EntreContos

Detox Literário.

Noite Sem Fim em Lotheria (Bia Machado)

III

A estranha música começou a tocar novamente, tão alto como se estivesse sendo executada ali dentro da igreja, mas os jovens não identificavam sua origem e nem qual língua era aquela. Já  sabiam o que viria em seguida e, como era de se esperar, não demorou muito para que ouvissem o grito da criatura maligna que tinha se apossado do carvalho que ficava na entrada do bosque, logo após a praça. Nos galhos, pendurados como troféus, os crânios de todas as vítimas, antes moradores do vilarejo.

Era novamente a hora do sacrifício, naqueles tempos de dias que não amanheciam mais.

Dante, que mantinha uma autoridade maior sobre os outros, por ser o mais velho entre os que ainda permaneciam em Lotheria, colocou a urna de madeira em cima da mesa improvisada, anunciando:

– Vamos sortear quem sairá da igreja hoje.

– Você quer dizer, na verdade, que vamos sortear quem vai morrer desta vez, Dante? Quem vai ser dilacerado, quem vai ser devorado hoje? Quem vai virar comidinha de demônio e depois refugo? E depois vai ser só mais um crânio pendurado naqueles galhos? Pouco me importa, contanto que não seja eu, pelo menos enquanto ainda houver muito vinho na adega!

– Tancredi, como consegue fazer piada em um momento como esse? – a voz de Zara denunciava a raiva da jovem.

– Seria um desperdício morrer hoje e não provar cada uma das garrafas de vinho do Padre Enzo, que Deus o tenha!

Tancredi disse aquilo realmente parecendo se divertir com toda aquela situação. Ele, sozinho, estava acabando com a adega que havia na paróquia do finado padre e passava os dias fazendo graça com o clima de morte iminente entre os que ainda sobreviviam durante a noite sem fim, no vilarejo. Ainda por cima, tentava cantarolar as estranhas músicas que surgiam do nada, parecendo se divertir com elas.

Tam, tanan, tanan-nana na-nam… Uí-don níd-nou-eduqueixan…Uí-don nid-nou lós contrôu… tã… tananam… na na naaaa na… rei, títcha, liv-den quids-alôun! É, eu acho que é isso! Estou quase conseguindo cantar essa. Canta comigo, Zara?

A moça nem se dignou a responder.

Além dos três, ainda restavam Francesco, Gregório, Nicola e as jovens Cesira, Fabíola e Clara. Depois de tanto tempo, ainda esperavam por muita coisa que parecia que nunca viveriam novamente, em um tênue fio de esperança: a vida tranquila, as tarefas do dia a dia, os passeios à beira do lago no verão e, na primavera, correr em meio aos campos de lírios e peônias, a luz do sol iluminando tudo, mesmo em manhãs geladas de inverno…

No dia seguinte chegaria um novo ano, o ano de 536. Um deles, porém, morreria com o ano velho: o próximo que tivesse menos sorte entre todos ao retirar uma pedra da urna.

Como sempre, Dante ficou por último no sorteio. Combinaram de manter a pedra dentro da mão fechada, para descobrirem ao mesmo tempo quem era o escolhido daquela vez. E como era de costume, Tancredi não respeitou o acordo e já foi abrindo a mão e mostrando a pedra esverdeada, logo em seguida jogando a pedrinha novamente na urna, assobiando e saindo, dando mais alguns goles em uma garrafa quase vazia, cantarolando alguma outra canção que já tinha ouvido ecoando pelo ambiente.

– Uáris lóv, beibi don rârtmi, don rârtmi, nou mór, uáris lóv… uou-uou-uou-ooo, uou-uooou, uoooo, uooo-o… Ciao, bela!

Dessa vez, a pedra branca estava na mão de Clara. A jovem fechou os olhos e deixou que as lágrimas caíssem, enquanto era abraçada pelas outras mulheres. Naquela noite, ela deveria ir ao encontro da criatura.

– Não, Clara, não! Eu… eu vou no seu lugar – Gregório se revoltou contra a má sorte da moça que tanto amava, que era a má sorte dele também, já que um dia ambos sonharam com a mais bela cerimônia de casamento realizada em Lotheria. Teriam tido filhos lindos, um casal. E a vida teria sido tranquila como sempre fora ali no vilarejo.

– Não, é a minha vez, não é? Só me resta ir de uma vez… Estou cansada dessa espera…

– Vamos fugir! Deve haver uma forma! – Gregório parecia não ter ouvido as palavras da amada, perdido em devaneios.

De repente, as músicas pararam, fazendo com que todos aguardassem, porque já sabiam que aquilo significava que haveria uma música diferente, mas tão estranha quanto, a iniciar assim que Clara se encaminhasse para a porta da igreja.

– Já se esqueceu dos primeiros que tentaram em vão sair daqui? – Nicola não deixava transparecer o quão desesperado se sentia naquele momento. – Foi sorte encontrarmos o corpo inteiro de Vicenzo próximo dos muros… Dos outros, o que conseguimos? Apenas restos. Entenda, de uma vez por todas, meu irmão: nossa vida não nos pertence mais! Desde que a noite eterna caiu sobre nós e trouxe esse monstro…

– O que fizemos ao Nosso Senhor? Que pecado foi esse que agora estamos pagando com a pior das penitências? – perguntou Zara, abraçada a Clara naqueles últimos momentos das duas amigas,  que costumavam estudar piano juntas, todas as tardes.

Gregório precisou ser segurado por Francesco e Nicola para deixar que Clara saísse da igreja de uma vez por todas, depois de se despedir de todos, já com uma nova música tocando no momento fatídico, Tancredi fazendo cara de espanto:

– Ei! Essa eu sei cantar inteirinha! Nauam dém uenái sí râr feice, xi teiquismi auêi tchu déri espéchiâl plêice, éndifai estér tchu…

Parou no momento em que o tapa de Cesira o acertou em cheio, deixando-o tonto. Quem poderia imaginar que uma moça de aparência tão frágil como ela bateria tão doído?

– Cala a porcaria da sua boca, Tancredi! Eu espero estar aqui quando você pegar a pedrinha branca!

Clara despediu-se de todos e saiu da igreja. Enquanto caminhava pelo meio da praça, sentiu o vento gelado castigando seu rosto. No bolso do vestido levava um pedaço de vidro, de uma das garrafas de vinho da adega, para acabar com tudo e assim a criatura não pudesse lhe tirar a vida. Isso não impediria de ter o corpo dilacerado pelo monstro, mas sua alma não estaria mais lá, era o que a reconfortava naquele momento.

A jovem tirou o caco de vidro do bolso do vestido quando chegou perto do carvalho, o suficiente para ser presa pelos galhos, mas não teve tempo de cortar seu pescoço. Antes disso, o ser maligno já a enlaçara em um abraço fatal, esmagando os ossos da jovem, emitindo silvos agourentos, que não cessaram nem mesmo quando a criatura começou a arrancar pedaços de Clara com dentes mais cortantes que adagas.

Em pouco tempo, o corpo da moça era apenas uma massa disforme de ossos esmagados, alguns cachos do que antes tinha sido um lindo cabelo ruivo e retalhos de pele dilacerada. Logo após pendurar o crânio da vítima em um dos galhos que a segurava, a árvore amaldiçoada se deu por satisfeita e jogou longe os restos mortais de Clara.

Agora que o ser demoníaco estava alimentado, Dante e os outros jovens poderiam sair para fazer o enterro da moça no cemitério atrás da igreja.

Todos menos Tancredi, claro.

– Desculpa, mas não sou obrigado!

– É melhor que não vá mesmo! – Gregório gritou, indignado, com os punhos fechados.

Fabíola parou de repente, os olhos arregalados.

– Espere! Isso que aconteceu agora… Não foi a primeira vez…

– Claro que não foi, Fabíola. Quantos não enterramos antes de Clara? – perguntou Dante, continuando a andar, indo em direção ao cemitério.

– Não, não é isso. Essa fala do Tancredi, dizendo “Desculpa, mas não sou obrigado!”, tenho certeza de que ele já disse isso várias vezes. Pelo menos umas… Umas quatro vezes…

– Eu que bebo e você que fica doida… Daqui eu volto para a igreja, só vim mesmo sentir um pouco da brisa aqui de fora. Bom funeral pra vocês! – Tancredi acenou e voltou cambaleando em meio à escuridão gelada.

 – Eu tenho certeza, Dante… – Fabíola olhou para o rapaz que conhecia desde criança e que amava desde sempre, enquanto caminhavam em direção ao cemitério.

Dante olhou para a moça por quem também nutria os melhores sentimentos, se perguntando: quando a jovem tinha começado a ter delírios?

Enquanto os rapazes cavavam, Fabíola novamente teve uma sensação estranha, mas dessa vez ao contrário.

– O que foi, Fabíola? – perguntou Cesira, observando a palidez da moça à luz da tocha que iluminava o campo santo.

– Esta é, sim, a primeira vez que estamos aqui, eu tenho certeza disso. Como pode ser, se todos sabemos que enterramos os outros?

– Acho que você está muito nervosa com tudo isso, irmã – Francesco concluiu. – Nós enterramos todos, depois que o Padre Enzo se foi. Cada criança, cada idoso, nossos pais, as mulhe…

– Sim, sim, não disse que não enterramos, o que quero dizer é que… não sei… de alguma forma não tenho a imagem dessa situação na lembrança…

– Estranho… Estou tentando me recordar disso, mas também não consigo… E veja quantos túmulos… Fomos nós que enterramos, não fomos? Pelo menos todos os que morreram depois que o Padre Enzo se foi. Claro, ele também… – Cesira sentiu uma agonia por não se lembrar sequer de uma das vezes em que abriram uma cova naquele cemitério.

Um estrondo foi ouvido por todos.

– Estão sentindo? O que está acontecendo? A terra está tremen… – Nicolau gritou, se desequilibrando por completo, interrompido pelo que parecia ser uma voz de mulher gritando: “Não! Não, não, não! Isso tudo está uma droga, uma bela de uma porcaria!” E de repente a terra tremeu mais forte, era como se tudo à volta deles estivesse se contorcendo e se encolhendo, a ponto de aos poucos engolir a todos. Sentiram tudo se despedaçando, fazendo com que se separassem. Fabíola conseguiu ver Francesco caindo na escuridão, o olhar de terror engolido pelo vazio, com alguma das músicas irritantes tocando em um volume ainda mais alto do que o costume. Ao longe, estava certa de que era o corpo de Tancredi caindo no precipício, sem cabeça… Naquele último instante, a moça olhou para Dante, todo ensanguentado e com a metade do corpo submersa em águas revoltas, que brotavam do nada, vindas não se sabe de onde e só conseguiu pensar: que Deus nos ajude! A última certeza da jovem era a de estar sendo engolida por uma noite sem fim.

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Kamila ainda não estava satisfeita após rasgar as últimas páginas do rascunho do conto em pedacinhos. Correu ao banheiro e jogou tudo na privada, dando descarga. Precisava de um conto de terror medieval, mas aquilo estava longe de ser o melhor que podia fazer, sabia disso.

Talvez se parasse de escrever ouvindo música? Talvez. Era uma opção. Se jogou na cama, escolheu uma playlist diferente, dessa vez uma só com trilhas sonoras de filmes de ficção científica, com um pouco de medo de que aquelas músicas dessem ideias malucas para o conto que precisava entregar na próxima semana, mas… As ideias malucas costumavam ser sua salvação, não podia negar.

Dormiu antes do fim de “Blade Runner – End Titles”.

Sobre Fabio Baptista

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43 comentários em “Noite Sem Fim em Lotheria (Bia Machado)

  1. Bia Machado
    30 de março de 2025
    Avatar de Bia Machado

    Comentário geral sobre a produção do conto.

    Achei que seria rápido responder aos comentários, mas que nada… Enfim, já passam das três da manhã aqui, mas agora resolvi finalizar com um comentário geral.

    Fiquei com muito receio em participar porque não costumo escrever esse temas. E nem estava com vontade, aliás. Entre os dois, resolvi tentar algo de terror. Pensei em muita coisa, mas surgiu mais forte a ideia de escrever algo no estilo metalinguístico, da quebra da quarta parede. Mas não sabia que história ia escrever dentro da história. Até que um dia li uma matéria sobre a noite sem fim na Idade Média, coisa da qual não tinha conhecimento. E me dei conta de que nunca escrevi algo nesse período histórico. Pesquisei nomes de cidades medievais italianas e quando decidi o enredo da “história de dentro”, vi que a cidade chamada Lotheria tinha tudo a ver.

    Comecei a escrever, passei do limite, não aparecia outra ideia de história, pensei em desistir, mas consegui mandar a tempo, tendo encurtado bastante. Enfim, a pressa é inimiga da perfeição, mas na verdade não era perfeição que eu buscava mesmo, longe disso. Só não queria ficar sem participar, depois de ter voltado no desafio de micros. Seja na série que for, o meu desafio pessoal é participar, no meio do trabalho como professora, revisora técnica, artesã, editora, Mestrado, quarta Especialização, mãe, esposa, amiga… Tem que sobrar tempo pra ler e escrever, né? Claro que farei o possível para na próxima me sair melhor, de acordo com o que a maioria das pessoas aqui esperam. Mas sempre tentando escrever dentro do que gosto.

  2. Bia Machado
    30 de março de 2025
    Avatar de Bia Machado

    Alguém pode apagar esse comentário, por favor? Já postei no lugar certo, obrigada!

  3. Thales Soares
    29 de março de 2025
    Avatar de Thales Soares

    Considerações Gerais:

    Este conto possui um início incrível, que prende o leitor e empolga! A ambientação da vila amaldiçoada em eterna escuridão, a criatura que exige sacrifícios, a urna do sorteio… tudo é apresentado com um senso de urgência, mistério e tensão palpável.

    A escrita nesse trecho inicial é precisa e bem dosada, revelando as informações aos poucos, mantendo o clima soturno e a curiosidade do leitor só aumenta, com a gente querendo saber o que está acontecendo e como essa noite sem fim chegou até ali.

    Os personagens são distintos e carismáticos. O Tancredi é um destaque interessante, pois é o alívio cômico num cenário de horror. Cantarolando músicas que parecem canções pop modernas mal interpretadas, ele adiciona um elemento surreal e irônico à atmosfera tensa. É um recurso arriscado, mas bem executado. O contraste entre o comportamento dele e o desespero dos outros só reforça o peso da tragédia. Dá pra sentir que os personagens têm história, convivência, e traumas.

    O carvalho demoníaco que devora os jovens e pendura seus crânios, as músicas estranhas surgindo do nada, a sensação de estarem presos em um ciclo… tudo isso é uma construção mitológica rica, com ecos de folk horror, mas também de distopia no estilo “Black Mirror medieval” e Twilight Zone.

    ***

    Pedradas:

    O final decepciona (e enfraquece tudo que veio antes). A quebra de imersão destrói o terror e a tensão acumulada. A revelação de que tudo era um conto dentro de outro conto, com a escritora Kamila rasgando o manuscrito e se irritando consigo mesma, soa como uma saída fácil, como se o autor não tivesse conseguido fechar a história que começou com tanto impacto.

    Essa virada, pra mim, tirou a força da narrativa anterior, tornando a tensão construída quase irrelevante. O leitor se sente enganado: tudo aquilo que parecia urgente, sombrio, apocalíptico… era só uma ideia descartada. É tipo aquelas histórias em que o protagonista acorda no final e vê que era tudo um sonho.

    Na verdade, isso para mim pareceu um desabafo pessoal do autor. Parece que o conto quer falar sobre o processo criativo, sobre a frustração de escrever algo que começa bem e desanda. Isso poderia funcionar, mas a execução não entrega profundidade suficiente para justificar o plot twist repentino… a única pista que temos são as músicas que o carvalho canta, e que a Kamila escuta enquanto escreve. Então para mim, em vez desse recurso parecer uma crítica autorreflexiva, soou como um meio de escapar de um enredo que saiu do controle, e que o autor não conseguiu pensar num final.

    ***

    Conclusão:

    Este é um conto promissor que perdeu a coragem de seguir até o fim. Começa como um excelente conto de terror (para mim, o melhor começo de toda a série B), com tensão, ambientação e personagens bem definidos. Mas ao escolher o caminho meta-narrativo, o autor abre mão de tudo que construiu, dando um tapa no leitor justamente quando ele estava mais envolvido.

    Ainda assim, é inegável que o texto tem estilo, domínio da escrita e uma noção muito clara de ritmo narrativo. Se tivesse apostado em continuar com o horror até o fim, para mim teria sido um dos melhores do desafio.

    • Bia Machado
      30 de março de 2025
      Avatar de Bia Machado

      Oi, Thales,

      “É tipo aquelas histórias em que o protagonista acorda no final e vê que era tudo um sonho.” Não, não é. Detesto esse negócio de “era tudo um sonho”. Já “Histórias dentro de histórias”, adoro!

      “Este é um conto promissor que perdeu a coragem de seguir até o fim.” Não, o final era para ser esse mesmo.

      Obrigada por seu comentário e pela nota generosa.

  4. Pedro Paulo
    29 de março de 2025
    Avatar de Pedro Paulo

    COMENTÁRIO: Nenhum dos dois contos me cativou: nem o primeiro, da história propriamente dita; e nem o segundo, que nos apresenta a sua autoria. Se nem quem escreveu está satisfeito… mas aqui devo avaliar o texto. 

    O conto está bem escrito, embora a técnica não seja um destaque. O enredo é formulaico e sem personalidade, com um monstro terrível que obriga os jovens a tomarem decisões terríveis para sobreviver. Aqui é uma árvore demoníaca carnívora em um cenário semi-medieval, mas poderia ser qualquer outra coisa, não vi um aprofundamento dessa ambientação para torná-la verossímil em si, isto é: tragar quem lê para sentir o mesmo perigo dos personagens. Embora seja mais coerente que ainda restem várias pessoas, achei o número de personagens desfavorável ao espaço do conto, diluindo as suas personalidades para além de vítimas infelizes e impedindo que eu me conectasse com eles. Enfim, achei que o conto simula terror, mas não o executa.

    • Bia Machado
      30 de março de 2025
      Avatar de Bia Machado

      Olá, Pedro, obrigada por seu comentário. Da próxima tentarei dar mais personalidade ao que escrevo. Sobre apenas simular terror, talvez seja isso mesmo, não estava a fim nem de escrever terror e nem de humor, comecei a escrever contos na temática de terror, mas hoje em dia não me animo mais, até mesmo em assistir ou ler. Aliás, hoje em dia não, há anos. Obrigada por seu comentário.

  5. Luis Fernando Amancio
    28 de março de 2025
    Avatar de Luis Fernando Amancio

    Olá, Kaio com K,

    Seu conto começa no capítulo III. Acho isso interessante e, no princípio, perigoso. Um conto é sempre  um recorte, precisa ser dinâmico e não se alongar em introduções. Ainda assim, não pode abdicar de ser uma unidade em si. Ter começo, meio e fim.

    Apesar dessa primeira suspeita, seu conto se desenvolve bem. É uma história em andamento, já pegamos o incidente da noite sem fim acontecendo em Lotheria. Mas não há maiores danos nisso. O enredo é facilmente compreendido pelo leitor.

    Você reúne elementos clássicos de terror. A música, a escuridão, o confinamento e o monstro que exige sacrifícios. Há também um clima infanto-juvenil em sua narrativa. O personagem engraçadinho, os romances, os personagens jovens… De fato, ao menos no cinema, o terror tem um apelo bem forte com o público mais jovem.

    E, finalmente, há o final. Achei abrupto, sem muito propósito. Talvez você tenha se dedicado tanto à ambientação, ao clima pesado do terror, além das personalidades pueris dos personagens, que faltou uma maior atenção ao enredo propriamente dito. Ficou um corte seco, uma conclusão desinteressante. 

    Claro, você tentou amenizar o impacto com um “puxadinho” metalinguístico. A Kamila (também com K) e suas “ideias malucas”. Metalinguagem é um recurso interessante, mas está um pouco datado. Não dá mais o mesmo impacto de antes. Não acho que essa conclusão tenha adicionado algo ao texto.

    Parabéns pelo conto e boa sorte no desafio!

    • Bia Machado
      30 de março de 2025
      Avatar de Bia Machado

      Oi, Luis, nada a acrescentar, só agradeço mesmo por sua leitura e comentário.

  6. José Leonardo
    28 de março de 2025
    Avatar de José Leonardo

    Olá, Kaio Com Ká.

    Tendo em vista as minhas limitações técnicas para apreciar melhor o seu conto e de modo a tentar esquentar meus comentários que acho um tanto insossos, decidi convocar, por meio de um ritual de fervura de miojo de tomate com leite coalhado e digitação de Zerinho-um no MS-DOS, a FRIACA® (Falsa Ruiva Inteligente Auxiliar para Comentários e Avaliações) para me ajudar nessa bela empreitada e proporcionar a melhor avaliação possível acerca do seu texto (dentro da minha perspectiva de leitor).

    FRIACA: Do que se trata o conto?

    R.: Um terror quase distópico onde os moradores de um vilarejo (que sofre uma estranha noite eterna) se abrigam numa igreja e de tempos em tempos, passam por um sorteio que contemplará ao agraciado não mais que uma morte horrenda perante uma árvore possuída. 

    Contudo, tal enredo na verdade se tratava de um rascunho descartado por uma escritora.

    FRIACA: Como você vê a narração, o estilo, a estrutura, a técnica?

    R.: Posso estar enganado, Kaio, mas seu texto transparece um(a) escritor(a) iniciante (ou que, mesmo não o sendo, ainda está experimentando, tateando um estilo para burilar). Aqui há, também, um equilíbrio entre o estilo da narração e os diálogos dispostos; foi intenção do(a) autor(a) dar fluidez à história, de modo que não vemos expressões rebuscadas ou frases repletas de enxertos (à lá Proust, digamos, cujos textos também são uma coisa maravilhosa de se ler), ainda assim, os diálogos não chamaram minha atenção.

    FRIACA: E quanto à adequação ao tema, à criatividade e ao impacto?

    R.: Adequado ao tema “Terror” por conta do mote da árvore possuída e pelo desfecho-antes-do-desfecho do conto (que na verdade não é o final, mas já chego lá). Também há a referência ao conto “A loteria”, de Shirley Jackson (embora eu ainda não tenha lido, sei por alto o plot dele). O(a) auto(a) se inspirou no conto de Shirley Jackson ou em outros que tenham premissa semelhante, mas dando seu toque particular ao enredo.

    Quanto ao impacto, e é apenas a opinião de um leitor: fiquei frustrado. Saber que tudo se desenvolveu num rascunho descartado de uma escritora quebrou qualquer expectativa quanto ao desfecho do seu conto, Kaio. Lembrou-se aqueles enredos onde o autor se esmera na construção de uma ação que prenda a atenção do leitor (com viradas, com elementos de violência e medo), mas que são frutos de sonhos dos personagens (me veio o último filme da saga Crepúsculo, aquela cena de batalha entre vampiros e envolvendo lobos, mas que descobrimos apenas ter sido um vislumbre do vampirão lá de um possível futuro).

    FRIACA: Indo um pouco mais a fundo nesse particular e apesar do aspecto subjetivo do que a história pode causar no leitor, é um conto para dar risadas ou aterrorizar-se?

    R.: Há elementos para causar terror/horror/medo em leitores mais sensíveis ou mais acostumados a esse tipo de narrativa.

    FRIACA: Qual sua posição final sobre esse conto?

    R.: De momento, Kaio, seu conto me frustrou quanto ao final. Mesmo que tenha se tratado apenas da tentativa de escrita, creio que poderia ter usado melhor o limite de palavras e atado mais firmemente o leitor à história. Mas a sugestão que deixo é: persevere na escrita! E questão de gosto sabe como é, né? Certamente haverá muitos que irão gostar do seu conto.

    Parabéns pela estória e boa sorte neste desafio.

    • Bia Machado
      30 de março de 2025
      Avatar de Bia Machado

      Olá, tudo certo? Bem, só algumas observações: ainda não li nada de Shirley Jackson, mas vou ler. Também não li Crepúsculo. Mas gosto muito do tema “História dentro da história”. Tenho isso de livros e filmes que assisti, não vou dizer quais porque se você de repente for ler ou assistir algum deles já vai saber do que se trata, apesar de estarem 1000% melhores que o meu, provavelmente. Por que não trabalhei mais meu conto? Porque não tive ideias melhores, porque não tive tempo, porque pensei na história bem dessa forma mesmo e quando escrevia mais coisas ultrapassava o limite? Porque não queria deixar de participar? Porque não estava a fim de escrever terror e comédia, mas tinha que escrever algo? São tantas variáveis… De qualquer forma, agradeço por seu tempo de leitura e por comentar.

  7. danielreis1973
    27 de março de 2025
    Avatar de danielreis1973

    Comentário inicial (válido para todos os contos):
    Prezados participantes: este meu comentário NÃO É UMA CRITÍCA, É A MINHA IMPRESSÃO PESSOAL sobre o seu conto – e não é sobre você, como escritor ou ser humano!  Espero que os comentários possam ajudá-lo a aprimorar sua história ou sua escrita, num sentido mais amplo. Outra coisa é que não está sendo fácil é comparar os contos participantes, já que apesar do desafio estar  restrido a DOIS TEMAS (que inclusive tem fronteiras tênues, e às vezes se misturam entre si, em diferentes proporções), as diferenças dos gêneros literários escolhidos pelos participantes tornam muito difícil dar um valor absoluto entre os contos, quando colocados lado a lado. Então, o melhor humor não tem o mesmo efeito que o melhor terror, e um terror com elementos realistas pode ter um efeito mais impactante para mim que um horror com elementos de fantasia ou ficção científica – por isso, digo que é MINHA IMPRESSÃO, ok? As notas não representam “média para aprovação”, mas O EFEITO FINAL que me causaram.

    Dito isso, vamos ao:

    COMENTÁRIO ESPECIFICO:

    LOGLINE: um grupo de pessoas presas pelo medo de uma árvore assassina, principalmente jovens ao estilo “Sexta-Feira 13”, sendo a história interrompida ao revelar que é a narrativa de um autor insatisfeito com o resultado.

    TEMA ESCOLHIDO:  terror (bem dentro da linha “turma inconsequente ameaçada”).

    PREMISSA: inicialmente, que a ameaça está lá fora e é implacável – tal como um Jason, um Freddy, um Chucky, a árvore tem como princípio massacrar todos os que vê pela frente – sem que haja um motivo específico para isso. Depois, com a revelação, a premissa é que todo autor se sente frustrado pela sua expectativa com relação à narrativa que desenvolve com base da sua playlist.

    TÉCNICA E ESTILO: no começo, o uso das onomatopéias musicais ficou muito estranha, o que só veio ser explicado na conclusão – afinal, pareciam extremamente deslocados aqueles hits dos anos 80… (deve ser um contemporâneo(a) meu). A descrição e os diálogos, se não aprofundam os personagens, pelo menos os caracterizam bem, dando a eles personalidades, ainda que limitadas, bem definidas. Gostei disso.

    EFEITO FINAL: Leitura de entretenimento total, sem se levar muito a sério, também tem seu mérito, e esse conto prova isso. Resultado final bom, ainda que não excepcional ou marcante. Boa sorte no desafio!

    • Bia Machado
      30 de março de 2025
      Avatar de Bia Machado

      Oi, Daniel, tudo bem? É isso mesmo, leitura de entretenimento. Ou foi a intenção… Escrevi para “espairecer”, por mais que não pareça. Porque eu não estava a fim nem de escrever terror e nem comédia. Sobre os filmes citados, só assisti A Hora do Pesadelo, na infância. Desses outros passei longe (prefiro terror psicológico). Obrigada por sua leitura e comentário.

  8. Mauro Dillmann
    26 de março de 2025
    Avatar de Mauro Dillmann

    Inicialmente, o conto remete a uma ‘criatura maligna’ que devora os jovens que se escondem na igreja. O narrador apresenta muitos personagens. Um grupo, uma igreja e um monstro devorador. Ao final, a história dentro da história.

    O conto não me surpreendeu e o final não foi original.

    Apesar de julgar que a escrita deva ter alguns ajustes (exemplo nessa passagem: ‘que conhecia desde criança e que amava desde sempre’), o conto está bem escrito.

    Parabéns!

    • Bia Machado
      30 de março de 2025
      Avatar de Bia Machado

      Olá, Mauro, muito obrigada por sua leitura, sua nota e comentário. Sugestão anotada.

  9. leandrobarreiros
    25 de março de 2025
    Avatar de leandrobarreiros

    Achei a ideia do conto divertida. Mistura um pouco coisas como o conto “A loteria” da Shirley Jackson com um “silent Hill”, mais um monstro misterioso.

    A transição da ideia pro texto, contudo, parece um pouco bruta. Não é que esteja mal escrito, mas me parece que os diálogos e algumas descrições precisam de algumas lapidações. Há muita informação em um curto espaço de tempo, o que traz uma certa artificialidade na história.

    E o final… poxa, pra que? Faria sentido se mais elementos trouxessem a questão de ser uma história, mas praticamente só temos a fala da Fabíola.

    • Bia Machado
      30 de março de 2025
      Avatar de Bia Machado

      Oi, Leandro, obrigada pela leitura e comentário. Ainda não li nada da Jackson e nunca vi Silent Hill. Eu gosto de histórias dentro da história. Mas prometo que da próxima vez, se for para escrever correndo, eu nem escrevo. Valeu!

      • leandrobarreiros
        30 de março de 2025
        Avatar de leandrobarreiros

        Bia, eu acho que você deveria escrever correndo de novo, se preciso. Até pq sendo professores, quando que temos tempo?

        Eu não achei o texto ruim e o sentimento de mistura da loteria com o silent Hill é um elogio, vai por mim.

        Agora, se você quer um motivo de verdade para escrever mesmo que correndo, saiba que seu texto me inspirou a escrever uma história.
        Mesmo muito dos outros contos que eu dei uma nota maior por achar mais acabados não fizeram isso.

        Então mesmo correndo você criou uma história que me impactou e que vai viver pra sempre em mim quando eu escrever a minha!

        Espero te ver no próximo de novo, com tempo ou sem tempo.

    • Bia Machado
      30 de março de 2025
      Avatar de Bia Machado

      Obrigada pelo incentivo, Leandro. ❤️

  10. Amanda Gomez
    25 de março de 2025
    Avatar de Amanda Gomez

    Oi, bem?

    Achei esse conto cheio de camadas. Até mesmo um quebra-cabeça. Numa segunda leitura, consegui interpretá-lo melhor. É um conto de metalinguagem… sobre o terror que é tentar escrever e não conseguir. O bloqueio literário. O autor usou esse plot pra criar o texto — foi uma boa sacada.

    No final, mesmo que não faça sentido toda essa saga medieval de sacrifícios e árvores malignas, tem o outro final — que é aquilo que acho que a maioria passa quando tenta escrever uma história, com prazos, incertezas, dúvidas se deve participar ou não, etc. Me identifiquei com isso.

    Não acho que seja um conto de terror terror… aqui não é o que se destaca. E apesar de torcer o nariz pra metalinguagem, especialmente quando faz referência ao desafio, digo que gostei do resultado. É uma história legal. As inserções das músicas (só escrevo à base de música também!), as interrupções do autor em meio às suas frustrações, e assim assustando os personagens — que ganham ares de Toy Story.

    Sei que nao tem muito a ver, mas ele me deu aquela vibe sessão da tarde, so que sem censuras. Foi uma leitura muito boa, sem entraves e bem rica. Gostei bastante da escrita.

    É um texto inteligente.

    Parabéns pelo trabalho.
    Boa sorte no desafio.

    • Bia Machado
      30 de março de 2025
      Avatar de Bia Machado

      Obrigada por sua leitura e comentário, Amanda, e por conseguir entender minha ideia. Coloquei muito de mim aqui, também adoro escrever ouvindo música. Você está certa, não é terror, porque na verdade faz muito, muito tempo que não sinto a mínima vontade de escrever terror e não sei escrever comédia. Eu só queria participar mesmo, porque fazia tanto tempo que não escrevia contos, antes do desafio de micros… Ah, obrigada pela nota também.

  11. claudiaangst
    25 de março de 2025
    Avatar de claudiaangst

    Para este desafio, utilizarei o sistema de avaliação TERRORIR:
    T(ítulo) — NOITE SEM FIM EM LOTHERIA — Uma noite sem fim remete à ideia de algum ruim, tenebroso. Lotheria me fez pensar em loteria, uma questão de sorte ou azar. 😱
    E(nquadramento ao tema) — Temos aqui terror, uma história de terror dentro de outra história (uma autora aterrorizada pela ressaca criativa?)😱🤔
    R(azão de gostar do conto) — A criatividade de inserir uma história de terror dentro de outra narrativa. Os(as) autores(as) do EC podem se identificar com a trama. 👍
    R(evisão) — Se jogou na cama > O correto seria “Jogou-se na cama”, pois na linguagem formal não se aceita um pronome oblíquo começando a frase.
    O(utras questões técnicas) — A narrativa aborda temas como maldição e sacrifício, fazendo uso do loop temporal e da metalinguagem. 👍
    R(azão de desgostar do conto) — A quebra da narrativa de terror ao se descobrir que é tudo uma historinha inventada. Uns vão adorar, outros, detestar. 🥺
    I(ntesidade da narrativa) — No clímax criado na narrativa introdutória, tudo mergulha no caos e na escuridão; talvez a descoberta da trama real funcione mais como um anticlímax. 😱🙍🖋️
    R(esumo da ópera) — Um conto que não prima pela originalidade, mas que – de certa forma – surpreende no final. 😉
    Parabéns pela sua brilhante participação no desafio e boa sorte!

    • Bia Machado
      30 de março de 2025
      Avatar de Bia Machado

      Oi, Claudia, obrigada pela leitura e comentário. E pela nota também. Sobre seus comentários, achei engraçado o Terrorir, ahhahah. Tem uma cidade na Itália com esse nome, fundada na Idade Média. Sobre o pronome oblíquo, relaxa, não é alta literatura rssss… Confesso que escrevi de forma bem despretensiosa mesmo. Sobre uns adorarem, outros detestarem, a maioria detestou. 💁 Mas pelo menos escrevi o que estava a fim de escrever. 😌😉

  12. Givago Thimoti
    25 de março de 2025
    Avatar de Givago Thimoti

    Noite Sem Fim em Lotheria (Kaio Com Ká)

    Bom dia, boa tarde, boa noite! Como não tem comentários abertos, desejo que tenha sido um desafio proveitoso e que, ao final, você possa tirar ensinamentos e contribuições para a sua escrita. Quanto ao método, escolhi 4 critérios, que avaliei de 1 a 5 (com casas decimais). Além disso, para facilitar a conta, também avaliei a “adequação ao tema”; se for extremamente perceptível, a nota para o critério é 5. Caso contrário, 1 quando nada perceptível e 2,5 quando tiver pouco perceptível. A nota final será dada por média aritmética simples entre os 5. No mais, espero que a minha avaliação/ meu comentário contribua para você de alguma forma.

    Boa sorte no desafio!

    1 – ruim 😓 / 2- abaixo da média😬  / 3- regular,acima da média,   😉/ 4- bom 😇/ 5- excelente!🥰

    Critérios de avaliação:

    • Resumo: 

    Aqui temos um conto de terror (logo, nota 5!) metalinguístico, com uma história que nos apresenta um grupo de jovens sitiados dentro de uma igreja os quais, todo dia, precisam enviar um integrante como sacrifício para o monstro endemoniado.

    Tudo ia muito bem, até o plot twist; tudo era fruto da imaginação de uma escritora. 

    • Pontos positivos e negativos:

    Positivo: tinha um climazinho bom de terror, até…

    Negativo: O BENDITO PLOT TWIST!

    • Correção gramatical – Texto bem (mau) revisado, com poucos (muitos) erros gramaticais: 3

    A escrita é bastante fluida e bem estruturada, mas há alguns problemas gramaticais que poderiam ser refinados. Redundâncias e construções desnecessariamente alongadas. Regência verbal e pronominal, que pode ser ajustada para maior clareza. Algumas frases que poderiam ser mais concisas para aprimorar o ritmo do texto. Nenhum dos erros compromete a compreensão, mas a lapidação da escrita tornaria o conto ainda mais sólido.

    • Estilo de escrita – Avaliação do ritmo, precisão vocabular e eficácia do estilo narrativo: 3

    Escrita simples, com alguns deslizes gramaticais (como citei anteriormente). O ritmo está bom, flui razoavelmente bem, mas corre desnecessariamente ao final, ávido para explicar tudo o que rolou.

    • Estrutura e coesão do conto – Organização do conto, fluidez entre as partes e clareza da construção narrativa: 3,5

    Bem organizado, o conto flui bem até o desfecho. 

    Único ponto que senti problema ou, por assim dizer, problema/furo na narrativa. O conto inicia dizendo que “A estranha música começou a tocar novamente, tão alto como se estivesse sendo executada ali dentro da igreja, mas os jovens não identificavam sua origem e nem qual língua era aquela”. Logo depois, o personagem beberrão canta Where’s love?. E, enfim, compreendendo a voz da narradora da história… sendo que no início não entendiam…

    • Impacto pessoal – capacidade de envolver o leitor e gerar uma experiência memorável: 1

    Eu realmente não gostei do conto, no resultado final. Eu estava gostando do terrorzinho que estava se desenrolando. Cativou minha atenção. 

    O desfecho, entretanto, foi terrível; uma saída muito gelada e desleixada. Perdão a franqueza! Digo isso porque essa conclusão de “ah, era tudo um sonho” “é, apenas um devaneio/ processo de escrita criativa do escritor(a)” é um tanto batida (especialmente depois do último desafio com algumas saídas metalinguísticas). Dentro do contexto literário, além de estragar um bom desenvolvimento de história, foi um tanto abrupto demais.

    Enfim, uma pena! 

    Nota final: 3,1😑

    • Bia Machado
      30 de março de 2025
      Avatar de Bia Machado

      Olá, Givago, obrigada por sua leitura e seu comentário. Não há muito o que dizer, a não ser que anotarei aqui para não escrever contos que sejam histórias dentro de histórias por pelo menos três anos, ou talvez nunca, deixou isso pra outros lugares, em outros momentos. Se pareceu tudo abrupto demais, talvez tenha sido pela vontade de não ficar de fora, ou talvez eu esteja escrevendo assim mesmo, vou me policiar quanto a isso. Mas a questão das personagens entenderem a fala da escritora, há um equívoco, eles ouviram o “não, não, não…”, mas quem disse que sabiam o que esse monte de não queria dizer? Eles eram italianos, mas escrevi em português. Eles se acostumaram as músicas, mas não sabiam que era inglês… Enfim, é isso.

  13. Priscila Pereira
    25 de março de 2025
    Avatar de Priscila Pereira

    Olá, Sr Autor! Tudo bem?

    Gostei bastante do seu conto! Muito bom!

    Li muito interessada do começo ao fim, você soube muito bem prender a atenção e despertar a curiosidade.

    Gostei muito desse enredo, você deveria fazer uma história maior sobre esse universo e explicar o porquê de tudo, aprofundar os personagens e suas histórias de amor e perda. Eu leria tudo!

    Você usar as músicas para marcar momentos decisivos e depois mostrar de onde vinha foi muito legal, gostei!

    O plot ficou bem legal também, mas achei arriscado e imagino que alguns chatos não irão gostar… Mas eu gostei 😁 imaginar que criamos um universo e personagens e somos os deuses desse lugar é bem interessante.

    A escrita está limpa e direta, fluída, sem floreios desnecessários. O conto está bem revisado.

    Parabéns pelo conto e boa sorte no desafio!

    Até mais!

    • Bia Machado
      30 de março de 2025
      Avatar de Bia Machado

      Oi, Priscila, obrigada por sua leitura e comentário. E sua nota rsss… Obrigada por ter gostado, acho que você é para os meus textos o que chamam de leitora ideal… Acho que estou te devendo a continuação de umas 5 ou 6 histórias já rsss… Acho que vou tirar um ano só para escrevê-las! Pelo menos uma leitora eu já tenho! 😉☺️😆✨

  14. Marco Saraiva
    24 de março de 2025
    Avatar de Marco Saraiva

    Eu sempre achei essa ideia legal – a de escrever um conto que é consciente de que é um conto, que tem o escritor como personagem. De tornar vivos os personagens e incluir o leitor no processo de criação. Mas, sinceramente, já vieram tantos assim no EC (inclusive neste desafio) que a ideia tem ficado batida. É claro que isso vem da experiência própria: já li tanto conto aqui no EC, e já vi tantos carregando esta mesma ideia, que enjoei, mas você, autor(a), pode não estar enjoado(a) ainda da pegada. Justo.

    Minha teoria de contos assim é que eles nascem justamente da frustração do desafio. Data de entrega chegando, e a gente só tem uma ideia mais ou menos obscura de o que queremos fazer com o conto. Vários jovens em uma igreja, uma árvore monstruosa que os mata um a um. Mas não sei mais o que fazer, e a data se aproxima. “Já sei! Vou escrever um conto sobre escrever um conto sobre isso, e não conseguir”.

    Quanto ao conto em si, achei que o número de personagens atrapalhou. O único que tinha alguma personalidade era mesmo Tancredi. O resto eram apenas nomes para mim, já que o pouco espaço não permitiu que eles fossem trabalhados na trama, nem que ganhassem personalidade e profundidade. A história estava intrigante, e eu estava realmente me perguntando como diabos o autor justificaria rock dos anos 70 em um cenário medieval, mas acabou como acabou.

    • Bia Machado
      30 de março de 2025
      Avatar de Bia Machado

      Rock dos anos 70? Tem Guns n Roses também e até dance (What’s love? Baby, don’t hurt me, don’t hurt me, no more…). Olha, eu escrevi essa história porque foi a ideia que eu tive, faltando pouco mais de uma semana do prazo final para entregar o conto. Escrevi um texto com quase 3000 palavras, mas não ficou legal. Passei o restante do tempo encurtando, tirando o que achava que estava em excesso, quase desisti, mas entreguei. Mas desde o momento em que a história me surgiu, assim mesmo, o trecho de uma história dentro de uma história. Não foi porque achei isso paliativo, não. Enfim, obrigada por sua leitura e comentário.

      • Marco Saraiva
        30 de março de 2025
        Avatar de Marco Saraiva

        Estive relendo aqui alguns dos meus comentários nesse desafio e esse aqui foi um dos mais infelizes. Quem sou eu para dizer o que te levou a escrever este conto ou as suas inspirações? Foi mal!

        E sobre o rock dos anos 70, era só um dos exemplos, pra não citar todos. Eu realmente fiquei intrigado em saber como que eles, em um cenário de fantasia capa-e-espada, estavam ouvindo musica contemporânea =)

        Abração !

  15. jowilton
    24 de março de 2025
    Avatar de jowilton

    O conto narra a história em um mundo distópico, em que um espírito maligno se apossa de uma árvore de carvalho, transformando-a num monstro assassino com sede de sangue.

    A narrativa é boa, conduz a história sem entraves. O enredo é que é o problema. Não é nada original o uso dessa forma de metalinguagem, que me deu um banho de água fria no final. Também achei que havia muitas personagens para um conto. O que faz com que ficamos sem saber quem era quem direito. Por conta do tamanho da história, não nos apegamos a eles, para sentir o que eles sentem, fica só sendo mesmo um monte de nomes diferentes que aparecem no texto.. A tentativa de humor dentro de uma história de terror também não foi bem feita, a meu ver.

    Não curti muito. Baixo impacto.

    Boa sorte no desafio.

    • Bia Machado
      30 de março de 2025
      Avatar de Bia Machado

      Desculpa o banho de água fria, mas eu gosto desse enredo de história dentro da história, e agora? Só me resta não escrever mais nada sobre isso aqui no EC. Se a única ideia que me surgir for essa, prometo que lutarei com todas as forças para não usar mais isso, pelo bem de todos. De qualquer forma, obrigada pela sua leitura e comentário.

  16. andersondopradosilva
    23 de março de 2025
    Avatar de andersondopradosilva

    NOITE SEM FIM EM LUTHERIA não brilha, mas não é completamente apagado. É um conto correto, bem revisado. É metalinguístico, sobre o fazer literário. Mas essa metalinguagem descambou em um lugar comum. Foram muitos os contos metalinguísticos do desafio e, para além do desafio, textos em que o universo dos personagens se acabam juntamente com o texto abundam. No desafio Microcontos, teve o SINSALABIM. A metalinguagem, da forma como empregada no texto e no contexto de um desafio temático, faz até mesmo parecer que o autor, incapaz de produzir um texto de terror, optou por escrever um simulacro de terror, de qualidade mediana e, no final, descartou esse texto e, para justificar sua inaptidão, construiu a tese de que se trataria da história de um escritor tentando escrever terror mas não conseguindo. É uma fórmula que serviria para qualquer tema de desafio. Estou dizendo que o autor deste conto fez isso intencionalmente? Não. Mas o texto perde seu mérito ao utilizar uma fórmula que se prestaria para qualquer que fosse o tema. NOITE SEM FIM EM LUTHERIA faturou nota 2,8 e a décima segunda posição em minha lista.

    • Bia Machado
      30 de março de 2025
      Avatar de Bia Machado

      Lotheria. Esse é o nome da cidade. “Foram muitos os contos metalinguísticos do desafio”. Ah, eu deveria ter jogado nos búzios pra saber isso, sei lá, “Mãe Lúcia, vê aí nas cartas que tema que está se repetindo no EC, pra eu não correr o risco”. Poxa, Anderson.

      “No desafio Microcontos, teve o SINSALABIM”. Teve até mais que esse.

      “A metalinguagem, da forma como empregada no texto e no contexto de um desafio temático, faz até mesmo parecer que o autor, incapaz de produzir um texto de terror, optou por escrever um simulacro de terror, de qualidade mediana e, no final, descartou esse texto e, para justificar sua inaptidão, construiu a tese de que se trataria da história de um escritor tentando escrever terror mas não conseguindo.” Aqui você errou em tudo: eu já escrevi muito terror, mas não queria escrever. Eu não me considero apta a escrever comédia. E eu adoro tema de história dentro da história. Achei que isso amenizaria a falta de vontade que eu estava em escrever terror e assim conseguiria participar do desafio. Também não achei que seu conto se encaixava em comédia, mas não fiquei pensando que fosse por uma inaptidão sua em escrever coisas do tipo e “deu uma disfarçada” com um conto pretensamente “bem-humorado”. Fora do EC eu tenho muita coisa pra fazer, assim como você deve ter e pode estar certo de que o meu texto foi o que eu tentei fazer de melhor naquele prazo que eu tinha, diante da falta de ânimo em escrever Terror, mas acreditando que assim, com a história de terror dentro da história, ao menos assim, eu gostaria de escrever.

      “Mas o texto perde seu mérito ao utilizar uma fórmula que se prestaria para qualquer que fosse o tema.” Qualquer que fosse o tema? Se o tema fosse “Alienígenas”, como ele se encaixaria, me diga?

      “…faturou nota 2,8 e a décima segunda posição em minha lista.” Obrigada pela leitura, comentário e a pá de cal.

  17. Gustavo Araujo
    22 de março de 2025
    Avatar de Gustavo Araujo

    Contos com metalinguagem são sempre arriscados. Se o autor não souber usá-la adequadamente, o texto corre o risco de ficar aleijado. Infelizmente foi o que me pareceu aqui. Uma história de terror, com um suspense bem sacado, que na verdade não termina. Pareceu que o autor, sem saber como arrematá-la, usou uma saída deus-ex para dizer que tudo era produto de sua imaginação atormentada por músicas e outras distrações, que exatamente por isso encontraram reflexo nos personagens. Não consegui evitar certa frustração porque a atmosfera de suspense foi bem montada, com o clássico dilema dos náufragos em sortear quem será o próximo a morrer para que os outros sobrevivam. Mas, como disse, no fim era tudo uma ilusão. Em suma, um conto bem escrito, com uma atmosfera bem construída, mas com um final que não faz jus à expectativa criada.

    Nota: 3,0

    • Bia Machado
      30 de março de 2025
      Avatar de Bia Machado

      Oi, Gustavo, obrigada pela leitura e comentário. Apesar de não parecer, eu realmente quis escrever uma história dentro de outra porque gosto disso. No fim, talvez tenha sido a correria para participar (o prazo aqui estava mais apertado do que para escrever para a Exclamação 2), por fazer tempo que não escrevia terror, por não ter outras ideias, mas essa que coloquei aqui foi a que pensei, depois de descartar outras que não tinha como executar. Enfim, é isso. Até o próximo.

  18. MARIANA CAROLO SENANDES
    19 de março de 2025
    Avatar de MARIANA CAROLO SENANDES

    Técnica: Metalinguagem é algo difícil de se fazer. Confesso que estava estranhando bastante o cenário medieval com as músicas citadas, parecia mais essas feiras temáticas. Porém, fez sentido no final e acabou se revelando um recurso esperto. A ideia da noite sem fim foi uma boa saída também, mesmo que arriscada. 1,5/2

    Criatividade: Acho que este é o terceiro conto sobre escritores que leio no desafio, mas este teve a abordagem mais original. A ideia da noite sem fim ser o conto parando na descarga é boa. No entanto, teria terminado ali e a parte toda com o Blade Runner e ficção científica teria deixado de lado. Não acrescentou muito para a história. Para concluir, acabei não vendo terror, entendi mais como uma comédia para escritores. 1,2/2

    Impacto: É um conto legal, me tirou um sorriso. No entanto, a ideia acabou se repetindo e o impacto se diluiu. 0,5/1

    • Bia Machado
      30 de março de 2025
      Avatar de Bia Machado

      Oi, Mariana, obrigada por sua leitura e comentário. Eu confesso que gosto de histórias dentro de histórias. Curioso você ver como comédia, foi a única que viu por esse lado. Na verdade tentei fazer terrir, mas depois fiquei sabendo que terrir não é isso, então… Uma pena para mim outros terem feito coisas metalinguísticas, mas como saber? 🤷

      “Confesso que estava estranhando bastante o cenário medieval com as músicas citadas, parecia mais essas feiras temáticas.” Achei bacana isso, adoro causar estranhamento.

  19. Kelly Hatanaka
    17 de março de 2025
    Avatar de Kelly Hatanaka

    Oi  Kaio.

    Antes, um aviso geral: li seu conto com toda a atenção e cuidado e meu comentário, abaixo, expõe minha opinião de leitora, com todas as falhas que tal opinião possa ter. Os quesitos que uso para a pontuação são: Tema, Escrita e Enredo, valendo 2 pontos cada e Impacto, valendo 4. Parabéns pela participação e boa sorte no desafio!

    Tema

    Dentro do tema: terror. Tem também um toque de humor nas músicas.

    Escrita

    Muito boa e correta. Não procurei erros, mas, quando existem, eles incomodam. Aqui, nada incomodou. Foi uma leitura que fluiu bem. Achei interessante o capítulo começar em III, o que indica uma história que já havia começado.

    Enredo

    A parte de Lotheria foi bem interessante, com a ambientação bem construída e aquele clima de tensão que toda boa história de terror pede. Gostei do elemento das músicas estranhas para os personagens e que todo leitor reconheceria. Criou-se aí um estranhamento muito bom, uma indicação de que a realidade tinha algo a ver com a ficção. Infelizmente, o final foi bem anticlimático, meio “e era tudo um sonho do cachorro”.

    Impacto

    Razoável. A boa escrita e a trama interessante conduzem bem. Mas, como disse, achei o final anticlimático. Uma boa história que poderia ter um final melhor.

    • Bia Machado
      30 de março de 2025
      Avatar de Bia Machado

      Oi, Kelly, tudo bem? Obrigada por sua leitura e comentário. Curti muito suas impressões. Só discordo de você dizer que “era um sonho”, porque não era, até porque detesto isso. O meu conto tem uma história dentro da história. O que chamam de “Metalinguístico”. E eu adoro isso. Adoro vários livros e filmes com essa temática. Como não me senti confortável para escrever terror ou comédia, tentei pegar um pouco de cada coisa e escrever em um formato do qual gosto. Foi isso. 😉

  20. Antonio Stegues Batista
    16 de março de 2025
    Avatar de Antonio Stegues Batista

    O texto é um conto de Terror escrito por Kamila, que não gostou e jogou fora. Na realidade é o terceiro capítulo do conto. Não sabemos o que se passa nos capítulos anteriores. Não sabemos como tudo começou, como a árvore-monstro apareceu na vila e como a regra, ou, obrigação de oferecer uma vítima foi implantada, nem o período determinado que ele sente fome, ou seja, muitas informações ficaram ocultas, que, de certa forma, não tem importância para a compreensão final do conto. Acho muito arriscado esse tipo de enredo é como a reviravolta clichê, “foi tudo um sonho”.

    ENREDO- Bom

    ESCRITA/ FRASES – Bons

    PERSONAGENS- Marcantes

    DIÁLOGOS – Corretos, elaborados

    AMBIENTAÇÃO – Muito boa

    IMPACTO – Fraco.

    • Bia Machado
      30 de março de 2025
      Avatar de Bia Machado

      Olá, Antônio, tudo bem? Obrigada por sua leitura e comentário. Sobre o texto, pode até ter sido clichê, mas não o de um sonho. Foi o clichê de uma história dentro do história. Kamila escrevia a terceira parte de um conto (tem escritor que faz isso, né?) quando resolveu jogar tudo fora. E foi apenas isso.

  21. Luis Guilherme Banzi Florido
    14 de março de 2025
    Avatar de Luis Guilherme Banzi Florido

    Ola, amigo(a) entrecontista! Tudo bem por ai? Esse conto faz parte das minhas leituras obrigatórias.

    Resumo: uma árvore é possuida por um demonio, e a partir disso a cidadezinha precisa sacrificar uma pessoa por vez… até que Fabiola desiste da historia e rasga o papel

    Comentário geral: olha, eu achei uma ideia interessante, mas achei um pouco mal executada. Mas vamos por partes. Para começar, antes da revelação final, acho que o conto não conseguiu construir uma tensão necessária para o tema do terror a que se propõe. Algo na situação parece não condizer com o clima de suspense proposto. Talvez o clima excessivamente descontraído dos diálogos e da narração. Acho que esse conto ganharia muito com uma escrita mais densa, mais pesada. Do jeito que está, mesmo a descrição da menina sendo destroçada não me causou impacto. Além disso, achei pouco original a ideia, pois se parece demais com o classico A Loteria. Eu entendo que voce tava preparando um plot twist e nada daquilo era a historia em si, mas mesmo assim, as similaridades com o classico geram uma sensação de deja vu. Achei também os personagens um pouco caricatos. Acho que o problema aqui é o excesso de personagens em pouco espaço. Não da tempo de sentir afinidade por nenhum deles, e para dar uma personalidade para eles, voce precisa forçar um pouco o comportamento deles, o que deixou meio caricato. O carinha piadista é um exemplo disso. Ele nao soa natural, soa como vilao de novela, sabe? Novamente, isso é um pouco justificado quando entendemos o que está por tras, mas como a revelação vem somente no final, acabamos tendo um conto quase inteiro que é uma historia (falsa, ok) pouco interessante e com personagens pouco naturais.

    Falando de coisa boa, gostei de quando a menina começa a sentir que tem algo errado. Acho que ali está o ouro do conto. Eu fiquei com a sensação de que se voce diminuisse o começo e chegasse logo na parte que ela começa a sentir estranheza, que é o que voce tem de realmente original aqui, seu conto ganharia muuuuito.

    Bom, e vem o desfecho, que devo ser sincero e dizer que nao me surpreendeu pq eu ja desconfiei um pouco quando ela sentiu que tinha algo errado. Eu nao vou dizer que imaginei que era exatamente uma autora rasgando uma historia, mas senti que teria ali uma quebra de quarta parede. Talvez isso seja só coisa minha, que sou rato de terror. Voce vai saber melhor se isso foi facil de prever mesmo lendo o total dos comentarios. De todo modo, falando do desfecho, achei o final um pouco explicadinho demais. Você conta tudo: o chão rachando é a pagina sendo rasgada, a agua é a descarga, etc. Acho que isso tira um pouco do impacto e do brilho do final. Acho que de fato vc precisava explicar algo, senao ia ficar impossivel ligar os pontos, mas acho que poderia ser mais sutil e sugerido.

    Enfim, sei que foi uma critica dura, sinto muito por isso. Eu só fui mais especifico e pontual na critica pq terror é meu genero preferido, e eu to criticando mais duramente especialmente os contos nos quais eu to percebendo bastante potencial e criatividade. Desculpe se fui rigosoro demais. De todo modo, me diverti lendo, e espero ter contribuido com minha analise.

    Sentimento final como leitor: uma sensação de potencial desperdiçado.

    Recomendação do meu eu leitor: bom, ja falei ali em cima, mas acho que principalmente:

    • Diminuir o numero de prsonagens, e dar uma personalidade mais verossimil e menos explicita pra eles
    • Diminuir o inicio e dar mais tempo para o meio, quando as duvidas e estranhamentos começam a surgir. Ali está o ouro do conto. Acho que isso também te ajudaria a ter um começo mais interessante e mais estranho, sem tantas explicações sobre o passado e tantas conversas aleatorias.
    • Explicar menos no desfecho, mostrar mais, deixar mais misterioso e mais a cargo da imaginação do leitor

    Conclusão: vi minha amiga jogando uma historia no vaso e achei um desperdicio de potencial. Nao se rasga historias, ainda mais quando sao criativas. Voce deixa elas descansarem e trabalha de novo com as ideias (especialmente as criativas, como aqui).

    • Bia Machado
      30 de março de 2025
      Avatar de Bia Machado

      Oi, Luis, tudo bem? Obrigada pela leitura e comentário. Só algumas observações:Fabíola não rasgou nada.Talvez a Jackson tenha me mandado inspiração por sonho porque, acredite ou não, nunca li nada dela. Mas esse Loteria é o que tenho mais curiosidade de ler. Vou começar por ele. E Lotheria é o nome de uma cidade medieval da Itália (foi o que apareceu nas minhas pesquisas) e achei que tinha tudo a ver com o sorteio de quem morreria vez a vez.Sobre as pessoas perceberem que era uma quebra de quarta parede, isso não me incomoda, de forma alguma.“Enfim, sei que foi uma critica dura, sinto muito por isso. Eu só fui mais especifico e pontual na critica pq terror é meu genero preferido, e eu to criticando mais duramente especialmente os contos nos quais eu to percebendo bastante potencial e criatividade.” Super entendo! Mas para o seu alívio, e o meu, há muito tempo que não tenho vontade mais de escrever nesse gênero. Dificilmente assisto ou leio coisas do tipo, faz tempinho já. Que bom que o que li na série A compensou na maior parte do tempo (o seu texto, por exemplo, que não merecia o rebaixamento, enquanto o meu, que merecia, escapou… Eu entenderia se o meu ficasse em último, desde que enviei disse que ele era “nhééé…” Não sou uma escritora iludida, pode estar certo…) e desculpa por obrigar aos leitores da série B terem que ler e comentar esse meu texto.“Recomendação do meu eu leitor”: ok, recomendações anotadas.

      E sobre a sua Conclusão, eu nunca jogou as ideias fora, tem muitas aqui esperando por uma oportunidade. Isso sim talvez seja algo que me dê medo, se eu nunca usá-las.

      (Curioso, achei que tinha postado aqui, mas a resposta foi lá pra cima rs). Mas achei que devia colocar aqui, no lugar certo.

E Então? O que achou?

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Publicado às 9 de março de 2025 por em Liga 2025 - 1B, Liga 2025 - Rodada 1 e marcado .