EntreContos

Detox Literário.

Sítio Rubi Cintilante (Cyro Fernandes)

A casa alugada para o feriadão é grande e confortável. O anfitrião oferece, com menos formalidade, os serviços básicos de hotelaria. A infraestrutura é boa e a localização, bem distante das demais propriedades, é ótima para quem busca privacidade. Após a saída da última empregada, a casa fica exclusiva para os hóspedes.

Noite de um dia longo. A estrada estava cheia. O churrasco bem carregado na bebida, os quatro casais de amigos cantam e bebem euforicamente, acompanhando um violão medíocre, mas animado.

João apaga logo. Havia trabalhado na madrugada do dia anterior à viagem. Certamente havia bebido muito. Não havia tomado banho, cheirava à carvão e cerveja.

Sandra, companheira de João, está animada. Com a privacidade garantida pelo isolamento, resolveu expandir os limites de sua desinibição: – “o bundão do João apagou. Eu quero dar. Alguém disponível?”.

As sonoras gargalhadas quase impedem que a Carla seja ouvida dizendo:- “Se o Pedrinho topar, eu adoraria”.

Após o espanto inicial, Pedro aceita, receoso. Tem dúvidas se consegue aproveitar a oportunidade de realizar um antigo fetiche. Poderia ser muita areia para o seu caminhãozinho.

Com o ménage rolando, a luxúria anima a Mara e o Edgar, que seguem para o seu respectivo quarto. O clima lascivo faz com que Allan e Júlio entendam que também devem desfrutar dos seus momentos de intimidade e partem para o último quarto.

Assim estão todos aproveitando a vida nos seus aposentos, exceto João, que dorme no sofá. Pendurado na parede próxima onde ele está, há um grande quadro, com um retrato a óleo do antigo patriarca da propriedade, o sombrio Seu Olímpio.

Uma tempestade assola a mansão. A chuva muito forte gera uma goteira no imenso salão. Raios e trovões chegam imponentes. O sinal de internet cai. Na sequência, ficam sem energia.

Quebram o silêncio, a chuva densa e os potentes trovões. A escuridão só é atenuada pelas lanternas dos celulares e pelos múltiplos raios.

Passadas umas poucas horas, todos dormem, mesmo os que sentem receio pela continuidade do fenômeno torrencial da natureza.

Subitamente os cavalos relincham no distante estábulo. O canil fica ouriçado e os latidos são altos. Os poucos que despertam com os barulhos, não se animam a levantar e repousam novamente.

Um forte estrondo acorda a turma toda. O som é abafado e muito potente, similar ao causado por uma batida violenta no trânsito.

Uma mistura de medo, covardia e curiosidade permeava a casa grande. Sandra é a primeira a tomar coragem e sai do quarto. Na escuridão da noite profunda, vê duas luzes pequenas pulsando um vermelho vivo. Anda com medo ao encontro dos pontos brilhosos, e assim que chega perto, vê os olhos do Seu Olímpio brilhando. Assustada, nada entende, todavia, preocupa-se mais em encontrar com o João. O sofá está vazio.

Segue a busca indo primeiro ao quarto que haviam escolhido ao chegar.  João ronca fortemente. Cansado como estava, voltou a dormir após o estrondo. Aliviada, acorda o namorado e vão explorar cautelosamente os demais aposentos, tentando identificar o que teria causado o estrondo.

Ao caminhar pela casa, quase enfartam, ao encontrar o Júlio e o Allan na outra extremidade do longo corredor. Juntos, sentem-se agora um pouco mais fortalecidos para tentar desvendar o mistério do quadro dos olhos brilhantes.

O quadro estava agora inanimado, nada de estranho é observado. Imaginam que poderia ter sido um devaneio etílico da Sandra e seguem tentando esclarecer o que aconteceu.

Chamam o Pedro e a Carla e seguem para o quarto do último casal. Notam uma poça d’água, caminham juntos, com mais cautela ainda. O quarto da Mara e do Edgar está trancado.

Batem insistentemente, sem resposta. Chamam pelos amigos aos gritos, nada acontece. Tentam usar as chaves dos outros quartos, mas também não funciona. Optam por arrombar a porta.

Porta arrombada, um pavor coletivo surge instantaneamente. Mara está nua e apresenta uma coloração azulada. Há uma ferida grande entre a base do pescoço e o ombro direito. O lençol está alvo, sem qualquer sinal de sangue. Mara não respira e seu coração não bate mais.

A cena inimaginável traz muito choro, perplexidade e inação. Pedro vomitou. Júlio tem um princípio de pânico. Sandra e Carla se abraçam, tentando controlar o medo.

Uns poucos momentos se passaram até que Sandra retoma a razão, focando na busca por Edgar. É muito difícil conseguir alguma energia, após terem vivenciado a cena apavorante da querida amiga morta.

Abalados, com muito medo e com o coração partido, vão de mãos dadas, pé ante pé, até a cozinha. Pegam as maiores facas que encontram, um martelo e acendem uma vela. O temor é quase maior que o instinto de sobrevivência.

Retomam a busca pelo amigo. Ao chegar no banheiro principal, entranham a presença de algumas penas negras com cerca de quatro palmos de comprimento. Há também um imenso material escatológico, que não parece humano, próximo à pia.

Com a incredulidade exacerbada, alcançam a sala de jantar. Está parcialmente destruída. Uma parte considerável do forro grosso do teto havia despencado sobre a mesa de doze lugares. Acreditam que a queda seja a causa do estrondo e circundam os escombros que estão ancorados sobre as cadeiras e alguns móveis destruídos. Não encontram o Edgar.

Seguem até à porta principal, mas não encontram a chave. A chuva havia parado e sem energia, internet e sinal de celular, não tinham como pedir socorro.

Com as mãos suadas, tremendo e perdidos devido à incompreensão do ocorrido, optam por quebrar uma grande janela para alcançar os carros. Sair da casa parece ser o mais prudente.

Ao saírem pela janela, não encontram os carros. Há uma grande árvore tombada. Na lateral da casa estão quatro cachorros rottweiler despedaçados. Os animais estão molhados pela chuva, mas sem que se note a presença de sangue nas reminiscências caninas.

A cena dos cachorros destroçados é mais um dos horrores vividos. Sem carro, sem celular e sem entender a coleção de absurdos, voltam para dentro da casa. Não tinham coragem de seguir na longa e escura caminhada até o distante vizinho.

Encontram na sala mais um mistério. O quadro do Seu Olímpio não está mais na parede. Havia sido substituído por um que retrata Mara, ainda em sua fase exuberante, com os trajes que ela usava ao chegar ao sítio. Seus olhos começam a piscar.

Um novo odor invade a casa. O cheiro não é conhecido, mas sentem notas de grama, terra molhada e algo um tanto quanto animalesco. Um vulto aparece e se aproxima dos hóspedes. Identificam um ser alto, com grandes penas e asas negras. A figura assustadora tem um rosto meio-humano, mas com um grande e pontudo bico. A face indica que os olhos e o contorno do rosto eram similares aos de Edgar.

Pasmos com a figura do amigo transfigurado, buscam proteção, correndo para o quarto mais próximo. Quase todos conseguem entrar, exceto o Allan. Ele é capturado pela criatura, que logo aplica uma bicada mortal em seu pescoço.

Allan cai sem gritar. Não escorre sangue do seu corpo, apesar da profunda ferida. Os amigos trancados temem pelo pior, sem, contudo, terem a certeza de mais uma perda.

A criatura alada arrasta o corpo, já azulado, de Allan para um imenso salão, escondido sob o piso da casa. O salão tem as paredes repleta de quadros de pessoas, todas com os olhos rubi. As muitas dezenas de personagens parecem ordenadas cronologicamente. As vestimentas dos personagens dos primeiros quadros remontam a um tempo distante e evoluem através das décadas, até chegarem aos dias de hoje.

Há duas pilhas de quadro no chão, a maior tem telas ainda em branco, e a menor está parcialmente coberta por um lençol. Num dos cantos do imenso aposento, encontram-se a Mara e o Seu Olímpio. Este último sorri ao ver o cadáver do Allan e retira um lençol que cobria um dos quadros da pilha menor.

Os amigos estão apavorados e ainda sem acreditar em tudo o que presenciaram. Não há coragem para destrancar a porta. Desespero, cansaço, confusão mental e o pânico imperam.

A sala principal da casa expõe agora um lindo quadro. Allan é retratado sorrindo, jovial, saudável e com seus cintilantes olhos azuis. Os primeiros raios de sol invadem a sala. Neste momento, os olhos do quadro parecem exsudar um magma rubi.

O som da natureza visita o sítio, tudo parece calmo. Os corpos destroçados dos cachorros não são mais vistos. Quatro belos rottweilers rondam ao redor da casa. Carlota, a cozinheira, chega trazendo pães fumegantes, para preparar o café da manhã.

Quase tudo parece normal. A pintura do Seu Olímpio está dependurada onde deveria estar.  Inúmeros pássaros negros flutuam em bando, num dia azulado, com um sol rubi intenso. Carlota estranha a partida repentina dos hóspedes, comprovada ao visitar os quartos e confirmada pela ausência dos seus carros.

Preocupada, ela anota para não esquecer de avisar ao patrão sobre o teto da sala de jantar. A tempestade foi forte, lembra Carlota, que fica aliviada por ninguém ter se machucado com a queda do forro.  Sítio antigo demanda muito cuidado.

Ao sair pela porta da cozinha, uma brisa trás uma folha de um jornal. Carlota lê o seu horóscopo, depois vira a página e encontra a seguinte citação: “se uma árvore cai na floresta e ninguém está lá para ouvir, ela faz barulho?  (George Berkeley- Século XVII)”.  Ela vai embora pensando no significado e resmunga para si mesma: – é cada coisa que escrevem!

Sobre Fabio Baptista

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20 comentários em “Sítio Rubi Cintilante (Cyro Fernandes)

  1. Bia Machado
    16 de dezembro de 2025
    Avatar de Bia Machado

    Oi, tudo bem? Estou iniciando a tarefa de comentar todos os textos do ano que ainda não comentei. Começando pelo seu, um texto do tema terror, uma ideia clássica tipo aqueles filmes em que o pessoal vai para algum lugar e de repente coisas estranhas começam a acontecer. Foi uma leitura que poderia ter rendido mais tensão, a narrativa está muito no formato “relato jornalístico”. Não sei se você trabalhou nesse conto depois do desafio, mas se for desenvolver mais, uma dica seria dar mais voz às personagens e explorar mais a tensão, não apenas relatando.

  2. Thales Soares
    29 de março de 2025
    Avatar de Thales Soares

    Considerações Gerais:

    A premissa deste conto tem potencial. Uma casa isolada com um passado sombrio, quadros que ganham vida, moradores transformados em criaturas sinistras… Há uma base promissora para um bom conto de horror sobrenatural, apesar dos cliches.

    A imagem dos quadros com olhos de rubi piscando, os cães destroçados (mas sem sangue), e o monstro com aparência do amigo transformado numa criatura bizarra são elementos criativos, e que compõem bem a atmosfera de mistério e estranheza. O sítio é isolado, há uma tempestade, quedas de energia e, no fim, uma estranha calmaria. Essa ambientação sombria e cíclica do conto é bem bacana.

    ***

    Pedradas:

    A escrita é excessivamente direta e desprovida de estilo. Frases curtas, muitas vezes frias e descritivas, fazem com que o conto soe mais como um resumo de roteiro de filme ou uma sinopse expandida, e não como uma obra de ficção literária.

    Em vez de explorar emoções, ambientações e ações por meio da linguagem literária, o conto simplesmente conta os eventos um atrás do outro, como se estivesse lendo um relatório (“fulano viu isso”, “ciclano foi até lá”, “então apareceu isso”). Isso impede a imersão do leitor e esvazia os momentos que deveriam ser tensos ou impactantes.

    As poucas falas soam forçadas e pouco naturais, principalmente na cena de início com a proposta de ménage, que parece jogada para chocar, mas não contribui para a trama. Soa como um evento gratuito e mal encaixado no resto da história. Numa obra cinematográfica isso serviria para chamar público (porque todo mundo gosta de assistir uma putaria)… mas aqui, não vi qual foi o sentido.

    Nenhum personagem tem profundidade, personalidade ou trajetória emocional. O leitor não se importa com nenhum deles porque mal os conhece. Isso enfraquece o impacto das mortes e dos eventos sobrenaturais.

    O encerramento tenta dar uma aura cíclica e surreal à história (com Carlota vendo tudo normal), mas, devido à narrativa apressada e pouco trabalhada, soa mais como um fecho preguiçoso do que uma conclusão impactante.

    ***

    Conclusão:

    Este conto tem boas ideias e alguns elementos visuais fortes, mas sofre seriamente com a execução. O texto carece de um estilo literário consistente, os personagens são rasos, e os eventos são apresentados de forma excessivamente expositiva, como um rascunho de roteiro de filme mal adaptado para conto. Tente contar menos, e mostrar mais para o leitor.

  3. jowilton
    29 de março de 2025
    Avatar de jowilton

    O conto narra a história de quatro casais de amigos que vão para um sítio hotel e são atacados por uma criatura meio humano meio ave.

    A narrativa é boa, no entanto, achei que ficou um pouco frio, meio distante dos acontecidos, não dando o peso necessário para as cenas de terror. O enredo não é muito original, tirando a criatura assassina, que imaginei como um corvo gigante, já que existia personagens com nome de Edgar e outro Allan, que presumi seja uma homenagem a Poe. Não gostei muito do final. Impacto médio.

    Boa sorte no desafio.

  4. Pedro Paulo
    29 de março de 2025
    Avatar de Pedro Paulo

    COMENTÁRIO: A premissa não é inovadora, mas é boa e entrega uma base legítima para uma boa história de suspense e terror. O verdadeiro problema fica sendo a execução e, nisto, mais especificamente a maneira como o texto foi escrito. Achei que houve uma preocupação demasiada em descrever tudo o que ocorre, como se quisesse informar até a maneira como o leitor deve se sentir diante da situação, dizendo como os personagens se sentem ao invés de nos permitir conhecer mais de suas personalidades, que em nada são diferenciadas e, assim, evita que possamos nos identificar e realmente torcer por eles, diluindo qualquer impacto que a leitura pudesse nos trazer. Estruturalmente, o conto funciona em maior parte, com uma rápida ambientação da ocasião e dos personagens para depois desenrolar a revelação gradual da armadilha em que os personagens se veem metidos. É no que encontro uma falha. O desenvolvimento da trama indica que a casa contém alguma natureza maligna, mas quem é apresentado como a criatura é Edgar, o que é estranho, dado que ele não é em nada diferenciado dos amigos, sequer sendo indicada uma relação entre ele, a casa e/ou o anfitrião. Assim, retorno à questão do impacto, quase inexistente já que também o meio do enredo parece incongruente com o princípio e o fim. Assim sendo, acho que é um texto que merece ser reescrito (inclusive para eliminar corrigir aquele “trás” que deveria ter sido “traz”), para ajustar a escrita a algo menos expositivo e mais orgânico, investindo mais espaço em caracterizar os personagens e se decidindo melhor quanto ao que é a ameaça da história.

  5. Luis Fernando Amancio
    28 de março de 2025
    Avatar de Luis Fernando Amancio

    Olá, Oscar Vicente,

    Em um primeiro momento pensei que seu conto seria de comédia. Sobretudo na parte do “bundão do João” e “eu quero dar”. Nada contra usar termos coloquiais no conto, ou ir para um lado mais escrachado no texto. Mas é importante manter, então, o tom. Ficou um pouco aleatório esse trecho, fora do padrão geral do conto.

    Sim, é um conto de terror e eu senti referências sobretudo ao cinema desse gênero feito nos anos 1980/ 1990. A coisa do sexo sendo punido.

    Gostei do cenário. Festas com muita bebida em sítios afastados formam  uma combinação bem real para o terror. E você utiliza alguns elementos assustadores no seu conto. A criatura meio humana/ meio pássaro (gostei da ironia do nome “Edgard”), os mortos sem sangue, o quadro com olhar reluzente… Foram boas ideias.

    Mas, em geral, eu achei o conto confuso. Os eventos vão se atropelando, sobretudo na reta final. Os personagens são mal desenvolvidos. Acho que a trama do João e da sua companheira poderia render mais. Uma crise no casal poderia render alguma dramaticidade, durante o caos sobrenatural. Talvez tenham sido mais casais do que espaço para desenvolvê-los.

    Boa sorte no desafio!

  6. danielreis1973
    27 de março de 2025
    Avatar de danielreis1973

    Comentário inicial (válido para todos os contos):
    Prezados participantes: este meu comentário NÃO É UMA CRITÍCA, É A MINHA IMPRESSÃO PESSOAL sobre o seu conto – e não é sobre você, como escritor ou ser humano!  Espero que os comentários possam ajudá-lo a aprimorar sua história ou sua escrita, num sentido mais amplo. Outra coisa é que não está sendo fácil é comparar os contos participantes, já que apesar do desafio estar  restrido a DOIS TEMAS (que inclusive tem fronteiras tênues, e às vezes se misturam entre si, em diferentes proporções), as diferenças dos gêneros literários escolhidos pelos participantes tornam muito difícil dar um valor absoluto entre os contos, quando colocados lado a lado. Então, o melhor humor não tem o mesmo efeito que o melhor terror, e um terror com elementos realistas pode ter um efeito mais impactante para mim que um horror com elementos de fantasia ou ficção científica – por isso, digo que é MINHA IMPRESSÃO, ok? As notas não representam “média para aprovação”, mas O EFEITO FINAL que me causaram.

    Dito isso, vamos ao:

    COMENTÁRIO ESPECIFICO:

    LOGLINE: quatro casais vão passar a noite numa casa de campo, que durante uma tempestade se torna uma armadilha mortal para todos.

    TEMA ESCOLHIDO: Terror (clássico)

    PREMISSA: o mal vem do desconhecido, sob forma de um raio, destrói e toma a forma de um pássaro (?). É a típica premissa de filme de terror adolescente, onde numa viagem todos ficam sujeitos a serem mortos ou a escaparem dali.

    TÉCNICA E ESTILO: a técnica é simples, começando como se fosse um filme pornô soft, daqueles que passavam na Band nas madrugadas de sábado. Porém, aos poucos, vai se transformando em Sexta-Feira 13, incluindo o desabamento da sala, a morte dos cachorros e misteriosas mudanças num quadro na parede (similar ao que acontecia na novela Guerra dos Sexos, que o retratado tio dos herdeiros da mansão reagia às escaramuças entre ambos). No final, aberto, achei meio “solar”, iluminado, sem vestígios ou explicações sobre os personagens.

    EFEITO FINAL: razoável. Uma história dentro do tema, sem dúvida, mas com desenvolvimento bastante convencional e um final um pouco decepcionante, para mim.

  7. Marco Saraiva
    27 de março de 2025
    Avatar de Marco Saraiva

    A história de um sítio macabro onde, durante a noite, um homem-corvo trucida os seus ocupantes e os pinta para o prazer de Olímpio, o patriarca da residência, que parece ser o mandador de toda a insanidade que se passa ali. O conto tem um quê de Agatha Cristie primeiro, com a ambientação festiva tornando-se um suspense coletivo quando um corpo morto é descoberto, e um mistério tem início. A referência a Edgar Alan Poe é palpável no personagem chamado EDGAR que se torna um corvo meio-humano. No geral é uma história interessante, uma boa ideia com bons momentos, apesar de assumir algumas coisas que sempre me deixam coçando a cabeça em certas histórias de terror. Por exemplo, aqui o autor traz a questão de que “se ninguém ouve a árvore cair, será mesmo que fez barulho?”, no sentido de que “se todas as evidências do que ocorreu ali forem liquidadas, será que houve mesmo um massacre?”. O problema é que as pessoas não vivem em um vácuo. Ou o conto está mostrando as primeiras vítimas desta casa, ou então esta casa já deveria ter sido interditada há décadas. Uma casa onde, sempre que alguém se hospeda, todos os hóspedes somem? A polícia investigaria, os parentes correriam atrás de respostas, haveria uma dúzia de olhos na casa após isso. Mas… talvez eu esteja sendo muito implicante. É que isso sempre fica na minha cabeça em histórias com este tipo de premissa.

    A narrativa, para mim, peca um pouco na sua rigidez. Os fatos são narrados de forma burocrática, como se o autor fosse um jornalista descrevendo os fatos de uma cena. Por exemplo, olha esta parte do conto:

    “Ao saírem pela janela, não encontram os carros. Há uma grande árvore tombada. Na lateral da casa estão quatro cachorros rottweiler despedaçados. Os animais estão molhados pela chuva, mas sem que se note a presença de sangue nas reminiscências caninas.
    A cena dos cachorros destroçados é mais um dos horrores vividos.”

    Não há sentimento, poesia, atmosfera. Há apenas uma descrição sem vida dos fatos. Isto me tirou bastante da leitura.

    Enfim, uma última coisa a falar é a quantidade exorbitante de personagens. Há tantos que a maioria são só nomes, mesmo. Eles não têm espaço para desenvolver nenhuma espécie de identidade.

    No geral, um conto com potencial na ideia e no enredo, mas que peca na execução, ao meu ver.

  8. leandrobarreiros
    27 de março de 2025
    Avatar de leandrobarreiros

    Oi, autor.

    Tenho me deparado com historias que parecem grande demais para o limite de três mil palavras e acho que o seu texto se encaixa nessa descrição.

    Mais do que os elementos misteriosos em si, me parece que você abandonou os personagens para mover o plot de ponto A, para o ponto B, pro C etc.

    Não sei quase nada de ninguém e por isso é difícil me relacionar com os personagens. Provavelmente vou ser voz contrária, mas a parte mais interessante da história pra mim foi a putaria promovida pela Sandra, porque ali tivemos algum desenvolvimento de personagens.

    enfim, se posso dar uma sugestão é tentar equilibrar o movimento do enredo com desenvolvimento dos personagens.

  9. MARIANA CAROLO SENANDES
    27 de março de 2025
    Avatar de MARIANA CAROLO SENANDES

    Técnica: Eu tive que reler o conto para entender o final, vamos lá. Admito que demorei para pegar a continuidade entre o que aconteceu no massacre e a chegada da cozinheira, que não encontra vestígios da noite. Os cachorros não haviam sido mortos? Foram repostos? Além disso, temos um tom no desenvolvimento e outro no final – algo intencional, mas que não me pegou. A cozinheira e o jornal é uma passagem quase cômica, enquanto a noite a perseguição são aterrorizantes. Por fim, não seria uma brisa traz uma folha de um jornal? 0,8/2

    Criatividade: Muitas ideias. Começa com uma pegada de slasher, grupo de amigos em um lugar afastado, cena de sexo etc. Depois, há o quadro com olhos luminosos e as pinturas vão se multiplicando. A criatura pássaro sugadora de sangue (achei essa ideia bem boa, de verdade). Pegaria um caminho só e seguiria nele. 1,2/2

    Impacto: É um conto que, apesar de não ter apreciado, me causou impacto. Fiquei pensando na narrativa e tentando entender ela. 0,5/1

  10. claudiaangst
    27 de março de 2025
    Avatar de claudiaangst

    Para este desafio, utilizarei o sistema de avaliação TERRORIR:

    T(ítulo) — SÍTIO RUBI CINTILANTE — O título não revela nada sobre o teor do conto.

    E(nquadramento ao tema) — Sim, trata-se de um conto de terror.😱

    R(azão de gostar do conto) — Narrativa ágil, instigante, cheia de ação e tom de suspense e terror na medida certa.👍

    R(evisão) — Evite a repetição de palavras. Procure usar sinônimos para substituir a mesma palavra.🖋️

    – uma brisa trás uma folha > uma brisa traz uma folha

    O(utras questões técnicas) — O conto está bem estruturado, linguagem simples, sem entraves para a leitura.🖋️🙂

    R(azão de desgostar do conto) — Excesso de personagens e pouco aprofundamento no verdadeiro conflito da trama.🤔

    I(ntesidade da narrativa) — O clímax acontece quando a criatura alada ataca e  os quadros revelam as vítimas aprisionadas.⚰️🖼️

    R(esumo da ópera) — O conto traz o terror sobrenatural e explora elementos de maldições, possessão, transformação e uma sequência de vítimas aprisionadas no retrato.  🖼️😱

    Parabéns pela sua brilhante participação no desafio e boa sorte!

  11. Mauro Dillmann
    26 de março de 2025
    Avatar de Mauro Dillmann

    Construção narrativa típica do horror/terror.

    Casais na mansão, diversão, sexo. Tudo na normalidade.

    De repente, o fantasma de um senhor.

    Os personagens estão sem luz, sem internet, informação repetitiva.

    Narrado em terceira pessoa, o conto tem momentos bastante descritivos. O foco está nos amigos, depois muda para a criatura fantasmagórica, para, enfim, voltar para os amigos.

    ‘exsudar’, o que é isso?

    Em geral, bem escrito e de leitura fluida.

    Parabéns!

  12. Amanda Gomez
    25 de março de 2025
    Avatar de Amanda Gomez

    Oi, bem?

    O conto pode ser considerado uma realidade fantástica, um terror que vai assumindo suas nuances aos poucos.
    A temática é um tanto batida: jovens amigos em um lugar isolado e, então, começam a acontecer assassinatos. É um plot muito usado pela indústria, então, para mim, todo o caminho foi previsível.

    O fato de não ter diálogos e de não focar em nenhum personagem específico deixa tudo mais distante. O leitor não se importa com nenhum dos personagens. Isso é comum em histórias assim. Mas, como o visual depende muito da imaginação do leitor, criar algum apego com alguém pode ajudar na imersão. Numa segunda leitura, comecei a decorar quem é quem, mas, no fim, percebi que isso não importava. Todos estão no mesmo barco e todos são irrelevantes.
    Sobre o mistério do conto, entendi que existe uma maldição nesse sítio e que o senhor da casa a abriga durante séculos, roubando a vida dos visitantes. Eu nunca consigo entender como algo assim pode existir. Tipo, várias vítimas ao longo dos anos se hospedaram lá e, ainda assim, nada muda. Não há investigação sobre esses desaparecimentos. Mas entendi que o foco do autor não está nesses detalhes. A intenção é mais sobre a tensão das mortes e o perigo que todos estavam correndo. É algo mais superficial. Isso foi bem passado. Os amigos em apuros, no escuro, diante de tantas coisas inexplicáveis, ficou verossímil.

    O restante dos amigos virou os cachorros? Entendi que, de alguma forma, todas as vítimas acabam desempenhando um papel dentro desse lugar, seja como um quadro ou, no caso, como animais. Um dos personagens virou aquele monstro com penas, certo?
    Bom, é um conto que acerta naquilo a que se propõe. Para mim, faltou bastante coisa para me fisgar. Foi uma leitura ok. Não tenho expectativas de sentir medo ou qualquer coisa com um conto, simplesmente não consigo. Talvez funcione para outros leitores.

    No mais, parabéns pela participação. Boa sorte no desafio.

  13. Priscila Pereira
    24 de março de 2025
    Avatar de Priscila Pereira

    Olá, Sr Autor! Tudo bem?

    Achei criativo o seu conto… Mas não entendi muito do final… Acho que ficou aberto demais para o meu gosto.

    Por que um dos hóspedes virou uma ave estranha e mortífera? O que aconteceu com os corpos dos que morreram? Viraram quadros? E os outros? Desapareceram? Foram embora? Morreram e viraram quadros?

    São muitas perguntas… No conto não precisa ter resposta para tudo, mas tem que ter um fio condutor pro leitor pelo menos achar que entendeu alguma coisa.

    Outro apontamento, é que você usou muito o contar e praticamente nada do mostrar. Alternar entre as duas técnicas aumentaria muito o impacto do conto.

    Mas mesmo apontando essas coisas, não posso negar que o conto é bem criativo, bem escrito e bem revisado e tem os elementos do suspense e do terror.

    Parabéns pelo conto e boa sorte no desafio!

    Até mais!

  14. Luis Guilherme Banzi Florido
    23 de março de 2025
    Avatar de Luis Guilherme Banzi Florido

    Ola, amigo(a) entrecontista! Tudo bem por ai? Esse conto faz parte das minhas leituras obrigatórias.

    Resumo: uma noite num sitio maldito com direito a passaro do mal.

    Comentário geral: olha, seu conto tem muito potencial, mas acho que pecou na execução. Vou explicar em detalhes. A ideia é bem boa. Começa no clichê dos casais de jovens num casebre no meio do nada, mas evolui pra um misterio interessante e um monstro diferente: um homem passaro do mal, algo assim. Gostei da ideia. Mas achei que a execução nao foi legal, tudo ficou corrido e mal explicado. Por exemplo, o rapaz que virou passaro… o que aconteceu? Foi a influencia da casa? Do Seu Olímpio? Ou o rapaz já era assim antes? Se ele virou por influencia da casa, pq ele foi o escolhido, e nao os outros? O que aconteceu com ele depois? E com todos os jovens? Todos eles morreram e desapareceram? E as familias deles? Com certeza alguem sabia pra onde eles foram passar o fim de semana. Se eles simplesmente desapareceram, a familia chamaria a policia, que acharia os quadros na casa. Pelo visto, isso vinha acontecendo há muito tempo, o que torna tudo ainda mais inverossivel. Eu sei que é chato ficar falando de verossimilhança numa obra ficticia, mas mesmo numa ficção em que coisas absurdas acontecem, certas regras de verossimilhança precisam ser seguidas para que aquele universo funcione. A nao ser que voce introduza um universo onde “pessoas que desaparecem sao coisas normais, ninguem se importa”, isso precisa ser pensado, senao fica dificil pro leitor aceitar os acontecimentos. Tambem achei que o começo é um pouco estranho, nao sei. Aquele menage me parece um pouco forçado só pra impressionar o leitor. Nao imagino um grupo de amigos agindo daquele jeito. Quer dizer, eles podiam ate fazer o menage, mas a moça nao ia anunciar na frente de todo mundo. Eu achei que aquilo teria importancia no desenrolar da historia e justificaria a forma como foi apresentado, mas nada acontece. Concluindo, acho que voce teve uma boa ideia, criativa e atrativa, mas que foi muito mal executada, deixando muitas pontas soltas e tirando o leitor (eu, pelo menos) da leitura. Tambem vale ressaltar que o conto carece de uma revisao mais apurada, tem varios errinhos de acento e gramatica no geral e o tempo verbal fica mudando de presente pra passado.

    Sentimento final como leitor: um misto de confusao e sensacao de potencial desperdicado.

    Recomendação do meu eu leitor: trabalhar melhor a verossimilhança para fazer brilhar as ideias.

    Conclusão: assisti um filme de terror com meu pai, que logo soltou a máxima “que bobajada, nada a ver essa história”. Meu pai sempre fala isso, mas dessa vez não consegui negar.

  15. andersondopradosilva
    23 de março de 2025
    Avatar de andersondopradosilva

    SÍTIO RUBI CINTILANTE parece um bloco de ideias e de notas a serem melhor desenvolvidas num futuro próximo que nunca chegou. O desfecho é bom, com excelente referência à citação “se uma árvore cai na floresta e ninguém está lá para ouvir, ela faz barulho?”  (George Berkeley). O tom humorístico de algumas passagens iniciais destoa do tom tenebroso que um conto de terror deveria ter. Personagens falando em bundão, em vontade de dar, em suruba cairiam melhor em um conto de humor, soando desnecessárias em um conto de terror. SÍTIO RUBI CINTILANTE faturou a nota 2,4 e o décimo quarto lugar na Lista.

  16. Givago Domingues Thimoti
    22 de março de 2025
    Avatar de Givago Domingues Thimoti

    Sítio Rubi Cintilante (Oscar Vicente)

    Bom dia, boa tarde, boa noite! Como não tem comentários abertos, desejo que tenha sido um desafio proveitoso e que, ao final, você possa tirar ensinamentos e contribuições para a sua escrita. Quanto ao método, escolhi 4 critérios, que avaliei de 1 a 5 (com casas decimais). Além disso, para facilitar a conta, também avaliei a “adequação ao tema”; se for extremamente perceptível, a nota para o critério é 5. Caso contrário, 1 quando nada perceptível e 2,5 quando tiver pouco perceptível. A nota final será dada por média aritmética simples entre os 5. No mais, espero que a minha avaliação/ meu comentário contribua para você de alguma forma.

    Boa sorte no desafio!

    1 – ruim 😓 / 2- abaixo da média😬  / 3- regular,acima da média,   😉/ 4- bom 😇/ 5- excelente!🥰

    Critérios de avaliação:

    • Resumo:

    Um conto de TERROR (5!) muito grotesco sobre o fim de semana de alguns casais de amigos numa casa assombrada por uma criatura terrível. 

    • Pontos positivos e negativos: 

    Positivo: o conto está escrito correto gramaticalmente (exceto pelo parágrafo final, com muita informação em um curto espaço de texto)

    Negativo: muita informação, muito fato acontecendo, muito muito acontecendo, e pouco espaço para o leitor sentar e entrar na historia. Sensação final que você resumiu um filme de 2h30 de terror num conto de 3000 palavras.

    • Correção gramatical – Texto bem (mau) revisado, com poucos (muitos) erros gramaticais. 3

    O texto apresenta vários erros gramaticais, especialmente com vírgulas desnecessárias, uso indevido de crase e escolha inadequada de palavras. Algumas frases estão truncadas ou mal conectadas. Há problemas na concordância verbal.

    • Estilo de escrita – Avaliação do ritmo, precisão vocabular e eficácia do estilo narrativo. 2

    O conto está escrito bem gramaticalmente, até ousa com uma palavra ou outra mais rebuscada ali e outra acolá, mas o que estraga nesse quesito é realmente o estilo jornalístico de relato, sem se aprofundar muito em nada e o ritmo frenético empregado para resumir a profusão de ocorridos. O estilo é até interessante, mas ele falha. Precisa ser melhor trabalhado em uma outra história.

    • Estrutura e coesão do conto – Organização do conto, fluidez entre as partes e clareza da construção narrativa. 2

    O conto é organizado, mas ele carece de construção. Sem querer ser muito repetitivo, a sensação que dá é que estamos lendo a descrição de um minuto a minuto (tipo jogo de futebol no GE) ou o rascunho final de um jogo de RPG. Não tem espaço para o leitor adentrar na história; ele é um espectador passivo de coisas grotescas que vão ocorrendo.

    Além disso, ele não é muito fluido. Várias vezes tive a sensação que faltou algum pedaço de história, especialmente quando vai se aproximando do final. Pessoalmente, eu não entendi bem o que rolou no salão, e precisei várias vezes voltar no texto para compreender. De repente, assim que os amigos conseguem fugir da criatura (menos o coitado do Allan), o foco da história os abandona. Hum, estranho. Fugiram.

    E a história mostra o cenário final e a próxima vitima.

    • Impacto pessoal – capacidade de envolver o leitor e gerar uma experiência memorável: 1,5

    Eu matutei bastante sobre o que não gostei nesse conto. Acho que aqui tem uma ideia boa, embora a premissa seja batida no que tange terror; casais de amigos se reúnem numa casa e algo estranho assombra esse local. Também temos o clima e as condições como velhos clichês; tempestade, local sem luz e sem acesso à internet. Isso não necessariamente estraga o impacto negativo, mas também não contribui.

    Dois fatores prejudicaram o conto para mim: a escrita e a quantidade de fatos que são relatados.

    Sobre o primeiro, embora esteja corretíssima, o estilo de contar a história não funcionou para mim. Está na terceira pessoa e boa parte dos verbos estão no presente. Ou seja, o conto vai relatando momento a momento, o que acontece com o grupo. Dentro do terror, isso pode até contribuir para inserir o leitor dentro da história. Entretanto, o jeito que foi escrito faz justamente o contrário: a escrita é muito crua e dura, por vezes inclusive, jornalística e afastada. Não foi bom.

    Além disso, são muitos fatos acontecendo; o parágrafo introdutório da história parece mais uma avaliação de Airbnb. Há uma apresentação de como é o local. Depois, um dorme, a esposa desse parte para um menage, o casal de fora ouve e se anima. Todo mundo dorme. Tempestade, quadro brilha, tem algo errado, acorda um, acorda todo mundo, cadê o outro casal, ela tá morta, condições estranhas, o outro some, vamo atrás, quadra que brilha some… Conforme avança, tem uma criatura muito louca, a casa é trancada, os 4 rottweilers (que nem constavam na avaliação do Airbnb) Eu entendo que a construção do terror, dentro do conto, seja essa profusão de coisas, mas isso não propriamente insere o leitor dentro da história. Ao final, parece uma cadeia de acontecimentos jogada para o leitor. Faltou construção nesse sentido.

    Nota final: 2,7 😑

  17. Antonio Stegues Batista
    19 de março de 2025
    Avatar de Antonio Stegues Batista

    Um grupo de amigos vão passar um fim de semana num hotel/fazenda. Lá, durante uma tempestade sobrenatural, estranhas coisas começam a acontecer, um dos amigos é morto, o grupo vai parar num porão sinistro onde aparece o monstro e os mata. A estória não é ruim, mas alguns fatos me pareceram obscuros, frágeis, como: o seu Olimpo tinha um pacto com o monstro? As pessoas mortas são retratadas em quadros, pinturas? Se sim, como a empregada não notou os quadros novos na parede? E qual o significado da citação de George Berkeley?

    ENREDO – Bom

    ESCRITA -Simples, algumas falhas na escolha de palavras para formar as frases.

    FRASES – Algumas frases corretas outras não, usando palavras erradas, de significado diferente, como por exemplo:” Há também um imenso material escatológico, que não parece humano, próximo à pia”. O adjetivo “escatológico” pode ser derivado do substantivo “escatologia” que significa teoria acerca das coisas que hão de suceder depois do fim do mundo; teoria sobre o fim do mundo e da humanidade, que eu não entendi o significado do monte escatológico para o material desconhecido. Outra palavra estranha está na frase: “ mas sem que se note a presença de sangue nas reminiscências caninas”. Reminiscência significa recordação, lembrança ou memória de algo que já aconteceu. Não dá para chamar restos mortais de reminiscência. Outra palavra estranha na frase: “Neste momento, os olhos do quadro parecem exsudar um magma rubi”. Magma significa, massa mineral pastosa, em estado de fusão, situada a grande profundidade da superfície terrestre, cujos movimentos determinam os fenômenos vulcânicos e que, ao resfriar, cristaliza-se, dando origem às rochas ígneas , ou seja, é algo sólido e não um brilho fulgurante. As frase curtas, sintéticas, é um estilo muito bom de escrita.

    NARRATIVA – A narrativa está boa, fluida

    PERSONAGENS – Sem muitas descrições, genéricos.

    DIÁLOGOS – Bons

    AMBIENTAÇÃO – Boa ambientação, descrições corretas do ambiente.

    IMPACTO – Fraco

  18. Kelly Hatanaka
    17 de março de 2025
    Avatar de Kelly Hatanaka

    Oi  Oscar Vicente.

    Antes, um aviso geral: li seu conto com toda a atenção e cuidado e meu comentário, abaixo, expõe minha opinião de leitora, com todas as falhas que tal opinião possa ter. Os quesitos que uso para a pontuação são: Tema, Escrita e Enredo, valendo 2 pontos cada e Impacto, valendo 4. Parabéns pela participação e boa sorte no desafio!

    Tema

    Dentro do tema terror.

    Escrita

    O texto carece de uma revisão atenta. Exemplos: no terceiro parágrafo, um excesso de “havia”; em “Quebram o silêncio, a chuva densa e os potentes trovões.” não há vírgula; alguns plurais faltando.

    Enredo

    Quatro casais de amigos alugam sitio para o final de semana, mas um estranho monstro em forma de pássaro e um fantasma transformam o passeio em tragédia.

    Impacto

    Baixo. A forma como a história é conduzida não constrói tensão ou medo. As cenas são demasiadamente descritivas e, por isso, acabamos não conhecendo direito os personagens. E, se a gente não conhece, acaba não se importando. O final ficou bem estranho. Os amigos estão apavorados num quarto e, quando a caseira chega, eles já tinham ido embora. E o parágrafo final então, ficou solto, sem sentido.

  19. Gustavo Araujo
    15 de março de 2025
    Avatar de Gustavo Araujo

    Achei o conto bem escrito, bem ambientado. Por se tratar de um conto de terror, pode-se dizer que é competente na medida em que produz uma atmosfera de suspense crescente. No entanto, é só isso. Por ser curto demais, não há tempo para que o leitor se afeiçoe ou se identifique com os personagens. Todos são unidimensionais, sem características próprias. Todos estão assustados, apavorados e têm vontade de transar. Só João destoa, mas sua diferença está só no sono.

    Desse modo, com personagens rasos, o que se tem são fatos que se passam como num relatório, como num roteiro de filme. Todos ali no sítio acabam capturados e mortos por uma criatura sobrenatural que os coloca numa espécie de porão, sob o comando do (fantasma) do patriarca do lugar, o tal Sr Olímpio.

    Creio que a opção pelo ritmo acelerado, sem cuidado com os personagens, me impediu de gostar mais do conto, de aproveitá-lo mais, a despeito do bom uso das palavras e das construções inspiradas.

    Mas não dá para dizer que o conto é ruim. As descrições são boas e têm qualidade, o que ajuda no fluxo da leitura.

    No fim, um conto regular.

    Nota: 3

  20. José Leonardo
    15 de março de 2025
    Avatar de José Leonardo

    Olá, Oscar Vicente.

    Tendo em vista as minhas limitações técnicas para apreciar melhor o seu conto e de modo a tentar esquentar meus comentários que acho um tanto insossos, decidi convocar, por meio de um ritual de fervura de miojo de tomate com leite coalhado e digitação de Zerinho-um no MS-DOS, a FRIACA® (Falsa Ruiva Inteligente Auxiliar para Comentários e Avaliações) para me ajudar nessa bela empreitada e proporcionar a melhor avaliação possível acerca do seu texto (dentro da minha perspectiva de leitor).

    FRIACA: Do que se trata o conto?

    R.: Uma aventura de fim de semana num sítio. Os mais cansados desbundam, mas os demais aproveitam para se divertir. No entanto, uma tempestade muda a rota prosaica da história, que se torna tensa e aterrorizante para os personagens. E um traidor (típica figura do mal oculto que atrai as pessoas próximas para a perdição).

    FRIACA: Como você vê a narração, o estilo, a estrutura, a técnica?

    R.: Oscar, seu conto me pareceu mais ou menos como uma escaleta para roteiro de filme, cujas cenas (quase que) se dividem tais como os parágrafos aqui (se bem que precisaria adaptar algumas passagens para ação dos personagens – mas não é um desafio Entrecontos de roteiros, tampouco de escaletas, certo? Então me perdoe pela divagação). A história, que remete aos clichês que conhecemos de diversão de amigos num fim de semana em lugar afastado, ainda assim é bem interessante.

    Aliás, quem imaginaria que um spoiler sombrio se escondia no nome do sítio?

    FRIACA: E quanto à adequação ao tema, à criatividade e ao impacto?

    R.: Adequado aos acontecimentos que descambam no destino trágico dos amigos do “anfitrião”. O plot é bem interessante. Creio que das várias associações que possamos fazer (talvez inspirações para o conto ou meros entretenimentos audiovisuais), seu conto me faz lembrar de certo vilão de olhos também famintos que desperta de 23 em 23 anos, somente nas primaveras, para caçar o alimento… nós, no caso… E o dilema de Berkeley, no final do conto, também se aplicaria ao vilão do 23-23 anos (se a polícia não tivesse descoberto…)

    FRIACA: Indo um pouco mais a fundo nesse particular e apesar do aspecto subjetivo do que a história pode causar no leitor, é um conto para dar risadas ou aterrorizar-se?

    R.: Imagino quão bacana seria ver uma adaptação cinematográfica dessa sua história, Vicente. As imagens que a ação desenvolvida me oferecem são tétricas!

    FRIACA: Qual sua posição final sobre esse conto?

    R.: Um conto que me atraiu. Gosto de histórias de horror/terror/suspense creio que em todas as suas facetas (em todas que eu pude ler até o momento).

    Parabéns pela estória e boa sorte neste desafio.

E Então? O que achou?

Informação

Publicado às 9 de março de 2025 por em Liga 2025 - 1B, Liga 2025 - Rodada 1 e marcado .