perto de um animal selvagem que não estivesse atrás de uma grade. Porém, o sofrimento nos olhos da criatura quebrou sua paralisia. O medo inicial deu lugar a uma onda de curiosidade e compaixão.

— Calma, amiguinho… ou amiguinha? — sussurrou.

Aproximou-se devagar, com as mãos visíveis. A capivara o observou com seus olhos escuros e úmidos, sem se mover. Com cuidado, Nathan usou o cantil para limpar o ferimento e improvisou uma bandagem com um lenço limpo que carregava. O animal estremeceu, mas deixou.

A tranquilidade durou pouco.

Um barulho na água fez ambos congelarem. Um jacaré, pequeno mas ameaçador, deslizou para a margem, os olhos fixos na dupla inesperada. Nathan paralisou, o pânico subindo pela garganta. Entretanto, antes que pudesse gritar, a capivara à sua frente mudou.

Num instante, sua pelagem fofa e marrom se ergueu, transformando-se em centenas de espinhos curtos e afiados, como um porco-espinho aquático. Ela emitiu um som baixo, um rosnado gutural, e os espinhos vibraram. O jacaré hesitou, pareceu repensar o almoço fácil, e recuou para a água, desaparecendo.

Assim que o perigo passou, os espinhos se retraíram, e ela voltou a ser… uma capivara.

Uma capivara extraordinária.

— Você… você é um Capispike de verdade! — gaguejou Nathan, maravilhado.

O animal pareceu entender – ou talvez apenas sentiu a admiração – e deu uma fungadinha na mão estendida do garoto. Naquele momento, um elo se formou.

— Não se preocupe – disse Nathan, com voz firme pela primeira vez. — Eu vou te proteger.

E a batizou ali mesmo: SPIKE.

A promessa seria testada na manhã seguinte.

O zumbido insistente de drones que não pareciam ser de pesquisa ambiental rompeu o silêncio. Eram rápidos, escuros, e voavam baixo demais. Mais tarde, viu um jipe sem placa rondando a estrada. Um arrepio percorreu Nathan. Não era paranoia de garoto da cidade; estavam procurando por algo. Ou por alguém.

Enquanto acariciava Spike, que cochilava sob um arbusto, seus dedos encontraram algo duro e frio atrás da orelha do animal: uma minúscula placa metálica, quase invisível, gravada com um símbolo desconhecido. Aquilo não era natural. Spike provavelmente seria resultado de algum experimento.

A confirmação veio de forma barulhenta e desajeitada, tão sutil quanto um trio elétrico no meio da mata. Duas figuras surgiram, tropeçando em raízes e discutindo em voz alta.

— Culpa sua, Ronaldo! Eu falei que o atalho pela vazante ia dar nisso: meu tênis plataforma tá puro barro! — resmungou Renata, ajustando os óculos escuros espelhados.

— E eu avisei que seguir receita de bolo da internet pra consertar o rastreador iônico não ia prestar! Agora ele só apita perto de pé de pequi! — retrucou, tentando sem sucesso ajeitar o colarinho duro do uniforme branco com o “R” vermelho chamativo.

Pararam, fizeram a pose e declamaram, com mais entusiasmo do que sincronia:

Ronaldo: Prepare-se pra encrenca, tamo na parada!

Renata: E encrenca dobrada, bem brasileirada!

Ronaldo: Pra proteger o caos de toda a nação!

Renata: E provocar confusão na preservação!

Ronaldo: Para denunciar as fofuras da biodiversidade!

Renata: Pra ampliar nosso lucro com muita maldade!

Ronaldo: Ronaldo!

Renata: Renata!

Ronaldo: Equipe Rocket do Brasil em ação…

Renata: Preparados pra cumprir a missão!

Ambos: Simbora agora ou vai dar explosão!

— Ali! O ativo biológico experimental CP-01! — gritou Ronaldo, apontando um dedo trêmulo para Spike. — Rende o bicho, moleque!

— Pega a rede de captura iônica! — ordenou Renata.

Ronaldo apertou um botão em seu cinto – e a rede saiu voando… direto no rosto da parceira.

— Ai! Essa geringonça tá com defeito de novo, Ronaldo!

— Foi você que calibrou errado pra tentar pegar sinal de novela!

Aproveitando a confusão, Nathan agarrou Spike e correu para o interior da mata. A fuga foi desesperadora. O terreno irregular, a vegetação densa e o calor escaldante eram desafios constantes. A dupla da Equipe Rocket vinha atrás, mais barulhenta que perigosa, seus gritos e reclamações ecoando:

— Culpa sua não ter trazido repelente!

— Será que aqui pega sinal pra ver o jogo?

Escondido em uma formação rochosa, Nathan encontrou uma mochila abandonada – provavelmente de um dos agentes anteriores. Dentro, um tablet parcialmente destruído. Com dificuldade, conseguiu ligá-lo. Havia fragmentos de mensagens:

“Experimento CP-01 instável”

“Tecnologia não-identificada integrada”

“Usar janela de queimadas para operação de extração”

“Risco de ignição em caso de sobrecarga do núcleo…”

Então era isso. A organização por trás da Equipe Rocket estava usando as queimadas como cortina de fumaça. E pior: os experimentos eram tão perigosos que podiam causar mais incêndios. Enquanto examinava o tablet, um som de faíscas e um grito de “Ops!” vieram da direção dos seus perseguidores, seguido por uma pequena coluna de fumaça subindo entre as árvores. A tentativa estabanada de captura deles havia iniciado um novo foco de incêndio.

O confronto final veio ao anoitecer.

Ronaldo e Renata – agora com “reforços” tecnológicos que pareciam ter sido consertados com fita adesiva – encurralaram Nathan e Spike perto de uma clareira onde o fogo recém-iniciado começava a lamber a vegetação seca. Uma pequena base improvisada, com equipamentos zumbindo, estava montada ali.

— Agora você não escapa, pivete! — disse Renata, brandindo um lançador de gosma.

Acontece que Nathan não era mais o mesmo garoto assustado da cidade grande. O Pantanal, Spike, o perigo – tudo o havia forçado a crescer. Lembrou-se dos avisos do tio sobre os hábitos dos animais locais. Assobiou alto – um som agudo que aprendeu a imitar. Quase que imediatamente, um bando de quatis curiosos surgiu, atraído pelo barulho e pelo cheiro de algo que Ronaldo estava comendo. Em busca de comida fácil, começaram a fuçar nos equipamentos da Equipe Rocket, desligando cabos e causando curto-circuito e caos.

— Saiam daqui, seus ratos de árvore com grife! — gritou Ronaldo, tentando espantá-los.

No meio da confusão, Renata disparou o lançador de gosma – e acertou o próprio parceiro, que ficou grudado no chão.

— Eu não acredito, Renata! Era meu último pacote de pão de queijo!

Foi a chance de Spike. Com um salto ágil, eriçou os espinhos e correu, cortando as mangueiras dos equipamentos restantes e desarmando Renata, que tropeçou e caiu numa poça de lama próxima à base.

— Isso é culpa sua, Ronaldo! Sempre querendo bancar o galã do Cerrado!

— E você, com essa sua pontaria de quem mira o gol e acerta a bandeirinha de escanteio!

Enquanto a dupla discutia, Nathan correu até o console principal da base improvisada. Com o coração na boca, encontrou a opção “Apagar Registros Locais” e a ativou. Ao mesmo tempo, usou o tablet semi-destruído para enviar as informações que conseguiu salvar, de forma anônima, para o email encriptado do Tio Jonas. Era o máximo que podia fazer.

As autoridades ambientais, alertadas pelo tio (que recebeu a mensagem e agiu rápido) e pelo brilho do incêndio agora contido, chegaram logo depois. Ronaldo e Renata foram encontrados atolados, ainda culpando um ao outro, e levados sob custódia. A Equipe Rocket no Brasil sofrera um golpe – pelo menos por enquanto.

A despedida, dias depois, foi silenciosa. Na varanda, olhando Spike pastar tranquilamente perto da casa, Nathan sentiu um aperto no peito. Sabia que a cidade grande não era lugar para ele. Contudo, o tio tinha um plano.

— Falei com uns colegas — disse, pousando a mão no ombro do sobrinho. — Há um parque de preservação excelente, perto de São Paulo. Grande, seguro, monitorado. Ele pode ficar lá. Oficialmente, será uma “variedade rara de capivara em estudo”. Ninguém vai desconfiar. E você poderá… visitá-lo de vez em quando.

De volta ao seu quarto em São Paulo, o cheiro de asfalto substituindo o de terra úmida, Nathan abriu o Pokémon GO. Navegou até o parque indicado pelo tio. Lá estava: um ícone brilhante, o Capispike Lendário, pulsando suavemente na tela, exatamente sobre a área onde seu amigo real agora vivia livre e seguro.

Um sorriso brotou em seus lábios. A aventura havia terminado, mas a conexão – real e virtual – permaneceria para sempre. Ele tinha mudado.

O Pantanal, e um amigo muito especial, haviam lhe ensinado a olhar para cima.

Sobre Fabio Baptista

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20 comentários em “Pantanal GO: Captura Real (Antonio Luis Mendes)

  1. Thiago
    14 de junho de 2025
    Avatar de Thiago

    No começo eu estava gostando, mas acho que se perdeu do meio para o final. Era interessante a ideia de contrapor com a realidade o mundo artificial das telas. Eu sempre digo que os escritores de literatura infantil deveriam mostrar menos unicórnios e mais cavalos. 

    Este conto fez um contraponto interessante entre Pokémon e pantanal, mas ao final resultou em algo que nem é Pokémon nem pantanal. A impressão de que me passou é que, em vez da realidade atropelar o virtual, o virtual atropelou a realidade, não na história em si mas pela falta de realismo na escrita. Mesmo se tratando de uma história infantil, não faz mal um pouco mais de realismo na escrita, mas cavalos que unicórnios. 

  2. Thales Soares
    14 de junho de 2025
    Avatar de Thales Soares

    Considerações Gerais

    Este conto tem uma premissa criativa e envolvente que mistura o universo de Pokémon GO com o ecossistema pantaneiro brasileiro. A ambientação é rica (dá vontade de sentir o calor úmido e ouvir os sons da mata) e a história introduz elementos brasileiros de forma orgânica, como a fauna local e o drama da seca e das queimadas. A capivara “Spike”, que é ao mesmo tempo heróica e divertida, é um destaque simpático. A presença da “Equipe Rocket do Brasil” traz um tom divertido e caricatural que combina com o clima lúdico de uma fanfic.

    Pedradas

    A história transita entre realismo, fantasia e aventura sem uma linha de tensão constante, gerando uma narrativa sem fio condutor firme. Ficou parecendo uma sequência de eventos soltos em vez de uma jornada com crescimento claro. Faltou um arco mais definido para Nathan, em que cada cena fosse nutrir seu desenvolvimento gradual.

    O final foi corrido e com direito a Deus Ex Machina. A chegada súbita de drones, tecnologia experimental e autoridades simplifica demais a resolução, fazendo com que tudo pareça muito conveniente, e no fim só deu certo por conta do poder do lápis (tecladod) do escritor. A intervenção externa quebra um pouco a imersão e tira a sensação de conclusão orgânica. O gancho do “parque de preservação” ficou repentino e conveniente, sem muita construção prévia.

    A transformação da capivara em Capispike funciona bem no imaginário, mas o trecho emocional final (“a conexão real e virtual permanecería”) soou um pouco piegas. Faltou algo mais sutil, um gesto pequeno com impacto, que poderia carregar o peso emocional sem virar chavão.

    Conclusão

    Este conto diverte, com sua mistura de digital e natureza, e valoriza o contexto brasileiro. O tom aventureiro e o humor da “Equipe Rocket” são pontos fortes. O que empalidece é a falta de um fio narrativo mais sólido e um desfecho menos dependente de soluções externas. Com um pouco mais de estrutura, ritmo constante, tensão crescente e uma resolução mais construída, essa fanfic poderia se tornar uma aventura memorável.

  3. leandrobarreiros
    14 de junho de 2025
    Avatar de leandrobarreiros

    A transição do mundo de Pokémon para o Pantanal funcionou bem, pelo menos em nível de enredo. Acredito que o autor conseguiu abordar bem os elementos que tornam uma história de Pokémon interessante, embora eu tenha sentido falta de uma batalha, algo que tanto caracteriza a PI.

    O conto, contudo, é muito curto. Sei que essa é uma crítica genérica e que o tamanho, em si, não importa muito, mas sinto que o autor se apressou em cumprir os requisitos de uma história sólida sem se dedicar muito ao desenvolvimento desses pontos.

    Temos os avisos, os antagonistas, o herói aprendendo uma lição e voltando ao seu mundo um pouco diferente (nem tanto, se pararmos para pensar, o que torna a mudança um pouco artificial) e a retomada do início para deixar o conto “redondo”. Mas tudo acontece rápido demais, sem muito desenvolvimento. Falta um pouco de personalidade nos personagens, na minha opinião.

    Parece ser o texto de um autor competente (e, talvez, experiente), que sabe quais “notas” uma história precisa ter para funcionar e que correu para atingir todas elas, sem, no entanto, se dedicar a lapidá-las.

    No mais, muitos elementos da história parecem que funcionariam melhor em um episódio de desenho animado, como a desventura da Equipe Rocket. Nesse sentido, o texto me lembrou o conto sobre o Homer. Seria um roteiro muito bom, mas a transição para o formato de conto não foi executada da melhor forma, embora, a meu ver, tenha sido mais bem-sucedida aqui.

  4. Gustavo Araujo
    13 de junho de 2025
    Avatar de Gustavo Araujo

    De início o título me levou para um lado inesperado. Pantanal, GO. Cheguei a pensar que leria uma história sobre como o estado de Goiás teria se tornado pantanoso ou algo assim. Engano desfeito já no primeiro parágrafo. Aqui temos uma espécie de fanfic de Pokemon misturando a fauna brasileira com certa dose de humor, ou ao menos uma tentativa de humor. Uma história escrita de maneira competente, isenta de erros, mas que, na verdade é… chata.

    Nathan é um protagonista unidimensional, mesmo sob a ótica infanto-juvenil que permeia a narração. A capivara parece mais interessante no desenho que ilustra o conto do que no texto em si. O texto contém descrições em excesso e diálogos um tanto teatrais, que culminam numa atuação estilo “sessão da tarde” da dupla de agentes Ronaldo e Renata, só faltando o narrador dizer que se tratava de “altas aventuras e grandes confusões”. No fim, ainda tem a moral da história…

    Em suma, não funcionou comigo. Não consegui me afeiçoar aos personagens, tampouco me conectar com a narração. Fiquei o tempo todo acompanhando a barra de rolagem da tela para ver o quanto faltava para terminar, o que nunca é um bom sinal.

    É possível que outros leitores venham a gostar, claro, mas para mim faltou borogodó.

  5. Andre Brizola
    13 de junho de 2025
    Avatar de Andre Brizola

    Olá, Treinador!

    Seu conto reúne caraterísticas muito semelhantes às de um episódio de desenho animado. Imagino que tenha sido a intenção, correto? Tendo sido escrito como fanfic de Pokemon, é natural absorver esses detalhes, como, por exemplo, a curta duração e a solução meio mirabolante de cada pequeno capítulo. Tendo tudo isso em mente, devo dizer que para este desafio optei por estruturar as análises de forma mais organizada, para conseguir me ajustar melhor aos prazos e leituras, e também ser mais justo com os contos participantes.

    Técnica – O conto apresenta um texto bastante conciso, organizado em estruturas convencionais que deixam a leitura fluida e prática. A opção por ir através de uma organização mais conservadora é bem condizente com um conto voltado para o público infantil e infanto-juvenil, de forma que, em minha opinião, é a mais indicada.

    Enredo – A ideia é muito boa. Gosto da transmutação da virtualidade para a realidade do Pantanal. Bastante criativo. Mas a execução seguiu demais a forma de desenvolvimento do próprio desenho, dando um aspecto meio “inconsequente” para a história. Soluções surgidas à força contribuem demais para essa impressão e, em minha opinião, fazem o conto perder credibilidade. Tomo como exemplo o amadurecimento de um dia de Nathan. Num ele se agarra ao celular como a um salva-vidas e precisava de avisos de “cuidado onde pisa”, e no outro já sabe assobiar e convocar quatis. Mesmo nos episódios de Pokemon, Ash e seus amigos preparam planos, treinam e desenvolvem habilidades que serão utilizadas no confronto do final do episódio, e aqui isso foi ignorado.

    Tema – Neste aspecto, desta vez, decidi ser bastante rígido no que diz respeito ao respeito ao que foi proposto. Entendo que os temas são um tanto quanto diferentes do usual, mas essa foi a proposta do EntreContos e acho que nós, autores, deveríamos honrá-la com textos que a atendessem da melhor forma possível. É fácil de enquadrar o conto num chubesco, pois ele é claramente infantil, ou infanto-juvenil, com uma linguagem simples, atrativa, ágil e desenrolada. Há essa proximidade com o conceito do Pokemon, que reforça essa característica e também o coloca como fanfic. Então o tema foi atendido.

    Impacto – Escrevo esse item do meu comentário alguns dias após ter lido o conto, para medir a forma como reagi ao texto e como ele me afetou. Acho que se a experiência foi boa, se o enredo me provocou, me fez pensar sobre o assunto, ou se há algo extremamente particular, mesmo que ruim, o conto reaparece em minha cabeça e penso sobre ele depois. O que posso dizer aqui é que o impacto foi muito pequeno, pois dias se passaram e somente hoje, relendo o conto, é que lembro de seu enredo e desenvolvimento. Não foi gerada nenhuma conexão, acredito que, para mim, a existência do conto está condicionada ao desafio.

    No geral, acredito que foi um bom exercício de escrita. Há uma boa ideia, mas que poderia render um texto “maior”, no sentido de que havia mais a ser explorado. Talvez a questão do limite seja um empecilho, mas, com o resultado que foi apresentado, fico com a sensação de frustração, pois ele poderia muito mais.

    Bom, é isso. Boa sorte no desafio!

  6. Amanda Gomez
    13 de junho de 2025
    Avatar de Amanda Gomez

    Oi, bem ?

    Fanfic de Pokémon com a mistura do animal pop do momento: a capivara

    Achei criativo o seu conto, usar elementos reais como o jogo para servir de plano de fundo na sua fanfic. As apresentações dos vilões e a crítica social estão muito bem feitas. Tem de tudo no seu texto. Gostei das descrições, dá para sentir o ambiente que você criou, a natureza e o drama em si. Os vilões continuam caricatos, preservando a essência. A busca pelo jogo leva a um animal exótico que, em uma floresta, acaba sendo totalmente verossímil.

    Você conseguiu trabalhar bem suas ideias. Não é um texto que me empolgou demais, mas é um texto competente.

    Parabéns pelo trabalho. Boa sorte no desafio!

  7. Pedro Paulo
    11 de junho de 2025
    Avatar de Pedro Paulo

    Olá! Tentando simplificar, estarei separando meus comentários em “forma” e “conteúdo”, podendo adicionar um terceiro tópico para eventuais observações que eu não enquadre em um ou outro.

    FORMA: Escrita direta e leve que condiz com a história do próprio conto, com uma narrativa e referências tipicamente brasileiras que enriquecem o clima nativista dessa adaptação. Os diálogos também são bobinhos como se espera de um episódio de Pokemon, deixando tudo mais engraçado, divertido e plausível. Todas as escolhas foram acertadas para a ambientação que o texto propõe, o que, por outro lado, implica uma escrita que exclui descrições mais ousadas da magnitude da Floresta Amazônica, por exemplo. E tudo bem. Poderia ter, mas a opção pela sutileza também condiz com o texto.

    CONTEÚDO: A adaptação de Pokemon ao contexto brasileiro é uma ideia muito boa e a execução, como analisada acima, funciona muito bem. O principal mérito é atravessar os dois temas, escrevendo uma fanfic em que o protagonista atravessa um momento de crescimento pessoal que o separa de uma criança desatenta e egoísta a ser um jovem mais responsável. E, é claro, por meio de uma aventura improvável e cheia de peripécias. Em sua singeleza, deve ser um dos melhores da série B, com uma ótima aplicação de uma ótima premissa.

  8. Leo Jardim
    9 de junho de 2025
    Avatar de Leo Jardim

    📜 TRAMA (⭐⭐⭐▫▫)

    Pontos Fortes:

    • Originalidade na Adaptação – A fusão de Pokémon GO com o Pantanal brasileiro é criativa e bem executada.
    • Crescimento do Protagonista – Nathan evolui de um garoto urbano distraído para alguém que enfrenta perigos reais para proteger Spike.
    • Ação Bem Dosada – A perseguição da Equipe Rocket e o incêndio criam tensão sem perder o tom lúdico.

    Pontos de Melhoria:

    • Deus Ex Machina – O assobio que chama os quatis poderia ter sido introduzido antes (ex.: o tio usando a técnica mais cedo).
    • Equipe Rocket Caricata – A dupla é divertida, mas falta profundidade (por que são vilões? Qual seu objetivo real?).
    • Final Rápido – A resolução com as autoridades ambientais é um pouco abrupta.

    📝 TÉCNICA (⭐⭐⭐▫▫)

    O Que Funciona:

    • Narração Fluida – Descreve o Pantanal com riqueza sensorial (calor, cheiros, sons) sem perder o ritmo.
    • Diálogos Naturais – Os vilões têm personalidade (ainda que exagerada), e Nathan soa como um adolescente real.

    O Que Poderia Melhorar:

    • Evitar Exposição Desnecessária – A apresentação da Equipe Rocket (“Ronaldo: … Renata: …”) quebra a imersão.
    • Mostrar Mais o Treinamento – Nathan podia demonstrar habilidades aprendidas com o tio (ex.: rastrear animais) antes do clímax.

    🎯 TEMA (⭐⭐)

    • Fanfic: Pokemon
    • Tópicos Tratados:
      • Natureza vs. Tecnologia – Nathan aprende a valorizar o mundo real além da tela.
      • Proteção Ambiental – A trama critica queimadas e experimentos ilegais de forma sutil.
      • Nostalgia e Adaptação – Pokémon ganha um toque brasileiro autêntico (Capispike, quatis como “aliados”).

    💡 CRIATIVIDADE (⭐⭐▫)

    Destaques:

    • Capispike – Uma criatura híbrida (capivara + porco-espinho) que faz sentido no ecossistema pantaneiro.
    • Equipe Rocket Brasileira – A dupla caipira e desastrada é uma sacada hilária (“pão de queijo grudado”).
    • Crítica Ambiental – Usar queimadas como cortina para crimes é um tema relevante.

    Oportunidade Perdida:

    • Inimigos Naturais – Poderia ter incluído um “Pokémon vilão” nativo (ex.: uma sucuri mutante).
    • Pouca Complexidade – Vilões são unidimensionais; falta um dilema moral para Nathan

    🎭 IMPACTO (⭐⭐⭐⭐▫)

    Por Que Funciona Tão Bem?

    • Conexão Emocional – A amizade entre Nathan e Spike é cativante.
    • Ambientação Rica – O Pantanal é quase um personagem, com sua beleza e perigos.
    • Humor Orgânico – A incompetência da Equipe Rocket alivia a tensão.

    Ponto de Melhoria:

    • Falta de Sacrifício – Nathan não precisa abrir mão de nada (ex.: deletar o jogo para salvar Spike).
  9. cyro eduardo fernandes
    6 de junho de 2025
    Avatar de cyro eduardo fernandes

    Conto com uma trama infanto-juvenil bem dinâmica. Boa técnica e criativo.

  10. Mariana
    6 de junho de 2025
    Avatar de Mariana

    História: Me conquistou enquanto fã de Pokémon Go, o conto é uma fanfic e também é muito bonitinho. A história do menino que vai para o Pantanal e aprende a defender a natureza, a equipe Rocket brasileira, a ação… Cara, parabéns. Além disso, a ilustração do Spike tá muito boa, muito fofa mesmo 2/2

    Escrita: Quem escreveu o conto sabe contar uma história para crianças. Ele é muito adorável, há o ensinamento moral e a questão ambiental é uma pauta importante. No entanto, não abdica de ser um texto divertido, cheio de ação e engraçado. Eu não tenho muito a acrescentar, insira aqui diversos elogios. 2/2

    Impacto: Altíssimo, o conto me divertiu e emocionou. Os Rockets BR são um espetáculo 1/1

  11. danielreis1973
    5 de junho de 2025
    Avatar de danielreis1973

    Pantanal GO: Captura Real (Treinador Nativo) 

    Segue a minha análise, conforme método próprio e definido para este desafio:

    CONCEITO: fanfic de Pokemon, o conto partiu de um conceito muito interessante, trazendo para o Brasil, e mais especificamente para o Pantanal, a ação que espelha não só o jogo, mas o desenho animado famoso nos anos 90.

    DESENVOLVIMENTO: na parte técnica, o conto é bem escrito, com riqueza vocabular mas sem deixar de ser atrativo para crianças, que creio devam ser seu principal público. As cenas de ação são bem descritas, e os acontecimentos respondem bem à descrença com soluções fantasiosas mas muito imaginativas.

    RESULTADO: apesar de ter vivido a febre Pokemón, não sou exatamente o público; mas admiro muito o resultado obtido, de entretenimento puro com um belo toque de brasilidade e proteção à natureza.

  12. Priscila Pereira
    3 de junho de 2025
    Avatar de Priscila Pereira

    Olá, Treinador! Tudo bem?

    Seu conto é infantil, mas também fanfic de pokémon, né? Nunca vi o desenho e nem o jogo, então não sei se é uma fanfic boa ou não, então vou avaliar apenas como infantil.

    O conto está bem escrito, escrita direta e ágil, porém o enredo é completamente rocambolesco, precisei de muita suspenção da descrença! Acho que apelou um pouquinho, heim…

    Leria para minha filha? Olha, ela tem 10 anos e imagino que ela acharia bobinho, mas meu sobrinho de 9 acho que iria curtir sim. 😁

    Parabéns pelo conto e boa sorte no desafio!

    Até mais!

  13. Kelly Hatanaka
    22 de maio de 2025
    Avatar de Kelly Hatanaka

    Uma fanfic de Pokemon e um bom infanto-juvenil.

    A ambientação foi muito bem feita, há aquela vibe de Pokemon, mérito também dos personagens bem definidos. Senti falta do Meow, mas, mesmo assim, gostei muito da equipe Rocket do Brasil: divertidos e bem parecidos com os originais.

    As cenas também foram bem feitas, é possível ver a ação se desenrolando como no desenho.

    Porém, sempre tem um porém, algumas coisas ficaram meio confusas. A queimadas eram usadas como distração para tentarem capturar o Capspike? Mas, e o risco de ignição? De onde veio a tecnologia não-identificada? Capspike não foi criada por eles?

    Tá certo, é um conto infanto-juvenil e, do jeito que está, está coerente com o que aconteceria em um episódio de Pokemon. Mas a leitora adulta e chata em mim fica procurando brechas no enredo, não consigo evitar.

    Agora, chatices à parte, gostei muito do seu conto, bem-feito, leve e divertido.

    Boa sorte no certame!

    Kelly

  14. Luis Guilherme Banzi Florido
    16 de maio de 2025
    Avatar de Luis Guilherme Banzi Florido

    Boa noite ! (esse conto nao faz parte das minhas leituras obrigatorias)

    Uma ideia muito interessante! Uma fanfic de pokemon go, com roupagem br, que mistura digital e real, com uma boa dose de humor e que ainda acha espaço para pincelar, de leve, a questao ecologica. Uma salada de frutas tipicamente brasileira que, assim como nosso país, funciona de um jeito meio caotico.

    Aqui, temos o arco de personagem de Nathan, que descobre a importancia de olhar para cima ao se deparar com um pokemonzinho br, a capispike. A nova amizade logo se fortalece, e eles precisam enfrentar os perigos da Equipe Rocket br, que ameaça o ecossistema do pantanal. Como eu disse antes, o conto tem uma boa dose de humor, que funciona sem ser forçado, mesmo que exponha tambem a forma como grandes coorporações exploram natureza e animais, colocando em risco a biodiversidade (ok, tudo isso explorado bem de levinho, eu posso ter extrapolado).

    Aqui, diferente da obra original, voce opta pela libertação do bichinho, ao inves da prisao. Um decisao acertada, dada a discussão ecologica que o conto propoe.

    Enfim, uma historia criativa, curiosa, divertida e um pouco insana, que funciona enquanto entretenimento e tem uma leve mensagem social. Apesar de pouco impactante, acho que é um conto que funcionaria muito bem como infantil e infanto juvenil (alem de claramente ser uma fanfic).

    A escrita é muito boa, sem problemas de revisao ou de tecnica.

    Parabens e boa sorte!

  15. andersondopradosilva
    15 de maio de 2025
    Avatar de andersondopradosilva

    Olá, autor.

    Não gostei do seu conto. Foi uma leitura ágil e ortográfica e gramaticalmente bastante correta, mas julguei que você fez escolhas literárias de qualidade duvidosa e apresentou um enredo inverossímil e precipitado.

    Julguei que você utilizou muitos lugares comuns literários (palavras e construções que se repetiram muito na história da literatura a ponto de se tornarem reveladoras de baixa criatividade quando usadas na contemporaneidade, aparecendo muito, atualmente, em textos de qualidade literária duvidosa): beleza crua, enegrecidos como fantasma, cheiro persistente, fumaça pairando, coração martelando, olhos escuros e úmidos, rosnado gutural, coração na boca, aperto no peito, um sorriso brotou em seus lábios.

    Julguei que você emprega adjetivação excessiva, a exemplo das transcritas no parágrafo acima a título de exemplos de lugares comuns literários, mas também estas adjetivações: capivara extraordinária, rápidos, escuros, duro e frio, barulhenta e desajeitada.

    Julguei que o enredo soa inverossímil, como quando Tio Jonas, um homem que transita pelo Pantanal, aparece com um e-mail criptografado, quando um jacaré aparece hesitando, quando o protagonista se vê forçado a crescer rápido demais e sem preparação alguma.

    Pela participação de qualidade duvidosa, nota 2.

    Abraço.

  16. Afonso Luiz Pereira
    13 de maio de 2025
    Avatar de Afonso Luiz Pereira

    Esse conto é uma mistura interessante entre os fanfic de Pokémon e ficção infantojuvenil, ou seja, se encaixa nos dois temas propostos: fanfic e chubesco. Mesmo para quem não é fã do universo Pokémon, e tenho bem pouco conhecimento sobre o assunto, a história se sustenta por si com um enredo que procura divertir e, ao mesmo tempo, traz uma crítica leve pela natureza em favor da tecnologia.

    Essa transição entre o mundo virtual e a vivência na natureza é um dos pontos mais interessantes do conto: o menino que começa viciado em tela termina a história conectado à realidade, mais corajoso, mais consciente e com um senso de cuidado e empatia que vai além do jogo.

    Mesmo com esse tom cômico, o conto toca em temas importantes de maneira discreta: queimadas no Pantanal, exploração de recursos naturais, biotecnologia fora de controle. Tudo isso aparece no pano de fundo da história, que flui bem, sustentada por uma boa técnica de escrita.

  17. Thiago Amaral
    10 de maio de 2025
    Avatar de Thiago Amaral

    Oi, tudo bem?

    O conto está muito bem escrito. Tudo muito claro, sem erros de revisão. O destaque pra mim foi a equipe Rocket brasileira. Até sorri na hora em que fazem o hino deles. Essa foi a parte mais fiel ao desenho, afinal, e funcionou muito bem aqui. Nostálgica e engraçada.

    O restante do conto, no entanto, infelizmente achei um pouco genérico. Acontecem muitas coisas, mas nada que cause impacto ou emoções. O conto está muito bom no aspecto técnico, mas não me emocionou além da parte dos rockets.

    Gostei da ideia geral, mas pra mim faltou ousadia, já que o universo do Pokemon é muito rico de possibilidades.

    De qualquer forma, obrigado pela contribuição e boa sorte no desafio.

  18. Antonio Stegues Batista
    9 de maio de 2025
    Avatar de Antonio Stegues Batista

    Sinopse: Um garoto viciado em jogos pela internet, vai visitar o Pantanal e tem um encontro com uma capivara com espinhos ( que parece ser um experimento proibido), ou porco-espinho? Uma dupla de cientistas atrapalhados, tenta capturar o bicho. No final eles são presos, o garoto volta ileso para a cidade e a capivara(ilesa) para uma reserva. Conto bem escrito com situações engraçadas. É um bom conto infantil com ação e aventura, Está inserido no tema Chubesco. Parabéns e boa sorte.

  19. Givago Thimoti
    8 de maio de 2025
    Avatar de Givago Thimoti

    Pantanal GO: Captura Real:

    Bom dia, boa tarde, boa noite! Como não tem comentários abertos, desejo que tenha sido um desafio proveitoso e que, ao final, você possa tirar ensinamentos e contribuições para a sua escrita. Quanto ao método, escolhi 4 critérios, que avaliei de 1 a 5 (com casas decimais). Além disso, para facilitar a conta, também avaliei a “adequação ao tema”; se for perceptível, a nota para o critério é 5. Caso contrário, 1. A nota final será dada por média aritmética simples entre os 5. No mais, espero que a minha avaliação/ meu comentário contribua para você de alguma forma.

    Boa sorte no desafio!

    Critérios de avaliação:

    • Resumo: 

    Pantanal GO: Captura Real  enquanto uma fanfic infantil (5), nos apresenta a história de Nathan, um menino da cidade grande que, após se perder na mata, no pantanal, procurando por Pokémons, encontra uma variedade rara in natura, por assim dizer; o Capispike. 

    Aí, o conto nos mostra Nathan e Spike (apelido dado pelo garoto ao Pokemon raro) enfrentando a equipe Rocket versão brasileira e tudo dá certo, graças a Deus.

    • Pontos positivos e negativos: 

    Positivo: algumas cenas, especialmente o discurso da equipe Rocket me remeteram ao desenho. Foi bacana.

    Negativo: achei a caracterização da equipe Rocket BR muito clichê e sem graça. Além disso, o conto, exceto por dois momentos, é um tanto apagado. A sensação que tive foi que tivemos duas cenas muitos boas e o restante serviu para preencher a história.

    • Correção gramatical – Texto bem (mau) revisado, com poucos (muitos) erros gramaticais. 4,5

    Observei alguns erros de concordância verbal e pontuação. Por isso, tirei apenas meio ponto.

    Texto bem escrito gramaticalmente.

    • Estilo de escrita – Avaliação do ritmo, precisão vocabular e eficácia do estilo narrativo. – 2

    Hum, eu acho que a escrita nesse conto deslizou em alguns pontos. Tudo acontece muito rápido (num dia ele acha o pokemon, e no espaço de uma linha ou duas, já tem drone voando baixo e jipe sem placa rondando a área), por vezes sem espaço para o leitor apreciar alguns momentos. 

    Além disso, tem alguns trechos que são muito explicadinhos. Eu entendo que é um conto infantil, então certas coisas precisam ser explicadas e etc. Mas creio que é necessário confiar que o leitor vai compreender algumas nuances do que está ali implícito, mesmo que esse leitor seja uma criança. Então, por exemplo: 

    “O animal pareceu entender – ou talvez apenas sentiu a admiração – e deu uma fungadinha na mão estendida do garoto. Naquele momento, um elo se formou.” => esse trecho aqui é totalmente desnecessário, todo o contexto já deixou isso implícito.

    Isso daí aconteceu algumas diversas vezes. Um conto infantil não necessariamente precisa ser essa leitura mastigadinha, sabe?

    Acho que, dentro da história, um estilo mais lúdico, mais espetacular, traria o brilho necessário para essa narrativa. Creio que está tudo muito claro, muito mastigado/explicado. O que cativa a criança (o mágico, a fantasia, os poderes do Pokemons, o jeito diferente de um Pokémon ser) ficou em segundo, terceiro plano.

    • Estrutura e coesão do conto – Organização do conto, fluidez entre as partes e clareza da construção narrativa. 4

    O conto é organizado e claro em boa parte de si. Mérito do autor/ da autora.

    Contudo, esse ritmo meio frenético mais atrapalhou do que ajudou.

    • Impacto pessoal – capacidade de envolver o leitor e gerar uma experiência memorável: 2

    Ao final, a sensação que tive foi que a fanfic-infantil de Pokemon GO versão BR acabou se tornando mais um repeteco meio clichê de piadas/estereótipos nacionais, com uma roupagem diferente e adequada ao tema. 

    Sim, eu gostei bastante de dois momentos; o encontro de Nathan com o Pokemon (afinal, para quem assistiu Pokemon esse era o sonho; que eles fossem de verdade e você pudesse ter o seu) e o vínculo que se cria entre ambos.

    Contudo, me pareceu que essas cenas destoam do restante. É como se a fofura do momento fosse completamente antagônica ao humor besta e escrachado do restante do conto. Creio que essa história funcionaria melhor se fosse mais infantil/chubesca do que humor.

    Além disso, faltou desenvolver algumas coisas no conto; por exemplo, pokemons tem diversos poderes. O único poder do CapiSpike é espinho? Poxa, como um Pokémon de grama ele tem outras habilidades… Quais seriam? Outra coisa; o garoto ficou com o Pokemon na casa dele antes da equipe Rocket aparecer. E não teve nenhuma interação com o tio. Alguma traquinagem do Pokémon???

    Nota final: 3,5

  20. Marco Saraiva
    7 de maio de 2025
    Avatar de Marco Saraiva

    É o pokémon do Brasil. Fanfic de pokémon, uma tentativa diferente de unir fanfic com chubesco em um conto levinho, levinho, e uma aventura com um “Ash Ketchum Brasileiro”. A pegada infantil é muito boa: essa jogada de que os maiores dos perigos não são mesmo perigos, mas apenas obstáculos a serem ultrapassados. Nathan tem agência no conto, é ativo e toma decisões importantes, é o verdadeiro herói da história, o que é sempre interessante em uma leitura infantil.
    O conto me enganou pois, no início, nem achei que era fanfic. Mas quando aparece a equipe rocket, tudo muda. É uma mistura maluca de fanfic com ficção científica narrada em uma linguagem infantil. O resultado disto tudo é uma historinha doce e divertida, e uma excelente oportunidade de vender bonecos na forma do SPIKE. O conto ainda aproveita para usar o espaço para plantar algumas mensagens boas como a preservação da fauna e da flora, a luta contra o desmatamento, etc.
    Conto gostosinho de ler, e que me fez sorrir.

    NOTAS:

    • Apesar de ser um conto claramente infantil, ainda assim achei que as liberdades tomadas pelo autor foram um pouco “exageradas”, rs rs rs. Nathan passa algumas horas na floresta e já aprende a convocar a fauna à sua defesa, além de muito convenientemente o tio ter um e-mail encriptado que ele, não sei como, sabia o endereço!

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Informação

Publicado às 3 de maio de 2025 por em Liga 2025 - 2B, Liga 2025 - Rodada 2 e marcado .