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Detox Literário.

Lua Eterna – Conto (Gustavo Araujo)

A maior atração do pequeno Circo Lobato não eram os palhaços, embora as crianças rissem a valer com eles. Nem mesmo a dupla de malabaristas que encantava o público equilibrando garrafas e pratos. Na verdade, o circo era famoso por causa do mágico que se apresentava todas as noites, ao final do espetáculo.

Ninguém sabia direito de onde aquele mágico surgira. Alguns diziam que ele chegara ao circo procurando emprego, como uma pessoa qualquer. Outros juravam que ele havia sido contratado pelo dono do circo em uma cidade do interior, que era conhecida por ser um centro de feitiçaria. Mas a versão que as pessoas mais gostavam era provavelmente a verdadeira: em uma bela noite, com o circo lotado, um passarinho entrou no picadeiro durante um intervalo da apresentação; ninguém prestou muita atenção no início, mas então ele começou a fazer acrobacias e a dar rasantes, até que o público ficou em silêncio, acompanhando suas evoluções; de repente, o passarinho parou no centro do picadeiro, em pleno ar, e, sem que ninguém esperasse, surgiu uma fumaça; quando tudo se dissipou, o mágico apareceu com o passarinho nas mãos.

Se era verdade mesmo, ninguém podia dizer, mas o fato é que o mágico era um homem misterioso, pouco dado a conversas, o que fazia aumentar os rumores sobre ele.

Era um sujeito alto, magro e que ostentava um bigode fino sob o nariz. Não era jovem. As pregas nos cantos dos olhos pequenos indicavam que o tempo já cobrava seu inevitável pedágio. Tinha os cabelos pretos, que gostava de pentear para trás, com brilhantina, apesar da calvície que o ameaçava, o que fazia com que ele se assemelhasse a um dançarino de tango. Estava sempre com aquele aspecto de quem acabou de sair do banho, barba feita, cheirando a sabonete, arrumado, pronto para a próxima apresentação.

Logicamente, o que construíra a fama do mágico foram seus truques. Claro, havia aqueles clássicos, como quando levava objetos a desaparecerem em um canto e surgirem em outro. Ou quando fazia uma mulher bonita levitar sem a ajuda aparente de fios ou cabos. Ou até mesmo quando serrava outra mulher ao meio para depois fazer com que ela surgisse inteirinha dentro de uma caixa. Todos esses truques eram ótimos, mas muitos outros mágicos faziam isso. O que tornava o mágico do Circo Lobato realmente conhecido era o número com os bonecos de madeira. Isso ninguém era capaz de repetir.

Era por causa desse número que as pessoas se acotovelavam em busca de ingressos quando o trem do circo chegava às cidades. Era por causa desse número que adultos e crianças ficavam quietos em suspense, mal podendo respirar nas arquibancadas da plateia.

Começava assim: o picadeiro ficava completamente escuro. Depois de mais ou menos três segundos, que pareciam muito mais, o mágico surgia iluminado por um facho de luz. Em seguida, ele olhava fixamente para algum ponto no chão – ninguém sabia exatamente para onde, pois tudo ao redor permanecia na mais densa escuridão – e, com os braços esticados, começava a mover lentamente os dedos como se tocasse um piano invisível. Depois girava a palma das mãos para cima e continuava a mexer os dedos na mesma velocidade, como se estivesse tentando convencer alguém a se aproximar. De repente, outro facho de luz iluminava uma boneca de madeira que se levantava. Ela parecia com medo, insegura, mas não conseguia resistir ao chamado. Lembrava uma garota. Tinha os olhos expressivos e usava uma saia vermelha. Vagarosamente, ela se erguia e se espreguiçava, como se despertasse de um longo sono. Antes que alguém percebesse, outro boneco surgia. Dessa vez era um menino, usando jardineira azul e camisa amarela, que também parecia acordar depois de uma longa noite.

Nesse momento, a luz sobre o mágico diminuía até que ele fosse envolvido pela escuridão. Todo o circo, aliás, ficava escuro, com exceção dos bonecos no centro do picadeiro.

Então seguia-se uma história de amor, em que o boneco-menino fazia de tudo para conquistar a boneca-menina, sem jamais conseguir. A cada espetáculo, a cada noite, o mágico os trazia à vida. E a cada vez o boneco-menino usava uma estratégia de conquista diferente para demonstrar seus sentimentos. Havia ocasiões em que tentava impressionar a boneca-menina mostrando-se corajoso. Em outras, demonstrava habilidade, inteligência. Em outras, ainda, mostrava-se gentil, oferecia-lhe presentes, flores. Mas o boneco-menino era muito atrapalhado e sempre acontecia alguma coisa que o impedia de levar suas tentativas adiante. Isso normalmente arrancava risos da plateia, especialmente porque nunca era possível saber como a história iria se desenrolar. Quer dizer, no fim, todo mundo sabia que o boneco-menino, apesar de muito se esforçar, não conseguiria atingir o coração da boneca-menina. Havia um quê de tristeza nisso. As pessoas, apesar de rirem das tentativas atrapalhadas do boneco-menino, acabavam torcendo por ele, especialmente porque ele quase conseguia chegar lá. Era justamente por conta disso que as apresentações ficavam lotadas. A impressão que dava era que na próxima ele finalmente conseguiria conquistar a exigente boneca-menina.

E dessa maneira os anos se passaram.

Um dia, o mágico olhou-se no espelho e descobriu que estava velho. Seus cabelos resistiram à calvície, mas agora eram brancos, com os fios prateados penteados para trás. O bigode permanecia fino, só que também era branco, o que o deixava quase invisível. Seus olhos, que sempre foram grandes, pareciam ainda maiores devido ao rosto que se afilava por conta da chegada do tempo. Era fácil perceber que não existia magia ou feitiço capaz de frear os anos. O mágico compreendeu isso e concluiu que a hora derradeira havia chegado. Certa noite, após o número final, despediu-se do público, agradecendo os aplausos com os bonecos, como sempre fazia. Mas, em vez de seguir para o seu vagão, permaneceu escondido atrás da lona do picadeiro, contemplando as pessoas que esvaziavam os bancos.

O mestre de cerimônias, que era filho do fundador do circo, apareceu por ali, perguntando se havia algum problema. O velho mágico disse apenas que queria ficar ali por alguns minutos, sozinho, até que tudo se acalmasse. Algum tempo depois, o circo todo estava em silêncio. O público se fora. Os demais artistas já estavam em seus aposentos improvisados, preparando-se para descansar, afinal, no dia seguinte tudo começaria outra vez. Apenas o mágico permanecia na tenda principal, admirando o circo vazio.

Por fim retornou ao seu vagão. Era o único integrante da trupe, além do dono, que tinha alojamento individual. Não que fosse grande. Pelo contrário, era bem modesto. Tinha apenas uma cama e uma cômoda com duas portas, que ele também usava como escrivaninha. Era onde guardava seus pertences. Tirou a capa e acendeu um lampião. Afrouxou o colarinho da camisa e abriu as portas da cômoda. Abaixou-se e observou o que acumulara durante aqueles anos todos. Daquela noite em diante, ele sabia, não haveria mais bolas, lenços ou coelhos aparecendo e desaparecendo, mulheres levitando ou serradas ao meio. Não haveria mais bonecos apaixonados. Tudo terminaria.

Era hora de partir.

Era madrugada quando o mágico espiou para fora do vagão. Vestia um terno surrado, com uma gravata de crochê. Na cabeça, um chapéu de feltro. O céu estava estrelado e não havia viva alma ao redor. Todos dormiam. Seria melhor assim. Seguiria seu caminho, como tinha que ser. Não conseguiu, porém, evitar um último olhar para trás. Sobre a cômoda, um ao lado do outro, viu os bonecos. “Última noite”, sussurrou, balançando a cabeça. “Última noite”, repetiu. Depois fechou a porta e se foi.

Naquela noite, o silêncio foi o maior que alguém poderia ter escutado. Nem os grilos ousaram se pronunciar. Foi então que a coisa mais incrível aconteceu. No momento em que a luz da lua se esgueirou pela janela, o boneco-menino começou a se mexer. Primeiro foram os dedos das mãos. Em seguida, as pernas. Logo ele balançou a cabeça, despertando. Olhou ao redor. O mágico havia partido. Virou-se para a boneca-menina, que permanecia sentada, inerte. Segurou-a pelos ombros com quem diz “ei, acorde”. Ela piscou os olhos e despertou também. Assim como o boneco-menino, percebeu que o mágico se fora.

“Última noite”. Foram as últimas palavras do mágico. O boneco-menino compreendeu: depois que os primeiros raios de sol surgissem, tudo estaria terminado também para eles. O que fazer quando se sabe o momento exato em que tudo irá acabar? Ele olhou para a boneca-menina e fez um sinal, apontando para fora. Ela achou que aquilo era outra tentativa para conquistá-la e simplesmente fez que não. O menino insistiu, puxando-a pelo braço, querendo explicar que não era nada disso, que eles tinham que fazer alguma coisa porque do contrário iriam… Mas nada poderia convencer a menina. Ela se desvencilhou dele e se afastou, o nariz apontado para cima, fingindo indignação.

Sozinho, o menino voltou até a janela e espiou a noite. Reparou na lua, àquela hora enorme, brilhante, e teve uma ideia. A lua tinha consigo a noite. Era sempre assim, como se trouxesse a escuridão e as estrelas a reboque. Onde quer que ela estivesse, a lua, seria sempre noite. Se de alguma maneira eles conseguissem chegar até ela, estariam protegidos pela escuridão. A última noite a que o mágico tinha se referido poderia durar para sempre se eles conseguissem alcançá-la.

Entusiasmado, o menino voltou até o canto onde a menina tinha se sentado. Tocou-lhe o ombro para chamar sua atenção. Ele apontou para si e depois para ela. Em seguida, como se houvesse um fio gigante ligando ambos, apontou para fora, fingindo atirar um laço. ‘Vamos lá’, queria dizer. A menina pareceu não entender. Então o menino pegou-a pelas mãos, gentilmente, e levou-a até a janela, para que ela também visse a noite. Apontou para a lua, depois para as estrelas e por fim para ele próprio e ela.

Aquilo era um presente de verdade, pensou a menina. A lua. Laçá-la seria, com toda certeza, a maior prova de amor do mundo. Finalmente fez que sim com a cabeça, concordando em dar a ele mais uma chance.

A ideia do menino era seguir na direção do horizonte. Se tivessem sorte, encontrariam uma elevação ou uma colina de onde poderiam alcançar a lua. Apontou para fora novamente. A menina fez sinal de que tinha entendido. Ele se aproximou da janela, pronto para saltar para fora do vagão. Não tinham tempo a perder. No último instante, porém, a menina o segurou pelo braço.

Como poderia laçar a lua sem uma corda, pensou ela, sem corda nenhuma? Apanhou um carretel de linha grossa, além de um alfinete, e entregou tudo a ele. Depois de pensar um pouco, o menino achou que aquilo talvez fosse útil. Assim, cortou um bom pedaço de linha e pendurou-a no ombro. Por fim, espetou o alfinete na camisa.

Saltaram da janela. Com cuidado, desviaram de poças d’água e da lama, passando entre os vagões em que as pessoas e os animais dormiam. O menino mostrou o rumo que deveriam seguir. Segurou a mão dela e deixaram o circo para trás. Logo cruzaram um terreno em que tudo o que se podia ver eram as silhuetas de casas em silêncio. Tudo apagado, tudo adormecido. Chegaram a uma rua em que um poste era a única fonte de luz. Ali havia lixo acumulado.

No topo de um latão, um gato procurava comida. Não demorou até ele perceber a presença dos bonecos. No mesmo instante eriçou os pelos das costas em ameaça. A menina segurou a mão do menino com toda a força, paralisada de medo. O menino postou-se à frente dela, para protegê-la, enquanto o gato deixava escapar um miado estridente. Em seguida, o bicho saltou para onde eles estavam. Lentamente, os bonecos recuaram. Em um jogo hipnótico, em que ninguém ousava olhar para os lados, o gato passava de lá para cá, de cá para lá, enquanto os bonecos caminhavam de costas. O menino tirou o alfinete da camisa e brandiu-o como uma espada. Por sorte, tinha uma arma com que lutar, se fosse preciso. A cada ameaça do gato espetava o ar, tentando mantê-lo afastado. Sentia-se como o domador do circo, só que jamais havia treinado para isso. Sem que pudessem perceber, o gato os empurrava para uma armadilha. Para trás e para trás. Até que tropeçaram na sarjeta, perdendo o equilíbrio. O gato armou o bote, eriçando os pelos outra vez. No último momento, o menino puxou a menina na direção de um bueiro, para onde foram tragados sem saber o que aconteceria.

Soltaram as mãos durante a queda, até que atingiram o lençol d’água. O menino nadou na direção da menina, tentando alcançá-la de alguma maneira. Por serem feitos de pau, não afundariam, mas ele não queria correr o risco de perdê-la. A correnteza foi ficando mais forte, levando-os para longe e para a escuridão, cada vez mais rápido. A essa altura, já não conseguiam enxergar nada. Simplesmente tinham que se deixar levar.

Minutos depois, chegavam a um rio, tontos de tanto rodar e rodar. Por sorte, não se distanciaram um do outro. O brilho da lua permitiu que se enxergassem e se juntassem novamente. O menino segurou-se no mato que crescia junto à margem e puxou a menina para fora d’água. Nenhum sinal de bicho, o que era um alívio. Ainda assim, estavam encharcados, pesados. Mas pelo menos estavam ali, vivos. Subiram a margem, afastando o capim alto e cortante. Tinham que seguir na direção do brilho.

Logo, chegaram a uma estrada. Por ali, apontou o menino. Havia um brilho mais adiante. Poderia ser a lua. Tinha que ser a lua. Era melhor se apressar. Talvez não tivessem outra chance. Correram o mais rápido possível naquela direção. O menino sempre segurando a mão da menina. Há anos tentava conquistar o amor dela, mas naquela noite não havia tempo para isso. O mais importante era que salvassem suas vidas. O brilho foi ficando maior. Sim, a lua. Correndo sem parar, viam o brilho se aproximando, se aproximando, até que perceberam o erro e no instante derradeiro saltaram de volta para o mato. Não era a lua, e sim um velho caminhão que vinha pela estrada, levantando poeira, caolho de um farol só. Por pouco não foram atropelados. O menino segurou a menina pelos ombros, querendo saber se estava tudo bem e ela fez que sim. Quando a poeira baixou, eles perceberam que a lua permanecia no horizonte, alheia aos esforços deles. A direção que seguiam pelo menos estava certa. “Vamos lá”, apontou o menino. “Desta vez seremos mais cuidadosos.”

De repente, enxergaram uma elevação. Era um pequeno morro à direita de onde estavam. Tomaram aquele rumo no mesmo instante. O terreno era pedregoso e íngreme, mas isso não os impediria de prosseguir. Tudo valeria a pena, pensou o menino. Tinha consigo a certeza inabalável daqueles que acreditam na salvação, apesar das dificuldades.

No topo do morro havia uma árvore solitária. Enxergavam sua silhueta na noite, os galhos negros abertos como braços em prece. Seria perfeita, pensou o menino. Subiriam nela e a usariam como trampolim. Não tinha como dar errado. Alcançariam a lua.

Seu entusiasmo se renovara. Puxou a menina pela mão, apressando-a. Não foi difícil subir na árvore. O tronco era bem enrugado, o que facilitava a escalada. Chegaram a um dos galhos e caminharam com cuidado até a ponta. À sua frente, a lua emanava o brilho mais bonito de que alguém poderia se lembrar, derramando sua luz sobre as casas lá embaixo. O menino olhou para trás e viu que no horizonte os primeiros sinais de claridade se insinuavam. Em poucos minutos o sol os espiaria, pronto para trazer uma nova manhã. Última noite, lembrou o menino. Era a hora da verdade. Segurou carretel e o tirou do ombro. Precisava ser forte. Fez um laço enquanto a menina o observava. Girou o laço sobre a cabeça, cada vez mais rápido e, enfim, atirou-o na direção da lua. A linha viajou no ar fresco por um instante. Por fim, ele percebeu que o laço se prendera a alguma coisa. Era a lua. Só podia ser. Não dava para ter certeza, porque o brilho intenso o cegava. Mas o fio, sua corda, estava firme. Ele deu dois puxões só para se certificar de que estava bem presa e que não iria se soltar por causa do peso deles. Ótimo, pensou. Havia laçado a lua. Acreditava nisso com todas as suas forças. Olhou para a boneca-menina e sorriu na direção dela. Em seguida fez sinal para que se aproximasse. A salvação deles estava do outro lado daquele barbante. Agarrou-a pela cintura, deu nela um beijo e pediu-lhe que se segurasse em seus ombros.

“Tem certeza de que conseguiremos?”, dizia o olhar da menina no instante derradeiro. O menino, com o ar mais confiante do mundo, olhou-a de volta, como quem responde: “Claro, pode acreditar. Confie em mim.”

Com um leve impulso saltaram. Um salto que durou para sempre.

9 comentários em “Lua Eterna – Conto (Gustavo Araujo)

  1. Bia Machado
    19 de abril de 2025
    Avatar de Bia Machado

    Que ótima lembrança. Eu já li várias vezes esse texto e sempre me emociono imaginando… Agora me ocorreu que ele ficaria muito lindo em um curta produzido com stop motion… E o livrinho está em uma das minhas caixas de leitura da minha sala de aula. Tenho uma caixa para livros com textos mais curtos. Foi muito bom reler essa história e deu vontade até de reler Pretérito Imperfeito, deu ideia para uma atividade com os meus alunos também… 😉

  2. Priscila Pereira
    17 de abril de 2025
    Avatar de Priscila Pereira

    Que lindo o conto!

    Mostrando como se faz um ótimo conto infantil! Gostei muito! 🥰❤️

  3. Marco Saraiva
    17 de abril de 2025
    Avatar de Marco Saraiva

    Caramba, temos aqui um conto pro desafio chubesco ja! =)

    Que conto bonito. Achei interessante como voce mudou o seu estilo para esse conto, aqui propositalmente usando palavras mais simples e construcoes mais leves. Essas mudancas, somadas ao enredo e a sua escolha de frases, fez com que o conto assumisse um tom de historia infantil, de fantasia, bem magico. Me transportou para um tempo da minha infancia. E mesmo assim, nao eh um conto bobo, muito pelo contrario. Me fez pensar, e me deixou ansioso para ver onde a historia iria me levar. O texto ainda tem um pouco de poesia nas metaforas e alusoes ao mundo real.

    Falando em poesia… que final!

    Gostei pra caramba. =)

  4. Anderson Prado
    16 de abril de 2025
    Avatar de Anderson Prado

    Olá! Li este seu conto! Comovente e fofo o drama dos personagens bonecos! E interessante o drama do personagem mágico, cujo destino me deixou curioso. Parabéns!

  5. Freud Na TPM
    15 de abril de 2025
    Avatar de Freud Na TPM

    Parabéns pelo conto!

  6. Kelly Hatanaka
    14 de abril de 2025
    Avatar de Kelly Hatanaka

    Um conto fofo. Isso significa que vc não vai participar do desafio? Espero que não seja isso.

    Há uma atmosfera poética por todo o texto. Gostei da maneira como o foco sai do mágico para as crianças. Parece um plano-sequencia.

    Gostei também do final aberto. O clima mágico torna tudo possível e dá para sonhar com um final feliz.

    Muito bom e belo!

    • Gustavo Araujo
      16 de abril de 2025
      Avatar de Gustavo Araujo

      Valeu pela leitura, Kelly. Como comentei com o Givago, esse conto é uma história dentro da história. Foi escrito há pouco mais de dez anos e faz parte do enredo do “Pretérito Imperfeito”. Ainda acho que ele funciona melhor lá do que aqui, isoladamente. De todo modo agradeço a você mais uma vez pela disposição em ler.

  7. Givago Thimoti
    11 de abril de 2025
    Avatar de Givago Thimoti

    Bom dia, Gustavo! Perdão pela demora em comentar seu conto. Lua Eterna é um conto muito bem escrito. A história inicia abordando o mágico, nos fazendo crer que a história é sobre ele. Então, conforme a história avança, o mágico abandona o circo e as crianças de madeira, o leitor percebe quem, realmente são os protagonistas (claro, se a gente ignorar a imagem).

    Bom, eu já ouvi/li pessoas afirmando que essa “manobra” é errônea, que não deveria ser utilizada nos contos, e por aí vai. Pessoalmente, eu discordo. E creio que esse conto seria um exemplo de uma boa utilização deste artifício.

    É um conto triste, que o lúdico universo infantil e circense mascara o abandono. Pessoalmente, acho que a narrativa passou um pouco do ponto, um tanto repetitiva especialmente na parte da caça à lua.

    Ainda assim, é um bom conto, com uma escrita simples e bem trabalhada.

    • Gustavo Araujo
      13 de abril de 2025
      Avatar de Gustavo Araujo

      Obrigado pela leitura, Givago. Escrevi esse conto há quase dez anos. Na verdade, ele é parte do romance “Pretérito Imperfeito”, funcionando como uma história dentro da história, uma metáfora dos personagens principais do livro.

      De fato, “Lua Eterna” é a relação de Toninho e Cecília vista pelos olhos da menina, que precisa lidar com o abandono do pai (o mágico) e com a busca por uma salvação que surge como miragem, idealizando seu salvador (o menino).

      Lendo o conto hoje, passada uma década, fico pensando que ele funciona melhor no livro do que assim, solto. Há informações em demasia além de um enervante protagonismo do boneco-menino. De todo modo, gosto da história do mágico. Um dia ainda quero escrever algo sobre o universo circense.

      Agradeço mais uma vez a leitura. Não é todo mundo que encara um conto de 2800 palavras na temporada off. Valeu, meu amigo!

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Informação

Publicado em 9 de abril de 2025 por em Contos Off-Desafio.