EntreContos

Detox Literário.

Johnny Bravo em: O Último Alfa (Thiago Amaral)

Era domingo de manhã no parque. As garotas corriam, se alongavam, faziam yoga – e, no meio delas, como um leão no safári, Johnny Bravo, pronto para oferecer… bem, ele mesmo.

– E aí, gatinha! Precisando de um personal trainer? Acabou de chegar seu equipamento premium! – Encostava o cotovelo numa árvore, os músculos do peito treinando boxe com o ar.

Uma mulher socou sua mandíbula, fazendo-o girar até cair na lagoa dos patos. Outra lhe deu um gancho tão potente que ele voou, e sua cabeça atravessou o ninho de uma codorna – que o alimentou com um punhado de minhocas. A última arrancou os óculos escuros dele e encheu seus olhos de spray de pimenta. Depois, lhe chutou a virilha e puxou sua cabeça ao chão. Com a cara amassada e os óculos magicamente de volta ao rosto, a conclusão para ele era óbvia:

– Ela me quer!

Porém, sentiu uma presença o observando entre as árvores. Ouviu um riso de escárnio, e a voz profunda que disse:

– Você, meu caro, está fazendo tudo errado. Mas pode fazer certo, comigo!

Johnny girou o pescoço, tentando identificar quem falava. O homem era alto, com cabelos pretos na raiz, mas que explodiam num topete vermelho na ponta, como uma chama invertida. Apesar do calor extremo naquela manhã, parecia confortável no elegante sobretudo marrom. Sorria como quem já o conhecia.

– Quem é você, ô esquisitão?

– Sou o homem que vai mudar sua vida para sempre. Na verdade, o primeiro homem de verdade que você irá conhecer. Andrew Fate, ao seu dispor – fez um gesto teatral de apresentação.

– Nunca ouvi falar…

– E é por isso que seu corpo se encontra estatelado no chão. Levante-se, futuro homem! De uma vez por todas! Não seja como todos esses homens domesticados! Ou, devo dizer, castrados de aliança!

Johnny se levantou com um salto, mantendo sua pose estilosa enquanto falava.

– Relaxa, bonitão! O Johnny aqui tem energia para se recuperar de qualquer pancada.

– Muito bem, mas isso só faz de você um cavalo, e não um homem! Quer saber como realmente conquistar uma garota?

Johnny arqueou uma sombrancelha e deu meio sorriso.

– Meu amiguinho, olhe só pra isso! – girou num pequeno rodamoinho e, quando parou, já estava sem camisa – A única ajuda que eu preciso é do Sol, iluminando esse peitoral maravilhoso! – e fez mais uma série de quatro ou cinco poses.

– Entendo… longe de mim duvidar, meu caro amigo… mas que tal se eu te fizesse uma proposta? Posso te ajudar a acelerar esse processo, para que seja menos doloroso. Existe um jeito mais digno de conseguir as mulheres que deseja. Quer ouvir sobre?

– Você não vai ficar com um papo de sensibilidade ou coisa do tipo, vai?

– Muito pelo contrário! Isso é a última coisa que uma mulher quer. Vamos, eu vou te mostrar o caminho do homem superior!

Colocou a mão sobre os ombros de Johnny, que inexplicavelmente já estava de camisa novamente, e os dois foram andando pela cidade enquanto o homem despejava sua doutrina.

– Veja bem, rapaz, uma coisa que você talvez tenha notado, é que o nosso planeta é dominado pelas mulheres, apesar do que dizem por aí… não concorda?

Uma mulher de calça legging passou próxima pelos dois. O rosto de Johnny se moveu como um míssel teleguiado em direção à sua bunda.

– Com certeza! – concluiu

– Pois está na hora de colocá-las no seu lugar natural! O segredo, Johnny, é parar de se importar. Essa sociedade confusa as colocou num pedestal, e você vai ignorar que elas lá estão! Aos poucos as fêmeas sentirão falta de um macho, de uma direção para seguir, e virão te procurar. Você sentará no trono desocupado, e elas todas no seu colo.

– Então, se eu não quiser mais as mulheres, todas elas vão vir pra cima de mim?

– Precisamente! – Andrew encarou o pupilo com brilho nos olhos.

– Demais!

Iniciaram a primeira lição do treinamento. Johnny deveria permanecer uma hora completa na praça de alimentação do shopping lendo As Meditações de Marco Aurélio, sem olhar para nenhum decote ou microssaia.

– Meu amigo, seu torso já é uma rocha, agora também sua mente assim será: açoitada pelo oceano, porém imóvel, despreocupada!

– Tranquilo!

Johnny sentou-se no banquinho desconfortável e começou a ler. As palavras, que para ele não tinham ligação nenhuma com a realidade, passavam por seus olhos sem ligação alguma entre elas. No entanto, seria a rocha que seu mestre precisava. Logo esqueceria as mulheres, e dentro de alguns dias já teria pego várias.

Vinte minutos se passaram. Seu cérebro fritava, a testa encharcada de suor. Cada fibra do seu corpo queria correr em direção às garotas que desfilavam ao redor.

Decidiu acelerar o processo. Correu em direção à garota mais gata, que tomava um milk-shake enquanto conversava com a amiga. Johnny parou ao lado dela e chamou sua atenção com um pigarro exagerado.

– E aí, docinho de coco. Saiba que não me importo nem um pouco com você. Na verdade nem gosto mais de mulher. Prefiro admirar meus músculos nessa vitrine aqui – E começou a se olhar no reflexo, elevando o muque na sua força máxima e performando várias posições diferentes – Hup, up, up!

– Então porque não deixa a gente em paz, otário? – Puxou a calça jeans dele e lá dentro jogou  metade do milk-shake. O rapaz empalideceu e caiu no chão trincando os dentes.

Seu professor o ajudou a levantar-se.

– Quase, meu amigo, quase. Trinta minutos sem olhar para uma fêmea! Aproveitando que conseguiu adquirir maior frieza nas partes baixas, podemos falar do segundo passo. Você necessita represar sua energia, que se encontra muito dispersa.

Os dois sentaram-se num gramado na frente do shopping, onde o sinistro homem o ensinou a respirar profundamente, retendo toda a energia na virilha.

– De agora em diante, não haverá mais brincadeiras lá embaixo, meu garoto. Apenas quando possuir sua fêmea escolhida, engravidando-a com a dádiva da sua herança genética. Mas isso virá muito depois, quando todas as falsas candidatas forem provadas e descartadas, e você encontrar uma mulher submissa de verdade. Até lá, você prenderá suas energias dentro de si, sem desperdiçar nenhuma gota.

Retirou um celular do sobretudo e o jogou para Johnny. Um vídeo pornográfico passava na tela, violento e barulhento. O rapaz olhou para os lados, constrangido.

– Não tire os olhos do vídeo, nem toque no resto do seu corpo. Junto com a leitura estóica, esse será mais um segredo do seu perpétuo crescimento.

Johnny se forçou a permanecer ali sentado, assistindo. Desconfortável, mudava de posição, bocejava e se espreguiçava, sentindo um calor dentro de si. Em dado momento, estralou o pescoço e viu falos e vaginas nas nuvens. Era ainda mais difícil que ler o livro.

– Muito bem, meu amigo, muito bem. – Colocou os braços sobre os ombros de Johnny novamente, que se arrepiou com o toque, mesmo vindo de um homem – Mas sei que há algo que ainda te enfraquece. E esse será o maior desafio de todos.

Levou Johnny até sua casa, lhe instruindo sobre os próximos passos. “Chega de ser alimentado por uma fêmea. Homens de verdade caçam sua carne ou morrem de fome.”

Enquanto guardava o tupperware com resto de lasanha na mochila, a mãe interveio:

– Meu bebê, assim tão de repente desprotegido no mundo! Onde você vai ficar? Com quem?

– Mama, o seu menino virou predador! Agora é o mundo que deveria ter medo de mim! – Saiu pela porta apressado, segurando as lágrimas.

– Boa sorte, meu leãozinho – ela disse, cabisbaixa.

Johnny entrou na limusine de seu instrutor e desembarcou em um estúdio de podcasts, onde foi exaltado e apresentado como mais um case de sucesso do grande Andrew Fate, autor da Bíblia da Sedução. Apesar da dor nas partes baixas e o aperto no coração, discursou como um missionário:

– Esse gênio me mostrou o caminho: eu era vítima da agressão feminina, um fracassado que escondia lágrimas por trás dos óculos escuros! Agora sou um novo homem, que vive para si! Abaixo o matriarcado!

Os outros três na bancada se levantaram, aplaudindo.

Na saída do estúdio, encontraram Cacá, acompanhado de uma mulher deslumbrante de vestido vermelho.

– Johnny, meu amigão! Essa é Cíntia, a gente se conheceu na feira internacional de astrofísica! Ela não é uma maravilha? E muito inteligente!

– Humpf! Sai do meu caminho, seu beta escravoceta! – e entrou novamente na limusine.

– Escravo-o quê?… – o amigo perguntou para a namorada, coçando a cabeça.

Johnny e Andrew, por sua vez, foram direto ao bar oficial dos coaches red pill, onde discutiriam seus próximos passos. Mas, primeiro, Fate apresentou o lugar.

– Aqui é nosso quartel-general. Se não estamos nas ruas, mostrando na prática como um homem pode se tornar a melhor versão de si mesmo, nos recolhemos aqui para aproveitar uma gelada e sentir o prazer de sermos machos acima de tudo. Falando nisso…

Começou a retirar um pergaminho do casaco, e o abriu sobre a mesa. Do mesmo compartimento, retirou uma pena que pingava tinta.

– Acha que está pronto para começar nossos trabalhos de maneira definitiva? Basta assinar esse contrato. Me prontifico a lhe dar toda a assistência que precisar…até o seu fim! – Gargalhou. Johnny também riu, sem saber por quê. Encarou o contrato, e concluiu que um homem de verdade não se importava com letras miúdas nem desconfiava de seus companheiros.

– Pode deixar, meu amigo! É hora de eu fazer um upgrade! Chega de depender das mulheres! Falando nisso, acha que eu ficaria mais atraente de barba?

Enquanto se inclinava para assinar o contrato, um enorme estrondo ecoou pelo bar. Todos se viraram para a porta de entrada.

Uma garotinha ruiva, de lacinho e macacão verde sorria para Johnny. O loiro se aproximou falando baixo, como se ninguém fosse perceber que ele de fato conhecia a criança.

– Sai daqui, ô criancinha nojenta! Aqui é lugar de macho musculoso, tá legal?

– O Cacá me ligou contando que você não parecia bem e que precisava de ajuda. Eu vim correndo!

– E como me achou aqui?

– Ele perguntou onde essa turma costuma se encontrar, e eu resolvi escapar de casa enquanto meus pais foram dormir! Tudo por você, Johnny.

– Hã, com licença – A voz de Andrew simulava humildade – Por mais que eu admire uma garota tão cedo em sua vida demonstrando submissão por um líder poderoso, acho que você é nova demais. Péssima publicidade. Poderia retornar à sua morada enquanto os cavalheiros continuam suas negociações?

Suzy ignorou o sinistro homem.

– Johnny, o Cacá disse que você o chamou de uma coisa muito horrível. E que agora você anda com essas pessoas estranhas. Estou com medo, não quero que você mude. Gosto do bobão que me fazia rir e continuava gentil, mesmo quando as pessoas o tratavam mal!

– Garotinha, eu sei o que faço, ok? Vou aprender a fumar charuto cubano e encontrar meu lugar na natureza. Se tiver sorte, um dia você vai encontrar o seu também, e se entregar a um homem forte e protetor!

– Eu não quero um homem forte e protetor! Eu quero você!

A garota se atirou às suas pernas e começou a chorar. Irritado, Andrew a puxou pelo braço, suas unhas pontudas a espetando. A menina gritou, e algo dentro de Johnny se contraiu.

– Está vendo as emoções controladoras, meu amigo? A fêmea, mesmo recém-saída do útero, usa suas manipulações sonoras para laçar o pobre homem! Mas, ao meu lado, você está livre!

Johnny encarou os olhos da garota, que brilhavam e se derretiam como poços transbordando de tristeza. Tentou fechar o semblante, num exercício estoico de insensibilidade, mas não conseguiu. Seu próprio rosto o traiu, se comprimindo numa máscara de tristeza igual à dela.

Sem perceber, colocou-se entre os dois.

– Calma aí, Andrew. Eu sou perito em entender o coração das mulheres. A pequena Suzy ainda não aprendeu como controlar os homens, é jovem demais. Ela está apenas derretida pelo homem gostoso aqui, e quer me ajudar. Deixe que eu levo a menina pra casa e a gente continua conversando depois.

– Está louco, homem? Quer reverter todo o árduo trabalho que tivemos? Deixe que eu a expulse do bar e que ela encontre o caminho de casa, com a esperteza que mostrou ao ousar vir até aqui!

Johnny não respondeu, apenas puxou Suzy para si. Rindo de felicidade, a garota pulou nos braços do amigo.

– Solte essa ditadora mirim agora, meu aluno, antes que eu te renegue! Prometo que, se me desafiar dessa forma, será o último cromossomo x que irá tocar!

O discípulo recuou devagar em direção à porta. Todos os outros fregueses do estabelecimento olhavam para a situação com espanto e curiosidade, as canecas de cerveja quase derramando seus conteúdos. Se fez silêncio, até que Johnny encostou as costas na porta de dobrar, dizendo:

– Eu já volto! – e correu.

Um urro ensurdecedor irrompeu atrás deles, chacoalhando o chão de toda a vizinhança. Paralisados, olharam para trás e viram o bar ser destruído enquanto Andrew se tornava um monstro gigante, semelhante a um dragão vermelho, apesar de barrigudo e desprovido de asas. O restante dos homens do clube corriam aos gritos. Alguns tropeçaram, mas não diminuíram o ritmo.

– Volte aqui, discípulo rebelde! – Gritou a criatura, que pegou os dois com as mãos colossais e os aproximou de sua face. Johnny e Suzy sentiam o bafo quente vindo das enormes narinas. O dragão depositou o contrato na frente deles, na palma da mão enorme.

– Assine, ou morra!

– Não toque em nada que esse monstro tiver escrito! – disse Suzy. Viu que o amigo estava tremendo de medo.

– Vai deixar a fêmea dizer o que vai fazer? Ou aceitará sua nova vida, longe das mulheres controladoras?

– Uhh…

Johnny viu os olhos do monstro, que pareciam as chamas da danação eterna, e depois os da garota, que, em comparação, brilhavam confiança e coragem. Lembraram os olhos de sua própria mãe. Finalmente, declarou:

– Eu não vou assinar nada, senhor monstro! – Não acreditava que aquelas palavras haviam saído da sua boca.

– Eba! – comemorou Suzy. Ambos pularam da mão da criatura, usando o contrato como pára-quedas que, ao chegarem ao solo, foi rasgado pela menina.

O monstro encolheu, voltando à sua forma de sobretudo. Ao ver que os dois tentavam escapar novamente, uma última ideia lhe ocorreu. Em tom sério, disse:

– Eu sei onde seu pai está. Ele… está esperando por você.

Johnny parou e se virou novamente.

– Meu… pai…?

– É mentira dele! Ele não sabe de nada! – Suzy o puxava pelo braço, mas ele não se movia.

– Sim, seu pai se juntou ao nosso clube há muito tempo, e você pode aprender tudo direto com ele! Vão pescar, conversar, tudo que você nunca fez! Esqueça o contrato, é só apertar a minha mão!

Johnny olhou para a amiga, que balançou a cabeça, tentando desencorajá-lo. A encarou por um segundo e se virou novamente para o monstro. Finalmente disse:

– Esquece, amigo. Meu negócio sempre foi conquistar com muito amor e zero desapego! – Fez uma série de poses, como se contribuíssem de alguma forma ao que havia dito.

O demônio fechou os punhos e se encolheu enquanto pegava fogo. Num estrondoso grito final, explodiu em chamas e sumiu da face da Terra.

Johnny e Suzy, por sua vez, voltaram para suas casas de mãos dadas. Um silêncio se fez de início, mas Suzy quebrou o gelo.

– Eu… eu não sabia que você queria tanto conhecer seu pai.

– Ora, menininha… o Johnny aqui não sente saudades de ninguém. Não faz diferença pra mim, e eu não quero nada além de conquistar umas gatinhas! – Pausou por alguns segundos – Além disso, eu sei que homem de verdade não some! A não ser que esteja morto.

Ele ajustou os óculos, mas Suzy viu uma lágrima escorrer por baixo das lentes.

– Vamos lá – disse ela, apertando sua mão – Tem uma gatinha ali na esquina que precisa de um herói.

Sobre Fabio Baptista

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23 comentários em “Johnny Bravo em: O Último Alfa (Thiago Amaral)

  1. André Lima
    20 de junho de 2025
    Avatar de André Lima

    Eu era muito fã desse desenho! Parabéns ao Thiago por ter abordado o assunto de maneira tão original.

    A grande força do conto reside em sua capacidade de pegar um personagem já estabelecido e inseri-lo em uma narrativa com profundidade temática. Aqui, o autor utiliza Johnny como veículo para explorar um tópico bem contemporâneo: a ideologia “red pill” e a masculinidade tóxica.

    O arco de Johnny é o coração do conto. Inicialmente, ele é o narcisista ingênuo que conhecemos, buscando atenção feminina de maneira desajeitada. Sua “transformação” sob a tutela de Andrew Fate é convincente, muito bem feita. E Andrew, na verdade, adota a postura de antagonista na estrutura narrativa da trama e essa postura vai se desenrolando a cada parágrafo.

    A personagem de Suzy atua como a âncora moral e o catalisador para o resgate de Johnny, através da inocência e do afeto genuíno. O conto é delicado nesse aspecto, gostei. Sutileza!

    A narrativa celebra a autenticidade e a vulnerabilidade. Gosto dessas “perversões” de conceitos. Aqui, o vulnerável é celebrado! Também gosto de abordar essas aparentes contradições.

    A linguagem é ágil e mantém o ritmo da ação, com diálogos que refletem a personalidade dos personagens. O humor é bom. Gosto também de como o texto utiliza-se de hipérboles.

    A transição para a revelação da natureza monstruosa do coach é bastante abrupta, o que, por um lado, contribui para o choque e a intensidade do clímax. Por outro, poderia ter sido ligeiramente mais desenvolvida em termos de “mistério”, para que o elemento fantástico se integrasse de forma ainda mais fluida à narrativa inicialmente mais realista (ainda que caricata). Mas isso não diminui o valor da obra.

    O conto é engraçado, provocativo e possui uma profundidade analítica bem interessante. Parabéns, Thiago!

  2. claudiaangst
    19 de junho de 2025
    Avatar de claudiaangst

    Oi, Thiago, tudo bem?

    Finalmente li o tão aclamado conto e… gostei.

    Vi muito pouco desse desenhado animado, mas conheço o curioso personagem. Portanto, considero que você soube aproveitar bem as características de Johnny Bravo para criar a sua fanfic.

    Aponto algumas falhas de revisão:

    • míssel > míssil
    • sombrancelha > sobrancelha
    • pára-quedas > paraquedas
    • O restante dos homens do clube corriam > O restante dos homens do clube corria (o restante = singular)

    Percebe-se a construção de uma boa crítica social sem ser panfletária. Texto apresenta fluidez e bom humor.

    Uma leitura agradável. Parabéns!

  3. Thiago
    14 de junho de 2025
    Avatar de Thiago

    Sinceramente creio que esse conto foi vítima dos temas da rodada, que não beneficiaram muito, se não se escolhe o gênero chubesco, que dá mais abertura para inovação na escrita. Por exemplo: escolheu-se o Johnny Bravo como personagem, o que é criativo. Mas não é possível escrever um conto realmente forte com essa personagem, embora o autor aqui tenha tentado – e é visível o esforço em dar substância à história, por exemplo trabalhando o tema dos estereótipos da masculinidade. Mas é isso: foi um bom texto dentro de um gênero que não rende muito. 

    O protagonista é coerente com o que vimos no desenho, o tom de humor funcionou bem, o final, ainda que pessoalmente frustrante, deu um fechamento legal ao texto. Um dos melhores em criatividade. 

  4. leandrobarreiros
    14 de junho de 2025
    Avatar de leandrobarreiros

    Um conto com tantos méritos…

    Acho que foi a melhor fanfic que li.

    Não apenas os personagens parecem genuínos, como se tivessem sido escritos pelos criadores originais, mas toda a trama parece um episódio perdido do original. O autor teve o cuidado de reproduzir todos os detalhes, incorporando até os erros de continuidade do desenho.

    O tema em si é super atual e uma demonstração inteligente de como Johnny Bravo se posicionaria diante da onda “redpill”.

    O texto também é engraçado e ainda traz questões internas ao universo do personagem, como o pai de Johnny. Enfim, um texto muito, muito bom.

  5. Thales Soares
    14 de junho de 2025
    Avatar de Thales Soares

    Considerações Gerais:

    Johnny Bravo sempre foi um dos meus desenhos favoritos do Cartoon Network, e confesso que fiquei bastante feliz ao ver que alguém teve a ousadia de fazer uma fanfic nesse universo. E olha… devo dizer que o resultado realmente acertou em cheio no tom: desde os diálogos até as situações absurdas, tudo aqui remete à estética cartunesca e exagerada do personagem. O autor demonstra profundo conhecimento do material original (as atitudes do Johnny, a sagacidade da Suzy, os exageros visuais), tudo está lá, muito bem traduzido para a linguagem literária.

    Além disso, a escolha por satirizar o universo dos coaches red pill foi divertidda e criativa. A crítica à masculinidade tóxica é feita com bom humor, ironia e inteligência, sem abrir mão do estilo nonsense característico da série. O vilão Andrew Fate é uma caricatura perfeita desse universo, e a forma como ele é incorporado na trama poderia facilmente estar em um episódio real do desenho.

    Pedradas:

    Devo dizer que, pelo título, imaginei que a crítica que este conto carregaaria seria algo com um tom mais moderno, e que alfinetaria justamente questões da cultura woke, mostrando esquerdo-machos e um mundo onde a testosterona e a masculinidade foi deixada de lado. Comecei a leitura todo empolgado, porque eu acho esse assunto engraçado… mas então vi que a crítica era sobre os red pills, igual o Ken no filme da Barbie. Isso me decepcionou um pouquinho de início… mas de qualquer forma, o resultado final foi muito bom.

    Conclusão:

    Trata-se de uma fanfic excelente, que honra a série original com autenticidade, criatividade e muita personalidade. Ao mesmo tempo que diverte, também provoca, ao trazer à tona um tema contemporâneo importante (não… não é sobre esquerdomachos… mas sim sobre uma masculinidade performática) dentro de um universo onde tudo é levado ao extremo do absurdo. Um conto divertido, esperto e fiel às origens. Suzy ficaria orgulhosa!

  6. Gustavo Araujo
    13 de junho de 2025
    Avatar de Gustavo Araujo

    Ótimo conto. Mais do que uma fanfic, mais do que uma homenagem ao desenho do Johnny Bravo, o conto é uma verdadeira crítica social. É comédia, sim, mas travestida de tapa na cara da nossa sociedade estruturalmente misógina. Johnny, obviamente, é uma caricatura de macho alfa mas que alerta o leitor/espectador de que há algo muito errado nesse contexto em que se privilegiam os homens em detrimento das mulheres.

    E aí vem a sacada de mestre: Johnny encontra Andrew Tate, ou melhor, Andrew Fate, o guru do proclamado resgate do protagonismo masculino no mundo, o sujeito patético que se vende como mentor de homens com crise de identidade, com baixa estima e inseguros quanto à sexualidade, ou seja, um autêntico palhaço charlatão.

    Claro, no conto estamos no mundo da fantasia, mas os pontos principais desse discurso constrangedor são vistos em todos os parágrafos no intuito de classificar mulheres como entes manipuladores e inimigos do segmento masculino. Só faltou Johnny aderir aos tais Legendários e subir uma montanha…

    Felizmente, tudo termina bem, afinal estamos num desenho. Na vida real, porém, as coisas não são tão fáceis assim. Andrew Tate têm milhões de seguidores, o mesmo valendo para os Legendários, gente que acredita nesse discurso retrógrado de suposta supremacia masculina.

    O conto é bom porque nos faz pensar nisso. Quisera o mundo que existissem mais Susies, ou que os já citados homens inseguros e vingativos entendessem que na vida de verdade o verbo protagonizar se conjuga apenas na terceira pessoa do plural.

    Parabéns e boa sorte no desafio.

  7. Andre Brizola
    13 de junho de 2025
    Avatar de Andre Brizola

    Olá, Ana!

    É uma pena que o personagem que você escolheu como protagonista de sua fanfic é de uma época em que eu já não acompanhava mais dos desenhos animados, pois me pareciam bobos demais. Desta forma, não consegui apreciar todos os detalhes e referências do conto. Mas esse não é um problema do conto, e sim meu. Então tentarei ser mais justo possível aqui. E, acrescentando a isso, devo dizer que desta vez estou utilizando uma forma mais organizada de comentários, para tentar ser mais ágil, prático e justo com os participantes.

    Técnica – O conto transpira a desenho animado. Tem ritmo acelerado, abusa das descrições e mostra ao leitor, o tempo todo, como o personagem age, emulando o comportamento que, imagino, seja tradicional em sua mídia original. A descrição é a base aqui, inclusive. Sem ela, o conto ficaria à mercê de diálogos que dificilmente replicariam o que se tenta contar. E acho que é aí que reside o problema, pois o excesso de descrições é um tanto quanto cansativo. Johnny Bravo é um personagem que me parece ser bastante carismático com suas poses e traço, compondo uma figura engraçada. Mas, no texto, acho que isso não funcionou muito bem. Seu contraponto, Andrew Fate, “inspirado” pelo criminoso internacional, tem um pouco mais de substância, mas também é aproximado à caricatura, de forma que faça paralelo ao personagem principal, o que é lógico. Essa combinação, embora seja muito ágil, me pareceu muito frágil.

    Enredo – Johnny me parece ser o tipo de personagem que levaria tudo de forma mais literal possível. Então não entendi muito bem sua participação nesse enredo. Até entendo a crítica, e acho que é extremamente pertinente. Mas na forma como foi construída perde-se toda a razão, deixando o conto com um enredo raso e próximo do insignificante. Queria utilizar uma palavra menos forte, para não soar agressivo, mas insignificante resume bem o penso do resultado final desse enredo. Não no sentido figurado, mas no sentido real, sem significado. Queria ter rido, e queria ter me divertido. Ou queria ter me sentido ultrajado pela tentativa de coerção de um personagem como Johnny Bravo. Nada disso aconteceu, sabe?

    Tema – Neste aspecto, desta vez, decidi ser bastante rígido no que diz respeito ao respeito ao que foi proposto. Entendo que os temas são um tanto quanto diferentes do usual, mas essa foi a proposta do EntreContos e acho que nós, autores, deveríamos honrá-la com textos que a atendessem da melhor forma possível. E aqui o tema é bastante escancarado, pois ele apresenta todos os detalhes que o classificam como fanfic.

    Impacto – Escrevo esse item do meu comentário alguns dias após ter lido o conto, para medir a forma como reagi ao texto e como ele me afetou. Acho que se a experiência foi boa, se o enredo me provocou, me fez pensar sobre o assunto, ou se há algo extremamente particular, mesmo que ruim, o conto reaparece em minha cabeça e penso sobre ele depois. Para reforçar essa parte do meu comentário, resolvi pegar algumas coletâneas de vídeos do desenho de Johnny Bravo, no youtube, para me familiarizar com o personagem. E acho que isso apenas reforçou a impressão que tive antes. E agora, alguns dias depois de ler O Último Alfa, vejo que o conto teve pouquíssimo impacto em mim, pois acho que qualquer episódio original do desenho animado vai ser mais interessante do que o embate de Johnny Bravo com o Andrew Fate.

    No geral, é um conto correto. Vai encontrar seu público naqueles que conhecem o personagem e estão familiarizados com o desenho animado. Mas eu encontrei diversas dificuldades com ele e no balanço final, devo dizer que não gostei. Acho que é o primeiro conto do desafio que de fato não gostei. Peço desculpas por isso.

    É isso. Boa sorte no desafio.

  8. Amanda Gomez
    13 de junho de 2025
    Avatar de Amanda Gomez

    Oi, bem?

    Muito divertido o seu conto, capturou a essência do personagem, dando uma roupagem nova e bem atual para a história. Acho que você perdeu a oportunidade de dizer que as bebidas dos red-pil eram Campari e não cerveja, hehe.

    Gostei do seu Johnny e achei criativa a história que você criou, uma leitura leve. No fim, os dois lados estão completamente errados, né? Johnny precisa achar um equilíbrio entre não ser um babaca e um assediador rs.

    Bom texto, parabéns pelo trabalho.

    Boa sorte no desafio.

  9. Pedro Paulo
    11 de junho de 2025
    Avatar de Pedro Paulo

    Olá! Tentando simplificar, estarei separando meus comentários em “forma” e “conteúdo”, podendo adicionar um terceiro tópico para eventuais observações que eu não enquadre em um ou outro.

    FORMA: Foi como assistir ao desenho. Os absurdos narrados de forma casual e as falas mefistofélicas mascaradas no discurso masculinista imprimiram ao texto a divertida atmosfera de cartoon, que é leve, mas também envolve, faz torcer pelo personagem, mesmo o babaca do Johnny Bravo! Um conto que transcende o gênero literário e capta perfeitamente bem a obra original.

    CONTEÚDO: A história é de uma sacada genial. “Johnny Bravo” é um personagem de minha infância e, lembrando bem, o desenho era explicitamente satírico, com o protagonista sempre se dando mal e nunca acordando para a falta de sensatez de suas ações e de sua autoimagem. Uma caricatura de Narciso. Aqui, essa extrapolação divertida é pervertida pela força da realidade sombria do masculinismo, mas sem perder a comicidade e a leveza do desenho, com o ótimo trocadilho com o Goblin dos Red Pill. Embora ainda seja engraçado acompanhar a descendente de Johnny aos subníveis da macheza tóxica, o conto vai se tornando mais e mais inquietante conforme se quer que o bobão finalmente se dê conta do que está se metendo. Eu não lembrava nem de Cacá e nem de Suzy, mas uma rápida pesquisa me mostrou mais uma apropriação inteligente dos personagens originais para fazer o resgate de Johnny, nesse momento conferindo mais uma camada interessante ao personagem ao mencionar o vazio paterno como uma possível justificativa da personalidade do galã. O desfecho, agridoce, pareceu-me tão cíclico como o final de um episódio dos antigos desenhos, em que os personagens descrevem círculos em torno dos mesmos comportamentos que os colocam em apuros a cada vez. Infelizmente, na próxima semana não tem mais. Ótimo conto!

  10. Leo Jardim
    10 de junho de 2025
    Avatar de Leo Jardim

    📜 TRAMA (⭐⭐⭐▫▫)

    Pontos Fortes:

    • Crítica Social Afiada – A sátira ao movimento redpill é bem executada, com diálogos que capturam a retórica misógina de forma exagerada.
    • Trama Coerente – A jornada de Johnny, da caricatura do “pegador” para vítima de manipulação, mantém a essência do personagem enquanto aprofunda seu conflito.
    • Elementos Sobrenaturais – A transformação em dragão acrescenta um tom de fábula moral sem quebrar a verossimilhança do universo.

    Pontos de Melhoria:

    • Repetição de Ideias – O discurso redpill é reiterado em excesso, tornando previsível a dinâmica entre Johnny e Andrew.
    • Final Rápido – A redenção de Johnny poderia ser mais gradual; a ruptura com Andrew parece abrupta.

    📝 TÉCNICA (⭐⭐⭐▫▫)

    Excelência Narrativa:

    • Vozes Distintas – Johnny mantém seu linguajar característico (“E aí, docinho de coco”), enquanto Andrew fala como um guru pseudointelectual.
    • Ritmo Dinâmico – As cenas do shopping e do bar fluem bem, alternando humor e tensão.

    Sugestões:

    • Pontuação – Corrigir “– Prefiro admirar meus músculos nessa vitrine aqui – E começou” para “– Prefiro admirar meus músculos nessa vitrine aqui – e começou”.
    • Diálogos Mais Concisos – Encurtar monólogos de Andrew (ex.: repetições sobre “homens superiores”).

    🎯 TEMA (⭐⭐)

    • Fanfic Fiel – Captura o espírito do desenho (humor físico, egocentrismo de Johnny) enquanto expande o universo com temas adultos.
    • Tópicos Relevantes – Aborda manipulação emocional, vulnerabilidade masculina e crítica à cultura de ódio contra mulheres.

    💡 CRIATIVIDADE (⭐⭐▫)

    Destaques:

    • Metáfora Visual – Andrew como dragão simboliza a toxicidade do discurso redpill.
    • Subversão de Expectativas – Suzy, a criança, é quem salva Johnny, invertendo a lógica do “herói protetor”.

    🎭 IMPACTO (⭐⭐⭐⭐▫)

    Por Que Funcionou:

    • Profundidade Sutil – A menção ao pai de Johnny adiciona camadas emocionais sem sentimentalismo.
    • Humor e Crítica – A cena do milk-shake na calça equilibra absurdo e crítica social.

    Faltou Impacto:

    • Conclusão Rápida – A rejeição final de Johnny ao redpill poderia ser mais impactante.
  11. cyro eduardo fernandes
    6 de junho de 2025
    Avatar de cyro eduardo fernandes

    Conto criativo, bem desenvolvido e instigante. Interessante a maneira de usar um personagem infanto-juvenil numa fanfic carregada de críticas sobre tópicos atuais.

  12. danielreis1973
    5 de junho de 2025
    Avatar de danielreis1973

    Johnny Bravo em: O Último Alfa (Ana Barbera)

    Segue a minha análise, conforme método próprio e definido para este desafio:

    CONCEITO:  Johnny Bravo recebendo uma sessão de coach de um red pill – nada mal para um fanfic adulta… estão presentes lá os elementos todos: o falso estoicismo, o narcisismo dos reconstruídos, as técnicas de “sucesso” com as mulheres… muito criativo!

    DESENVOLVIMENTO: as falas são muito irônicas, e compatíveis com as personalidades – a voz do Johnny Bravo na minha leitura mental era perfeita!  A intervenção de Suzi na história, e a transformação do coach em demônio, inesperada, deram o toque final.

    RESULTADO: apesar de não ser muito ligado no universo, eu curti o conto, achei-o divertido, bem-humorado e questionador. Parabéns!

  13. Priscila Pereira
    25 de maio de 2025
    Avatar de Priscila Pereira

    Olá, Ana! Tudo bem?

    Olha, não conheço o desenho, nunca vi um episódio, então não sei se está igual ou não, mas com certeza você conseguiu emular perfeitamente a dinâmica dos desenhos animados em geral. Parecia mesmo que estava assistindo uma animação e não lendo um conto. Isso é muito difícil de fazer, parabéns!!

    Sobre o enredo e tudo o mais, é bem bobinho como os desenhos costumam ser, cheio de coisas mirabolantes e eu revirei os olhos milhares de vezes durante a leitura 🙄 mas entendi o propósito do enredo.

    A escrita é muito boa, segura, ágil, direta e divertida. A revisão está ok, só notei uma falha: ” próxima pelos dois” aqui seria ” próxima dos dois”.

    O conto é divertido e interessante, li sem pensar em outras coisas e não fiquei verificando se já estava no final 😅

    Parabéns pelo conto e boa sorte no desafio!

    Até mais!

  14. Marco Saraiva
    24 de maio de 2025
    Avatar de Marco Saraiva

    Johnny Bravo! Há quanto tempo não assisto este desenho, sempre ria muito com ele. Aqui o texto traz muito bem a atmosfera do cartoon, incluindo as suas várias poses másculas, e a sua fala bobona e exagerada. Trazer outros personagens como o Cacá e a Suzy foi demais também: adicionou no sentimento de nostalgia. É um conto muito bem escrito, que traz exatamente a ambientação que deseja, e então injeta um tom cômico incrível com a adição de Andrew “Fate”, fazendo piada com os grupos de “macho alfa” dos dias de hoje, e as suas noções distorcidas sobre as interações entre os sexos.

    Gostei de muitas das piadas e das referências, o texto todo é inteligente e tem uma dose saudável de veneno. Andrew “Fate” revela-se um demônio mais para o final, com direito a escamas e jeito de dragão, uma caricatura digna de cartoons! Tudo contato de forma muito descontraída e original. Parabéns!

    NOTAS:

    • Johnny Bravo conhecia o seu pai já, não? Não era o “Major Man”, um super-herói de quinta categoria? Mas acho que esse cara só apareceu nas Meninas Super Poderosas e não deve ser canônico.
    • Apesar de eu ter entendido a intenção, achei que a cena sobre pornografia e masturbação diverge muito da atmosfera cartunesca do texto, especialmente da memória que temos de Johnny Bravo como um personagem essencialmente infantilizado e inocente. Em fanfic pode tudo, é claro, mas a cena me pareceu bastante destoante do resto do texto.
  15. Kelly Hatanaka
    22 de maio de 2025
    Avatar de Kelly Hatanaka

    Tadinho do Johnny Bravo, caiu na conversa de um red pill.

    Neste conto, de cara, brilham a ambientação e a construção dos personagens e cenas. Parece que estou assistindo a um episódio no Cartoon Network. O autor com certeza é um grande fã de Johnny Bravo e parece ter assistido muito. Eu gostava, não assisti tanto assim, mas foi o bastante para reconhecer que esta fanfic está muito bem feita.

    A narrativa é dinâmica, como o desenho, e a história engaja. O humor está no ponto, bem como a crítica aos ideais (?) red pill. O conto tem um ritmo, um tempo, que segue o ritmo do desenho.

    Sem falar que acrescentou uma camada de sentimento com a história do pai do Johnny. Além de fazer uma excelente fanfic, ainda acrescentou profundidade a um personagem tradicionalmente superficial, sem estragar a história original.

    Uma leitura muito boa, divertida e comovente.

    Parabéns e boa sorte no certame!

    Kelly

  16. Mariana
    20 de maio de 2025
    Avatar de Mariana

    História – um episódio do Johnny Bravo debochando dos masculinistas. A ideia é muito boa e funcionou muito bem. Não tem um tom pedagógico, apesar de passar a mensagem, sem descaracterizar os personagens. Adorei a participação da Suzy, seria legal esse episódio sendo produzido nos dias de hoje – 2/2

    Escrita – A escrita acompanha a proposta, é fácil e pega como chiclete. É difícil sustentar um conto com diálogos, parabéns ao autor e sua capacidade de escrever falas da maneira dos personagens. Eu li o texto em uma sentada, não há erros aparentes. 2/2

    Impacto – Pegou a ideia de uma fanfic e trabalhou muito habilmente com um tema atual. Bem bom 1/1

  17. Givago Domingues Thimoti
    19 de maio de 2025
    Avatar de Givago Domingues Thimoti

    Johnny Bravo em: O Último Alfa:

    Bom dia, boa tarde, boa noite! Como não tem comentários abertos, desejo que tenha sido um desafio proveitoso e que, ao final, você possa tirar ensinamentos e contribuições para a sua escrita. Quanto ao método, escolhi 4 critérios, que avaliei de 1 a 5 (com casas decimais). Além disso, para facilitar a conta, também avaliei a “adequação ao tema”; se for perceptível, a nota para o critério é 5. Caso contrário, 1. A nota final será dada por média aritmética simples entre os 5. No mais, espero que a minha avaliação/ meu comentário contribua para você de alguma forma.

    Boa sorte no desafio!

    Critérios de avaliação:

    • Resumo:

    Johnny Bravo é um conto fanfic (logo, nota 5!) que nos traz o rei hétero-top, Johnny Bravo, seguindo as lições de Andrew Tate, um red pill que ensina como lidar com mulheres. 

    • Pontos positivos e negativos: 

    Positivo: um conto escrito com competência e redondinho, emulando muito bem Johnny Bravo na contemporaneidade, inserindo-o dentro do contexto red pill. Uma sátira social bem feita, sem cair na panfletagem.

    Negativo: por mais que esse conto se proponha a ser divertido, eu achei ele um tanto sem graça. 

    • Correção gramatical – Texto bem (mau) revisado, com poucos (muitos) erros gramaticais. 4 

    Creio que o conto está bem escrito, com uma boa revisão. Percebi apenas um ou outro deslize gramatical, de concordância verbal e nominal, e outra de pontuação. Ah, e vale aquela velha máxima; palavras estrangeiras devem ser escritas em itálico (tupperware)

    • Estilo de escrita – Avaliação do ritmo, precisão vocabular e eficácia do estilo narrativo. 5

    Geralmente, sou chato com escrita simples. Aqui, no entanto, a simplicidade combina e faz sentido dentro do conto. Temos termos próprios da geração das redes sociais, conforme até mesmo esse movimento de backslash contra o feminismo, conhecido também como o Universo Red Pill. 

    Seguindo, o ritmo é muito bom, já que é mais voltado para o desenrolar da história, apresentando ao leitor uma leitura leve. 

    O grande ponto positivo da história é conseguir, com sucesso, emular o que é o Johnny Bravo, ao mesmo tempo que articula e se posiciona em relação ao movimento dos redpills:

    Johnny, o Cacá disse que você o chamou de uma coisa muito horrível. E que agora você anda com essas pessoas estranhas. Estou com medo, não quero que você mude. Gosto do bobão que me fazia rir e continuava gentil, mesmo quando as pessoas o tratavam mal!” => perfeito! Essa é a essência do Johnny Bravo.

    Muito bom!

    • Estrutura e coesão do conto – Organização do conto, fluidez entre as partes e clareza da construção narrativa. 4

    O conto está muito bem estruturado também. Temos um bom desenvolvimento, claro e fluido. Meu único senão é que eu senti que a história se estica um tanto além do necessário. Contos de humor/satíricos geralmente pedem um desenvolvimento mais curto, para que o efeito do humor não se dilua.

    • Impacto pessoal – capacidade de envolver o leitor e gerar uma experiência memorável: 2,5

    Impacto médio. O texto está bem escrito. É um conto redondinho de fanfic/humor. Ele funciona muito bem no que se propõe, emulando e adaptando Johnny Bravo dentro dessa lógica misógina do universo red pill.  Traz sua crítica social, sem necessariamente panfletar.

    Pessoalmente, além de não ser muito fã do desenho, acho que o conto se esticou algumas linhas a mais do que o necessário. Sempre tive a sensação que contos de humor funcionam melhor quando mais curtos. Essa impressão continuou firme após a leitura desse conto.

    Nota final: 4

  18. Luis Guilherme Banzi Florido
    15 de maio de 2025
    Avatar de Luis Guilherme Banzi Florido

    Boa tarde!

    Conto muito bom. Acho que podemos dividir a analise em duas partes: uma boa fanfic, e uma boa critica social

    Em relaçãoi à fanfic, ficou muito boa, pois o Johny e os secundarios foram retratados e utilizados muito bem. Tudo é bem feito, de modo que parece de fato o roteiro perdido de um episodio que foi cancelado pois seria polemico demais. As falas, as ações, os pequenos easter eggs, tudo funciona para fortalecer a fanfic. E achei legal como voce brinca com os absurdos que só sao possiveis no desenho animado, como a admiração quando a camisa do Johny reaparece de repente. Alem disso, voce criou uma curva de personagem no conto que é fiel ao material original, inserindo a critica social sem desviar dos principios e personagens originais, o que nos leva pro segundo ponto.

    A critica social é muito boa. O Johny é uma otima opção para falar sobre a cultura incel/red pill que está dominando as midias sociais. A utilização do Andrew Fate, figura real e um dos lideres do movimento, funciona perfeitamente, e voce usa da exacerbação como ferramenta para expor os absurdos e o ridiculo da ideia, tudo enquanto emprega bem as caracteristicas que tornaram o Johny um personagem marcante. Voce nao o desvirtua para passar a mensagem, pelo contrario, transmite-a de forma natural por meio do proprio comportamento tipico do protagonista, criando a curva de aprendizado que mencionei acima. Muito bom. No quesito fanfic, talvez seja o que funciona melhor dos que li até agora, cumprimento plenamente o tema.

    O enredo tambem é bom e os dialogos fluem bem. A escrita é correta, sem erros de revisao significativos.

    Gostei muito. Parabens e boa sorte!

  19. andersondopradosilva
    15 de maio de 2025
    Avatar de andersondopradosilva

    Olá, autor.

    No contexto do desafio, tão somente, julguei o seu conto mediano, ou seja, nem gostei, nem desgostei, enfim vi qualidades e defeitos.

    Julguei que você empregou excessivamente o “como” na construção de comparações e outras estruturas: como um leão no safari, como uma chama invertida, como quem já o conhecia, como um míssel [você grafou essa palavra errada, o certo é míssil] teleguiado, como um missionário, como se ninguém fosse perceber, como poços transbordando de tristeza.

    Julguei que você utilizou lugares comuns literários (palavras e construções que se repetiram muito na história da literatura a ponto de se tornarem reveladoras de baixa criatividade quando usadas na contemporaneidade, aparecendo muito, atualmente, em textos de qualidade literária duvidosa): trincando os dentes, urro ensurdecedor.

    Julguei que sua fanfic perdeu um pouco do brilho junto à quem não conhece ou não se recorda do desenho. Eu também teria apreciado mais se a fanfic fosse de uma obra literária.

    Julguei que o texto se apoia demais em diálogos e em ações, mostrando, portanto, pouco de suas habilidades literárias.

    Pela participação mediana, uma nota mediana, 3.

    Abraço.

  20. Raphael Polimanti
    8 de maio de 2025
    Avatar de Raphael Polimanti

    Em tempos de coach de masculinidade, curso de sedução, vocabulário de “it’s over”, dresscode de macho, trazer o Johnny Bravo para esse tema foi muito criativo e divertido.

    Eu não era tão fã do Johnny Bravo, mas essa época dos desenhos eram quase sempre bons (em memória) e era um dos mais icônicos personagens em personalidade espalhafatosa e ainda sim elegante.

    Trazer o Johnny Bravo para a piada bizarra que é a suposta masculinidade de quem divide gente por letras gregas e quer casar com a Virgem Maria é um acerto tremendo. Johnny Bravo poderia não ser um incel, mas certamente algum amigo que conheceu o gosto do fora faria ele flertar com a ideia.

    E os retratos disso foram no ponto (com a pitada de sal na medida da mãe superprotetora).

    O Andrew da Bíblia de Sedução e as cenas com mulheres criaram um humor constrangedor de alto nível.

    Enfim, um baita passatempo, eu leria outros desse com tranquilidade.

  21. Afonso Luiz Pereira
    7 de maio de 2025
    Avatar de Afonso Luiz Pereira

    Oi, Ana Barbera! Sinceramente, nunca assisti a esse desenho. No entanto, achei seu pseudônimo um trocadilho divertido com o estúdio Hanna-Barbera (criador de Os Flintstones, Os Jetsons, Capitão Caverna e tantos outros clássicos dos anos 70 e 80), o que já me deixou curioso. Pesquisando, descobri que o desenho é da década de 90, mais precisamente de 1997 — ou seja, fora do meu radar de adolescente oitentista.

    Pelo que pesquisei e li, o personagem é conhecido pelo exagero, autoestima absurda, rejeição constante e uma ingenuidade quase infantil. Tudo isso aparece com precisão no conto, o que mostra seu conhecimento sobre a essência do personagem.

    Essas características são usadas para embalar uma crítica bem-humorada ao discurso masculinista e às ideologias “red pill” que circulam na cultura contemporânea, ou seja, ideias que afirmam que os homens estariam sendo enfraquecidos por normas sociais e culturais, e que deveriam “acordar” para essas “verdades”, muitas vezes evitando relacionamentos sérios e adotando estratégias de “retomada de poder”.

    Então, dentro dessa proposta cômica e exagerada, típica dos desenhos animados, penso que você conseguiu criar um enredo bem amarrado, com diálogos rápidos e divertidos, situações absurdas e um humor que transita entre o corporal, os trocadilhos e a crítica mordaz ao suposto domínio das mulheres sobre os homens. Isso me faz pensar que teu pseudônimo também é uma pista de gênero: talvez escrito por uma mulher tirando sarro dos machões (e machistas) de plantão.

    Tecnicamente, o texto está muito bem escrito — leitura ágil e fluida, ótima caracterização e humor muito bem trabalhados. É a primeira fanfic que leio baseada em um desenho animado desse estilo absurdo. Gostei bastante e me diverti lendo!

  22. toniluismc
    7 de maio de 2025
    Avatar de toniluismc

    Comentário Crítico do Conto “Johnny Bravo em: O Último Alfa (Ana Barbera)”
    Avaliação por critério: Impacto · Criatividade · Técnica

    📌 IMPACTO: MUITO ALTO

    Este conto acerta em cheio ao equilibrar humor absurdo com crítica social feroz. A leitura é divertida e hilária, mas nunca ingênua: por trás das piadas de pastelão e referências ao desenho animado, há uma sátira mordaz ao universo red pill, ao culto tóxico da “masculinidade alfa” e às figuras patéticas que vendem doutrinas misóginas disfarçadas de autoajuda.

    O impacto vem, sobretudo, da recontextualização do Johnny Bravo, que aqui é ao mesmo tempo ridículo, trágico e carismático. A inclusão de Suzy como força moral e emocional do conto resgata a ternura do original e a coloca como âncora da consciência de Johnny — uma escolha comovente e poderosa. A cena da tentativa de coação pelo monstro-Andrew é um clímax épico e simbólico, e a recusa de Johnny em assinar o contrato funciona como uma catarse emocional e ideológica.

    🎨 CRIATIVIDADE: EXCELENTE

    O conto é incrivelmente criativo na forma como mistura referências animadas, linguagem da internet, arquétipos contemporâneos e estrutura de jornada do herói invertida.

    Transformar Andrew Fate num coach-dragão-demoníaco é um toque de gênio que transforma o discurso sedutor da masculinidade tóxica em uma ameaça literalmente monstruosa. O uso do contrato como símbolo fáustico é uma alegoria esperta e eficaz.

    Além disso, o texto mantém a lógica surreal dos desenhos animados, com exageros físicos (quedas, explosões, poses dramáticas) coexistindo com momentos de vulnerabilidade emocional. Essa fusão de absurdo e sinceridade é o que dá força ao conto.

    🛠 TÉCNICA: MUITO BOA A EXCELENTE

    Pontos fortes:

    • O texto tem diálogos muito bem construídos, com ritmo e comic timing excelentes. As vozes dos personagens são distintas e consistentes.
    • A narrativa é fluida e divertida, com mudanças de cenário bem conduzidas e uma estrutura que remete à clássica jornada de iniciação/subversão.
    • O uso de expressões como “escravoceta”, “meu leãozinho”, “charuto cubano”, e “Bíblia da Sedução” demonstra um domínio preciso da linguagem satírica e do vocabulário de subculturas online.
    • O clímax é visualmente vívido, e o desfecho consegue ser emocional sem abandonar o tom cômico.

    Pontos a melhorar:

    • O conto é longo e, em alguns momentos, o humor repete fórmulas já usadas anteriormente, como os exageros físicos ou as falas do Andrew. Uma edição leve para cortes pontuais deixaria o texto ainda mais ágil e eficaz.
    • O tom cômico é muito alto o tempo todo. Introduzir pequenas pausas ou transições mais suaves em momentos mais reflexivos (como na cena do pai ausente) poderia ampliar o alcance emocional sem perder o estilo.

    🧾 CONSIDERAÇÕES FINAIS

    “O Último Alfa” é uma crítica divertida, sofisticada e necessária ao culto da masculinidade tóxica, utilizando personagens icônicos com um tom que mistura nostalgia, sátira e empatia. O conto é memorável por sua inteligência, por seu domínio da linguagem da cultura pop e por conseguir rir do grotesco sem cair no cinismo. Um texto que diverte, mas também ensina — e que, como o próprio Johnny, esconde um coração enorme por trás dos óculos escuros.

  23. Antonio Stegues Batista
    6 de maio de 2025
    Avatar de Antonio Stegues Batista

    Assisti muitos desenhos animados, Mickey. Pateta, Popeye, Papa-Léguas, etc. mas nunca Johnny Bravo, e nem me lembrava quem era ele. O conto é uma Fanfic do Johnny. Não sei se ele se comporta como no conto, creio que sim, pois é baseada nele. Acho que seu conto vai sofrer algumas críticas, por alguém mais atento à narrativa. Algumas frases foram mal construídas, ocasionando uma leitura truncada e não fluida. As ações que deveriam ser engraçadas não me fizeram rir, achei as piadas muito fracas. Para algumas pessoas é difícil escrever comédia, escrever algo engraçado que faça o leitor rir “à bandeiras despregadas”. Recomendo focar mais na arte da escrita, na Arte Literária, na sonoridade das palavras, nas frases elaboradas. A ideia de um emissário do Inferno propor um contrato com humano oferecendo algo material pela alma da pessoa, não é nova. Muitas histórias foram escritas e muitas outras serão escritas com o mesmo tema. Recomendo ler Fausto, de Johann Wolfgang von Goethe.

    Parabéns e boa sorte.

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Publicado às 3 de maio de 2025 por em Liga 2025 - 2B, Liga 2025 - Rodada 2 e marcado .