EntreContos

Detox Literário.

Pagode do Homero (Cyro Fernandes)

Homer Simpson pousou no aeroporto do Galeão no Rio de Janeiro. O voo atrasou e Homer exagerou na comilança da primeira classe. Não estava acostumado com tanta mordomia. Empanturrado, buscou avidamente por um banheiro, tão logo saiu da aeronave. O banheirinho do avião era mesmo incompatível com a sua pança. Enquanto estava se aliviando, lembrou como havia surgido esta nova aventura no Brasil.

Há três meses, Rui Braga, empresário do Zeca Pagodinho, telefonou para Homer. Achando que era trote, Homer xingou o brasileiro e desligou a chamada. Não tinha a menor ideia de quem seria o tal do Zeca. Rui não desistiu e abordou Lisa, por e-mail. A sensata Lisa verificou com cuidado que não se tratava de algum esquema ilícito e disse para o pai que ele estava recebendo um convite especial para gravar um vídeo com um sambista muito popular no Brasil.

Apesar de já ter visitado o país por duas vezes, Homer ainda sabia muito pouco sobre o Brasil. Não tinha ideia do que era o pagode, mas lembrava dos micos invadindo apartamentos e de ratos e cobras soltas pelas cidades brasileiras. Mesmo receoso, acabou aceitando o convite pelos atrativos de mordomia e da oferta de cerveja e comida à vontade.

Não foi fácil conseguir o visto de turista. O despachante teve muito trabalho para retificar as respostas fornecidas ao consulado brasileiro em Springfield. Homer disse gostar de bombas, escolheu por aportuguesar seu nome para Homero, e que pretendia trazer alguma droga pare vender quando retornasse da viagem, entre tantas outras asneiras, mais do que suficientes para justificar o veto. Milagrosamente, deu-se um jeito, e o idiota americano poderia voltar ao Brasil.

Zeca Pagodinho, sóbrio,  não se lembrava de ter feito o convite para a gravação. Rui, então explicou como tudo aconteceu. Zeca havia fugido de casa para burlar as determinações médicas, muito restritivas ao consumo de álcool e comida. No primeiro quiosque que encontrou na praia da Barra da Tijuca, tomou várias cervejas. Quando a sua consciência estava meio ausente, travou o seguinte diálogo com Gamarra, o garçom paraguaio que o atendia:

– Seu Zeca, o senhor que tem tudo na vida, falta alguma coisa para ser feliz?

– Arce, realmente eu tenho tudo e sou muito grato.

– Seu Zeca, meu nome é Gamarra.

– Gamarra, Arce … é tudo jogador de futebol, me desculpe. Já que você perguntou, eu me amarro nos Simpsons. O Homer é muito engraçado. Queria tanto participar de um episódio. Mick Jagger, Paul McCartney, Michael Jackson, Lady Gaga … tanta gente famosa, todos já participaram. Acho que é o que me falta nesta vida tão abençoada.

– Seu Zeca, com dinheiro a gente faz acontecer. Lembro que deu confusão quando o Homer veio ao Brasil. Ele é totalmente incorreto politicamente. Além disso, eu sei que não estão produzindo novos episódios, então o senhor tem que trazer ele aqui para poder gravar.

– Opa! Me dá seu celular que vou passar para o meu empresário. Dinheiro a gente resolve. Vou fazer um tremendo espetáculo no meu sítio em Xerém para gravar o vídeo clipe.

Assim começou o rolo!

Homer finalmente saiu do banheiro e recolheu sua bagagem. Uma das malas foi retida por conter vinte e seis quilos de Donuts. Homer tentou argumentar que não havia bons Donuts no Brasil, mas a desculpa não colou. Contudo, o agente alfandegário foi sensível ao personagem e permitiu que ele comesse o quanto quisesse do insosso bolinho açucarado, antes da apreensão. O glutão americano se esforçou, mas só conseguiu mastigar cerca de um quarto do conteúdo da mala, estufando ainda mais a barriga homérica.

Cheio de comida e de si, saiu do terminal sem prestar atenção e não encontrou o motorista que o esperava para levá-lo à residência do Zeca na Barra da Tijuca. Usou o tradutor do Google e embarcou num táxi, perguntando ao motorista:

– Bom dia. Você sabe onde é a casa do Zeca Pagodinho?

– Sei, sim, doutor. É logo ali, em Xerém. Deixa comigo.

– Que bom. O que são estas casinhas de tijolo com uma caixa azul no telhado?

– São as favelas. A turma não tem dinheiro para fazer o acabamento. No telhado fica a caixa d’água.

Homer não tinha muitas lembranças sobre as favelas, e estava sem compreender muito bem como poderia se viver lá. Para relaxar da viagem, aproveitou para aprender alguns palavrões, poderiam ser úteis mais tarde. A corrida foi tranquila e, surpreendentemente, o motorista não achacou o americano e cobrou pelo taxímetro. Arredondando, deu menos de quarenta dólares, pouco diante do adiantamento para as despesas gerais que o gentil empresário do cantor havia enviado.

Ninguém esperava por Homer no sítio. Zeca, que estava em seu apartamento na Barra, foi avisado da chegada do ídolo e mandou fazer um churrasquinho, enquanto ele se dirigia para lá. Homer estava sem fome, mas não recusou o pão de alho, a linguiça e a picanha. Só teve alguma dúvida antes de saborear o coração de galinha. Não acreditava que poderiam comer aquilo. Ao final, achou uma delícia, acompanhado de uma cerveja geladíssima. Homer estava sendo muito bem tratado e torcia para que os próximos dias continuassem tão fartos.

Homer se encantou quando o Zeca chegou, mesmo sem entender o idioma, bastou o “mais uma cerveja?” para se acertarem. Ainda usando o tradutor do celular, ia se virando.

– Homer, você está apreciando o sítio?

– Cerveja e comida de graça, é o paraíso.

– Pô, esse homem é dos meus. E do samba, está gostando?

– A música é boa, mas eu esperava ver muitas mulheres peladas dançando.

– Num sacaneia, aqui é casa de família.

– Eu também tenho uma família. Às vezes eu até gosto dela.

– Já está sentido saudades? Você chegou hoje!

– Ainda não. Pode deixar por lá. Zeca, você sabe alguma palavra em inglês?

Beer, long neck, cooler, barbecue.

– É, vamos manter o português mesmo. Zeca, o que você quer dizer na música “Deixa a vida me levar”?

–  É simples. Não esquente a cabeça com o que não podemos controlar. Vai fazendo o que você gosta, ajudando os amigos e agradeça o que conquistou.

– Acho que entendi. É mais ou menos como eu faço. No meu caso, não adiantaria trabalhar mais, pois sempre levarei esporro do Sr. Burns, independentemente do que eu fizer. Sei que não sou muito generoso, mas sempre que posso pago uma cerveja para os amigos. Eu agradeço pela ótima família que tenho, menos pelo Bart, aquele pestinha desobediente!

A gravação do vídeo ocorreu sem ensaio. A espontaneidade foi a chave do sucesso. Homer cantou algumas frases do refrão, com muito sotaque, e improvisou uns passos de samba. Porém, o que realmente viralizou foi um pequeno arroto que ele não conseguiu evitar. O breve ruído, burp, bombou nas redes mundiais. O pançudo sambando desajeitado virou o meme do ano, apesar da deselegância do Homer em relação ao Brasil nas visitas anteriores.

Zeca, feliz que nem pinto no lixo, foi generoso e deixou toda a receita do vídeo para Homer que, exultante e inebriado, viu o saldo da sua conta crescer e crescer. Tomou então uma decisão, não voltaria mais para casa. Pediu que Zeca o ajudasse com os vistos para ele a família, sendo prontamente atendido.

– Deixa comigo, Homer. Meu empresário providenciará tudo. Vocês podem morar aqui, sempre haverá um lugar para a sua família.

– Zeca você é muito ótimo [sic] para mim.

– Homer, seu português está melhorando, mas vou te arranjar um professor.

– Não precisa, estou me virando muito bem. Vou pegar mais uma cerveja.

– Claro, meu parceiro. A casa e a geladeira são suas. Aqui você manda. Homer, você está mais gordo ou é impressão minha?

– A balança indica que estou pesando só a metade do meu peso, um milagre.

– O peso aqui é em quilogramas e não em libras! Ai que burro, dá zero para ele!

– Pô, Zeca, esta frase é do programa do Chaves.

Gargalharam os dois amigos. Homer emendou na conversa:

– Você não gostaria de conhecer Springfield? Não é tão bom quanto aqui, mas acho que você vai gostar.

– Sei lá, parece um lugar meio estranho.

– O pior é que é, e ainda tem o prefeito, um bobalhão, meio safado. Do jeito que ele é interesseiro, é capaz de querer te conhecer.

– Dá para fazer um show por lá?

– Que dá, dá. Só que eu acho que ninguém iria.

– Então é roubada.

– É mesmo. E do jeito que você é moreno, é capaz de acharem que é parente do Apu, da vendinha Kwik-E-Market. Uma vez aconteceu a maior confusão, pois os indianos se queixaram de piadas preconceituosas contra os imigrantes. É melhor ficar por aqui mesmo, Zeca.

Com muito trabalho, a família foi convencida sobre a mudança de país. A oportunidade foi encarada de maneiras distintas. Lisa tinha a lembrança de quando apadrinhou um menor carente brasileiro e ficou contente em voltar ao país para conhecer melhor a cultura. Imaginava que faria novas amizades, aprenderia uma nova língua, conheceria a literatura e apreciaria a boa música local. Marge ficou muito preocupada com a mudança brusca na vida da família e com a pouca solidez de mais um rompante do marido. Como seria a criação de Maggie também era uma questão crítica. Ela tinha dúvidas se havia boas escolas. Bart era o mais excitado. Sem dúvida, ele era o que mais tinha herdado o raso conhecimento geral do pai. Ele achou o máximo morar no Brasil, pois o skate era bem difundido. Já pensava numa desculpa para parar de estudar e viver do esporte.

A rotina em Xerém só era quebrada pela ida à praia ou ao estádio de futebol. Homer assistiu algumas partidas, gostava do evento, principalmente quando a torcida xingava a genitora do juiz. Ele lembrava do episódio da Copa de 2014, quando inusitadamente, e mesmo sem entender as regras, apitou a final do torneio. Cerveja e caipirinhas pareciam nunca acabar, contudo, o que Homer mais apreciava eram as coxinhas de galinha e os pães de queijo. Praticamente fizeram com que esquecesse dos Donuts.

Na praia Homer voltou a ver as nativas nuas, na verdade seminuas. Na última ocasião em que esteva na areia, ele havia usado uma pequena sunga. Agora veio com um calção comprido e bastaram umas caipirinhas para acabar com o incômodo por destoar tanto dos corpos tão bem cuidados, apresentados pela maioria. Como de hábito, comeu e bebeu. A mistura de milho cozido, queijo coalho e açaí, com o álcool, não bateu muito bem. Quando então levou o primeiro caixote nas pequenas ondas, o enjoo bateu forte. Enquanto se recuperava, tomou um susto com um cachorro enorme babando no seu pescoço. Nas fotos que postou, ele aparentava uma coloração bem mais alaranjada, fruto da ausência do protetor solar. O barulho das diversas caixas de som, misturando diferentes músicas, perturbava o americano. Não era necessariamente bom para quem já estava se sentindo mal. Ele presenciou dois furtos de celulares e cordões e ficou admirado com a velocidade dos meliantes. Definitivamente ele preferia a tranquilidade do sítio.

Vivendo do sucesso inesperado, Homer deu mais um passo ousado. Pediu para gravar com a Anitta. Achava que o funk seria mais fácil de aprender e começou a ensaiar algumas coreografias, assim que a Anitta sinalizou positivamente. A cantora ficou imaginando como seria o Homer rebolando ao som do batidão do funk.

Constantemente inebriado, pouco temia o futuro. Nos lampejos de sobriedade, pensava se teria como sustentar a família por aqui, mesmo com a tremenda ajuda do Zeca. Ficou mais calmo quando Bart compartilhou uma ideia para o videoclipe com a Anitta. O adolescente ficou fascinado com o arroto do pai. Bart mandou a seguinte mensagem por áudio:

– Pai, você arrebentou naquele arroto com o Zeca. Viralizou. Tenta mandar um peidão no clipe. Vai ser dez!

Homer achou genial, restava saber se a cantora iria aprovar o pum no funk.

Enquanto aguardava a família, Homer estudava a língua e agradecia a oportunidade de ganhar dinheiro com o seu pouco talento e sem muito esforço. A generosidade do Zeca fazia com que ele esquecesse do bar do Moe, da cerveja Duff, do seu chatíssimo vizinho Flanders, e do trabalho na usina nuclear de Springfield.

Homer só ficava um pouco triste com pobreza e a violência no país. Mesmo vivendo em um ambiente mais protegido, conseguiu visualizar as diferenças sociais e como numa terra de tanta fartura, poderia haver pessoas passando por dificuldades. Ao conhecer melhor o Brasil, ele se arrependia dos estereótipos que tanto haviam alimentado seu preconceito nas visitas anteriores.

Zeca estava contente com o novo amigo e com o sucesso do vídeo, que o ajudou a explorar uma carreira internacional. Acabou que aquele porre e aquele garçom paraguaio, tornaram a vida do Homer uma maravilha tropical e deixaram o Zeca com uma sensação de superioridade em relação as demais celebridades que visitaram os Simpsons. Zeca ficou aliviado com a preocupação que Homer demonstrava em relação à pobreza. Não conseguia imaginar como o personagem tão egoísta pudesse começar a pensar nos outros.

Homer percebeu o quanto admirava o amigo Zeca, que havia lhe proporcionado tantas emoções diferentes.  Homer estava muito agradecido por ter conseguido tanto na vida, que o levava adiante, apesar de suas limitações e defeitos. Entendeu que a afinidade vinha da simplicidade de ambos tinham ao encarar este mundo tão complexo e, obviamente, da camaradagem e mordomia oferecidas pelo Zeca.

Numa bela manhã, Homer recebeu uma ligação. Era o empresário do Roberto Carlos, convidando para uma participação no especial do Fim do Ano. Homer solicitou um tempo para pensar. Ligou para Lisa e pediu que ela verificasse quem era este tal de Roberto Carlos. A cuidadosa Lisa começou a pesquisar, outra vez, todos os detalhes sobre mais um ídolo popular brasileiro, este com a alcunha de rei. Lisa começou a imaginar o pai com uma peruca encaracolada, cantando Esse Cara Sou Eu. Já estava exultante com o enredo deste novo episódio!

Sobre Fabio Baptista

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43 comentários em “Pagode do Homero (Cyro Fernandes)

  1. Thiago
    14 de junho de 2025
    Avatar de Thiago

    O que não gostei foi justamente o que foi proposto pelo conto, ou seja, o humor. Não me atingiu. A ideia de um Holmer como uma espécie de Borat no Brasil é boa e realmente é possível ver o Brasil aí, mesmo que um tanto estereotipado. Mas alguns elementos que visam dar riso não me atingiram, como misturar Zeca Pagodinho, Rui Braga, Roberto Carlos, frases do Chaves. Seu que isso é bem típico do desenho, mas não colou. Cenas e frases como “Tenta mandar um peidão no clipe” e “a cantora iria aprovar o pum no funk” são tão engraçados quanto um dos patetas batendo na cabeça do outro, ou seja, não é realmente engraçado. Entendo que tudo isso é escolha condizente com o Homer (o mais brasileiro das personagens estadunidenses), mas convenhamos que é um risco, pois nem todos os leitores estão sintonizados, como é o meu caso, respeitosamente falando. 

    • cyro eduardo fernandes
      15 de junho de 2025
      Avatar de cyro eduardo fernandes

      Grato pelos comentários.

  2. Thales Soares
    14 de junho de 2025
    Avatar de Thales Soares

    Considerações Gerais:

    Este conto traz uma proposta divertida e inusitada: adaptar os personagens de Os Simpsons ao Brasil, com direito a sertão carioca, churrasquinho e pagode. A premissa de colocar Homer em um cenário tropical e culturalmente oposto a Springfield rende momentos cômicos, especialmente ao explorar os choques entre as referências brasileiras e os estereótipos gringos (isso já foi feito no desenho… duas vezes, como bem lembra o conto… mas tudo bem). O conto também acerta ao tocar em aspectos do Brasil (como favelas, comida local, violência urbana) de forma leve, sem romantizar o país, fazendo Homer (e, indiretamente, o leitor) refletir sobre preconceitos.

    Pedradas:

    A caracterização dos personagens está superficial e bem distante da rica construção original da série. Homer aparece como um simplório bobão, reduzido à obsessão por cerveja e comida, sem a nuance de pai atrapalhado, criativo e até reflexivo que conhecemos. Bart, por exemplo, fala de forma genérica e sem malícia, o que enfraquece o impacto esperado (não consigo imaginar um “Vai ser dez!” vindo dele). Lisa aparece apenas como burocrata, sem a mistura de lógica, empatia e idealismo que define seu perfil.

    Os diálogos soam artificiais, usando expressões forçadas e sem naturalidade, o que atrapalha a imersão. Muitas piadas se baseiam no óbvio ou em esteriótipos pouco inspirados, e o humor do texto é pouco afiado, ficando aquém do acerto cômico típico de Os Simpsons.

    A imersão cultural às vezes esbarra no didatismo exagerado. A tentativa de mostrar a cultura brasileira é bem-vinda, mas em vez de integrar, vira explicação grosseira e remove o charme do choque cultural e torna a leitura cansativa.

    Conclusão:

    Este conto tem uma ideia bem divertida, mas peca na execução da versão “abrasileirada” dos personagens. Há momentos (quase) engraçados, e a crítica leve aos estereótipos do Brasil é bem colocada, mas os personagens ficam rasos e os diálogos soam forçados. Para uma fanfic, é essencial captar corretamente as vozes originais e equilibrar o humor com autenticidade. Com maior fidelidade às características de Os Simpsons e piadas mais afiadas, este conto poderia ser bem mais interessante.

    • cyro eduardo fernandes
      15 de junho de 2025
      Avatar de cyro eduardo fernandes

      Grato pelos comentários.

  3. leandrobarreiros
    14 de junho de 2025
    Avatar de leandrobarreiros

    Olá, autor!

    A premissa de trazer os Simpsons de volta ao Brasil, conectando-os com figuras como Zeca Pagodinho e Anitta, é fantástica e criativa. A escolha de Xerém como cenário, fugindo do clichê da Zona Sul carioca, também foi um grande acerto. Nota-se um carinho genuíno pela família amarela e pelas referências brasileiras.

    Meu principal ponto de melhoria seria o desenvolvimento das cenas. Sinto que ideias muito divertidas foram mais “contadas” do que “mostradas”. Por exemplo, a cena da entrevista de Homer no consulado ou as reações da família à mudança para o Brasil são resumidas, quando poderiam ser exploradas em diálogos e ações que certamente renderiam momentos hilários. A narrativa parece, por vezes, um roteiro bem estruturado que ainda não foi totalmente traduzido para a prosa de um conto.

    A história está bem escrita e as referências são ótimas, mas explorar mais as situações criadas transformaria um bom conto em um texto excepcional.

    • cyro eduardo fernandes
      15 de junho de 2025
      Avatar de cyro eduardo fernandes

      uito obrigado pelos seus comentários.

  4. Gustavo Araujo
    13 de junho de 2025
    Avatar de Gustavo Araujo

    Gostei do conto. É ágil, bem escrito e bem descrito. Li numa paulada só. Leitura fluida e com direito a várias risadas.

    O conto aposta forte no choque cultural vivido pelos Simpsons, em especial pelo Homer, quando vêm ao Brasil, sem descuidar dos episódios em que isso já foi mostrado. Aqui, com uma maior liberdade, o mergulho é mais profundo, não no sentido psicológico, mas no sentido da comédia, com os exageros que tão o tom em qualquer comédia. Isso tudo sem esquecer das características principais dos personagens, o que torna o conto de fácil absorção para qualquer um que já tenha cruzado com o desenho em alguma fase da vida – lá se vão quase quarenta anos desde a estreia.

    De fato, a força da narração está nas dificuldades de adaptação de Homer ao Rio de Janeiro. Não só nisso, está no espanto e no maravilhamento, o que torna o conto inesperadamente verossímil. Acho que o próprio Matt Groening aprovaria o roteiro, desde que, claro, conhecesse Xerem e Zeca Pagodinho.

    O único porém do conto é que não há nada muito além desse conflito de realidades. É o choque pelo choque, sem que nada de diferente aconteça. Senti falta de algo a mais, algo que se seguisse a isso, como, sei lá, Homer se apaixonasse por Anitta ou virasse torcedor do Vasco. Ou as duas coisas.

    Mas, de todo modo, a experiência de leitura foi ótima. Um trabalho acima da média, independente de grupo. Parabéns e boa sorte no desafio.

    • cyro eduardo fernandes
      15 de junho de 2025
      Avatar de cyro eduardo fernandes

      Grato pelos comentários. Fico contente que tenha gostado.

  5. Andre Brizola
    13 de junho de 2025
    Avatar de Andre Brizola

    Olá, Bartholomew!

    Seu conto parece ter sido escrito por alguém que é realmente conhecedor dos Simpsons (ou pelo por alguém que estudou o assunto mais a fundo), visto a quantidade de detalhes da série que surge no texto. Detalhes que vão desde episódios específicos, até ocorrências externas, geradas pela mudança de comportamento e interpretação do público alvo, como o citado caso envolvendo o personagem indiano Apu (embora aqui tratado de forma um tanto quanto rasa). E, sabendo que o conto enveredaria pelo gênero fanfic, já fiquei animado, pois conheço bem o seriado e, embora não aprecie tanto quanto os fãs mais aficionados, gosto de uma determinada faixa de temporadas. E, devo ressaltar, que desta vez optei por fazer meus comentários de uma forma mais organizada e estruturada, pensando em ser mais justo na forma como julgo os contos participantes.

    Técnica – O conto está bem escrito, isso é fato. Mas tenho que dizer que senti um certo descasamento entre assunto e texto. Os Simpsons sempre se caracterizaram por linguagem extremamente coloquial, escrachada, com visual exagerado, e grande parte dos parágrafos, sobretudo aqueles em terceira pessoa, vão por um caminho bastante conservador e tradicional. E estamos lidando com dois personagens extremamente populares, representantes dos dois povos, Homer Simpson, o típico chucro norte-americano, praticamente iletrado e ignorante, e Zeca Pagodinho, o autêntico boa praça brasileiro, o malandro, o sangue-bom. Ter um texto que é explicativo em demasia, com termos como “avidamente”, “retificar” e “inebriado”, me dão a impressão de que o “episódio” se afasta, ao invés de se aproximar dos personagens. Me pareceu estranho, não senti conexão, e o conto ficou frio e pouco divertido.

    Enredo – Acho que o enredo vai na cola da técnica. Embora se utilize de dois personagens carismáticos, ele fica travado na correção e no politicamente correto (embora, como eu tenha dito antes, a menção ao episódio envolvendo o personagem Apu tenha sido rasa e, talvez, tivesse sido melhor não ter sido mencionada). Homer, ou Homero, como foi rebatizado, é pouco orgânico, e toda a reflexão por que passa, me pareceu muito rápida, e pouco crível. Zeca Pagodinho é mais próximo do verossímil, mas não é o personagem principal, e não sustenta o conto sozinho.

    Tema – Neste ponto, desta vez, decidi ser bastante rígido no que diz respeito ao respeito ao que foi proposto. Entendo que os temas são um tanto quanto diferentes do usual, mas essa foi a proposta do EntreContos e acho que nós, autores, deveríamos honrá-la com textos que a atendessem da melhor forma possível. E aqui a coisa é muito clara, temos uma fanfic d’Os Simpsons, com muitos elementos do desenho animado.

    Impacto – Escrevo esse item do meu comentário alguns dias após ter lido o conto, para medir a forma como reagi ao texto e como ele me afetou. Acho que se a experiência foi boa, se o enredo me provocou, me fez pensar sobre o assunto, ou se há algo extremamente particular, mesmo que ruim, o conto reaparece em minha cabeça e penso sobre ele depois. Mas Pagode do Homero não conseguiu isso. Quase uma semana após sua leitura, e em nenhum momento me peguei pensando sobre ele, o que demonstra que seu impacto foi nulo num prazo mais longo e que, muito provavelmente, é um texto que, em meu entendimento, não venceria o teste do tempo.

    No geral, Pagode do Homero parece ser um episódio dos Simpsons recusado pela Fox por não possuir as características padrões da série, ou seja, traz a marca de um autor que optou por ir num caminho próprio. Mas, ao fazer isso, descaracterizou o personagem de tal maneira, que o texto ficou um tanto quanto estéril. Acredito que vá atingir alguma parcela dos leitores do EC, mas, pra mim, não funcionou legal.

    É isso, boa sorte no desafio!

    • cyro eduardo fernandes
      15 de junho de 2025
      Avatar de cyro eduardo fernandes

      Grato pelos comentários.

  6. Amanda Gomez
    13 de junho de 2025
    Avatar de Amanda Gomez

    Oi, bem?

    Um besteirol americano com toques tupiniquins rs. Seu conto é legal, exótico… conseguiu deixar bem presente as essências dos personagens, apesar de passear pelo realismo fantástico e trazer desenhos para a realidade comum. Zeca Pagodinho rico desse jeito eu desconheço, mas ficou interessante. O que não faz sentido é Homer, tão famoso, não ter dinheiro, mas isso a gente releva pelo bem da história.

    O texto é nonsense, não poderia ser diferente, não é o tipo de leitura que me agrade, e se o tema fosse comédia não teria funcionado comigo. Mas dentro do proposto está tudo certo.

    Não tenho muito o que apontar, a escrita está boa e fluida, embora um pouco longa.

    Parabéns pelo trabalho, boa sorte no desafio!

    • cyro eduardo fernandes
      15 de junho de 2025
      Avatar de cyro eduardo fernandes

      Grato pelos comentários.

  7. Pedro Paulo
    11 de junho de 2025
    Avatar de Pedro Paulo

    FORMA: Achei a escrita sóbria, em contraste com os dois personagens mais presentes na narrativa. Por outro lado, achei a cadência do texto entediante, sempre pendendo ao expositivo com uma narração que não nos coloca com os personagens, mas sim diz exatamente o que cada um sente ou faz e por que sente e faz, sem dar margem ao suspense ou à interpretação. Como adapta uma animação famosa, essa leveza tem o seu lugar, mas, como eu disse, tornou a leitura um pouco enfadonha e pouco inspirada. Quando muito, é a perspectiva de Homer a que adotamos e, enquanto o protagonista fica bem caracterizado com a sua contraparte original, os trechos da narração não se distanciam muito do personagem e o próprio narrador parece ecoar seus preconceitos e visões superficiais, o que um tratamento similar a outros personagens poderia ter equilibrado. Ter inserido mais diálogos de outros personagens provavelmente teriam enriquecido o texto.

    CONTEÚDO: A ideia é boa. Lembrou a visita do Pato Donald ao Rio de Janeiro ou o filme “Rio”. Meu maior problema com o conto é a sua forma, didática em demasia, com o narrador tomando mais espaço do que deveria e sem deixar a combinação caótica da família estadunidense experimentar esse novo elemento que é o cenário brasileiro. O Brasil, por sinal, tem muito de si mencionado no conto, mas apenas na superfície e nos estereótipos, parecendo aquela visão vira-lata da brasilidade pela lente gringa. É a perspectiva de Homer, certo, só que o narrador parece apenas repeti-la e não há outros personagens para colorir essa leitura. Mas a ideia é boa, o texto se insere bem neste certame em diálogo com o tema fanfic.

    • cyro eduardo fernandes
      15 de junho de 2025
      Avatar de cyro eduardo fernandes

      Grato pelos comentários.

  8. Leo Jardim
    9 de junho de 2025
    Avatar de Leo Jardim

    📜 TRAMA (⭐⭐⭐▫▫)

    Pontos Fortes:

    • Premissa Hilariante – A ideia de Homer Simpson no Brasil, patrocinado por Zeca Pagodinho, é original e cheia de potencial cômico.
    • Referências Bem-Inseridas – Citações a episódios clássicos (ex.: Homer apitando a Copa) e traços dos personagens (ex.: Bart querendo largar os estudos) agradam.
    • Crítica Social Disfarçada – Aborda preconceito, desigualdade e estereótipos com humor (ex.: Homer confundindo favelas com “casinhas de tijolo”).

    Pontos de Melhoria:

    • Trama Linear – Falta um conflito central (ex.: Homer causando um problema real que precise ser resolvido).
    • Final Desfocado – A chegada da família e o convite de Roberto Carlos parecem apêndices, não um clímax.
    • Zeca Subutilizado – O sambista é mais um “anfitrião generoso” que um personagem ativo.

    📝 TÉCNICA (⭐⭐⭐⭐▫)

    Excelência Narrativa:

    • Ritmo Ágil – A história flui sem arrasto, alternando diálogos e ação.
    • Vozes Fiéis aos Personagens – Homer fala como Homer (“Cerveja e comida de graça, é o paraíso“), Zeca como Zeca (“Num sacaneia, aqui é casa de família“).

    Pequenos Ajustes:

    • Cortar Exposição – Trechos como “Lisa verificou que não era esquema ilícito” poderiam ser mais dinâmicos (ex.: diálogo entre ela e Homer).

    🎯 TEMA (⭐⭐)

    • Fanfic: Simpsons
    • Choque Cultural – Homer descobrindo o Brasil além dos clichês.

    💡 CRIATIVIDADE (⭐⭐▫)

    Destaques:

    • Fusão de Universos – Zeca Pagodinho e Homer são uma dupla improvável, mas que funciona.
    • Humor Situacional – Homer tentando sambar, o arroto viral, a cena da alfândega.

    Oportunidades Perdidas:

    • Musicalidade – Podería ter letras de pagode adaptadas ou algo assim.
    • Conflito Criativo – Homer e Zeca brigando por diferenças artísticas (ex.: funk vs. samba).

    🎭 IMPACTO (⭐⭐⭐▫▫)

    Por Que Não Explodiu?

    • Falta de Conflito Memorável – Nada se equipara ao caos dos episódios clássicos (ex.: Homer atropelando o Papa).
    • Emoção Diluída – A família chega, mas não há cena marcante de reencontro.
    • Evolução de Homer – Seu arrependimento sobre estereótipos quebra um pouco a essência do personagem.

    O Que Funcionou:

    • Cenas Icônicas – Cena do Zeca convidando Homer, Donnuts na alfândega, o arroto no pagode, entre outras.
    • cyro eduardo fernandes
      15 de junho de 2025
      Avatar de cyro eduardo fernandes

      Muito obrigado pelos seus comentários.

  9. danielreis1973
    5 de junho de 2025
    Avatar de danielreis1973

    Pagode do Homero (Bartholomew Gomes da Silva)

    Segue a minha análise, conforme método próprio e definido para este desafio:

    CONCEITO: a escolha pela fanfic dos Simpsons pareceu-me promissora. É um universo bem conhecido, e que possibilitaria explorar não só os personagens e situações, mas leva-los a outros contextos. 

    DESENVOLVIMENTO: Infelizmente, a mesma possibilidade que se abriu acabou limitando a história ao colocar uma mistura de Zeca Pagodinho com Homer, Brasil e mídias sociais, numa narrativa que me pareceu um pouco artificial, como se inventada de uma vez só, enquanto o autor ia escrevendo.

    RESULTADO: apesar de original, o que ficou do conto foi justamente a sua inconstância narrativa, e as situações meio forçadas. Acho que o conto merece uma reescrita, com polimento adequado. 

    • cyro eduardo fernandes
      15 de junho de 2025
      Avatar de cyro eduardo fernandes

      Grato pelos comentários.

    • cyro eduardo fernandes
      15 de junho de 2025
      Avatar de cyro eduardo fernandes

      Obrigado!

  10. Priscila Pereira
    3 de junho de 2025
    Avatar de Priscila Pereira

    Olá, Barth! Tudo bem?

    Então, eu conheço os Simpsons e detesto, então pode ficar feliz de eu não ter gostado do conto… Isso quer dizer que foi uma excelente fanfic!

    Falando sério agora, eu não curto esses enredos rocambolescos, as piadinhas, os trocadinhos, essas coisas… Mas isso não quer dizer que o conto é ruim, até pq é uma fanfic e tá bem fiel ao desenho.

    O conto está bem escrito, direto, ágil, entretivo e ok, como dizem. Mas não caiu no meu gosto pessoal, mas isso não vai prejudicar sua nota.

    Única coisa que acho que destoou do desenho foi a crise de consciência social do Homer…

    Boa sorte no desafio!

    Até mais!

    • cyro eduardo fernandes
      15 de junho de 2025
      Avatar de cyro eduardo fernandes

      Obrigado pelos seus comentários.

  11. Mariana
    1 de junho de 2025
    Avatar de Mariana

    História: A ideia de uma fanfic com o Homer Simpson e o Zeca Pagodinho é realmente muito boa heheheheheh. Ele totalmente se tornaria uma estrela no país, imagino o Homer divulgando casa de apostas sem nem saber o que é 2/2

    Escrita: A ideia é excelente, mas os diálogos ficaram didáticos e informativos demais (uma coisa quase Christopher Nolan). Eu voltaria e tentaria focar nas partes descritivas, que ficaram engraçadas. Mas, não sei, não vejo o Homer se arrependendo dos estereótipos (o personagem é um). De repente focar na ação em um cenário só também ajudaria a tirar o tom didático 1/2

    Impacto: A ideia me tirou risadas, em algumas partes eu quis que o texto acabasse mais rápido. 0,4/1

    • cyro eduardo fernandes
      15 de junho de 2025
      Avatar de cyro eduardo fernandes

      Grato pelos comentários.

    • cyro eduardo fernandes
      15 de junho de 2025
      Avatar de cyro eduardo fernandes

      Grato.

  12. Kelly Hatanaka
    22 de maio de 2025
    Avatar de Kelly Hatanaka

    Zeca Pagodinho, fã de Simpsons chama Homer pra uma colab. Dá certo, Holmer traz a família pro Brasil e vira sensação nacional.

    É um conto bom, e divertido, embora nem sempre as piadas funcionem.

    Os problemas: o Homer do conto não parece nada com o Homer da série, parece outra pessoa, mais cínico do que bobo. A preocupação social de Homer também soa estranha, fora de lugar. Qual a finalidade disso? Há referências ao episódio dos Simpsons no Brasil, mas penso que, seria melhor ter investido uma caracterização mais verdadeira do Homer.

    Talvez tivesse sido uma boa ideia trazer a família inteira logo de uma vez. A interação entre eles poderia ter adicionado à ambientação. Pitacos…

    Acho que a ideia foi boa, mas pecou na execução. O conto poderia ser mais divertido, alguma coisa pesou. Deve ter sido o Homer. O final, meio explicativo demais, dizendo o que aconteceu com cada um, ficou meio chato e pareceu sobrar na história.

    É isso. Sinto que poderia ter gostado mais do seu conto.

    Boa sorte no certame!

    Kelly

    • cyro eduardo fernandes
      15 de junho de 2025
      Avatar de cyro eduardo fernandes

      Obrigado pelos comentários.

  13. andersondopradosilva
    18 de maio de 2025
    Avatar de andersondopradosilva

    Olá, autor.

    Gostei do seu conto.

    Faltou vírgula em “no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro”. De qualquer maneira, o aeroporto é suficientemente conhecido para dispensar a especificação “no Rio de janeiro”, além do que o texto possui outros momentos capazes de indicar se tratar do Rio de Janeiro.

    Também faltou vírgula em “Rui, então, explicou como tudo aconteceu”, em “no telhado, fica a caixa d’água”, em “para Homer, que, exultante e inebriado”, em “Zeca, você e muito ótimo” e em “na praia, Homer voltou a ver”.

    Sobrou vírgula em “e aquele garçom paraguaio, tornaram a vida” e em “era o empresário do Roberto Carlos, convidando para”.

    Autor, opte por usar “pra”, no lugar de “para”, em pensamentos, falas e diálogos, pois soam mais verossímeis.

    Autor, dispense o “[sic]”, sobretudo em pensamentos, falas e diálogos, sobretudo quando estiver representando personagens que fazem um uso equivocado da língua. Reserve o “[sic]” para textos técnicos. Confie na capacidade e inteligência do leitor para compreender o uso equivocado da linguagem pelo personagem.

    Faltou um “e” em “para ele e a família”.

    Autor, ficou esquisita a utilização da contração “do” em locais como “deselegância do Homer”. Opte por “de”.

    Faltou um “a” em “ficava um pouco triste com a pobreza e a violência.

    Enfim, gostei do seu conto, mas gostaria de ter gostado mais. Por isso, nota 4.

    Abraço.

    • cyro eduardo fernandes
      15 de junho de 2025
      Avatar de cyro eduardo fernandes

      Muito obrigado pelas contribuições.

  14. Luis Guilherme Banzi Florido
    16 de maio de 2025
    Avatar de Luis Guilherme Banzi Florido

    Bom dia! (esse conto nao faz parte das minhas leituras obrigatorias)

    Uma fanfic de Simpsons com Zeca pagodinho. Um ideia bastante insana, que pode ou nao dar certo, dependendo da execução. Nao vou negar que me deixou curioso. Alem disso, fiquei na duvida se teria algo a ver com o poeta Homero, mas descobri que nao. Acho que teria sido interessante, deixando ainda mais caotico. Imagina um crossover entre Homero, Homer e Zeca? kkkkkk

    Enfim, falando do conto. O conto investe pesado no humor e no non-sense, abordando paralelamente aspectos da cultura brasileira e momentos classicos de os Simpsons, o que me sugere que voce gosta bastante da serie. Ate por isso, esperava que o conto fosse mais como um episodio de os simpsons, um episodio perdido, algo assim. Mas do jeito que está, não foi bem isso. Seu conto tá mais pra um documentario sobre o Homer. Saber aqueles documentarios de celebridades que passava em canais como Entertainement? Acho que o proprio simpsons ja fez parodia desse tipo de doc. Pareceu mais alguem contando um momento da vida do Homer do que um episodio de os Simpsons, que acho que teria sido mais legal.

    Do jeito que está, tem muita coisa contada, e pouca coisa mostrada. Voce vai nos contando muito do que aconteceu, num tom meio documental, relatando os fatos. Acho que teria funcionado melhor se fossem mais cenas que mostrassem as coisas, sabe? Claro que isso é minha opiniao, nao to aqui pra dizer como voce deve abordar sua historia.

    Por outro lado, tem uma pincelada de critica social no final, que resulta da curva de personagem do Homer, que é o ponto forte do conto. O Homer não termina o conto como ele começou, existe uma evoluçao, um aprendizado. Acho que aqui está a cereja do conto.

    Enfim, voce teve uma boa ideia aqui (particularmente gosto dessas misturas insolitas de persongens), mas achei que nao foi bem na execução. O conto conta muito, mas mostra pouco. No entanto, o conto termina em alta, com o resultado da boa curva de personagem.

    Parabens e boa sorte!

    • cyro eduardo fernandes
      15 de junho de 2025
      Avatar de cyro eduardo fernandes

      Muito obrigado pelos comentários.

  15. Afonso Luiz Pereira
    12 de maio de 2025
    Avatar de Afonso Luiz Pereira

    Essa fanfic, creio eu, cumpre muito bem essa proposta de entreter. O autor criou uma mistureba inusitada, mas divertida, entre o universo dos Simpsons e a cultura popular brasileira, especificamente fazendo alusão ao pagode e Zeca Pagodinho, famoso cantor deste gênero. A ideia é boa, simples e funciona: imaginar o Homer no Brasil, envolvido num videoclipe de pagode, rendendo situações absurdas, estereótipos bem-humorados e diálogos engraçados. Tudo dentro daquela lógica cartunesca e debochada que caracteriza tão bem a série animada.

    O interessante é que esta homenagem respeita os personagens originais, pois Homer continua Homer, sendo preguiçoso, glutão, desajeitado, hilário e oportunista. Claro, é importante reconhecer que o conto é mais uma brincadeira estendida do que uma história com arcos bem definidos. Não há exatamente um conflito central a ser resolvido, e o final, embora divertido, não fecha nenhuma grande questão, porque, de fato, não há nenhuma. A graça está no absurdo da situação, nas piadas e na maneira como os personagens reagem ao mundo ao seu redor. E isso, no caso dessa fanfic, é suficiente. A proposta é clara: fazer rir e imaginar uma situação improvável.

    • cyro eduardo fernandes
      15 de junho de 2025
      Avatar de cyro eduardo fernandes

      Muito obrigado pelos comentários.

  16. Thiago Amaral
    9 de maio de 2025
    Avatar de Thiago Amaral

    Oi, tudo bem?

    É um conto simples de humor, com piadas diretas para divertir na mistura de Simpsons com Brasil.

    Acho que algo mais notável aqui é a dedicação em mostrar tantas referências à fonte do conto. Você consegue citar muitos personagens e elementos memoráveis dos simpsons, inclusive de outras vindas pro nosso país, mostrando que é mesmo fã do desenho. Gostei da forma como entrou de cabeça no tema fanfic, especulando o que aconteceria se a família viesse pra cá uma vez mais.

    No entanto, infelizmente achei que o tom da história é mais de resumo do que narração. Esse estilo, pra mim, nos deixa um pouco distantes da história, como se a víssemos de longe. De fato, com tantas coisas acontecendo, ficaria difícil mostrar ao invés de contar. Mesmo assim, pra mim essa estratégia tira o brilho da história. Além disso, achei o humor um pouquinho de tiozão em algumas partes kk

    Também é difícil acreditar que o Homer Simpson conseguisse falar português, mesmo com um tradutor no celular. Mas acho que deveríamos deixar esse detalhe pra lá, já que estamos falando de um desenho que não se leva tão a sério.

    Em resumo, gostei da intenção, do uso dos personagens e das ligações com o Brasil. De fato, é criativo. Mas o estilo adotado pela escrita me afastou.

    Obrigado pela contribuição e boa sorte no desafio.

    • cyro eduardo fernandes
      15 de junho de 2025
      Avatar de cyro eduardo fernandes

      Obrigado.

      • Thiago Amaral
        15 de junho de 2025
        Avatar de Thiago Amaral

        De nada

  17. toniluismc
    9 de maio de 2025
    Avatar de toniluismc

    Comentário Crítico do Conto “Pagode do Homero” (Bartholomew Gomes da Silva)
    Avaliação por critério: Técnica · Criatividade · Impacto

    🛠 TÉCNICA: CARNAVAL LITERÁRIO ORGANIZADO

    A escrita é despretensiosa, mas surpreendentemente estruturada e coesa para um conto de comédia satírica envolvendo personagens tão excêntricos quanto Homer Simpson e Zeca Pagodinho. O autor demonstra um domínio claro da arte do pastiche, respeitando o estilo das séries animadas e o vocabulário dos personagens.

    • A construção das cenas é cinematográfica, com cortes, transições e ritmo bem marcado.
    • O humor é sustentado com bons diálogos, trocadilhos e absurdos calculados, sem tropeçar no nonsense barato.
    • A cronologia do conto é habilmente conduzida — desde o convite inicial até o “cliffhanger” com Roberto Carlos — mantendo a coerência interna e o crescimento gradual do protagonismo do Homer no Brasil.

    A quantidade de eventos (alfândega, churrasco, gravação, praia, funk, conscientização social, e até a Anitta e o Roberto Carlos) nunca explode a narrativa, o que revela que por trás da palhaçada há método.

    🎨 CRIATIVIDADE: FANFIC DE LUXO COM ALMA DE SAMBA

    A ideia é absolutamente genial em sua bizarrice tropical: unir Homer Simpson e Zeca Pagodinho num videoclipe de pagode. A execução é ainda melhor do que a proposta. O autor entende bem o universo dos Simpsons e transporta Homer de forma verossímil (dentro do absurdo) para a realidade brasileira.

    • Os choques culturais geram piadas eficazes, e a caracterização do Homer, mesmo sem o formato visual, é instantaneamente reconhecível.
    • As inserções de figuras reais (Anitta, Roberto Carlos) não parecem forçadas, mas sim naturais dentro do caos narrativo da proposta.
    • O conto também surpreende ao humanizar Homer, levando-o a uma espécie de epifania social e pessoal — um arco raro para fanfics humorísticas, mas aqui muito bem inserido.

    A combinação de pastelão, crítica social leve, homenagem cultural e crossover interdimensional torna o conto um dos mais criativos do conjunto.

    📌 IMPACTO: UM EPISÓDIO PERDIDO DOS SIMPSONS COM ALMA BRASILEIRA

    O impacto do conto está no seu efeito prolongado de sorriso bobo: é impossível não se divertir com o desfile de absurdos, mesmo que você não goste tanto de pagode ou do Homer. O texto tem potencial viral, como o próprio vídeo descrito na história.

    • A comédia é feita com inteligência: não há piadas de escatologia barata, ainda que um “peidão” esteja no roteiro — mas usado com propósito narrativo.
    • O tom mistura caricatura e ternura, e a virada do Homer, com empatia diante da desigualdade, ainda que breve, confere camadas inesperadas ao humor.
    • Há também uma certa subversão do estereótipo brasileiro que foi usado no episódio original dos Simpsons — aqui, é o Homer quem passa vergonha, e o Brasil, com seus altos e baixos, oferece acolhimento, fartura e até lições de vida.

    🧾 CONSIDERAÇÕES FINAIS

    “Pagode do Homero” é uma fanfic de altíssimo nível, que entrega humor, referências, crítica e uma história divertida do começo ao fim. O conto pode parecer longo, mas se justifica pela densidade cômica, e se destaca como uma celebração irreverente da cultura brasileira através do olhar desajeitado de um ícone da cultura pop americana.

    • cyro eduardo fernandes
      15 de junho de 2025
      Avatar de cyro eduardo fernandes

      Obrigado. Fico contente que tenha gostado.

  18. Antonio Stegues Batista
    9 de maio de 2025
    Avatar de Antonio Stegues Batista

    Sinopse: Homer Simpson vem ao Brasil a convite de Zeca Pagodinho para gravar um clipe e ele e a família acabam se mudando para cá. O enredo não é ruim, tem uma boa escrita, os personagens são autênticos conforme o original. As situações são engraçadas, mas não traz nada novo. Achei tudo muito certinho, sério demais. Sim, tem algumas situações absurdas, mas acho que poderia ser mais absurdo o enredo, afinal, é um choque de cultura que poderia ter levado ao caos. De qualquer forma parabéns pela participação e boa sorte.

    • cyro eduardo fernandes
      15 de junho de 2025
      Avatar de cyro eduardo fernandes

      Obrigado.

  19. Givago Domingues Thimoti
    9 de maio de 2025
    Avatar de Givago Domingues Thimoti

    Pagode do Homero:

    Bom dia, boa tarde, boa noite! Como não tem comentários abertos, desejo que tenha sido um desafio proveitoso e que, ao final, você possa tirar ensinamentos e contribuições para a sua escrita. Quanto ao método, escolhi 4 critérios, que avaliei de 1 a 5 (com casas decimais). Além disso, para facilitar a conta, também avaliei a “adequação ao tema”; se for perceptível, a nota para o critério é 5. Caso contrário, 1. A nota final será dada por média aritmética simples entre os 5. No mais, espero que a minha avaliação/ meu comentário contribua para você de alguma forma.

    Boa sorte no desafio!

    Critérios de avaliação:

    • Resumo: 

    Pagode do Homero é uma fanfic (5!) que imagina um mundo em que Homer e Zeca Pagodinho fazem amizades, após o sambista brasileiro convidar o desenho americano para uma gravação de um videoclipe. Apaixonado pelo Brasil, ele resolve ficar.

    • Pontos positivos e negativos: 

    Positivo: conto com poucos erros gramaticais.

    Negativo: é uma fanfic de humor sem graça. Na minha honesta opinião, ao tentar subverter os clichês que os gringos têm do Brasil, acaba reforçando os próprios clichês que o brasileiro tem de si. Linguagem meio cintura dura, sem requebrado algum.

    • Correção gramatical – Texto bem (mau) revisado, com poucos (muitos) erros gramaticais. 4,5

    Pessoalmente, não encontrei muitos deslizes gramaticais. Acho que teve um erro de grafia numa palavra (esveta/esteva ao invés de esteve/estava).

    • Estilo de escrita – Avaliação do ritmo, precisão vocabular e eficácia do estilo narrativo. 2

    Acho que esse é um segundo ponto que destoa bastante nesse conto. Para o humor, é uma escrita crua, dura e muito pragmática. Quase analítica. Em que pese seja clara, creio que faltou irreverência, faltou brincar mais com as palavras.

    Infelizmente, isso acabou afastando o leitor, ao invés de aproximá-lo.

    • Estrutura e coesão do conto – Organização do conto, fluidez entre as partes e clareza da construção narrativa. 3

    O conto está bem organizado. Vai de A a B. É como se fosse um filme resumido em páginas. Ao mesmo tempo que isso demonstra alguma capacidade de síntese, também acho que mostra alguma superficialidade na narrativa. Sabe aquela coisa de querer abraçar o mundo e deixar de abraçar aquilo que é mais importante? Pois é, creio que isso aconteceu aqui. Nessa toada, senti falta de articulação entre as partes, estando tudo muito direto e raso.

    • Impacto pessoal – capacidade de envolver o leitor e gerar uma experiência memorável: 1

    Se alguém me desse apenas a sinopse desse conto, eu embarcaria de cabeça, bem animado na expectativa de grandes risadas. Infelizmente, não aconteceu.

    Bom, enquanto conto de humor, é um conto sem graça. A tentativa de fazer rir está ali, colocando Homer Simpson no papel de gringo perdido no Brasil, descobrindo de maneira cômica o lado verdadeiro do país para além dos preconceitos. Contudo, nessa própria tentativa, o autor/a autora revela, de certa maneira, seus próprios estereótipos acerca do próprio Brasil, recriando piadas clichês e rasas (por exemplo, reduzindo Zeca Pagodinho ao personagem do artista beberrão que estampa comercial de cerveja, o que de certa forma confirma o que o prof. Luiz Antônio Simas disse “As pessoas gostam do Zeca pelos motivos errados e isso ofusca quão grande e genial ele é musicalmente.). Isso perdurou por tempo demais antes do desfecho no qual tudo acaba bem.

    Além disso, a escrita possui a mesma malemolência de Homer sambando ou rebolando no funk; é muito crua, analítica, pragmática e distante. 

    Enfim, por essas e outras, um impacto baixíssimo. O puro suco do Brasil não funcionou.

    Nota final: 3,1

    • cyro eduardo fernandes
      15 de junho de 2025
      Avatar de cyro eduardo fernandes

      Obrigado.

  20. Marco Saraiva
    7 de maio de 2025
    Avatar de Marco Saraiva

    Um conto cômico sobre mais uma aventura de Homer Simpson no Brasil, dessa vez muito mais longa, já que o personagem amou tanto o país que resolveu mudar toda a sua família para lá. Neste episódio, porém, temos uma série de celebridades Brasileiras fazendo cameo, especialmente o nosso amado Zeca Pagodinho, figura carimbada do Rio de Janeiro.
    Homer aproveita-se de uma fama repentina graças ao seu vídeo com o Zeca, o que dá a ele aquela fama vazia a la “menina Hawk Tuah” dos Estados Unidos, ou, para os que não gostam dos EUA, qualquer micro celebridade de algum BBB. Achei que o conto ia cair mais para este lado e explorar a fama rasa das redes sociais, mas ao invés disso ele pendeu para algumas pontadas de mensagens políticas e críticas sociais, especialmente sobre a pobreza e as favelas do Brasil. Uma pena, eu queria ver uma cena do Homer em algum podcast desses onde as celebridades “D” vão antes da fama morrer 😋.
    É um conto cômico e escrito com muita precisão, o português perfeito e sem erros, com leitura fácil.

    NOTAS:

    • Achei o tom da narrativa muito sério e burocrático para um conto de comédia. Muitas das piadas não funcionaram muito bem graças ao tom na voz da leitura. Me parece que o conto pedia um tom mais informal para funcionar melhor.
    • Os personagens não têm muita personalidade. Todos eles se misturam em uma única “identidade”, que é a narração do conto. As falas não se distinguem umas das outras, o que dificulta a conexão entre o leitor e os personagens (por mais que os mesmos já sejam famosos e estabelecidos na mídia)
    • cyro eduardo fernandes
      15 de junho de 2025
      Avatar de cyro eduardo fernandes

      Obrigado.

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Informação

Publicado às 3 de maio de 2025 por em Liga 2025 - 2B, Liga 2025 - Rodada 2 e marcado .