EntreContos

Detox Literário.

As Aventuras de Bichinho no Reino do Trovão (Fabiano Dexter)

A noite cai e é hora do pequeno Matheus ir para a cama. Ele dá um beijo de boa noite nos seus pais e vai para o quarto, onde sua mãe já deixou a cama arrumada e, mais importante, onde Bichinho o aguarda.

Bichinho, seu companheiro de sono, pode ser considerado um cachorro de pelúcia, ainda que não tenha pelos. Ele possui um corpo retangular semelhante a uma pequena almofada, braços e pernas curtas e grossas, além de duas orelhas longas e arredondadas. A metade superior do corpo, indicando a sua cabeça, é feita de tecido bege liso enquanto o restante do corpo, incluindo braços, pernas e orelhas, é de um tecido azul claro com bolinhas brancas.

Seu rosto tem bordados dois olhos marrons, com um círculo azul no direito indicando uma mancha. Seu nariz nada mais é do que um pequeno triângulo, também bordado em marrom. Linhas finas e curvas desenham a sua boca e bigodes, indicando uma expressão simpática, capaz de inspirar tranquilidade e confiança a qualquer um, criança ou adulto.

Matheus então se deita e abraça Bichinho. É hora de dormir bem. Sonhar.

Mas nuvens que se formavam no céu, e elas parecem ter outros planos, outras ideias.

O barulho da chuva começa a bater bem leve na janela, embalando o sono do pequeno Matheus. Até que um clarão ilumina o quarto e, em seguida, vem o estrondo.

Seus olhos se fecham com força e seus braços que embalavam Bichinho o apertam com força, buscando ali alguma segurança. E a cada estrondo quem vem todo o seu corpo treme como se estivesse sendo atingido pelo barulho.

Bichinho permanece ali, firme em seu posto. Ele é tudo que protege Matheus dos trovões. Seu corpo macio sente cada abraço mais forte. Seu tecido leve enxuga cada lágrima que desce no rosto de Matheus.

Isso não pode ficar assim. E não vai ficar.

Assim que a chuva amansa, os raios e trovões parecem se afastar e o pequeno Matheus finalmente relaxa em seu sono, Bichinho vê que é hora de agir.

Afasta lentamente o braço que já o segurava sem tanta força, olha para a janela com tanta determinação que seus olhos chegam a brilhar e, pela força embutida nele pelo carinho e amor de Matheus parte em direção aos céus.

A viagem foi bem rápida, afinal seres mágicos não precisam pegar trem, ônibus ou avião. Eles são capazes de viajar na velocidade do pensamento e, bastou querer bastante e Bichinho já estava lá.

O Reino do Trovão ficava acima das grandes nuvens carregadas de chuva, sempre viajando para todos os lados levando a sua água para encher os rios e lagos e irrigar as plantações. E ao contrário do que as pessoas imaginam não era um lugar muito grande ou populoso, muito menos barulhento.

O reino constava de pequenas casas feitas de nuvens brancas, que pareciam algodão, habitada por nuvens de todos os tamanhos que iam e vinham em perfeita harmonia, sempre cumprimentando Bichinho quando o viam, afinal, eram educadas e sabiam como tratar um visitante.

Quando perguntadas, apontavam uma casa um pouco maior, no centro de Reino. Era lá que vivia o poderoso Trovão e seu amigo Raio.

Bichinho não sabia o que esperar do Reino, seus habitantes ou mesmo de Trovão, mas o que via enquanto andava por entre as casas era algo bem diferente do que esperava ver. Afinal, se havia alguém assustando seu amigo Matheus deveriam ser criaturas más, e não era isso que estava vendo ali.

Ficou parado por algum tempo em frente à porta, sem saber se batia, com medo de fazer um buraco na porta de nuvem da casa do senhor Trovão. Mas não tinha ido até ali à toa, de modo que o chamou com sua voz ao mesmo tempo rouca e suave, como o latido de um labrador.

Mal ele havia terminado de chamar a porta de abriu e uma criatura que tinha a mesma altura que ele o observava, ou pelo menos parecia o observar, já que era impossível acompanhar seus olhos ou seu corpo, composto por diversos raios que desciam do que seria a sua cabeça para o que seriam os seus pés e depois subiam de volta. Sem parar.

-Bomdiasejabemvindooquedeseja?

Bichinho ficou olhando-o, sem entender nada. Raio então fez um gesto que parecia como se estivesse pegando folego e repetiu, dessa vez pausadamente:

– Bom-dia-seja-bem-vindo. O-que-deseja?

– Eu queria conversar com o Senhor Trovão. Poderia chamá-lo?

– Acabei-de-chamar. – Respondeu mais uma vez, pausadamente, após desaparecer por menos de um segundo. – Pode-entrar.

Bichinho entra lentamente na casa e Raio, em um piscar de olhos, já está próximo a uma nuvem que se assemelha a um sofá, parecendo indicar que ele se sente ali. Bichinho se sente e, antes mesmo que pudesse agradecer, Raio já havia desaparecido.

Bichinho aguarda por pouco tempo até que então escuta uma voz grave e forte, levando um susto e quase caindo do pequeno sofá.

– SEJA BEM… – Trovão tosse um pouco, colocando a enorme mão na boca, e termina a frase – vindo. Desculpe pelo grito, é a força do hábito.

Trovão é o oposto do pequeno Raio. Ele parece pelo menos dez vezes maior do que Bichinho, como se fosse um grande Urso, mas sem os pelos e um rosto humano e amigável. Seus braços e pernas são grandes e fortes e, no topo de sua cabeça envolta por cabelos e barba brancos, jaz uma pequena coroa de nuvens cinzas que parecem ficar se mexendo o tempo todo.

Ele se senta pesadamente em uma nuvem semelhante a que Bichinho ocupa, só que também dez vezes maior, abre um sorriso e pergunta de forma amistosa:

– Como se chama o valente viajante que veio visitar nosso reino?

– Meu nome é Bichinho. É assim que meu amigo Matheus me chama, é o nome que ele me deu.

– Muito bem Bichinho, em que posso ajudar?

– Veja bem Senhor Trovão, é esse meu amigo Matheus tem muito medo do senhor. Ou melhor, tem muito medo dos barulhos que o senhor faz quando está chovendo. Então eu vim até aqui para ver se o senhor poderia diminuir ou então parar com todos esses sons durante as tempestades. E eu não quero que ele sinta medo. Nunca.

Trovão olha para Bichinho enquanto passa a mão pela barba, pensando em uma resposta. Ele não demora, mas, neste curto período, Raio passou pela sala e sumiu pelo menos umas três vezes.

– Meu caro Bichinho, entendo o seu pedido, mas temo que não possa ajudá-lo da forma como gostaria. – E ao perceber a tristeza tomando o rosto de Bichinho ele continua – Mas isso não significa que não vá ajudá-lo de alguma forma.

Bichinho permanece sentado em sua nuvem, observando e aguardando enquanto sente no peito um aperto ao pensar que talvez sua aventura tenha sido em vão.

– Eu espero conseguir conhecer um dia esse seu grande amigo Matheus, mas você já conheceu meu grande amigo Raio, correto?

Raio passa mais duas vezes pela sala, observado por Bichinho que balança a sua cabeça de forma a afirmar que o conheceu.

– Ele é bem rápido, como você pode ver, mas é muito jovem ainda. Uma criança. E eu preciso cuidar dele de alguma forma. Aqui dentro da nossa casa não há perigos, só que quando vai chover forte eu preciso sair e garantir que a chuva caia corretamente. E tenho que levá-lo comigo.

Bichinho se ajeita em sua nuvem, prestando atenção. Ele entende o caminho que essa conversa está tomando e sente que voltará para casa sem aquilo que veio buscar. Teme que Matheus vá continuar com medo, que Trovão não será capaz de ajuda-lo.

– Só que ele é muito rápido para mim e muitas vezes foge. E daí eu preciso gritar para ele voltar, já que não vou alcançá-lo. E é este o som que vocês lá embaixo escutam. Eu chamando o meu amigo de volta, dando para ele uma referência para que não se perca. Tanto que o meu grito sempre vem depois de um raio, algumas vezes logo em seguida e outras depois de um tempo maior.

– É o medo – Trovão continua – que me faz causar todo esse barulho. O medo que tenho de Raio se perder. O medo que tenho de perder o meu melhor amigo.

Nesse momento Bichinho abaixa a cabeça, triste. Percebe que Trovão quer apenas proteger seu jovem amigo Raio. Assim como ele quer apenas proteger o seu jovem amigo Matheus. Ele entende que o que pede para Trovão é demais e que toda essa sua aventura de nada serviu.

O incomodo que sentia em seu peito cresce tomando conta dele, e é um sentimento que ele conhece, se chama tristeza.

– Venha, daqui a pouco vai amanhecer e seu amigo irá sentir a sua falta. – disse Trovão – Vamos acompanhá-lo até a fronteira de nosso reino.

A caminhada agora é longa para o brinquedo, pois ele sente que falhou com seu melhor amigo. Suas pernas parecem pesadas e suas orelhas estão caídas. Ele é incapaz de tirar os olhos do chão e cumprimenta as Nuvens que passam pois não seria educado fazer diferente.

Raio também os acompanha estando hora ao lado de Trovão, hora a seu lado.

Quando chegam ao fim da caminhada e Bichinho se prepara para voltar para casa ele sente a poderosa mão de Trovão em seu ombro e Raio, parado ao seu lado o observando.

– Eu entendo que não é isso que você veio buscar – ele diz – Sei que você quer que seu amigo não sinta medo nunca, mas o medo é bom. Ele está sempre conosco e nos protege dos perigos quando ninguém mais o faria. O que não podemos fazer é deixar o medo nos controlar, como no meu caso, onde tudo o que ele escuta é o meu grito. É isso que você precisa ensinar para seu amigo.

Neste momento Bichinho entende que o amor e o cuidado entre eles são iguais ao seus com Matheus. Que não seria correto colocar essa amizade em risco apenas para que seu amigo não sinta medo durante as tempestades.

Ele entendeu que proteger não é evitar o mal apenas, mas deixar quem amamos preparados e nunca sozinhos para enfrentar qualquer ameaça. Bichinho estará sempre ali para proteger seu amigo Matheus, mesmo quando ele cresce e não precisar mais dele. Mesmo se um dia ele esquecer que durante anos dividiram o sono e os sonhos.

Bichinho sabe que estará sempre ali, pois ali estava sempre que Matheus precisou.

Sobre Fabio Baptista

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21 comentários em “As Aventuras de Bichinho no Reino do Trovão (Fabiano Dexter)

  1. Thiago
    14 de junho de 2025
    Avatar de Thiago

    Os contos infantis se saíram melhor nesse desafio, e este é um exemplo. Um conto simples, belo, adequado ao gênero. Só ficou muito longo para uma conclusão tão banal como a da importância do amor, cuidado e amizade. Ponto forte para a maneira como o autor criou um mundo por meio de elementos do imaginário infantil, baseando-se no medo de trovão. 

  2. Thales Soares
    14 de junho de 2025
    Avatar de Thales Soares

    Considerações Gerais:

    Este é um dos contos infantis mais bem realizados deste desafio. O texto é criativo, encantador e cheio de sensibilidade, sem perder a leveza e a diversão que se espera de uma boa história para crianças. A construção do universo (um reino flutuante feito de nuvens, trovões e raios com personalidade) é lúdica e original, e o protagonista Bichinho é doce, corajoso e empático.

    A escrita é fluida, com uma linguagem acessível e bem dosada para o público infantil. Este conto mostra uma metáfora para o amadurecimento emocional diante do medo, e a forma como a narrativa conduz essa ideia é delicada e profunda sem ser excessivamente didática. O final é emocionante e entrega uma bela mensagem sobre amizade, proteção e superação do medo… tudo isso com muito carisma e ternura.

    Pedradas:

    É difícil encontrar falhas evidentes neste conto, mas, se for para sugerir algo, eu diria que o autor poderia considerar incluir algum momento de humor mais explícito ou situações cômicas, que sempre ajudam a manter os pequenos leitores envolvidos. Mas isso é mais uma sugestão do que uma crítica real.

    Conclusão:

    Um conto infantil exemplar. Criativo, sensível, bem escrito e repleto de boas ideias. Consegue passar uma lição importante sem perder o encanto ou a magia. Bichinho é um daqueles personagens que mereciam virar livro, pelúcia, ou até série animada!

  3. leandrobarreiros
    14 de junho de 2025
    Avatar de leandrobarreiros

    O autor demonstrou uma boa técnica, mas acho que a execução da moral da história, um dos seus principais aspectos, tratando-se de literatura infantil, deixou um pouco a desejar.

    Gostei do aspecto criativo da explicação sobre o motivo pelo qual o raio vem antes do trovão. Os personagens estão bem definidos e com uma boa personalidade.

    O que mais me incomodou foi a resolução.

    Achei a mensagem do Trovão um pouco confusa, sem muita substância, e a lição que o Bichinho deveria aprender, um tanto sem sentido. Por exemplo, o que o Bichinho aprendeu não pode ser transferido para o menino, o que torna a ideia de aprender a lidar com o medo um tanto indiferente.

    “O que não podemos fazer é deixar o medo nos controlar, como no meu caso, onde tudo o que ele escuta é o meu grito.”

    Achei essa frase do Trovão um pouco confusa. O medo o controla ou não?

    E como o Bichinho vai ensinar isso, sendo uma figura de pelúcia imóvel que espera Matheus dormir para se mover? Só estando ali do lado? Aparentemente, sua presença não ajudou até agora.

    Enfim, é uma história com boa técnica, mas cuja lição final parece ter sido um pouco apressada.

  4. Gustavo Araujo
    13 de junho de 2025
    Avatar de Gustavo Araujo

    Achei o conto irregular. A ideia é boa – um brinquedo-chamego de uma criança decide investigar o céu para descobrir a causa dos trovões que assustam tanto seu dono. O conto clama por uma revisão mais apurada, já que são muitos os erros, mas na verdade nem foi isso o que me incomodou.

    O problema de verdade foi certa alternância entre uma narração tipicamente infantil e outra, mais elaborada. De fato, o conto navega entre dois mundos. Parece se dirigir às crianças mais novas, porém há trechos mais elaborados que talvez escapem a esse universo de leitores.

    Outra coisa de que não gostei foi o excesso de explicações, como se a todo instante a história precisasse ser esmiuçada. Acredito que mesmo os leitores mais novos têm condições de enxergar as entrelinhas e encantar-se com as conclusões que eles próprios podem tirar. Ou seja, não necessitam de muletas explicativas que, no mais, roubam qualquer epifania. Por outro lado, não dá para negar que o conto tem doses cavalares de fofura e que, nos pontos certos, atinge o alvo em cheio.

    Há trechos, especialmente no início, em que as descrições beiram a perfeição, fazendo o leitor de qualquer idade afeiçoar-se a Matheus e a Bichinho. Fosse mantido esse tom, o conto seria mais interessante, ao menos para mim.

    A mensagem final também é bacana, pois fala de amizade e do cuidado que temos uns para com os outros, algo que qualquer criança consegue entender – daí, mais uma vez, a desnecessidade de grandes explicações. Enfim, um conto com altos e baixos mas que deixa uma impressão positiva ao fim da leitura. Parabéns e boa sorte no desafio.

  5. Andre Brizola
    13 de junho de 2025
    Avatar de Andre Brizola

    Olá, Thor!

    Esse desafio nos rendeu algumas histórias muito legais que vão naquele rumo tradicional da fábula. E esse seu conto tem essa mesma característica. Gostei muito do tratamento que você deu aos personagens. Achei que a criatividade com que você gerou a situação e a resposta foi muito boa. Tendo dito isso, quero acrescentar que desta vez eu optei por um sistema de comentários que visa a ser mais prático, ágil e justo com os participantes, pois achava que meus comentários anteriores eram muito caóticos.

    Técnica – Seu conto vai numa linha tradicional de estrutura, com começo meio e fim, sem nenhuma divisão temporal. Funciona bem para um enredo curto e linear como o que temos aqui. Mas há um grande problema de revisão com o conto. Não sei o que houve, se foi enviado em cima da hora, ou se não houve revisão, mas há diversas arestas a serem aparadas nesse aspecto e que podem contribuir muito, se forem aparadas, para o engrandecimento de seu texto. Tem todo um parágrafo em que Bichinho está na sala de Trovão, em que os verbos “sentar” não batem com as estruturas, por exemplo. Outras frases ficaram carecendo de separação por vírgulas, como em “Seus olhos se fecham com força e seus braços que embalavam Bichinho o apertam com força”, entre algumas outras. Então, mesmo que a história seja interessante, a forma como ela foi apresentada está um tanto quanto truncada, o que deixou a experiência difícil.

    Enredo – A história é bonita. É o que mais gostei do conto. A fábula de como os sons da tempestade são criados, e como isso vai ser desenrolado no domínio do medo de Matheus é típica de um livro infantil. A forma como você descreveu o Raio, o Trovão, e a relação entre eles, ficou muito rica, e acho que o charme do conto reside aqui.

    Tema – Neste aspecto, desta vez, decidi ser bastante rígido no que diz respeito ao respeito ao que foi proposto. Entendo que os temas são um tanto quanto diferentes do usual, mas essa foi a proposta do EntreContos e acho que nós, autores, deveríamos honrá-la com textos que a atendessem da melhor forma possível. E não há dúvida alguma aqui. O conto é claramente chubesco e nesse aspecto o desafio foi cumprido.

    Impacto – Escrevo esse item do meu comentário alguns dias após ter lido o conto, para medir a forma como reagi ao texto e como ele me afetou. Acho que se a experiência foi boa, se o enredo me provocou, me fez pensar sobre o assunto, ou se há algo extremamente particular, mesmo que ruim, o conto reaparece em minha cabeça e penso sobre ele depois. As Aventuras de Bichinho do Reino do Trovão conseguiu, sim, algum espaço em minha mente nesses últimos dias. Como disse, gostei de como você descreveu a relação dos personagens participantes do evento de uma tempestade, e isso foi muito criativo. Isso, obviamente, me levava a pensar nos aspectos negativos do conto. Mas, no geral, o fato dele surgir na minha cabeça é positivo, pois a criatividade é um fator que levo muito em consideração.

    No geral, há muita coisa positiva no conto, que pode melhorar bastante se for bem revisado. Para o desafio, tenho que levar tudo em consideração em uma avaliação final, mas reforço que a criatividade que encontrei aqui é superior à de muitos dos outros que li. Meus parabéns.

    É isso. Boa sorte no desafio!

  6. Amanda Gomez
    13 de junho de 2025
    Avatar de Amanda Gomez

    Oi, bem?

    Chubesco o seu conto. Aquela fábula infantil que passeia pelo realismo fantástico. O melhor amigo tenta ajudar, mas há um excesso de ingenuidade, não para crianças, mas, como somos adultos lendo a história, acaba ficando… bobinha demais. A história do Trovão e do Raio e os motivos dele sempre fazer o que faz me soou meio… “ah, não me diga”, sabe? A história está completamente dentro do proposto, mas carece de… molho. Não é empolgante, nem há grandes aventuras, e a moral da história é muito bobinha.

    Mas como eu disse, é um texto que cumpre o papel no desafio.

    Achei bem interessante como as descrições casam direitinho com a imagem; você as criou depois de ver o visual, obviamente, mas ainda assim traz um aspecto bem legal à leitura visual.

    Parabéns pelo trabalho, boa sorte no desafio!.

  7. Pedro Paulo
    11 de junho de 2025
    Avatar de Pedro Paulo

    Olá! Tentando simplificar, estarei separando meus comentários em “forma” e “conteúdo”, podendo adicionar um terceiro tópico para eventuais observações que eu não enquadre em um ou outro.

    FORMA: Aqui, as descrições são muito bem realizadas, tragando quem lê para a atmosfera de nuvens e seres celestiais com os quais se encontra o protagonista, uma pelúcia super protetora de seu amiguinho. Vi umas duas vírgulas faltando, mas nada mais que tenha prejudicado o conto, que flui bem com a originalidade de seus personagens e cenários e um diálogo consistente, em que cada personagem tem a sua voz e suas especificidades, rapidamente caracterizados, mas também parece, apesar da fantasia, uma conversa verossímil e algo profunda, que não disfarça o didatismo de uma “moral” da história, mas que se encaixa bem em um conto infanto-juvenil.  

    CONTEÚDO: A ideia é singela e parece mesmo uma boa história para esclarecer para uma criança o equilíbrio da natureza tal qual o zelo por um amigo querido. Os detalhes enriquecem o conto, como toda a caracterização do Raio e do Trovão, a verossimilhança da explicação deste vir depois daquele à forma como eles falam, ou a velocidade de Bichinho ser a “da força do pensamento”. Todas as regras do faz-de-conta fazem sentido não porque vale tudo, mas por ser escrito com atenção a esses aspectos.

    É um bom conto de chubesco que, lido por um adulto, o coloca pensando como seria ler essa história para uma criança que teme as tempestades. Uma ótima contribuição para este desafio.

  8. Leo Jardim
    10 de junho de 2025
    Avatar de Leo Jardim

    📜 TRAMA (⭐⭐⭐▫▫)

    Pontos Fortes:

    • Narrativa Acolhedora – A jornada de Bichinho para proteger Matheus cria uma dinâmica emocional envolvente.
    • Mundo Imaginativo – O Reino do Trovão é descrito com criatividade (casas de algodão, Raio hiperativo).
    • Lição de Vida Orgânica – A mensagem sobre conviver com o medo surge naturalmente da interação com Trovão.

    Pontos de Melhoria:

    • Ação Limitada – Bichinho poderia enfrentar pequenos desafios no caminho (ex.: nuvens teimosas, ventos desviantes).
    • Final Previsível – A explicação de Trovão sobre o medo é didática demais para o tom lúdico inicial.

    📝 TÉCNICA (⭐⭐⭐▫▫)

    Excelência Narrativa:

    • Descrições Sensoriais – O contraste entre o quarto aconchegante e a tempestade é vívido.
    • Diálogos Carismáticos – Raio falando em velocidade luminosa e Trovão ajustando o volume da voz são boas sacadas.

    Sugestões:

    • Revisão Gramatical – Corrigir “a porta de abriu” para “a porta se abriu”; “Bichinho se sente” para “senta”.
    • Variedade de Transições – Usar mais recursos além de diálogos para conectar cenas.

    🎯 TEMA (⭐⭐)

    • Chubesco Bem-Executado – Cumpre o objetivo de ser fofo e reconfortante, com elementos clássicos de histórias infantis (amigo imaginário, missão de coragem).
    • Universalidade – A relação Bichinho-Matheus é facilmente reconhecível por qualquer criança (ou adulto) com objeto de conforto.

    💡 CRIATIVIDADE (⭐⭐▫)

    Destaques:

    • Personificação Original – Raio como criança irrequieta e Trovão como figura paternal reinventam elementos naturais.
    • Simbolismo Visual – A coroa de nuvens cinzas em Trovão reforça seu status sem ser clichê.

    🎭 IMPACTO (⭐⭐⭐▫▫)

    Por Que Funcionou:

    • Cena Emocionante – Bichinho apertado por Matheus durante a tempestade cria identificação imediata.

    Faltou Impacto:

    • Conclusão Morna – A lição sobre o medo, embora válida, diminui o encanto mágico da primeira metade.
    • Potencial Não Explorado – A relação Trovão-Raio poderia ter mais desenvolvimento (ex.: mostrar Raio se perdendo).
  9. Thiago Amaral
    8 de junho de 2025
    Avatar de Thiago Amaral

    Conto curto e simples. Seu significado me fez lembrar de Divertidamente, onde temos a valorização da tristeza como algo normal e necessário. Aqui, temos a mesma mensagem, só que em relação ao medo.

    A premissa funciona bem e ficamos curiosos para saber o que vai acontecer, apesar de ser óbvio que Bichinho não vai fazer os raios pararem. Fiquei imaginando no que ia dar.

    Acho que para uma criança, poderia ser uma história bacana.

    Parabpens e boa sorte no desafio.

  10. cyro eduardo fernandes
    6 de junho de 2025
    Avatar de cyro eduardo fernandes

    Chubesco criativo. Há oportunidade para melhorar as pequenas falhas de revisão.

  11. danielreis1973
    5 de junho de 2025
    Avatar de danielreis1973

    As Aventuras de Bichinho no Reino do Trovão (Thor)

    Segue a minha análise, conforme método próprio e definido para este desafio:

    CONCEITO: um texto infantil, que pode ser entendido com chubesco pelo Bichinho; trata-se da aventura da imaginação num reino distante, no caso do Palácio do Trovão, em que o didatismo está presente como ferramenta para atiçar a curiosidade infantil.

    DESENVOLVIMENTO: o texto se desenvolve adequadamente, com a linguagem necessária, sem infantilizar a narrativa, mas mantendo um nível de compreensão compatível com as crianças que deverão adorar lê-lo. Ainda assim, algumas vezes a “fofurice” da narrativa fica muito açucarada, a meu ver.

    RESULTADO: o resultado é bom, ainda que não tenha grandes picos e vales na história, bastante linear e sem reviravoltas. Um bom conto infantil.

  12. Mariana
    5 de junho de 2025
    Avatar de Mariana

    História: Temos uma jornada do herói para crianças, o que atende ao tema do desafio. Bichinho, que pertence ao menino Matheus, viaja para o Reino do Trovão, para pedir que o barulho pare. No final, descobrimos que o medo é bom, tendo uma moral esperada para a história. É tudo muito bonitinho e dentro do esperado 1,5/2

    Técnica: Temos um estilo claro, bastante adequado ao público alvo. Poderia ser um pouco mais lapidado, para que não ficasse com um tom tão didático (eu sei que é a proposta de ser uma história de dormir) 1,5/2

    Impacto: É um texto bonitinho, assim como a imagem. Talvez seja o meu coração amargo de adulta, mas não me arrebatou. 0,5/1

  13. Marco Saraiva
    24 de maio de 2025
    Avatar de Marco Saraiva

    A história de bichinho, o cãozinho de estimação de pelúcia de Matheus que, cansado de ver o seu dono e amigo com medo do som dos trovões durante a tempestade, resolve ir até o reino dos céus para pedir que o trovão parasse de gritar.

    O conto tem a pegada correta, com a leveza na escolha de palavras e na ambientação que são necessárias para uma leitura mais infantil. Ele traz também lições importantes, coisas que eu acho que são sempre bem-vindas em contos deste tipo. Por exemplo, no texto, aprendemos que é melhor aprender a lidar com os próprios medos do que tentar alterar o funcionamento natural do mundo para que não sintamos medo. O medo faz parte da formação de caráter de um ser humano – e lidar com ele, parte da nossa missão em vida.

    A resolução do conto é muito boa. Essa sacada de que o Raio sempre foge e o Trovão o chama de volta, traçando um paralelo com o amor que Bichinho tinha com o se dono, foi genial.

    No geral, um conto gostoso, simples e interessante.

    NOTA:

    • O conto, infelizmente, apresenta diversos problemas de português. Pontuações faltantes, erros de digitação, confusões no tempo verbal, etc. Ele pede por uma boa revisão.
  14. Priscila Pereira
    24 de maio de 2025
    Avatar de Priscila Pereira

    Olá, Thor! Tudo bem?

    Seu conto está totalmente no tema infantil, e escrito de forma que as crianças com certeza vão entender, e tem aventura, tem criaturas mágicas que representam os poderes da natureza, está bem lúdico e fofo.

    Porém, como é um concurso e como os contos tecnicamente serão avaliados por adultos, o conto está simples demais. Parece que o autor quis deixar tudo bem raso para o entendimento das crianças, mas isso pode prejudicar sua colocação no desafio.

    Tem muita coisa pra arrumar na revisão (tomei a liberdade de fazer uma revisão, se quiser, me fala que te mando no final do desafio). Poderia lapidar e aprofundar, deixar com um estilo mais profissional e mais bonito esteticamente. As crianças entendem muito mais do que imaginamos.

    A mensagem do conto é muito boa. Gostei!

    Leria para minha filha? Apesar do conto ser para crianças mais novas, leria sim e acho que ela iria gostar!

    Parabéns pelo conto e boa sorte no desafio!

    Até mais!

  15. Givago Domingues Thimoti
    22 de maio de 2025
    Avatar de Givago Domingues Thimoti

    As Aventuras de Bichinho:

    Bom dia, boa tarde, boa noite! Como não tem comentários abertos, desejo que tenha sido um desafio proveitoso e que, ao final, você possa tirar ensinamentos e contribuições para a sua escrita. Quanto ao método, escolhi 4 critérios, que avaliei de 1 a 5 (com casas decimais). Além disso, para facilitar a conta, também avaliei a “adequação ao tema”; se for perceptível, a nota para o critério é 5. Caso contrário, 1. A nota final será dada por média aritmética simples entre os 5. No mais, espero que a minha avaliação/ meu comentário contribua para você de alguma forma.

    Boa sorte no desafio!

    Critérios de avaliação:

    • Resumo: 

    As Aventuras de Bichinho é um conto infantil (5) que nos apresenta a história do pelúcia Bichinho, fiel escudeiro do garotinho Matheus. Durante uma noite de raios e trovões, na qual o garotinho fica muito amedrontado, Bichinho sobe ao reino onde Raio e Trovão moram para resolver o problema do amigo.

    • Pontos positivos e negativos: 

    Positivo: uma boa e competente história infantil. Lúdico e sensível… Também gostei do tamanho mais enxuto…

    Negativo: aí, que final explicadinho e mastigadinho é esse? Confia que o leitor/ a leitora vai entender… 

    • Correção gramatical – Texto bem (mau) revisado, com poucos (muitos) erros gramaticais. 4,5

    O texto é muito correto gramaticalmente em sua boa parte. Percebi apenas alguns erros bobos: incômodo (faltou um acento circunflexo) e uma quebra de parágrafo sem sentido.

    Bom trabalho!

    • Estilo de escrita – Avaliação do ritmo, precisão vocabular e eficácia do estilo narrativo. 4

    A escrita é simples e direta, como uma boa história infantil pede. Tem, inclusive, uma leitura mais acessível, com um vocabulário voltado para o público infantil. Ótima abordagem. Percebe-se um universo lúdico, com um bom jogo com as ideias e com as palavras.

    No entanto, vale o destaque negativo para esse trecho:

    Mas nuvens que se formavam no céu, e elas parecem ter outros planos, outras ideias. => mal redigido

    “Bichinho sabe que estará sempre ali, pois ali estava sempre que Matheus precisou.” Hum, achei esse trecho um tanto travado, em decorrência da repetição de palavras…

    Outra nota negativa é o desfecho, muito explicadinho e didático… Confie que o leitor vai compreender a mensagem ao final da narrativa.

    • Estrutura e coesão do conto – Organização do conto, fluidez entre as partes e clareza da construção narrativa. 5

    O conto está bem organizado e muito bem desenvolvido. Irretocável.

    • Impacto pessoal – capacidade de envolver o leitor e gerar uma experiência memorável: 3,5

    Ao final, enquanto o último conto que precisei ler da Série B, eu diria que foi um resultado positivo. O conto tem uma forte ambientação infantil, com uma linguagem acessível e um universo lúdico.

    De negativo, como mencionei, apenas o exagero didático utilizado para garantir que o leitor compreendesse a mensagem/lição por trás do conto.

    Nota final: 4,4

  16. Kelly Hatanaka
    22 de maio de 2025
    Avatar de Kelly Hatanaka

    Um conto definitivamente fofo. Bichinho vai para as nuvens, para o Reino do Trovão, para proteger seu amigo Matheus dos trovões.

    A história é bem contada e os personagens estão bem desenvolvidos. Há bons elementos criativos, como a viagem de Bichinho e as descrições do reino do Trovão.

    Mas é uma história que, talvez, peque pelo excesso de candura.

    A crise, que é o medo de trovões, é resolvida com um discurso didático de Trovão e com a súbita compreensão de Bichinho. O narrador, só para garantir que a lição foi entendida, repete tudo em seguida, nos pensamentos de Bichinho.

    Penso que isso seja cacoete de adulto, de achar que precisa explicar tudo bem explicadinho para a criança. Digo isso sabendo que incorro nos mesmos problemas, veja bem. Mas é que gostei de sua história, do clima doce e belo, e fico imaginando a mesma história só que, em lugar de ouvir uma lição de Trovão, Bichinho chegaria às mesmas conclusões através de situações que tivesse que encarar durante sua jornada. Ou em que Bichinho ajudasse Matheus a experimentar situações que o permitissem lidar com o medo. Ou em que Bichinho voltasse frustrado de uma longa jornada infrutífera, só para descobrir que Matheus já tem recursos para lidar com o medo: abraça-lo. Ele, Bichinho, é a solução que ele mesmo estava procurando.

    Tudo isso para dizer que gostei de seu conto. Porém, do mesmo jeito que um bom microconto é um microconto com subtexto, um bom infantil é um infantil escrito de criança para criança, sem deixar o adulto que somos “vazar” na narrativa.

    Parabéns e boa sorte no certame!

    Kelly

  17. andersondopradosilva
    14 de maio de 2025
    Avatar de andersondopradosilva

    Olá, autor.

    No contexto do desafio, tão somente, julguei o seu conto mediano, ou seja, nem gostei, nem desgostei, enfim vi qualidades e defeitos.

    Julguei que você repete demais palavras idênticas ou similares e faz mau uso de vírgulas.

    Exemplos de repetições:

    “Seus olhos se fecham com força e seus braços que embalavam Bichinho o apertam com força, buscando ali alguma segurança.”

    “Afasta lentamente o braço que já o segurava sem tanta força, olha para a janela com tanta determinação que seus olhos chegam a brilhar e, pela força embutida nele pelo carinho e amor de Matheus parte em direção aos céus.”

    “O reino constava de pequenas casas feitas de nuvens brancas, que pareciam algodão, habitada por nuvens de todos os tamanhos que iam e vinham em perfeita harmonia, sempre cumprimentando Bichinho quando o viam, afinal, eram educadas e sabiam como tratar um visitante.”

    Exemplos de falta de vírgulas:

    “Veja bem [vírgula] Senhor Trovão, é esse meu amigo Matheus”

    “E [vírgula] ao perceber a tristeza tomando o rosto de Bichinho [vírgula] ele continua”

    “só que [vírgula] quando vai chover forte [vírgula] eu preciso sair”

    Há outros erros de revisão ao longo do texto, como palavras faltando, letras faltando, acentos faltando, pontuação equivocada, vírgulas fora do lugar.

    Pela participação mediana, uma nota mediana, 3.

    Abraço.

  18. Luis Guilherme Banzi Florido
    14 de maio de 2025
    Avatar de Luis Guilherme Banzi Florido

    Boa tarde! (esse conto nao faz parte das minhas leituras obrigatorias)

    Um conto muito fofinho, que funciona perfeitamente para o publico ao qual se destina, as crianças. Esse conto, junto de alguns outros, faz parte de um grupo de contos que parecem ter sido escritos por pessoas que ja estao habituadas a escrever infantil. Nao é algo facil escrever assim, eu digo por experiencia propria. Existe uma linguagem muito especifica, que é diferente do infanto juvenil, que é o que eu escrevo. E aqui voce consegue isso, e muito bem. É infantil, e nao infanto juvenil. É simples, direto, mas de um jeito que nao parece simplorio, sabe? É uma simplicidade calculada, que permite que crianças leiam e entendam perfeitamente, tanto texto quanto mensagem, mas que nao se torna simplorio e nem repele os adultos.

    Em outras palavras, um conto gostoso de ler, muito fofo, com uma mensagem importante, e muito bem escrito. Tecnica perfeita, se considerarmos tecnica nesse caso como o uso da linguagem para atingir o publico alvo. Sobre a escrita, possui pouquissimos erros de revisao, mas nada demais, nada que atrapalhe.

    Parabens, gostei. Alias, escrevi algo muito parecido, tambem sobre chuva kkkkk. Voce vai saber qual é quando esse comentario for publicado. Boa sorte no desafio!

  19. toniluismc
    6 de maio de 2025
    Avatar de toniluismc

    Comentário Crítico do Conto “As Aventuras de Bichinho no Reino do Trovão (Thor)”
    Avaliação por critério: Impacto · Criatividade · Técnica

    📌 IMPACTO: ALTO A MUITO ALTO

    Este conto atinge um nível emocional profundo e delicado, ao abordar o medo infantil, a força da imaginação e a importância do afeto protetor por meio da jornada de um brinquedo amado. É uma história comovente e universal, que conversa com adultos e crianças em diferentes camadas.

    O final é particularmente tocante: Bichinho retorna sem uma solução mágica, mas com uma compreensão mais madura sobre o papel do medo e do cuidado, permitindo que a narrativa feche com ternura e sabedoria. A lição de que proteger alguém não é remover os perigos, mas estar presente e ensinar como enfrentá-los, é sutil, poderosa e atemporal.

    O conto deixa uma sensação de calor e reverência, como uma história de ninar que não infantiliza seu leitor, mas o prepara emocionalmente para o mundo. Para leitores mais sensíveis, é uma verdadeira pequena pérola.

    🎨 CRIATIVIDADE: MUITO ALTA

    A ideia de um brinquedo ganhar vida para defender seu dono do medo dos trovões é, por si só, encantadora, mas o conto se eleva ao criar todo um “Reino do Trovão” com seus próprios habitantes, regras, arquitetura e conflitos. A escolha de personificar Raio como uma criança hiperativa e Trovão como um cuidador protetor foi uma sacada brilhante: ressignifica o medo da tempestade como um ato de amor desajeitado, deslocando a narrativa de confronto para compreensão.

    A construção do universo mágico segue uma lógica emocional e não técnica, o que reforça o tom onírico do conto. O uso da linguagem de um narrador oral, que respeita o ponto de vista de Bichinho e se alinha com o olhar infantil, é muito eficaz. E o fato de o conto se passar “enquanto Matheus dorme” potencializa a natureza simbólica de toda a jornada.

    Mesmo o detalhe da “voz rouca e suave, como o latido de um labrador”, ou a descrição visual da casa de nuvens e da coroa de Trovão em movimento, demonstram um cuidado poético na criação imagética.

    🛠 TÉCNICA: MUITO BOA, COM ALGUNS AJUSTES POSSÍVEIS

    Pontos fortes:

    • A linguagem é acessível, fluida e envolvente, adequada ao público-alvo e ainda assim rica em nuance.
    • A estrutura da narrativa é bem definida: introdução (medo), chamada para a aventura (partida de Bichinho), desenvolvimento (o Reino), clímax (diálogo com Trovão) e resolução (volta e reflexão).
    • Há uma coerência interna nos eventos mágicos, mesmo quando operam dentro da lógica do sonho.

    Pontos que poderiam ser lapidados:

    • Alguns trechos repetem certas estruturas e expressões (“ele entende que…”, “ele sente que…”), o que pode diminuir o ritmo e a sutileza emocional. Um uso mais variado dos recursos narrativos poderia fortalecer o fluxo.
    • O tom permanece muito uniforme durante todo o texto, o que combina com o estilo de conto de ninar, mas talvez se beneficiasse de um contraste emocional maior em certos momentos-chave, como o encontro com Trovão ou a despedida.
    • Pequenos ajustes de revisão ortográfica e pontuação melhorariam a leitura, como em “a porta de abriu” (erro de digitação) ou na pontuação de falas.

    🧾 CONSIDERAÇÕES FINAIS

    “As Aventuras de Bichinho no Reino do Trovão” é um conto sensível, imaginativo e repleto de ternura. Ele honra a tradição dos contos infantis com moral, mas o faz de forma moderna e respeitosa, sem moralismo ou simplismo. É uma fábula sobre amizade, medo e amadurecimento, com potencial para tocar leitores de todas as idades. Sua força está mais na emoção do que na surpresa, e o efeito cumulativo é o de um abraço silencioso que perdura após a leitura.

  20. Afonso Luiz Pereira
    6 de maio de 2025
    Avatar de Afonso Luiz Pereira

    Oi, Thor. Você desenvolveu uma ideia muito fofa e sensível. O conto tem um jeitão e atmosfera de narrativa infantil e nos apresenta a história de Bichinho, um brinquedo querido que ganha vida e parte numa jornada até o Reino do Trovão para proteger seu amigo humano, Matheus, dos temidos trovões. A premissa é realmente encantadora e tem força simbólica, especialmente pela maneira como trata o medo infantil e o poder do afeto que reside nos objetos amados da infância. Essa parte destaco como positivo.

    Você também apresentou um universo celestial povoado por nuvens educadas, um Trovão paternal e um Raio travesso, o que faz um contraste interessante com a ansiedade que costuma acompanhar as tempestades.

    O texto tem um tom doce e lúdico, apropriado ao tema “chubesco”, e transmite bem a mensagem de que proteger também é ensinar, e que enfrentar os medos ao lado de quem se ama é parte do crescimento.

    No entanto, percebi momentos em que a leitura encontra pequenos tropeços, especialmente na transição entre tempos verbais. Há trechos em que a narrativa está no presente, depois passa para o passado, e logo retorna ao presente novamente — o que pode causar certo desconforto e tirar o leitor da imersão. Com uma revisão atenta nesse aspecto, o texto ganharia em fluidez e coesão.

     Além disso, algumas passagens poderiam ser mais enxutas para manter o foco na ação principal e não dispersar a força da narrativa. Ainda assim, a história tem um coração pulsante e uma mensagem generosa que reverbera bem, especialmente para leitores mais novos (ou para adultos em sintonia com a criança que foram). Com uma revisão cuidadosa na estrutura e nos tempos narrativos, esta tua história pode brilhar ainda mais.

  21. Antonio Stegues Batista
    5 de maio de 2025
    Avatar de Antonio Stegues Batista

    Boneco em forma de cachorro vai até o céu pedir ao sr, Trovão, que não faça tanto barulho para não assustar o menino Matheus. Trovão mostra que não pode agir de outra forma e o boneco Bichinho entende. O conto é simples, mas contém uma mensagem tanto para crianças quanto para adultos. É bom fazer uma boa revisão do texto antes de mandar para o concurso, pois até pequenos erros impactam as notas, ou seja, deixam de ganhar pontos na avaliação final. Gostei do conto, foi muito bem pensado. É uma boa ideia. Parabéns e boa sorte.

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Publicado às 3 de maio de 2025 por em Liga 2025 - 2B, Liga 2025 - Rodada 2 e marcado .