EntreContos

Detox Literário.

Os Olhos na Varanda (Rodrigo Vinholo)

Augusto era um gato gorducho e peludo, de pernas curtas, focinho curto, olhos verdes e pelo cinzento. Ele sempre parecia estar de mau humor, mas era só impressão, era o jeito de sua carinha. Quem o conhecia sabia que era carinhoso e tranquilo.

Ele vivia com seus humanos em um apartamento. Os humanos diziam ser seu pai e sua mãe, e ele, apesar de saber que não era bem assim, concordava. Eles eram seus pais e, juntos, os três eram uma família.

Vez ou outra apareciam outros humanos. Alguns eram mais parte da família do que outros. Augusto gostava mais de um do que de outros, e isso nem sempre tinha relação com o quanto eram da família. Era questão de gosto, e ele suspeitava que era provavelmente o único com bom gosto naquele lugar. Ele tentava ensinar seu bom gosto aos seus pais, mas eles nem sempre compreendiam. Coitadinhos…

O apartamento era seu reino. Conhecia cada cantinho, cada cômodo. Se algum inseto entrasse, ele virava presa de Augusto. Se algum pássaro entrasse… Bem, os pássaros não entravam, do mesmo jeito que ele não saía, porque havia telas de proteção trançadas em todas as janelas e na varanda da sala. Mas tinha certeza que se um pássaro entrasse, ele iria ver! Uma das suas atividades favoritas era olhar os passarinhos e se imaginar como um caçador, mesmo que nunca tivesse chegado muito perto de algum deles.

Os dias de Augusto eram simples, pacíficos, e cheios de atividades: comer, dormir, brincar, derrubar objetos de lugares altos, fazer companhia a seus pais, ganhar carinho, pegar insetos e imaginar que caçava pássaros. Vez ou outra assistia televisão ou algo no celular, mas não dava muita atenção a essas coisas na maior parte do tempo.

As noites de Augusto eram parecidas com os dias, exceto que os pais estavam dormindo, assim como os pássaros, o que não o impedia que fizesse todo o resto de seus hobbies. Como dormia bastante durante o dia, era comum que usasse a noite para cumprir parte das importantes atividades envolvidas em ser um gato.

Eis que certa noite, quando estava na sala, notou algo estranho. Havia um par de olhos na varanda. Augusto passou um bom tempo tentando entender o que estava acontecendo, e até se perguntou se não se tratava de um inseto ou de algum tipo de pássaro, mas não parecia ser o caso. Ele arriscou alguns barulhinhos do tipo que soltava para as coisas que não conhecia, mas não teve reação. Tentou miar, e os olhos continuavam encarando, sem se afetarem. Ele tentou, então, algo que raramente fazia: rosnou e bufou, fazendo o máximo que podia para parecer ameaçador… mas não deu certo.

Restou só uma saída: Augusto correu para o quarto de seus pais, para pedir ajuda.

A mãe levou um susto com a correria e com a tagarelice do gato mas, como geralmente acontece com os seres humanos, ela não compreendeu o que ele tentava dizer. Ela perguntou se ele queria comida, ou que limpasse sua caixinha de areia, ou se ele queria brincar, e só quando ele cansou de indicar para que ela fosse até a sala que ela o seguiu. Mas quando chegou e acendeu a luz, já que não enxergava no escuro como ele, os olhos não estavam mais na varanda.

Augusto estava frustrado, mas de certo modo aliviado. Ele não sabia de quem eram aqueles olhos ou o que eles estavam fazendo na varanda, e queria que a mãe os tivesse visto… mas se a ameaça não estava mais por perto, conseguiria seguir a vida.

A mãe tentou entender o que ele queria, mas, sem encontrar nada de errado, e com o gato aparentemente mais calmo, voltou para o quarto para dormir com o pai. Augusto geralmente se aconchegava com eles durante a noite, mas nem sempre ia deitar no mesmo horário. Como deixavam a porta aberta, ele podia ir e vir quando quisesse.

Dessa vez, no silêncio da noite, Augusto teve dificuldade para dormir. Ia e voltava da sala, sempre tentando vigiar para ver se os olhos não voltava. Por vezes dormia, mas acordava sobressaltado, achando que alguém o estava olhando. Seus pais se incomodaram com as idas e vindas, mas nem ele conseguiu explicar sobre os olhos, e nem eles conseguiram entender.

Na manhã seguinte, ninguém havia descansado direito. Augusto tinha a vantagem de ser gato e poder dormir a qualquer hora, e ao menos conseguiu colocar o sono em dia, contando que, com a luz do sol, se aqueles olhos aparecessem na varanda, seus pais os veriam.

A manhã passou, depois a tarde, e caiu a noite. Augusto estava quase se esquecendo dos olhos, mas quando seus pais foram para a cama, lá estavam eles. Outra vez ele tentou chamar atenção, outra vez sua mãe veio investigar, outra vez não encontrou nada e outra vez a noite foi inquieta.

Nos dias que se seguiram, isso se tornou a rotina, para a frustração de todos os envolvidos. Para piorar as coisas, Augusto, normalmente tão despreocupado, passou a ter pesadelos quando dormia. Nesses sonhos, sempre via olhos monstruosos que o perseguiam na escuridão. Ele corria, corria, mas uma grande boca feita de sombras acabava por abocanhá-lo, fazendo com que acordasse assustado.

Os pais de Augusto não sabiam o que fazer. O levaram no veterinário, trocaram sua comida, tentaram distraí-lo com brinquedos, mas nada funcionava. No meio de tantas soluções, era certo que seja lá o que o assustava estava na sala, então decidiram por um novo caminho: ele não poderia ficar sozinho por lá durante a noite. Sentiram que seria muita crueldade colocá-lo em um quarto sozinho, então decidiram que ele dormiria no quarto com eles, como já fazia, mas sem acesso ao resto do apartamento.

Augusto não estava feliz. Não só queria ser livre para explorar seu espaço, como se preocupava com essa situação: e se os olhos da varanda, aproveitando que ele não estava ali, conseguissem invadir a sala? Precisava fazer alguma coisa.

Era fato que também já estava cansado de toda aquela situação. Queria enfrentar a ameaça de frente, sem recorrer aos seus pais, por mais que aquilo o assustasse. Resolveria de um jeito ou de outro, e eles veriam a verdade.

Naquela noite, depois que fecharam a porta do quarto, Augusto se aconchegou com seus pais na cama. Ele ficou muito quieto, ronronando enrolado até dormir e, quando acordou, durante a madrugada, se certificou que eles estavam dormindo antes de se levantar silenciosamente.

Ele sabia abrir a porta do quarto em silêncio. Saiu, passou pelo corredor e, chegando na sala, lá estavam os olhos na varanda. Eles continuavam sendo grandes, brilhantes e o encarando fixamente. Augusto sentiu medo, mas não hesitou: caminhou até a porta de correr da varanda, que ele também sabia abrir, e a empurrou.

E então, pela primeira vez, estava frente a frente com aqueles olhos grandes. Foi aí que viu que, como deveria ter suspeitado antes, havia uma cabeça que levavam aqueles olhos. E a cabeça estava em um corpo. Era um gato preto magrelo e comprido, com fome e com frio.

Augusto já havia interagido com outros gatos. Se lembrava de seus irmãos na infância, dos outros que via no veterinário, e de uma vez ou outra que os amigos de seus pais trouxeram seus filhos felinos para que ele conhecesse. Ele sabia que outros gatos podiam ser uma ameaça, mas aquele que estava à sua frente não era ameaçador.

Na verdade, ao entender que os olhos não eram de um monstro impossível, Augusto sentiu primeiro alívio e tranquilidade, e depois irritação. Tantos dias assustado, tantas noites maldormidas, tanta confusão com seus pais, e a culpa era daquele gato. Ele então rosnou para o felino desconhecido, que se encolheu no canto da varanda, mais assustado do que ele havia estado.

Ver o dono dos olhos grandes daquele jeito frágil encheu o coraçãozinho de Augusto de pena. Olhando pela rede na varanda, ele viu um canto rasgado e entendeu que o desconhecido havia entrado por lá, e tentou se imaginar o que ele estava passando. Ele estava com fome, com frio, sem casa, e vendo um outro gato que tinha tudo. E, pelo jeito, estava tão assustado que não se arriscava a pedir. Entrar na varanda já havia sido o limite de sua coragem.

Augusto tomou uma decisão. Caminhou até a porta, empurrou-a mais, e convidou o gato preto para entrar. O dono dos olhos assustadores hesitou, mas acabou por aceitar.

Na manhã seguinte, os pais de Augusto se surpreenderam ao encontrá-lo não com eles na cama, mas na caminha de gatos, junto com o gato desconhecido. O recém-chegado se encolheu, com medo deles, mas o dono da casa, orgulhoso, deixou claro que o amigo era bem-vindo.

Pouco tempo depois a mãe de Augusto descobriu o buraco na rede de proteção da varanda, e ela e o pai conseguiram imaginar que ele veio por lá. No mesmo dia eles perguntaram pela vizinhança se alguém o conhecia e, vendo que não, o levaram ao veterinário.

Poucos dias depois, a rede foi consertada, o gato preto ganhou o nome de Fernando, e Augusto ganhou um novo irmão, com quem passou a dividir tudo, incluindo a atenção dos pais, e assim se divertir ainda mais. A família nunca mais teve problemas com os sustos inexplicáveis, nem olhos desconhecidos à noite, e a paz voltou a reinar.

Augusto, além de todo orgulho felino que já tinha, ficou ainda mais cheio de si: não só passou o resto da vida com a certeza de que enfrentaria qualquer ameaça que surgisse, como sabia que entendia mais das coisas que seus pais.

Fosse como fosse, ele concordou que tudo ficou mais seguro quando eles arrumaram o furo na rede de proteção.

Sobre Fabio Baptista

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20 comentários em “Os Olhos na Varanda (Rodrigo Vinholo)

  1. Thiago
    14 de junho de 2025
    Avatar de Thiago

    Mais curto, e esse conto poderá figurar em um livro infantil.

    A escrita é fluida, simples, com uma mensagem. Talvez tenha perdido um pouco por não se caracterizar bem o  gato como gato mesmo – a personagem é humana e não consegue deixar de ser humana -, mas percebo que isso não foi a intenção mesmo do autor – e o nosso maior fabulista, Miguel Torga, também não enveradava por isso. O conto ganhou principalmente por ser simples, despretensioso e bem realizado. O título é excelente. 

  2. leandrobarreiros
    14 de junho de 2025
    Avatar de leandrobarreiros

    Um bom conto que uniu os dois temas do desafio: o “chubesco” e o juvenil. Enquanto lia, fui imaginando um livro infantil com ilustrações para cada passagem.

    Acho que, para o que se propõe, o texto é bom e é uma ótima história sobre a superação do medo. No que diz respeito à exploração desse tema com uma abordagem infantil, acredito que o autor conseguiu construir uma história/mensagem mais coesa do que outros textos que tentaram explorar a mesma temática.

    No início, me perguntei se o gato representaria uma criança. Acho que em parte sim, mas tá mais pra ser só um gato mesmo kkk

    Há, ainda, uma certa aura de terror, que não sei se intencional ou não, mas que me agradou bastante.

    Um conto sólido, na minha opinião.

  3. Thales Soares
    14 de junho de 2025
    Avatar de Thales Soares

    Considerações Gerais:

    Este é um conto fofo e cativante, que encanta especialmente os amantes de gatos. Narrado inteiramente pela perspectiva felina, o texto acerta em cheio ao capturar de forma verossímil os pensamentos, manias e comportamentos típicos de um gato doméstico. Augusto, o protagonista, é construído com um equilíbrio perfeito entre carisma, nobreza e um leve toque de humor involuntário, como só os gatos sabem ser.

    O grande trunfo do conto está justamente nessa lente “gato-cêntrica”: o mundo ganha proporções épicas quando visto pelos olhos de um felino. O medo dos olhos na varanda é apresentado com tensão crescente, como se estivéssemos diante de um thriller, quando na verdade trata-se de um drama muito mais íntimo e doce, uma ameaça real para um gato, mesmo que sutil aos olhos humanos. A resolução é fofa, empática e cheia de simbolismo, reforçando a mensagem de acolhimento, empatia e descoberta.

    Pedradas:

    O final, embora encantador, talvez peque um pouco na suspensão da descrença, especialmente para quem conhece o comportamento geralmente territorialista dos gatos. A decisão de Augusto em acolher espontaneamente um rival felino e dividir tudo com ele pode parecer um pouco idealizada. Isso não compromete a experiência para quem está no clima da história, mas pode soar um tanto fantasiosa até mesmo dentro da lógica interna do conto.

    Conclusão:

    Este é um conto feito com muito carinho, que emociona, diverte e aquece o coração (especialmente dos gateiros). Ao se colocar dentro da mente felina, o autor cria um universo cheio de significados pequenos e importantes, com direito a uma reviravolta divertida. Mesmo que o final fuja um pouco da lógica felina tradicional, o gesto simbólico de acolhimento dá uma boa moral para a história.

  4. Gustavo Araujo
    13 de junho de 2025
    Avatar de Gustavo Araujo

    Um conto chubesco contado pelo ponto de vista de um gato, Augusto, e o mistério que ronda suas noites insones. A ambientação é boa e o autor não cai na armadilha que se vê em diversos contos sobre felinos, que os reduzem a seres que se acham superiores, donos de seus donos. Aqui, o gato é jovem, quase uma criança, o que permite aos pequenos leitores se identificarem com ele. E quando o conto entra na ação propriamente dita, isto é, depois da ambientação, essa identificação aumenta porque Augusto se vê diante de um mistério que, no fim, mostra-se infundado. A razão de seus temores noturnos, vê-se, é a súplica de outro gato por comida e conforto. Novamente o autor evita a armadilha do clichê, mostra em vez de contar o que significa empatia quando Augusto age para acolher Fernando. Embute a lição de moral sem escancará-la, respeitando a inteligência do leitor, mesmo do leitor em formação. Ganha muitos pontos por isso. No fim, infantil que é, o conto termina bem para todos.

    Como sugestão de melhoria, indico a frase que fala “enfrentou de frente”. Dá para mudar e evitar esse pleonasmo.  De resto a escrita é segura, interessante e isenta de erros. Mais importante, adequada ao público que dá os primeiros passos na leitura.

    Parabéns e boa sorte no desafio.

  5. Andre Brizola
    13 de junho de 2025
    Avatar de Andre Brizola

    Olá, Augusto!

    Há uma moda envolvendo o EntreContos, a de contos com gatos. Tudo certo, não vejo problemas nisso. Mas, aviso, não sou fã de modas, correntes, memes e comportamentos desse tipo, de modo que seja lá qual for a intenção por trás desse movimento (talvez a de atingir a sempre crescente parcela de adoradores dos bichanos, que se espalham pela internet), não sou atingido. O conto aqui vai numa linha infantil, com estrutura simples, enredo bonitinho e algo de ensinamento voltado a leitores mirins. Tendo isso em mente, acrescento que desta vez optei por fazer meus comentários de uma forma mais organizada e estruturada, pensando em ser mais justo na forma como julgo os contos participantes.

    Técnica – O conto é estruturado em um texto bastante simples e conservador na forma de se contar a história. Parágrafos narrados em terceira pessoa, sem diálogos, como num livro infantil (dá para imaginá-lo em página quadradas, letras grandes e diversas ilustrações, já pensou nisso?). Mas, eu faria uma revisão mais detalhada aqui, buscando um aprimoramento em alguns aspectos. O primeiro deles é quantidade grande de repetições de alguns termos, sobretudo “era” e “eram”, no começo do conto. Entendo que é uma forma bastante direta de estabelecer o cenário, mas essa repetição é cansativa, e é um conto curto, que não deveria causar esse tipo de reação. O mesmo acontece com “quarto” e “sozinho”, em outro parágrafo. Em segundo lugar, eu revisaria algumas explicações em excesso, que não precisam estar no texto e só geram redundância, como “passou a ter pesadelos quando dormia”, que poderia ter ficado só em “passou a ter pesadelos”, pois o “quando dormir” é subentendido, e “Augusto tinha a vantagem de ser gato e poder dormir a qualquer hora”, em que já sabemos que ele é gato, pois é a primeira informação do conto. Minha intenção aqui, ao apontar esses exemplos, é demonstrar que o conto pode ser mais leve, pois o enredo pede exatamente isso, leveza. Essa redundância que está aí, faz exatamente o contrário. Caso tenha sido opcional, ok, entendo a opção do autor. Mas deixo aí minha sugestão de como eu trataria o texto.

    Enredo – Seu enredo é bastante simples. Um gato tem sua vida de bichinho de estimação afetada por um par de olhos noturno misterioso. A partir daí ele tem algumas desventuras, até encontrar um companheiro. Simples, direto, e com uma pontinha de ensinamento para as crianças que vão ler. Bonitinho, mas, como falei antes, o enredo sofre com a forma como o texto foi montado.

    Tema – Neste aspecto, desta vez, decidi ser bastante rígido no que diz respeito ao respeito ao que foi proposto. Entendo que os temas são um tanto quanto diferentes do usual, mas essa foi a proposta do EntreContos e acho que nós, autores, deveríamos honrá-la com textos que a atendessem da melhor forma possível. E aqui não há problema, o conto é claramente infantil, dentro do que foi chamado de chubesco, e para mim, atende perfeitamente ao que foi proposto.

    Impacto – Escrevo esse item do meu comentário alguns dias após ter lido o conto, para medir a forma como reagi ao texto e como ele me afetou. Acho que se a experiência foi boa, se o enredo me provocou, me fez pensar sobre o assunto, ou se há algo extremamente particular, mesmo que ruim, o conto reaparece em minha cabeça e penso sobre ele depois. E devo dizer que Os Olhos na Varanda ficou longe de causar alguma impressão nesses dias após a leitura. Reservei alguns minutos de alguns dias para repassar mentalmente as últimas leituras e somente, hoje, escrevendo essa parte do comentário, é que me relembrei desse conto. Precisei reler a análise toda para relembrar tudo.

    Acredito que o conto vá atingir sua parcela de leitores, sobretudo por ter um protagonista gato. Mas encontrei problemas demais em minha leitura para dizer que gostei do resultado final, sobretudo por que se fosse eu a escrever, teria tomado diversas outras decisões técnicas (que já comentei acima). Mas, acho que com uma boa revisada, é um texto com um bom potencial de publicação dentro do setor infantil.

    É isso. Boa sorte no desafio!

  6. Amanda Gomez
    13 de junho de 2025
    Avatar de Amanda Gomez

    Oi, bem?

    Um conto chubesco com gato, é tipo uma formula magica vc escrever sobre gatos no EC, sempre dá certo. Aqui, eu senti que o texto se alongou demais no misterio, não preicsava ter ” enrolado” tanto,. jpa que a questõa era unica e uma vez tesovida o tyexto temrinaria. Mas é um conto com um gatinho, então tudo bem.

    Foi uma leitura agradavel, e apesar de previsivel o texto conseguiu sem sustentar bem. Sem tramas mirabolantes e fantasiosas… um gato encontrando outro gato, e um final feliz. Tudo certo.

    parabens pelo texto, boa sorte no desafio.

  7. cyro eduardo fernandes
    11 de junho de 2025
    Avatar de cyro eduardo fernandes

    Chubesco bem escrito. Final de pouco impacto. A descrição do Augusto está muito bem feita.

  8. Pedro Paulo
    11 de junho de 2025
    Avatar de Pedro Paulo

    Olá! Tentando simplificar, estarei separando meus comentários em “forma” e “conteúdo”, podendo adicionar um terceiro tópico para eventuais observações que eu não enquadre em um ou outro.

    FORMA: Há dois elementos concêntricos: a voz narrativa atribui uma lógica humana ao gato, mas, ao mesmo tempo, é a humanização de como um gato se comporta, o que dá originalidade ao conto e reforça a sua verossimilhança. Assim, não se estranha que o gato compreenda seus tutores como pai e mãe, mas, ao mesmo tempo, também não inquieta ver a altivez em relação aos pais, como uma transcrição da costumeira arrogância que os felinos aparentam. Não notei falhas de revisão e o texto está bem estruturado, estabelecendo seu tom, apresentando o conflito e o desenvolvendo até o clímax, cujo mistério fica sustentado até uma reviravolta convincente e, sobretudo, singela. Foi uma escolha apropriada para o tema “chubesco”.

    CONTEÚDO: Augusto é charmoso. Orgulhoso como se espera de um felino, zeloso por sua família e pela paz no ambiente que é o seu lar. A forma ingênua, mas corajosa como deseja enfrentar os olhos misteriosos da varanda que também o vigiam nos sonhos é instigante. O desfecho, com a compaixão substituindo a valentia, toca o coração como muitas vezes é em casos de adoção de animaizinhos desamparados. Assim sendo, é um ótimo conto para este desafio, extraindo a sua força da ternura encontrada entre a inocência de um animal doméstico e o seu instinto animalesco.

  9. Leo Jardim
    9 de junho de 2025
    Avatar de Leo Jardim

    📜 TRAMA (⭐⭐⭐▫▫)

    Pontos Fortes:

    • Narrativa Encantadora – A perspectiva felina de Augusto é bem construída, com detalhes cativantes (ex.: “derrubar objetos de lugares altos”).
    • Suspense Bem-Dosado – A tensão dos “olhos na varanda” mantém o leitor curioso, mesmo sabendo que se trata de um conto leve.
    • Mensagem Sutil – Aborda medo do desconhecido e empatia de forma natural, sem moralismo explícito.

    Pontos de Melhoria:

    • Ritmo Um Pouco Lento – A repetição das noites assustadas poderia ser mais condensada.
    • Final Previsível – A revelação do gato perdido é esperada; faltou algo mais fora do previsto
    • Pouco Conflito – A ameaça se resolve facilmente, sem desafios reais para Augusto.

    📝 TÉCNICA (⭐⭐⭐▫▫)

    O Que Funciona:

    • Voz Consistente – A narração em 3ª pessoa mantém o foco na perspectiva do gato, com linguagem simples e eficaz.
    • Descrições Vívidas – Cenas como “Augusto rosnando para a escuridão” ou “Fernando encolhido no canto” criam imagens claras.

    O Que Poderia Melhorar:

    • Cortar Repetições – Reduzir o número de noites insones (ex.: bastava 1–2 cenas para estabelecer o padrão).
    • Aprofundar o POV Felino – Mostrar mais pensamentos únicos de Augusto (ex.: “Humanos são lentos… Por que não veem o que eu vejo?”).

    🎯 TEMA (⭐⭐)

    • Conto fofo: se enquadra como chubesco
    • Tópicos Tratados:
      • Medo e Coragem – Augusto enfrenta seu temor e descobre que a ameaça era apenas um gato necessitado.
      • Empatia e Acolhimento – A decisão de ajudar Fernando reflete bondade inesperada.
      • Segurança vs. Aventura – A rede consertada simboliza equilíbrio entre proteção e liberdade.

    💡 CRIATIVIDADE (⭐⭐▫)

    • Boa, Porém Segura – A ideia de “gato assustado por olhos misteriosos” é cativante, mas poderia ter um elemento mais único
    • Destaque Positivo – O uso de traços felinos autênticos (ex.: Augusto abrindo portas) enriquece o mundo narrativo.
    • Pouca Complexidade – Funciona bem como fábula infantil, mas não questiona ou surpreende.

    🎭 IMPACTO (⭐⭐⭐▫▫)

    Por Que Não Foi Mais Marcante?

    • Falta de Risco – Augusto nunca esteve em perigo real; um pouco de tensão física (ex.: Fernando doente/ferido) aumentaria o envolvimento.
    • Final Muito Doce – A adoção de Fernando é fofa, mas previsível. Um conflito residual (ex.: ciúmes entre os gatos) daria profundidade.

    O Que Funcionou:

    • Conexão Emocional – Leitores que têm gatos se identificarão com os comportamentos descritos (ex.: Augusto acordando os pais de madrugada).
    • Atmosfera Noturna – As cenas na varanda escura têm um clima intrigante, quase misterioso.
  10. danielreis1973
    5 de junho de 2025
    Avatar de danielreis1973

    Os Olhos na Varanda (Augusto Fernando)

    Segue a minha análise, conforme método próprio e definido para este desafio:

    CONCEITO: gatos são sempre fofos, certo? Porém, eu não consegui formar um conceito de chubesco neste conto – para mim, é a história de um gato que encontra um amigo – no máximo, seria uma literatura juvenil…

    DESENVOLVIMENTO: o conto é simples em sua narrativa, e não traz muita sofisticação na construção de frases e situações. Porém, o fato de se colocar a visão nos sentimentos do felino foi uma escolha interessante, ainda que não exatamente original. 

    RESULTADO: o resultado é razoável, com uma linha descritiva clara e objetiva. O autor domina a narrativa, mas acho que a ambientação em um espaço muito restrito (coitado do gato, preso no apartamento) não me fascinaram….

  11. Mariana
    27 de maio de 2025
    Avatar de Mariana

    História: Um gato gorducho me ganha o coração de cara! Coisa mais fofa a história dele vivendo a sua vida e descobrindo a “ameaça”, que no final irá aumentar a família. Uma ideia muito singela, mas que funcionou demais na mensagem e não caiu na pieguice didática. Muito bom mesmo e atende ao tema “chubesco” 2/2

    Escrita: Muito boa a forma que você conduziu a história, Augusto Fermando. A escrita segura respeita a integridade dos gatos, esses bichos tão donos de si e, ao mesmo tempo, tão amorosos. 2/2

    Impacto: Fui procurar o meu gato e dar uma alisada nele. Muito bom mesmo, adorei 1/1

  12. Kelly Hatanaka
    22 de maio de 2025
    Avatar de Kelly Hatanaka

    Um conto singelo e fofo, que certamente vai agradar os gateiros do grupo. Não sou gateira, mas gostei também.

    É, com certeza, fofo. Augusto, o gato conta a história de quando surgiu seu irmão, Fernando.

    E é isso. É um bom conto infantil, bem escrito, minha única ressalva vai para o “enfrentar de frente”.

    O conto, talvez, seja simples demais, sem nenhum grande desenvolvimento, um enredo bem simplinho. Será que seria possível incrementar esse enredo? Não sei. Como é um conto infantil, a tendência é mesmo deixar bem simples. Mas acho que caberia aí o superprotegido Augusto escorregar com Fernando pelo furo na tela para viverem juntos aventuras na rua, e depois voltarem bem pimpões para a caminha fofa. Talvez, Fernando poderia ensinar Augusto a caçar passarinhos de verdade.

    Boa sorte no certame!

    Kelly

  13. andersondopradosilva
    18 de maio de 2025
    Avatar de andersondopradosilva

    Olá, autor.

    Não gostei do seu conto.

    Julguei que você repetiu exageradamente palavras. Me atendo apenas aos três primeiros parágrafos, encontrei: era/eram (esses totalizam dez), pelo/peludo, custar/curto, humanos (três), sabia/saber, gostava/gosto (quatro), entrasse/entravam (quatro).

    “O levaram no veterinário” não só é errado como soa esquisito – se não tivesse soado esquisito, talvez o erro até pudesse ser considerado uma violação intencional da norma e, portanto, perdoável. O certo seria “levaram-no ao veterinário”.

    Faltou um de em “se certificou de que”.

    Faltou vírgula em “era certo que, seja lá o que o assustava”.

    Faltou “em” em uma vez ou outra em que os amigos”.

    Faltou vírgula em “pouco tempo depois, a mãe de Augusto descobriu”.

    Julguei que você usou tanto a próclise em seu conto (algumas vezes de maneira que poderia ser até considerada errada, se não intencional), que quando você usou a ênclise, soou estranho: “empurrou-a” e “encontrá-lo”.

    Julguei o enredo superficial. Defendo a ideia de que o enredo não precisa ser superficial para ser infantil ou infanto-juvenil. É possível escrever com profundidade e universalidade mesmo se escrevendo para o público jovem, a exemplo de “A contradição humana”, “Vamos comprar um poeta”, “O pequeno príncipe”, “Todos eles viram o gato”.

    Pela participação inconsistente no desafio, nota 2.

    Abraço.

  14. Luis Guilherme Banzi Florido
    15 de maio de 2025
    Avatar de Luis Guilherme Banzi Florido

    Boa tarde! (esse conto nao faz parte das minhas leituras obrigatorias)

    Um conto infantil fofinho com uma pitadinha de terror, mas terror infantil, do tipo que cabe numa historia infantil, tipo a pixar faz muito. Funcionou aqui. O conto brinca com o misterio dos olhos na varanda. Claro que, como adulto, isso nao impressiona muito e eu ja sabia de cara o que seria o desfecho, mas como esse conto é destinado a crianças, nao faz sentido eu avalia-lo a partir de minha perspectiva de velho chato. Pensando do ponto de vista de uma criança, o misterio seria funcional, e a revelação poderia ser mais impactante e surpreendente. O final é bem bonito e gratificante, com uma mensagem fortificante para as crianças. Achei que o conto cumpre muito bem o papel de literatura infantil. Usa um cliche, que sao os gatos, que as crianças adoram, mas entrega algo que justifica o uso do gatinho.

    A escrita é clara, direta, correta, e adequada ao publico alvo.

    Parabens e boa sorte!

  15. Afonso Luiz Pereira
    12 de maio de 2025
    Avatar de Afonso Luiz Pereira

    Esse conto me agradou em relação a escrita fluida e segura. A narrativa é bem conduzida, com linguagem acessível e envolvente. É o tipo de leitura que a gente vai deslizando, curioso para descobrir o desfecho. Há um mistério crescente, alimentado com boas doses de suspense e aquela perspectiva bem trabalhada do cotidiano visto pelos olhos de um gato. A construção do personagem Augusto é um dos pontos altos: ele tem personalidade, senso de humor, certa vaidade felina e um olhar muito particular sobre o mundo à sua volta, o que dá vida e graça ao texto.

    No entanto, embora o mistério dos olhos na varanda vai sendo alimentado com expectativa frustradas do gato de saber sobre estes olhos, sonhos ruins, mudanças de rotina, enfim, todo o enredo pautado num segredo a ser revelado, o desfecho acaba sendo um pouco anticlimático. Não é que ele seja ruim, mas comparado à tensão construída, o simples fato de ser só outro gato — ainda que comovente — dá a sensação de que faltou um plot-twist mais impactante.

    Pensando no tema “chubesco”, o conto entra no campo da infância, sim, principalmente na lógica sensível e levemente mágica com que o gato enxerga o mundo, mas não chega a ser exatamente fofo ou leve como se espera de uma história para o público infantil. O texto é bem mais contemplativo e emocional do que divertido ou encantador.

    Tecnicamente, o texto está redondinho. A narração tem ritmo, a voz do narrador (embora em terceira pessoa) se adapta bem à mente felina de Augusto, e há um equilíbrio entre descrição, ação e reflexão. As passagens de humor leve, as pequenas observações críticas sobre os humanos e o orgulho exagerado do gato tornam a leitura agradável e cheia de personalidade. Parabéns pelo texto.

  16. Marco Saraiva
    12 de maio de 2025
    Avatar de Marco Saraiva

    A história de Augusto, até o terceiro ato, mais parece uma história de terror! Os olhos na varanda me pegaram, fiquei imaginando umas coisas assustadoras, mas como o tom do conto era leve e infantil, não esperei que fosse mesmo algo terrível. No final era apenas outro gato, que juntou-se à família.
    O conto tem uma série de pontos interessantes. A narrativa em terceira pessoa do ponto de vista do felino traz uma dinâmica diferente na leitura. A exploração da barreira linguística entre gato e humanos foi interessante, fala de um esforço de ambas as partes em viverem como família apesar das diferenças, e pode ser transportado para um cenário real, aplicado com lição de vida. A coragem de sair da segurança do seu lar para proteger os seus amados “pais” demonstra uma força de caráter no personagem de Augusto, até mesmo uma pequena evolução no que vimos dele durante o conto.
    É um texto gostoso de ler, simples, que cumpre o que promete. É bem escrito, bem revisado, com uma linguagem propositalmente simples e infantil, para tocar naquela vibe “chubesca” exigida pelo desafio.

  17. toniluismc
    9 de maio de 2025
    Avatar de toniluismc

    Comentário Crítico do Conto “Os Olhos na Varanda” (Augusto Fernando)
    Avaliação por critério: Técnica · Criatividade · Impacto

    🛠 TÉCNICA: ENVOLVENTE E CONSISTENTE

    O texto é muito bem construído em termos narrativos e estruturais. A escolha da narração centrada na perspectiva felina de Augusto é executada com consistência admirável, equilibrando ternura, humor e leveza. O estilo é fluido, com frases claras e bem ritmadas, criando um texto acessível e afetuoso sem ser simplório.

    • O ponto de vista animal é respeitado: não há exageros de raciocínio humano no personagem, mas sim uma lógica interna coerente com a ideia de um gato observador e inteligente.
    • A progressão narrativa tem ritmo bem dosado: apresenta Augusto e seu mundo, introduz o mistério, sustenta a tensão por noites sucessivas e culmina num clímax suave e resolutivo.
    • A linguagem é adequada ao tom “doméstico-aventureiro”, com sutileza nos momentos de tensão (os pesadelos, a repetição do mistério, a inquietação noturna) e humor leve nas descrições do comportamento humano visto pelos olhos de um gato.

    🎨 CRIATIVIDADE: UM OLHAR ORIGINAL SOBRE UMA EXPERIÊNCIA COMUM

    Embora a ideia inicial — um gato reagindo a algo estranho à noite — não seja inédita, o conto se destaca pela forma como transforma essa premissa simples em uma pequena fábula emocional sobre acolhimento, empatia e instinto protetor.

    • A sacada de que os “olhos na varanda” eram apenas outro gato assustado é engenhosa e, sobretudo, emocionalmente honesta.
    • A reflexão final de Augusto, sentindo-se validado por ter “mais bom gosto que seus pais”, é divertida e ao mesmo tempo comovente, pois insere uma dose de orgulho e redenção felina sem sair do tom lúdico.
    • A transformação de um enigma em um laço fraterno entre dois gatos dá ao conto uma dimensão mais ampla de ternura e significado, que vai além do “susto noturno”.

    📌 IMPACTO: ACALENTA, ENCANTA E FAZ SORRIR

    O conto entrega uma experiência de leitura doce e gratificante, com direito a uma reviravolta suave e reconfortante. É o tipo de narrativa que poderia ser lida para crianças, mas que também agrada adultos — especialmente aqueles familiarizados com o universo felino.

    • O mistério cresce com eficácia e as noites sucessivas sustentam a tensão.
    • O clímax, com a revelação da real identidade dos olhos, é simples, mas cheio de calor — desperta empatia, não susto.
    • A resolução é emocionalmente recompensadora: o acolhimento do outro gato é um gesto de generosidade rara em contos protagonizados por animais, ainda mais quando narrado do ponto de vista do “dono da casa”.

    É uma história pequena no escopo, mas grande no afeto que transmite.

    🧾 CONSIDERAÇÕES FINAIS

    “Os Olhos na Varanda” é um conto sensível, encantador e bem equilibrado, que transmite valores de empatia e acolhimento através do olhar de um gato orgulhoso e perspicaz. A escolha pelo mistério cotidiano, o suspense felino e a resolução solidária mostra habilidade e sensibilidade narrativa.

  18. Givago Domingues Thimoti
    9 de maio de 2025
    Avatar de Givago Domingues Thimoti

    Os Olhos na Varanda:

    Bom dia, boa tarde, boa noite! Como não tem comentários abertos, desejo que tenha sido um desafio proveitoso e que, ao final, você possa tirar ensinamentos e contribuições para a sua escrita. Quanto ao método, escolhi 4 critérios, que avaliei de 1 a 5 (com casas decimais). Além disso, para facilitar a conta, também avaliei a “adequação ao tema”; se for perceptível, a nota para o critério é 5. Caso contrário, 1. A nota final será dada por média aritmética simples entre os 5. No mais, espero que a minha avaliação/ meu comentário contribua para você de alguma forma.

    Boa sorte no desafio!

    Critérios de avaliação:

    • Resumo: 

    Os olhos na varanda é um conto chubesco (5!), que apresenta ao leitor a história de Augusto, um gato que mora dentro de um apartamento com os seus pais humanos e, durante uma madrugada dessas, percebe na varanda um par de olhos amarelos estranhos observando o interior da residência.

    • Pontos positivos e negativos: 

    Positivo: um autêntico chubesco 

    Negativo: escrita simples, com alguns erros gramaticais (revisão não tão bem feita) e muitas repetições de palavras

    • Correção gramatical – Texto bem (mau) revisado, com poucos (muitos) erros gramaticais. 2,5

    1. Erros de pontuação (uso da vírgula)

    • “mas era só impressão, era o jeito de sua carinha” – vírgula entre orações coordenadas sem conjunção.
    • “Vez ou outra apareciam outros humanos.” – possível ausência de vírgula depois da expressão deslocada.
    • “mas não dava muita atenção a essas coisas na maior parte do tempo.” – ritmo um pouco truncado, possível uso indevido de vírgulas internas.
    • “mas não o impedia que fizesse todo o resto de seus hobbies.” – estrutura truncada, vírgula poderia ter sido usada ou reestruturação feita.
    • “A mãe levou um susto com a correria e com a tagarelice do gato mas […]” – ausência de vírgula antes de “mas”.
    • “Depois a tarde, e caiu a noite.” – vírgula separando sujeito do predicado.
    • “ele corria, corria, mas uma grande boca feita de sombras acabava por abocanhá-lo […]” – ações repetidas!
    • “como já fazia, mas sem acesso ao resto do apartamento.” – vírgula pode causar ambiguidade ou ruptura do ritmo.

    2. Erros de pontuação (pontuação final e uso de reticências)

    • “Coitadinhos…” – uso informal de reticências onde um ponto final seria mais apropriado.
    • “mas se a ameaça não estava mais por perto, conseguiria seguir a vida.” – construção que pede pausa mais definida entre as ideias.

    3. Uso excessivo de conjunções ou estruturas repetitivas

    • “Outra vez ele tentou chamar atenção, outra vez sua mãe veio investigar, outra vez não encontrou nada […]” – repetição de “outra vez” pode cansar o leitor.
    • “mas nem ele conseguiu explicar sobre os olhos, e nem eles conseguiram entender.” – uso de “nem” com “e” pode ser redundante.
    • “como se preocupava com essa situação: e se os olhos da varanda […]” – uso informal e redundante do “e” após dois-pontos.

    4. Problemas de coesão e ambiguidade

    • “Ele sabia abrir a porta do quarto em silêncio. Saiu, passou pelo corredor e, chegando na sala, lá estavam os olhos na varanda.” – ambiguidade quanto a quem está fazendo a ação em “chegando na sala”.
    • “Foi aí que viu que, como deveria ter suspeitado antes, havia uma cabeça que levavam aqueles olhos.” – “levavam” está no plural, mas deveria concordar com “cabeça”; isso causa confusão.
    • “como queria ser livre para explorar seu espaço, como se preocupava com essa situação […]” – “como” pode dar ideia errada de comparação.

    5. Erros de construção frasal (redundância ou imprecisão)

    • “e até se perguntou se não se tratava de um inseto ou de algum tipo de pássaro, mas não parecia ser o caso.” – estrutura um pouco repetitiva, com perda de ritmo.
    • “mas acabou por aceitar.” – “por aceitar” pode parecer arcaico ou excessivamente formal no tom geral do conto.

    6. Pequenas inconsistências no tempo verbal ou no aspecto textual

    • “Augusto teve dificuldade para dormir. Ia e voltava da sala […]” – leve oscilação entre pretérito perfeito e imperfeito que pode ser ajustada para uniformidade narrativa.
    • Estilo de escrita – Avaliação do ritmo, precisão vocabular e eficácia do estilo narrativo. 2,5

    Hum, eu diria que esse é o grande calcanhar de Aquiles do conto. Bom, a escrita é simples, se aproximando da oralidade. Dentro do contexto do desafio (e de alguns gêneros literários), é comum utilizar essa linguagem. 

    Mesmo assim, creio que aqui o conto poderia ter brilhado mais se tivesse tido uma escrita um pouco mais refinada. Aqui, não quero dizer necessariamente rebuscada, claro. 

    Vamos pegar esse trecho, por exemplo:

    “Ela perguntou se ele queria comida, ou que limpasse sua caixinha de areia, ou se ele queria brincar, e só quando ele cansou de indicar para que ela fosse até a sala que ela o seguiu. Mas quando chegou e acendeu a luz, já que não enxergava no escuro como ele, os olhos não estavam mais na varanda.” => Note quantas vezes ocorre a repetição de alguns termos: ela, ele, que

    “Olhando pela rede na varanda, ele viu um canto rasgado e entendeu que o desconhecido havia entrado por lá, e tentou se imaginar o que ele estava passando. Ele estava com fome, com frio, sem casa, e vendo um outro gato que tinha tudo. E, pelo jeito, estava tão assustado que não se arriscava a pedir. Entrar na varanda já havia sido o limite de sua coragem.” => de novo a repetição de termos

    ”achando que alguém o estava olhando” => observando encaixaria melhor, especialmente considerando que logo depois (período seguinte) vem olhos. 

    Pois bem, essas repetições de termos, aliadas à oralidade, jogaram contra o conto, mas atrapalhando do que ajudando.

    Além disso, alguns trechos são muito explicadinhos…

    • Estrutura e coesão do conto – Organização do conto, fluidez entre as partes e clareza da construção narrativa. 5

    Creio que não há muito o que ser dito aqui. O conto é fluido e claro, além de bem estruturado.

    • Impacto pessoal – capacidade de envolver o leitor e gerar uma experiência memorável: 2,5

    É uma história simples. Bem dooooooce. Perfeita para o chubesco. Meio impossível não se afeiçoar com Augusto. No entanto, creio que para brilhar um pouco mais, esse conto poderia ter tido uma escrita um pouco mais refinada, além de ser um texto mais curto. Acho que sobraram palavras.

    Nota final: 3,5

  19. Antonio Stegues Batista
    8 de maio de 2025
    Avatar de Antonio Stegues Batista

    Sinopse: Gato vê olhos estranhos na varanda durante a noite, ele chama a tutora, mas os olhos sumiram. A cena se repete até que descobrem que é outro gato, os tutores o adotam e eles são felizes para sempre. Uma história simples, sem grandes dramas e mistérios, sem reviravolta impactante, sem lição de moral, sem cenas piegas, sem narrativa complexa, surreal, é um conto curto e simples. Não há muito o que falar, a não ser parabéns por ter participado e boa sorte.

  20. Priscila Pereira
    6 de maio de 2025
    Avatar de Priscila Pereira

    Olá, Augusto Fernando! (Nome de galã de novela mexicana rsrs) Tudo bem?

    Seu conto é bonitinho, com um final fofo, bem escrito e tudo o mais… mas… ficou longo demais para o que se propunha. Enrolou muito, repetiu ideias, demorou pra entregar o mistério. Podia cortar a metade dele de boa e ficaria perfeito!

    O gato é muito bem executado, como os gatos devem ser mesmo, e a história dos olhos na varanda foi uma ótima sacada, mas a execução foi um pouquinho entediante… me desculpe!

    Leria para minha filha: Sim, e acho que ela gostaria, se tivesse paciência para ouvir tudo…

    Parabéns pelo conto e boa sorte no desafio!

    Até mais!

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Informação

Publicado às 3 de maio de 2025 por em Liga 2025 - 2B, Liga 2025 - Rodada 2 e marcado .