Era noite e Camila finalmente retornava para casa depois de mais um dia de trabalho. Se é que aquele cubículo que ela dividia com Nestor, seu gato, poderia ser chamado de casa. Dia após dia ela se perguntava se deveria ter mesmo saído da casa de seus pais em Sorocaba e ido tentar a vida em São Paulo, mas essa dúvida era maior em dias como aquele, em que um banho quente, uma refeição de micro-ondas e uma boa cama não seriam suficientes para fazer valer a busca por sua independência. Queria um prato de comida de verdade, feito pela sua mãe, e um abraço do seu pai falando em seu ouvido que ficaria tudo bem.
Nestor, percebendo sua angústia, acompanha Camila por toda a casa enquanto aguarda o seu momento, ainda que ‘toda a casa’ seja apenas o banheiro, a cozinha e um ambiente único usado como quarto e sala. Mas era o que dava para pagar, pelo menos enquanto se estabilizava, Camila dizia para si mesma, ainda que Nestor tivesse as suas dúvidas.
Banho tomado, comida aquecida e ração de Nestor devidamente servida, ela se senta na pequena mesa para começar a comer. O gato, ao invés de também se alimentar, sobe em seu colo e olha para ela com o seu olho bom, como se dissesse que ficará tudo bem, e ali permanece até que ela termine de comer. Dali eles seguem para cama, onde Camila assiste televisão até dormir, o que não demora muito. Só então Nestor desce devagar para não a acordar e vai enfim comer a sua ração.
E nesse dia, enquanto voltava para a cama, Nestor viu uma figura parada na porta do banheiro, que certamente não estava alia antes. A mulher vestia um moderno vestido de noiva e parecia molhada, como se tivesse entrado no chuveiro com as roupas no corpo. Seus cabelos loiros escorriam por um rosto frio e os olhos, negros como o próprio abismo, miravam Camila na cama. Os braços pendiam ao longo do corpo, com profundas feridas nos pulsos, de onde um líquido negro escorria, como se fosse sangue, e pingava. Mas sem nunca chegar ao chão.
Ela vira a cabeça lentamente para o lado, percebendo pela primeira vez o gato que a observava, curiosa, como se aquilo fosse novidade para ela também.
– VOCÊ ESTÁ ME VENDO? – o espírito pergunta ao gato.
– Sim, não deveria? – responde Nestor.
– VOCÊS PRECISAM PARTIR. NÃO PODEM FICAR AQUI. NEM VOCÊ NEM ELA! – o espírito diz, apontando para Camila antes de entrar novamente no banheiro e desaparecer.
Nestor observa o banheiro vazio por mais um tempo com o seu olho bom antes de subir na cama, se aconchegar e permanecer de guarda, ao lado de Camila, por toda a noite.
***
Camila acorda cedo, como sempre, para ir ao trabalho. Toma um café da manhã enquanto observa Nestor ir e vir pelo pequeno apartamento. Ele parece estar plenamente adaptado ali e ela fica feliz de ter conseguido alugar esse espaço por um preço que pudesse pagar. Todos os outros apartamentos que buscou na região eram muito caros e, caso precisasse morar muito longe do trabalho, não poderia trazer o seu gatinho junto. Seu companheiro de tantos anos e único confidente.
A verdade é que Camila nem ao menos percebeu que, a cada ida ou vinda de Nestor pelo quarto, ele a seguia enquanto olhava para dentro do banheiro como se procurasse algo. Para ela o importante era que eles estavam ali e que sua vida agora seria diferente, longe de casa!
Depois que fechou a porta ao sair, Nestor retornou para a cama e ficou ali, deitado, de olho na porta do banheiro. Teria sido a noite anterior um sonho? Será que por acaso gatos sonham? Que gatos pensam não há nenhuma dúvida, ou Nestor não estaria ali, deitado, com tudo isso passando pela sua cabeça. Até enfim adormecer.
Ele desperta, como todos os dias, pouco depois do sol se pôr e mal havia se espreguiçado quando o espírito apareceu novamente, surgindo do banheiro e se posicionando embaixo do batente. Nestor deu uma pequena mordida na pata para garantir que não estava dormindo. Gatos podem até ser capazes de pensar ou sonhar, mas se beliscar ainda não. Ainda.
– VOCÊS PRECISAM PARTIR. – Ouviu novamente o espírito repetir.
– Mas porque exatamente precisamos partir? Essa parte que ainda não ficou clara. – Miou Nestor em resposta.
– EU SOU UM FANTASMA E EXIJO QUE SAIAM DE MEUS DOMINIOS. – Insistiu o espírito, mantendo um tom de ameaças.
– Um fantasma ou uma fantasma? Você me parece uma fêmea da sua espécie. Ou fantasmas não tem gênero? Qual o seu nome, a propósito?
– EU… HUM… NÃO IMPORTA! VOCÊS PRECISAM PARTIR. EU SOU O MOTIVO DE VOCÊS PARTIREM. SOU O MOTIVO DE VOCÊS NÃO PODEREM VIVER AQUI! – Reforçou, apesar de ter hesitado em um primeiro momento.
– Olha – retrucou Nestor – o mais provável é que você seja o motivo de nós podermos morar aqui, para te falar a verdade.
– UM FANTASMA DEVE ASSOMBRAR OS VIVOS, AQUELES QUE AINDA CARREGAM A PRÓPRIA CARNE. VOCÊS DEVEM PARTIR! – Ele insistiu, novamente dono da situação.
– Sim, eu entendi. Mas veja só. Minha dona, Camila, é uma pessoa fantástica e que me ama e cuida de mim. Mas não é lá uma pessoa das mais brilhantes, não é a faca mais afiada da gaveta. Digamos que quando estamos juntos ela é a segunda mente mais brilhante no recinto, e eu sou um gato.
– E O QUE ISSO TEM A VER COMIGO? COM MEUS DOMÍNIOS? – O espírito questionou, novamente em dúvidas.
De alguma forma o espírito parecia ter mudado, ainda que um pouco, sua postura. Alguma coisa parecia estar acontecendo com ele. Ou com ela, já que seu gênero ainda não foi definido por ele. Ou por ela. E não é nosso papel aqui julgar ninguém.
– Camila saiu de casa e veio para cá para trabalhar. Ganha pouco e nunca poderia alugar um apartamento como esse que, ainda que pequeno, é muito bem localizado. Mas o corretor disse a ela que esse imóvel estava muito barato devido a um incidente que ocorreu aqui. Eu não entendi no momento, ela menos ainda. Mas estou entendendo que esse incidente é você, ou pelo menos o que colocou você nessa situação de assombrar gatos e pessoas. Ou seja, na verdade você é a responsável direta por estarmos aqui. Foi você quem nos trouxe.
– E SEREI EU A EXPULSÁ-LOS DAQUI!
– Certo. E pretende fazer isso como exatamente? Eu te enxergo e falo com você, mas não sinto medo. E Camila não consegue te ver ou perceber, ao que parece.
– EU IREI ASSOMBRÁ-LOS ATÉ O MEDO SEJA A ÚNICA COISA DENTRO DO CORAÇÃO DE VOCÊS! – O espírito gritou em fúria, enquanto desaparecia dentro do banheiro.
– Boa sorte Incidente, você vai precisar. – Murmurou Nestor, se preparando para receber Camila.
***
Algumas noites se passaram sem que Nestor visse o espírito, tendo como certa a sua presença no banheiro apenas por alguns sons que vinha de lá, sempre após o anoitecer. Ele não conseguia identificar muito bem, mas pareciam sons de alguém tentando pegar ou utilizar algum objeto sem muito sucesso. Ele já se perguntava (lembrando que já concluímos aqui que gato pensa, logo ele também pode levantar questões para si mesmo) o espírito teria desistido de tentar expulsá-los dali quando, por volta das nove da noite de um sábado, ele o viu novamente.
O gato estava em seu novo lugar favorito na casa, deitado na cama de modo que ficasse de frente para a porta do banheiro e tivesse uma visão ampla do apartamento.
-VOCÊS DEVEM… – começou o espírito.
-Partir – completou Nestor. – Eu sei, você vive repetindo isso, Incidente.
-EU NÃO SOU INCIDENTE! – Ela disse em fúria, antes de derrubar o pote de xampu dentro do chuveiro.
Camila, que estava sentada na mesa da sala apenas se vira para a cama e diz:
-Nestor…
O gato olha para a dona e em seguida novamente para o banheiro, a tempo de ver o Espírito derrubar um dos cremes de cabelo de Camila no chão.
-Nestor! Pare já com isso! – Camila diz mais uma vez da sala, enquanto o gato permanece imóvel em cima da cama.
Agora o alvo é o sabonete líquido que fica em cima da pia, mas ao invés de apenas derrubar o pote o espírito o arremessa contra a parede, usando toda a sua fúria acumulada, fazendo não apenas um barulho absurdo, mas também espalhando o conteúdo. Parece que finalmente o Espírito conseguiu chamar a atenção de Camila, que se levanta e vai até o banheiro, balançando a cabeça de forma negativa.
-Tenha um gato, eles disseram. É tranquilo, eles disseram. Depois de velho eles não fazem mais nada, eles disseram. – Ela resmungava enquanto entrava no banheiro para limpar a bagunça.
-Vai precisar de mais do que isso se pretende expulsar essa daí Incidente… – Provocou Nestor, mais uma daquelas coisas que todos sabemos que os gatos são especialistas.
-EU NÃO SOU INCIDENTE! – disse mais uma vez antes de sumir.
***
Mais algumas noites de passaram no apartamento, com Camila seguindo a sua velha rotina diária e Nestor a sua nova, dormindo por todo o dia e observando o banheiro durante a noite. Bom, como gatos são naturalmente criaturas da noite essa rotina de Nestor não era assim tão nova, mas ao invés de ficar caçando fantasmas que ele apenas imaginava pelo apartamento, agora estava a espreita de um de verdade.
Novos sons e barulhos estranhos saiam do banheiro, noite após noite. Nada capaz de incomodar o sono de Camila, claro, mas que mantinham Nestor atento e curioso. Era como se o Espírito estivesse aprendendo algum novo truque, precisasse praticar algo antes de efetivamente tomar algum tipo de ação contra os novos moradores.
E Nestor parecia entender e respeitar, afinal a privacidade é algo muito importante para os gatos. É fato que geralmente esses amigos peludos não respeitem a nossa, mas como estamos tratando de ficção aqui e de uma história com gatos falantes e um Espírito em um banheiro, vamos manter essa licença poética.
Mas enfim o Incidente, digo, o Espírito surgiu na porta do banheiro e, dando um passo para dentro do quarto, apenas abriu os braços de forma teatral sem dizer uma palavra. O sangue que escorria de seu braço em direção ao chão, sem nunca o tocar, parecia se mexer, como se um túnel de vento viesse do banheiro em direção ao quarto, e Nestor enfim entendeu o que estava sendo tentado ali. Frio. Muito frio.
O quarto foi tomado por um frio cortante, que parecia gelar diretamente os ossos, deixando a carne de fora. Um frio que os pelos, agora arrepiados, de Nestor eram incapazes de conter, mesmo debaixo da coberta onde ele tentava de alguma forma se esconder.
Camila se mexia de um lado para o outro da cama, sentindo o mesmo frio cortante e sem saber o que estava acontecendo. Nestor tirou a cabeça de dentro da coberta para ver o que o Espírito estava fazendo, afinal todos sabemos o que matou o gato. Não esse, pelo menos ainda.
– Nestor! – Camila gritou – Pelo amor de Deus desliga esse ar-condicionado!
Nestor sabia que não havia nenhum ar-condicionado no apartamento.
O Espírito, exausto pelo gasto de energia necessária para fazer esse novo truque, também sabia que não havia aparelho algum ali.
Pelo visto a única que não sabia desse detalhe era Camila. Que mesmo encolhida seguia dormindo sonhando com o novo estagiário.
Os olhares do Espírito e de Nestor se encontraram por um instante e o gato deu de ombros, ou algo parecido, já que gatos não tem ombros. Ou tem?
***
Camila acordou na manhã seguinte como se nada tivesse acontecido e Nestor tinha plena certeza de que na cabeça de sua dona realmente nada havia acontecido.
E como nas noites seguintes não houve nenhum barulho ou sinal do Espírito no banheiro, a curiosidade de Nestor venceu e ele entrou nos domínios de seu nêmesis na terceira noite, apenas para encontrá-lo parado, na parede oposta ao espelho, como se buscando o seu reflexo.
Nenhum sinal. Nenhum som. Nenhuma gracinha de nenhuma das partes. Apenas um respeito mútuo e, claro, a curiosidade do gato.
Noite após noite, depois que terminava a sua refeição e enquanto Camila terminava de lavar a louça, separar a roupa que usaria no dia seguinte e se preparar para dormir, Nestor ficava no banheiro observando o Espírito e fora do caminho de sua dona para que ela não tropeçasse nele ao entrar. Um espírito por banheiro era mais do que suficiente, nisso todos concordamos.
Até que finalmente um dia Camila a viu. Viu o reflexo dela por sobre o seu ombro direito, observando cada movimento seu enquanto escovava os dentes. E era a oportunidade que o Espírito aguardava, pois avançou sobre ela com as mãos expostas sobre o seu pescoço nu e, mesmo não causando nenhum dano, nenhuma ferida, manchas de sangue que saíam do pulso lacerado mancharam a gola da camisola que Camila usava naquele momento.
O ataque foi tão repentino que Nestor, já velho, não teve ação. Foi pego desprevenido e, incapaz de acudir a sua dona, apenas permaneceu imóvel ao lado da porta.
Após o ataque, enquanto Camila se recuperava do choque, sentada no chão, o Espírito se afastou e se aproximou do gato, triunfante.
-Nestor do céu! Que susto você me deu agora! – disse Camila, rindo – Se você me matar do coração eu volto para te assombrar, heim?
O Espírito e o gato trocaram olhares incrédulos. Nem mesmo as manchas de sangue na gola da camisola, tão reais que ela tentava limpar enquanto olhava no espelho, pareciam ter abalado Camila, que apenas desistiu de se limpar e foi dormir assim mesmo.
– Agora você me entende, Incidente? Não há nada que você possa fazer para colocar medo naquela cabeça pelo simples fato de que não tem nada lá dentro. Me surpreende ela ter chegado à vida adulta, provavelmente só conseguiu por ser filha única. Se os pais tivessem mais um para distraí-los ela tinha morrido engasgada com uma moeda. Ou com a própria língua.
– MEU NOME NÃO É INCIDENTE… – respondeu o espírito com ar derrotado.
-Então qual o seu nome?
O espírito permaneceu quieto por mais um tempo, encarando o gato e olhando de forma incrédula, se é que fantasmas podem fazer isso, para Camila, até desaparecer.
***
O sol mal havia se porto, quando Nestor acorda assustado, com o Espírito olhando para ele, da porta do banheiro.
– SABRINA. MEU NOME É SABRINA. EU ME LEMBREI. OBRIGADA.
– Nestor. Dada as condições de nosso encontro não sei se posso dizer que é um prazer conhecê-la ou não.
Ela não responde, apenas dá um pequeno passo para dentro do quarto, e depois outro, como se para ver se conseguiria sair do banheiro ou estava presa ali para sempre.
Sabrina então andou até a cama e se sentou ao lado de Nestor, que olhava para ela com o seu olho bom.
– SEI O QUE VOCÊ ESTÁ PENSANDO. SUICIDIO. FALTAVA UMA SEMANA PARA O MEU CASAMENTO E DESCOBRI QUE MEU NOIVO ME TRAIA COM A MINHA MELHOR AMIGA. EM UM ACESSO DE RAIVA QUEBREI O ESPELHO DO BANHEIRO E CORTEI MEUS PULSOS. QUANDO ME ARREPENDI JÁ ERA TARDE.
Nestor se aconchegou para perto de Sabrina, pois sabia que ela precisava disso agora. Os gatos sempre sabem.
– O ODIO ME CONSUMIU A APENAS A… A…
– Burrice – completou o gato.
– A BURRICE – disse Sabrina, meio sem jeito – DA SUA DONA FOI CAPAZ DE ME TIRAR DO TRANSE, AO QUE PARECE. E NÃO SEI O QUE FAZER AGORA.
– Consegue mexer no controle remoto? Podemos assistir Netflix. Eu sei o que fazer, mas essas patas me impedem.
Sabrina liga a televisão e os dois ficam ali, juntos, assistindo Stranger Things até ouvirem os passos de Camila e o barulho da chave na fechadura. Sabrina mexe uma última vez nas orelhas de Nestor e pergunta:
– QUANDO VOCÊ SE FOR. FICA AQUI COMIGO?
– Até onde sei essa aqui é a primeira de sete, mas não sendo verdade pode contar comigo.
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Considerações Gerais:
A leitura deste conto é agradável e fácil de acompanhar. O texto flui bem, com frases bem construídas e diálogos coerentes. O autor tem domínio da linguagem e sabe conduzir a cena de forma visual e compreensível.
O conto se passa dentro de um espaço doméstico (provavelmente um apartamento), com poucos elementos: a moradora, o gato, e o fantasma. Ainda assim, o autor consegue criar uma atmosfera de cotidiano levemente inquietante, quase melancólica, e isso é bem feito, apesar de eu ter algumas ressalvas quanto ao impacto deste conto.
***
Pedradas:
A maior fraqueza do conto está justamente na falta de progressão narrativa. O texto se apoia quase inteiramente na dúvida entre o gato estar vendo um fantasma ou apenas reagindo a algum estímulo mundano. O narrador reflete, hesita, observa, especula… mas a trama não avança de verdade. Fica parecendo uma cena estendida demais, sem clímax, sem plot twist, sem uma conclusão que amarre o conflito de forma memorável.
Achei o humor aqui presente “forçado” em alguns pontos, principalmente nos momentos metalinguísticos. Todas as vezes em que o narrador quebra a quarta parede para tentar conversar com o leitor, o resultado é um pouco constrangedor. As piadinhas para mim infelizmente não funcionaram.
A ideia desta história e boa, mas é desenvolvida de forma tímida. O dilema do gato vendo fantasmas é simpático, e o conto tinha potencial para ir além, talvez até abraçar de verdade o insólito, ou mergulhar em algo mais trágico, absurdo ou cômico. Em vez disso, o autor parece preferir a zona de conforto da crônica esquisitinha, e isso deixa a história com gosto de oportunidade desperdiçada, com um fantasma bobo que não merece se o principal ponto de interesse do conto.
***
Conclusão:
Um conto bem escrito e tecnicamente correto, com clima e ritmo bem controlados, mas que falta ousadia narrativa e criatividade no humor. O dilema apresentado não sustenta o texto por tanto tempo, e as tentativas de aproximação com o leitor acabam soando mais constrangedoras do que carismáticas. Ainda assim, é um bom conto, só precisava de mais sal (ou mais pimenta).
COMENTÁRIO: Que texto mais bonito! Tem uns trechos que teriam fluído melhor se reescritos na revisão, mas dedicarei a minha impressão a elogiar o conto, já que pela maior parte o texto funciona.
É um conto singelo, montando um cenário bem convencional para uma história de terror, focando na menina para nos despistar e fazer acreditar que se sabe o que está lendo. Mas então os verdadeiros protagonistas entram em cena. Até aí, o clichê ainda se impõe, mas as primeiras palavras do gato nos pegam desprevenidos. Mais do que isso, a caracterização perfeita do bichano com vários traços identificáveis no comportamento de gatos enriquecem a personagem e cativam a leitura. O espírito não fica atrás, demonstrando os clássicos horrores de seu gênero, mas depois mostrando a sua natureza mais suave e humana na amizade que constrói com o felino. Assim sendo, o texto se equilibra bem entre o humor e o terror, pegando o segundo gênero para cenário, mas imbuindo a comédia em seus diálogos e no desenrolar da situação. Afinal, a imagem do espírito ensanguentado e encharcado é grotesca… mas abrindo seu coração para um gato? É bonito e engraçado.
Olá, O Observador,
Seu conto é um terrir, talvez um subgênero dele, o “terrir fofo”. Achei criativo você fazer essa releitura da lenda da loira do banheiro e trazer para o nosso desafio. Muito interessante. A maioria dos participantes, sinto, não está acostumado a escrever terror ou mesmo humor e aproveita o certame para experimentar os gêneros. É legal, além de ser “desafio” entre autores diferentes, é também um “desafio” interno para cada autor.
Nesse contexto, pegar um clássico, uma lenda urbana, e dar-lhe uma nova roupagem , é uma boa opção. E você se apropria do “tema” e o traz para o humor – “lendas urbanas”, de fato, não costumam assustar muita gente com mais de 12 anos. Foi um movimento coerente.
Claro, foi criativo colocar o gato como protagonista. A sua dona, Camila, mal é coadjuvante: ela tem papel quase figurante na história. A interação fica à cargo do gato Nestor e o Incidente, digo, Espírito. Uma interação que evolui para uma amizade, no fim da narrativa. Quase um romance, eu diria, jovens podem até chipar o casal NesManta, ou SamanTor. Por isso disse que virou um “terrir fofo”.
O conto se desenvolve bem. A escrita é mais convencional, sem maiores preocupações estéticas. Faltou algum cuidado com a revisão, mas nada que comprometa a compreensão.
O uso de caixa-alta nas intervenções do fantasma talvez não seja ideal. É uma convenção atual associar esse recurso aos gritos. Na minha cabeça, foi como se a Sabrina só se comunicasse gritando. Se era essa a ideia, tudo bem.
Boa sorte no desafio!
Comentário inicial (válido para todos os contos):
Prezados participantes: este meu comentário NÃO É UMA CRITÍCA, É A MINHA IMPRESSÃO PESSOAL sobre o seu conto – e não é sobre você, como escritor ou ser humano! Espero que os comentários possam ajudá-lo a aprimorar sua história ou sua escrita, num sentido mais amplo. Outra coisa é que não está sendo fácil é comparar os contos participantes, já que apesar do desafio estar restrido a DOIS TEMAS (que inclusive tem fronteiras tênues, e às vezes se misturam entre si, em diferentes proporções), as diferenças dos gêneros literários escolhidos pelos participantes tornam muito difícil dar um valor absoluto entre os contos, quando colocados lado a lado. Então, o melhor humor não tem o mesmo efeito que o melhor terror, e um terror com elementos realistas pode ter um efeito mais impactante para mim que um horror com elementos de fantasia ou ficção científica – por isso, digo que é MINHA IMPRESSÃO, ok? As notas não representam “média para aprovação”, mas O EFEITO FINAL que me causaram.
Dito isso, vamos ao:
COMENTÁRIO ESPECIFICO:
LOGLINE: um gato médium vê o espírito que atormenta a casa de sua dona e interage com ele.
TEMA ESCOLHIDO: Terror (sobrenatural)
PREMISSA: apesar de narrar o cotidiano da moça, o protagonista da história é efetivamente o gato, que interage sem medo algum durante todo o tempo com o espírito invasor. A construção dos personagens é simples, mas funciona no todo – tanto do gato, da sua dona e do próprio espírito.
TÉCNICA E ESTILO: a técnica é boa, com a história evoluindo aos poucos até o clímax – que é a fantasma lembrar seu nome. Em matéria de terror, eu achei pouco apavorante isso, já que não há da parte da fantasma uma ação mais efetiva para “espantar” os vivos dali. Lembrei em alguns momentos do filme “Os fantasmas se divertem” – o original, não o bem ruim que saiu há pouco tempo, pela simpatia em construir a personalidade do gato.
EFEITO FINAL: acho que foi bom, ainda que a meu ver falte um crescendo, uma ameaça cada vez maior. E o final, que achei bem simpático, deve agradar muita gente. Sucesso no desafio!
Um conto bastante descritivo.
Narrado em terceira pessoa, muda os tempos verbais (do pretérito imperfeito para o presente do indicativo; depois volta para o pretérito), o que já compromete a qualidade do conto.
O texto é prolixo, cansativo e entrega tudo ao leitor. Exemplo: “… ela fica feliz de ter conseguido alugar esse espaço por um preço que pudesse pagar.”. Dizer que ‘ela fica feliz’ é uma entrega. Poderia construir a trama narrativa de modo a que o leitor presumisse essa felicidade.
Um espírito que se apresenta como ‘fantasma’ a um gato falante. Singelo, muito singelo.
Equívoco aqui: ‘O sol mal havia se porto’.
O conto não é horror (embora tente), nem comédia.
Parabéns!
O conto narra a história de Camila, uma jovem recém-saída da casa dos pais, que mora com Nestor, seu gato de estimação e com uma fantasma que se chama Sabrina.
A narrativa me pareceu bastante imatura. Não conseguindo promover suspense ou terror nas aparições do fantasma. O humor também não é bem desenvolvido, no entanto, percebemos que há uma tentativa de fazê-lo. O enredo é bem simples e a linguagem bastante direta. Há um problema de tempo verbal na na narrativa, as vezes está no presente, as vezes está no passado, o que considero como uma falha. A história é bem bobinha, mas até que me deixou curioso durante a leitura, o que considero um ponto positivo. Achei o conto de médio para fraco. O impacto foi baixo.
Boa sorte no desafio.
Oi, tudo bem?
Vou considerar esse o conto conforto do desafio… Aquele que você lê e não vê a hora passar, se diverte, adora o personagem e termina com gosto de “quero mais”. Uma Sessão da Tarde de ótima qualidade.
Tem uns errinhos? Tem! Mas quem se importa quando temos Nestor? Até imaginei uma voz pra ele. Você deve ter gatos, porque conseguiu retratar a personalidade deles muito bem.
É um texto mais voltado pra comédia, pode até ser um terrir… Não importa. Gostei bastante da história, do desenvolvimento e, principalmente, do protagonista.
Parabéns pelo texto.
Boa sorte no desafio!
Um espírito maldoso em um banheiro tenta assombrar a vida de uma mulher tão burra que não entende que está sendo assombrada. O herói, Nestor, é um gato caolho. Estas premissas malucas são sempre legais.
Acho que mais recentemente a galera do Entre Contos tem tentado muito cumprir os dois temas do desafio em um conto só. Está claro nas regras que você pode escolher um OU outro, não precisa que o conto seja de comédia e de terror ao mesmo tempo. Mas a quantidade de contos que eu vejo de pessoas que tentam mesclar os dois é assustadora.
A verdade é que, geralmente, contos assim tendem a sair pela culatra. Não são nem boas comédias e nem bons terrores. Ficam ali no meio do caminho para os dois. Ocasionalmente vem alguém que consegue fazer a mistura funcionar, mas é raro. Neste caso, acho que ela não funcionou muito bem, não. As piadas não foram eficazes e o terror… bem, é inexistente, né. A temática visual é de terror mas o conto mesmo é de comédia.
A técnica é boa, gostosa de ler. O desenvolvimento do conto foi o que ficou, para mim, devendo um pouco.
Para este desafio, utilizarei o sistema de avaliação TERRORIR:
T(ítulo) — O ESPÍRITO DO BANHEIRO — Referência ao clássico das lendas urbanas – A loira do banheiro? 👱♀️ 👻
E(nquadramento ao tema) — Um terrorzinho leve, com insinuação de comédia, tudo meio diluído, mas considero que o(a) autor(a) cumpriu a regra do desafio.
R(azão de gostar do conto) — A leveza ao desenvolver o tema do terror, a agilidade dos diálogos, o inusitado debate entre um felino e um espírito.🐈 👻
R(evisão) — Detectei alguns lapsos:
– não estava alia antes > não estava aliás antes
– Mas porque > Mas por que
– DOMINIOS > DOMÍNIOS
– em dúvidas > em dúvida
– seu gênero ainda não foi definido > seu gênero ainda não havia sido definido
– ATÉ O MEDO SEJA > ATÉ QUE O MEDO SEJA
– Boa sorte Incidente > Boa sorte, Incidente (separar o vocativo por meio de vírgula)
– se pretende expulsar essa daí Incidente > se pretende expulsar essa daí, Incidente…
– O sol mal havia se porto > O sol mal havia se posto
– SUICIDIO > SUICÍDIO
– ODIO > ÓDIO
O(utras questões técnicas) — Não entendi muito bem a finalidade da caixa alta como se o espírito estivesse gritando o tempo todo. Acredito que o(a) autor(a) tenha lançado mão desse recurso para diferenciar as falas. 🤒
R(azão de desgostar do conto) — Falta do aprofundamento quanto à razão da assombração.
I(ntesidade da narrativa) — A trama não chega a apresentar uma intensidade ou mesmo um clímax, sendo mais linear no desenvolvimento da narrativa.
R(esumo da ópera) — Um conto gostosinho de ler, mesmo que sem pretensão de agradar o(a) leitor(a). 😉
Parabéns pela sua brilhante participação no desafio e boa sorte!
O ESPÍRITO DO BANHEIRO seria uma ótima comédia se não fosse um terror. Fantasma do banheiro, noiva fantasma do banheiro, gato falante, gato informando que teria ainda algumas vidas pela frente antes de se tornar um espírito e viver em companhia da fantasma, fantasma falando lugares comuns da fantasmagoria em caixa alta etc., todos esses elementos soam muito engraçados. Por outro lado, o conto também tem um ar melancólico, pois, ao mesmo tempo em que é engraçado um fantasma carente, também é triste e solitário. O ESPÍRITO DO BANHEIRO investe na caixa alta. Péssimo investimento. A língua possui recursos próprios para indicar a exaltação, o grito, o falar alto, o falar fantasmagórico etc. Há a exclamação e há, sobretudo, o contexto. Incumbe ao autor construir o texto de tal maneira que o leitor possa imprimir o tom correto às falas dos personagens, sem o uso da caixa alta. O texto ficou esteticamente poluído com a caixa alta. O ESPÍRITO DO BANHEIRO faturou nota 2,6 e o décimo terceiro lugar em minha lista.
O Espírito do Banheiro (O Observador)
Bom dia, boa tarde, boa noite! Como não tem comentários abertos, desejo que tenha sido um desafio proveitoso e que, ao final, você possa tirar ensinamentos e contribuições para a sua escrita. Quanto ao método, escolhi 4 critérios, que avaliei de 1 a 5 (com casas decimais). Além disso, para facilitar a conta, também avaliei a “adequação ao tema”; se for extremamente perceptível, a nota para o critério é 5. Caso contrário, 1 quando nada perceptível e 2,5 quando tiver pouco perceptível. A nota final será dada por média aritmética simples entre os 5. No mais, espero que a minha avaliação/ meu comentário contribua para você de alguma forma.
Boa sorte no desafio!
1 – ruim 😓 / 2- abaixo da média😬 / 3- regular,acima da média, 😉/ 4- bom 😇/ 5- excelente!🥰
Critérios de avaliação:
Esse é um conto de comédia/terror (terrir para alguns) onde Nestor, um senhor-gato/gato-senhor de Camila (uma humana descrita como obtusa — talvez portadora de um TDAH bem intenso —), observa e interage com a famigerada Loira do Banheiro, ou para os íntimos Sabrina.
Positivo: possivelmente, um dos mais eficientes terrir, juntando bem os dois elementos dos gêneros. Leitura leve e boba que se destacou! Isso é difícil de fazer! Parabéns!
Negativo: muitos erros gramaticais e uma escrita simples
Esse é o grande ponto negativo. Muitos errinhos gramaticais bobos… Palavras não acentuadas (suícidio, pêlos…), repetições de palavras, uma palavra com a duplicado no início Bastava uma revisão gramatical mais apurada e eles sumiam.
Revisão é fundamental, dá robustez ao conto. Uma pena!
A escrita é simples, muito focada em relatar o que acontece na narrativa. Missão cumprida. Está dentro da média. Mas, pessoalmente, sempre acho que é preciso ousar um pouquinho a mais.
Além disso, o ritmo da história me pareceu um pouquinho arrastado, honestamente.
O conto está muito bem estruturado! Condução perfeita, linear e de fácil compreensão pelo leitor.
Bom, eu gostei do conto. É um terrir leve, casual, com uma releitura diferente da Loira do Banheiro (eu fiquei uma semana implorando para uma professora me acompanhar no banheiro quando eu ouvi essa história no ensino infantil). Não possui um grande clímax nem reviravolta. Acho que essa foi a intenção da autora/ do autor. O barato da história está em seu conjunto.
E conseguiu!
Nota final: 3,6👍😌
Técnica: Eu adorei esse conto! A escrita é magistral, de verdade. Li tudo com um sorriso no rosto, foi muito divertido e é tocante o quanto o Nestor cuida da dona. No entanto, não é piegas e nem força a barra e escrever um conto assim é muito difícil. Não tenho muito o que dizer sobre a técnica, a não ser elogiar. A única mudança que faria seria manter todos os diálogos em minúsculas, dá para entender quando é a fantasma, mas nada que abale o texto 2/2
Criatividade: O observador certamente possui um felino para chamar de seu dono, somos dos felinos e não ao contrário. A ideia é muito boa e as nuances de um gato estão todas ali. A comédia é engraçada, me fez rir e querer que a Sabrina tenha uma companhia 2/2
Impacto: Enquanto lia o meu gato estava destruindo o sofá. Parei e fui fazer carinho nele, já que ele me protege de assombrações 1/1
Olá, Observador.
Tendo em vista as minhas limitações técnicas para apreciar melhor o seu conto e de modo a tentar esquentar meus comentários que acho um tanto insossos, decidi convocar, por meio de um ritual de fervura de miojo de tomate com leite coalhado e digitação de Zerinho-um no MS-DOS, a FRIACA® (Falsa Ruiva Inteligente Auxiliar para Comentários e Avaliações) para me ajudar nessa bela empreitada e proporcionar a melhor avaliação possível acerca do seu texto (dentro da minha perspectiva de leitor).
FRIACA: Do que se trata o conto?
R.: O espírito da moradora anterior assombra o banheiro da casa de Camila, mas a princípio somente Nestor, o gato, consegue ver e interagir com ele. Contudo, o que parecia ser um caso de assombração aterrorizante se torna uma estória de… empatia com o próximo. Independentemente de se ser animal, espectro ou gente.
FRIACA: Como você vê a narração, o estilo, a estrutura, a técnica?
R.: No fundo é um conto fofinho, Observador. A sua prosa é direta, calcada nos diálogos entre o gato e os demais seres (espectro e a dona nem tão esperta). Confesso que os trechos em caixa alta, referentes às rubricas do espectro de Sabrina, incomodaram-me um pouco (sempre penso em gritos quando vejo caixa alta). Ademais, um e outro errinho que certamente seriam eliminados numa nova revisão.
Nestor é a grande figura do seu conto. É atento, sarcástico – o cérebro da coisa toda. Não à toa ocupa a maior parte do conto (o enredo se move ao redor de suas ações e palavras mesmo no que tange à dona, que não o escuta).
FRIACA: E quanto à adequação ao tema, à criatividade e ao impacto?
R.: Tem elemento que remete ao terror (o espírito e sua tentativa de assombrar a moradora) e alguma centelha de comédia (as interações do gato), mas minha conclusão vai ao encontro do drama, da solidão e da empatia (palavra muito comum hoje que, contudo, tendo usar aqui no sentido além de tentar entender ao outro: ajudá-lo também). Se tivesse de dar nota certamente perderia alguns décimos por conta da (quase in)adequação, embora no fundo, no fundo mesmo, tenha gostado bastante do personagem Nestor.
FRIACA: Indo um pouco mais a fundo nesse particular e apesar do aspecto subjetivo do que a história pode causar no leitor, é um conto para dar risadas ou aterrorizar-se?
R.: Não me leve a mal, mas vou me agarrar na simpatia desse gato. No mais, sobre questões de se aterrorizar ou dar risadas eu pontuei no tópico acima.
FRIACA: Qual sua posição final sobre esse conto?
R.: Gostei de seu texto, Observador. Fez minha perspectiva sobre ele dançar de um lado que parecia o certeiro (terror de assombração) para outro, levado pelas interações um gato gente-fina (por assim dizer).
Parabéns pela estória e boa sorte neste desafio.
Oi Observador.
Antes, um aviso geral: li seu conto com toda a atenção e cuidado e meu comentário, abaixo, expõe minha opinião de leitora, com todas as falhas que tal opinião possa ter. Os quesitos que uso para a pontuação são: Tema, Escrita e Enredo, valendo 2 pontos cada e Impacto, valendo 4. Parabéns pela participação e boa sorte no desafio!
Tema
Dentro do tema terror e comédia.
Escrita
Muito boa, correta, clara, gostosa de ler. Os personagens vão sendo apresentados sem pressa, de forma orgânica. E os acontecimentos vão se desenrolando de forma muito hábil.
Enredo
Numa quitinete assombrada, um gato faz amizade com o fantasma da antiga moradora. Uma boa história, bem contada, com graça. Gostei muito.
Impacto
No final, fiquei esperando que o nome do fantasma fosse Camila e ela, de alguma forma, estivesse tentando impedir a tragédia futura. Mas curti o final doce de amizade entre Nestor e Sabrina.
A história de um fantasma que assombra moradores de um pequeno apartamento. O gato Nestor que vê um fantasma com se único olho e a dona, não consegue ver. Gato e fantasma acabam conversando, interagindo um com o outro. O enredo é absurdo, é como uma fantasia, uma história inverossímil, mas na ficção tudo, ou quase tudo é válido. É uma história gostosa de ler, que mistura terror e fantasia, não comédia, tampouco terrir, que seria uma mistura de comédia e terror. É um conto com terror leve, sem grandes pretensões. O único olho de Nestor foi irrelevante, sem necessidade, pois não foi explicado como ele perdeu o olho.
ENREDO – Bom
ESCRITA – Boa escrita, sem erros.
FRASES – Frase normais, simples, corretas.
NARRATIVA – Fluida, sem entraves
PERSSONAGENS – Marcantes, bem criados
DIÁLOGOS – Bons diálogos, não precisava caixa alta para falas do fantasma, pois as duas falas, a do gato e fantasma, eram por telepatia, sem nenhuma marcação, portanto.
AMBOIENTAÇÃO – Boa descrição do ambiente
IMPACTO – Fraco.
De início o conto aponta para uma linha de terror, mas aos poucos essa impressão vai diminuindo, até que percebemos tratar-se de um terrir, já que há traços de comédia aqui e ali.
O problema dessa opção é que ela precisa ser certeira. Terrir é comédia baseada em fatos que costumeiramente se fazem presentes em textos de terror. Há aqui essa tentativa, mas creio não ter funcionado. Não consegui achar muita graça no embate entre o gato Nestor e o fantasma da Sabrina.
Outra coisa que me incomodou foi a falta de paralelismo na escrita. Há trechos escritos no passado e outros no presente, sem que isso se justifique.
A ideia é boa, no entanto. Um gato que não está nem aí para um espírito maligno é algo que pode ser trabalhado e gerar um conto interessante. Prefiro pensar que este é um primeiro passo nesse sentido.
Nota: 2,0
Ola, amigo(a) entrecontista! Tudo bem por ai? Esse conto faz parte das minhas leituras obrigatórias.
Resumo: a curiosa relação de um gato e um espirito, ambos vivendo com uma moça extremamente limitada intelectualmente kkkkk
Comentário geral: um conto muito bom de comedia! Acho que foi o mais engraçado ate agora, e ja li uns 12 da serie B. Parabens! O conto carece muuuito de uma revisao, realmente temos muitos problemas nessa area, especialmente a mudança constante de tempo verbal (passado – presente). Sinto que voce poderia se atentar mais a isso na proxima, para abrilhantar ainda mais sua otima capacidade de contar uma historia e sua otima criatividade. Mas nao vou ficra me detendo muito nisso. Se voce quiser dicas ou ajuda com isso, me chama no privado depois e conversamos. Enfim, voltando à historia: é muito boa. O gato é muito carismatico, a fantasma é divertida e interessante, a dona é engraçadamente burrinha. Tudo funciona. O narrador é peça chave nesse conto também, pois vem dele boa parte do humor e da comedia. Tudo funcional, tudo redondinho, tudo engraçado. O final brilha, conseguiu ser fofo e bonito, sem mudar o tom do conto. Excelente. Parabens pelo trabalho!
Sentimento final como leitor: ri e me diverti. Obrigado por isso.
Recomendação do meu eu leitor: ja falei acima: cuidado com a revisao. De resto, adorei.
Conclusão: minha vizinha nova de parede é meio tansa, ela nao parece ter todos os neuronios no lugar. Mas o gato dela parece muito esperto, e finalmente os bbarulhos no banheiro pararam. Agora posso dormir tranquilo.
Por enquanto esse conto está entre os meus favoritos.
Destaco como ponto forte a originalidade da trama e a condução, também. É uma leitura que você nem sente o tempo passar. Os personagens escapam de serem unidimensionais e acabamos criando bastante empatia por todos, sejam eles vivos, mortos ou gatos.
Houve alguns questionamentos no grupo sobre a caixa alta. Não me incomodou. Eu li como se fosse aquela “voz de fantasma” dos desenhos e filmes antigos. Talvez se o autor tivesse acesso a mais fontes tentasse algo diferente. Talvez não.
No lado negativo da trama fica a questão da revisão. Eu geralmente não comento isso, mas algumas coisas como vírgulas mal posicionadas e até erros de datilografia prejudicaram um pouco o fluxo.
Mais importante que isso, achei uma certa intervenção do narrador meio excessiva.
“É fato que geralmente esses amigos peludos não respeitem a nossa, mas como estamos tratando de ficção aqui e de uma história com gatos falantes e um Espírito em um banheiro, vamos manter essa licença poética.”
Por mais absurda que seja uma narrativa, nenhum leitor gosta de ser lembrado que isso tudo é apenas ficção. É quase uma punição ao leitor por estar se envolvendo com a narrativa. Ainda da pra manter essa intervenção pra fazer o comentário sobre gatos, mas, imo, ficaria melhor se levasse para outro lado a motivação.
Olá, Sr Autor! Tudo bem?
Eu gostei demais do seu conto!
Eu amo gatos, então sou seu público alvo para esse conto. Ri bastante com a lógica felina do Nestor e com a burrice de sua dona.
Você conseguiu passar o desespero do fantasma em não conseguir assustar a Camila e o derradeiro rendimento ao charme aconchegante do gato (quem consegue não se render?)
Foi uma ótima sacada usar o tudo é culpa do gato para fazer a fantasma se lascar. Se você tem medo de espíritos é só adotar um gato e seus problemas se acabaram!! 😂
O conto precisa de uma boa revisão. Principalmente na pontuação. E não precisava ter poluído o texto com a caixa alta. Ela não interferiu em nada no entendimento do conto, só poluiu o texto mesmo.
A ideia foi muito boa e você soube ganhar o leitor, talvez não funcione com todo mundo, mas comigo funcionou! Parece que vc tem um gato, sabe exatamente como é! a mente deles.
Foque em uma boa revisão e continue usando sua criatividade! Parabéns pelo conto!
Boa sorte no desafio!
Até mais!